03 - Digestibilidade e Valor Energético Dos Alimentos - Nutrição Animal

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Equipe de trabalho Introdução       
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Infra-estrutura Diversos  fatores  físicos,  químicos  e  biológicos  que  envolvem  o
Fotos ensilagem corpo  do  animal,  exercem  ações  sobre  os  processos  que  vão  desde  a
Pragramação de uso ingestão  do  alimento,  até  a  sua  assimilação  pelas  células  e  também,
do LNA
sobre a energia mínima despendida pelo animal para manter suas funções
Notícias atuais
vitais.  A  energia  resulta  da  interação  de  todos  os  nutrientes.  De  fato,
Pós-Graduação
todos os constituintes orgânicos de um alimento, ou seja, as proteínas, as
Nutrição Ruminantes
gorduras  e  os  carboidratos,  representam  uma  energia  química  de
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constituição potencial a ser utilizada pelo organismo animal, enquanto que
Datas das Avaliações
as  vitaminas,  os  minerais,  representam  os  meios  de  viabilização  desta
Horário de Aulas
energia.  O  que  realmente  ocorre  é  um  processo  de  transferência  de
PROGRAMA DA
DISCIPLINA energia,  isto  é,  a  energia  química  se  transforma  em  energia  mecânica
Resultado das (atividade  muscular)  ou  calórica  (regulação  da  temperatura  corporal),  ou
Avaliações ainda,  passa  de  uma  forma  a  outra  (síntese  de  gordura  a  partir  de
Sitemap carboidratos). Por conseguinte, o valor energético constitui uma base para
expressar o valor nutritivo dos alimentos.
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Para  Curtis  (1983),  fatores  que  afetam  a  eficiência  com  o  qual
animais  convertem  alimentos  em  produtos,  tem  o  maior  efeito  sobre  a
economia  de  produção  animal,  isto  porque,  a  maior  parte  dos  custos  de
produção animal refere­se à alimentação.

        Portanto, a ingestão de alimentos deve ser sempre suficiente
para servirem na produção de energia útil para os processos vitais do
organismo animal e também, para produção. Visto que todos os
constituintes orgânicos podem prestar­se a esta finalidade, o índice
energético proporciona uma base comum para se expressar seu valor
nutritivo.

1. Unidades energéticas

         Todas as formas de energia podem ser convertidas em
calor, por isso, as unidades energéticas usadas para medir as trocas de
energia do organismo são expressas em base de calorias. Convém
salientar que não é somente o calor em si que é utilizado pelo corpo, mas
a energia química contida nos nutrientes.

        As unidades energéticas empregadas nos estudos da energia
são as seguintes:

1.1 ­ Pequena caloria ou caloria
        A abreviatura é cal e corresponde a quantidade de calor
necessária para elevar de 14,5°C a 15,5°C um grama de água.

        Entretanto, como o calor específico da água varia com a
temperatura, a pequena caloria pode ser definida mais precisamente
como o equivalente a 4,186 joules.

1.2 ­ Grande caloria ou quilocaloria

        Que se abrevia Cal (com C maiúsculo), equivale a quantidade
de calor necessário para elevar de 14,5°C a 15,5°C um quilograma de
água. Corresponde, pois a 1.000 pequenas calorias. Para evitar confusões
com a unidade anterior é também chamada quilocaloria, abreviando­se
para kcal.

1.3 – Megacaloria ou terma

        É a unidade equivalente a 1.000 kcal. Portanto, a quantidade
de calor necessária para elevar de 14,5°C a 15,5°C, 1.000 quilos de água.

2. Fontes de energia do alimento

        As várias formas de energia produzidas pelo corpo animal
são originadas da energia química dos alimentos ingeridos. Os animais
precisam desta energia para executar diversas funções (atividade
muscular, regulação da temperatura corporal, síntese de gordura),
inclusive a manutenção da sua própria vida. Ela pode ser expressa da
seguinte forma:

2.1 – Energia bruta (EB)

        A energia bruta, também chamada de calor de combustão de
uma substância, é representada pelo calor proveniente de sua queima até
produzir CO2, H2O e outros gases. A energia bruta constitui o ponto de
partida para a determinação do valor energético dos alimentos.

2.2 – Energia Fecal (EF)

        A energia bruta do alimento não é aproveitada totalmente.
Uma parte se perde através dos produtos eliminados nas fezes. Esta
fração será tanto maior quanto menor for o coeficiente de digestibilidade
da matéria seca deste alimento ou de seus princípios nutritivos. Essa
perda de energia pelas fezes é também oriunda da energia contida na
fração metabólica fecal, isto é, energia desprendida na forma de
descamações, sucos gástricos, etc.

        Segundo Curtis (1983), os ruminantes perdem metade da
energia bruta das forragens na energia fecal. Os não ruminantes só
perdem 20% da energia bruta do concentrado da ração nas fezes. A
energia fecal geralmente sobe como efeito de quedas da temperatura
ambientais.

2.3 – Energia Digestível (ED)

        É também chamada de energia digestível aparente, ou ainda
energia digerida do alimento, representa a energia bruta menos a energia
fecal. A energia digestível pode ser determinada por dois processos: por
diferença entre energia bruta do alimento e das fezes, e aplicando­se os
valores médios do calor de combustão aos nutrientes digestíveis do
alimento.

2.4 – Energia Metabolizável (EM)

         A energia digestível também não é totalmente aproveitada
pelo organismo. Parte dela é perdida através dos gases combustíveis,
sem valor algum, como o metano, formado no organismo pelas
fermentações que ocorrem no rúmen e intestinos. Outra parte da energia
digestível é perdida na urina, através das substâncias que são
nitrogenadas como a uréia, e também, algumas não nitrogenadas, como o
ácido cítrico, cuja energia, portanto, não é aproveitada. O restante da
energia digestível é utilizada pelo organismo e corresponde a energia
metabolizável. Esta seria definida como a diferença entre a energia bruta
e as perdas ocorridas nas fezes, gases e urina.

        Existe uma pequena porção da energia que se libertam pela
transpiração, escamosidade dérmica e pêlos caídos. Se computados,
devem ser subtraídos ao aferir­se a energia metabolizável, mas são tão
pequenas que nenhum erro sensível se comete ao desprezá­las.

Curtis (1983), afirmou que os produtos gasosos da digestão
Translate
contêm em média 6% da energia bruta em ruminantes, e normalmente
menos que 1% em não ruminantes. Ambos tipos de animais perdem
menos que 10% da energia digestível na urina. Energia da urina é menos
afetada pela temperatura ambiental, e é alterada apenas se existir um
aumento no uso de proteína como combustível. Consequentemente, o
valor da energia metabolizável da dieta é aproximadamente 82% do
conteúdo da energia digestível aparente para ruminantes, e
aproximadamente 94% para não ruminantes. Já para Gürtler et al.
(1987), os suínos podem utilizar até 78% da sua energia metabolizável e
nos ruminantes este valor cai para 65%.

         Metabolismo da energia dietética oriunda da energia bruta
depende da digestibilidade aparente. Assim, a energia metabolizável
também pode ser calculada como o produto da digestibilidade aparente da
energia bruta vezes a metabolização da energia digestível aparente. Ela
pode variar de 40% para certos volumosos consumidos pelos ruminantes,
e para mais de 70% para concentrados consumidos por animais não
ruminantes.

        A menos que o ambiente esteja extremamente quente ou
frio, a taxa de produção de calor e a retenção de energia são muito pouco
afetadas pela temperatura ambiental efetiva. Mas, a temperatura pode
influenciar no metabolismo energético, mudando a taxa de consumo de
alimentos e a digestibilidade aparente do alimento ingerido pelo animal.

3. Componentes da produção calórica do animal

        A energia metabolizável é dividida em dois modos: produção
de calor e produtos animais. O incremento calórico tanto de mantença
alimentar como de produção alimentar, junto com a energia líquida para
manutenção, combina para formar a produção calórica do animal. O resto
da energia metabolizável sai em produtos animais.

        Na prática, é difícil separar os três componentes de produção
de calor, quando o animal é alimentado com um nível acima de
manutenção; quer dizer, quando ele é alimentado mais que as exigências
de mantença, com constante conteúdo energético do corpo, e sem
nenhum produto sendo formado. Assim, a produção animal é
normalmente usada, para avaliar a influência da temperatura ambiental
efetiva sobre simplesmente, a divisão da energia metabolizável dentro da
produção calórica e produtos dos animais. Apesar disto, é de princípio
instrutivo considerar, pelo menos teoricamente, os três componentes de
produção calórica, separadamente.

3.1 – Incremento calórico do alimento (ação dinâmico­
específica)

        Nos trabalhos de digestão e absorção dos alimentos, parte
da energia metabolizável é perdida pelo organismo. Quando do consumo
dos alimentos, o animal exerce um trabalho mecânico de preensão,
mastigação regurgitação (ruminantes), evacuação; a atividade das
glândulas é intensificada, bem como a das bactérias no caso dos
ruminantes, produzindo fermentações no trato digestivo. Para todas essas
Translate
funções no organismo em processar e utilizar o alimento necessita de
energia, a qual se manifesta por um desprendimento de calor, chamadas
de incremento calórico ou ação dinâmico­específica.

        Ele representa uma inevitável ineficiência, a menos que o
animal possa usar o calor para ajudar a manter o corpo aquecido em
ambiente fresco ou frio. Portanto, a ação dinâmica específica do
metabolismo representa perdas variáveis de energia, que pode ser
minimizada pelo correto equilíbrio dos minerais, vitaminas e aminoácidos,
bem como pela correta relação energia/proteína. Estimativas quantitativas
de vários componentes do incremento calórico da alimentação deve ser
cuidadosamente interpretadas, porque estes são em troca afetados por
outros numerosos fatores – como a taxa de consumo, estado fisiológico, e
composição da dieta – e assim são altamente variável.

3.1.1 – Calor de fermentação

        É o calor produzido por microorganismos anaeróbicos no
trato digestivo.   O calor produzido no próprio processo de fermentação é
aproximadamente 5% da produção de calor total de um animal ruminante,
verificando­se que oscila de 1,5 a 11% .
        Em ruminantes, a utilização de acetato e butirato produzem
uma elevação considerável na produção de calor. No processamento do
acetato os ruminantes transformam cerca de 68% da energia em calor
produzido. A elevação da produção de calor atinge um máximo 1­2 horas
após a ingestão do alimento pelos ruminantes. Este fato está relacionado
à rápida digestão das substâncias alimentares pelos microorganismos dos
pré­estômagos e à reabsorção rápida de ácidos graxos voláteis (GÜRTLER
et al., 1987).

       

3.1.2 – Calor do processamento de nutriente

        É o calor necessário para: preenção, mastigação, ingestão,
ruminação (nos animais ruminantes), digestão, absorção, movimentos da
ingesta através do trato gastrointestinal, formação e excreção de uréia ou
ácido úrico, e resintese de compostos complexos de mais simples, como
compostos absorvidos.

        O calor que é produzido durante o metabolismo de nutriente,
é absorvido no intestino. Transformações químicas envolvidas em
processos produtivos e reprodutivos não são totalmente eficiente e assim,
elas são acompanhados pela produção de calor, que é um importante
componente do calor do processamento de nutriente.

        Segundo Gürtler et al. (1987), o aumento da produção de
calor em animais durante a digestão e a utilização dos nutrientes dura
cerca de seis horas para os carboidratos e gorduras e até 12 horas para
proteínas. O pico da produção de calor é alcançado já 1­2 horas após a
ingestão de dietas ricas em carboidratos, e 2­3 horas após uma
alimentação rica em proteínas.

3.1.3 – Incremento calórico de certos nutrientes
Translate
        O calor de combustão dos principais nutrientes varia segundo
a sua composição, e mais especificamente de acordo com a relação entre
o oxigênio e os outros elementos. Os valores médios encontrados são os
seguintes: 4,15 kcal/g para os carboidratos, 5,65 kcal/g para as proteínas
e 9,40 kcal/g para as gorduras.

        Como pode ser verificado, as gorduras apresentam um valor
2,25 vezes maior, em média, que os dos carboidratos. Nos carboidratos
somente o carbono é oxidado, pois o oxigênio é apenas suficiente para
formar água com hidrogênio. Já nas gorduras, comparativamente com
menor proporção de oxigênio, tanto o carbono como o hidrogênio são
oxidado. Sabe­se que um grama de hidrogênio produz 4 vezes mais calor
que um grama de carbono. Nas proteínas o carbono e hidrogênio são
oxidados, mas o nitrogênio escapa livremente na forma gasosa, e,
portanto não produz calor.

        Os alimentos, de uma maneira geral, são constituídos
principalmente por carboidratos e proteínas, estando os seus valores em
energia bruta próximos a 4,4 kcal/g da matéria seca. É lógico que fazem
exceção àqueles ricos em lipídios ou minerais.

        Ele é também maior quando dietas estão desbalanceadas em
qualquer nutriente. O incremento calórico depende: da espécie animal,
qualidade da dieta, níveis de ingestão de alimento e desempenho
produtivo.

        Os animais ruminantes possuem um maior incremento
calórico que os não ruminantes. No experimento feito por Armstrong e
Blaxter (1957), citado por Curtis (1983), o incremento calórico (kcal por
100 kcal de energia metabolizável de mantença) dos nutrientes: gordura,
carboidrato e proteína foi de 9, 17 e 26 para suínos respectivamente; 35,
37 e 52 para bovinos respectivamente e; para ovinos 32, 32 54
respectivamente.

        As rações de maior nível calórico são normalmente de maior
custo, no entanto, em certas condições de ambiente, onde temperaturas
altas afetam significativamente o consumo de ração, estas rações
permitem recuperar o ganho de peso permitindo maiores consumos de
energia e outros nutrientes (BERTECHINI, 1991).

        O aumento da densidade calórica das dietas possibilita uma
redução do incremento calórico das rações, favorecendo o consumo de
calorias, principalmente em condições de stress provocado pelo calor.

4. Energia líquida

        Parte da energia metabolizável vai constituir a energia
líquida a qual é realmente aproveitada pelo organismo para diferentes
finalidades: manutenção, crescimento, produções ou trabalho
muscular.      

Existem dois componentes da energia líquida: energia líquida para
mantença do corpo e energia líquida para produção. Apenas a energia
líquida que sobra após toda exigência de mantença fica disponível para
converter em produto animal. Como uma conseqüência, quando o gasto
de mantença é aumentado, a eficiência com que o alimento é convertido
em produto animal, fica reduzida. Translate

4.1 – Energia líquida para mantença

        Seguindo­se ao metabolismo basal, a necessidade energética
imediatamente superior corresponde ao estado de manutenção, ou
mantença, e que se refere a um indivíduo adulto no qual não se exige um
gasto excessivo em termorregulação, nem um gasto ligado à alimentação
anormal, bem como sem apresentar produção. Deve estar
adequadamente saudável, desenvolvendo a atividade normal nas
condições acima descritas. A necessidade energética de manutenção é,
pois, o ponto de partida para aquelas de produção, crescimento (produção
de carne), produção de leite, ovos, lã, etc.

        Aproximadamente 25% das exigências de energia de
mantença do animal suportam as funções vitais do corpo (ex: trabalho
envolvido em atividade física mínima e em atividade cardiovascular,
respiratória, nervosa, excretora, secretora, e processo de resistência à
doença). E o restante, isto é 75% são usadas para a característica de
entropia negativa de vida e manter a temperatura corporal ao nível
normal.

        Qualquer das tensões que um animal apresenta contra stress
ambientais requer gasto adicional de energia. Assim, tensões aumentam
as exigências do animal para energia líquida de mantença. Como
conseqüência, eles reduzem a taxa de produção ou a eficiência de
conversão alimentar, ou ambos. Foi observado por McDowell et al. (1976)
citado por Baccari (1998), que as exigências de manutenção de vacas em
produção aumentam cerca de 30% se as temperaturas ambientais são
elevadas de 26 para 40ºC pelo período de 6 horas por dia. O consumo de
matéria seca diminui cerca de 55% do consumido por vacas mantidas na
zona de termoneutralidade e assim, a produção de leite é reduzida para
valores menores que 50% daquela produzida na zona termoneutra    Em
particular, o calor para aquecimento do corpo em ambiente frio é parte da
exigência de energia líquida para mantença do animal.

4.1.1 – Taxa metabólica basal

        É o resultado da mudança química que acontece nas células
de um animal no jejum e em estado de repouso, usando energia
suficiente para manter atividade celular vital, respiração e circulação.
Para medir o metabolismo basal (taxa metabólica basal), o animal deve
estar em um ambiente termoneutro, em estado pós­absorvitivo, repouso,
mas consciente, imóvel, e sem tensão.

        Logo, o metabolismo basal significa a velocidade de
utilização de energia no organismo durante o repouso absoluto, mas com
o animal acordado.

        Porém, o estado basal raras vezes é obtido com segurança
em animais, porque o estado pós absorvitivo de jejum é difícil de ser
alcançado, além do que o repouso físico, mental e emocional através da
cooperação voluntária do animal requer um período de treinamento.
Mesmo os herbívoros bem treinados, podem não se encontrar nas
condições ideais após jejum pelo período de tempo necessário para
manter uma condição pós­absortiva, por dois ou três dias. Translate

O estado de jejum varia entre as espécies animais de 48 a 144
horas, e segundo Gürtler et al. (1987), este estado em carnívoro é de 12
a 18 horas, em suínos é de 2 a 3 dias e em vacas entre 6 a 10 dias. A
duração relativamente grande até o estabelecimento de um metabolismo
basal em ruminantes está na dependência da presença de nutrientes no
canal gastrintestinal destes animais.

        Diante das condições evidenciadas acima o metabolismo
energético de jejum, também chamado de repouso, é mais
freqüentemente medido em animais. Este se refere à produção de calor
quando o animal esta em repouso, geralmente em decúbito, e difere da
taxa metabólica basal, porque inclui quantias variadas de incremento
calórico, energia usada em processos produtivos e possivelmente energia
usada na regulação da temperatura corporal. A medida é feita antes da
alimentação matinal, sob condições habituais de manejo ou laboratório.

        O metabolismo basal é influenciado pelos seguintes fatores:

a)          Pela idade. Durante o crescimento o metabolismo basal por
quilo de peso corpóreo é maior do que o apresentado por animais adultos.
Este fato está relacionado à grande riqueza de mitocôndrias na
constituição dos tecidos em crescimento.
b)          Pelo sexo. Animais machos apresentam um metabolismo
basal mais elevado do que as fêmeas.

c)          Pelo estado de treinamento. Cavalos de corrida apresentam
um metabolismo basal mais elevado do que animais não treinados. Este
fato está na dependência da elevação do número de mitocôndrias da
musculatura correspondente.              

       

4.1.2 –Tamanho do corpo metabólico

A magnitude do metabolismo basal por quilo de massa corpórea é
dependente do tamanho da espécie animal. O tamanho do corpo
metabólico é igual ao peso corporal (kg) elevado a ¾. Logo, quanto maior
for o animal, menor é o metabolismo energético por quilo de massa
corpórea; o metabolismo energético por metros quadrados de superfície
corpórea é, entretanto, igual.

        A taxa de produção de calor metabólico basal de uma vaca
pesando 600 kg é aproximadamente 380 J/s e a de um rato de 20 g, 0,2
J/s. Considerando a unidade de peso corporal, o mesmo rato produz 10
J/s.kg e a mesma vaca, somente 0,6 J/s.kg, o que significa que cada
unidade de massa corporal do rato é muito mais ativa metabolicamente
quando comparada à da vaca (BAÊTA, 1997).

        A perda de calor por quilo de massa corpórea através da
pele e da respiração aumenta com o aumento do tamanho corpóreo. A
constituição dos diferentes órgãos em mitocôndrias é, em conseqüência,
essencialmente maior em pequenos animais do que naqueles de massa
corpórea consideravelmente maior. Além disso, existe também uma
relação entre a magnitude do metabolismo basal por quilo de peso
corporal e a magnitude do metabolismo protéico.

           
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4.1.3­ Atividade física

        Um animal apresenta atividades físicas além daquelas
envolvidas com a digestão. Ele levanta, caminha, brinca, tenciona seus
músculos, e assim por diante. Todas as tais atividades envolvem com
resistência gravitacional e requerem gasto de energia. Estas atividades
contribuem para o gasto de energia de mantença do animal.

        Quando os animais estão em confinamento, eles reduzem
suas atividades físicas, reduzindo consequentemente as suas necessidades
de energia para mantença. Curtis (1983) observou que ovinos confinados
tiveram uma exigência para mantença de 1.400 kcal de energia
metabolizável por dia, enquanto que aqueles em pastejo necessitam de
2.300 kcal.

        A energia exigida para manutenção inclui um desconto de
10% para atividades, que deveria ser energia suficiente para atividades
normais de vacas em lactação que são alimentadas em baias individuais
ou sistema de drylot (NRC, 2001). Em produção semelhante, bovinos
pastejando gastam mais energia do que animais alimentados em
confinamento porque: 1) a distância entre a sala de ordenha e o pasto é
normalmente grande, quando comparado a distância entre a sala de
ordenha e a maioria das áreas de confinamento; 2) bovinos pastejando
podem ter que caminhar em local inclinado; e 3) bovinos pastejando
gastam mais tempo comendo do que animais alimentados em
confinamento. O aumento nas exigências nutricionais de bovinos
pastejando está em grande parte em função da distância de locomoção,
topografia do pasto e do peso vivo (PV) do animal. Produção de calor
(incremento calórico) aumenta 0,00045 Mcal/kg de PV para cada
quilômetro que a vaca caminha na horizontal (ARC, 1980; Bellows et al.,
1994; Coulon et al., 1998). Porque não existe trabalho sem gasto de
energia, aumentado as exigências devido a atividades físicas é refletido
em aumento na produção de calor que por definição equivale a EL exigida
para manutenção.

4.2 – Energia líquida para produção

        Energia líquida para produção é o mesmo que energia bruta
ou de combustão do produto animal. Isto pode ser estimado de sua
composição orgânica, porque os valores aproximados de combustão para
proteína, carboidrato e gordura são 5.65, 4.15, e 9.45 kcal/gm,
respectivamente.

        É claro que, o corpo não converte energia metabolizável em
energia de produto com 100% de eficiência; a ineficiência aparece como
parte do calor do processamento de nutriente.

        A taxa de produção de calor de um animal é diretamente
proporcional para sua taxa de formação de qualquer produto animal. No
caso de galinhas poedeiras foi estimado por Rostagno et al. (1987) que as
exigências energéticas diminuem ou aumentam em 2 Kcal de energia
metabolizável para cada quilo de peso corporal, para cada 1ºC acima ou
abaixo de 21ºC de temperatura ambiente.

A eficiência de conversão da energia metabólica para o produto
animal varia com o produto. Ele é geralmente aceitado que a energia
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metabolizável é convertida para energia do leite a uma eficiência de 60 a
70%. Consequentemente, para 7 kcal de energia do leite formado, 3 ou 4
kcal do calor acima apresentado como calor do processamento do
nutriente, se deve a ineficiência do uso de energia metabolizável para
produção de leite. Semelhantemente, para crescimento, 40 a 70% da
energia metabolizável é usada eficientemente em mamíferos, 8% em
aves; produção de ovos 85%.

        Energia metabolizável é mais eficientemente usada para
mantença que para produção; aproximadamente 75% de eficiência em
mamíferos e 80 a 90% em aves. Variação nesta eficiência deve­se em
grande parte a variação em calor de fermentação entre rações. Vacas
leiteiras, às vezes, usam grande parte da reserva energética do corpo
para ajudar na produção de leite em certos estágios de lactação, e a
energia do corpo é convertida com mais de 80% de eficiência para
energia do leite.

5. Outras formas de energia

        Os valores dos alimentos, como as exigências energética dos
animais, podem ser expressas também por meio de nutrientes digestíveis
totais (NDT).
        A medida do valor energético dos alimentos e as
correspondentes necessidades dos animais domésticos, aferidas em NDT,
estão restritas hoje para bovinos e, em alguns casos, para suínos, por
apresentar as seguintes falhas:

a) não mede a energia em unidades energética;

b) não considera a perda dos gases por eructação nos ruminantes;

c) não considera o incremento calórico;

d) em alguns alimentos o extrato etéreo contém outros compostos
além de lipídeos;

e) está baseado em valores de combustão fisiológica do cão e do
homem, não sendo adequada sua aplicação a ruminantes;

f) o fator 2,25 para corrigir o valor energético do extrato etéreo é
baseado na relação entre energia bruta dos lipídeos e a energia bruta dos
carboidratos;

g) não se faz correção para valor energético da proteína à
semelhança dos lipídeos porque admite­se que fisiologicamente ela tem
valor energético igual ao dos carboidratos. Em seu lugar tem­se usado o
sistema de calorias.

        Estas perdas decorrentes da digestão e do metabolismo
também não são consideradas na determinação da energia digestível
(ED). Todavia tanto o NDT quanto a energia digestível permitem comparar
alimentos dentro de uma mesma categoria. Ambos superestimam o valor
das forragens de baixa qualidade em relação aos concentrados, pois são
baseados em digestibilidade aparente.

        Fórmulas para cálculo do NDT em %:

                   NDT = PBd + 2,25 EEd + FBd + ENNd
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                   NDT = (PB ing – PB fecal) + 2,25 (EE ing – EE fecal) + (CHT
ing – CHT fecal)

                   NDT = PBd + 2,25 EEd + FDNd + CNFd

                   Alimentos de proteína de origem animal:

NDT = PBd + 2,25 EEd + 0,98 CNF – 7

                   Alimentos de origem vegetal:

NDT = PBd + 2,25 EEd + CNFd + FDNd ­ 7

                   NDT = (ED x 100)/ 4,409

                   ED (Kcal/g de MS) = (EBd x Coef. Digetibilidade da EB)/ 100

                   EM = 0,82 ED

 
 

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