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TRANSFORMAÇÃO E

UTILIZAÇÃO DE
ENERGIA PELOS
SERES VIVOS
METABOLISMO CELULAR
METABOLISMO CELULAR
◼ Conjunto das reações químicas, acompanhadas pela
transferência de energia, que ocorrem nas células a
partir dos materiais que a elas chegam.

Existem 2 tipos de processos metabólicos:


CATABOLISMO
ANABOLISMO
➔ Degradação de moléculas ➔ Biossíntese de moléculas complexas
complexas em moléculas mais a partir de moléculas mais simples.
simples. Ocorre libertação de Ocorre a utilização de energia para a
energia resultante da quebra de formação de novas ligações químicas.
ligações químicas. ➔ São reações endoenergéticas.
➔ São reações exoenergéticas. ➔ Tem como objetivo a síntese de novos
➔ Tem como objetivo a produção de compostos, essenciais à regeneração e
energia, reciclagem de compostos manutenção dos tecidos.
moleculares ou a sua excreção.
TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA
Molécula utilizada pelos seres vivos nas vias catabólicas que permite a
mobilização de energia para formar ATP ➔ GLICOSE (C6H12O6)
◼ Nas vias catabólicas a libertação de energia, resultante
da degradação da matéria orgânica não pode ser
diretamente utilizada pelas células.

A energia é acumulada em compostos intermédios que


constituem os transportadores universais de energia.
Nas reações exoenergéticas de catabolismo, a energia
ATP libertada é utilizada na reação endoenergética de síntese
de ATP (adenosina trifosfato), a partir de ADP.

Proveniente
das reações
catabólicas
TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA
TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA
ANABOLISMO

CATABOLISMO
TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA
◼ Utilização da energia produzida nas vias catabólicas:
➔Uma parte é mobilizada para a síntese de ATP.
Outra parte do ATP é utilizado Permite transferir a energia
para realização de trabalho resultante da sua hidrólise (da sua
mecânico (ex: contração das degradação em ADP) para
células dos músculos reações de anabolismo que
esqueléticos nas várias necessitam de energia para
atividades diárias); realização ocorrer.
de transporte ativo e na
generalidade dos movimentos Permitem a biossíntese de moléculas
celulares. que irão fazer parte dos tecidos,
permitindo a regeneração e
desenvolvimento do organismo.

➔ Outra parte da energia é dissipada sob a forma de


calor, que irá permitir a regulação da temperatura interna.
TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA
◼ DEGRADAÇÃO DA GLICOSE = OXIDAÇÃO DA GLICOSE

Libertação de eletrões (e-) e protões (H+)

Os eletrões serão transferidos de umas moléculas para outras


(reações de oxidação-redução) libertando-se assim energia.

Os e- e H+ são acumulados em compostos intermédios, com a


capacidade de realizar a sua transferência para outras moléculas.
O NAD (dinucleótido de adenina nicotinamida) é uma
NADH
coenzima que atua como aceitador de eletrões e protões.
VIAS METABÓLICAS DE
DEGRADAÇÃO DA GLICOSE
◼ As reações catabólicas permitem a cedência de
energia para a síntese de ATP.
O catabolismo pode ocorrer...

na presença de oxigénio: na ausência de oxigénio:

AEROBIOSE ANAEROBIOSE
VIAS METABÓLICAS DE
DEGRADAÇÃO DA GLICOSE
◼ RESPIRAÇÃO CELULAR:
➔ Conjunto de reações que permitem a degradação
total da glicose, que é convertida em CO2 , H2O e
energia (ATP e calor metabólico).
➔ Intervêm compostos responsáveis pelo transporte de
e- e H+ da glicose para um aceitador final de eletrões.

RESPIRAÇÃO AERÓBIA: RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA:

➔O aceitador final de eletrões é o ➔O aceitador final de eletrões são


oxigénio. moléculas como o sulfato (SO42-) ou
➔ Ocorre em todas as plantas e animais. nitrito (NO2-).
➔ Ocorre em algumas bactérias.
VIAS METABÓLICAS DE
DEGRADAÇÃO DA GLICOSE
◼ FERMENTAÇÃO:

➔ Ocorre em anaerobiose (sem oxigénio) e consiste num conjunto


de reações em que a glicose é parcialmente degradada.
➔ A produção de energia é inferior à da respiração celular.
➔ Formam-se compostos finais que contêm ainda muita energia que
não é aproveitada pelos organismos.

FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA: FERMENTAÇÃO LÁTICA:


➔Ocorre nas leveduras. ➔Ocorre nas bactérias láticas e nas
➔ O composto final produzido é o células dos músculos.
etanol (álcool etílico), libertando-se ➔O composto final produzido é o
também CO2. ácido lático (lactato).
EXPERIÊNCIAS DE LOUIS PASTEUR
◼ Como varia o comportamento das leveduras em
condições de anaerobiose e aerobiose?

Leveduras: Condições de anaerobiose Condições de aerobiose


Saccharomyces cereviseae (ausência de oxigénio) (presença de oxigénio)

Os dispositivos foram colocados durante 4 dias numa estufa a 35ºC, findos os


quais foram registados e analisados os resultados.
EXPERIÊNCIAS DE LOUIS PASTEUR
◼ RESULTADOS
Dispositivo A

Dispositivo B

Identifica a
presença de CO2 Quantidade
de energia
disponível
para a
reprodução,
Identifica a que neste
presença de dispositivo
etanol (em
anaerobiose)
é menor
EXPERIÊNCIAS DE LOUIS PASTEUR
◼ INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

➔Maior quantidade de
energia produzida.
➔Maior quantidade de
calor dissipado.
EXPERIÊNCIAS DE LOUIS PASTEUR
◼ CONCLUSÕES

➔ Em anaerobiose:
▪ Degradação incompleta da glicose.
▪ Produz-se dióxido de carbono e etanol.
▪ O etanol é um composto orgânico rico em energia
potencial que não é utilizada pelas leveduras.

➔ Em aerobiose:
▪ Degradação praticamente completa da glicose.
▪ Produz-se dióxido de carbono e vapor de água.
▪ As moléculas produzidas são simples e pobres em energia,
pois este foi mobilizada para a síntese de um maior n.º de
moléculas de ATP.
EXPERIÊNCIAS DE LOUIS PASTEUR
◼ CONCLUSÕES

LEVEDURAS

SERES ANAERÓBIOS FACULTATIVOS:

➔ Seres capazes de mobilizar a energia de compostos orgânicos


em condições de anaerobiose e de aerobiose.

SERES ANAERÓBIOS OBRIGATÓRIOS:

➔ Seres em que a mobilização de energia a partir da degradação de


compostos orgânicos se realiza exclusivamente por fermentação ou
respiração anaeróbia, em meios desprovidos de oxigénio.
Algumas BACTÉRIAS
FERMENTAÇÃO
Processo simples e primitivo de obtenção de energia, que ocorre
no hialoplasma das células, na ausência de oxigénio.

◼ GLICÓLISE: conjunto de reações que degradam a glicose


(com 6 carbonos) até ácido pirúvico ou piruvato (com 3 carbonos).

➔ Uma molécula de glicose sofre reações de oxidação-


redução, permitindo a libertação de e- e H+, formando-se
moléculas de NADH, e moléculas de ATP.
➔ Uma molécula de glicose origina duas moléculas de
piruvato.

◼ REDUÇÃO DO PIRUVATO: conjunto de reações


que conduzem à formação dos produtos de fermentação, que assim
podem ser libertados para o meio extracelular, permitindo a
renovação do NAD+ (que regressa à glicólise para continuar a oxidar
mais substrato).
◼ GLICÓLISE: ➔São gastas duas
moléculas de ATP para
ativar a glicose.

➔Os compostos
intermédios (substrato)
vão sendo oxidados,
libertando e- e H+ que
vão reduzir o NAD+,
formando NADH.
➔Ocorrem
transferências de
energia, devido à
oxidação do substrato,
que permitem a
fosforilação do ADP,
formando ATP –
Fosforilação ao nível
do substrato.

➔Formam-se 2
moléculas de piruvato
◼ GLICÓLISE:

➔ No final da glicólise formam-se:

► 2 moléculas de NADH
O NADH forma-se pela oxidação do substrato, que
libertou e- e H+, que reduziram o NAD+

► 2 moléculas de ATP (formam-se 4 mas são


gastas 2 na ativação da glicose)
O ATP forma-se por uma fosforilação do ADP, utilizando a
energia proveniente da oxidação direta do substrato –
FOSFORILAÇÃO AO NÍVEL DO SUBSTRATO.

► 2 moléculas de ácido pirúvico.


◼ REDUÇÃO DO PIRUVATO:

Rendimento
Rendimento
para 1 molécula
energético da
de glicose
fermentação alcoólica

➔Cada ácido pirúvico (3C), sofre ➔Cada molécula de acetaldeído formada,


uma descarboxilação, libertando- sofre uma redução devido à transferência
se CO2 e originando aldeído de e- e H+ do NADH, que fica na sua forma
acético (2C) oxidada – NAD+, regressando à glicólise.
◼ REDUÇÃO DO PIRUVATO:

Rendimento
para 1 molécula
Rendimento de glicose
energético da
fermentação lática

➔Cada molécula de piruvato, sofre uma redução devido à


transferência de e- e H+ do NADH, que fica na sua forma oxidada –
NAD+, regressando à glicólise.
UTILIZAÇÃO DA
FERMENTAÇÃO PELO HOMEM
◼ Fermentação Alcoólica:
➔ Produção de vinho e cerveja: o álcool etílico produzido durante a
fermentação alcoólica das leveduras é utilizado na produção de vinho
e cerveja.
➔ Produção de pão: o dióxido de carbono produzido durante a
fermentação alcoólica das leveduras é utilizado, pois as bolhas de gás
contribuem para levedar a massa, tornando o pão leve e macio.

◼ Fermentação Lática:
➔ Bactérias Láticas: o ácido lático produzido altera o pH do meio,
levando à coagulação das proteínas, que leva ao fabrico de derivados do
leite, como o iogurte.
➔ Células musculares: quando o oxigénio é insuficiente a fermentação
lática, permite sintetizar uma quantidade suplementar de ATP, acumulando-
se ácido láctico que provoca as dores musculares.
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
Processo utilizado em seres com necessidades energéticas elevadas, ocorre em células
eucarióticas onde existem organelos especializados neste processo catabólico.

◼ MITOCÔNDRIA: organelo constituido por duas


membranas, uma externa e outra interna, e pela matriz mitocondrial;
a membrana interna apresenta invaginações para o interior,
formando as cristas mitocondriais.

➔ Ocorre a oxidação total da


glicose, sendo o oxigénio o
aceitador final de eletrões
MAIOR
RENDIMENTO
ENERGÉTICO
Originam-se produtos
finais muito simples,
pobres em energia:
CO2 e H2O
ETAPAS DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA

Piruvato Acetil CoA


NADH e FADH2

1ª Etapa – 2ª Etapa – Formação de 3ª Etapa – Ciclo 4ª Etapa- Fosforilação


Glicólise Acetil-CoA De Krebs Oxidativa

Citoplasma Matriz mitocondrial Matriz mitocondrial Cristas mitocondriais


ETAPAS DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA

◼ GLICÓLISE: conjunto de reações que degradam a


glicose (com 6 carbonos) até 2 moléculas de ácido pirúvico ou
piruvato (com 3 carbonos).

➔ Ocorre no hialoplasma das células

➔ Esta etapa conduz à formação de:


► 2 moléculas de NADH
► 2 moléculas de ATP (formam-se 4 mas são
gastas 2 na ativação da glicose)
FOSFORILAÇÃO AO NÍVEL DO SUBSTRATO

► 2 moléculas de ácido pirúvico.


ETAPAS DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA

◼ FORMAÇÃO DO ACETIL-COENZIMA A:
as 2 moléculas de piruvato entram na mitocôndria, onde são
descarboxiladas (perdem CO2) e oxidadas (perdem e- e H+, usados
para formar NADH)

➔ Ocorre na matriz da mitocôndria

➔ Esta etapa conduz à formação de:


► 2 moléculas de CO2
► 2 moléculas de NADH
► 2 moléculas de Acetil-CoA
Por cada molécula de glicose que origina 2 moléculas de piruvato
ETAPAS DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA
◼ CICLO DE KREBS (OU CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO)

Flavina adenina dinucleótido -


é uma coenzima que atua como
aceitador de eletrões e protões.

No final o ácido oxaloacético é regenerado,


permitindo a realização de um novo ciclo
ETAPAS DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA
◼ CICLO DE KREBS: (OU CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO) –
conjunto de reacções cíclicas, que se iniciam com a combinação do
Acetil-coA com o ácido oxaloacético, formando o ácido cítrico. Neste
conjunto de reações o substrato é descarboxilado, oxidado e
desfosforilado.

➔ Ocorre na matriz da mitocôndria


➔ Esta etapa conduz à formação de:
► 4 moléculas de CO2
► 6 moléculas de NADH
Rendimento de 2 Ciclos de Krebs
► 2 moléculas de FADH2
► 2 moléculas de ATP
FOSFORILAÇÃO AO NÍVEL DO SUBSTRATO
Por cada molécula de glicose que origina 2 moléculas de piruvato, que
originam 2 moléculas de Acetil-coA, ocorrendo 2 ciclos de Krebs.
ETAPAS DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA
◼ CADEIA TRANSPORTADORA DE ELETRÕES E
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
➔ Ocorre nas cristas
mitocondriais
As moléculas de NADH e
FADH2, formadas
anteriormente,
transportam eletrões, que
vão percorrer uma série
de proteínas
transportadoras nas
cristas mitocondriais, até
serem captadas por um
aceitador final – oxigénio.

Depois de receber os
e-, capta os H+ da
matriz, formando H2O
Formação de Ciclo de
Acetil-coA Krebs
ETAPAS DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA
◼ CADEIA TRANSPORTADORA DE ELETRÕES E
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
Cadeia transportadora de eletrões
ou cadeia respiratória
As proteínas aceitadoras de e-,
encontram-se ordenadas segundo a
sua afinidade, formando um fluxo de
e- unidirecional

Garante o transporte
dos e- até ao aceitador
final - oxigénio

Fosforilação Oxidativa
À medida que os e- passam de
transportador em transportador,
liberta-se energia utilizada para
fosforilar o ADP, formando ATP
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
◼ RENDIMENTO ENERGÉTICO
➔ Na cadeia respiratória os e- transportados pelo
NADH são transferidos para o 1º aceitador de e-,
enquanto os e- transportados pelo FADH2 são
cedidos ao 2º aceitador

NADH 3 ATP

FADH2 2 ATP
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
◼ RENDIMENTO ENERGÉTICO (para uma molécula
de glicose)

PRODUTOS
FORMADOS ATP NADH FADH2
ETAPAS

1ª Etapa - Glicólise 2 2
2ª Etapa – Formação
de Acetil-CoA 2
3ª Etapa – Ciclo de
Krebs 2 6 2
Total de moléculas X3 X2
4 10 2
Total de 4 30 4 38
ATP Fosforilação ao nível
Fosforilação oxidativa Fosforilação oxidativa
do substrato
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
Glicólise

Fosforilação Oxidativa

Formação do Acetil - CoA

Ciclo de Krebs
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
◼ CADEIA TRANSPORTADORA DE ELETRÕES E
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
◼ CADEIA TRANSPORTADORA DE ELETRÕES E
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
1. O NADH e o FADH2 são
oxidados, libertando eletrões
para proteínas específicas da
cadeia respiratória. Os
eletrões, numa série de
reações de oxidação-redução,
passam sucessivamente para
transportadores com uma
afinidade eletrónica cada vez
maior, até ao O2 – o aceitador
final de eletrões. A redução do
O2 (que recebe eletrões e
protões) leva à formação de
água.

2. Ao fluírem pela cadeia respiratória, os 3. O gradiente criado impulsiona a difusão dos


eletrões vão perdendo energia, que protões de regresso à matriz mitocondrial,
permite a transferência de protões (H+) através da ATP sintase, a favor do gradiente.
para o espaço intermembranar, criando Esse fluxo de protões (H+) que passa pela ATP
um gradiente de concentração de sintase permite a fosforilação de ADP,
protões – potencial quimiosmótico . produzindo ATP.
RESPIRAÇÃO AERÓBIA

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