Você está na página 1de 7

Pé Torto Congênito (Lovell e Winter /

Tachjian/sizinio). JUN
Definição
Descreve um desalinhamento congênito dos ossos e articulações associado com contraturas.

Epidemiologia:
- 2:1 masculino:feminino

- 0,93 a 1,5 por 1000 brancos / 0,6 por 1000 orientais / 6,8 por 1000 em polinésios, havainos e

em caucasianos 1,2 por 1000. 4,9 por


maoris.

1000 em havaianos puros ou mestiços.


- 50% bilateral. Nos casos unilaterais D mais que E.
- freqüência é 17 X maior em parentes de 1º grau que na pop em geral.

- Gene dominante com penetrância reduzida ou herança multifatorial (Wynne-Davis)

Patogênese:
- Fatores genéticos.

- lesão muscular primária.

- deformidade óssea primária (defeito do plasma germinativo)

- lesão vascular primária

-infecção enteroviral intrauterina.

- interrupção do desenvolvimento

- lesão nervosa primária

- inserção anormal do tendão, fibrose com retração.


- histologia anormal.

- Fatores mecânicos intrautrinos, defeito


neuromuscular, parada do desenvolvimento
fetal, defeito do plasma germinativo.

Quadro clínico
- Equino da parte posterior do pé, varo subtalar, cavo (flexão plantar da parte anterior sobre
sua parte posterior) e aduto da parte anterior sobre a média.

- pé e perna afetados em forma de bastão.


- gravidade variável de m pé para outro nos casos bilaterais.

- prega cutânea posterior (simples ou dupla)

- prega cutânea transversal atravessa o arco longitudinal.

- avaliação de torção tibial em um neonato não é confiável.

- cabeça do tálus no aspecto dorsolateral da parte média/posterior do pé, imediatamente


anterior à articulação do tornozelo.

- pé e panturrilha menores que o contralateral.

- A tíbia é curta em 89% e o fêmur em 43% das cças com deformidade unilateral acompanhada
de discrepância.

- é necessário exame físico completo para discartar causas neurológicas e sindromicas para a
deformidade.

- avaliar a coluna e fazer exame muscular.

Diagnóstico diferencial
- Ausencia ou hipoplasia da tíbia.
- luxação congÊnita do quadril
- pé torto paralítico (mmc, tumores
intraespinhais, diastematomielia, poliomielite,
tipo distal de atrofia muscular progressiva, PC
e Guillain-Barré).
Sindromes associadas a pé torto.
- artrogripose
- Displasia de Streeter
- nanismo diastrófico
- Freeman-Sheldon
- Larsen
- Sd de Möebius.

Aspectos radiográficos.
- no lactente centro de ossificação do talo, calcâneo, cubóide, e as vezes 3º cuneiforme são
visíveis. Assim como MTT e falanges.

- AP obtida com o pé pressionado contra a placa radiográfica com uma força de dorsiflexão e
rotação externa (coloca subtalar em sua posição mais corrigida).

- Lateral: com o pé em máxima dorsiflexão e eversão e rotação interna.

- Nas duas incidências deve-se medir Talo-calcaneo e talo 1º mtt.

- ultrassonografia pode dx o PTC por volta 16ª a 20ª semana.

- Valores nls:
- no AP = T-C = 20 a 50 graus.
Talo 1º MTT= 0 a -20 graus.
Talo 5º mtt = 0
-no P = TC= 25 a 50 graus
Tibiotalar = 70 a 100 graus
Tibiocalcaneana (dorsiflexão Max) =
25 a 60 graus

Anatomia patológica.
- colo do talus curto e desviado plantar e medialmente com relação ao corpo.

- deformidade vara do calcâneo (situada entre a faceta media e anterior), criando uma
inclinação medial de sua superfície articular na calcaneacuboidea.

- articulação talocalcaneonavicular = acetabulum pedis (Scarpa), pés acetabulum (Sarrafian).


(posteiror do navicular, faceta media e anterior do calcâneo e cabeça do tálus).

- Eixo de rotação parece estar no talocalcâneo interósseo.

- calcâneo tem rotação inferior e interna, resultando num alinhamento paralelo com o tálus
nos planos frontal e sagital.

- parte posterior do calcâneo amarrada a fíbula pelo fibulocalcaneo.

- estruturas retesadas: fascia plantar, músculos plantares curtos, ligamento mola, tendão de
Aquiles, tibial posterior, flexor longo do hálux e flexor longo dos dedos., cápsula posterior do
tnz e subtalar.

- rotação do talus controversa mais recente em estudo por TC = RE.

-navicular e calcâneo desviados medial e


plantar em torno do tálus. Cuboide desviado
medialmente sobre o calcâneo.
- Ângulo de declinação do tálus = eixo
longitudinal da cabeça e o colo com eixo
longitudinal do corpo = nl 150 a 160º. No PTC
= 115º a 135º.
- seio do tarso alargado.
- o talus é o mais alterado dos ossos.
- navicular tem forma normal.
- Torção tibial é normal.
- Tálus inclina-se para fora do encaixe do tnz,
expondo 1/3 a ¼ da sua superfície articular.
- As contraturas dos tecidos moles, na ordem
de importância como obstáculos à redução da
articulação talocalcaneonavicular:
1- ligamento mola.
2-ligamento tibionavicular.
3- parte superior, medial e inferior da
cápsula talo navicular.
4- tibial posterior.
5 –nó mestre de Henry.
6- ligamento calcâneo fibular
7-retináculo fibular superior.
8- ligamento talocalcaneano posterior.
9- cápsula posterior da tíbio talar
10- Aquiles
11-ligamento interosseo
12-FLD.
Classificação
- idiopática: cças nls nos demais aspectos, e não desaparece sem tratamento intensivo.

- postural: desaparece um manipulação ou com um ou 2 aparelhos de gesso.

- neurogênico: observado na mielomeningocele.

- sindrômico observado em crianças com outras anormalidades.

Tratamento.
- Objetivo: pé plantígrado, flexível e indolor.

- tratamento inicial é conservador. (correção total ou parcial para diminuir a cirurgia)

- Padrão de excelência = Ponseti (gesso longo):

- 1º raio é dorsiflexionado (estica fascia plantar e destrava a talonavicular)

- parte anterior do pé abduzida e a parte posterior é evertida pela subtalarem torno do


tálus.

- após correção de todas as deformidades, parte posterior do pé é submetida À


dorsiflexão ao mesmo tempo que evita-se a dorsiflexão anterior do pé.

Tratamento cirúrgicos:

- Turco: incisão medial para liberação postero-medial. Subtalar aberta como um livro.
Acompanhamento: era freqüente valgo do retrope e rotação interna do pé.

- Goldner:premissa é a rotação interna do tálus, exige alongamento do ligamento deltóide. A


aubtalar não é submetida a liberação circunferencial.

-Carrol: necessidade da liberação circunferencial da subtalar, tem que manter ligamento


talocalcaneo interosseo, se possível. Acreditava na rotação externa do tálus.

- Simons: liberação total de subtalar, ligamento talocalcaneointerosseo e calcaneocuboidea.

Há cirurgias tudo ou nada e a La carte.

Incisão : cincinatti e Carroll

-necessidade de outra cirurgia = 5 a 50%,depois da 1ª.


Pos-operatório
-não Cirúrgico: na técnica de Ponseti: após tenotomia colocada bota
gessada com pé 10-15 graus de dorsiflexão e completar gesso ate a coxa
com joelho 90º e deixar por 3 semanas. Ponseti preconiza orteses ou
sapatos adaptados para os pés ou o pé em RE até a idade da marcha e
depois mais 1 ou dois anos de ortese no período noturno.

- Cirúrgico: em geral: tal 2 semanas -> retira sutura -> bota gessada ->
retirar FK com 6 a 8 semanas -> retirar bota com 4meses traçando a cada
4- 6 semanas.

Complicações
- deformidade em cadeira de balanço

- esmagamento do anlage cartilaginoso

- esfacelamento do coxim do calcanhar (incisão de Cincinati)

-varo residual do retropé

-aduto do antepé

-supercorreção

-joanete dorsal (desiquilibrio entre TA e filulares longo e terceiro – 50%).

Você também pode gostar