Você está na página 1de 6

Produção de energia nas células

O metabolismo celular engloba o conjunto de reações químicas que ocorrem nas células.
Estas reações podem ser de catabolismo, em que ocorre a degradação de moléculas
complexas em moléculas mais simples, ou, de anabolismo de que resulta síntese de
moléculas complexas a partir de moléculas mais simples. No catabolismo predominam as
reações exoenergéticas, que libertam energia que é transferida para as ligações químicas da
molécula de ATP. A hidrólise da molécula de ATP em ADP, liberta energia que é consumida nas
reações endoenergéticas que caracterizam o anabolismo.
A produção de energia metabólica, na forma de ATP, pode ocorrer em vias catabólicas onde
não há a intervenção do oxigénio, como na fermentação, ou, em vias onde há consumo desse
gás, como na respiração celular aeróbia. Ambas as vias, anaeróbia e aeróbia, consomem
glicose e iniciam-se pela glicólise, uma etapa onde a glicose é decomposta e oxidada em duas
moléculas de ácido pirúvico, com obtenção de duas moléculas de ATP.

*A glicólise engloba o conjunto de reações de degradação da molécula de glicose.


● Ocorre no citoplasma (hialoplasma ou citosol);
● É possível definir duas fases.

Figura 1 - Glicólise

Na fermentação, após a glicólise as moléculas de ácido pirúvico irão sofrer redução dando
origem a ácido láctico, na fermentação láctica. Na fermentação alcoólica, o ácido pirúvico sofre
descarboxilação, libertando dióxido de carbono, à qual se segue a sua redução a etanol ou
álcool etílico.
Na via aeróbia, o ácido pirúvico entra na mitocôndria, onde procede o seu processo de
degradação em várias etapas, de que se salientam o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória.
No ciclo de Krebs, ocorre na matriz mitocondrial, o ácido pirúvico sofre descarboxilações e
oxidações de que resulta a produção de dióxido de carbono e ocorrendo a oxidação total da
molécula de glicose. Na cadeia respiratória, ocorre nas cristas mitocondriais da membrana
interna, os eletrões transportados pelo NADH e pelo FADH são cedidos a proteínas das cristas
da mitocôndria e a energia resultante da sua transferência permite a produção de ATP. No final
da cadeia, os eletrões e os catiões de hidrogênio reduzem o oxigénio a moléculas de água.
A respiração celular aeróbia permite a obtenção de, no máximo, 38 moléculas de ATP, a
partir de uma molécula de glicose.

Figura 2 - Cadeia Respiratória

Figura 3 - Ciclo de Krebs


Trocas gasosas nos seres multicelulares
As trocas gasosas que ocorrem em todos os organismos, são fundamentais para garantir o
metabolismo celular.
Nas plantas, as trocas gasosas efetuam- se através dos estomas. Estas estruturas, situadas
na epiderme das folhas, são constituídas por duas células estomáticas, que delimitam uma
pequena abertura, o ostíolo. A abertura dos estomas resulta da absorção ativa de iões, que
provoca a entrada de água por osmose e a turgescência das células estomáticas. A saída
passiva de iões conduz à plasmólise das células estomáticas e ao fecho dos estomas.
Os principais fatores ambientais, que condicionam a abertura e fecho dos estomas são: a luz,
a humidade atmosférica, a temperatura, o vento, a variação de água no solo, a
concentração de iões e de CO2 e o pH.

Figura 4 - Trocas gasosas e circulação de gases no interior da folha através dos espaços intercelulares do mesófilo

Figura 5 - Transporte de substâncias através dos espaços intercelulares do mesófilo


Nos animais, as trocas gasosas ocorrem através de superfícies respiratórias que apresentam
pequena espessura, grande área, elevada humidificação e intensa vascularização.

*Nos animais, as trocas gasosas com o meio exterior realizam-se por difusão direta ou
indireta, ao nível de superfícies respiratórias.
● Na difusão direta, os gases respiratórios passam diretamente da superfície respiratória
para a célula;
● Na difusão indireta, os gases respiratórios passam da superfície respiratória para um
fluido circulante e deste para as células.

Figura 6 _ Trocas gasosas entre as células e a superfície respiratória

Estas características facilitam a difusão de gases que ocorre sempre ao longo de um gradiente
de concentração. Nos invertebrados, como a minhoca, as trocas gasosas ocorrem através da
pele, estas trocas são por difusão indireta e ocorrem através de um tecido que reveste a
superfície do corpo, o tegumento, designando-se por hematose cutânea. Nos insetos, a
difusão direta dos gases ocorre através do sistema traqueal, constituído por uma rede de
canais, chamadas traqueias, que se estende desde os espiráculos até às células.
Nos vertebrados, existe uma grande diversidade de superfícies respiratórias, nos peixes a
trocas ocorrem nas brânquias (hematose branquial), onde o mecanismo de contracorrente
favorece a difusão de gases, entre a água e o sangue.
Nos restantes vertebrados, a hematose ocorre nos pulmões, estes órgãos apresentam
estrutura muito diversificada, desde os pulmões simples dos anfíbios, que também realizam
hematose cutânea, até aos pulmões altamente compartimentados dos mamíferos. As aves
possuem sacos aéreos, bem como pulmões com parabrônquios, onde o ar circula num fluxo
contínuo e unidirecional.
Figura 7 - Hematose cutânea da minhoca

Figura 8 - Hematose tranqueal do gafanhoto

Figura 9 - Hematose branquial do peixe


Figura 10 - Evolução da estrutura do pulmão nos diversos vertebrados

Figura 11 - Estrutura dos pulmões das aves

Figura 12 - Estrutura do pulmão do ser humano

Você também pode gostar