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GEPPRAU
Urgências traumáticas
Módulo 2
Tema 3 - Trauma de extremidades
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Urgências Traumáticas
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Urgências Traumáticas
URGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
Neste material, serão apresentadas as principais
emergências na área da cirurgia do trauma.
O profissional de saúde que atua na área terá
informações importantes sobre anatomia,
fisiologia, manejo e principais condutas a serem
tomadas no atendimento ao traumatizado.
Tema 3
Trauma de extremidades
Objetivos de aprendizagem
• Conhecer a epidemiologia do trauma
musculoesquelético.
• Analisar a anatomia dos membros superiores e
inferiores e da pelve.
• Avaliar um trauma de extremidade.
• Investigar um trauma de extremidade.
Sumário
Sumário................................................................................................................................................................................................. 4
Trauma de extremidades.................................................................5
1. Introdução.................................................................................... 6
2. Anatomia...................................................................................... 7
3. Avaliação (exame primário e secundário).......................................... 11
3.1.Membros superiores e inferiores................................................. 11
3.2. Bacia..................................................................................... 12
4. Investigação................................................................................. 12
5. Hemorragias................................................................................. 13
6. Trauma de bacia............................................................................ 15
7. Fraturas....................................................................................... 21
8. Luxação e entorse.......................................................................... 22
9. Amputação traumática................................................................... 24
10. Lesões de extremidades com acometimento vascular........................ 25
11. Síndrome compartimental do membro............................................ 25
12. Síndrome do esmagamento........................................................... 27
13. Princípios do tratamento............................................................... 28
13.1. Imobilização....................................................................... 28
13.2. Fixação externa................................................................... 29
13.3. Torniquete.......................................................................... 30
Síntese............................................................................................ 31
Referências bibliográficas................................................................... 32
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Urgências Traumáticas
Trauma de
extremidades
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Urgências Traumáticas
1. Introdução
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Urgências Traumáticas
2. Anatomia
Para analisar o trauma de extremidades, devemos considerar a anatomia
dos membros superiores e inferiores e da pelve.
Membros superiores
Os ossos que compõem os membros superiores são escápula, úmero, rádio,
ulna, ossos do punho e ossos da mão.
Clavícula
Articulação acromioclavicular
Articulação umeral
Escápula
Úmero
Ulna
Rádio
Ossos do carpo
Ossos do metacarpo
Falanges
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A irrigação arterial principal se faz pela artéria axilar, que se bifurca na altura
do cotovelo em artérias radial e ulnar. A drenagem venosa principal se dá
pelas veias cefálica e basílica.
Membros inferiores
Nos membros inferiores estão os ossos do quadril, fêmur, tíbia, fíbula, patela,
ossos do tornozelo e ossos do pé.
Fêmur
Fíbula
Tíbia
Ossos do metatarso
Falanges (tornozelo)
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Ligamento inguinal
Artéria ilíaca externa
Artéria profunda da coxa Artéria femoral
Artéria femoral
Artéria poplítea
Artéria fibular
Artéria dorsal do pé
Artéria arqueada
Pelve
A pelve é formada pelo arcabouço pélvico e pelas estruturas contidas na
cavidade pélvica.
Ilíaco
Coccix
Fêmur Ísquio
Forame
obturatório
Sínfise púbica
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Pela pelve passam as artérias que levam a irrigação aos membros inferiores
através dos ramos da artéria ilíaca.
Os órgãos contidos na cavidade pélvica são bexiga, reto e órgãos genitais
internos (útero, ovário e trompas nas mulheres e próstata nos homens).
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A mobilização ativa é feita pelo próprio paciente, se tiver condições clínicas para isso.
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3.2.Bacia
A avaliação da bacia consiste em determinar se esta se encontra instável,
podendo ser a causa do choque ou originá-lo.
Para isso, há a necessidade de palpar a sínfise púbica (figura da esquerda),
pesquisando eventual abertura, e o arcabouço pélvico, para avaliar se este se
encontra aberto, demonstrando sua instabilidade.
Para palpar o arcabouço pélvico, devemos palpar os trocanteres (figura da
direita), pressionando-os para medial e posteriormente. Se apresentar crepitação
ou instabilidade, deve-se proceder à imobilização com lençol até correta
avaliação ortopédica.
Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp – Acervo pessoal 2017.
4. Investigação
A investigação no trauma de extremidades pode acontecer em
duas situações: em pacientes instáveis e em pacientes estáveis
hemodinamicamente.
Em pacientes instáveis, a prioridade é a estabilização, porém a bacia ou
fraturas de extremidade podem ser a causa de sangramento.
Em relação às lesões nos membros, deve-se comprimir possíveis ferimentos e
sangramentos, além de reduzir e imobilizar fraturas.
Na pelve, deve-se proceder à avaliação de sua instabilidade e imobilização com
lençol, caso seja necessário. Na sala de emergência pode ser realizada uma
radiografia anteroposterior (AP) de bacia.
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5. Hemorragias
Algumas lesões osteomusculares podem ser foco de sangramentos. Devem ser
contidos com compressão direta com gases ou compressa limpa.
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Lesões em punho
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6. Trauma de bacia
O trauma de bacia decorre de um mecanismo de alto impacto que gera a deformidade
do arcabouço pélvico. Há a alteração da cavidade pélvica, o que aumenta o seu
raio em alguma direção e também o volume do componente pélvico.
Observe na figura que, ao se aumentar o raio da pelve menor (r), pelve maior
(R) ou da distância entre as duas pelves (h), haverá aumento do volume.
Distância entre as
duas pelves (h)
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Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp – Acervo pessoal 2017.
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Classificação
Classificação Estado
Grau Mecânica
Young- hemodinâ- Conduta
WSES pélvica
Burgees mico
Tratamento
Menor WSES I APC 1– LC1 Estável Estável
não operatório
LC 1-3 Angioembolização
WSES II Estável Instável se blush na TC +
APC 2-3
Mode- fixador externo
rada Angioembolização
WSES III VS Estável Instável se blush na TC +
cirurgia (C clamp)
Packing pélvico
extraperitoneal
associado
Qualquer Instável com fixação
Severa WSES IV Qualquer
externa/REBOA/
angioembolização
(de acordo com
gravidade)
LC 1 2 3
APC 1 2 3
VS
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Investigação
Em pacientes estáveis hemodinamicamente, além da radiografia, deve-
se complementar o estudo da bacia com a tomografia computadorizada
com contraste.
Tratamento
O tratamento da lesão pélvica se baseia na estabilidade hemodinâmica e na
estabilidade mecânica do anel pélvico.
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Artéria subclávia
Zona aórtica I
{ Balão
Zona aórtica II
{
Zona aórtica III
{ Artéria renal
Catéter do balão
• Angioembolização é um procedimento
endovascular de arteriografia seguida de
embolização em áreas que apresentam
sangramento ativo.
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7. Fraturas
As fraturas decorrem de ruptura ou trincamento de um osso e podem ser causa
de choque hemorrágico por sangramento. Estima-se sangramento possível de
cerca de 1.500 mL na fratura de fêmur e de 500 mL na fratura de úmero.
A avaliação do membro fraturado consiste em:
• inspecionar o volume do membro;
• conter sangramentos, quando presentes;
• avaliar pulso/perfusão distal à lesão.
Grande, possível
III A <10 cm Intensa
fechamento
Grande, impossível
III B >10 cm Intensa
fechamento
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Tipo Antibiótico
I e II Cefalosporina de 1ª geração
8. Luxação e entorse
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9. Amputação traumática
A amputação traumática deve ser tratada agressivamente, já que pode
ameaçar a vida do paciente, devido à presença de hemorragia grave.
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Secção transversal dos principais compartimentos da perna
compartimento
superficial posterior
compartimento
profundo posterior
compartimento anterior
compartimento lateral
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Importante
O paciente com gesso em extremidades pode apresentar clínica da síndrome
compartimental do membro, visto que após o trauma e o tratamento com
gesso, os tecidos podem edemaciar. Nesses casos, basta a abertura do gesso
feita por profissional e reavaliação ortopédica.
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13.Princípios do tratamento
13.1. Imobilização
Anotações:
28
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13.2.Fixação externa
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13.3.Torniquete
Anotações:
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Síntese
Os traumas de extremidades são uma causa frequente de admissões em
unidades de pronto atendimento e pronto socorro. Medidas simples para sua
avaliação, reconhecendo sua gravidade e as suas possíveis complicações, são
imprescindíveis para que a lesão não origine risco ao paciente em primeiro
lugar, além de risco de perda do membro. 31
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Urgências Traumáticas
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