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Princípios da biofísica

cência interdisciplinar que faz uso das teorias da física, assim como seus métodos, para
resolver as questões da biologia. É uma forma de enxergar o ser vivo que ocupa lugar no
espaço e transforma energia e, portanto, consequentemente, existe em um meio que interage
com ele.

O que significam energia e trabalho?

Energia é a medida da habilidade de algo realizar trabalho. Não é uma substância


material. A energia pode ser guardada e medida de várias maneiras.

Embora muitas vezes ouvimos pessoas falando sobre o consumo de energia, esta nunca é
realmente destruída. É apenas transferida de uma forma para outra, realizando trabalho no
processo. Algumas formas de energia são menos úteis para nós do que outras—por exemplo,
energia de aquecimento de baixo nível. É melhor falar sobre o consumo ou extração de
recursos de energia, como carvão, petróleo ou vento, do que o consumo de energia por si só.

Uma bala em movimento possui um Um copo de café quente possui um


montante de energia mensurável; isto é montante mensurável de energia térmica
conhecido como energia cinética. A bala que é adquirida através de um trabalho
ganhou esta energia porque um trabalho feito por um microondas, que em troca
foi aplicado sobre ela com uma carga de consumiu a energia elétrica da rede
pólvora que perdeu algum potencial elétrica.
químico de energia no processo.

como conseguimos energia?

os animais conseguem energia através do metabolismo - alimentação

Os procariontes (bactérias e arqueias) possuem estratégias nutricionais muito mais diversas que
os humanos - isto é, diversas maneiras de obtenção de carbono fixo (moléculas de combustível)
e energia. Algumas espécies consomem material orgânico como plantas e animais mortos.
Outros vivem às custas de compostos inorgânicos das rochas. Uma bactéria, a Thiobacillus
concretivorans, consome ácido sulfúrico capaz de derreter metal!

Modos de nutrição

Todas as formas de vida da terra necessitam de energia e carbono fixado (carbono


incorporado em moléculas orgânicas) para sintetizar as macromoléculas que compõem
suas células. Isso se aplica aos humanos, plantas, fungos, e também às bactérias. Os
organismos vivos podem ser categorizados pelas formas de obtenção de energia e
carbono.
Primeiro vamos categorizar os organismos pelo modo de obtenção do carbono fixado:
Organismos que fixam carbono a partir do dióxido de carbono ou outro composto inorgânico
são chamados de autotróficos.
organismos que obtêm carbono fixado a partir de compostos orgânicos sintetizados por outros
organismos (alimentando-se deles ou de seus produtos) são chamados de heterotróficos.

Agora vamos categorizar organismos pelo modo de obtenção de energia:


Organismos que usam a luz (principalmente do sol) como fonte de energia são chamados de
fototróficos.
Organismos que utilizam compostos químicos como fonte de energia são chamados de
quimiotróficos.

Podemos dividir os procariontes (e outros organismos) em quatro categorias baseadas em suas


fontes de energia e carbono:

Modo de nutrição Fonte de energia Fonte de carbono




autotrófico Luz Dióxido de carbono

heterotrófico Luz Compostos orgânicos


litotróficos Compostos químicos Dióxido de carbono

organotróficos Compostos químicos Componentes orgânicos


Somos mais familiarizados com os seres fotoautotróficos, como as plantas, e quimiotróficos,


como os seres humanos e outros animais. Os procariontes se enquadram nestas duas
categorias, mas também nas duas categorias menos familiares (fotoheterótroficas e
quimioautotróficas), às quais não pertencem a plantas e animais

os organotróficos tem dependencia dos organismos autotróficos para a produção de


compostos orgânicos: carboidratos, lipídeos e proteínas

metabolismo
uma série de reações químicas intrincadas que permitem obter, armazenar e utilizar energia
para realização das funções celulares
as reações cooperam para 4 funções:
1. obter energia química (luz solar ou nutrientes)
2. converter nutrientes-moléculas próprias da célula (precurssores)
3. polimerizar macromoléculas
4. sintetizar e degradar biomoléculas especializadas
taxas metabólicas
taxa metabólica se refere a quão rapidamente combustíveis (tais como açúcares) são
quebrados para manter as células de um organismo funcionando. Há diferenças gerais na taxa
metabólica entre espécies, e as condições ambientais e o nível de atividade de um organismo
individual também afetará sua taxa metabólica.
os animais precisam de alimento como fonte de energia. Mas por que isto acontece?

As moléculas nos alimentos têm energia armazenada em suas ligações químicas. Algumas das
reações metabólicas de seu corpo, como aquelas que integram a respiração celular, extraem
essa energia e capturam parte dela como adenosina trifosfato (ATP). Essa molécula
transportadora de energia pode, por sua vez, ser usada para fornecer energia para outras
reações metabólicas que mantêm suas células funcionando.

As moléculas do alimento são também usadas como blocos


de construção para as estruturas de seu corpo. Por
exemplo, as proteínas de seu alimento são quebradas nas
suas partes componentes (aminoácidos) e podem ser
usadas para construir novas proteínas em suas próprias
células.

Se você come mais que o necessário para reabastecer a energia


que você usa, a energia do alimento pode também ser
armazenada como glicogênio (uma cadeia de moléculas de
glicose ligadas) ou como triglicerídeos (moléculas de gordura)
para uso posterior.

a atividade de extrair energia de moléculas combustíveis e utilizá-la para potencializar


reações celulares não é um processo perfeitamente eficiente. De fato, nenhuma transferência
de energia pode ser perfeitamente eficiente – isto é uma lei da física básica.
Ao contrário, cada vez que a energia sofre uma transformação, parte dela é convertida em
uma forma não utilizada. Nas reações do metabolismo de um animal, muito da energia
armazenada em moléculas energéticas é liberada como calor.

Isso não é necessariamente uma coisa ruim! Alguns animais podem usar (e regular) sua
produção metabólica de calor para manter uma temperatura corporal relativamente
constante. Esses animais, chamados de endotérmicos, incluem mamíferos, tais como seres
humanos, assim como pássaros. Ectotérmicos, por outro lado, são animais que não usam sua
produção metabólica de calor para manter uma temperatura corporal constante. Ao contrário,
sua temperatura corporal muda com a temperatura do ambiente. Lagartos e cobras são
exemplos de ectotérmicos.

A taxa metabólica pode ser medida em joules, calorias, o quilocalorias por unidade de tempo.
Você também pode ver a taxa metabólica expressa como oxigênio consumido (ou dióxido de
carbono produzido) por unidade de tempo. O oxigênio é usado na respiração celular e o
dióxido de carbono é produzido como um subproduto, assim ambas medidas indicam quanto
combustível está sendo queimado.

Vias anabólicas e catabólicas

As vias metabólicas podem ser divididas em duas amplas categorias, com base em seus efeitos.
Fotossíntese, que produz açúcares a partir de moléculas menores, é uma via de "construção" ou
anabólica. Em contraste, a respiração celular quebra o açúcar em moléculas menores e é uma
via de "quebra" ou catabólica.
Vias anabólicas constroem moléculas complexas a partir de moléculas mais simples e
tipicamente precisam de energia. Produzir glicose a partir de dióxido de carbono é um
exemplo. Outros exemplos incluem a síntese de proteínas a partir de aminoácidos ou de
cadeias de DNA a partir de ácido nucleico (nucleotídeos). Esses processos biossintéticos são
críticos para a vida da célula e ocorrem constantemente, usando energia carregada pelo ATP
e outras moléculas de armazenamento de energia de curto prazo.

Vias catabólicas envolvem a quebra de moléculas complexas em moléculas mais simples e


tipicamente liberam energia. A energia armazenada nas ligações dessas moléculas complexas,
como glicose e gorduras, é liberada nas vias catabólicas. Essa energia é, então, armazenada
em formas que podem impulsionar o trabalho das células (como através da síntese de ATP).

respota bioquímica resposta fisiológica

expressão gênica é alterada nos níveis se divide ou para de se dividir


de transcrição, processamento de RNA se diferencia
e tradução induz um programa de auto-suicídio
atividade de enzimas é alterada (morte celular programada) ou indzs a
interações proteína-proteína são morte de outra célula
induzidas ou inibidas migra para outro sítio ou para de
a localização de certas proteínas e migrar
outras moléculas é alterada altera seu metabolismo
passa o sinal aditante

termodinâmica

Termodinâmica em biologia refere-se ao estudo das transferências de energia que ocorrem


em moléculas ou conjuntos de moléculas. Quando nós estamos discutindo termodinâmica, o
ítem específico ou conjunto de ítems que nós estamos interessados (que poderia ser algo tão
pequeno quanto uma célula, ou tão grande quanto um ecosistema) é chamado de sistema,
enquanto que tudo que não está incluso no sistema nós então definimos como meio.

por exemplo, se você está aquecendo uma panela de água no fogão, o sistema pode incluir o
fogão, o pote, a panela e a água, enquanto o meio é todo o resto: o resto da cozinha, a casa,
a vizinhança, o país, planeta, galáxia e universo. A decisão do que se define como sistema é
arbitrária (depende do observador), e dependendo do que você quer estudar, você poderia
da mesma forma fazer com que a água, ou a casa inteira, sejam parte do sistema. O sistema e
o meio, juntos, formam o universo

Existem três tipos de sistemas na termodinâmica: aberto, fechado e isolado.

Um sistema aberto pode trocar tanto energia quanto matéria com o meio. O exemplo do
fogão dado anteriormente seria um sistema aberto, pois o calor e o vapor d'água podem ser
perdidos para o ar.
Um sistema isolado não pode trocar nem matéria, nem energia com seu meio. Um sistema
perfeitamente isolado é bem difícil de se encontrar, mas um cooler com tampa é
conceitualmente similar a um verdadeiro sistema isolado. Os itens dentro do sistema podem
trocar energia um com o outro, por isso a bebida fica gelada e o gelo derrete um pouco, mas
eles trocam pouquíssima energia (calor) com o meio externo.

você, assim como os outros organismos, é um sistema aberto. Quer você pense sobre isso ou
não, você está constantemente trocando energia e massa com seu meio. Por exemplo, vamos
supor que você come uma cenoura, ou levanta um cesto de roupas sujas, ou simplesmente
expira e libera gás carbônico na atmosfera. Em cada um desses casos, você está trocando
energia e massa com seu ambiente.

Trocas energéticas que acontecem em criaturas vivas devem seguir as leis da física. Nesse
sentido, elas não são diferentes das transferências de energia que acontecem, digamos, num
circuito elétrico. Vamos olhar mais de perto como as leis da termodinâmica (leis físicas da
transferência de energia) se aplicam aos seres vivos como você.

A Primeira lei da termodinâmica

A primeira lei da termodinâmica é ambiciosa: ela trata com a quantidade total de energia
no universo, e mais especificamente, afirma que esta quantidade total não se altera.
Colocado de outra forma, a Primeira Lei da Termodinâmica afirma que a energia não pode
ser criada ou destruída. Ela pode somente ser modificada ou transferida de um objeto a outro

Essa lei pode parecer um tanto abstrata, mas se começarmos a ver os exemplos,
descobriremos que transferências e transformações de energia ocorrem ao nosso redor o
tempo todo. Por exemplo:

lâmpadas transformam energia elétrica em energia para


iluminação (energia radiante).

Uma bola de bilhar bate na outra, transferindo energia


cinética e fazendo a segunda bola se mover.

Plantas transformam a energia da luz solar (energia radiante) em energia química armazenada
em moléculas orgânicas.

Você está transformando a energia química do seu último lanche em energia cinética
enquanto anda, respira e move seu dedo para rolar esta página para cima e para baixo.

consideravelmente, nenhuma dessas transferências é totalmente eficaz. Em vez disso, em


cada cenário, um parte da energia inicial é liberada na forma de energia térmica. Quando
se move de um objeto para outro, a energia térmica é chamada, mais popularmente, de
calor.
É óbvio que as lâmpadas geram calor, além de luz, mas quando bolas de bilhar são movidas, o
mesmo acontece (devido ao atrito), assim como no caso das ineficientes transferências de
energia química do metabolismo animal e vegetal.

A Segunda lei da termodinâmica

Numa primeira impressão, a primeira lei da termodinâmica parece uma novidade. Se a


energia nunca é criada nem destruída, isso significa que ela é reciclada várias vezes, certo?

Bem... Sim e não. Energia não pode ser criada nem destruída, mas pode mudar de uma forma
mais útil para uma forma menos útil. Como se verifica, em uma transferência ou transformação
de energia no mundo real, uma certa quantidade de energia é convertida em uma forma inútil
(que não pode ser usada para realizar trabalho). Na maioria dos casos, essa forma de energia
inutilizável toma a forma de calor.

Apesar do calor poder, de fato, realizar trabalho sob certas circunstâncias, jamais será possível
transformá-lo em outras formas de energia (que gerem trabalho) com 100% de eficiência.
Portanto, toda vez que uma transferência de energia acontece, uma parcela dessa energia útil
vai se dissipar para uma forma inútil.

O calor aumenta a desordem do universo

se o calor não está realizando trabalho, o que está fazendo, exatamente? O calor que não
realiza trabalho aumenta a aleatoriedade (desordem) do universo. Isso pode parecer um
grande salto lógico, portanto vamos retroceder um pouco e ver como pode acontecer.

Quando você tem dois objetos (por ex., dois blocos do mesmo metal) em temperaturas
diferentes, seu sistema é relativamente organizado: as moléculas são divididas por velocidade,
com as moléculas do objeto mais frio movendo-se lentamente e as do objeto mais quente
movendo-se rapidamente. Se o calor fluir do objeto mais quente para o objeto mais frio (o que
acontecerá espontaneamente), as moléculas do objeto quente vão desacelerar, e as moléculas
do objeto mais frio vão acelerar até que todas as moléculas estejam se movendo à mesma
velocidade média

Agora, em vez de termos uma divisão entre moléculas rápidas e lentas, temos simplesmente um
grande conjunto de moléculas movendo-se mais ou menos na mesma velocidade – uma situação
menos ordenada do que o nosso ponto de partida.

O sistema tenderá a se direcionar para esta configuração mais desordenada, simplesmente


porque ela é estatisticamente muito mais provável que a configuração de temperaturas
separadas (ou seja, há muito mais estados possíveis que correspondem à configuração
desordenada).

Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica


O grau de aleatoriedade ou desordem de um sistema é chamado de entropia. Como sabemos
que toda transferência de energia resulta na conversão de uma parte da energia em uma forma
inutilizável (como calor), e como o calor que não gera trabalho acaba aumentando a
aleatoriedade do universo,
podemos afirmar uma versão relevante para a biologia da Segunda lei da termodinâmica: toda
transferência de energia aumentará a entropia do universo e reduzirá a quantidade de energia
utilizável disponível para realizar trabalho (ou, no caso mais extremo, manterá a entropia geral
inalterada). Em outras palavras, qualquer processo, como uma reação química ou um conjunto de
reações interligadas, vai direcionar-se para o aumento da entropia geral do universo.

Para resumir, a Primeira lei da termodinâmica nos fala sobre a conservação de energia entre
processos, enquanto a Segunda lei da termodinâmica nos fala sobre a direcionalidade dos
processos, ou seja, da menor para a maior entropia (no universo geral).

Entropia nos sistemas biológicos

Uma implicação da segunda lei da termodinâmica é que, para que um processo aconteça, ele
deve, de alguma forma, aumentar a entropia do universo. Isso pode lhe gerar algumas dúvidas
quando você pensar em organismos vivos, como você mesmo. Afinal, você não é um conjunto
bem organizado de matéria? Toda célula do seu corpo tem sua própria organização interna;
as células são organizadas em tecidos, e os tecidos em órgãos; e todo o seu corpo mantém um
sistema cuidadoso de transporte, troca e comércio que mantêm você vivo. Sendo assim, à
primeira vista, pode não ser muito claro o modo como você, ou até mesmo uma simples
bactéria, pode representar um aumento na entropia do universo.

Para esclarecer isto, vamos olhar as trocas de energia que acontecem em seu corpo -
digamos, quando você sai para uma caminhada. Conforme você contrai os músculos de suas
pernas para mover seu corpo para frente, você está usando energia química de moléculas
complexas como a glicose e convertendo esta energia química em energia cinética (e, se
você está subindo um morro, em energia potencial). Contudo, você está fazendo isto com uma
eficiência bastante baixa: uma grande fração da energia de suas fontes combustíveis é
simplesmente transformada em calor. Parte do calor conserva seu corpo aquecido, mas uma
grande parte se dissipa no ambiente a seu redor.

Essa transferência de calor aumenta a entropia do meio, assim como o fato de você pegar
biomoléculas grandes e complexas e convertê-las em diversas moléculas pequenas e simples,
como dióxido de carbono e água, à medida que metaboliza combustível para possibilitar sua
caminhada. Este exemplo usa uma pessoa em movimento, mas o mesmo aconteceria no caso
de uma pessoa, ou de qualquer outro organismo, em repouso. A pessoa ou organismo manterá
alguma taxa basal da atividade metabólica, causando a quebra de moléculas complexas em
moléculas menores e mais numerosas, bem como a liberação de calor, consequentemente,
aumentando a entropia do meio.

De forma mais geral, os processos que diminuem a entropia localmente, como os que
constroem e mantêm os corpos altamente organizados dos seres vivos, podem, sim, ocorrer.
Entretanto, essas diminuições locais de entropia podem ocorrer somente com gasto de
energia, em que uma parte dessa energia é convertida em calor ou em outras formas não
utilizáveis. O efeito líquido do processo original (diminuição local de entropia) e a
transferência de energia (aumento de entropia no meio exterior) é um aumento geral na
entropia do universo. Os seres vivos são, portanto, “ilhas de baixa entropia” em um universo
relativamente desordenado, cujo alto grau de organização é mantido por uma constante
entrada de energia, contrabalanceada por um aumento da entropia no meio exterior.
Resumindo, o alto grau de organização dos seres vivos é mantido por uma entrada constante
de energia e é compensado por um aumento na entropia do ambiente.

Espontaneidade e energia livre de Gibbs

Como a segunda lei da termodinâmica nos ajuda a determinar se um processo será ou não
espontâneo e como usar da energia livre de Gibbs para prever se uma reação será espontânea
no sentido direto ou no inverso (ou ainda se ela já está no equilíbrio!) .

Principais pontos
A segunda lei da termodinâmica diz que a entropia do universo sempre aumenta para um
processo espontâneo:
ΔS universo =ΔS sistema +ΔS meio >0

A temperatura e pressão constantes, a variação na energia livre de Gibbs é definida como


ΔG=ΔH−TΔS
quando ΔG é negativo, um processo ocorrerá espontaneamente e é conhecido como
exergônico.
A espontaneidade de um processo pode depender da temperatura.

Processos espontâneos

na química, um processo espontâneo é aquele que ocorre sem a adição de energia externa.
Um processo espontâneo pode acontecer rapidamente ou lentamente, porque a
espontaneidade do processo não está relacionada à sua cinética ou velocidade de reação.
Um exemplo clássico é o processo do carbono na forma de diamante transformando-se em
grafite, o que pode ser escrito como a seguinte reação:

C(s,diamante) C (s,grafite)

Esta reação leva tanto tempo que não é detectável na escala de tempo dos seres humanos
(comuns), daí o ditado, "os diamantes são para sempre". Se pudéssemos esperar tempo
suficiente, seríamos capazes de ver o carbono na forma de diamante transformar-se em grafite,
forma do carbono mais estável, mas menos brilhante.

Outra coisa para lembrar é que processos espontâneos podem ser exotérmicos ou
endotérmicos. Isso é uma outra maneira de dizer que a espontaneidade não está
necessariamente relacionada à variação de entalpia de um processo, ΔH

Como nós sabemos se um processo ocorrerá espontaneamente? A resposta curta, mas um


pouco complicada é que podemos usar a segunda lei da termodinâmica. De acordo com a
segunda lei da termodinâmica, qualquer processo espontâneo deve aumentar a entropia do
universo. Isto pode ser expresso matematicamente da seguinte forma:

ΔS universo​=ΔS sistema +ΔS vizinhanças >0 Para um processo espontaneo

Ótimo! Então tudo que temos que fazer é medir a variação de entropia do universo inteiro,
certo? Infelizmente, na prática, usar a segunda lei na forma acima pode ser um pouco
complicado.
Infelizmente, na prática, usar a segunda lei na forma acima pode ser um pouco complicado.
Afinal, na maioria das vezes, os químicos estão interessados principalmente em mudanças dentro
de um sistema específico, que pode ser uma reação química em um béquer. Temos mesmo que
investigar todo o universo, também? (Não que os químicos sejam preguiçosos ou nada do tipo,
mas como nós poderíamos fazer isso?)

Felizmente, químicos podem contornar o problema determinando a variação de entropia do


universo, definindo e usando uma nova grandeza termodinâmica chamada energia livre de
Gibbs.

Energia livre de Gibbs e espontaneidade


Quando um processo ocorre a temperatura T e pressão P constantes, podemos rearranjar a
segunda lei da termodinâmica e definir uma nova grandeza conhecida como energia livre de
Gibbs:

Energia livre de Gibbs=G=H−TS

onde H é a entalpia,T, é a temperatura (em kelvin, e S,é a entropia. A energia livre de Gibbs é
representada usando o símbolo , G, e normalmente tem as unidades de kJ/ mol-rx

Ao usar a energia livre de Gibbs para determinar a espontaneidade de um processo, só


estamos preocupados com as mudanças no G, ao invés de seu valor absoluto. A mudança na
energia livre de Gibbs para um processo, portanto, é escrita como ΔG, que é a diferença entre
Gfinal, a energia livre de Gibbs nos produtos e Ginicial, a energia livre de Gibbs dos
reagentesfinal

​ΔG=G final −G inicial

Para um processo T e P constantes, nós podemos reescrever a equação para energia livre de
Gibbs em termos da variação de entalpia ΔH sistema e entropia ΔS sistema

ΔG sistema =ΔH sistema −TΔS sistema ​

​ Você também pode ver esta reação escrita sem os subscritos especificando que os valores
termodinâmicos são para o sistema (não para as meio, ou para o universo), mas ainda entende-
se que os valores para ΔH e ΔS são para o sistema de interesse. Esta equação é importante
porque nos permite determinar a variação da energia livre de Gibbs usando a variação de
entalpia, ΔH e a variação de entropia, ΔS do sistema. Podemos usar o sinal de ΔG para
descobrir se uma reação é espontânea na direção direta, na direção inversa, ou se a reação
está em equilíbrio

​ Quando ΔG<0, o processo é exergônico e se processará espontaneamente no sentido direto


para formar mais produtos.
Quando ΔG>0, o processo é endergônico e não se processará no sentido direto. Pelo
contrário, ele se processará espontaneamente no sentido inverso para gerar mais reagentes.
Quando ΔG=0, o sistema está em equilíbrio e as concentrações dos produtos e reagentes
permanecerão constantes.
Resumo

A segunda lei da termodinâmica diz que a entropia do universo sempre aumenta para um
processo espontâneo:
ΔS universo =ΔS sistema +ΔS meio

Sob temperatura e pressão constantes, a variação na energia livre de Gibbs é definida como
ΔG=ΔH−TΔS
Quando ΔG é negativa, o processo ocorrerá espontaneamente e é conhecido como
exergônico.
Dependendo dos sinais de ΔH e ΔS a espontaneidade de um processo pode mudar em
diferentes temperaturas.

Homeostase

Principais pontos
Homeostase é a tendência a resistir a mudanças a fim de manter um ambiente interno estável,
relativamente constante.
Homeostase normalmente envolve ciclos de retroalimentação negativa que neutralizam
mudanças de várias propriedades de seus valores-alvo, conhecidos como pontos de ajuste.
Em contraste com a retroalimentação negativa, a retroalimentação positiva amplia seus
estímulos iniciadores, em outras palavras, eles movem o sistema para longe de seu estado inicial

Introdução

Qual é a temperatura no local em que você está agora? Eu chutaria que não deve ser de
aproximadamente 37°C Mesmo assim, a temperatura do seu corpo costuma estar muito
próxima desse valor. Na realidade, se a temperatura do seucorpo não permanece entre limites
relativamente estreitos—de cerca de 37° C. As consequências podem ser perigosas ou até
mortais.

A tendência a manter ambiente interno estável e relativamente constante é chamada de


homeostase. O corpo mantém a homeostase para muitos fatores, além da temperatura. Por
exemplo, a concentração de vários íons no seu sangue deve se manter estável, bem como o pH
e a concentração de glicose. Se estes valores ficam muito altos ou baixos, você pode ficar
muito doente

A homeostase é mantida em muitos níveis, não só o nível do corpo todo como para
temperatura. Por exemplo, o estômago mantém um pH que é diferente dos órgãos ao seu
redor, e cada célula mantém as concentrações de íons diferentes do fluido circundante. A
manutenção da homeostase em cada nível é fundamental para manter a função global do
corpo.

Então, como a homeostase é mantida? Vamos responder a esta pergunta olhando para alguns
exemplos.
Manutenção da homeostase

Sistemas biológicos, como aqueles do seu corpo, estão constantemente sendo empurrados
longe de seus pontos de equilíbrio. Por exemplo, quando você se exercita, seus músculos
aumentam a produção de calor, elevando a sua temperatura corporal. Da mesma forma,
quando você bebe um copo de suco de fruta, a glicose no seu sangue sobe. A homeostase
depende da capacidade do seu corpo de detectar e se opor a estas mudanças
A manutenção da homeostase geralmente envolve ciclos de retroalimentação negativa. Esses
ciclos agem em oposição ao estímulo ou ao sinal de entrada que o dispara. Por exemplo, se a
temperatura do seu corpo está muito elevada, a retroalimentação negativa irá agir para
trazê-la novamente para baixo para o valor normal, ou valor-alvo de 98,6 ° F ou 37° C
Como isso funciona? Primeiro, a alta temperatura será detectada pelos sensores — células
nervosas com terminações em sua pele e cérebro — e retransmitida para o centro de
controle regulador de temperatura do seu cérebro. O centro de controle irá processar as
informações e ativar efetores — tais como as glândulas sudoríparas — cujo trabalho é se
opor ao estímulo diminuindo a temperatura do corpo.

Claro, a temperatura do
corpo não só oscila para
cima do seu valor-alvo —
ela também pode cair
para baixo deste valor. Em
geral, circuitos
homeostáticos envolvem
pelo menos dois ciclos de
retroalimentação
negativa:

Um é ativado quando um parâmetro — como a temperatura do corpo — varia para cima


do ponto de ajuste e é projetado para trazê-lo de volta para baixo.
Um é ativado quando o parâmetro varia para baixo do valor de ajuste e é projetado
para trazê-lo de volta para cima.

Respostas homeostáticas na regulação da temperatura

Se a sua temperatura corporal ficar muito quente ou muito fria, os sensores na periferia e no
cérebro informam ao centro de regulação de temperatura do seu cérebro — em uma região
chamada hipotálamo — que sua temperatura se desviou do seu ponto de ajuste.

Por exemplo, se você tem se exercitado bastante, sua temperatura corporal pode subir para
cima de seu ponto de ajuste, e você precisará ativar mecanismos para se refrescar. O fluxo
sanguíneo para a sua pele aumenta para acelerar a perda de calor em seus arredores, e talvez
você também comece a suar para que a evaporação do suor da sua pele ajude a diminuir sua
temperatura. Respiração pesada também pode aumentar a perda de calor.
Por outro lado, se você está sentado em uma sala fria e não está vestindo roupas quentes, o
centro de temperatura no cérebro precisa desencadear respostas que o ajudem a se aquecer.
O fluxo de sangue para sua pele diminui e você pode começar a tremer para que seus músculos
gerem mais calor. Você também pode ficar arrepiado — para que os pelos do seu corpo se
levantem e mantenham uma camada de ar perto de sua pele — e aumentar a liberação de
hormônios que atuam para aumentar a produção de calor.

Notavelmente, o ponto de ajuste não é sempre rigidamente fixado e pode ser um alvo em
movimento. Por exemplo, a temperatura do corpo varia ao longo de um período de 24 horas, de
mais alta no final da tarde para a mais baixa no início da manhã.
a Febre também envolve um aumento temporário do ponto de ajuste da temperatura para que
respostas geradoras de calor sejam ativadas em temperaturas mais altas do que o ponto de
ajuste normal

Distúrbios na retroalimentação perturbam a homeostase


A homeostase depende da retroalimentação negativa. Então, qualquer coisa que interfira no
mecanismo de retroalimentação pode — e provavelmente irá — perturbar a homeostase. No
caso do corpo humano, isso pode levar à uma doença
A diabetes, por exemplo, é uma doença causada por um defeito na retroalimentação
envolvendo o hormônio insulina. Esse defeito na retroalimentação dificulta ou impossibilita o
corpo de diminuir o alto nível de açúcar do sangue (glicemia) para valores saudáveis.
Para entender como a diabetes ocorre, vamos olhar alguns conceitos básicos de regulação da
glicemia. Em uma pessoa saudável, os níveis glicêmicos são controlados por dois hormônios:
insulina e glucagon

A insulina diminui a concentração de glicose no sangue. Depois de uma refeição, os níveis de


glicose no sangue aumentam, ativando a secreção de insulina pelas células β pancreáticas. A
insulina age como um sinal que ativa as células do corpo, como adipócitos e células musculares,
para que usem a glicose como combustível. A insulina também faz com que a glicose seja
convertida em glicogênio — uma molécula armazenadora — no fígado. Ambos os processos
retiram a glicose do sangue, levando a uma diminuição da glicemia e redução na secreção de
insulina, recuperando a homeostase do sistema.
O glucagon faz o oposto: ele aumenta
a concentração de glicose no sangue.
Se você não se alimentar por algum
tempo, seu nível de glicose vai diminuir,
o que ativa a liberação de glucagon
por um outro grupo de células
pancreáticas, as células α. O glucagon
age no fígado, fazendo com que o
glicogênio seja quebrado em glicose e
liberado na corrente sanguínea,
levando a um aumento nos níveis de
glicose no sangue. Isso reduz a
secreção de glucagon e recupera a
homeostase do sistema.

Diabetes acontece quando o pâncreas de uma pessoa não consegue produzir insulina
suficiente, ou quando as células do corpo param de responder à insulina, ou ambos. Sob essas
condições, as células do corpo não conseguem assimilar glicose rapidamente, de forma que o
nível de açúcar no sangue permanece alto por um longo período após uma refeição. Isso
acontece por dois motivos:
Células musculares e adiposas não recebem glicose ou combustível suficiente. Isso pode
deixar as pessoas cansadas e levar ao desgaste dos tecidos muscular e adiposo.
Glicemia elevada causa sintomas como excesso de urina, sede e até desidratação. Com o
passar do tempo, pode levar a complicações mais severas.

Ciclos de retroalimentação positiva


Circuitos homeostáticos geralmente envolvem ciclos de retroalimentação negativa. A principal
característica da retroalimentação negativa é que ela contrapõe-se a uma alteração, trazendo
o valor de um parâmetro — como a temperatura ou a glicemia — de volta aos seus valores
normais.

Alguns sistemas biológicos, entretanto, usam ciclos de retroalimentação positiva. Ao contrário do


ciclos de retroalimentação negativa, ciclos de retroalimentação positiva ampliam o sinal inicial.
Ciclos de retroalimentação positiva geralmente ocorrem em processos que precisam ser
impulsionados para se completarem e não quando o status quo deve ser mantido

Um ciclo de retroalimentação positiva entra em ação durante o parto. No parto, a cabeça do


bebê é pressionada contra o cervix — o colo do útero, através do qual o bebê deve emergir —
e ativa neurônios no cérebro. Os neurônios enviam um sinal que leva à liberação do hormônio
oxitocina pela hipófise.
HOMEOSTASIA: tendência permanente do organismo manter a constância do meio
interno. Estado de dependência relativa do organismo em relação as oscilações do
ambiente externo

organismo em homeostase

mudança externa disfunção interna

mudança interna resulta na perda de homeostase

desencadeamento de respostas de compensação

falha na compensação sucesso na compensação

enfermidades/ doenças saúde do organismo

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