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FRATURAS

 DEFINIÇÃO
 Perda total ou parcial da continuidade de um osso
 CLASSIFICAÇÃO:
 ETIOLOGIA:
 Fraturas traumáticas – traumatismo direto ou indireto
 Fraturas de fadiga ou stress – pequenos traumatismos repetidos
 Fraturas patológicas – osso previamente enfraquecido por doença
 Osteomielites
 Raquitismo
 Pat tumoral
 ANATOMO-PATOLÓGICA:
 Fechadas
 Abertas ou expostas – comunicam com exterior através de solução de continuidade
 Urgência ortopédica
 Emergência se:
 Lesões vasculares com hemorragia significativa
 Lesão nervosa
 Ferida contaminada (terra, estrume, óleo)
 Classificação de Gustillo e Anderson.

 Os esfacelos de grau III nunca devem ser encerrados primariamente


 O desbridamento deve ser efetuado assim que possível (<6h)
 AB largo espectro
 TRAÇO
 transversais; obliquas; espiral; segmentares; cominutivas; encravadas; avulsão e
ramo verde.
 SINAIS CLÍNICOS:
 PROBABILIDADE
 Deformidade visível ou palpável
 Ferimento visível (equimose-contusão)
 Impotência funcional evidente
 Dor – local e dor viva sobre o osso, despertada pela palpação digital
 CERTEZA
 Mobilidade anormal que corresponde ao movimento dos topos
 Crepitações quando se move a parte lesada
 COMPLICAÇÕES:
 INTRÍNSECAS
 Infecção (+++)
 Conduz a atraso de consolidação e pseudartrose
 Atraso de consolidação
 Cicatrização da fratura não evolui segundo os prazos conhecidos
 4-6º mês
 # Colles – consolidação ocorre em 6 semanas
 Pseudartrose
 6º-8º mês
 2 tipos
 Fibrosa
 Espaço fraturário cheio de tecido conjuntivo fibroso denso
 Fraturas bem imobilizadas mas sujeitas a movimentos de
distração
 Falta de calo externo  pseudartrose atrófica
 Rx: ausência de calo e foco de fratura visível; bordos
arredondados e canal medular obliterado
 Tx: correção das situações de instabilidade do foco
 Cartilagínea
 Foco de fratura preenchido por tecido fibrocartilagíneo não
unido
 Resultado de mobilidade excessiva no foco de fratura
 Calo externo tenta rodear a pseudartrose que se forma 
pseudartrose hipertrófica
 Rx: imagem em pata de elefante
 Tx: encurtamento e OS (+ difícil de consolidar)
Causas de pseudartrose
 Mobilidade excessiva dos topos
 Ausência de continuidade entre fragmentos
 Perda de suprimento sanguíneo
 Infeção (osteomielite, necrose extensa dos topos de fratura, fragmento
ósseo morto, osteólise…)
 Consolidação defeituosa/viciosa
 Consolidação da # em posição incorreta com desvio de eixos
 Redução imperfeita
 Contenção insuficiente
 Necrose avascular
 # interrompe a nutrição arterial
 Segmentos ósseos sujeitos a necrose avascular:
 Cabeça do fémur/úmero
 Metade proximal do corpo do escafóide cárpico
 Corpo do astrágalo
 Semilunar
 Rx: 1-3 meses após a # do osso necrosado, perde a estrutura trabecular e
torna-se mais denso; deformidades; artroses
 Dismetrias
 Alterações das dimensões longitudinais do osso
 Consolidação viciosa de fratura com cavalgamento ou angulação dos topos
ósseos
 Perda de substância óssea
 Crianças – tendência ao aumento do comprimento por calo ósseo e
processo de reparativo de estimular o crescimento; aceita-se por isso o
cavalgamento dos topos ósseos
 Alterações do crescimento ósseo
 Fraturas que atingem a cartilagem de crescimento na criança
 Atraso de crescimento (paragem) devido a fraturas da epífise
 Estimulação do crescimento
A placa de crescimento e zona de crescimento longitudinal do osso –
fraturas que surgem quando a placa de crescimento se encontra aberta:
curso depende da zona onde se situa (Classificação de Salter e Harris)
 Artroses

Fraturas epifisárias – Classificação de Salter e Harris

 EXTRÍNSECAS
 Destruição de tecidos moles e órgãos adjacentes
 Lesões de vasos sanguíneos – contratura isquémica de Volkman
 Lesão arterial direta
 Lesão artéria umeral – # supracondilianas úmero na criança
Contratura isquémica de Volkman – retração irreversível em
garra que fixa os dedos por atrofia fibrosa dos músculos do
antebraço. !fazer redução imediata da #
 Lesão artéria poplítea - # tíbia e fémur
 Lesão arterial indireta – Sindr. compartimento
 Lesões nervosas
 Neuropraxia
 Axonotemeses
 Neurotemese
 Lesões tendinosas
 Lesões viscerais
 Síndrome compartimental ou das locas

 Destruição de tecidos e órgãos distantes do local da #


 Choque hipovolémico
 Embolia gorda
 Rara, mas grave
 Etiologia + comum - # de osso longo
 Surge nas 36-72h apos acidente. Nas primeiras 24h surgem
petéquias cutâneas mucosas e conjuntivais na metade sup do tronco
 Sintomas CR
 Rx: infiltrado difuso
 Lab: gordura na urina e expetoração
 Rigidez articular
 Por aderências intra e peri articulares
 Cotovelo, joelho, dedos e mão
 Reabilitação precoce
 Não forçar
 Atrofia óssea de Sudeck
 Algodistrofia ou distrofia pós traumática reflexa
 Osteoporose pós traumática dolorosa
 Punho, mão e pé
 Após retirada de imobilização
 Clínica: dores intensas e incapacitantes; edema, pele lustrosa,
rigidez articular
 Rx: imagem em manchas de pele de zebra ou tigre
 Miosite ossificante
 Lesões articulares graves com descolamento escapular e do
periósteo; fraturas com grandes arrancamentos periósticos
 Hematoma não é reabsorvido e calcifica
 Frequente em lesões em torno do cotovelo
 Tratamento preventivo imediato, não manipular
 DD – osteossarcoma
COLUNA VERTEBRAL

COLUNA VERTEBRAL

I – COLUNA TRAUMÁTICA:

 FRATURAS TORACOLOMBARES
 ETIOLOGIA – traumatismos de alta energia; osteoporose
 ETIOPATOGENIA/MECANISMOS LESIONAIS – compressão explosiva;
distração; fratura luxação
 ESTABILIDADE
Teoria das três colunas de Dennis
 uma coluna atingida – estabilidade
 duas ou mais colunas – instabilidade
 AVALIAÇÃO CLÍNICA:
 Anamnese – dor e sintomas acompanhantes (sensibilidade e força muscular)
 Exame físico – inspeção (equimoses); pontos dolorosos (hematoma) e avaliação
neurológica
 Imagiologia – radiografia coluna toracolombar e TC
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Hérnia discal
 Traumatismo abdominal
 Lombalgia pós-traumática
 TRATAMENTO:
 Prevenir ou minimizar a lesão neurológica
 Fratura estável – tratamento conservador se pequeno desvio (<20º)
 Fratura instável – fixação cirúrgica

 FRATURAS CERVICAIS
 ETIOLOGIA: + frequentes com traumatismos de alta energia; traumatismo durante um
mergulho
 MECANISMOS LESIONAIS – compressão, flexão, extensão e rotação
 muito frequente mecanismos mistos
 compressão vertical menos frequente
 lesões dos tecidos moles, ligamentos e estruturas adjacentes
 AVALIAÇÃO CLÍNICA:
 Anamnese – dor e sintomas acompanhantes
(sensibilidade e força muscular)
 Exame físico – inspeção (tumefações, equimoses,
alterações da postura); pontos dolorosos e avaliação
neurológica
 Imagiologia – radiografia (face e perfil, !C7-T1), TC e RM
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Cervicalgia aguda (hérnia discal cervical)
 Estiramento/contusão cervical
 Fratura T1
 TRATAMENTO:
 ABC
 Imobilização cervical
 Protocolo de prevenção de traumatismo medular
 Metilprednisolona 30 mg/Kg em bólus
 5,4 mg/Kg/h em perfusão continua de 23 horas
 Cirurgia – depende do tipo de fratura:
 Fixação anterior
 Fixação posterior
 Redução e fixação combinada

 CASOS PARTICULARES DE FRATURAS CERVICAIS


 FRATURAS DO ATLAS (Jefferson fracture)
 Fratura explosiva do arco de C1 causada por compressão axial, geralmente sem
compromisso neurológico
 Clínica – dor cervical e exame neurológico normal (mais comum)
 Exames complementares
 Radiografia coluna cervical (F + perfil)
 Incidência translocal
 TC
 Tratamento
 Usualmente conservador
 Tração
 Colar Minerva (3 meses)
 FRATURAS DA ODONTÓIDE – 10-15% de todas as fraturas cervicais
 Diagnóstico
 Causada por uma flexão ou extensão forçada da coluna cervical
 Sintomatologia – pouco específica: cervicalgia e dificuldade em mobilizar o pescoço
 Classificação de Andersen & Alonso e tratamento

Classificação de Andersen & Alonso Tratamento


Tipo I Envolvem a ponta da odontóide Estáveis, ortótese Colar cervical
Tipo II - Idosos – fusão C1-C2
Ocorrem na base da odontóide - Doentes que não toleram cirurgia – ortótese, Halo vest
na transição da apófise com o estabilidade fibrosa, AVD Se peseudartrose –
corpo central do áxis - Jovens estáveis – halo vest fixaçao
- Instáveis – cirurgia
Tipo III Fixação cirúrgica
Atingem o corpo Estáveis, ortótese cervical 6-12 sem
Halo vest

 HANGMAN FRACTURE (espondilolistese traumática)


 Fratura por hiperextensão-distração
 Fratura dos pedículos de C2 com deslizamento da vértebra de C3
 Raramente causa lesão medular
 Tratamento:
 Halo vest
 Fixação
ESCALA DE GRADUAÇÃO ATINGIMENTO DA MEDULA ESPINHAL (ASIA)

Grau A – lesão completa – sem função motora e sensitiva no segmento sagrado de baixo S4-S5

Grau B – lesão incompleta – função sensitiva abaixo do nível neurológico, função motora em S4-S5 e abaixo
nível neurológico

Grau C – lesão incompleta – função motora preservada abaixo do nível neurológico e mais de metade dos
músculos dominantes debaixo do nível neurológico com FM<3

Grau D – lesão incompleta – função motora preservada abaixo do nível neurológico e mais de metade e pelo
menos metade dos grupos musculares importantes abaixo nível neurológico FM>3

Grau E – normal – função sensitiva e motora normais

II – COLUNA NÃO TRAUMÁTICA

 CERVICALGIAS
 DEFINIÇÃO:
 Cervicalgia – dor cervical
 CONSIDERAÇÕES:
 Sintoma comum e causa frequente de consulta em medicina geral e urgência
 Consequência de uma patologia óssea articular e muscular ou combinação de várias
 CAUSAS:
 Agudas
 Aparecimento repentino sem causa aparente
 Crónicas
 Permanecem tempo, com dor de intensidade variável como na cervicartrose,
discopatia cervical e fibromialgia
 Psicossomáticas
 Provocadas por estado de necessidade
 Frequentemente os sintomas referidos não coincidem com o conhecimento
anatómico e fisiológico
 Traumáticas
 Traumatismos diretos ou indiretos
 Avaliação de sinais de alteração vascular e compressão nervosa (!diferenciar
de STC)
 RADICULOPATIA CERVICAL
 Dor neurogénica originada por compressão das raízes nervosas
 Causa:
 Jovens – hérnia discal
 Adultos – hérnia discal, discartrose, espondiloartrose
 PATOLOGIA DEGENERATIVA
 Pode ser causa de dor no pescoço irradiado a um ou aos dois braços e de compressões
medulares
 Cervicalgia ou CERVICOBRAQUIALGIA (dor no braço que segue a localizada na zona do
território de inervação da raiz nervosa comprimida)
 Clínica:
 Sintomatologia
 Cervicalgia e cervicobraquialgia
 Disestesias e parestesias
 Cefaleias
 Por vezes dificuldade em escrever
 Posição antálgica
 Mielopatia cervical (alteração tronco e pernas)
 Exame físico
 Mobilidade cervical dolorosa (rotação axial e extensão podem
desencadear dor)
 Avaliação neurológica de C5-T1
 Exame neurológico

 Exames complementares Diagnóstico: radiografia, TC e RM


 Diagnóstico Diferencial
 Ombro congelado
 Isquémia miocárdica
 STC
 Tendinopatia da coifa dos rotadores
 Síndrome do desfiladeiro torácico
 Tratamento
 Conservador
 AINES
 Miorelaxante
 Analgésico narcótico
 Fisioterapia
 Cirúrgico
 Descompressão
 Prótese disco
 Fusão

 LOMBALGIAS
 Causa mais frequente de dor em consulta de medicina familiar
 TIPO:
 Mecânica (espondiloartrose )
 Inflamatória (espondilite anquilopoiética)
 Neurogênica (hérnia discal)
 CAUSAS:
 Hérnia discal
 Idade
 alterações degenerativas do disco intervertebral
 canal vertebral estreito
 Espondilolistesis
 Espondiloartrose
 Osteoporose
 Fatores psicossomáticos
 Causas abdominais
 Quisto do ovário
 Dismenorreia
 Pancreatite
 Aneurisma aorta
 CLÍNICA:
 Dor na região lombar
 Com ou sem radiação
 Início brusco
 Associado ao levantar de pesos
 Agravado com a manobra de valsalva
 Irradiação membro inferior (ciática)
 AVALIAÇÃO:
 História clínica
 Quando e como começou
 Localização e radiação
 Ritmo
 Fatores posições de alívio agravamento
 Exame físico
 Palpação abdominal
 Palpação local
 Marcha
 Posicionamento
 Manobra de lasègue
 Exame neurológico
 TRATAMENTO:
 Essencial obter um diagnóstico exato sobre a origem da dor e tipo de lombalgia
 Tratamento sintomático
 Analgésico
 Miorrelaxante
 Ansiolítico
 Tratamento da causa

 HÉRNIA DISCAL LOMBAR


 CONSIDERAÇÕES:
 Prolapso ou herniação do núcleo do disco IV no canal vertebral
 Compressão das raízes nervosas ou medula espinhal
 Normalmente ocorrem posterolateralmente
 Atingimento L4-L5 e L5-S1
 Afetam 2 % da população
 ETIOLOGIA:
 Condições de trabalho
 Carregar cargas excessivamente pesadas
 Manutenção de posturas incorretas por muito tempo
 Fadiga muscular
 Halterofilismo, ginastas, tenistas, futebol
 CLÍNICA:
 Lombalgia
 Início abrupto ou insidioso
 Distribuição no território do nervo afetado
 Pode irradiar para a perna e pé – ciática
 Caráter disestésico (formigueiro, adormecimento, choque elétrico
sensação de pele queimada, hipo ou hiperestesia)
 Agrava em pé ao caminhar
 Dificuldade em encontrar posição de conforto (decúbito dorsal com
almofada colocadas sob joelhos fletidos)
 DIAGNÓSTICO:
 História clínica
 Inspecção
 Espasmo lombar marcado
 Atitude escoliótica de defesa
 Diminuição da flexão da coluna
 Exame físico
 Teste de lasègue
 Estiramento do ciático (L5 ou S1)
 Estiramento do nervo femoral (L1-L4)
 Exame neurológico (alterações tardias)
 Imagiologia: radiografia, TC, RM
 EXAME NEUROLÓGICO:
 Disco L3-L4 – raíz L4 (m. tibial anterior); 5% das hérnias
 Disco L4-L5 – raíz de L5 (m. longo extensor do hallux); 67% das hérnias
 Disco L5-S1 – raíz de S1 (m. flexor dos dedos – gastrocnémio); 28% das hérnias
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Osteoartrite da coluna vertebral
 Síndrome da cauda equina
 Estenose da coluna lombar
 Fraturas/colapsos vertebrais (traumatismos ou osteoporose)
 Tumores (meningiomas, neurofibromas)
 Infecções/abcessos vertebrais
 Osteoartrose
 Insuficiência vascular
 TRATAMENTO:
 Médico (conservador)
 Bons hábitos posturais
 Repouso 1-3 dias
 AINES
 Miorelaxantes 7-10 dias
 Fisioterapia
 Corticosteróides orais ou injeção epidural (aliviam a dor apenas nas
primeiras 2 semanas)
 Cirúrgico – discectomia, laminectomia…
 Quando os sintomas persistem para além de 6 semanas
 Episódios recorrentes
 Défice neurológico progressivo

 Cirurgia – discectomia (percutânea ou mini incisão); prótese de disco

 PREVENÇÃO:
 Evitar excesso de peso corporal
 Manter boa postura (em pé, sentado, deitado, a levantar um peso)
 Praticar exercício físico regularmente (andar a pé, bicicleta e nadar)

 CANAL VERTEBRAL ESTREITO


 Estreitamento do canal vertebral (um ou mais níveis)
 Constitucional
 Adquirido (mais frequente)
 Osteoartrose
 Espondilolistese
 Hérnia
 Localizações mais comuns – L3-L4 e L4-L5
 CLÍNICA:
 Normalmente insidiosa
 Claudicação neurogénica
 Varia com a posição
 Extensão da coluna alivia (alargamento)
 Flexão da coluna agrava
 Dor após algum tempo de marcha
 DIAGNÓSTICO:
 Exame físico
 Exame neurológico
 Avaliação da pele
 Avaliação dos pulsos periféricos
 Exame radiológico: radiografia, TC, RM, EMG
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Aneurisma da aorta
 Insuficiência arterial
 Diabetes
 Tumor
 TRATAMENTO:
 Conservador
 AINES
 Atividade física moderada
 Hidroterapia
 Bloqueio de facetas
 Bloqueio epidural
 Cirúrgico
 Laminectomia

 DEFORMIDADES DA COLUNA VERTEBRAL


 ESCOLIOSE
 Classificação
 Localização – alta ou baixa (localização do vértice)
 Pontos de referência
 Vértebras limite – lim proximal e distal da curvatura
 Vértebra apical – vértice da curva
 Vértebras neutras – não pertencem à curvatura
 Vértebra estável – é a primeira vétebra distal à curva cujo centro se
encontra na perpendicular tirada pelo ponto médio da 1ª vértebra
sagrada
 Orientação – convexidade para DTA ou ESQ
 Limites – vértebras envolvidas
 Método de Cobb – traçando linhas retas que prolonguem os topos dos corpos
vertebrais das vértebras limite da curva, essas linhas encontrar-se-ão formando o
ângulo da escoliose

 Radiografia de face
 Avaliar a rotação vertebral (Moe & Nash)
 Corpos vertebrais – faces imaginárias
 Apófises espinhosas – nariz
 Apófises transversas – orelhas
 Pedículos – olhos
 Inclinações laterais permitem
 Definir a curva primária (estruturada e rígida)
 Definir curvas compensadoras (flexíveis)
 Corrigir a curvatura com a inclinação para o lado contrário
 Radiografia de perfil permite
 Observar o alinhamento da coluna no plano sagital
 Verificar a existência de uma cifose aumentada
MEMBRO SUPERIOR

I – CLAVÍCULA

 FRATURAS DA CLAVÍCULA
 EPIDEMIOLOGIA
 3 a 5 porcento de todas as fraturas do adulto
 Frequentes na criança
 Quedas sobre o ombro 80%
 Queda sobre a mão – traumatismo direto
 Cinto de segurança
 DIAGNÓSTICO
 Exame logo regional e do membro superior
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Rotura da longa porção do bícepete braquial
 CLÍNICA – dor, deformidade e mobilidade dos topos ósseos
 TRATAMENTO
 Conservador
 Maior parte das fraturas sem desvio ou com desvio aceitável
 Consolidação: 5-6-semanas
 !Calo vicioso  encurtamento da clavícula
 Técnicas: ligadura suspensora do antebraço, cabestro, cruzado posterior,
ortótese
 Cirúrgico (indicações)
 Complicações neurovasculares
 Fraturas expostas
 Pseudartroses dolorosas
 Grande desvio dos topos ósseos
 Dor intensa
 Fraturas do terço lateral
 Opção pessoal
 MATERIAL DE OSTEOSSÍNTESE – placas e parafusos, cravos elásticos em titânio,
fios metálicos em cromocobalto e aço
A migração dos fios é uma complicação
 Vantagens da Cirurgia
 Restabelecer a anatomia e o comprimento da clavícula
 Mobilização precoce suave
 Inconvenientes da Cirurgia
 Desvascularização
 Desperiosteorização
 Atraso de consolidação
 Cicatriz inestética
 Risco de infecção

 LESÕES ACROMIO-CLAVICULARES (cápsula e ligamentos acromioclaviculares; ligamentos coracoclavicular


conóide e trapezóide) – entorse, subluxação e luxação
 Sinal da tecla – saliência clavicular + dor local provocada por choque direto e queda sobre o
ombro (frequente no desporto)
 IMAGIOLOGIA
 Radiografia – colocar peso nas mãos para baixar o ombro nos casos duvidosos
 TC

LUXAÇÃO ACROMIO-CLAVICULAR – Classificação: 1-6

 Tipo 1 – rutura parcial dos ligamentos acromioclaviculares; ligamentos coraco-


claviculares intactos; estabilidade da clavícula
 Tipo 2 – rutura completa dos ligamentos acromioclaviculares com rutura parcial dos
ligamentos coraco-claviculares; articulação com alguma instabilidade anteroposterior
 Tipo 3 – rutura completa de ambos os complexos ligamentares
 TRATAMENTO
 Imobilização toracobraquial através de ligadura tipo Robert Jones procurando elevar
o braço e baixar o ombro – 6 semanas
 Estadio 3  tratamento cirúrgico
Nos casos crónicos efetua-se excisão da extremidade lateral da clavícula –
cleidectomia

 LESÕES ESTERNO-CLAVICULARES
 Anterior e posterior; mais frequentes – anteriores

II – ESCÁPULA

 FRATURAS DA ESCÁPULA
 Em associação com fratura da clavícula  ombro flutuante
 IMAGIOLOGIA: radiografia, TC
 TRATAMENTO
 Ligadura em Velpeau

III – ÚMERO

 NÍVEIS DE FRATURA DO ÚMERO


 NÍVEL 1 – extremidade proximal
 NÍVEL 2, 3, 4 – diáfise
 NÍVEL 5 – extremidade distal

 FRATURAS DA EXTREMIDADE PROXIMAL DO ÚMERO (nível 1)


 Sem desvio e com desvio
 Com ou sem rutura da coifa dos rotadores
 85% são fraturas sem deslocamento ou com deslocamento mínimo
Fraturas da extremidade proximal do úmero
Sem deslocamento ou com
Tipo A
deslocamento mínimo
Tipo B Colo anatómico
C1 – encravada e angulada
Tipo C Colo cirúrgico C2 – com desvio da diádise
C3 – Cominutiva
D1 – isolada
Tipo D Grande tuberosidade D2 – associada a # do colo
D3-E3 – associada a # do colo e pequena tuberosidade
E1 – isolada
Tipo E Pequena tuberosidade E2 – associada a # do colo
E3-D3 – associada a # do colo e grande tuberosidade
F1 – luxação associada a # do colo
F2 – luxação associada a # da grande tuberosidade
F3 – luxação associada a # da pequena tuberosidade
F4 – luxação associada a # do colo, grande e pequena
Tipo F Fratura-luxação
tuberosidade
F5 – luxação associada a # do colo e pequena tuberosidade
F6 – luxação associada a # do colo, grande e pequena
tuberosidade

 TRATAMENTO:
 Conservador (85% dos casos) – imobilização Velpeau 3 semanas
 Cirúrgico
 Encavilhamento centromedular de Kapandji (fios metálicos: complicação –
migração dos fios) + Velpeau;
 Placas e parafusos;
 Artroplastias totais ou parciais do ombro se # e #-luxações complexas

 SÍNDROME DO ARCO DOLOROSO


 LUXAÇÕES DO OMBRO
 CLASSIFICAÇÃO
 Anteriores
 Posteriores
 Erectas (inferiores)
 COMPLICAÇÕES (pouco frequentes)
 Lesão n. circunflexo
 Lesão do plexo braquial
 Lesão da artéria axilar

LUXAÇÃO ANTERIOR DO OMBRO

 CLÍNICA
 Dor intensa
 Incapacidade em mobilizar o ombro
 Braço:
 Ligeira abdução
 Cotovelo fletido, antebraço em rotação interna
 Acrómio saliente
 Achatamento face externa do ombro
 TRATAMENTO:
 Redução – tração + rotação externa + adução + rotação interna
 + Imobilização (Velpeau) 2-3 semanas + recuperação da função

 FRATURAS DA DIÁFISE DO ÚMERO (nível 2, 3, 4)


 CLÍNICA
 Dor impotência funcional, sinais de fratura, tumefação, deformidade, mobilidade
dos topos ósseos, crepitação óssea
 Importância do exame vasculo-nervoso, arteriografia
 Rx perfil
 TRATAMENTO:
 As fraturas da diáfise umeral não oferecem geralmente grandes dificuldades com o
tratamento ortopédico funcional
 O encurtamento tem pouco significado clínico
 Angulações residuais até 30 graus de varo e 20º de procurvato não originam grandes
alterações funcionais e estéticas

 INDICAÇÕES CIRÚRGICAS
 Politraumatizados que necessitem de cuidados intensivos
 Fraturas bilaterais
 Interposição muscular, fraturas terço médio com traço oblíquo
 Paralisia do nervo radial, suspeita de secção do nervo
 Fraturas do terço proximal com grande abdução e flexo do fragmento
proximal, de difícil controlo da redução dos topos ósseos
 Atrasos de consolidação dolorosa
 Imperativos de ordem profissional que obriguem a reintegração profissional
rápida
Tratamento ortopédico-funcional – OS: fios metálicos, placas e parafusos, placas
bloqueadoras, cavilhas endomedulares (encavilhamento retrógrado e anterógrado);
fixadores externos – osteotáxis (infeção)
 # terço superior e médio – tala em U 5 semanas + braçal até consolidação
 # terço inferior – imobilização braquial ou braqui-antebraquial articulado (5-6
semanas); braquipalmar; Velpeau + tala em U
 COMPLICAÇÕES:
 Deformidades
 Angulações
 Lesão do nervo radial
 Pseudartrose …… enxerto ósseo
 Atraso de consolidação

 FRATURAS DA EXTREMIDADE DISTAL DO ÚMERO (nível 5)

Fraturas da extremidade distal do úmero


A1 – Traço simples
Tipo A Supra condilianas
A2 – Cominutiva
B1 – Traço simples
Tipo B Supra e intercondilianas
B2 – Cominutiva
C1 – Sem desvio
Tipo C Côndilo externo
C2 – Com desvio
D1 – Sem desvio
Tipo D Epicôndilo
D2 – Com desvio
E1 – Sem desvio
Tipo E Côndilo interno
E2 – Com desvio
F1 – Sem desvio
Tipo F Epitróclea
F2 – Com desvio
Tipo G Tangenciais (# epitróclea associadas a # colo do rádio)

 TRATAMENTO:
 Tipo A
 Crianças 8-11 anos
 Comprometimento da fexão e extensão (+) do cotovelo
 Fraturas sem desvio (A1): tratamento conservador – imobilização
braquipalmar 4-5 semanas
 Tipo B
 Fraturas com desvio: redução e fixação (!n. ulnar)
 B2 (cominutivas): prótese total cotovelo
 Tipo C e E
 Sem desvio (C1 e E1): tratamento conservador – imobilização braquipalmar
 Com desvio (C2 e E2): OS
 Tipo D e F
 Sem desvio (D1 e F1): tratamento conservador – imobilização braquipalmar
 Com desvio (D2 e F2): OS
 Tipo G
 Grande fragmento: OS
 Pequeno fragmento: excisão de corpo livre

IV – ANTEBRAÇO

 FRATURAS DA CABEÇA DO RÁDIO

Fraturas da cabeça do rádio


A1 – sem deslocamento
Tipo A Traço simples A2 – deslocamento < 1mm
A3 – deslocamento > 1mm
B1 – sem deslocamento
Tipo B Cominutivas
B2 – com deslocamento

 TRATAMENTO:
 Tipo A: conservador – imobilização braquipalmar 3 semanas
 Tipo B: OS, excisão, prótese?
 Em crianças, tratamento conservador …… cotovelo valgo

 FRATURAS DO COLO DO RÁDIO

Fraturas do colo do rádio


Tipo A Sem deslocamento
Tipo B Deslocamento moderado (báscula <30º)
Tipo C Deslocamento acentuado (báscula <60º)
Tipo D Sem contacto das superfícies de fratura (báscula de 90º)

 TRATAMENTO:
 Tipo A: conservador – imobilização braquipalmar

 FRATURAS DO OLECRÂNEO

Fraturas do olecrâneo
Tipo A Da ponta
Tipo B Da porção média
Tipo C Da base
Tipo D Com fragmento intermediário
Tipo E Olecrâneo-coronóideia
Tipo F Cominutiva
 TRATAMENTO:
 Grande maioria tratamento cirúrgico – evitar artrose
 OS com fios metálicos em banda de tensão
 OS com placa e parafusos

 FRATURA DA APÓFISE CORONÓIDE (inserção distal do m. braquial anterior)

Fraturas apófise coronóide


Tipo A Da ponta
Tipo B Da base

 Associada a luxações cotovelo (local de inserção do m. braquial anterior)


 Fraturas complexas, associadas a lesões de tecidos moles, flictenas…
 TRATAMENTO:
 Tipo A: excisão do fragmento, intra-articular
 Tipo B: OS

 LUXAÇÕES DO COTOVELO
 CLASSIFICAÇÃO:
 Anteriores (membro mais longo)
 Posteriores (membro mais curto)
 Laterais
 Divergentes
 Associadas…

 as luxações postero-laterais são mais frequentes, associadas a # rádio, ulna,…

 IMAGIOLOGIA: radiografia, TC
 TRATAMENTO:
 Redução
 Imobilização
 COMPLICAÇÕES:
 Lesões neurovasculares associadas
 Tumefação e síndroma das locas
 Rigidez articular
 Instabilidade crónica por insuficiência do ligamento lateral interno/medial
 Subluxação residual
 Ossificações ectópicas

 FRATURAS DIAFISÁRIAS DOS OSSOS DO ANTEBRAÇO


 NÍVEIS DE FRATURA DOS OSSOS DO ANTEBRAÇO
 NÍVEL 1 – extremidade proximal (articulações, membrana interóssea, curvatura rádio)
 NÍVEL 2, 3, 4 – diáfises
 NÍVEL 5 – extremidade distal
 FRATURAS-LUXAÇÕES DE MONTEGGIA E GALEAZZI
 Fratura de Monteggia
 Fratura do terço proximal da ulna com luxação da cabeça do rádio
 Fratura de Galeazzi
 Fratura da diáfise radial com rutura associada da articulação radio-ulnar distal
 3 vezes mais comum que a # de Monteggia
 !Imagiologia: radiografia do cotovelo e punho
 Tratamento:
 Conservador (imobilização braquipalmar, mini-brace) se fratura isolada
 LESÃO DE ESSEX-LOPRESTI
 # cominutiva da cabeça radial e luxação/disjunção da articulação radio-ulnar distal
com rutura da membrana interóssea (normalmente por compressão violenta – queda
sobre a palma da mão)
 Sequela: osteotomia, encurtamento e prótese
 FRATURAS EM RAMO VERDE EM CRIANÇAS
 COMPLICAÇÕES:
 Síndrome compartimental – síndrome de Volkman: mão em garra por retração
isquémica irreversível dos flexores dos dedos
 Sinostose radioulnar – ossificação da membrana interóssea com perda da prono-
supinação
 Instabilidade radio-ulnar
 Limitação da pronação-supinação – em casos de consolidação viciosa em rotação e/ou
encurtamento do rádio e/ou da ulna
 Artrose do cotovelo e punho

 FRATURAS DA EXTREMIDADE DISTAL DO RÁDIO


 FRATURA DE COLLES
 Fratura em extensão do punho
 Punho em dorso de garfo
 FRATURA DE SMITH
 Fratura em flexão do punho
 TRATAMENTO:
 Sem desvio – imobilização braquipalmar/antebraquipalmar
 Com desvio – redução + imobilização aparelho gessado 3 semanas; eventualmente
fixação cirúrgica

V – MÃO
BACIA

Fraturas e luxações do anel pélvico: mecanismos lesionais, classificação, clínica e princípios gerais do
tratamento.

 FRATURAS E LUXAÇÕES DO ANEL PÉLVICO


 MECANISMOS DE LESÃO
 Traumatismos de alta energia – frequentes nos politraumatizados
 O tipo de lesões do anel pélvico depende da energia e direção das forças
traumáticas:
 os choques laterais provocam afundamento/esmagamento
 os choques antero-posteriores e as forças de cinzelamento causam
deslocações ou aberturas do quadro pélvico, muito instáveis

 Distinguem-se:
 Fraturas do anel pélvico sem envolvimento da articulação da anca
 Fraturas do acetábulo com envolvimento da congruência da anca
 RUTURAS DO ANEL PÉLVICO
 Idoso – quedas banais; # ramos ísquio-púbicos e ileo-púbicos
 Jovem – fraturas de alta energia cinética; a gravidade depende da violência do
traumatismo; a presença de uma fratura do anel pélvico implica a procura de uma
outra lesão traumática a outro nível do anel pélvico (estrutura semirrígida da pelve)

 CLASSIFICAÇÃO DE TILE
 Tile A – lesões estáveis não comprometem a estabilidade pélvica; sem quebra da
continuidade do anel
 Tile B – lesões parcialmente instáveis: existe uma estabilidade rotacional/horizontal
de um ou dos dois ossos ilíacos. Os ligamentos sacroilíacos estão parcialmente
conservados. Estabilidade vertical conservada
 Tile C – lesões instáveis: perda da estabilidade do arco posterior do anel, instabilidade
rotacional/horizontal e vertical. Lesões potencialmente mortais
 # instáveis:
 # ramos ilio e isquipúbico homolteral
 # dupla homolateral
 # Malgaigne
 # Voillemier
 # em asa de cesto

 CLÍNICA
 Estabilidade do anel pélvico avaliada pela palpação (mobilização) das cristas ilíacas,
sínfise púbica e sacro-ilíacas
 Hematoma do escroto ou dos grandes lábios – afastamento dos dois ossos iliacos
que é sinal clínico de hemorragia intrapélvica
 Sangue vivo no meato urinário ou ascensão da próstata ao toque retal – lesão
uretral
 Exame neurológico
 IMAGIOLOGIA
 Radiografia da bacia (frente e incidência oblíqua superior – inlet e oblíqua inferior –
outlet)
 Radiografia do tórax, da coluna cervical mais de perfil++ – politraumatizado
 Imagiologia urológica em caso de hematúria
 TRATAMENTO
 Fratura dos ramos isquiopúbicos e iliopúbico, sem desvio:
 Repouso antálgico durante algumas semanas
 Fraturas-arrancamento nas zonas de inserção muscular:
 Repouso antálgico durante algumas semanas;
 Fixação cirúrgica do fragmento ósseo, excepcional
 OS sacro-ilíaca
 OS lombo-sagrada
 Ortopédico:
 Tração-suspensão cruzada
 Cinta de contenção pélvica
 Prolongado no tempo
 Tx elevada de complicações – trombose venosa, escaras de decúbito
 Deformidades, sequelas
 ATITUDE EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
 Depende da estabilidade óssea do anel e suas complicações
 Pode ser necessário uma reanimação urgente Damage Control
 Damage Control
 Período agudo ou de reanimação (0-3 horas)
 Estabilização das funções vitais
 Descompressão das cavidades
 Cirurgia de emergência para controlo das hemorragias torácica,
abdominal, pélvica ou externa
 Período primário ou de estabilização (3-7 horas)
 Estabilização temporária ou definitiva (Early Total Care) das fraturas
 Estabilização definitiva em doentes politraumatizados estáveis
 Estabilização provisória (osteotáxis) no Damage Control
 Período secundário de regeneração (3-8 dias)
 Período terciário ou de reabilitação (a partir do 8º dia)
 No caso do tratamento das lesões no contexto Damage Control a
fixação definitiva das fraturas deve ser realizada depois da
estabilização psicológica e imunológica do politraumatizado durante
o período secundário ou terciário, depois do 5º dia após o trauma
 COMPLICAÇÕES
 Mortalidade elevada – jovem: 10 a 20% devido as hemorragias
 Lesões orgânicas internas associadas, nos dois últimos tipos (lacerações dos troncos
venosos e arteriais, rotura da bexiga e da uretra, lesões do plexo lombo-sagrado,
lesões viscerais e do envelope cutâneo)
 Infecção secundária
 FRATURAS DO ACETÁBULO
 MECANISMOS DE LESÃO
 Lesões de alta energia cinética, jovens politraumatizados
 Depende da energia e da direcção das forças transmitidas a bacia através do fémur
 Se o traumatismo for exercido sobre o grande trocanter – fratura ou fratura luxação
central do acetábulo
 Se o traumatismo for produzido no sentido do eixo do fémur a cabeça femoral luxa
para trás, para cima ou para a frente segundo a posição da anca na altura do
traumatismo
 As fraturas do acetábulo associadas a luxação posterior da anca são as lesões mais
frequentes (choque do joelho contra o tablier do carro) com a anca em flexão
 Associação com fraturas do anel pélvico

 CLASSIFICAÇÃO – JUDET ET LETOURNEL


 Fraturas do tipo simples – fratura do rebordo posterior, fratura da coluna posterior,
fratura do rebordo anterior, fratura da coluna anterior, fratura transversal
 Fraturas do tipo associadas/complexas – fratura da coluna posterior + rebordo
posterior; fratura transversa + rebordo posterior; fratura em T envolvendo o buraco
obturador; fratura das duas colunas

 CLÍNICA E COMPLICAÇÕES
 Dependem da energia do traumatismo
 Dor na região da anca
 Impotência funcional absoluta do membro inferior
 Posição viciosa do membro
 Complicações articulares
 Perda de congruência articular
 Lesões da cartilagem articular da cabeça femoral com risco elevado de
coxartrose secundária
 Se associada luxação da anca – risco de necrose asséptica da cabeça femoral
 Complicações pélvicas – causadas pelas lesões associadas do anel pélvico
 Lesões nervosas (n. ciático) e vasculares
 Infecção
 Hemorragia
 Tromboembolia
 Morte (politraumatismo: a fratura representa um dos fatores)

 IMAGIOLOGIA
 Radiografia da bacia
 Incidência antero-posterior (frente)
 Incidências oblíquas da articulação coxo-femoral
 Alar – desenha a asa ilíaca, coluna posterior/rebordo anterior
 Obturadora – desenha o acetábulo, coluna anterior/rebordo
posterior
 TC com reconstrução tridimensional (avaliação da fratura em 3 planos – presença de
fragmentos osteocondrais intra-articulares destacados ou livres)
 RM – avaliar soluções da cartilagem articular eventualmente
 Rx e TC são importantes para a planificação pré-operatória
 TRATAMENTO
 A congruência articular determina o tipo de abordagem terapêutica: conservadora
ou cirúrgica
 Tratamento conservador ortopédico:
 Repouso no leito
 Marcha com apoio externo 6 a 8 semanas
 Nos casos com instabilidade da anca é necessário, por vezes, uma tração
esquelética ao nível dos côndilos femorais
 Tratamento cirúrgico
 O mais frequente
 O único com a capacidade de restituir a congruência anatómica articular
perdida
 Redução e osteossíntese das fraturas com placa e parafusos
 Prótese total da anca
 A cirurgia deve ser realizada logo após a estabilização hemodinâmica do
traumatizado e uma vez realizado o estudo imagiológico
 Não é uma intervenção urgente (48 de 72 horas) ao contrário a redução da
luxação da anca que é uma urgência e emergência (risco de necrose) sobre
anestesia geral

 COMPLICAÇÕES PÓS-TRATAMENTO
 Necrose do acetábulo (pós-cirurgia – rara!)
 Ossificações peri-articulares
 Necrose asséptica da cabeça do fémur
 Artrose pós-traumática
 Infecção
 Pseudartrose (muito rara!)
 Material de osteossíntese articular

 FRATURAS DA COLUNA SACRO COCCÍGEA


 MECANISMOS DE LESÃO
 As faturas isolados do sacro são raras (traumatismo direto)
 Fraturas do idoso osteoporótico
 Fraturas de fadiga na criança
 Ocorrem frequentemente em traumatismo de alta energia associados a outras
ruturas do anel pélvico
 As fraturas do cóccix são raras – queda ou traumatismo direto

 CLASSIFICAÇÃO
 Sacro
 Faturas do sacro laterais ao buraco sagrado
 Fraturas do buraco sagrado – transforaminais
 Fraturas mediais ao buraco sagrado
 Podem ser:
 Longitudinais
 Transversais
 Em U
 Cóccix
 Traço das fraturas frequentemente transversal com maior ou menor desvio
dos topos ósseos
 CLÍNICA
 FRATURAS DO SACRO
 Dor e equimose na região sagrada
 Dor ao toque retal
 Dor exacerbada pela manobra de Valsalva e pela posição de sentado que
pode ser impossível
 Exame neurológico cuidadoso
 Considerar o quadro clínico de outras fraturas do anel pélvico associadas
 FRATURAS DO CÓCCIX
 Dor na região coccígea
 Dificuldades impossibilidade em sentar-se
 O toque retal desperta dor
 Pesquisa de mobilidade entre os estados da fratura

 IMAGIOLOGIA
 Radiografia de frente e perfil por vezes de difícil interpretação
 TC – exame mais preciso para avaliar as fraturas do sacro

 COMPLICAÇÕES
 Fraturas do sacro
 Alterações neurológicas – principalmente as mediais e as transforaminais
 Ciatalgia
 Anestesia em sela
 Síndrome da cauda equina por envolvimento do canal sagrado
 Alterações esfincterianas
 Disfunção sexual
 Dor crónica devido a artrite da articulação sacro-ilíaca
 Distocia na mulher
 Perfurações do reto
 Pseudartrose
 Fratura do cóccix
 Dores residuais persistentes (coccigodinia)
 Distocias – raras

 TRATAMENTO
 Fraturas do sacro
 Fraturas isoladas, sem desvios, sem roturas do anel pélvico:
 Repouso até desaparecimento ou alívio da dor
 Fraturas associadas a rotura do anel pélvico ou desvio >1 cm:
 Fixação indireta ou OS (barras sagradas trans ilíacas, parafusos
percutâneos sacro-ilíacos, placas e parafusos, OS em banda de
tensão)
 Persistência do défice neurológico:
 Descompressão foraminal/laminectomia precoce
 A descompressão tardia é muitas vezes acompanhada por fibrose
epidural e um insuficiente resultado funcional
 Fraturas do cóccix
 Repouso antiálgico
 Almofada adequada
 Infiltrações anestésicos locais
 A excisão da parte terminal do cóccix para o tratamento de dor crónica
persistente é uma intervenção raramente usada – avaliar cuidadosamente o
perfil psicológico do doente!
MEMBRO INFERIOR

I – ANCA

 LUXAÇÕES DA ANCA
 EPIDEMIOLOGIA E MECANISMOS DE LESÃO
 Jovens
 Traumatismo de alta energia
 Excepcionais nos doentes osteoporóticas  fratura

 CLASSIFICAÇÃO
 Luxação posterior
 É a mais frequente (85%)  choque axial sobre o fémur com a anca fletida
tablier do automóvel
 Luxação posterio-superior
 Posição da banhista envergonhada – extensão, adução, rotação
interna, encurtamento
 Luxação posterio-inferior
 Flexão, adução, rotação interna
 Luxação anterior
 Luxação obturadora
 Flexão, abdução, rotação externa
 Luxação púbica
 Extensão, abdução, rotação externa

 IMAGIOLOGIA
 Radiografia da bacia no plano frontal – medir os diâmetros das cabeças femorais
 Incidências oblíquas alar e obturadora, eventualmente
 TC – avaliar as faturas associadas ou a presença de um fragmento osteocondral
intra-articular
 RM – despiste de uma necrose asséptica da cabeça do fémur (até aos 3 anos de
evolução)

 TRATAMENTO
 Redução fechada sob anestesia geral com relaxamento muscular (existe uma intensa
contratura muscular não sendo recomendado proceder à redução sem anestesia
geral) e
 Redução aberta se irredutível
 Fragmento ósseo ou tecidos moles entrepostos
 ! Proceder à redução após o diagnóstico ser confirmado e apoiado no exame
radiológico
 Notas importantes:
 Em caso de luxação traumática da anca  procurar uma lesão associada
 Redução emergente (< 6 horas) sob anestesia geral

 COMPLICAÇÕES
 Lesões do n. ciático
 Necrose asséptica da cabeça do fémur
II – COXA

 FRATURAS DO FÉMUR PROXIMAL


 CONSIDERAÇÕES ANATÓMICAS
 Ângulo cervico-diafisário 125º-130º; anteversão (angulação do colo femoral em
relação ao plano frontal) – 10º-20º
 Vascularização do maciço trocantérico: muito rica com anastomoses entre os
sistemas circunflexo anterior e posterior
 Vascularização da cabeça e do colo femoral: menos abundante e sobretudo mais
vulnerável

 EPIDEMIOLOGIA
 Representam as fraturas mais frequentes do membro inferior (cerca de 20% dos
pacientes internados num serviço de ortopedia geral) – problema de saúde pública
 Mais frequentes na mulher (2/1)  doentes idosos e osteoporóticos – traumatismo
de baixa energia, queda no domicílio
 Rara nos doentes jovens e ativos  o traumatismo causal é violento, muitas vezes
um politraumatismo (acidente de viação, desportivo, trabalho)
 Em caso de traumatismo de baixa energia considerar fratura como
patológica (lesão quística, tumores benignos ou malignos)

 MECANISMO DE LESÃO
 Indirecto na maioria dos casos
 Directo sobretudo nos jovem no contexto politraumatismo
 O impacto sobre anatomia vascular determina a fisiopatologia da lesão traumática
fraturas da cabeça femoral

 CLASSIFICAÇÃO
 Fraturas da cabeça femoral
 Fraturas intra-capsulares
 Associadas geralmente a luxação da anca ou fratura do acetábulo
 Risco de necrose avascular da cabeça femoral
 Fraturas do colo do fémur
 Faturas situadas entre a região sub-capital do colo do fémur e a sua base
 Fraturas intra-capsulares
 Fraturas da região trocanteriana
 Faturas extra-capsulares

FRATURAS DA CABEÇA FEMORAL


 Fratura com pequeno fragmento
 Fratura com grande fragmento
 Fratura da cabeça associada a fratura do colo femoral
 Fratura da cabeça associada a fratura acetabular
FRATURAS DO COLO DO FÉMUR
 Sub-capitais
 Transcrevivais
 Basicaervicais

FRATURAS TROCANTÉRICAS
 Pertrocantéricas estáveis
 Pertrocantéricas instáveis

 CLÍNICA
 Impotência funcional absoluta
 Dor inguinal
 Posição viciosa do membro inferior (tripla deformidade)
 Encurtamento
 Adução
 Rotação externa, no caso de uma fratura com desvio – trocantérica

 No caso de uma fratura encravada em valgo (ex. fratura sub-capital do colo femoral)
ou no caso de uma fratura de stress/fadiga o doente pode andar mesmo sem auxílio de
apoio externo

 IMAGIOLOGIA
 Radiografia da bacia (frente) e um perfil da anca (de difícil realização pela dor) são
suficientes em princípio
 Por vezes, radiografia da bacia frente, em rotação interna

 TRATAMENTO
 Objetivos do tratamento:
 Idoso
 Diminuir a duração do período de decúbito para prevenir as
complicações da síndrome de imobilização
 Permitir um avanço e uma recuperação funcional precoces por
forma a conseguir uma autonomia próxima da anterior ao acidente
 Jovem
 Mobilização precoce
 Recuperação das capacidades funcionais ad integrum, sem rigidez
articular nem atrofia das partes moles
 Evitar a necrose avascular da cabeça femoral e a coxartrose

 COMPLICAÇÕES GERAIS
 Decúbito (síndrome de imobilização)
 Risco tromboembólico elevado (tromboprofilaxia desde admissão)
 Infecções pulmonar e urinária
 Escaras localizadas a região sagrada, sacro e calcanhar
 Hipotensão ortostática
 Amiotrofia
 Rigidez articular
 Desmineralização óssea
 Fecalomas
 Infecção urinária
 Depressão
 Descompensação
 Cardiorrespiratória
 Da diabetes
 Da insuficiência renal
 Do etilismo
 Agravamento de uma doença neurológica ou de uma demência
 Perda de autonomia do doente idoso
 Autonomia condicionada pelo estado anterior (psíquico, dependência e
idade)
 Hospitalização durante várias semanas
 Mortalidade
 Após os 80 anos – 20% durante o primeiro ano de evolução pós-operatória
 Uma forma do idoso falecer

 FRATURAS DA DIÁFISE FEMORAL


 CONSIDERAÇÕES ANATÓMICAS
 É o segmento mais resistente do fémur (linha áspera)
 Estende-se desde o pequeno trocanter até ao tubérculo dos adutores
 É uma estrutura bastante vascularizada por múltiplas inserções musculares e por
uma artéria nutritiva principal, ramo da artéria femoral profunda
 O nervo ciático e o nervo femoral estão protegidos por uma espessa massa muscular

 MECANISMO DE LESÃO
 Traumatismos de alta energia
 Perdas sanguíneas importantes 300 cc-2 litros
 Lesões associadas politraumatismo
 Acidentes de viação
 Choque direto/torsão ou ambos (choque do joelho contra o tablier do carro com
anca em flexão)
 Arma de fogo

 Fraturas abertas ou expostas são frequentes

 CLASSIFICAÇÃO
 Traço transversal
 Traço oblíquo
 Com fragmento intermédio
 Multiesquirolosas

 CLÍNICA
 Dor – encurtamento do membro, deformidade. ! Controlar pulso, status neurológico
músculos e pele
 Choque – hipovolémico, por hemorragia
 Risco de síndrome de embolia gorda, doença tromboembólica, lesões pulmonares
(contusão) no contexto de um politraumatizado
 IMAGIOLOGIA
 Radiografia do fémur (frente e perfil) da bacia (risco de fratura do colo femoral e
luxação da anca em associação) e do joelho homolateral
 TRATAMENTO
 Urgência cirúrgica – encavilhamento centromedular sem abrir o foco de fratura
 As placas e parafusos são pouco usados excepto as placas bloqueadas aplicadas por
métodos minimamente invasivos
 Oateotáxis (fixadores externos) está indicado nas fraturas expostas
 Notas importantes:
 O tratamento das fraturas diafisárias do fémur é uma urgência
 Recomenda-se a realização da radiografia da bacia pela frequência de lesões
associadas

 COMPLICAÇÕES
 Comuns às fraturas dos ossos longos:
 Atrasos de consolidação
 Pseudartroses
 Encurtamentos
 Dismetrias
 Deformidades angulares
 (e, neste caso) Aderências do quadricípite que produzem rigidez em
extensão do joelho

III – PERNA

 FRATURAS DO JOELHO (# condiliana, supra-condiliana, prato tibial e patela)


 CARACTERÍSTICA COMUM
 Hemartrose – presença de sangue contido dentro da cavidade articular
 com glóbulos de gordura
 sem glóbulos de gordura
 CLÍNICA
 dor
 impotência funcional
 hemartrose
 avaliação do estado da pele músculo tendinosa vascular nervosa

 CLASSIFICAÇÃO

 TRATAMENTO
 Conservador (até dec 70 – menos morbilidade associada r/c cirúrgico)
 Objetivos:
 Restituir o comprimento
 Aceitável:
 7° de varo/valgo
 Encurtamento entre 1-1,5 cm

 Cirúrgico
 Nos últimos 40 anos a fixação interna foi ganhando progressivamente cada
vez mais adeptos conhecimento das vias de abordagem, devido a um
melhor:
 Conhecimento das vias de abordagem
 Manuseamento dos tecidos moles
 Técnicas anestésicas
 Antibióticos
 Princípios do tratamento cirúrgico:
 Reconstrução anatômica das superfícies articulares
 Reconstrução do alinhamento
 Fixação estável dos côndilos à diáfise femoral
 Reabilitação pós-operatória precoce
 Indicações do tratamento cirúrgico:
 Fraturas intra-articulares
 Doente politraumatizado
 Fratura exposta
 Fratura com lesão vascular
 Fratura associada a lesão ligamentar

 LESÃO VASCULAR
 2 a 3% das fraturas supracondilianas
 Exame clínico cuidadoso e minucioso
 Verificar sinais vitais, pulso arterial, capilar ou alteração motora e/ou
sensitiva
 Arteriografia se:
 Ausência de pulso arterial
 Hematoma de expansão progressiva
 Hemorragia persistente

 TÉCNICA OPERTAÓRIA
 Planeamento pré-operatório
 Escolha correta do implante
 Posicionamento e redução
 Via de abordagem
 Materiais: parafusos, placa angulada placa DCS, placa de neutralização,
encavilhamento retrógrado (DFN), fixadores externos
 TÉCNICAS
 Encavilhamento
 OS com placa, parafusos
 LISS
 MIPO

 FRATURAS EXPOSTAS
 5 a 10% de todas as fraturas supracondilianas
 Frequentemente na zona anterior do joelho podendo atingir o aparelho extensor
 Tratamento de acordo com o princípio das facturas respostas

 FRATURAS DOS PRATOS DA TÍBIA

NOTA: numa estrutura óssea ligamentar em mais de 90%


---- fratura do osso sem rompimento do ligamento
---- rompimento do ligamento sem fratura do osso
 FRATURAS DO PRATO LATERAL DA TÍBIA
Valgo forçado
Problema – n. crural passa junto à cabeça da fíbula
Classificação quanto ao tipo de traço: (SO-HUC)
 A – traço simples (‘Split’)sem desvio
 B – traço simples com desvio
 C – afundamento
 D – traço simples e afundamento
 E – bicondiliana de traço simples
 F – bicondiliana de traço cominutivo
 FRATURAS DO PRATO MEDIAL DA TÍBIA
 Varo forçado
 FRATURAS PROXIMAIS DA TÍBIA
 CLASSIFICAÇÃO AO
 A – Fraturas por avulsão e extra-articulares (metafisárias)
 B e C – Fraturas articulares (fraturas dos pratos de tíbia)
 B – parciais (1 prato)
 C – completas (2 pratos)

 TRATAMENTO
 Restauração da entrelinha
 OS percutânea assistida por artroscopia – técnica de primeira indicação em alguns
tipos de fraturas do prato tibial

 FRATURAS DA PATELA
 MECANISMO DE LESÃO
 Direto
 Possível a extensão ativa do joelho
 Rx sem grande afastamento
 Indireto
 impossível a extensão ativa do joelho
 Rx – traço transversal com grande afastamento

 CLASSIFICAÇÃO SO-HUC
 Tipo A – sem afastamento  tratamento conservador
 Tipo B – com afastamento  sem tratamento conservador; exame
 Tipo C – marginais
 Tipo D – osteocondrais  indicia luxação da patela

 TRATAMENTO
 Conservador – Tipo A
 Cirúrgico
 OS com fios K
 Patelectomia parcial
 Patelectomia total
 OS mais comum – cerclage
 FRATURAS DIAFISÁRIAS DA TÍBIA
Grande parte da tíbia ésubcutânea o que aumenta a probabilidade de fratura exposta. As fraturas
mais frequentes são: maleolares e terço proximal do fêmur

 CLASSIFICAÇÃO
 Mecanismo
 Aberta
 Fechada
 Traço de fratura
 Transversa
 Oblíqua
 Helicoidal
 Cominutiva
 Estado dos tecidos moles

 ETIOPATOGENIA
 Mecanismo direto – impacto, choque
 Mecanismo indireto – torção
 Fadiga
 Segundo local mais frequente de fratura de fadiga a seguir aos metatarsos

 EPIDEMIOLOGIA
 50% – terço distal
 39% – terço médio
 48% – traço oblíquo por traumatismo indireto

 CLÍNICA
 Sintomatologia
 Dor
 Exame físico
 Deformidade
 Equimose
 Impotência funcional
 ! Importante palpar o pulso devido a possibilidade de compressão indireta
dos vasos
 IMAGIOLOGIA – confirma o diagnóstico

 TRATAMENTO
 Imediato
 Redução (evitar lesões vasculares graves)
 Imobilização (talas de madeira e ligadura)
 Controlo de sinais vitais – !pulso periférico
 Conservador – muito raro
 Fratura horizontal ou oblíqua curta sem desvio
 Gesso cruropodálico 3 a 6 semanas
 Polaina funcional 4 a 6 semanas
 Cirúrgico (+++)
 Em caso de:
 Fratura oblíqua longa
 Fratura em cunha
 Fratura cominutiva
 Fratura exposta
 Politraumatizado
 Técnicas e materiais
 Encavilhamento centromedular
 Posicionamento
 Alinhamento rotacional
 Redução indireta
 Placa e parafusos
 Fixadores externos – fraturas expostas, sobretudo de grau 2 e 3,
tratamento provisório até substituição por cavilha ou gesso funcional

 COMPLICAÇÕES
 Imediatas
 Lesão vascular – art tibial anterior
 Síndrome compartimental
 Anterior
 Lateral
 Posterior superficial
 Posterior profundo

Sindrome dos 4 P’s: Pain, Palor (palidez), Paralysis, Pulseness (pode haver
pulso, não há é microcirculação)

Tratamento do síndrome compartimental:


 Retirar imobilização
 Faciotomia

NOTA: o síndrome compartimental ocorre sobretudo no antebraço e tíbia e cursa com a perturbação de
circulação intersticial de uma estrutura funcionando como um garrote interno o aumento do edema causa um
aumento da pressão sendo a pressão intra articular superior à arterial máxima  causa isquemia

 Tardias
 Infecção
 Atraso de consolidação
 Pseudartrose

 FRATURAS DO PILÃO TIBIAL


 ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
 Fracturas extremidade distal da tíbia com ou sem atingimento da extremidade
articular
 Rara
 Alta energia cinética
 Impacto axial
 Queda de altura
 Acidente de viação (motociclo)

 CLASSIFICAÇÃO
 Fratura extra articular
 Fratura articular – sem desvio  tratamento conservador
 Fratura cominutiva

 CLÍNICA
 História clínica
 dor e impotência
 Exame físico
 Edema
 Tecidos moles
 Sinais vitais

 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Fratura bimaleolar
 Fratura do terço distal da tíbia

 TRATAMENTO
 Conservador – raro
 Redução e imobilização com bota gessada
 Cirúrgico
 Osteotaxia
 Redução aberta fixação interna (RAFI)

 FRATURAS DO TORNOZELO
 ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
 Segunda mais frequente – fratura das velhas
 Fraturas que podem atingir a fíbula (maléolo lateral) e a tíbia (maléolo medial)
 Provocada por um movimento de báscula do astrágalo dentro da mortalha do
tornozelo
 Equivalentes de fratura – ruturas ligamentares (A. Canha)

 CLASSIFICAÇÃO
 Tipo A – abaixo da sindesmose
 Tipo B – a nível da sindesmose
 Tipo C – próximo à sindesmose

A sindesmose é o ligamento que assegura o bom estado de saúde da tibiotársica


 Fratura abaixo – não haverá grande problema
 Fratura acima – mau prognóstico

 CLÍNICA
 Exame físico
 Dor
 Tumefação
 Equimose
 Crepitação óssea
 Imagiologia: radiografia de face + perfil

 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Entorse do tornozelo
 Fratura da base do 5º metatársico
 Fratura de Maisonneuve
 Fratura osteocondral

 TRATAMENTO
 Imediato
 Gelo local
 Imobilização com tala gessada
 Definitivo
 Conservador (+++)
 Bota gessada em # estáveis
 Cirúrgico
 Placa e parafusos
 # instáveis
 Fixadores externos – osteotáxis
 # complexas cominutivas
 # expostas
 Tala gessada posterior no tornozelo
 Indicações
 Fratura maleolar estável
 Entorse moderado
 Fratura do tarso/metatarsos
 Utilizar 12 a 15 camadas de gesso

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