Respiração e

ventilação

01/02

Introdução
Quando pensamos ou falamos sobre “respiração"
é importante lembrar que ela pode significar:

1) ventilação pulmonar;

2) trocas de gases nos pulmões ou

3) produção de energia na célula via metabolismo

aeróbio (respiração celular). 
 Os processos denominados de respiração e ventilação reunem o
fenômeno conhecido como trocas gasosas que ocorrem nos seres
vivos.

A esse processo entende-se a absorção de O2 e a liberação de

CO2.

É um processo essencial porque o O2 é constantemente utilizado

para a produção de energia em todas as células do corpo.

A produção de ATP na mitocôndria só é possível se houver

oxigênio disponível na célula.

O processo final produz água metabólica.

Respiração em animais de pequeno tamanho corporal

A respiração é um processo simples nos organismos

unicelulares e em muitos animais microscópicos.

Esses organismos obtêm nutrientes e oxigênio e

liberam excretas diretamente pelas suas superfícies.

Devido ao pequeno tamanho desses organismos, a

difusão é suficiente para suprir a demanda de
oxigênio.

—> As correntes de movimento do citoplasma

auxiliam na distribuição do oxigênio por toda a célula.
 E em animais multicelulares?

Em animais pequenos (ex. nematoides, platelmintos), as trocas gasosas

também ocorrem apenas por difusão pelo tegumento, sem que uma
estrutura especializada para a execução do processo esteja envolvida.

Esse mecanismo simples de obtenção de oxigênio só é possível em animais

que tenham até cerca de 1 mm de diâmetro ou de espessura.

A explicação para esse limite de tamanho está baseada na relação

superfície/volume (S/V).

Quando os indivíduos possuem diâmetros superiores a 1 mm, a relação

superfície/volume diminui, e a superfície de troca se torna insuficiente para
suprir a demanda de oxigênio de todos os tecidos do animal.

Dessa forma, o animal teria uma zona anóxica na ausência de

especializações extras para a troca gasosa.

Já em animais maiores…

Na grande maioria dos vertebrados e em alguns

invertebrados, a difusão pela superfície do corpo não é
suficiente como o único meio de troca gasosa.

A taxa de difusão do oxigênio nos tecidos animais é muito

menor do que a taxa de consumo.

Por exemplo, em tecidos de mamíferos, uma molécula de

oxigênio levaria até três meses para percorrer 1 metro.
 Concomitantemente ao aumento da complexidade
e ao tamanho dos animais, ocorreu, além do
surgimento do aparelho circulatório, o surgimento
de tecidos e órgãos especializados na troca gasosa.

Pode-se afirmar que um aumento da complexidade dos organismos

não seria possível sem o simultâneo melhoramento do suprimento
de oxigênio e a eliminação de dióxido de carbono.

Nos órgãos especializados, a superfície de troca

gasosa é uma fina camada de células,
denominada epitélio de trocas gasosas

Esse epítélio apresenta um padrão de

invaginações ou evaginações, que aumentam
imensamente a superfície para as trocas gasosas.

Pulmões e brânquias são os nomes das

estruturas que realizam trocas gasosas e que
possuem esses padrões.
Brânquias são estruturas respiratórias formadas por
evaginações do corpo e que são circundadas pelo meio
externo.

Pulmões, pelo contrário, são estruturas respiratórias formadas

por invaginações do corpo que contêm o ambiente de troca
gasosa.

Apesar de haver exceções, respiradores de água, em geral,

possuem brânquias, enquanto que respiradores de ar possuem
pulmões.

Princípios de
trocas de gases

Difusão

Pressão parcial dos gases

Solubilidade dos gases

 Difusão

Difusão é um processo que ocorre sem gasto

energético.

É o resultado da movimentação aleatória das

moléculas (sendo essa movimentação dependente da
temperatura)

Quando há um gradiente de concentração, haverá um

movimento resultante do gás em relação ao gradiente.

Pressão parcial dos gases

Está relacionada à pressão do gás que está realmente disponível
para difusão

—> A concentração total de um gás não é indicativo claro de

quanto gás está disponível pois os elementos químicos reagem e
podem diminuir a proporção do elemento em análise no sistema

Considere uma mistura gasosa de O2, N e CO2 em uma caixa

fechada. Se o oxigênio compuser 21% da mistura e a mistura
exercer uma pressão de 1 ATM sobre a parede da caixa, então a
pressão parcial do oxigênio será de 0,21 atm.

—> A soma das pressões parciais dos componentes individuais do

gás deve ser igual à pressão total.
 Solubilidade dos gases

No ar a pressão parcial é o principal parâmetro que

mede a disponibilidade dos gases.

—> na água existe outro parâmetro envolvido: a

solubilidade do gás no meio líquido.

A solubilidade dos gases diminui com o aumento

da temperatura porque a agitação térmica das
moléculas de água impede a estabilização das
moléculas de gás no meio líquido.

Portanto, a solubilidade dos gases na água é o

inverso da dos sólidos.

Enquanto que a solubilidade dos sólidos na água

aumenta com a temperatura, a solubilidade dos
gases diminui.
A concentração de um gás na água depende da
pressão parcial e da solubilidade do gás.

Dessa forma, quando a pressão parcial de um gás for

igual na água e no ar, a concentração desse gás pode
ser diferente entre esses dois meios devido à
solubilidade do gás na água.

Comparação de ambientes:
água e ar

A água e o ar apresentam diferenças em relação a suas

características físicas e químicas.

Essas diferenças se refletem nos diferentes mecanismos

fisiológicos e estruturas anatômicas envolvidas no
processo de trocas de gases nos animais que habitam o
ambiente terrestre e o aquático.
 Para se obter 1 g de oxigênio na água, é
necessário mover pelos órgãos respiratórios
100 L de água, enquanto que para se obter 1 g
de oxigênio no ar, basta mover cerca de 3 L de
ar.

Essa diferença na massa necessária a ser deslocada para a

obtenção de oxigênio fornece uma importante característica
dos sistemas respiratórios aquáticos:

—> O movimento da água é quase sempre unidirecional, ou

seja, em uma só direção.

Essa estratégia reduz o gasto de energia utilizado na

respiração

Para os respiradores de ar, um fluxo de ar bidirecional, como

para dentro e para fora dos pulmões, não é tão dispendioso.
Outro fator que aumenta o trabalho e o gasto
energético da respiração na água é a viscosidade.

A viscosidade da água é cerca de 50 vezes maior que

aquela encontrada no ar.

Portanto, isso acarreta em um maior gasto energético

para a respiração na água quando comparada ao ar.

Outro fator importante é a umidade.

A troca de gases através da superfície corpórea

só é possível em um ambiente úmido.
 Ventilação
Respiração externa é o processo pelo qual o O2 é
transportado do meio externo até a membrana de troca
gasosa e o CO2 é transportado para fora da membrana,
em direção ao ambiente externo.

A respiração externa pode ocorrer por difusão ou

através de correntes de convecção.

Convecção é o processo físico de transporte de um fluido,

no caso um gás, por grandes distâncias, se comparado a
distâncias percorridas pela difusão.

Complementando o que foi dito no primeiro slide, ventilação é o

processo biológico que gera a convecção durante a respiração.

A ventilação de pulmões, brânquias e outras estruturas de trocas

gasosas pode ser ativa ou passiva.

Na ventilação passiva —> correntes do próprio meio induzem

um fluxo na membrana de troca de gás.

A ventilação é ativa quando o animal gera a corrente de ar ou

água que flui pela estrutura respiratória, com o uso de energia
metabólica.

Esse processo, em geral, ocorre através da contração muscular,

como na sucção ou pressão positiva.
 A ventilação ativa pode ser unidirecional, bidirecional ou
não direcional.

Na ventilação unidirecional, o meio entra em contato com a

membrana de troca gasosa apenas em uma direção.

—> Esse tipo de ventilação ocorre na respiração de peixes.

Na ventilação bidirecional, o meio flui para a membrana e

da membrana de troca através da mesma passagem,
caracterizando duas direções de movimento.

—> Esse tipo de ventilação ocorre nos pulmões de mamíferos.

A ventilação é não direcional se o meio flui

pela membrana de troca sem uma direção
definida

esse tipo de ventilação ocorre em animais com

brânquias externas, como os girinos e larvas
de insetos aquáticos, que movimentam as
brânquias na água para ventilar esse órgão.
Em órgãos com ventilação bidirecional, o meio em
contato com a membrana de troca gasosa nunca é
completamente renovado.

Isso ocorre porque nesse tipo de respiração, o órgão

nunca se esvazia completamente durante as
respirações.

Então, quando o animal inala, o meio novo se mistura

com o meio que já estava no órgão desde o último
ciclo respiratório.

Quando a ventilação é unidirecional, duas relações

podem existir entre o fluxo de meio e o fluxo de
sangue: concorrente ou contracorrente.

No sistema concorrente, o meio flui na membrana de

troca gasosa no mesmo sentido do sangue e no sistema
contracorrente, o meio e o sangue fluem em direções
opostas, o que torna a captação de oxigênio 90% mais
eficiente
Não há, na natureza, órgãos que atuam com troca gasosa concorrente

Na troca de gás contracorrente, quando o sangue pobre de O2 atinge

a membrana de troca gasosa, ele inicialmente encontra um meio que
foi substancialmente desoxigenado.

Entretanto, à medida que o sangue flui através da superfície da

membrana de troca gasosa na direção oposta em que o meio flui, ele
constantemente encontra um meio com pressões parciais de O2 cada
vez maiores.

Dessa forma, mesmo que o sangue absorva o O2 e sua pressão parcial

no sangue aumente, um gradiente de pressão parcial é mantido,
favorecendo a captura de O2 pelo sangue.

Superfícies de
troca gasosa
A área e a espessura da membrana de troca gasosa
desempenham uma grande influência na velocidade de
aquisição de O2.

—> A taxa de difusão através da membrana aumenta com

a área (A) da membrana e diminui com espessura (d). A
área de troca gasosa possui uma relação alométrica

A relação alométrica é uma relação não proporcional

entre variáveis, por exemplo, a relação de crescimento
da cabeça com o resto do corpo humano.
Por hoje é só