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BIOLOGIA

Obtenção de energia
METABOLISMO CELULAR

 O metabolismo refere-se a todas as reações químicas que envolvam a mobilização de energia


 O metabolismo divide-se em:
o Anabolismo
 Formação de moléculas mais complexas – reações de síntese
 Ocorre consumo de energia – reações endoenergéticas
o Catabolismo
 Formação de moléculas mais simples – reações de degradação
 Ocorre libertação de energia – reações exoenergéticas
 É a molécula de ATP que se utiliza, normalmente, para transferir a energia necessária para os processos
celulares, sendo esta considerada o transportador universal de energia
 Esta transferência é feita através de reações catabólicas, em que ocorre a oxidação dos compostos ao longo
de etapas
 Existem diversas vias catabólicas capazes de transferir a energia para as moléculas de ATP, tais como NAD,
que são transportadores de eletrões e H desde o substrato oxidado até a um acetor final:
o Se este acetor for uma molécula inorgânica, então o conjunto dessas reações designa-se por
respiração
o Se o acetor for uma molécula orgânica, o conjunto dessas reações designa-se por fermentação

RESPIRAÇÃO AERÓBIA
C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O + 30/32ATP
 Tem como acetor final o O2
 Este processo permite obter um elevado rendimento energético (+30/32 ATP), uma vez que ocorre a oxidação
completa de glicose
 Este processo divide-se me 4 etapas:
1. Glicólise (citoplasma)
2. Oxidação do piruvato/formação da Acetil CoA (matriz mitocondrial)
3. Ciclo de Krebs/ciclo do ácido cítrico (matriz mitocondrial)
4. Fosforilação oxidativa/cadeia respiratória (membrana interna da mitocôndria)

1- Glicólise (+2 ATP)


 São consumidas 2 moléculas de ATP
 Fosforilação da molécula de glicose
 Desdobramento da glicose em 2 PGAL
 Oxidação do PGAL, libertando-se 2H utilizados para reduzir a molécula de NAD a NADH
 Formação de 4 ATP, devido à redução do ADP por ação do fosfato proveniente da fosforilação da glicose
 Formação de 2 piruvato

2- Oxidação do piruvato (0 ATP)


 O piruvato entra na mitocôndria através de uma proteína transportadora
 Descarboxilação (perde uma molécula de CO2) e oxidação (perde 1H utilizado para reduzir o NAD em NADH)
do piruvato
 Forma-se um composto que é formado por 2C (grupo acetil) e que se liga à coenzima A, formando-se a Acetil
CoA

3- Ciclo de Krebs (+2 ATP)


 Completa-se a oxidação da glicose
 As reações que ocorrem neste processo são mediadas por um grupo de enzimas: descarboxilases
(descarboxilações) e hidrogenases (NAD/FAD)
 Fosforilação do ADP, formando ATP
 2 Acetil CoA iniciam 2 ciclos de Krebs, devido à combinação do grupo acetil (2C) com o ácido oxaloacético
(4C), formando-se o ácido cítrico (6C)
 Assim durante o Ciclo de Krebs formam-se:
o 6 NADH
o 2 FADH2
o 2 ATP
o 4 CO2

4- Fosforilação oxidativa (+26/28 ATP)


 Os eletrões transportados pelo NADH e FADH2, são transferidos para a cadeia transportadora de eletrões,
iniciando um fluxo unidirecional até ao acetor final (O2), ao longo do qual estas moléculas vão sendo oxidadas
e reduzidas
 Os eletrões resultantes da oxidação do NADH são transferidos para o complexo I, enquanto o FADH 2 só pode
ceder os seus eletrões ao complexo II, condicionando o rendimento energético
 Á medida que os eletrões passam de um transportador para o seguinte vão libertando energia, que é utilizada
para bombear H+ da matriz para o espaço intermembranar, criando-se um gradiente entre eles
 O gradiente de protões força à sua saída para a matriz através de uma ATPsintase, permitindo a síntese de
ATP por fosforilação do ADP
 O O2 irá captar H+, originando H2O, por redução
FERMENTAÇÃO

 Processo de obtenção de energia que não implica a presença de O 2, sendo assim um processo anaeróbio
 Neste caso, a oxidação da glicose é incompleta, pelo que o rendimento energético é inferior ao da respiração
aeróbia
 A fermentação ocorre no citoplasma das células e compreende 2 etapas:
1. Glicólise
2. Redução do piruvato
 Existem diversos tipos de fermentação, entre os quais:
o Fermentação alcoólica
 Tem como acetor final o acetaldeído, originando etanol
o Fermentação lática
 Tem como acetor final o piruvato, originando ácido lático

1- Glicólise
 Comum à respiração aeróbia

2- Redução do piruvato
 Fermentação alcoólica (leveduras)
 As 2 moléculas de piruvato, formadas na glicólise, vão ser descarboxiladas, libertando 2 CO 2 e
consequentemente, formam-se 2 acetaldeído
 Os 2 NADH, formados durante a glicólise, cedem 2H (transformam-se em NAD) a cada uma das moléculas de
acetaldeído, originando-se como produtos finais o etanol e CO2
 Quanto ao rendimento energético, originam-se 2 ATP por cada molécula de glicose degradada

 Fermentação lática (músculos/bactérias)


 As 2 moléculas de piruvato, formadas na glicólise, captam cada uma 1H proveniente das 2 moléculas de
NADH, ficando assim estas oxidadas a NAD
 O piruvato, reduzido pelo NADH, origina o ácido lático que é o produto final deste processo
 Quanto ao rendimento energético este é o mesmo da fermentação alcoólica (+2ATP)

 Em síntese:
 Fermentação alcoólica:  Fermentação lática:

Glicose + 2ADP + 2Pi 2 Etanol + 2CO2 + 2ATP Glicose + 2ADP + 2Pi 2 Ácido lático + 2ATP

Trocas gasosas nos seres multicelulares


TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS

 As trocas gasosas nas plantas compreendem 3 processos:


o Respiração
 Consumo de O2 e libertação de CO2
o Fotossíntese
 Consumo de CO2 e libertação de O2
o Transpiração
 Libertação de H2O
 Os estomas são as estruturas envolvidas nas trocas gasosas, controlando a quantidade de gases absorvidos e
libertados. Estes são constituídos por:
o 2 Células-guarda (células estomáticas)
o Ostíolo (abertura)
 A abertura/fecho do ostíolo depende da pressão de turgescência das células-guarda, estas células possuem
microfibrilas de celulose, orientadas transversalmente, que provocam o seu afastamento quando estão
túrgidas, levando à abertura do ostíolo.
 Além da água, o movimento dos estomas depende de diversos fatores como:
o Temperatura
o pH
o Luz
o Concentração de iões K+
 Quanto à concentração de K+, quando estes iões entram para as células-guardas existe um aumento de
concentração no seu interior, ficando hipertónicas. Desta forma, a água tende a entrar para as células-guarda
por osmose, ficando túrgidas e consequentemente, levando à abertura do ostíolo e vice-versa.
TROCAS GASOSAS NOS ANIMAIS

 As trocas gasosas nos animais ocorrem por difusão e podem ser:


o Diretas – as trocas realizam-se entre as células e o meio, de forma direta
o Indiretas – as trocas realizam-se através de um mediador (fluído) entre as células e o meio
 Estas trocas dão-se em superfícies respiratórias, podendo estas ser:
o Pele (hematose cutânea)
o Brânquias (hematose branquial)
o Traqueias (hematose traqueal)
o Pulmões (hematose pulmonar)
 Independentemente das superfícies respiratórias, estas possuem características comuns:
o Húmidas
o Pouco espessas
o Muito vascularizadas
o Morfologia que permita uma grande superfície de contacto entre o MI e o ME
 Trocas gasosas através da superfície corporal
 Em animais simples, os gases respiratórios difundem-se diretamente através da superfície corporal. Ex:
o Hidra
o Minhoca
 Possui um sistema circulatório que facilita as trocas gasosas através da pele
 Como se trata de um animal terrestre possui uma pele húmida e um sistema circulatório
próximo da mesma, possibilitando a hematose cutânea

 Trocas gasosas através de brânquias


 A maioria dos animais aquáticos realizam hematose branquial
 As brânquias são evaginações da superfície do corpo, encontrando-se em contacto direto com a água
 Certos anfíbios possuem brânquias apenas durante a fase larvar, perdendo-as durante as metamorfoses
 Nos peixes ósseos, as brânquias encontram-se numa cavidade designada por câmara branquial protegidas por
uma estrutura óssea móvel – opérculo
 As brânquias são banhadas por água que entra pela boca e sai pela fenda opercular
 A água que entra pela boca passa por entre as lamelas branquiais, cruzando-se no sentido contrário com o
fluxo do sangue nos capilares. Este mecanismo de contracorrente, no qual a água flui no sentido oposto ao do
sangue, permite maximizar a difusão do O2 da água para o sangue, aumentando assim a eficácia da hematose
 Á medida que o sangue circula nos capilares vai ficando mais rico em O 2, e dado que circula no sentido oposto
ao da água, vai contactando com esta que é sucessivamente mais rica em O 2. Este mecanismo tem um papel
importante uma vez que o teor de oxigénio na água é inferior ao da atmosfera.

 Trocas gasosas através de traqueias


 Os insetos e outros artrópodes terrestres possuem um sistema respiratório constituído por uma rede de
tubos de ar, sendo os de maior calibre as traqueias que possuem aberturas para o exterior do corpo –
espiráculos
 As traqueias vão se ramificando em tubos mais finos – traquíolas, cuja parte terminal é revestido por um
epitélio húmido onde ocorre a difusão direta dos gases
 As traqueias possuem na sua parede uma estrutura quitinosa em forma de hélice que permite que estas se
mantenham abertas

 Trocas gasosas através de pulmões


 Os vertebrados realizam as trocas gasosas através dos pulmões, sendo que estas podem variar em
complexidade:
o Anfíbios
 Possuem os pulmões mais simples
 Hematose pulmonar complementada com a hematose cutânea
o Répteis
 Pulmões um pouco mais desenvolvidos
o Aves
 Ventilação mais complexa que os mamíferos
 Possuem 8/9 sacos aéreos, constituindo reservas de ar e melhorando a eficácia da ventilação
 Estas estruturas melhoram ainda o voo das aves, tornando-as menos densas e contribuindo
para a dissipação de calor resultante do aumento de metabolismo durante o voo
 A ventilação é unidirecional (ar circula sempre no mesmo sentido)
 2 ciclos respiratórios
 A hematose ocorre nos parabrônquios
o Mamíferos
 Fossas nasais/boca/faringe/laringe/traqueia/brônquios/bronquíolos/pulmões
 Os pulmões são revestidos por estruturas muito vascularizadas – alvéolos, onde ocorre a
hematose pulmonar
 Ventilação bidirecional, possuindo 1 ciclo respiratório
Ácidos nucleicos e síntese proteica
 Todos os seres vivos são formados por um conjunto de biomoléculas que é comum a todos eles, porém essa
matéria não constitui um ser vivo, sendo necessária a existência de informação genética
 As investigações realizadas vieram concluir que os ácidos nucleicos eram os responsáveis pelo
armazenamento de informação genética, e não as proteínas como se pensava
 Em 1928, os trabalhos realizados por Griffith abriram caminho para um conjunto de trabalhos experimentais
que viriam a permitir a identificação do material genético
COMPOSIÇÃO DOS ÁCIDOS NUCLEICOS
 São responsáveis pelo armazenamento de informação genética e estão envolvidos no controlo da atividade celular
 São constituídos por unidades básicas – nucleótidos – podendo formar dois tipos de principais polímeros:
o Ácido desoxirribonucleico – DNA
o Ácido ribonucleico – RNA
 Cada nucleótido é formado por uma base nitrogenada, uma pentose e um grupo fosfato, existindo 5 tipos de bases
nitrogenadas:
o Adenina (A) e guanina (G) – bases púricas (possuem 2 anéis)
o Citosina (C), timina (T) e uracilo (U) – bases pirimídicas (possuem 1 anel)
 Tanto no DNA como no RNA, os nucleótidos ligam-se entre si através de uma ligação de fosfodiéster: ligação
estabelecida entre o C3’ de um nucleótido e C5’do nucleótido seguinte através do grupo fosfato

 DNA RNA
Pentose Desoxirribose Ribose
Bases nitrogenadas Adenina, Guanina, Citosina e Timina Adenina, Guanina, Citosina e Uracilo
Cadeias Dupla Simples

ESTRUTURA DO DNA – modelo da dupla hélice

 James Watson e Francis Crick – 1953


 O DNA é constituído por 2 cadeias polinucleotídicas:
o Complementares
o Enroladas entre si formando uma dupla hélice
o Formadas por 2 cadeias antiparalelas (desenvolvem-se em sentidos opostos), iniciando-se em 5’ e terminando
em 3’
 A ligação entre as 2 cadeias faz-se por pontes de H entre as bases nitrogenadas complementares:
o Adenina – Timina (2 pontes de H)
o Guanina – Citosina (3 pontes de H)
 Regra de Chargaff:
o O valor de adeninas é aproximadamente igual ao de timinas
o O valor de guaninas é aproximadamente igual ao de citosinas
o Assim, o nº de purinas é aproximadamente igual ao de pirimidinas

ESTRUTURA DO RNA

 RNA é formado por uma cadeia simples de nucleótidos, apresentando dimensões inferiores ao DNA
 Diferentes tipos de RNA:
o mRNA – RNA mensageiro
 Transporta até aos ribossomas a informação genética necessária para a síntese proteica
o tRNA – RNA de transferência
 Transporte de aminoácidos até aos ribossomas
o rRNA - RNA ribossómico
 Associam-se a proteínas, formando os ribossomas

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