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BIOENERGÉTICA E

METABOLISMO
Prof. Dra. Gabriela J Coelho
Bacharelado em Zootecnia
Universidade Federal Rural da Amazônia
Iniciação Científica: Forragem – Prof. Dr. Rafael Mezzomo
Extensão: Bovino de Corte – Prof. Dra. Daiany Íris Gomes

2017 2019 2023


Mestre em Tecnologia da Produção
Modelos matemáticos para estimar a curva de lactação de búfalas
Programa de Pós-Graduação em Produção Animal na Amazônia
Orientador: Prof. Dr. Raylon P. Maciel
Coorientadores: Prof. Dr. João Paulo; Dr. Julian A. C. Vargas

2017 2019 2023


Doutorado em Saúde e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Produção Animal na Amazônia
Orientador: Prof. Dr. Rafael Mezzomo
Coorientadores: Prof. Dr. Raylon P. Maciel; Dr. Julian A. C. Vargas

Pesquisadora Pós-doutorado
Programa de Pós-Graduação Zootecnia Integrado nos Trópicos
Orientador: Prof. Dr. Raylon P. Maciel

Docente Faculdade Vale dos Carajás


Julho de 2023
Zootecnia Geral, Melhoramento Animal, Bioquímica

2017 2019 2023


Metabolismo

É uma atividade celular altamente coordenada, no qual sistemas


multienzimáticos (vias metabólicas) cooperam para:
1. Obter energia capturando:

- Energia solar
- Degradando nutrientes ricos em energias
2. Converter as moléculas

- Dos nutrientes em moléculas características próprias de cada


célula
3. Polimerizar

- Precursores monoméricos em macromoléculas


4. Sintetizar e degradar

- Biomoléculas necessárias para as funções celulares


especializadas
Metabolismo

Embora englobe centenas de diferentes reações, nosso objetivo


principal são as vias metabólicas centrais
São poucas e semelhantes em todas as formas de vida
Divisão seres vivos

De acordo com a forma química que obtém Carbono do meio


ambiente

Autotróficos

Heterotróficos
Autotróficos

Podem usar dióxido de carbono da atmosfera como única fonte


de carbono (Bactérias fotossintéticas, algas verdes, plantas
vasculares)

Cianobactérias – também podem utilizar nitrogênio atmosférico


para gerar todos componentes nitrogenados
Heterotróficos

Não podem usar dióxido de carbono da atmosfera

Devem obter carbono a partir de moléculas orgânicas e


relativamente complexas (ex. Glicose)
Ciclo do Dióxido de carbono e do oxigênio entre o domínio
autotrófico (fotossintético) e heterotrófico na biosfera.
Relação energética entre vias catabólicas e anabólicas
Reconheceu que os animais transformam, de alguma forma, os
combustíveis químicos (alimentos) em calor e esse processo de
respiração é essencial para a vida

Químico Francês
Antoine Lavoisier (1743-1794)
... Em geral, a respiração é nada mais que a combustão lenta de
carbono e hidrogênio, semelhante à que ocorre com uma lâmpada
ou vela acesa, e, desse ponto de vista, animais que respiram são
corpos combustíveis que queimam e consomem a si próprios.*

___________________________
*De uma autobiografia de Armand Seguin e Antonie Lavoisier (1789)
Bioenergética

As transformações biológicas de energia obedecem às leis da


termodinâmica

1ª Lei da termodinâmica
... A quantidade total de energia do universo permanece
constante; a energia pode mudar de forma ou pode ser
transportada de uma região para outra, mas não pode ser
criada ou destruída.
1ª Lei da termodinâmica

A energia não pode ser criada, apenas transformada.

Uma célula sem energia, perde suas funções vitais


ocasionando a sua morte;
2ª Lei da termodinâmica
Em todos os processo naturais, a entropia do universo
aumenta

Entropia: Grandeza que mede o grau de liberdade ou


desordem de um sistema
O universo sempre tende para o aumento da desordem
2ª Lei da termodinâmica
Ou seja...

Os sistemas biológicos jamais atingem o equilíbrio com o seu


meio ambiente, e a constante interação entre o sistema e o
meio explica como os organismos podem se auto-organizar
enquanto operam com a segunda lei da termodinâmica.
Reações exotérmicas e endotérmicas

Entalpia (H): é a grandeza que mede a energia interna de um


sistema (variação de energia na forma de calor)

→ pode ser medida por calorímetros (Joules ou KJ por mol);

Exotérmica: quando a reação química libera calor

Endotérmico: Sistemas que captam calor do meio


Variação de entalpia nas reações

Entalpia (H) - calor

Sistema transformado libera calor Sistema transformado capta calor

- Variação de entalpia é negativa; - Variação de entalpia é positiva;


-O reagente tem maior entalpia - O produto tem maior entalpia
que o produto → libera calor; que o reagente → absorve calor;

ΔH negativo (-ΔH ) ΔH positivo (+ΔH )


Exotérmico Endotérmica
(libera calor) (capta calor)
Os sistemas biológicos adaptam-se às leis gerais da
termodinâmica

• 2a Lei da termodinâmica (aumento da desordem no universo)


→ nos processos naturais, a entropia do universo aumenta.

- Processos em que ocorre aumento da desordem tendem a ser


espontâneos (maior a desordem → maior entropia)
Variação de entropia nas reações

Sistema transformado é mais organizado Sistema transformado é menos organizado


(entropia final é menor que a inicial) (entropia final maior que a inicial)

ΔS negativo (- ΔS) ΔS positivo (+ ΔS)


ENERGIA LIVRE DE GIBBS (G)

Energia livre de Gibbs → G → expressa a quantidade de


energia capaz de realizar trabalho durante uma reação
em temperatura e pressão constantes.

ΔG = ΔH – T. ΔS
Energia Livre

Reações exergônicas → catabolismo


(geralmente a oxidação das moléculas de combustível)

Reações de síntese que acumulam substâncias → anabolismo

Os processos catabólicos e anabólicos combinados constituem


o METABOLISMO
Energia Livre - G

As células heterotróficas adquirem energia livre a partir das


moléculas de nutrientes, e as células fotossintetizantes
adquirem energia livre da radiação solar absorvida.

Os dois tipos de células transformam essa energia livre em ATP e


em outros compostos ricos em energia, capazes de fornecer
energia para a realização de trabalho biológico em temperatura
constante;
Reações acopladas por intermediários comuns

Uma reação endergônica pode ocorrer no sentido direto,


acoplando-se a uma reação altamente exergônica, por meio de
um intermediário comum.
Energia Livre - G

Esta estratégia envolvendo intermediários comuns é utilizada


por todas as células vivas na síntese de intermediários
metabólicos e de componentes celulares. Obviamente, a
estratégia funciona apenas se compostos como o ATP
estiverem continuamente disponíveis.
Metabolismo celular

As principais fontes de energia metabólica (energia livre) são os


carboidratos, lipídios e proteínas, produtos de alto conteúdo
energético ingerido pelos animais.

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Exergônicos
Endergônicos
Oxidativos
Metabolismo Catabólico

Pode ser dividido em:

Metabolismo aeróbio: oxigênio funciona como um receptor final


de elétrons na cadeia respiratória e se combina com o
hidrogênio para formar água.
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Metabolismo anaeróbio: não há formação de água a partir do


oxigênio durante a oxidação de combustíveis metabólicos.
Catabolismo Aeróbico - Resumo

Alimento + O2 CO2 + H2O + NH2

Transfere energia para os


ADP + PI ATP diferentes eventos celulares,
viabilizando o metabolismo
Metabolismo celular

As reações do anabolismo e do catabolismo


são opostas, mas que ocorrem de maneira
articulada.

Assim, enquanto o catabolismo ocorre de


maneira espontânea, reação exergônica, com
produção de ATP o anabolismo é não
espontâneo, ou endergônico, necessitando
energia para ocorrer.
Metabolismo celular

O catabolismo produzirá energia na forma de ATP quando as biomoléculas


forem degradadas.

ATP

Moeda energética da célula


Nucleotídeo: função de participar das reações de transferência de energia da
célula
Principal composto carreador ou intermediário de alta energia.
Adenosina Trifosfato - ATP

Transportador fosfatado de alta energia;

No metabolismo em geral o ATP é a moeda energética → aceita por todas


as células;

A energia livre (proveniente da oxidação de biomoléculas) está contida nas


ligações entre os fosfatos, que é liberada no momento da sua hidrólise;

Esta energia está disponível para todos os processos celulares que necessitam
de energia.
Para que a energia
derivada da oxidação dos
alimentos possa ser
usada pelas células, ela
deve estar sob a forma de
ATP.
Possui grande
quantidade de
energia livre entre os
fosfatos

É um doador imediato
de energia livre →
consumo imediato

Essa reação de hidrólise pode


ser catalisada por enzimas
denominadas ATP ases.
Transportadores de elétrons

Moléculas ricas em energia, como a


glicose, são metabolizadas por uma
série de reações de oxidação,
levando por fim à produção de CO2 e
água.

A quebra de glicose libera muitos e- e


H+, que serão capturados por
estruturas carreadoras (NAD e FAD).
Transportadores de elétrons

Nos organismos aeróbios o aceptor final de elétrons é o oxigênio (O2);

Contudo estes elétrons não são transferidos diretamente ao O2;

As biomoléculas oxidadas transferem energia (na forma de elétrons)


para carreadores especiais transitórios;

Estes carreadores transferem os elétrons ao O2;

Neste momento há liberação de energia transferida ao ATP (cadeia


transportadora de elétrons).
Transportadores de elétrons

Carreadores especiais de elétrons são os nucleotídeos:

Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo (NAD)


Flavina Adenina Dinucleotídeo (FAD)
Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo Fosfato (NADP)
Transportadores de elétrons - NAD

O NAD é o principal
carreador de elétrons na
oxidação de biomoléculas;

Forma oxidada Forma reduzida


Transportadores de elétrons - FAD

O FAD é um carreador de
elétrons semelhante ao
NAD, participando também
da oxidação de
biomoléculas;

Forma oxidada Forma reduzida


FAD+ FADH2
Transportadores de elétrons - NADP

O NADP é muito semelhante ao NAD diferenciando-se por


apresentar uma fosfato a mais;

É o principal fornecedor de életrons nas reações de biossíntese


(anabolismo) ;

Na biossíntese atua de forma conjunta ao ATP que fornece energia


para essas reações;
Transportadores de elétrons - NADP

NADP+ + H+ + 2e- → NADPH


Reações de biossíntese- NADPH e ATP

O ATP e o NADPH são,


respectivamente, as
principais fontes de
energia livre e elétrons,
para as reações de
biossíntese.
Transportadores de Carbonos – Acetil-CoA

Quando temos carbonos (ex.: originados do catabolismo das


biomoléculas), eles se ligam a Acil CoA e temos então a Acetil-
CoA (liga-se um: -CH3);

Dessa forma, a Coenzima A na forma Acetil-CoA, é a principal


carreadora de carbonos (2) do metabolismo.
Transportadores de Carbonos – Acetil-CoA

A acetil-CoA provém do metabolismo dos carboidratos e dos lipídios, e, em menor


proporção, do metabolismo das proteínas.

Carreadora de 2 Carbonos
Cadeia transportadora de elétrons

Localiza-se na membrana mitocondrial interna e é a via final


comum pela qual os elétrons oriundos de diferentes
combustíveis do organismo fluem para o oxigênio.

O transporte de életrons e a síntese de ATP pela fosforilação


oxidativa ocorrem continuamente em todos os tecidos que
contêm mitocôndrias.
DÚVIDAS??

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