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DEFINIÇÃO
Perda total ou parcial da continuidade de um osso
CLASSIFICAÇÃO:
ETIOLOGIA:
Fraturas traumáticas – traumatismo direto ou indireto
Fraturas de fadiga ou stress – pequenos traumatismos repetidos
Fraturas patológicas – osso previamente enfraquecido por doença
Osteomielites
Raquitismo
Pat tumoral
ANATOMO-PATOLÓGICA:
Fechadas
Abertas ou expostas – comunicam com exterior através de solução de continuidade
Urgência ortopédica
Emergência se:
Lesões vasculares com hemorragia significativa
Lesão nervosa
Ferida contaminada (terra, estrume, óleo)
Classificação de Gustillo e Anderson.
EXTRÍNSECAS
Destruição de tecidos moles e órgãos adjacentes
Lesões de vasos sanguíneos – contratura isquémica de Volkman
Lesão arterial direta
Lesão artéria umeral – # supracondilianas úmero na criança
Contratura isquémica de Volkman – retração irreversível em
garra que fixa os dedos por atrofia fibrosa dos músculos do
antebraço. !fazer redução imediata da #
Lesão artéria poplítea - # tíbia e fémur
Lesão arterial indireta – Sindr. compartimento
Lesões nervosas
Neuropraxia
Axonotemeses
Neurotemese
Lesões tendinosas
Lesões viscerais
Síndrome compartimental ou das locas
COLUNA VERTEBRAL
I – COLUNA TRAUMÁTICA:
FRATURAS TORACOLOMBARES
ETIOLOGIA – traumatismos de alta energia; osteoporose
ETIOPATOGENIA/MECANISMOS LESIONAIS – compressão explosiva;
distração; fratura luxação
ESTABILIDADE
Teoria das três colunas de Dennis
uma coluna atingida – estabilidade
duas ou mais colunas – instabilidade
AVALIAÇÃO CLÍNICA:
Anamnese – dor e sintomas acompanhantes (sensibilidade e força muscular)
Exame físico – inspeção (equimoses); pontos dolorosos (hematoma) e avaliação
neurológica
Imagiologia – radiografia coluna toracolombar e TC
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Hérnia discal
Traumatismo abdominal
Lombalgia pós-traumática
TRATAMENTO:
Prevenir ou minimizar a lesão neurológica
Fratura estável – tratamento conservador se pequeno desvio (<20º)
Fratura instável – fixação cirúrgica
FRATURAS CERVICAIS
ETIOLOGIA: + frequentes com traumatismos de alta energia; traumatismo durante um
mergulho
MECANISMOS LESIONAIS – compressão, flexão, extensão e rotação
muito frequente mecanismos mistos
compressão vertical menos frequente
lesões dos tecidos moles, ligamentos e estruturas adjacentes
AVALIAÇÃO CLÍNICA:
Anamnese – dor e sintomas acompanhantes
(sensibilidade e força muscular)
Exame físico – inspeção (tumefações, equimoses,
alterações da postura); pontos dolorosos e avaliação
neurológica
Imagiologia – radiografia (face e perfil, !C7-T1), TC e RM
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Cervicalgia aguda (hérnia discal cervical)
Estiramento/contusão cervical
Fratura T1
TRATAMENTO:
ABC
Imobilização cervical
Protocolo de prevenção de traumatismo medular
Metilprednisolona 30 mg/Kg em bólus
5,4 mg/Kg/h em perfusão continua de 23 horas
Cirurgia – depende do tipo de fratura:
Fixação anterior
Fixação posterior
Redução e fixação combinada
Grau A – lesão completa – sem função motora e sensitiva no segmento sagrado de baixo S4-S5
Grau B – lesão incompleta – função sensitiva abaixo do nível neurológico, função motora em S4-S5 e abaixo
nível neurológico
Grau C – lesão incompleta – função motora preservada abaixo do nível neurológico e mais de metade dos
músculos dominantes debaixo do nível neurológico com FM<3
Grau D – lesão incompleta – função motora preservada abaixo do nível neurológico e mais de metade e pelo
menos metade dos grupos musculares importantes abaixo nível neurológico FM>3
CERVICALGIAS
DEFINIÇÃO:
Cervicalgia – dor cervical
CONSIDERAÇÕES:
Sintoma comum e causa frequente de consulta em medicina geral e urgência
Consequência de uma patologia óssea articular e muscular ou combinação de várias
CAUSAS:
Agudas
Aparecimento repentino sem causa aparente
Crónicas
Permanecem tempo, com dor de intensidade variável como na cervicartrose,
discopatia cervical e fibromialgia
Psicossomáticas
Provocadas por estado de necessidade
Frequentemente os sintomas referidos não coincidem com o conhecimento
anatómico e fisiológico
Traumáticas
Traumatismos diretos ou indiretos
Avaliação de sinais de alteração vascular e compressão nervosa (!diferenciar
de STC)
RADICULOPATIA CERVICAL
Dor neurogénica originada por compressão das raízes nervosas
Causa:
Jovens – hérnia discal
Adultos – hérnia discal, discartrose, espondiloartrose
PATOLOGIA DEGENERATIVA
Pode ser causa de dor no pescoço irradiado a um ou aos dois braços e de compressões
medulares
Cervicalgia ou CERVICOBRAQUIALGIA (dor no braço que segue a localizada na zona do
território de inervação da raiz nervosa comprimida)
Clínica:
Sintomatologia
Cervicalgia e cervicobraquialgia
Disestesias e parestesias
Cefaleias
Por vezes dificuldade em escrever
Posição antálgica
Mielopatia cervical (alteração tronco e pernas)
Exame físico
Mobilidade cervical dolorosa (rotação axial e extensão podem
desencadear dor)
Avaliação neurológica de C5-T1
Exame neurológico
LOMBALGIAS
Causa mais frequente de dor em consulta de medicina familiar
TIPO:
Mecânica (espondiloartrose )
Inflamatória (espondilite anquilopoiética)
Neurogênica (hérnia discal)
CAUSAS:
Hérnia discal
Idade
alterações degenerativas do disco intervertebral
canal vertebral estreito
Espondilolistesis
Espondiloartrose
Osteoporose
Fatores psicossomáticos
Causas abdominais
Quisto do ovário
Dismenorreia
Pancreatite
Aneurisma aorta
CLÍNICA:
Dor na região lombar
Com ou sem radiação
Início brusco
Associado ao levantar de pesos
Agravado com a manobra de valsalva
Irradiação membro inferior (ciática)
AVALIAÇÃO:
História clínica
Quando e como começou
Localização e radiação
Ritmo
Fatores posições de alívio agravamento
Exame físico
Palpação abdominal
Palpação local
Marcha
Posicionamento
Manobra de lasègue
Exame neurológico
TRATAMENTO:
Essencial obter um diagnóstico exato sobre a origem da dor e tipo de lombalgia
Tratamento sintomático
Analgésico
Miorrelaxante
Ansiolítico
Tratamento da causa
PREVENÇÃO:
Evitar excesso de peso corporal
Manter boa postura (em pé, sentado, deitado, a levantar um peso)
Praticar exercício físico regularmente (andar a pé, bicicleta e nadar)
Radiografia de face
Avaliar a rotação vertebral (Moe & Nash)
Corpos vertebrais – faces imaginárias
Apófises espinhosas – nariz
Apófises transversas – orelhas
Pedículos – olhos
Inclinações laterais permitem
Definir a curva primária (estruturada e rígida)
Definir curvas compensadoras (flexíveis)
Corrigir a curvatura com a inclinação para o lado contrário
Radiografia de perfil permite
Observar o alinhamento da coluna no plano sagital
Verificar a existência de uma cifose aumentada
MEMBRO SUPERIOR
I – CLAVÍCULA
FRATURAS DA CLAVÍCULA
EPIDEMIOLOGIA
3 a 5 porcento de todas as fraturas do adulto
Frequentes na criança
Quedas sobre o ombro 80%
Queda sobre a mão – traumatismo direto
Cinto de segurança
DIAGNÓSTICO
Exame logo regional e do membro superior
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Rotura da longa porção do bícepete braquial
CLÍNICA – dor, deformidade e mobilidade dos topos ósseos
TRATAMENTO
Conservador
Maior parte das fraturas sem desvio ou com desvio aceitável
Consolidação: 5-6-semanas
!Calo vicioso encurtamento da clavícula
Técnicas: ligadura suspensora do antebraço, cabestro, cruzado posterior,
ortótese
Cirúrgico (indicações)
Complicações neurovasculares
Fraturas expostas
Pseudartroses dolorosas
Grande desvio dos topos ósseos
Dor intensa
Fraturas do terço lateral
Opção pessoal
MATERIAL DE OSTEOSSÍNTESE – placas e parafusos, cravos elásticos em titânio,
fios metálicos em cromocobalto e aço
A migração dos fios é uma complicação
Vantagens da Cirurgia
Restabelecer a anatomia e o comprimento da clavícula
Mobilização precoce suave
Inconvenientes da Cirurgia
Desvascularização
Desperiosteorização
Atraso de consolidação
Cicatriz inestética
Risco de infecção
LESÕES ESTERNO-CLAVICULARES
Anterior e posterior; mais frequentes – anteriores
II – ESCÁPULA
FRATURAS DA ESCÁPULA
Em associação com fratura da clavícula ombro flutuante
IMAGIOLOGIA: radiografia, TC
TRATAMENTO
Ligadura em Velpeau
III – ÚMERO
TRATAMENTO:
Conservador (85% dos casos) – imobilização Velpeau 3 semanas
Cirúrgico
Encavilhamento centromedular de Kapandji (fios metálicos: complicação –
migração dos fios) + Velpeau;
Placas e parafusos;
Artroplastias totais ou parciais do ombro se # e #-luxações complexas
CLÍNICA
Dor intensa
Incapacidade em mobilizar o ombro
Braço:
Ligeira abdução
Cotovelo fletido, antebraço em rotação interna
Acrómio saliente
Achatamento face externa do ombro
TRATAMENTO:
Redução – tração + rotação externa + adução + rotação interna
+ Imobilização (Velpeau) 2-3 semanas + recuperação da função
INDICAÇÕES CIRÚRGICAS
Politraumatizados que necessitem de cuidados intensivos
Fraturas bilaterais
Interposição muscular, fraturas terço médio com traço oblíquo
Paralisia do nervo radial, suspeita de secção do nervo
Fraturas do terço proximal com grande abdução e flexo do fragmento
proximal, de difícil controlo da redução dos topos ósseos
Atrasos de consolidação dolorosa
Imperativos de ordem profissional que obriguem a reintegração profissional
rápida
Tratamento ortopédico-funcional – OS: fios metálicos, placas e parafusos, placas
bloqueadoras, cavilhas endomedulares (encavilhamento retrógrado e anterógrado);
fixadores externos – osteotáxis (infeção)
# terço superior e médio – tala em U 5 semanas + braçal até consolidação
# terço inferior – imobilização braquial ou braqui-antebraquial articulado (5-6
semanas); braquipalmar; Velpeau + tala em U
COMPLICAÇÕES:
Deformidades
Angulações
Lesão do nervo radial
Pseudartrose …… enxerto ósseo
Atraso de consolidação
TRATAMENTO:
Tipo A
Crianças 8-11 anos
Comprometimento da fexão e extensão (+) do cotovelo
Fraturas sem desvio (A1): tratamento conservador – imobilização
braquipalmar 4-5 semanas
Tipo B
Fraturas com desvio: redução e fixação (!n. ulnar)
B2 (cominutivas): prótese total cotovelo
Tipo C e E
Sem desvio (C1 e E1): tratamento conservador – imobilização braquipalmar
Com desvio (C2 e E2): OS
Tipo D e F
Sem desvio (D1 e F1): tratamento conservador – imobilização braquipalmar
Com desvio (D2 e F2): OS
Tipo G
Grande fragmento: OS
Pequeno fragmento: excisão de corpo livre
IV – ANTEBRAÇO
TRATAMENTO:
Tipo A: conservador – imobilização braquipalmar 3 semanas
Tipo B: OS, excisão, prótese?
Em crianças, tratamento conservador …… cotovelo valgo
TRATAMENTO:
Tipo A: conservador – imobilização braquipalmar
FRATURAS DO OLECRÂNEO
Fraturas do olecrâneo
Tipo A Da ponta
Tipo B Da porção média
Tipo C Da base
Tipo D Com fragmento intermediário
Tipo E Olecrâneo-coronóideia
Tipo F Cominutiva
TRATAMENTO:
Grande maioria tratamento cirúrgico – evitar artrose
OS com fios metálicos em banda de tensão
OS com placa e parafusos
LUXAÇÕES DO COTOVELO
CLASSIFICAÇÃO:
Anteriores (membro mais longo)
Posteriores (membro mais curto)
Laterais
Divergentes
Associadas…
IMAGIOLOGIA: radiografia, TC
TRATAMENTO:
Redução
Imobilização
COMPLICAÇÕES:
Lesões neurovasculares associadas
Tumefação e síndroma das locas
Rigidez articular
Instabilidade crónica por insuficiência do ligamento lateral interno/medial
Subluxação residual
Ossificações ectópicas
V – MÃO
BACIA
Fraturas e luxações do anel pélvico: mecanismos lesionais, classificação, clínica e princípios gerais do
tratamento.
Distinguem-se:
Fraturas do anel pélvico sem envolvimento da articulação da anca
Fraturas do acetábulo com envolvimento da congruência da anca
RUTURAS DO ANEL PÉLVICO
Idoso – quedas banais; # ramos ísquio-púbicos e ileo-púbicos
Jovem – fraturas de alta energia cinética; a gravidade depende da violência do
traumatismo; a presença de uma fratura do anel pélvico implica a procura de uma
outra lesão traumática a outro nível do anel pélvico (estrutura semirrígida da pelve)
CLASSIFICAÇÃO DE TILE
Tile A – lesões estáveis não comprometem a estabilidade pélvica; sem quebra da
continuidade do anel
Tile B – lesões parcialmente instáveis: existe uma estabilidade rotacional/horizontal
de um ou dos dois ossos ilíacos. Os ligamentos sacroilíacos estão parcialmente
conservados. Estabilidade vertical conservada
Tile C – lesões instáveis: perda da estabilidade do arco posterior do anel, instabilidade
rotacional/horizontal e vertical. Lesões potencialmente mortais
# instáveis:
# ramos ilio e isquipúbico homolteral
# dupla homolateral
# Malgaigne
# Voillemier
# em asa de cesto
CLÍNICA
Estabilidade do anel pélvico avaliada pela palpação (mobilização) das cristas ilíacas,
sínfise púbica e sacro-ilíacas
Hematoma do escroto ou dos grandes lábios – afastamento dos dois ossos iliacos
que é sinal clínico de hemorragia intrapélvica
Sangue vivo no meato urinário ou ascensão da próstata ao toque retal – lesão
uretral
Exame neurológico
IMAGIOLOGIA
Radiografia da bacia (frente e incidência oblíqua superior – inlet e oblíqua inferior –
outlet)
Radiografia do tórax, da coluna cervical mais de perfil++ – politraumatizado
Imagiologia urológica em caso de hematúria
TRATAMENTO
Fratura dos ramos isquiopúbicos e iliopúbico, sem desvio:
Repouso antálgico durante algumas semanas
Fraturas-arrancamento nas zonas de inserção muscular:
Repouso antálgico durante algumas semanas;
Fixação cirúrgica do fragmento ósseo, excepcional
OS sacro-ilíaca
OS lombo-sagrada
Ortopédico:
Tração-suspensão cruzada
Cinta de contenção pélvica
Prolongado no tempo
Tx elevada de complicações – trombose venosa, escaras de decúbito
Deformidades, sequelas
ATITUDE EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Depende da estabilidade óssea do anel e suas complicações
Pode ser necessário uma reanimação urgente Damage Control
Damage Control
Período agudo ou de reanimação (0-3 horas)
Estabilização das funções vitais
Descompressão das cavidades
Cirurgia de emergência para controlo das hemorragias torácica,
abdominal, pélvica ou externa
Período primário ou de estabilização (3-7 horas)
Estabilização temporária ou definitiva (Early Total Care) das fraturas
Estabilização definitiva em doentes politraumatizados estáveis
Estabilização provisória (osteotáxis) no Damage Control
Período secundário de regeneração (3-8 dias)
Período terciário ou de reabilitação (a partir do 8º dia)
No caso do tratamento das lesões no contexto Damage Control a
fixação definitiva das fraturas deve ser realizada depois da
estabilização psicológica e imunológica do politraumatizado durante
o período secundário ou terciário, depois do 5º dia após o trauma
COMPLICAÇÕES
Mortalidade elevada – jovem: 10 a 20% devido as hemorragias
Lesões orgânicas internas associadas, nos dois últimos tipos (lacerações dos troncos
venosos e arteriais, rotura da bexiga e da uretra, lesões do plexo lombo-sagrado,
lesões viscerais e do envelope cutâneo)
Infecção secundária
FRATURAS DO ACETÁBULO
MECANISMOS DE LESÃO
Lesões de alta energia cinética, jovens politraumatizados
Depende da energia e da direcção das forças transmitidas a bacia através do fémur
Se o traumatismo for exercido sobre o grande trocanter – fratura ou fratura luxação
central do acetábulo
Se o traumatismo for produzido no sentido do eixo do fémur a cabeça femoral luxa
para trás, para cima ou para a frente segundo a posição da anca na altura do
traumatismo
As fraturas do acetábulo associadas a luxação posterior da anca são as lesões mais
frequentes (choque do joelho contra o tablier do carro) com a anca em flexão
Associação com fraturas do anel pélvico
CLÍNICA E COMPLICAÇÕES
Dependem da energia do traumatismo
Dor na região da anca
Impotência funcional absoluta do membro inferior
Posição viciosa do membro
Complicações articulares
Perda de congruência articular
Lesões da cartilagem articular da cabeça femoral com risco elevado de
coxartrose secundária
Se associada luxação da anca – risco de necrose asséptica da cabeça femoral
Complicações pélvicas – causadas pelas lesões associadas do anel pélvico
Lesões nervosas (n. ciático) e vasculares
Infecção
Hemorragia
Tromboembolia
Morte (politraumatismo: a fratura representa um dos fatores)
IMAGIOLOGIA
Radiografia da bacia
Incidência antero-posterior (frente)
Incidências oblíquas da articulação coxo-femoral
Alar – desenha a asa ilíaca, coluna posterior/rebordo anterior
Obturadora – desenha o acetábulo, coluna anterior/rebordo
posterior
TC com reconstrução tridimensional (avaliação da fratura em 3 planos – presença de
fragmentos osteocondrais intra-articulares destacados ou livres)
RM – avaliar soluções da cartilagem articular eventualmente
Rx e TC são importantes para a planificação pré-operatória
TRATAMENTO
A congruência articular determina o tipo de abordagem terapêutica: conservadora
ou cirúrgica
Tratamento conservador ortopédico:
Repouso no leito
Marcha com apoio externo 6 a 8 semanas
Nos casos com instabilidade da anca é necessário, por vezes, uma tração
esquelética ao nível dos côndilos femorais
Tratamento cirúrgico
O mais frequente
O único com a capacidade de restituir a congruência anatómica articular
perdida
Redução e osteossíntese das fraturas com placa e parafusos
Prótese total da anca
A cirurgia deve ser realizada logo após a estabilização hemodinâmica do
traumatizado e uma vez realizado o estudo imagiológico
Não é uma intervenção urgente (48 de 72 horas) ao contrário a redução da
luxação da anca que é uma urgência e emergência (risco de necrose) sobre
anestesia geral
COMPLICAÇÕES PÓS-TRATAMENTO
Necrose do acetábulo (pós-cirurgia – rara!)
Ossificações peri-articulares
Necrose asséptica da cabeça do fémur
Artrose pós-traumática
Infecção
Pseudartrose (muito rara!)
Material de osteossíntese articular
CLASSIFICAÇÃO
Sacro
Faturas do sacro laterais ao buraco sagrado
Fraturas do buraco sagrado – transforaminais
Fraturas mediais ao buraco sagrado
Podem ser:
Longitudinais
Transversais
Em U
Cóccix
Traço das fraturas frequentemente transversal com maior ou menor desvio
dos topos ósseos
CLÍNICA
FRATURAS DO SACRO
Dor e equimose na região sagrada
Dor ao toque retal
Dor exacerbada pela manobra de Valsalva e pela posição de sentado que
pode ser impossível
Exame neurológico cuidadoso
Considerar o quadro clínico de outras fraturas do anel pélvico associadas
FRATURAS DO CÓCCIX
Dor na região coccígea
Dificuldades impossibilidade em sentar-se
O toque retal desperta dor
Pesquisa de mobilidade entre os estados da fratura
IMAGIOLOGIA
Radiografia de frente e perfil por vezes de difícil interpretação
TC – exame mais preciso para avaliar as fraturas do sacro
COMPLICAÇÕES
Fraturas do sacro
Alterações neurológicas – principalmente as mediais e as transforaminais
Ciatalgia
Anestesia em sela
Síndrome da cauda equina por envolvimento do canal sagrado
Alterações esfincterianas
Disfunção sexual
Dor crónica devido a artrite da articulação sacro-ilíaca
Distocia na mulher
Perfurações do reto
Pseudartrose
Fratura do cóccix
Dores residuais persistentes (coccigodinia)
Distocias – raras
TRATAMENTO
Fraturas do sacro
Fraturas isoladas, sem desvios, sem roturas do anel pélvico:
Repouso até desaparecimento ou alívio da dor
Fraturas associadas a rotura do anel pélvico ou desvio >1 cm:
Fixação indireta ou OS (barras sagradas trans ilíacas, parafusos
percutâneos sacro-ilíacos, placas e parafusos, OS em banda de
tensão)
Persistência do défice neurológico:
Descompressão foraminal/laminectomia precoce
A descompressão tardia é muitas vezes acompanhada por fibrose
epidural e um insuficiente resultado funcional
Fraturas do cóccix
Repouso antiálgico
Almofada adequada
Infiltrações anestésicos locais
A excisão da parte terminal do cóccix para o tratamento de dor crónica
persistente é uma intervenção raramente usada – avaliar cuidadosamente o
perfil psicológico do doente!
MEMBRO INFERIOR
I – ANCA
LUXAÇÕES DA ANCA
EPIDEMIOLOGIA E MECANISMOS DE LESÃO
Jovens
Traumatismo de alta energia
Excepcionais nos doentes osteoporóticas fratura
CLASSIFICAÇÃO
Luxação posterior
É a mais frequente (85%) choque axial sobre o fémur com a anca fletida
tablier do automóvel
Luxação posterio-superior
Posição da banhista envergonhada – extensão, adução, rotação
interna, encurtamento
Luxação posterio-inferior
Flexão, adução, rotação interna
Luxação anterior
Luxação obturadora
Flexão, abdução, rotação externa
Luxação púbica
Extensão, abdução, rotação externa
IMAGIOLOGIA
Radiografia da bacia no plano frontal – medir os diâmetros das cabeças femorais
Incidências oblíquas alar e obturadora, eventualmente
TC – avaliar as faturas associadas ou a presença de um fragmento osteocondral
intra-articular
RM – despiste de uma necrose asséptica da cabeça do fémur (até aos 3 anos de
evolução)
TRATAMENTO
Redução fechada sob anestesia geral com relaxamento muscular (existe uma intensa
contratura muscular não sendo recomendado proceder à redução sem anestesia
geral) e
Redução aberta se irredutível
Fragmento ósseo ou tecidos moles entrepostos
! Proceder à redução após o diagnóstico ser confirmado e apoiado no exame
radiológico
Notas importantes:
Em caso de luxação traumática da anca procurar uma lesão associada
Redução emergente (< 6 horas) sob anestesia geral
COMPLICAÇÕES
Lesões do n. ciático
Necrose asséptica da cabeça do fémur
II – COXA
EPIDEMIOLOGIA
Representam as fraturas mais frequentes do membro inferior (cerca de 20% dos
pacientes internados num serviço de ortopedia geral) – problema de saúde pública
Mais frequentes na mulher (2/1) doentes idosos e osteoporóticos – traumatismo
de baixa energia, queda no domicílio
Rara nos doentes jovens e ativos o traumatismo causal é violento, muitas vezes
um politraumatismo (acidente de viação, desportivo, trabalho)
Em caso de traumatismo de baixa energia considerar fratura como
patológica (lesão quística, tumores benignos ou malignos)
MECANISMO DE LESÃO
Indirecto na maioria dos casos
Directo sobretudo nos jovem no contexto politraumatismo
O impacto sobre anatomia vascular determina a fisiopatologia da lesão traumática
fraturas da cabeça femoral
CLASSIFICAÇÃO
Fraturas da cabeça femoral
Fraturas intra-capsulares
Associadas geralmente a luxação da anca ou fratura do acetábulo
Risco de necrose avascular da cabeça femoral
Fraturas do colo do fémur
Faturas situadas entre a região sub-capital do colo do fémur e a sua base
Fraturas intra-capsulares
Fraturas da região trocanteriana
Faturas extra-capsulares
FRATURAS TROCANTÉRICAS
Pertrocantéricas estáveis
Pertrocantéricas instáveis
CLÍNICA
Impotência funcional absoluta
Dor inguinal
Posição viciosa do membro inferior (tripla deformidade)
Encurtamento
Adução
Rotação externa, no caso de uma fratura com desvio – trocantérica
No caso de uma fratura encravada em valgo (ex. fratura sub-capital do colo femoral)
ou no caso de uma fratura de stress/fadiga o doente pode andar mesmo sem auxílio de
apoio externo
IMAGIOLOGIA
Radiografia da bacia (frente) e um perfil da anca (de difícil realização pela dor) são
suficientes em princípio
Por vezes, radiografia da bacia frente, em rotação interna
TRATAMENTO
Objetivos do tratamento:
Idoso
Diminuir a duração do período de decúbito para prevenir as
complicações da síndrome de imobilização
Permitir um avanço e uma recuperação funcional precoces por
forma a conseguir uma autonomia próxima da anterior ao acidente
Jovem
Mobilização precoce
Recuperação das capacidades funcionais ad integrum, sem rigidez
articular nem atrofia das partes moles
Evitar a necrose avascular da cabeça femoral e a coxartrose
COMPLICAÇÕES GERAIS
Decúbito (síndrome de imobilização)
Risco tromboembólico elevado (tromboprofilaxia desde admissão)
Infecções pulmonar e urinária
Escaras localizadas a região sagrada, sacro e calcanhar
Hipotensão ortostática
Amiotrofia
Rigidez articular
Desmineralização óssea
Fecalomas
Infecção urinária
Depressão
Descompensação
Cardiorrespiratória
Da diabetes
Da insuficiência renal
Do etilismo
Agravamento de uma doença neurológica ou de uma demência
Perda de autonomia do doente idoso
Autonomia condicionada pelo estado anterior (psíquico, dependência e
idade)
Hospitalização durante várias semanas
Mortalidade
Após os 80 anos – 20% durante o primeiro ano de evolução pós-operatória
Uma forma do idoso falecer
MECANISMO DE LESÃO
Traumatismos de alta energia
Perdas sanguíneas importantes 300 cc-2 litros
Lesões associadas politraumatismo
Acidentes de viação
Choque direto/torsão ou ambos (choque do joelho contra o tablier do carro com
anca em flexão)
Arma de fogo
CLASSIFICAÇÃO
Traço transversal
Traço oblíquo
Com fragmento intermédio
Multiesquirolosas
CLÍNICA
Dor – encurtamento do membro, deformidade. ! Controlar pulso, status neurológico
músculos e pele
Choque – hipovolémico, por hemorragia
Risco de síndrome de embolia gorda, doença tromboembólica, lesões pulmonares
(contusão) no contexto de um politraumatizado
IMAGIOLOGIA
Radiografia do fémur (frente e perfil) da bacia (risco de fratura do colo femoral e
luxação da anca em associação) e do joelho homolateral
TRATAMENTO
Urgência cirúrgica – encavilhamento centromedular sem abrir o foco de fratura
As placas e parafusos são pouco usados excepto as placas bloqueadas aplicadas por
métodos minimamente invasivos
Oateotáxis (fixadores externos) está indicado nas fraturas expostas
Notas importantes:
O tratamento das fraturas diafisárias do fémur é uma urgência
Recomenda-se a realização da radiografia da bacia pela frequência de lesões
associadas
COMPLICAÇÕES
Comuns às fraturas dos ossos longos:
Atrasos de consolidação
Pseudartroses
Encurtamentos
Dismetrias
Deformidades angulares
(e, neste caso) Aderências do quadricípite que produzem rigidez em
extensão do joelho
III – PERNA
CLASSIFICAÇÃO
TRATAMENTO
Conservador (até dec 70 – menos morbilidade associada r/c cirúrgico)
Objetivos:
Restituir o comprimento
Aceitável:
7° de varo/valgo
Encurtamento entre 1-1,5 cm
Cirúrgico
Nos últimos 40 anos a fixação interna foi ganhando progressivamente cada
vez mais adeptos conhecimento das vias de abordagem, devido a um
melhor:
Conhecimento das vias de abordagem
Manuseamento dos tecidos moles
Técnicas anestésicas
Antibióticos
Princípios do tratamento cirúrgico:
Reconstrução anatômica das superfícies articulares
Reconstrução do alinhamento
Fixação estável dos côndilos à diáfise femoral
Reabilitação pós-operatória precoce
Indicações do tratamento cirúrgico:
Fraturas intra-articulares
Doente politraumatizado
Fratura exposta
Fratura com lesão vascular
Fratura associada a lesão ligamentar
LESÃO VASCULAR
2 a 3% das fraturas supracondilianas
Exame clínico cuidadoso e minucioso
Verificar sinais vitais, pulso arterial, capilar ou alteração motora e/ou
sensitiva
Arteriografia se:
Ausência de pulso arterial
Hematoma de expansão progressiva
Hemorragia persistente
TÉCNICA OPERTAÓRIA
Planeamento pré-operatório
Escolha correta do implante
Posicionamento e redução
Via de abordagem
Materiais: parafusos, placa angulada placa DCS, placa de neutralização,
encavilhamento retrógrado (DFN), fixadores externos
TÉCNICAS
Encavilhamento
OS com placa, parafusos
LISS
MIPO
FRATURAS EXPOSTAS
5 a 10% de todas as fraturas supracondilianas
Frequentemente na zona anterior do joelho podendo atingir o aparelho extensor
Tratamento de acordo com o princípio das facturas respostas
TRATAMENTO
Restauração da entrelinha
OS percutânea assistida por artroscopia – técnica de primeira indicação em alguns
tipos de fraturas do prato tibial
FRATURAS DA PATELA
MECANISMO DE LESÃO
Direto
Possível a extensão ativa do joelho
Rx sem grande afastamento
Indireto
impossível a extensão ativa do joelho
Rx – traço transversal com grande afastamento
CLASSIFICAÇÃO SO-HUC
Tipo A – sem afastamento tratamento conservador
Tipo B – com afastamento sem tratamento conservador; exame
Tipo C – marginais
Tipo D – osteocondrais indicia luxação da patela
TRATAMENTO
Conservador – Tipo A
Cirúrgico
OS com fios K
Patelectomia parcial
Patelectomia total
OS mais comum – cerclage
FRATURAS DIAFISÁRIAS DA TÍBIA
Grande parte da tíbia ésubcutânea o que aumenta a probabilidade de fratura exposta. As fraturas
mais frequentes são: maleolares e terço proximal do fêmur
CLASSIFICAÇÃO
Mecanismo
Aberta
Fechada
Traço de fratura
Transversa
Oblíqua
Helicoidal
Cominutiva
Estado dos tecidos moles
ETIOPATOGENIA
Mecanismo direto – impacto, choque
Mecanismo indireto – torção
Fadiga
Segundo local mais frequente de fratura de fadiga a seguir aos metatarsos
EPIDEMIOLOGIA
50% – terço distal
39% – terço médio
48% – traço oblíquo por traumatismo indireto
CLÍNICA
Sintomatologia
Dor
Exame físico
Deformidade
Equimose
Impotência funcional
! Importante palpar o pulso devido a possibilidade de compressão indireta
dos vasos
IMAGIOLOGIA – confirma o diagnóstico
TRATAMENTO
Imediato
Redução (evitar lesões vasculares graves)
Imobilização (talas de madeira e ligadura)
Controlo de sinais vitais – !pulso periférico
Conservador – muito raro
Fratura horizontal ou oblíqua curta sem desvio
Gesso cruropodálico 3 a 6 semanas
Polaina funcional 4 a 6 semanas
Cirúrgico (+++)
Em caso de:
Fratura oblíqua longa
Fratura em cunha
Fratura cominutiva
Fratura exposta
Politraumatizado
Técnicas e materiais
Encavilhamento centromedular
Posicionamento
Alinhamento rotacional
Redução indireta
Placa e parafusos
Fixadores externos – fraturas expostas, sobretudo de grau 2 e 3,
tratamento provisório até substituição por cavilha ou gesso funcional
COMPLICAÇÕES
Imediatas
Lesão vascular – art tibial anterior
Síndrome compartimental
Anterior
Lateral
Posterior superficial
Posterior profundo
Sindrome dos 4 P’s: Pain, Palor (palidez), Paralysis, Pulseness (pode haver
pulso, não há é microcirculação)
NOTA: o síndrome compartimental ocorre sobretudo no antebraço e tíbia e cursa com a perturbação de
circulação intersticial de uma estrutura funcionando como um garrote interno o aumento do edema causa um
aumento da pressão sendo a pressão intra articular superior à arterial máxima causa isquemia
Tardias
Infecção
Atraso de consolidação
Pseudartrose
CLASSIFICAÇÃO
Fratura extra articular
Fratura articular – sem desvio tratamento conservador
Fratura cominutiva
CLÍNICA
História clínica
dor e impotência
Exame físico
Edema
Tecidos moles
Sinais vitais
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Fratura bimaleolar
Fratura do terço distal da tíbia
TRATAMENTO
Conservador – raro
Redução e imobilização com bota gessada
Cirúrgico
Osteotaxia
Redução aberta fixação interna (RAFI)
FRATURAS DO TORNOZELO
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
Segunda mais frequente – fratura das velhas
Fraturas que podem atingir a fíbula (maléolo lateral) e a tíbia (maléolo medial)
Provocada por um movimento de báscula do astrágalo dentro da mortalha do
tornozelo
Equivalentes de fratura – ruturas ligamentares (A. Canha)
CLASSIFICAÇÃO
Tipo A – abaixo da sindesmose
Tipo B – a nível da sindesmose
Tipo C – próximo à sindesmose
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Entorse do tornozelo
Fratura da base do 5º metatársico
Fratura de Maisonneuve
Fratura osteocondral
TRATAMENTO
Imediato
Gelo local
Imobilização com tala gessada
Definitivo
Conservador (+++)
Bota gessada em # estáveis
Cirúrgico
Placa e parafusos
# instáveis
Fixadores externos – osteotáxis
# complexas cominutivas
# expostas
Tala gessada posterior no tornozelo
Indicações
Fratura maleolar estável
Entorse moderado
Fratura do tarso/metatarsos
Utilizar 12 a 15 camadas de gesso