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Raio-x
◉ O que é o raio-x?
Forma de radiação eletromagnética, variando pela fonte e comprimento da onda;
Possuem ondas de pequeno comprimento e harmônicas (ondas senoidais)
capaz de penetrar objetos onde a luz visível é refletida ou absorvida;
Utilizados com bastante frequência como auxílio no diagnóstico.
▶ Propriedades:
Não possuem carga e massa e por isso atravessam corpos;
Propagam-se à velocidade da luz e em linha reta;
São invisíveis e não podem ser sentidos;
Não podem ser desviados por campos magnéticos ou elétricos;
Penetram, em algum grau, toda a matéria;
Podem afetar células vivas, causando alterações somáticas e/ou genéticas;
Fazem com que certas substâncias se tornem fluorescentes;
Podem expor emulsões fotográficas;
Podem ionizar átomos.
▶ Aparelho de raio-x:
Os aparelhos se diferem pela quantidade de miliamperagem (mA) e a
kilovoltagem (Kv) que basicamente determinam a qualidade da imagem
radiográfica;
kV: responsável pelo poder de penetração do raio-x, ou seja, quanto mais kV, mais
escura fica a imagem, determinando o contraste. Ajustado conforme a espessura
da estrutura foco a ser radiografado, quanto maior a espessura da estrutura a ser
radiografada, maior o número de kV a ser aplicado; Podem ir de 40 á 100 kV;
mA: responsável pela corrente do tubo, ou seja, pela quantidade de radiação pelo
tempo de exposição (s); Podem ir de 25 á 1000 mA;
Podem ser portáteis ou fixos (possuem maior potencia de Kv e mA).
▶ Componentes do aparelho de raio-x:
Radiolúcido Radioopaco
◉ Nomenclatura radiográfica:
VD: ventro-dorsal (barriga pra cima ➞ feixe de raios incidem no ventre e emerge o
dorso do animal atingindo o filme);
DV: dorso-ventral (barriga pra baixo ➞ feixe de raios incidem no dorso e emerge o
ventre do animal atingindo o filme);
LL: latero-lateral (feixe de raios incide de um lado e emerge o outro);
LD: latero-lateral direito; LE: latero-lateral esquerdo;
VD ou DV + LL = efeito tridimensional;
CrCa: crânio-caudal (usado para membros na região proximal até o carpo/tarso);
CaCr: caudal-cranial (usado para membros na região proximal até o carpo/tarso);
DP: dorso-palmar/plantar (usado para membros a partir do carpo/tarso);
PD: palmo/planto-dorsal (usado para membros a partir do carpo/tarso);
ML: médio-lateral ➞ posição lateral (usado para membros);
LM: latero-medial ➞ posição lateral (usado para membros).
▶ Relembrando:
◉ Posicionamento radiográfico:
CRÂNIO
Avaliação da abóbada
Dorso-ventral craniana e conchas nasais
Avaliação da abóbada
Ventro-dorsal craniana e seios
Ou oblíqua
Latero-lateral
Avaliação do forame magno
inclinada
Dorso-ventral
Ventro-dorsal
Latero-lateral
flexionada
TÓRAX
Dorso-ventral
Ventro-dorsal
Latero-lateral
COLUNA VERTEBRAL
Ventro-dorsal
Latero-lateral
Latero-lateral
inclinado
PELVE
Ventro-dorsal
Latero-lateral
Latero-lateral
inclinado
MEMBROS
Crânio-caudal
Caudo-cranial
Dorso-palmar
Dorso-plantar
Latero-medial
Medio-lateral
Oblíqua
Flexionada
(Skyline)
Osteologia
◉ Relembrando a estrutura e regiões ósseas:
Epífise proximal
Linha fisária
Metáfise proximal
Osteoblasto
(forma o tecido) Córtex
Endósteo
Medula
óssea Diáfise (corpo)
Osteocito
(mantem o tecido) Periósteo
Metáfise distal
Região epifisária Epífise distal
Região metafisária
Osteoclasto
(reabsorve o tecido) Região diafisária
Animal Animal
jovem adulto
◉ Avaliação óssea:
1. Origem da lesão: periósteo, cortical, medular, epífise, metáfise, diáfise ou
articulações;
2. Reação óssea (produção ou destruição): o tecido ósseo quando sofre injúrias
pode reagir com lise ou osteólise (reação destrutiva) visibilizada na radiografia
como áreas radiotransparentes; ou reagir com neoformações ósseas (reações
produtivas) visibilizada na radiografia como áreas com aumento de radiopacidade
ou de forma irregular. Determinam se está ocorrendo uma resposta agressiva ou
não agressiva;
3. Reação articular (lise do osso subcondral): promove a destruição do osso
subcondral (região onde está aderida a cartilagem articular);
4. Reação periosteal: o periósteo pode reagir ao estímulo, apresentando alterações
morfológicas, denominadas como neoformações ósseas.
▶ Tipos de reações periosteais:
A B C D
◉ Classificação
As fraturas são descritas de acordo com:
1. Etiologia
Fraturas traumáticas: ocorre devido a traumas, acidentes, etc.;
Fraturas patológicas: ocorre por doenças subjacentes que enfraquecem os
ossos;
Fraturas por estresse: ocorre comumente em animais atletas e de função, devido
a força constante aplicada, causando microfraturas que se estendem.
2. Extensão da interrupção óssea
Completa: quando envolvem as duas corticais;
Incompleta: quando envolve uma cortical.
Torus/Toro: fratura no lado côncavo
Galho verde: fratura no lado convexo
3. Nº de fragmentos
4. Direção da linha de fratura
Aplica-se as incompletas:
Avulsão: envolvem um tendão ou ligamento que desaloja um fragmento ósseo;
Impactada: encurtamento do osso e podem ser visíveis como uma densidade
focal anormal na trabécula óssea ou em irregularidades no córtex ósseo;
Cominutiva: possuem mais de 2 fragmentos ósseos mas sem a separação de
fragmentos no eixo ósseo.
▶ Exercícios:
◉ Consolidação óssea
Após uma fratura, o organismo tenta repara-la através da consolidação óssea;
1. Vascularização: quando ocorre a lesão, pequenos vasos intraósseos e
subjacentes (periósteo) rompem e sangram, provocando a formação de um
hematoma entre e ao redor das bordas da fratura. Esse hematoma sofre
coagulação e reabsorção da necrose, estimula células inflamatórias, fibroblastos,
condroblastos e/ou osteoblastos, formando coágulos de fibrina e deposição
plaquetária;
2. Formação do calo: se dividem em duas partes, inicialmente forma-se um tecido
que se interpõe aos fragmentos e circunda as bordas, causando um abaulamento
(calo) viscoso, composto por tecido fibrocartilaginosos (processo de fibrogênese,
re-epiteliação e angiogênese), e age como uma "cola" proporcionando certa
resistência e estabilidade, essa estrutura não aparece no raio-x e denomina-se calo
mole;
3. Ossificação: compreende a segunda parte da formação do calo, este denomina-se
calo duro ou ósseo, nesta fase ocorre a reabsorção do calo mole e substituição por
tecido ósseo através da proliferação e diferenciação celular em condrócitos, e os
mesmos se tornam hipertróficos e a matriz extracelular torna-se calcificada,
proprocionando mais resistência e estabilidade, esta estrutura pode ser notada no
raio-x;
4. Reorganização: embora o calo ósseo seja uma estrutura que proporcione uma
estabilidade biomecânica, ele não restaura completamente as propriedades
biomecânicas do osso normal, ocorre novamente um processo dereabsorção,
desta vez para remodelar o calo rígido em uma estrutura com uma cavidade central
medular, ocorrendo por estimulo de neuroreceptores, com reabsorção do calo
pelos osteoclastos, e deposição de osso lamelar pelos osteoblastos.
1 2 3 4
Redução da fratura;
Infecção secundária.
▶ Sinais radiográficos da não consolidação:
Ausência da formação de calo;
Calo exuberante;
Rotação dos segmentos da fratura;
Lise marginal a linha da fratura.
Patologias
◉ Osteomielite
A osteomielite é uma infecção que acomete o osso, podendo ser advinda pelos
vasos sanguíneos, quanto pelo próprio tecido ósseo (casos de trauma com
exposição óssea);
Acomete o esqueleto apendicular;
Podem ser aguda ou crônica.
▶ Etiologia
Bacteriana (+ comum)
Micótica
Protozoários
▶ Sinais clínicos
Febre
Dor
Fístulas (quando traumática) ➜ conexões anormais entre os órgãos
▶ Sinais radiográficos
Aguda:
Proliferação periosteal: ou reação periosteal ➜ tipo variável, podendo ocorrer
a formação de triângulo de Codman;
Lise óssea: redução na quantidade de tecido ósseo normal;
Aumento de volume no subcutâneo.
Crônica:
Esclerose: aumento na formação óssea que resulta em um aumento da
radiopacidade local;
Sequestro ósseo: fragmento de osso necrótico que se separa do osso
vitalizado;
Pode ou não apresentar reação periosteal.
Úmero com áreas de lise óssea (seta) Fratura por avulsão na epífise distal do
e reação periosteal irregular (circulo). rádio (circulo) com presença de fistula
(seta) e aumento de volume em
tecidos moles.
◉ Panosteíte eosinofílica
Ou enostose, é uma doença auto limitante caracterizada pela proliferação e
remodelação do endósteo;
Acomete somente cães, de médio a grande porte, com maior incidência em jovens
(5-18 meses) mas pode cometer idosos raramente, 4x mais comum em machos.
▶ Etiologia
Desconhecida mas é relacionada com fatores genéticos (raça mais comum:
Pastor Alemão).
▶ Causas desencadeadoras
Estresse, anormalidades vasculares transitórias, distúrbios metabólicos, alergias,
hiperestrogenismo, reações auto-imunes (principalmente virais).
▶ Sinais clínicos
Claudicação intermitente sem histórico de trauma;
Dor a palpação;
Desconforto;
Acomete principalmente as regiões metafisárias e diafisárias de ossos longos,
como ulna, úmero, fêmur e tíbia;
Para o diagnóstico é necessário realizar raio-x, mas os sinais podem não estar
presentes nas fases iniciais da doença, devendo o animal suspeito ser radiografado
novamente, após duas ou três semanas.
▶ Sinais radiográficos
Áreas radiopacas (aumento da densidade) e acentuação do padrão trabecular
(osso esponjoso) dentro da cavidade medular, próximas aos forames nutrícios, e
no córtex por espressamento; Podem ser focais ou multifocais;
Proliferação periosteal linear e uniforme.
A. Esquema com úmero com panosteíte, mostra área de maior
radiopacidade na cavidade medular (seta) com espessamento
cortical (1) e margens do periósteo destacadas (2).
1 ▶ Imagens radiográficas:
1 1
1
1 2
2
1/3 proximal
do fêmur
1/3 proximal
do úmero
1/3 distal
1/3 proximal do fêmur
1/3 proximal da tíbia
da ulna
1 ▶ Imagens radiográficas:
1 2