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O mergulho dos As fêmeas adultas dos elefantes-marinhos podem mergulhar até

1255 metros de profundidade em busca de alimento. A duração


elefantes marinhos dos mergulhos varia de 20 a 27 minutos, embora uma fêmea
tenha sido já monitorizada num mergulho que durou 120
minutos, ou seja, duas horas. O tempo de permanência na
superfície entre os mergulhos é de apenas 2 a 3 minutos. Como
é que estes animais conseguem este espectacular mergulho?

Os elefantes-marinhos utilizam o oxigénio que se encontra


armazenado no seu sangue e não nos seus pulmões, pois o
animal expira antes de mergulhar e sustém a respiração. Os
pulmões colapsam a cerca de 40 metros de profundidade e
deixam de acumular ar. A quantidade de sangue que estes
animais possuem é cerca de duas vezes e meia mais do que teria
um homem do mesmo tamanho. Durante o mergulho, o coração
baixa a sua frequência (três batimentos por minuto) e o sangue
Mirounga leonina circula apenas nos órgãos vitais e nos músculos necessários à
movimentação na água. Estes animais apresentam ainda uma
outra vantagem: os músculos têm uma elevada percentagem de
mioglobina, proteína com função de armazenamento de
oxigénio.

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A respiração é sinónimo de vida

Os seres vivos necessitam


de um fluxo de oxigénio
para as células e da
remoção do dióxido de
carbono, que se forma
como consequência das
reacções metabólicas que
lá ocorrem.
Respiração celular

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Nos seres unicelulares e nos seres
multicelulares de dimensões
reduzidas, as trocas gasosas
indispensáveis à respiração celular
ocorrem directamente com o meio.

Esponjas

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Seres Multicelulares

As trocas gasosas ocorrem


através de estruturas
especializadas.

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Trocas Gasosas nas Plantas

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As plantas realizam uma série de
funções metabólicas, como a
respiração, a fotossíntese e a
transpiração, indispensáveis à sua
sobrevivência.

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Durante a respiração, a planta capta
oxigénio e liberta dióxido de carbono;
durante a fotossíntese, a planta capta
dióxido de carbono e liberta oxigénio;
durante a transpiração, a planta liberta
vapor de água.

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As plantas possuem algumas
estruturas, que permitem que estas
trocas gasosas se processem com
eficiência e que controlam a
quantidade de gases absorvidos e
libertados. As trocas gasosas são:
 Vapor de água;
 O2
Expulso durante a fotossíntese mas
capturado durante a respiração;
 CO2
Expulso durante a respiração mas
capturado durante a fotossíntese;

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Estomas

São estruturas existentes na epiderme dos órgãos aéreos das


plantas e que permitem trocas gasosas entre o interior e o exterior
da planta.

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Estomas

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Abertura e Fecho dos Estomas

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O movimento de abertura e fecho dos estornas é condicionado por
alterações na turgescência das células estomáticas, que têm uma estrutura
diferente das células vizinhos:
 possuem muitos cloroplastos;
 a parte da parede celular que delimita o ostíolo é mais espessa que a
parte encostada às células vizinhas
 existência de microfibrilas de celulose provoca o afastamento das células
estomáticas (quando túrgidas), aumentando a abertura dos ostíolos.

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O estado de turgescência das células estomáticas
determina o grau de abertura do estoma.

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Os estomas controlam as trocas gasosas entre o meio exterior e a
planta, graças à capacidade que têm em abrir e fechar.
 Quando as células guarda estão túrgidas, aumentam o volume
fazendo aumentar a pressão ao nível das paredes (pressão de
turgescência).
 Como a parte mais fina das paredes se deformam mais
facilmente do que a parte espessa, este fenómeno leva à
abertura do estoma.

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O transporte activo de iões,
sobretudo do ião potássio (K+),
para o interior das células
estomáticas, constitui um dos
mecanismos actualmente mais
aceite para explicar as
variações na pressão de
turgescência dessas células.

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A elevada concentração de K+ no interior das células estomáticas faz com que a
água passe, por osmose, das células vizinhas para essas células, que ficam
túrgidas, abrindo-se o estoma. Enquanto o transporte activo de potássio para o
interior das células estomáticas ocorrer, estas permanecem túrgidas e o estoma
aberto. Quando o transporte activo pára, os iões K+ saem das células
estomáticas, por difusão, o que leva à saída de água; as células deixam de estar
túrgidas e o estoma fecha-se.

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Apesar de ser muito
importante na regulação da
abertura e do fecho dos
estomas, a concentração de
iões é apenas um dos factores
que intervêm neste fenómeno.

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A diminuição da concentração
em CO2 nos espaços
intercelulares das células das
folhas causa a abertura dos
estomas…

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A variação da concentração em CO2 nas células depende da planta
se encontrar à luz ou na obscuridade. Quando a planta está à luz e
a fotossíntese se realiza, formam-se certos solutos no interior das
células estomáticas, o que provoca a entrada de água nestas
células e o estoma abre.
Sem luz, como a fotossíntese não se realiza, diminui a concentração
destes solutos, pelo que a água tem tendência a sair das células
estomáticas e o estoma fecha.
Outros factores, como temperatura elevada, vento forte ou um
elevado conteúdo de água no solo, fazem aumentar a transpiração
e, consequentemente, o conteúdo em água das folhas, que
influência a abertura e o fecho dos estomas. Assim, o mecanismo
de abertura e fecho dos estomas é feito através do controlo da
turgescência das células estomáticas, que, por sua vez, é
influenciado por um conjunto de diversos factores.
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Hidátodos
Estrutura secretora formada por um conjunto de células modificadas,
também chamadas estomas aquíferos, localizadas nas margens e
extremidades das folhas de algumas plantas, perto da terminação de
pequenas nervuras. Os hidátodos abrem para o exterior através de poros na
epiderme, permitindo a saída de água do interior da folha para a superfície
foliar, por um processo designado gutação.
Os hidátodos são estomas sem capacidade de regular o tamanho da sua
abertura, sendo também designados por estomas aquíferos. A libertação de
água através dos hidátodos pode ocorrer de forma passiva ou pode dever-se
a uma pressão radicular elevada.
http://www.infopedia.pt/$hidatodo

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Existem plantas adaptadas às condições do deserto, nas quais a fotossíntese é do tipo CAM
(Metabolismo do Ácido das Crassuláceas). Essa fotossíntese caracteriza-se pela absorção do
dióxido de carbono (CO2) pelos estomas, durante a noite. O CO2 acumula-se dentro da
célula, ligando-se ao ácido málico.
Durante o dia os estomas fecham-se, mas a planta pode usar, na fotossíntese, o CO2 retido
no ácido málico. Ex.: Famílias Cactaceae (cactos), Bromeliaceae (bromélias), Piperaceae
(peperômias) e Orchidaceae (orquídeas).
Explique em que medida a existência da fotossíntese CAM, em muitas plantas que vivem
nos desertos, assegura a sua sobrevivência nestes ambientes extremos, no que diz respeito
à disponibilidade de água.
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Ambystoma mexicanum - Oxolote
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Nos animais, tal como nas plantas, encontra-se
expressa nas trocas gasosas que ocorrem entre o
organismo e o meio.
O intercâmbio de gases, tal como o que ocorre a nível
celular, realiza-se por fenómenos de difusão.
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Difusão
Ocorre através de superfícies
respiratórias.
As trocas gasosas entre as superfícies
respiratórias e as células podem ser
feitas directamente – difusão directa.
Ou de forma indirecta – difusão
indirecta – uma vez que os gases
respiratórios são transportados até
às células por um fluído circulante.
As trocas gasosas ao nível das superfícies respiratórias
adquirem o nome específico de hematose.

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Difusão Directa
(pele)

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Que tipos de superfícies respiratórias existem
nos animais?

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39
Que tipos de superfícies respiratórias existem
nos animais?

1. Qual a função desempenhada pelas diversas


superfícies respiratórias representadas na figura?
R: Permitir as trocas gasosas entre o organismo e o meio
exterior.
2. Qual é o gás que:
2.1. é absorvido pelos organismos?
R: O gás absorvido é o O2.
2.2. é expelido pelos organismos?
R: O gás expelido é o CO2.

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Características das superfícies respiratórias
 possuem pouca espessura (finas): geralmente,
apenas uma camada de células separa o meio
externo do meio interno;
 apresentam-se sempre húmidas, o que facilita a
difusão dos gases respiratórios;
 são muito vascularizadas, para facilitar o contacto
com o fluido circulante;
 a sua morfologia permite uma grande superfície
de contacto entre o meio interno e o meio
externo.

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Como consequência da evolução, surgiu uma
diversidade de superfícies respiratórias nos diversos
grupos animais.
Diversidade, relacionada com:
 o tamanho do organismo

 a estrutura corporal do organismo,

 a sua história evolutiva

 a natureza do ambiente em que vive.

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Superfícies Respiratórias
 Superfície Corporal (Tegumento);

 Brânquias;

 Traqueias;

 Pulmões.

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Trocas gasosas através da superfície corporal
Alguns organismos como os Porífera, Cnidários, Platelmintes,
Anelídeos e alguns Moluscos efectuam directamente as trocas
através da superfície corporal. Animais de maiores dimensões,
como anfíbios e peixes também podem possuir hematose
cutânea.

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Trocas gasosas através da superfície corporal

Difusão directa

Os gases respiratórios difundem-se


directamente através da superfície
respiratória para as células sem
intervenção de um fluido de
transporte.

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Trocas gasosas através da superfície corporal

Em seres vivos muito simples como as


Hidras ou as Planárias as trocas gasosas
fazem-se directamente através da superfície
corporal. Esta situação é possível pois os
seus corpos são constituídos por poucas
camadas de células.

No caso da Hidra, com apenas duas


camadas de células, a camada externa
realiza trocas directamente com o meio
aquático. Por seu lado a camada interior
realiza trocas com a água que circula na
cavidade gastrovascular.

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Trocas gasosas através da superfície corporal
A planária apresenta uma forma achatada (plana) o que
facilita o contacto de todas as células com o meio externo.

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Trocas gasosas através da superfície corporal

Hidra

Amiba

Planária

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Anelídeos
Em animais mais complexos, com mais camadas de células, tal
como as minhocas, o aparecimento de um sistema circulatório
aumentou a eficácia das trocas gasosas através do tegumento.
Tegumento é a camada de células que cobre o corpo.

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Difusão indirecta

Os gases respiratórios passam


através da superfície respiratória
para um fluido circulante,
normalmente o sangue, que
estabelece comunicação entre as
células e o meio externo.

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Embora estes animais existam em Trocas gasosas através da
ambientes secos (terrestre) a superfície corporal
hematose é possível pois ao nível
da pele existem numerosas
glândulas produtoras de muco que
mantêm a pele húmida.
Além disso o sistema circulatório
encontra-se muito próximo da
pele, o que permite a hematose
cutânea.
O oxigénio difunde-se, através da
pele, para o sistema circulatório e é
transportado por este até às As minhocas não têm
restantes células do corpo. sistema respiratório.

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Nos seres vivos de maiores
dimensões a razão entre a
área e o volume é menor. A
superfície corporal não é
suficiente para obter
oxigénio para as células.
Necessita de superfícies
respiratórias especializadas.

Área superficial – 180 dm2 Área superficial – 0,36 dm2


Volume – 68 dm3 Volume – 0,0048 dm3
Área superficial/Volume Área superficial/Volume
=180/68 =0,36/0,0048
=2,65 =75

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Trocas gasosas através da superfície corporal

Alguns animais de
maiores dimensões,
como os anfíbios e certos
peixes, também possuem
hematose cutânea, para
além da hematose
pulmonar ou branquial.

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No caso das aves e dos répteis
ovíparos, os embriões
desenvolvem-se graças às
trocas gasosas efectuadas
através dos milhares de poros
existentes na superfície dos
ovos.

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Sistemas respiratórios nos animais

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Muitos peixes de mar aberto
como as barracudas
(Sphyraena genie) podem
nadar grandes distâncias
com bastante velocidade,
mesmo que o conteúdo de
oxigénio da água seja
somente 5% daquele do ar
que os humanos respiram.

O oxigénio difunde-se 3 milhões de vezes mais


depressa no ar do que na água!

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Consumo de oxigénio e temperatura

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atmosférico, por
O2 do ar

difusão

Seres aquáticos
fotossintéticos
• Menor quantidade de oxigénio dissolvido
• Temperaturas elevadas tornam o oxigénio menos solúvel
• Num lago com muitos animais a quantidade de O2 é menor
• Águas profundas têm menos oxigénio
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Trocas gasosas através de brânquias

Internas Externas

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As brânquias ou guelras são os
órgãos respiratórios da maioria
dos animais aquáticos, que se
encontram em contacto directo
com a água, e são formados,
normalmente, por evaginações
da superfície do corpo.

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Peixes ósseos

Nos peixes ósseos, as


brânquias são banhadas por
uma corrente contínua de
água, que entra pela boca e
sai pelas fendas operculares.
O movimento de abertura e
fecho da boca e dos opérculos
ajuda a esta circulação de
água.

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As brânquias são constituídas por séries de filamentos duplos,
inseridos obliquamente em estruturas ósseas denominadas arcos
branquiais. Em cada filamento branquial existe um vaso sanguíneo
por onde o sangue entra na brânquia, e um outro, por onde o
sangue sai da brânquia. Entre estes dois vasos sanguíneos existe
uma densa rede de capilares, que estão contidos em dilatações do
filamento branquial, chamadas lamelas.

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Peixes ósseos

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Peixes ósseos

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Hematose branquial

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Peixes cartilagíneos

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1. Descreva o percurso realizado pela água ao longo do sistema respiratório do
peixe.
R: A água entra pela boca, passa pelas brânquias e é expulsa pela fenda
opercular.
2. Como é constituída uma brânquia?
R: As brânquias são compostas por séries de filamentos duplos inseridos nos
arcos branquiais. Cada filamento possui uma dilatação muito vascularizada,
chamada lamela branquial.
3. Compare o sentido do fluxo da água com o sentido do fluxo sanguíneo, nos
filamentos branquiais.
R: Nos filamentos branquiais, o fluxo de água ocorre no sentido contrário ao
fluxo sanguíneo.
4. Como varia a concentração de oxigénio na água, comparativamente com a
percentagem de saturação de oxigénio no sangue?
R: A quantidade de oxigénio na água vai diminuindo, ao mesmo tempo que
vai aumentando no sangue.

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Mecanismo de Hematose branquial
contracorrente

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Hematose branquial

A existência do
mecanismo de
contracorrente é muito
importante, pois a
quantidade de oxigénio
dissolvido na água é
muito inferior à que
existe na atmosfera.

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Hematose branquial

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O mecanismo de contracorrente permite
aumentar significativamente a eficiência das
trocas gasosas ao nível dos capilares.
Quando o sangue flui através dos capilares torna-
se cada vez mais rico em oxigénio e, porque circula
em sentido contrário ao da água, vai contactando
com água que é sucessivamente mais rica em oxi-
génio, o que permite uma difusão eficiente.
No início do percurso a diferença entre a tensão de oxigénio no sangue e na água, apesar
de pequena, é suficiente para que o oxigénio comece a difundir-se para o sangue. À
medida que o sangue se enriquece em oxigénio, vai entrando em contacto com água que
possui uma tensão cada vez maior de oxigénio, mantendo-se um coeficiente de difusão
elevado, o qual, no caso considerado, permite que o sangue atinja 90% de saturação em
oxigénio.
Simultaneamente, e pela mesma razão, o dióxido de carbono difunde-se em sentido
contrário. À medida que o sangue dos capilares sanguíneos vai perdendo CO2 para a água,
vai contactando com água cada vez mais empobrecida em CO2, o que permite que a difu-
são se continue a efectuar.

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O Axolote (Ambystoma mexicanum) é
um anfíbio que mantém brânquias
externas durante toda a sua vida.

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Curiosidade
Os peixes não podem respirar fora de água pois as suas brânquias
não possuem suporte rígido.
Quando os peixes estão fora de água as brânquias colam-se umas
às outras. É como colocar um pincel dentro de água. A água
fornece o suporte necessário, pois tem uma densidade maior que
o ar.

78
Peixes pulmonados - Dipnóicos

79
Peixes pulmonados - Dipnóicos

1. Tendo em conta as características morfofisiológicas dos peixes, indique duas


que sejam exclusivas dos dipnóicos.

2. Que tipos de hematose ocorrem nos peixes dipnóicos?

3. De um ponto de vista evolutivo, tente explicar a semelhança entre os pulmões


dos dipnóicos e os dos anfíbios.

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Trocas gasosas em meio terrestre
Vantagens Desvantagens

 A água, mesmo saturada de  Os gases só atravessam as


O2, contém apenas 5% deste superfícies respiratórias
gás. dissolvidos em água, por
 Aumento da salinidade e isso as superfícies
temperatura reduz ainda respiratórias devem manter-
mais a quantidade de O2 se húmidas.
dissolvido.
 Dessecação das superfícies
 As moléculas de gases respiratórias expostas ao ar.
difundem-se muito mais
rapidamente no ar do que
na água.

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Adaptação à vida terrestre
As expansões da superfície do corpo, expostas ao ar, não se
manteriam húmidas.

Na evolução foram favorecidos organismos que apresentam


invaginações para o interior do corpo, que comunicam com a
atmosfera através de finos canais, reduzindo a evaporação.
Ex: traqueias dos insectos e pulmões dos vertebrados.

82
Nos animais terrestres tem de existir uma superfície
húmida para que os gases se possam dissolver.

83
Trocas Gasosas através de traqueias

Os insectos e outros artrópodes terrestres possuem um sistema


respiratório constituído por uma rede de traqueias, que se
encontra no interior do corpo.
84
O sistema traqueal dos insectos é
constituído por uma rede de
traqueias – canais onde circula o
ar.
Trocas gasosas ocorrem por
difusão directa do ar para as
células – não intervém o sistema
circulatório.
Favorece a oxigenação eficiente
das células e uma taxa metabólica
elevada.
Hematose Traqueal nos Insectos
85
O ar entra pelos
espiráculos (aberturas na
superfície do corpo),
percorre as traqueias e
atinge os tecidos através
das traquíolas que estão
em contacto directo com
as células.

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Nos insectos voadores, em que o consumo de O2 é grande,
existem sacos de ar (sacos aéreos) junto dos músculos.

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Exterior → Espiráculo → Traqueia → Traquíola → Células

88
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Em espécies mais evoluídas, os espiráculos
possuem filtros, bem como estruturas
semelhantes a válvulas, que controlam o fluxo
de ar.
A ventilação activa encontra-se apenas em
insectos maiores, onde por movimentos
musculares há contracção das traqueias, o que
leva há inspiração de ar e no caso contrário há
expiração.
http://www.sciencemag.org/content/suppl/2003/01/27/299.5606.
558.DC1/1078008S1.mov

Em insectos menores não ocorre ventilação


activa mas sim passiva, isto é, simplesmente há
entrada e saída de ar.

91
Insectos
As trocas gasosas
ocorrem por difusão
directa do epitélio
das traquíolas para
as células.
O sistema circulatório
não é, por isso,
utilizado no
transporte dos gases
respiratórios.

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Trocas gasosas através de pulmão
Os pulmões são as superfícies
respiratórias, invaginadas no
interior do corpo, mais evoluídas
que existem. Todos os vertebrados
terrestres os possuem, embora se
encontrem diferentes graus de
complexidade entre os diferentes
grupos animais.
 Anfíbios
 Répteis
 Aves
 Mamíferos

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94
Existe também uma
tendência evolutiva que
aponta no sentido de um
aumento da superfície do
epitélio respiratório.

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Sistemas respiratórios dos vertebrados –
tendência evolutiva
 Aumento da compartimentação dos pulmões ⇒ aumento da
área da superfície respiratória

 Maior especialização do sistema de ventilação

 Aumento da eficiência da circulação sanguínea

 Relação entre o tamanho e complexidade dos pulmões e a taxa


metabólica dos animais

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Anfíbios

Existe uma tendência evolutiva


para o aumento da superfície do
epitélio respiratório.

Os anfíbios são os que


apresentam os pulmões mais
pequenos, assim, e de forma a
compensar tal facto apresentam
também hematose cutânea.

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Ventilação pulmonar - Anfíbios

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Répteis
Os répteis, mais adaptados ao
ambiente terrestre apresentam
uns pulmões ligeiramente
maiores.

Ainda assim pequenos, o que


lhes dificulta a oxigenação dos
tecidos, o que associado ao facto
da circulação sanguínea ser
incompleta, faz com que estes
seres vivos sejam
poiquilotérmicos e ectotérmicos.

99
Aves e Mamíferos
As aves e os mamíferos possuem os aparelhos respiratórios mais
complexos, apresentando algumas diferenças estruturais e
funcionais.

100
101
Aves

Metabolismo elevado.
Necessitam de grandes quantidades de O2.
Grande superfície respiratória e eficiente
ventilação pulmonar.
Possuem pulmões e sacos aéreos, localizados
por todo o corpo, que constituem reservas de
ar, melhorando a eficiência da ventilação.

Os sacos aéreos facilitam o voo das aves, pois


tornam-nas menos densas e contribuem para a
dissipação de calor resultante do metabolismo,
sobretudo durante o voo.

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103
Nas aves o ar circula em apenas um sentido…
Sacos aéreos posteriores  Pulmões  Sacos
aéreos anteriores

A hematose só ocorre nos pulmões ao nível dos


parabrônquios, finos canais abertos nas duas
extremidades.

A hematose não ocorre ao nível dos sacos aéreos,


mas estes permitem que o ar circule em apenas um
sentido.
Para que o ar percorra todo o sistema, têm que
ocorrer dois ciclos ventilatórios.

Tal como nos peixes, os animais que apresentam pulmões fazem circular o ar
em contracorrente, o que aumenta significativamente a eficiência da hematose.

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Aves: mecanismo de ventilação
l.a inspiração: o l.a expiração: o
ar atravessa os ar passa dos
brônquios até sacos aéreos
aos sacos posteriores para
aéreos os pulmões,
posteriores onde ocorre
hematose
2.a expiração: o 2.a inspiração: o
ar é expelido ar dos pulmões
dos sacos passa para os
anteriores em sacos anteriores
direcção à e novo ar entra
traqueia para o para os sacos
exterior posteriores

105
Aves: mecanismo de ventilação

106
Vantagens dos sacos aéreos:

 Permitem o fluxo gasoso de forma contínua e num só


sentido através dos pulmões
 Não há mistura de gases residuais como nos mamíferos

 Diminuição da densidade das Aves

 Dissipação de calor devido ao elevado metabolismo

 Reserva de ar

107
Será que há
dinossáurios
com sacos
aéreos?

108
O Aerosteon riocoloradensis, baptizado de "ossos de ar do rio Colorado", tinha
um sistema de respiração parecido com o das aves.

Essa representação do corpo do predador Aerosteon mostra os seus pulmões (em


vermelho) e sacos aéreos (outras cores) como eles podem ter sido em vida, há cerca de 85
milhões de anos. Segundo o que revela uma análise de fósseis recente, esse enorme
dinossauro carnívoro tinha um sistema respiratório muito semelhante ao das aves actuais,
o que reforça o vínculo evolutivo entre dinossauros e aves modernas.
109
“Dinopato”

110
Sistema respiratório mamíferos
Vias respiratórias: fossas nasais, faringe, laringe, traqueia,
brônquios, bronquíolos.
Pulmões localizados na cavidade torácica
Homem: 250 ml O2/min. (300L/24h)

111
Sistema respiratório mamíferos

Os pulmões são constituídos por


bronquíolos e alvéolos pulmonares.

É nos alvéolos pulmonares que


ocorre a hematose pulmonar – trocas
gasosas entre o meio externo (a
cavidade dos alvéolos) e o meio
interno (sangue).

112
Pulmões

113
114
Ventilação pulmonar
Movimentos de inspiração e expiração, desencadeados pela
contracção e relaxamento dos músculos da cavidade torácica
(diafragma, músculos intercostais e peitorais) que permitem a
renovação de ar nos pulmões.

115
Ventilação pulmonar
Contracção do diafragma,
músculos peitorais e
intercostais

Aumento do volume da caixa


torácica

Aumento do volume dos


pulmões

Pressão ar pulmões diminui

Entrada de ar para os pulmões -


inspiração

116
Ventilação pulmonar
Relaxamento músculos da
parede da caixa torácica

Diminuição do volume da caixa


torácica

Diminuição do volume dos


pulmões

Pressão ar pulmões aumenta

Saída de ar dos pulmões -


expiração

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Difusão de gases respiratórios
O factor que determina a direcção e a intensidade da difusão dos
gases é a sua Pressão parcial
Pressão parcial de um gás numa mistura gasosa é a pressão
exercida por esse gás em relação à pressão dos restantes gases da
mistura.

118
Difusão de gases respiratórios

As trocas realizam-se por


diferenças de pressão.

Os gases tendem a difundir-se do


local onde estão em maior
quantidade para o local onde
existem em quantidades menores.

119
Hematose Pulmonar

120
Hematose Celular

121
Conclusão:
Ao longo da evolução verifica-se:
 aumento da compartimentação dos pulmões que resultou num
aumento da área do epitélio respiratório;
 especialização progressiva dos sistemas de ventilação;
 aumento da eficiência da circulação sanguínea (circulação
completa)

122
Evolução

123
124
125
A abertura e o fecho dos estomas são regulados pelo teor de K+ nas
células-guarda.
Substitui cada uma das letras do quadro abaixo representado por um dos
termos fornecidos.

1) Elevado 2) Baixo 3) Túrgida 4) Flácida 5) Aberto 6) Fechado

127
128
Como já reparaste, quando possuis em casa uma jarra de
plantas com flor necessitas de lhe acrescentar água
periodicamente.

Explica por que razão é necessário este acréscimo de água.

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139
1. O gráfico abaixo mostra as curvas de saturação de dois tipos de
hemoglobina (Hb) que se ligam ao oxigénio (O2). Essas curvas nos permitem
concluir que:

a) A hemoglobina1 possui menor afinidade pelo O2 que a hemoglobina 2.


b) a hemoglobina1 possui maior afinidade pelo O2 que a hemoglobina 2.
c) as hemoglobinas 1 e 2 possuem a mesma afinidade pelo O2.
d) a hemoglobina1 fica saturada somente nas maiores pressões parciais de O2.
e) a hemoglobina1 nunca fica saturada, uma vez que a hemoglobina 2 impede
tal evento.

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2. O processo de troca gasosa (aquisição oxigénio e eliminação de dióxido de
carbono), ou seja, a respiração ocorre de várias maneiras entre os animais. São
conhecidos 4 mecanismos básicos: respiração tegumentar ou cutânea,
branquial, traqueal e pulmonar. De acordo com esses tipos de respiração.
Relacione-os com os respectivos organismos, podendo ocorrer mais de um
mecanismo para o mesmo animal.

1. Peixes. A. Tegumentar ou cutânea.


2. Minhoca. B. Branquial.
3. Cão. C. Traqueal.
4. Mosca D. Pulmonar.
5. Rã

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3. Baseando-se no princípio da difusão do CO2 no corpo de mamíferos,
elabore a sequência dos locais de maior para menor pressão parcial do
dióxido de carbono (PCO2) nos mamíferos:

I. Alvéolo
II. Líquido intracelular (hialoplasma)
III. Porção venosa do capilar

A sequência correcta é:
a) III, I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e II.
d) III, II e I.
e) II, III e I.

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4. A proibição de fumar em ambientes públicos fechados é bem vinda, pois
sabe-se que dentre os inúmeros problemas de saúde causados ou agravados
pelo fumo, um deles é o facto de o monóxido de carbono (CO), presente no
fumo do cigarro…

a) …causar irritação no epitélio das vias aéreas superiores, favorecendo


infecções e dificultando a chegada de oxigénio aos pulmões.
b) … provocar lesões nas paredes dos alvéolos, que se rompem e ampliam a
superfície do tecido para trocas gasosas.
c) … provocar lesões nos organitos celulares das mucosas das vias aéreas e
dos pulmões, o que é a causa primária do cancro.
d) …provocar rigidez dos brônquios e do diafragma, comprometendo a
capacidade de inspiração e expiração.
e) … estabelecer uma ligação química com a hemoglobina, resultando em
hemácias com baixo potencial de oxigenação.

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6. O gráfico ao lado mostra as curvas de
saturação de duas proteínas que se ligam
ao oxigénio (O2).

Esses dados permitem concluir que a:


a) hemoglobina possui maior afinidade para o O2 do que a mioglobina.
b) hemoglobina atinge o ponto de saturação a menores pressões parciais de O2.
c) mioglobina liga-se somente ao O2 a maiores pressões parciais deste gás.
d) mioglobina possui maior afinidade para o O2 do que a hemoglobina.
e) mioglobina impede a absorção de O2 pela hemoglobina.

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7. Muitos animais aquáticos respiram por intermédio de brânquias que permitem a
respiração mesmo quando os animais permanecem submersos. A respeito desse tipo de
respiração foram feitas as seguintes afirmações:
I. esses animais são aeróbios facultativos, pois podem permanecer muito tempo sem
contacto com o ar atmosférico e quando estão submersos não recebem oxigénio livre.
II. a hematose ocorre nesses animais ao nível das brânquias, com utilização do oxigénio
dissolvido na água.
III. quando submersos utilizam, para sua respiração, o oxigénio resultante do
desdobramento de moléculas de água e o oxigénio resultante da respiração das plantas
aquáticas.
IV. as brânquias são reservatórios de ar, que permitem aos animais manter, durante o
período que estão submersos, reservas do oxigénio obtido na atmosfera.

Assinala a opção correcta:


a) Somente I está correcta.
b) Somente II está correcta.
c) Somente III está correcta.
d) estão correctas I e III.
e) Somente IV está correcta.

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