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Unidade II
5 QUADRIL E JOELHO
O quadril é uma articulação sinovial do tipo esferoide, vale dizer, mesmo formato da articulação
do ombro, porém com maior estabilidade e menor mobilidade. O fato de ser esferoide garante os
movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e lateral, sendo que funcionalmente
seus movimentos acontecem principalmente em cadeia cinética fechada acompanhados muitas vezes
de movimentos da pelve e coluna lombar.
A estabilização dessa região é garantida por diversos fatores, entre eles, o encaixe da cabeça do fêmur
em um acetábulo profundo, ligamentos resistentes ao redor da articulação, anel de fibrocartilagem
(lábio do acetábulo), além de músculos grandes e fortes. O enfraquecimento daqueles pode afetar a
estabilidade e mobilidade não somente dessa região, mas do corpo como um todo.
O joelho é considerado uma articulação sinovial condilar com dois graus de liberdade, isto é, realiza
flexão, extensão e as rotações medial e lateral somente quando está flexionado.
A estabilidade do joelho é garantida pelas limitações dos tecidos moles localizados na região, em vez
de coaptação anatômica. Durante as atividades funcionais de grande demanda, esses tecidos recebem
sobrecargas musculares e externas favorecendo muitas lesões de ligamentos, meniscos e cartilagem.
Observação
106
CINESIOLOGIA
A articulação do quadril é formada pelos ossos fêmur e ilíaco, sendo que esse é formado pela junção
de três ossos: o ílio, o ísquio e o púbis. As superfícies articulares são a cabeça do fêmur em formato
convexo e a fossa do acetábulo em formato côncavo revestidas por cartilagem hialina. O acetábulo
apresenta em todo o seu contorno um anel de fibrocartilagem denominado de lábio do acetábulo que
permite aumentar a sua profundidade auxiliando na estabilização da região, na diminuição do atrito
entre os ossos, otimização da função da cartilagem articular e uma maior coaptação.
Eminência iliopúbica
Lábio do acetábulo
Trocanter maior (fibrocartilaginoso)
Gordura na fossa do acetábulo
(coberta por membrana sinovial)
Colo do fêmur Artéria obturatória
Ramo anterior da
artéria obturatória
Linha intertrocantérica
Ramo posterior da
artéria obturatória
107
Unidade II
Corpo do ílio
Púbis pectíneo (linha pectínea)
Tubérculo púbico
Espinha inquiática
Face sinfisal Incisura isquiática menor
Corpo do ísquio
Ílio Forame obturado
Ísquio Tuberosidade insquiática
Púbis Ramo inferior do Ramo do ísquio
osso púbico Sulco obturatório
Figura 130 – Vista lateral do osso ilíaco com enfoque para o acetábulo
formado pela união dos ossos ílio, ísquio e púbis
A cabeça do fêmur é sustentada pelo colo do fêmur que a conecta com sua diáfise e está encaixada
no acetábulo do osso ilíaco. Corresponde a 2/3 de uma esfera e tanto ela quanto o colo do fêmur
dirigem‑se ântero-súpero-medialmente; já o eixo do acetábulo dirige-se ântero-ínfero-lateralmente.
Com isso, a cabeça do fêmur permanece descoberta ântero-superiormente. Na posição de quatro
apoios, em que ocorre combinação de flexão, discreta abdução e rotação externa, a cabeça do fêmur
fica totalmente recoberta pelo acetábulo (KAPANDJI, 2000).
108
CINESIOLOGIA
A)
B)
A junção da cabeça do fêmur com a sua diáfise é conhecida como colo do fêmur e nessa região é
possível observar dois ângulos (inclinação e torção), sendo que o desvio desses ângulos pode levar às
disfunções do quadril.
O eixo do colo do fêmur forma com o eixo diafisário um ângulo de inclinação de 125º no adulto. Um ângulo
de inclinação menor que 125º é denominado coxa vara, já um ângulo maior caracteriza a coxa valga. As duas
condições influenciam a estabilidade do quadril, sendo que uma coxa valga favorece a luxação superior.
109
Unidade II
A coxa vara favorece a depressão do ilíaco ipsilateral levando a uma obliquidade pélvica e a um membro
inferior anatomicamente menor. Essa condição favorece a proximidade do trocanter maior do fêmur com
o ilíaco limitando a abdução do quadril e favorecendo um aumento da estabilidade, pois esse ângulo de
inclinação diminuído aumenta a interiorização da cabeça do fêmur no acetábulo (NORKIN; LEVANGIE, 2001).
A coxa valga favorece a elevação do ilíaco ipsilateral levando a uma obliquidade pélvica e aumento
do comprimento do membro inferior. Essa condição faz com que o quadril permaneça em adução
ipsilateral podendo levar a um encurtamento dos músculos adutores, estresse da banda iliotibial e até
bursite trocantérica (NORKIN; LEVANGIE, 2001).
dril
qua
o
ACF
ra d
duto
a ab
D’
Forç
P
I’
dril
quao
ra d
duto
A: positivo B: negativo
O aumento do braço de momento (D’) para D O aumento do braço de momento de flexão (I’)
a ab
a força abdutora do quadril pode melhorar a eleva o momento de flecão (ACG x I’), o que
estabilidade articular aumenta as forças de cisalhamento no colo do
Forç
α = 125º
quao
ra d
D’
duto
ACF
Normal
a ab
Forç
I’
C: positivo D: negativo
A diminuição do braço do momento de flexão (I’) A diminuição do braço do momento (D’) para a
reduz o momento de flexão (ACF x I’), o que diminui as força abdutora do quadril pode aumentar o risco
forças de cisalhamento no colo do fêmur e aumenta o de luxação
comprimento funcional do músculo abdutor do quadril
Figura 133 – Efeitos biomecânicos negativos e positivos da coxa vara e da coxa valga.
D é o braço do momento interno usado pela força abdutora do quadril; I é o braço do
momento de flexão em todo o colo do fêmur
110
CINESIOLOGIA
O eixo do colo do fêmur forma com o eixo dos côndilos femorais um ângulo de torção de 10° a 25º
no adulto, ou seja, o colo do fêmur está discretamente anterior ao plano frontal. Essa rotação é
denominada de anteversão femoral. Um ângulo de torção menor é denominado retroversão femoral, já
um ângulo maior é conhecido como anteversão femoral excessiva.
5º
15º 35º
Figura 134 – Ângulo de torção entre o colo e o corpo do fêmur. O ângulo é medido
entre o colo e uma linha que passa pelos côndilos do joelho (linha tracejada);
A) anteversão normal; B) anteversão excessiva; C) retroversão
O ângulo fisiológico favorece um aumento do braço de alavanca do músculo glúteo máximo, tornando
mais eficiente a manutenção da extensão do quadril na posição ortostática (SACCO; TANAKA, 2008).
A partir da posição anatômica é possível movimentar a articulação do quadril ao redor dos três eixos
de movimento – medial-lateral, ântero-posterior e longitudinal – caracterizando a articulação como
triaxial ou com três graus de liberdade.
111
Unidade II
A flexão do quadril produz o contato da face anterior da coxa com o tronco, diminuindo o ângulo
entre eles. A extensão do quadril ocorre no sentido contrário, aumentando o ângulo entre eles. A
amplitude desses movimentos está relacionada com a posição do joelho devido à presença dos músculos
biarticulares localizados anterior e posteriormente ao quadril. A maior mobilidade de flexão do quadril
ocorre com o joelho flexionado e é de 120º; já para a extensão, a maior mobilidade ocorre quando
associada à extensão do joelho e sua amplitude é de 20º (KAPANDJI, 2000).
A abdução do quadril ocorre quando afastamos a coxa do centro do corpo e a adução ocorre no
sentido contrário. A amplitude de abdução é de 30º; já no caso da adução, essa deve ser associada à
flexão ou extensão do quadril porque na posição anatômica existe o contato dos membros inferiores
entre si e sua amplitude máxima será de 30º (KAPANDJI, 2000).
O movimento de rotação lateral do quadril ocorre quando o trocanter maior do fêmur é dirigido para
trás atingindo uma amplitude de 60º; já a rotação medial ocorre quando o trocanter maior do fêmur é
dirigido para frente com uma amplitude de 30º (KAPANDJI, 2000).
Lembrete
112
CINESIOLOGIA
Os movimentos do quadril podem também acontecer em cadeia cinética fechada e, nesse caso, o
fêmur torna-se o ponto fixo enquanto a pelve torna-se o ponto móvel. Quando isso ocorre associam-se
ao movimento do quadril os movimentos da pelve e da coluna lombar (ver próxima figura).
Anteversão Retroversão
Plano sagital
Lig. iliofemoral
Reto femoral
Lig. iliofemoral 30º
frouxo 15º
Bíceps
femoral
A)
Tensor da fáscia
lata e da banda
Lig. pubofemoral iliotibial
o
long
Abdutor curto
utor
Abd
B)
C)
15º
Figura 136 – A) Movimentos do quadril em cadeia cinética fechada (pelve como ponto móvel no plano sagital),
B) plano frontal e C) plano horizontal ou transversal. As setas grandes coloridas e pretas ilustram o movimento
da pelve e da coluna lombar, respectivamente. Os tecidos alongados são indicados
por setas pretas finas. Os lados são direito (D) e esquerdo (E)
113
Unidade II
A combinação coordenada desses movimentos é conhecida como ritmo lombo pélvico e está descrita no
quadro a seguir.
A cápsula articular do quadril é uma estrutura resistente reforçada por fortes ligamentos que são de
extrema importância para a estabilização da articulação. Na face anterior encontram-se os ligamentos
iliofemoral e pubofemoral, o ligamento isquiofemoral encontra-se na face posterior. Todos esses
ligamentos estão frouxos durante a flexão e tensionados durante a extensão. Os ligamentos anteriores,
principalmente o ligamento pubofemoral está tensionado durante a rotação externa, enquanto o
ligamento isquiofemoral fica tensionado na rotação interna. Na abdução do quadril os ligamentos
pubofemoral e isquiofemoral encontram-se tensionados enquanto a parte superior do ligamento
iliofemoral está tensionada na adução do quadril (KAPANDJI, 1990).
Ligamento iliofemoral
(Lig. em Y de Bigelov)
Espinha ilíaca ântero-superior
Bolsa iliopectínea (sobre o
Espinha ilíaca ântero-inferior espaço nos ligamentos)
Lig. pubofemoral
Trocanter menor
114
CINESIOLOGIA
Lig. iliofemoral
Lig. isquiofemoral
Zona orbicular
Espinha isquiática
Trocanter maior
Crista intertrocantérica
Tuberosidade isquiática
Trocanter menor
Protrusão do saco sinovial
Os músculos flexores do quadril estão localizados anteriormente ao plano frontal que passa sobre
o centro da articulação, já os músculos extensores localizam-se posteriormente ao mesmo plano
(KAPANDJI, 2000).
Figura 139 – Vista lateral do fêmur no plano sagital. O eixo de rotação está orientado no sentido medial
lateral pela cabeça do fêmur. Os músculos flexores são indicados por linhas sólidas e os extensores pelas linhas tracejadas
115
Unidade II
Os músculos abdutores do quadril estão localizados lateralmente ao plano sagital que passa sobre o
centro da articulação, enquanto os músculos adutores estão localizados medialmente ao plano sagital
(KAPANDJI, 2000).
Superior
Medial Lateral
Plano frontal
(por trás) Inferior
(cm)
10
Glút
eo
Sartório
méd
io
mín
Piri
im
for
me
o
Glú
teo
má
xim
o
0
Pec
t
íne
o
Adu
Adutor
Quadrado femoral
tor
curto
long
-5
o
Bíceps femor
Grácil
Ad
uto
al
Adutor magno
rm
(posterior)
-10
agn
o (a
nte
rio
r)
5 0 -5 (cm)
Figura 140 – Vista posterior do fêmur no plano frontal. O eixo de rotação está orientado
no sentido anterior posterior pela cabeça do fêmur. Os músculos abdutores
são indicados por linhas sólidas e os adutores pelas linhas tracejadas
Os músculos que realizam a rotação lateral do quadril estão localizados posteriormente à cabeça do
fêmur no plano frontal e os que realizam a rotação medial estão localizados anteriormente.
116
CINESIOLOGIA
Figura 141 – Vista superior do fêmur no plano transversal. O eixo de rotação longitudinal está orientado na direção
superoinferior pela cabeça do fêmur. Os músculos rotadores laterais são indicados por linhas sólidas
e os rotadores mediais pelas linhas tracejadas
Serão descritos nas próximas figuras os músculos que atuam no quadril com seus respectivos pontos
de origem e inserção, além da inervação e ação.
Origens Origem do músculo psoas maior na margem
Inserções Origem do músculo ilíaco dos corpos vertebrais, discos intervertebrais
e processos transversos (T12-L4)
Origem do músculo sartório Origem do músculo piriforme
Origem do músculo pectíneo
Origem do músculo reto da coxa
Origem do adutor longo
Inserção do músculo piriforme
Inserção dos músculos obturador Origem do adutor curto
interno e gêmeo Origem do músculo grácil
Inserção do músculo glúteo mínimo Origem do músculo obturador externo
Origem do músculo vasto lateral Origem do músculo adutor magno
Origem do músculo quadrado da coxa
Origem do músculo vasto medial
Inserção do músculo iliopsoas
Origem do músculo vasto intermédio
Figura 142 – Face anterior da pelve, sacro, fêmur, tíbia e fíbula direito. As origens musculares
são indicadas em vermelho e as inserções musculares são indicadas em azul
117
Unidade II
Figura 143 – Face posterior da pelve, sacro, fêmur, tíbia e fíbula direito. As origens musculares
são indicadas em vermelho e as inserções musculares são indicadas em azul
a) Glúteo máximo
M. glúteo máximo
118
CINESIOLOGIA
Origem: ílio, linha glútea posterior; face dorsal do sacro e do cóccix; ligamento sacrotuberal e
sacroilíaco posterior.
Inserção: a maioria das fibras termina no trato iliotibial que se insere no côndilo lateral da tíbia;
algumas fibras inserem-se na tuberosidade glútea do fêmur.
Ação: extensão do quadril quando flexionado e rotação lateral. Auxilia na abdução (fibras médias e
posteriores) e adução (fibras inferiores e posteriores).
b) Glúteo médio
M. glúteo médio
Ação: abdução e rotação medial do quadril; estabiliza a pelve no lado do apoio, quando o outro
membro inferior deixa o solo. Suas fibras médias e posteriores auxiliam a extensão do quadril e suas
fibras posteriores auxiliam a rotação lateral do quadril.
119
Unidade II
c) Glúteo mínimo
M. glúteo mínimo
Ação: abdução e rotação medial do quadril; estabiliza a pelve no lado do apoio, quando o outro
membro inferior deixa o solo. Suas fibras anteriores auxiliam a flexão do quadril e suas fibras posteriores
auxiliam a rotação lateral do quadril.
d) Gêmeo superior
M. piriforme
Mm. gêmeos
superior e inferior
M. obturador interno
M. quadrado femoral
Figura 147 – Músculos gêmeos superior e inferior, obturador interno, piriforme e quadrado femoral
120
CINESIOLOGIA
e) Gêmeo inferior
f) Obturador externo
Espinha ilíaca anterosuperior
M. pectíneo (cortado e rebatido)
Ramo superior do púbis
Espinha ilíaca anteroinferior
Ação: rotação lateral do quadril. Estabiliza a cabeça do fêmur no acetábulo. Auxilia na adução do quadril.
g) Obturador interno
Ação: rotação lateral do quadril quando estendido; abdução do quadril quando flexionado.
h) Quadrado femoral
i) Piriforme
Ação: rotação lateral do quadril quando estendido; abdução do quadril quando flexionado.
j) Semimembranáceo
M. semimebranáceo
k) Semitendíneo
M. semitendíneo
l) Bíceps femoral
M. bíceps femoral
123
Unidade II
Origem: cabeça longa – túber isquiático; cabeça curta – linha áspera e linha supracondilar lateral
do fêmur.
Ação: flexão e rotação lateral do joelho; extensão do quadril. A cabeça longa auxilia a adução e
rotação lateral do quadril.
M. tensor da
fáscia lata
Ação: abdução, rotação medial e flexão do quadril; auxilia na manutenção do joelho estendido.
124
CINESIOLOGIA
n) Ilíaco (Iliopsoas)
Crista ilíaca
Sacro
M. ilíaco
Ísquio
Fêmur
Origem: fossa ilíaca, crista ilíaca, asa do sacro e ligamento sacro-ilíaco anterior.
Inserção: trocanter menor do fêmur e parte da diáfise, unindo-se ao tendão do músculo psoas maior.
Ação: flexão e estabilização do quadril; atua junto com o músculo psoas maior.
M. psoas menor
Ílio
Sacro
M. psoas maior
Ísquio
Fêmur
Origem: processos costiformes das vértebras lombares, superfícies laterais dos corpos das vértebras
T12-L5.
125
Unidade II
Ação: flexão do quadril e flexão do tronco (junto com o músculo ilíaco); flexão lateral da coluna
vertebral; acionado para o equilíbrio do tronco na posição sentada.
M. reto femoral
q) Sartório
M. sartório
126
CINESIOLOGIA
r) Pectíneo
M. pectíneo
s) Adutor longo
M. adutor longo
127
Unidade II
t) Adutor curto
M. adutor curto
128
CINESIOLOGIA
u) Adutor magno
M. adutor magno
Origem: ramo inferior do púbis (porção adutora), ramo do ísquio (porção extensora).
Inserção: linha áspera (porção adutora) e linha supracondiliana e tubérculo adutor (porção extensora).
Ação: adução e flexão do quadril (porção adutora) e extensão do quadril (porção extensora).
v) Grácil
M. grácil
129
Unidade II
Os músculos que atuam na articulação do quadril estão organizados de acordo com suas ações
primárias ou secundárias no quadro a seguir.
Ilíaco (Iliopsoas)
Psoas maior (Iliopsoas)
Sartório
Tensor da fáscia lata
Reto femoral
Flexores do quadril
Adutor longo
Pectíneo
Adutor curto (secundário)
Grácil (secundário)
Glúteo mínimo (fibras anteriores) (secundário)
Glúteo máximo
Semimembranáceo
Semitendíneo
Extensores do quadril
Bíceps femoral
Adutor magno (secundário)
Glúteo médio (fibras médias e posteriores) (secundário)
Glúteo médio
Glúteo mínimo
Tensor da fáscia lata
Abdutores do quadril
Glúteo máximo (fibras médias e posteriores) (secundário)
Piriforme (secundário)
Sartório (secundário)
Pectíneo
Adutor longo
Adutor curto
Adutor magno
Adutores do quadril
Grácil
Bíceps femoral (cabeça longa) (secundário)
Glúteo máximo (fibras inferiores e posteriores) (secundário)
Obturador externo
130
CINESIOLOGIA
Glúteo máximo
Piriforme
Obturador interno
Gêmeo superior
Gêmeo inferior
Rotadores laterais do quadril
Quadrado femoral
Glúteo médio e mínimo (fibras posteriores) (secundário)
Obturador externo (secundário)
Sartório (secundário)
Bíceps femoral (cabeça longa) (secundário)
Glúteo médio e mínimo (fibras anteriores)
Tensor da fáscia lata
Rotadores mediais do quadril Adutor longo
Adutor curto
Pectíneo
Após termos apresentado os aspectos articulares e musculares, se faz necessária a análise dos
movimentos. Vamos abordar dois exercícios de fortalecimento. Lembre-se de que a ativação de um grupo
muscular ou de outro sempre dependerá do local e do sentido da resistência imposta ao movimento.
Sabendo-se disso, vamos pensar sobre o seguinte exercício:
Observação
131
Unidade II
Exercício 1
Posição inicial: indivíduo em decúbito dorsal com tornozeleira de 1 kg no membro inferior esquerdo.
A)
B)
Durante a fase 1, os músculos flexores do quadril (Iliopsoas, sartório, tensor da fáscia lata, reto
femoral, adutor longo e pectíneo) contraem-se concentricamente para vencer a resistência externa
(peso do segmento + peso da tornozeleira). Durante a fase 2, para retornar à posição inicial, ocorre uma
extensão de quadril controlada, pois agora quem vence é a resistência externa, para realizar esse controle,
132
CINESIOLOGIA
os músculos flexores do quadril contraem excentricamente. O movimento ocorre com o segmento distal
da cadeia deslocando-se livremente pelo espaço, o que vai caracterizar uma cadeia cinética aberta.
Exercício 2
Posição inicial: indivíduo em decúbito lateral com tornozeleira de 2 kg no membro inferior direito.
A)
B)
Durante a fase 1, os músculos abdutores do quadril (glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo,
piriforme, tensor da fáscia lata e sartório) contraem-se concentricamente para vencer a resistência
externa (peso do segmento + peso da tornozeleira). Durante a fase 2, para se manter na posição de
abdução do quadril, os músculos abdutores do quadril se contraem isometricamente. O movimento
ocorre com o segmento distal da cadeia deslocando-se livremente pelo espaço, o que vai caracterizar
uma cadeia cinética aberta.
133
Unidade II
Saiba mais
A articulação do joelho é formada pelos ossos fêmur, tíbia e patela, que se articulam formando duas
articulações, femorotibial e patelofemoral.
A) Vista anterior B) Vista posterior
Plantar
Sulco intercondilar Tubérculo adutor Incisura intercondilar
Tubérculo Gastrocnêmio
Epicôndilo lateral adutor Gastrocnêmio (cabeça lateral)
Banda iliotibial no Epicôndilo (cabeça medial)
Epicôndilo lateral
côndilo lateral medial Epicôndilo medial
Poplíteo
Processo estiloide Côndilo medial
Bíceps femoral Inserção do Semimembranáceo Processo estiloide
Articulação tendão patelar
tibiofibular proximal Articulação
Grácil tibiofibular proximal
Fibular longo Tendões da
Sartório pata de ganso
Extensor longo Semitendíneo
dos dedos
Tibial anterior
Extensor longo
do hálux Sóleo
Linha solear Flexor longo do hálux
Tíbia
Fibular terceiro
Tíbia
Fíbula
Articulação Articulação
tibiofibular distal tibiofibular distal
Maléolo medial Maléolo medial
Maléolo lateral Maléolo lateral
Figura 164 – Fêmur distal, tíbia e fíbula proximais nas vistas A) anterior e B) posterior.
As linhas tracejadas mostram a inserção da cápsula articular do joelho
134
CINESIOLOGIA
Na extremidade distal do fêmur encontram-se os côndilos medial e lateral do fêmur. Acima deles
observam-se os epicôndilos femorais medial e lateral, que serão os pontos de fixação dos ligamentos
colaterais e, entre eles, o sulco intercondilar por onde atravessam os ligamentos cruzados. Anteriormente
observa-se o sulco troclear, que se articula com a face posterior da patela formando a articulação
patelofemoral. Os lados inclinados do sulco intercondilar formam as facetas medial e lateral, sendo que
a faceta lateral é mais pronunciada que a medial, o que vai ajudar a manter a patela no sulco durante a
movimentação do joelho.
A tíbia é responsável pela distribuição do peso entre o joelho e o pé. Na sua porção proximal
observam-se os côndilos medial e lateral, que se articularão com a porção distal do fêmur formando
a articulação femorotibial, sendo esta dividida em dois compartimentos, medial e lateral. Na região
anterior observa-se a tuberosidade da tíbia, que é o ponto de fixação do músculo quadríceps femoral.
A fíbula não se articula com o fêmur, porém sua cabeça, que está localizada na porção proximal, é
local de fixação do músculo bíceps femoral e do ligamento colateral lateral. A fíbula articula-se com
a tíbia nas porções superior e inferior formando as articulações tibiofibulares proximal e distal. Essas
articulações terão papel fundamental na mobilidade do tornozelo conforme será discutido adiante.
A patela é o maior osso sesamoide do corpo localizado abaixo do tendão do músculo quadríceps.
Sua superfície articular posterior é coberta por uma cartilagem articular de até 5 mm de espessura, que
auxiliará na diminuição da compressão.
M. articular do joelho Tendão do quadríceps da coxa
Lig. patelar
Membrana sinovial
Membrana sinovial
Bolsa subcutânea infrapatelar
Bolsa infrapatelar
Cartilagens articulares profunda (sutendínea)
Tuberosidade da tíbia
Menisco lateral
135
Unidade II
O ângulo Q é o ângulo formado por duas linhas que se cruzam no centro da patela, uma linha direcionada
da tuberosidade da tíbia ao centro da patela e outra da espinha ilíaca anterossuperior ao centro da patela.
Esse ângulo é maior nas mulheres, pois essas apresentam maior distância medial-lateral entre as espinhas
ilíacas anterossuperiores. A avaliação do ângulo Q é muito utilizada na prática clínica, pois seus valores
alterados podem estar associados a patologias. Quanto maior seu valor, maiores as forças de lateralização
da patela, que aumentam a compressão entre a patela e o côndilo femoral lateral (SACCO; TANAKA, 2008).
Linha de força
Ângulo Q
Ao observamos um esqueleto, veremos que os quadris são afastados da linha média corporal
enquanto os joelhos se aproximam, isso faz com que os joelhos apresentem no plano frontal um valgo
fisiológico de 175º. Esse valgo fisiológico pode estar alterado, ou seja, apresentar um ângulo acima de
175º (joelho varo) ou menor que 175º (valgo), alterações essas muito associadas ao diâmetro da pelve.
Na posição ortostática, a força de reação do solo é igualmente distribuída em um joelho com alinhamento
adequado, vale dizer, nos dois compartimentos articulares (compartimento medial e compartimento lateral).
No joelho varo, a força de reação do solo é aumentada sobre o compartimento medial, podendo levar a
uma diminuição do espaço articular e uma osteoartrite do compartimento medial (NEUMANN, 2018).
O joelho com valgo aumentado apresenta aumento da força de reação do solo sobre o compartimento
lateral, o que pode levar à diminuição do espaço articular e a uma osteoartrite do compartimento lateral.
136
CINESIOLOGIA
Eixo 125º
longitudinal
Figura 167 – Desvios do joelho no plano frontal: valgo fisiológico, valgo e varo
Formada pela extremidade distal do fêmur e proximal da tíbia, suas faces articulares são as superfícies
dos côndilos medial e lateral do fêmur (convexos e grandes) com os platôs medial e lateral da tíbia
(planos e menores). É uma articulação sinovial condilar com dois graus de liberdade, o que permite
realizar os movimentos de flexão e extensão no plano sagital, além das rotações medial e lateral no
plano transversal somente quando o joelho está flexionado.
A estabilidade é garantida pelas forças e pela contenção física proporcionadas pelos músculos,
ligamentos, cápsula, meniscos e peso corporal. Portanto, um trauma na região geralmente envolve
lesões em diversos tecidos moles (NEUMANN, 2018).
É uma articulação sinovial plana, que tem como superfícies articulares a face patelar do fêmur e
a face posterior da patela. Por ser uma articulação plana, ocorrem somente deslizamentos da patela
inferior e superiormente sobre a face patelar do fêmur durante os movimentos de flexão e extensão do
joelho, respectivamente. Sua presença possibilita uma maior amplitude de movimento de flexão e uma
maior eficiência do músculo quadríceps femoral, pois aumenta o seu braço de alavanca.
A estabilidade da articulação é dada pelas forças produzidas pelo músculo quadríceps femoral, pelo
ajuste das superfícies articulares e pela limitação passiva dos tecidos moles adjacentes (NEUMANN, 2018).
5.5.5 Meniscos
São discos de fibrocartilagem com formato de meia-lua localizados na articulação do joelho. Eles são
mais espessos na periferia e mais delgados no centro. São inseridos lateralmente aos côndilos da tíbia
(por meio de espessamento da cápsula e pelos ligamentos coronários) e à patela (através dos ligamentos
meniscopatelar ou tibiopatelar) (SACCO; TANAKA, 2008). Os ligamentos coronários são relativamente
137
Unidade II
frouxos, o que permitirá aos meniscos, principalmente ao menisco lateral, deslizar livremente durante
o movimento acompanhando o rolamento dos côndilos, por exemplo, durante a flexão deslizam para
trás e durante a extensão deslizam para frente; na rotação lateral da tíbia sob o fêmur, o menisco lateral
desliza para frente e o medial desliza para trás; na rotação medial, o menisco lateral desliza para trás e
o menisco medial desliza para frente.
Os meniscos medial e lateral contribuem para a estabilidade do joelho, pois aumentam a congruência
óssea. Além disso, têm a função de absorver impactos, diminuir o atrito ósseo, aumentar o encaixe ósseo,
estabilizar a articulação durante o movimento, lubrificar a cartilagem articular, fornecer propriocepção
e ajudar a orientar a artrocinemática (movimento entre as superfícies articulares) do joelho.
O terço periférico recebe sangue por ramos da artéria poplítea que perfura a cápsula circundante. Os dois
terços internos são essencialmente avasculares e recebem nutrição apenas do líquido sinovial. O potencial
de cura após uma lesão está relacionado à sua vascularização e à gravidade da lesão (NEUMANN, 2018).
O menisco medial é o menos móvel e, portanto, o mais lesado na sobrecarga mecânica junto com
o ligamento cruzado anterior e o ligamento colateral medial. Essa lesão ocorre normalmente em uma
rotação forçada dos côndilos femorais sobre o joelho levemente fletido e suportando peso.
Tendão do
Lig. meniscofemoral posterior m. semimembranáceo
Lig. poplíteo arqueado Lig. poplíteo oblíquo
Lig. cruzado posterior
Lig. colateral fibular
Lig. colateral tibial
Bolsa (parte profunda ligada
ao menisco medial)
Tendão do m. poplíteo
Recesso poplíteo Menisco medial
(subpoplíteo)
Membrana sinovial
Menisco lateral
Face articular superior
Face articular superior da tíbia (faceta medial)
da tíbia (faceta lateral)
Cápsula articular
Trato iliotibial aderido à
cápsula articular Lig. cruzado anterior
Corpo adiposo infrapatelar Lig. da patela
5.5.6 Movimentos
138
CINESIOLOGIA
O movimento de flexão aproxima a face posterior da perna da face posterior da coxa por meio de
um rolamento posterior e deslizamento anterior dos côndilos femorais sobre os platôs tibiais com a
amplitude de 130° a 140º. Sua amplitude se reduz para 120º se o quadril estiver estendido devido ao
aumento da tensão do músculo reto femoral e diminuição da ação dos isquiotibiais já encurtados pela
extensão do quadril.
140º de 140º de
flexão flexão
A) B)
A extensão do joelho afasta a face posterior da perna da face posterior da coxa por meio de um
rolamento anterior e de um deslizamento posterior. Na posição ortostática, o joelho encontra-se
estendido, porém é considerado normal uma hiperextensão de até 10º.
Rolamento
Rolamento anterior
posterior
Deslizamento
anterior Fêmur
Deslizamento
posterior
Tíbia Tíbia
A) B)
139
Unidade II
A) B) C)
Figura 171 – Deslocamentos da patela durante as rotações do joelho: A) rotação medial do joelho
deslocando a patela para fora; B) posição neutra; C) rotação lateral do joelho deslocando a patela para dentro
A estabilidade do joelho é garantida tanto por estabilizadores passivos quanto por ativos. São
estabilizadores passivos: cápsula articular, ligamentos colaterais medial e lateral (ou tibial e fibular,
respectivamente), ligamento transverso, ligamentos cruzados anterior e posterior, banda iliotibial, banda
femoral, bolsas sinoviais e meniscos.
A cápsula articular é um tecido conjuntivo denso e possui duas camadas: membrana fibrosa
(externa) e membrana sinovial (interna). Envolve as articulações femorotibial e patelofemoral, reforçada
anteriormente pelo ligamento patelar e tendão patelar, medial e lateralmente pelos ligamentos colaterais
e, posteriormente, pelo músculo poplíteo e ligamento transverso do joelho.
O joelho apresenta três bolsas sinoviais: suprapatelar, infrapatelar e pré-patelar, sendo sua função
diminuir o atrito entre as estruturas adjacentes.
Os ligamentos são responsáveis por controlar extensões excessivas, estresses em varo e valgo,
anteriorização e posteriorização da tíbia em relação ao fêmur e as rotações medial e lateral. Os principais
ligamentos presentes no joelho são os ligamentos cruzados anterior (LCA) e posterior (LCP) e os colaterais
lateral ou fibular (LCL) e medial ou tibial (LCM). Suas funções estão descritas no quadro a seguir.
Ligamento Função
Resistir ao valgo.
LCM Resistir à extensão do joelho.
Resistir à rotação lateral do joelho.
Resistir ao varo.
LCL Resistir à extensão do joelho.
Resistir às rotações do joelho.
LCA Resistir à extensão (translação anterior da tíbia e/ou translação posterior do fêmur).
Resistir aos extremos do varo, do valgo e da rotação do joelho.
LCP Resistir à flexão (translação posterior da tíbia e/ou translação anterior do fêmur).
Resistir aos extremos do varo, do valgo e da rotação axial.
140
CINESIOLOGIA
Vista anterior
Lig. cruzado anterior Lig. cruzado posterior
Tubérculo adutor
(epicôndilo medial Lig. cruzado posterior
do fêmur) Lig. cruzado anterior
Lig. meniscofemoral
posterior
Côndilo lateral do fêmur
Côndilo medial do fêmur (superfície articular)
(superfície articular)
Tendão poplíteo
Menisco medial
Lig. colateral fibular
Lembrete
Os ligamentos colaterais são extra capsulares, sendo que o LCM tem origem no epicôndilo medial do fêmur
e inserção na face ântero-medial da tíbia; já o LCL tem origem no epicôndilo lateral do fêmur e inserção na
cabeça da fíbula. Os ligamentos colaterais fornecem estabilidade transversal ao joelho resistindo aos estresses
em valgo e varo. O movimento excessivo em um ou outro sentido pode levar à lesão do LCM ou do LCL.
A) B)
A) B)
Figura 174 – A) Lesão do ligamento cruzado posterior (LCP) em uma posteriorização excessiva da tíbia;
B) lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) em uma anteriorização excessiva da tíbia
Os músculos do joelho descritos a seguir são considerados como dois grupos: os extensores e os
flexores-rotadores do joelho.
142
CINESIOLOGIA
143
Unidade II
M. reto femoral
M. vasto intermédio
144
CINESIOLOGIA
145
Unidade II
M. tensor da
fáscia lata
Ação: abdução, rotação medial e flexão do quadril; auxilia na manutenção do joelho estendido.
g) Semimembranáceo
M. semimebranáceo
146
CINESIOLOGIA
h) Semitendíneo
M. semitendíneo
i) Bíceps femoral
M. bíceps femoral
147
Unidade II
Origem: cabeça longa – túber isquiático; cabeça curta – linha áspera e linha supracondilar lateral
do fêmur.
j) Sartório
M. sartório
Ação: abdução, rotação lateral e flexão do quadril; flexão e rotação medial do joelho.
l) Grácil
M. grácil
148
CINESIOLOGIA
m) Poplíteo
M. poplíteo
Ação: rotação interna da tíbia e flexão do joelho em cadeia cinética aberta. Rotação externa do fêmur
em cadeia cinética fechada. Desbloqueio do joelho no início da flexão, quando ele está em extensão.
n) Gastrocnêmio
M. gastrocnêmio
Tendão do calcâneo
149
Unidade II
Origem: cabeça lateral – côndilo lateral do fêmur. Cabeça medial – côndilo medial do fêmur.
Ação: flexão plantar do tornozelo. Auxilia a flexão do joelho. Eleva o calcanhar durante a marcha.
o) Plantar
M. plantar
Os músculos que atuam na articulação do joelho estão descritos de acordo com sua função no
quadro a seguir.
150
CINESIOLOGIA
Semitendíneo
Semimembranáceo
Bíceps femoral
Flexores do joelho Sartório
Grácil
Gastrocnêmio
Plantar
Reto femoral
Vasto medial
Vasto lateral
Extensores do joelho
Vasto intermédio
Articular do joelho
Tensor da fáscia lata
Bíceps femoral
Rotadores laterais do joelho
Poplíteo
Grácil
Poplíteo
Rotadores mediais do joelho Sartório
Semimembranáceo
Semitendíneo
Considerando o que foi abordado até o momento, vamos analisar os exercícios a seguir com enfoque
nos grupos musculares, tipo de contração muscular e cadeia cinética.
Exercício 1
151
Unidade II
A) B)
Exercício 2
A) B)
152
CINESIOLOGIA
Vamos pensar primeiro sobre os movimentos. No exercício 1, o indivíduo realiza uma extensão do
joelho contra a resistência externa (peso do segmento + tornozeleira) para depois retornar à posição
inicial; já no exercício 2, o indivíduo realiza primeiro uma flexão do joelho a favor da resistência externa,
ou seja, a força da gravidade, atuando sobre a massa corporal, empurra no sentido do chão o corpo,
que, logo após, retorna à posição inicial. Os movimentos tanto no exercício 1 quanto no exercício 2
acontecem no plano sagital e ao redor do eixo medial-lateral.
Considerando agora o tipo de contração muscular, observamos que no exercício 1 o músculo vence
a resistência externa na fase 1, para tal, é necessário ocorrer uma contração concêntrica. Na fase 2, o
músculo controla a resistência externa, já que o movimento ocorre no sentido da resistência e, para
isso, ocorre uma contração excêntrica. No exercício 2, observamos o inverso, vale dizer, na fase 1 o
movimento ocorre no sentido da resistência externa (contração excêntrica) e na fase 2 o músculo vence
a resistência (contração concêntrica).
Entretanto as cadeias cinéticas são diferentes, o exercício 1 é realizado em cadeia cinética aberta
e o exercício 2 em cadeia cinética fechada. Um fato importante a ser considerado quando pensamos
na cadeia cinética é que o exercício, quando acontece na fechada, envolve a participação de mais
articulações, portanto, mais grupos musculares estão envolvidos.
Saiba mais
153
Unidade II
6 TORNOZELO E PÉ
Entre as funções da região, podemos destacar suporte do peso, controle e estabilização da perna
sobre o pé plantígrado, ajuste às superfícies irregulares, elevação do corpo, amortecimento de choques
ao andar, correr ou aterrissar de um salto, operação de controle de máquinas, além de substituição da
função da mão em casos de amputações ou paralisias dos membros superiores.
O tornozelo é formado pela tíbia, fíbula e tálus, enquanto o pé é formado pelos ossos do tarso,
metatarsos e falanges.
Fíbula
Tíbia
Linha epifisal
Sindesmose
tibiofibular Tróclea do tálus
Articulação Maléolo
talocrural medial
Maléolo Tálus
lateral
154
CINESIOLOGIA
Ossos tarsais
O tarso é formado pelos seguintes ossos: tálus, calcâneo, navicular, cuboide, cuneiforme medial,
cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral. O metatarso é formado por cinco ossos numerados de I a V,
de medial para lateral. O primeiro dedo, chamado de hálux, apresenta duas falanges: proximal e distal;
já do II ao V dedo observamos três falanges: proximal, intermédia e distal.
Funcionalmente no pé existem três regiões, cada uma com ossos e articulações específicas: retropé,
mediopé e antepé. O retropé consiste no tálus e no calcâneo; o mediopé é formado pelo navicular,
cuboide e os três cuneiformes; o antepé, pelos metatarsos e falanges.
Tarsos
Tálus
Articulação subtalar Metatarsos
Falanges
Calcâneo
Articulação
transverso do
tarso
Retropé Mediopé Antepé
Figura 191 – Organização geral dos ossos, algumas articulações e regiões do pé e tornozelo
155
Unidade II
Distalmente, tíbia e fíbula apresentam duas proeminências ósseas conhecidas como maléolo medial
e maléolo lateral, respectivamente. Os maléolos funcionalmente formam a pinça bimaleolar que se
articula com a face superior da tróclea do tálus. Ao analisarmos a posição dos maléolos, observa-se que
o maléolo lateral é posterior e inferior em relação ao maléolo medial.
A tíbia é a responsável direta pela transmissão do peso corporal à tróclea do tálus e este é o
responsável pela distribuição da carga para as demais partes do pé.
6.2 Artrologia
6.2.1 Tornozelo
Além de duas articulações localizadas na perna, tibiofibular proximal e tibiofibular distal, o tornozelo
apresenta a articulação talocrural.
A articulação talocrural é sinovial tipo gínglimo e permite somente um grau de liberdade, e, vale dizer,
realiza os movimentos de dorsiflexão e flexão plantar no plano sagital e ao redor do eixo medial-lateral.
Enquanto a articulação tibiofibular proximal é sinovial tipo plana que permite pequenos deslizamentos
da cabeça da fíbula em relação à tíbia, a articulação tibiofibular distal é uma juntura fibrosa do tipo
sindesmose ligada por uma membrana interóssea que forma a pinça bimaleolar.
Articulação tibiofibular, lig. anterior da cabeça da fíbula
Cabeça da fíbula
Tuberosidade da tíbia
Maléolo medial
Maléolo lateral Sindesmose tibiofibular, lig. tibiofibular anterior
156
CINESIOLOGIA
6.2.2 Pé
Articulações interfalangeanas
Articulações metatarsofalangeanas
Antepé
Artivulações interfalangeanas
Articulações tarsometatársicas
Complexo articular
Articulações intercuneiforme e
intertarsais cuneocubóideo
distais Articulação cuneonavicular
Mediopé Fibular curto
Articulação cuboideonavicular
Articulação
transversa Articulação talonavicular
do tarso Articulação calcaneocubóidea
Tendão calcanear
Articulação Tipo
Subtalar (talocalcânea) Sinovial condilar
Talonavicular Sinovial condilar
Calcaneocuboide Sinovial selar
Cuneonavicular Sinovial plana
Cuboideonavicular Sinovial plana
157
Unidade II
Articulação Tipo
Intercuneiforme Sinovial plana
Cuneocubóidea Sinovial plana
Tarsometatársicas Sinovial plana
Intermetatársicas Sinovial plana
Metatarsofalangeanas Sinovial condilar
Interfalangeanas Sinovial gínglimo
6.3 Movimentos
6.3.1 Tornozelo
B)
A)
C)
Durante a dorsiflexão observa-se que o maléolo lateral se afasta do maléolo medial promovendo a
abertura da pinça bimaleolar, o maléolo lateral sobe e gira sobre si mesmo no sentido da rotação medial,
horizontalizando as fibras da membrana interóssea. Durante a flexão plantar, o maléolo lateral se aproxima
do maléolo medial promovendo um fechamento da pinça bimaleolar, o maléolo lateral abaixa e gira no
sentido da rotação lateral.
158
CINESIOLOGIA
Na articulação talocrural observamos também um ângulo de torção tibial, formado entre os eixos
horizontais do joelho e do tornozelo com uma amplitude média entre 10 e 15º.
6.3.2 Pé
Abdução/adução
(eixo vertical)
Eversão/inversão
(eixo AP)
Dorsiflexão/flexão plantar
(eixo ML)
Devido ao formato dos ossos do tarso, essa movimentação não ocorre de maneira isolada no pé,
resultando nos movimentos de pronação e supinação. A supinação combina os movimentos de inversão,
adução e flexão plantar; já a pronação combina os movimentos de eversão, abdução e dorsiflexão. Esses
movimentos ocorrem na articulação subtalar com ajustes em diversos planos de movimento.
Anterior
Lig. tibiofibular anterior
Face articular do
maléolo medial
Face articular da tíbia
do maléolo
lateral da fíbula
Maléolo medial
da tíbia
Figura 196 – Vista das faces articulares dos maléolos medial e lateral com seus respectivos ligamentos
A cápsula articular da articulação talocrural é reforçada pelos ligamentos colaterais medial e lateral.
O ligamento colateral medial é formado pelo ligamento deltoide composto de quatro ligamentos:
tibiotalar posterior, tibiocalcâneo, tibionavicular e tibiotalar anterior. Todos com origem no maléolo
medial e responsáveis por limitar o movimento de eversão do pé.
Lig. tibiotalar posterior (parte do lig. deltoide)
Tíbia
Lig. tibiocalcâneo (parte do lig. deltoide)
Lig. talocalcaneano medial
Lig. tibionavicular (parte do lig. deltoide)
Lig. tibiotalar anterior (parte do lig. deltoide) Processo posterior do tálus
Lig. talonavicular dorsal
Osso navicular Lig. talocalcâneo posterior
Lig. cuneonaviculares dorsais
Osso cuneiforme médio
Lig. intercuneiforme dorsal Tendão calcâneo
Lig. tarsometatársicos dorsais (de Aquiles)
(seccionado)
Iº osso metatarsal
Tendão do tibial
Tuberosidade Tendão do posterior
tibial anterior Sustentáculo do tálus do calcâneo
do Iº osso Lig. calcaneanonavicular
metatarsal Lig. plantar longo
plantar (espiral)
Retináculo
fibular
inferior
Lig. talocalcâneo lateral Ligs. metartársicos dorsais
Lig. plantar longo Lig. cuneocubóideos dorsais
Tendão do fibular longo Osso cuboide
Tendão do fibular curto Lig. calcaneocubóide dorsal
6.4.2 Estabilizadores do pé
161
Unidade II
Camada Músculos
Flexor curto do dedo
Camada 1 Abdutor do hálux
Abdutor do dedo mínimo
Quadrado plantar
Camada 2
Lumbricais
Adutor do hálux
Camada 3 Flexor curto do hálux
Flexor do dedo mínimo
Interósseos plantares
Camada 4
Interósseos dorsais
162
CINESIOLOGIA
Observação
Os músculos serão apresentados individualmente com suas respectivas origem, inserção, inervação
e ação muscular. A seguir, os músculos serão agrupados de acordo com sua ação muscular.
M. plantar
M. fibular terceiro
Mm. sóleo e gastrocnêmio
via tendão do calcâneo
(de Aquiles)
M. tibial posterior
M. fibular curto
M. tibial anterior
M. fibular terceiro M. fibular longo
M. extensor
longo dos dedos
M. flexor longo dos dedos
M. extensor M. flexor
longo do longo do
hálux hálux
163
Unidade II
a) Tibial anterior
M. tibial
anterior
b) Gastrocnêmio
M. gastrocnêmio
Tendão do calcâneo
Origem: cabeça lateral: côndilo lateral do fêmur. Cabeça medial: côndilo medial do fêmur.
164
CINESIOLOGIA
Ação: flexão plantar do tornozelo. Auxilia a flexão do joelho. Eleva o calcanhar durante a marcha.
c) Sóleo
M. sóleo
Tendão do
calcâneo
Inserção: calcâneo.
d) Plantar
M. plantar
165
Unidade II
e) Tibial posterior
M. tibial
posterior
166
CINESIOLOGIA
f) Fibular curto
Fibular curto
g) Fibular longo
Fibular longo
167
Unidade II
h) Fibular terceiro
Fibular terceiro
Inserção: V metatarso.
M. flexor longo
dos dedos
168
CINESIOLOGIA
Figura 210 – Músculos flexor curto dos dedos, abdutor do hálux e abdutor do dedo mínimo
Músculo flexor
longo do hálux
Figura 212 – Músculos flexor curto do hálux, flexor curto do dedo mínimo, lumbricais e quadrado plantar
170
CINESIOLOGIA
M. extensor longo
dos dedos
171
Unidade II
Músculo
extensor longo
do hálux
172
CINESIOLOGIA
Origem: calcâneo; ligamento talocalcâneo lateral, retináculo inferior dos músculos extensores.
Inserção: primeiro tendão na falange proximal do hálux; outros três tendões nos tendões do músculo
extensor longo dos dedos (II ao IV dedo).
Ação: auxilia o músculo extensor longo dos dedos na extensão dos dedos.
r) Abdutor do hálux
173
Unidade II
s) Adutor do hálux
Nervos digitais plantares próprios
(do nervo plantar medial)
Figura 216 – Músculos adutor do hálux, flexor curto do hálux e flexor curto do dedo mínimo
174
CINESIOLOGIA
t) Lumbricais
Osso cuboide
Osso navicular
Vº osso metatarsal
Vª falange média
Iª falange distal
Ação: abdução do II ao IV dedo; flexão das articulações metatarsofalangeanas e extensão das falanges.
175
Unidade II
Iª falange distal
Vº falange distal
Vº falange média Iª falange proximal
Vº falange proximal Ossos sesamoides
Ação: adução do III ao V dedo; flexão das articulações metatarsofalangeanas e extensão das falanges.
w) Quadrado plantar
Origem: calcâneo.
Origem: ligamento plantar longo, V metatarso e bainha tendinosa do músculo fibular longo.
Inserção: V metatarso.
176
CINESIOLOGIA
O quadro a seguir apresenta os músculos distribuídos de acordo com sua ação no tornozelo e no pé.
Tibial anterior
Fibular terceiro
Dorsiflexores do tornozelo
Extensor longo dos dedos
Extensor longo do hálux
Gastrocnêmio
Sóleo
Plantar
Tibial posterior
Flexores plantares do tornozelo
Fibular longo
Fibular curto
Flexor longo dos dedos
Flexor longo do hálux
Tibial anterior
Inversores do pé
Tibial posterior
Fibular longo
Eversores do pé Fibular curto
Fibular terceiro
Flexor longo dos dedos
Flexor curto dos dedos
Quadrado plantar
Flexor longo do hálux
Flexor curto do hálux
Flexores dos dedos
Flexor curto do dedo mínimo
Lumbricais (MTF)
Interósseos dorsais (MTF)
Interósseos plantares (MTF)
Oponente do dedo mínimo
Extensor longo dos dedos
Extensor curto dos dedos
Extensor longo do hálux
Extensores dos dedos Extensor curto do hálux
Lumbricais (IFP e IFD)
Interósseos dorsais (IFP e IFD)
Interósseos plantares (IFP e IFD)
177
Unidade II
Interósseos dorsais
Abdutores dos dedos Abdutor do hálux
Abdutor dedo mínimo
Interósseos plantares
Adutores dos dedos
Adutor do hálux
São observados três arcos na região da planta dos pés: arco longitudinal medial, arco longitudinal
lateral e arco transverso. O arco longitudinal medial é o mais evidente e o principal responsável pela
sustentação do peso e amortecimento de impacto, sendo formado pelos ossos calcâneo, tálus, navicular,
cuneiformes e os três metatarsos mediais. O arco longitudinal lateral é o menos evidente e rígido, sendo
formado pelos ossos calcâneo, cuboide e quinto metatarso. O arco transverso é côncavo de medial para
lateral e é composto pela cabeça dos metatarsos.
A B C
A B C
Os arcos são mantidos por ligamentos e músculos da superfície plantar e os principais ligamentos e
músculos que os mantêm são descritos no próximo quadro.
178
CINESIOLOGIA
Como descrito, os arcos são estabilizados por ligamentos e músculos, sendo que um desequilíbrio
pode levar a alterações. Discutiremos algumas das disfunções mais comuns na região.
• Pé plano: está presente quando os arcos estão aplainados pelo peso do corpo, pela contratura dos
músculos que se fixam na sua convexidade (tibial posterior, fibular terceiro, extensor longo
dos dedos e extensor longo do hálux) e/ou pela fraqueza dos músculos da concavidade.
• Pé cavo: caracterizado por um excessivo aumento do arco longitudinal que pode ocorrer pela
contratura dos músculos que se inserem em sua concavidade (tibial posterior, fibulares, plantares
e flexores dos dedos) e/ou pela insuficiência dos músculos que agem na convexidade.
• Arco transverso rebaixado: serão observadas calosidades na face plantar das cabeças dos
metatarsos e está frequentemente associado ao pé cavo e aos dedos em martelo.
• Hálux valgo: desvio do hálux em valgo e do I metatarso em varo. Um achado comum é a subluxação
dos ossos sesamoides. Essa condição clínica pode levar à dor e instabilidade e à diminuição do
equilíbrio, além de aumentar o risco de quedas em idosos.
179
Unidade II
Formado por tecido adiposo comprimido em compartimentos delimitados por septos fibrosos
resistentes. Tem como função amortecer impactos e proteger o aparelho motor contra traumas, podendo
suportar cargas que correspondem em até sete vezes o peso corporal. Com o envelhecimento, sua
capacidade de absorção e proteção são diminuídas.
Ligamentos metatarsais
transversos superficiais
Fascículos transversos
Figura 220 – Vista plantar do pé com coxim adiposo parcialmente removido e aponeurose plantar
Considerando os aspectos articulares e musculares discutidos até aqui sobre o tornozelo e o pé, vamos
aplicar esse conhecimento na análise de exercícios. Serão abordados dois exercícios de fortalecimento.
Lembre-se de que a ativação de um grupo muscular ou outro sempre dependerá do local e do sentido
da resistência imposta ao movimento. Sabendo-se disso, vamos pensar no seguinte exercício:
180
CINESIOLOGIA
Exercício 1
A) B)
Durante a fase 1, os músculos flexores plantares (gastrocnêmio, sóleo, plantar, tibial posterior, fibular
longo, fibular curto, flexor longo dos dedos e flexor longo do hálux) contraem-se concentricamente para
vencer a resistência externa (peso do corpo). Durante a fase 2, para retornar à posição inicial, ocorre uma
dorsiflexão controlada, pois agora quem vence é a resistência externa. Para realizar esse controle, os
músculos flexores plantares contraem-se excentricamente. O movimento ocorre com o segmento distal
da cadeia fixo no chão, o que vai caracterizar uma cadeia cinética fechada.
181
Unidade II
Exercício 2
Nesse exercício vamos nos atentar para a mudança do sentido da resistência externa sobre o segmento,
o que influenciará no grupo muscular recrutado. Levando isso em consideração, descreveremos os
músculos contraídos e tipo de contração muscular.
Figura 222
Na fase 1, o movimento de inversão do pé ocorre contra a resistência da faixa elástica e, para tal, é
necessário que ocorra uma contração concêntrica dos músculos inversores; já na fase 2, o movimento
de eversão do pé ocorre contra a resistência da faixa elástica, portanto agora será uma contração
concêntrica dos músculos eversores.
Saiba mais
182
CINESIOLOGIA
Resumo
Exercícios
Questão 1. (FCC 2018) Uma mulher apresenta quadro de dor patelofemoral para subir e descer
escadas. O fisioterapeuta que atende a paciente adicionou ao seu tratamento exercícios de fortalecimento
dos abdutores do quadril, rotadores laterais e extensores. A racionalidade para essa decisão clínica está
baseada no fato de que:
A) Esses exercícios podem reduzir a adução excessiva do quadril e a rotação medial durante as
atividades de suporte de peso e diminuir o estresse da articulação patelofemoral.
B) Esses exercícios podem reduzir a abdução excessiva do quadril e a rotação medial durante as
atividades de peso e diminuir o estresse da articulação patelofemoral.
183
Unidade II
C) Esses exercícios podem reduzir a adução excessiva do quadril e a rotação lateral durante as
atividades de suporte de peso e diminuir o estresse da articulação patelofemoral.
E) O efeito direto desses exercícios aumenta a estabilidade do tronco, refletindo na melhora da dor
patelofemoral.
A) Alternativa correta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: esses exercícios podem reduzir a adução excessiva do quadril e a rotação medial durante
as atividades de suporte de peso e diminuir o estresse da articulação patelofemoral.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: no intuito de evitar lesões sobre o joelho, o indivíduo deve estar atento a melhorar seu
nível de força, flexibilidade, controle neuromuscular, equilíbrio e outros fatores.
184
CINESIOLOGIA
Questão 2. (FCC 2018) A ação de inclinar o tronco para frente e para baixo em direção ao solo,
mantendo os joelhos em extensão requer a contribuição da articulação do quadril e da coluna lombar
(ritmo lombo pélvico). O grau de flexão do quadril e da coluna lombar nessa ação, respectivamente, são:
A) 50° – 50°
D) 60° – 60°
Análise da questão
Justificativa geral: como não há flexão na coluna torácica e postulando que 75% da flexão lombar
se dá na articulação lombossacral, pode-se argumentar que então 75% de toda a flexão da coluna
ocorre nesta articulação, variando de 70º a 90º. A flexão possível nos quadris é atribuída à mobilidade
da cintura pélvica. Por exemplo, quando se realiza a flexão do quadril com os joelhos estendidos,
vários fatores podem restringir potencialmente a amplitude de movimento. As causas mais comuns
são os músculos tensos da coluna lombar e os músculos tensos posteriores da coxa. Obviamente, com
os músculos da coluna lombar tensos, a flexão lombar é restrita (CAILLIET, 1979).
Os músculos de cada uma das cinco unidades funcionais da coluna lombar alongam-se suficientemente
para permitir que as unidades funcionais separadas se curvem. Cada unidade funcional é fletida de
aproximadamente 8 a 10 graus. Uma vez que há cinco unidades funcionais na coluna lombar, a parte
lombar pode flexionar-se num total de 40 a 45 graus do centro de gravidade. Quando a coluna tiver
inclinado 45 graus, os músculos terão sido alongados em seu limite máximo, e seus revestimentos
fibrosos, chamados de bainhas, não se esticarão mais. A coluna lombar estará agora totalmente curvada
(RASCH, 1991).
185