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Doença displásica da anca

caucasianos (++ norte da Europa)


20% dos partos pélvicos
+++ lado esquerdo!

→ frequentemente associada a outras patologias (displasia congénita do joelho, metatarso varo,


plagiotórax, plagiocefalia, torcicolo congénito)
→ assimetria das pregas, sobretudo das posteriores (pouco fiável)
→ Barlow (translação posterior e rotação interna - luxar a anca; sentimos a cabeça do fémur a
ultrapassar a parede posterior do acetábulo) e Ortolani (quando a anca está luxada, translação
anterior e rotação externa - reduzir a anca luxada; ouvimos um click)
→ Limitação da abdução - abdução na anca esquerda é incompleta
→ Galeazzi - topo de joelhos desalinhados com flexão da coxa e dos joelhos I - anca instável com crepitação
II - anca luxável com as manobras
III - anca luxada

A partir dos 1-3 meses os adutores retraem pelo


que deixamos de conseguir fazer as manobras -
sinais mais importantes neste caso é a limitação da
abdução

Dx
clínico; rastreio obrigatório
se houver FR + clínica positiva = pedir ecografia (pedimos a todos que tiveram apresentação
pélvica)
radiografia > 6 meses → quando começa a ter núcleos de ossificação das cabeças femorais
(antes não conseguimos perceber)
artrografia: contraste na sinovial da anca
apresenta-se em rotação externa
Trendelenburg +, Galleazzi +, dismetria membros
descrita por Graf
linha que vai ao longo da asa do ilíaco e que em circunstâncias normais divide a cavidade +- a
meio

ângulo alfa < 60º = patológico, é diagnóstico de luxação

> 6 meses → núcleos de ossificação → Rx


linha de Shenton - vai ao longo do fémur pelo ramo iliopúbico deve criar uma abóbada perfeita
simétrica
linha Hilgenreiner/ horizontal - pela cartilagem trirradiada da cavidade acetabular
linha Perkins - perpendicular à linha horizontal passando pelo limite externo da cavidade
acetabular
linha amarela - ao longo do teto acetabular; delimita o ângulo do índice acetabular com a linha
azul H; este ângulo deve ter menos de 20/ 22º
núcleos de ossificação têm de estar internamente à linha de Perkins e inferior à linha H

normalmente há também atraso no desenvolvimento dos centros de ossificação femorais

displasia à esquerda
artrografia no bloco

Tratamento
< 6 meses - arnês de Pavlik - durante 6 semanas

fazer mesmo se apenas Barlow + (anca luxável, instável)

manter as ancas fletidas e abduzidas


6-18 meses - redução incruenta e contenção (certo dispositivo); controlo imagiológico
> 18 meses - redução cirúrgica, se Dx tardio (> 18 m) ou se os métodos anteriores falharam
osteotomias

> 6 anos: prognóstico mau

no fémur: osteotomia de varização (limites não são paralelos) - fémur varizou; colocamos o
fragmento ósseo do fémur em forma de cunha acima do acetábulo, na osteotomia do ilíaco
queremos anca redutível e estável

Se Barlow + e Ortolani - (anca luxável) --> experimentar Pavlik 6 semanas

Se o sinal de Ortolani e Barlow forem negativos mas houver limitações da abdução (anca
luxada que não reduz), uma tentativa de resolução com o dispositivo de Pavlic poderá ser
tentada durante cerca de três semanas. Caso não se consiga a redução, o método deve ser
abandonado e substituído por tracção durante duas semanas seguidas de redução sob anestesia
e imobilização em aparelho gessado.
Luxação congénita do joelho

pode ser uma das patologias que acompanha a doença displásica da anca
Artrogripose - contraturas múltiplas em diversas articulações
apresentação pélvica com joelhos esticados

Pé boto

Se o pé puder ser colocado na sua posição


normal apenas com manipulação, trata-se de
um pé equinovaro originado pela posição intra-
uterina e não um verdadeiro pé boto.

atrofia gémeos, fibrose (genéticas)


retropé: pé equino (verticalizado) pé varo (calcâneo e astrágalo sobrepostos); antepé: pé cavo e
aduto
método de Ponseti: manipulação e gessos seriados (semanalmente troca-se) corrige em > 60%
dos casos
ao fim da 6ª semana pode ser necessário fazer tenotomia do tendão de Aquiles (nem em todos os
casos); a partir daí usar bota ortopédica especial
a partir dos 4/ 5 anos aplicar apenas durante a noite; se não responde, é mais velha → cirurgia

Escoliose Congénita
pode estar associada a outras malformações (OA e outras)

hemivértebra (falha na formação);


deformidade vai agravando
20% associado a malformações cardíacas ou renais; pior no plano sagital → ++ alterações
neurológicas
inicialmente é conservador; depois pode ser cirúrgico
manipulações frequentes; gessos seriados - adaptar ao crescimento e evitar patologia
cardiotorácica
é na altura neonatal que mais crescemos

76º → 22º
barras de alongamento ao longo das costelas do lado onde é côncava
podem haver malformações das costelas também (fusão) e assim serem necessárias também
osteotomias

podem ser feitos estes alongamentos de forma eletromagnética


Desvio do eixo dos MI Genum-recurvatum: angulação anterior; pode associar-se
a luxação do joelho no recém-nascido.

varismo > 2 anos = suspeitar!


varo no rn (até acima de 15º)→ normal alinhamento até valgismo exagerado 3-5 anos → caem
porque começam a correr mais e isso leva os pais a procurar o MGF
>6-7 anos mantemos ligeiro valgo (à volta dos 5º) que mantemos até à idade adulta
adulto - com processos artrósicos, o valgismo pode ir para um varo ligeiro - gonartrose
tem que ver com a diferente velocidade de crescimento da cartilagem do joelho
++ distal do fémur e proximal da tíbia - contribuem mais para o crescimento em comprimento do
MI
vs nos MS - cartilagem proximal do úmero e distal dos ossos do antebraço
inicialmente crescem mais rapidamente as internas → vai de varo a valgo
depois são as externas → alinhamento normal

doença de Blount

varo exagerado do lado direito++ mas ambos os lados


afeta a cartilagem de crescimento do lado interno da tíbia (crescimento frenado); provavelmente
de etiologia vascular
raquitismo vitamina D resistente

valgismo exagerado

Pé plano infantil

corrige com hiperextensão da 1ª


flexível - podemos usar calçado para aumentar a arcada plantar interna MTF ou em ponta de dedos

valgo normal em pontas de pés


rígido - inexistência de articulação entre x ossos do pé por existência de barra óssea/ fusão entre
eles (como p.e. na falha da segmentação da coluna); pode ser necessária correção cirúrgica
especialmente quando se torna doloroso ou há incapacidade de usar calçado

cirurgia - horizontalizar o osso


vemos os núcleos de ossificação da tíbia e do perónio
Pé cavo

devemos pedir Rx da coluna, EMG e RM

antepé equino, extensão do 1º raio

traumatismos com sequelas neurológicas


fascia plantar encurtada puxa as duas extremidades do pé

correção da fascia plantar +- osteotomias

ângulo de Meary

calosidade dolorosa
pressão ++ cabeça dos metatarsos
aparece também dedo em martelo

Sinovite

causa + f de dor e claudicação da anca


no período de crescimento

infeção viral respiratória ou GI


ddx com artrite séptica da anca → na qual temos de drenar, lavar e dar ATB
"Anca irritável" - Perthes, sinovite,...
- claudicação
- dor
- limitação rotação interna

Doença de Perthes
10% unilateral
limitação da abdução e rotação interna
rapazes
claudicação
dor genicular referida
dor tipo mecânica

fase 1 - esclerose, aumento da interlinha articular

dor, incapacidade
núcleo esbranquiçado na 1ª imagem = necrose; desvascularização da cartilagem de crescimento
cabeça vai tentar reparar-se: parece crescer → cabeça maior
1: paragem de crescimento - derrame articular e dor 2: fragmentação
3: reossificação 4: remodelação

etiologia tromboembólica (p. C e S)

Mau Px:
envolvimento extenso, sub-luxação e rarefação
metafisária, > 6 anos

pode evoluir para coxartrose

adaptar a nova cabeça à morfologia do


acetábulo por ortóteses em abdução; podem ser necessárias osteotomias
4 anos: bom Px, capacidade de remodelação; 8 anos: mau Px; > 6 anos → cirurgia
Epifisiólise superior do fémur
"deslizamento" através da região hipertrofiada da
cartilagem de crescimento - normalmente a epífise
desliza para baixo e trás

rigidez articular por condrólise (desaparecimento da


interlinha articular), coxa vara, osteoartrose e
epifisiólise contralateral

aguda → 50% risco necrose avascular


fratura que ocorre pela cartilagem de crescimento do fémur; cabeça e pescoço não estão
alinhados
prática desportiva elevada (trauma), hormonais (pré-adolescente em obesos, hipertiroidismo,
alterações da hormona de crescimento)
crónico → dor e desconforto indolente

Trendelenburg+
membro em rot externa
limitação da rotação interna e da abdução

crianças altas/magras ou gordas/baixas

rx posição rã, linha de Klein


o normal é intersetar a cabeça do fémur e não passar tangencialmente (imagem de cima - AP
verdadeiro)
linha que passa entre as 2 extremidades da cartilagem de crescimento e linha que passa pelo
meio do colo são perpendiculares (posição de rã)
rigidez articular por condrólise (desaparecimento da
interlinha articular), coxa vara, osteoartrose e epifisiólise
contralateral

colocar parafuso para fixar e evitar


deslizamento; podemos precisar de corrigir a deformação por artroscopia
osteotomia; reduzir a luxação e
fixar com parafuso; perpendicularidade das linhas (posição rã)

D. Perthes é na anca mas pode dar dor no joelho

++ meninas
alterações morfológicas da rótula em relação às suas facetas articulares (menor angulação -
maior capacidade de luxar; imagens média)
tróclea femoral mais instável
dor a subir e descer escadas; laxidão ligamentar; condromalácia, lesão cartilagínea
mau alinhamento do aparelho extensor:

ângulo Q próximo dos 0º seria o normal

- fortalecimento muscular do aparelho extensor (++ vasto interno - puxa a rótula


internamente e impede luxação externa que é a mais frequente)
- cirurgia de realinhamento

medializar a inserção do tendão rotuliano

Patologia das apófises

rapazes desportistas

inserção tendinosa e não muscular como diz no slide


→ inflamação ou avulsão
1) avulsão da EIAI pela ação de tração do reto femoral
2) tração dos isquiotibiais → se suspeita mas sem Rx clarificador → RM

Sever - calcâneo (tendão de Aquiles), 8-12 anos


Osgood-Schlatter - tuberosidade anterior da tíbia (tendão rotuliano, distal), 11-15 anos
Sinding-Larson-Johannson - proximalmente rótula (tendão rotuliano)

velocidade de crescimento em comprimento do osso é mais rápida do que o crescimento


tendinoso → traciona - avulsão ao nível das placas de crescimento (menos resistência à tração)

Osteocondrite dissecante
15-20 anos

derrames

++ rapazes, ++ joelho (também cotovelo)


vertente externa do côndilo femoral interno é hipovascular → isquémia
sobrecarga mecânica da prática desportiva, saltos frequentes (voleibol, andebol, futebol -
guarda-redes)
rarefação do côndilo
risco: não consolidar e voltar a ter viabilidade
se o fragmento se solta para dentro da articulação: dor, bloqueio

Tx suporte: AINEs, repouso


Risco de se soltar → promover vascularização através de furagens no osso em direção à região
afetada
fixar o segmento e fazer as furanges

tx conservador apenas antes da maturação óssea

fragmento solto → remoção


Torcicolo congénito: #Clavícula:
- fibrose do ECM por isquémia frequente nas crianças, 1/3 médio > 1/3 ext > 1/3 int
- dx tardio 2-3 anos cruzado posterior chega exceto se houver grande descoaptação, exposição, interposição de
tecidos moles, rotura de ligamentos, lesão neurovascular...
- pode resolver com estimulação
ou pode ser precisa cirurgia Luxações são raras pela hiperlaxidão ligamentar exceto a luxação da cabeça do rádio

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