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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO


CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS

Estágio de Salvamento Veicular

Instrutor: Cap. BM Mattos


Fases do Salvamento Veicular
Objetivos

 Conhecer, Compreender, Listar, Definir e Identificar:


 As fases genéricas e específicas do salvamento veicular
 Os procedimentos que devem ser realizados em cada fase
 A equipe de salvamento veicular

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Sumário

 Fases – Sintético
 Equipe de Salvamento Veicular
 Fases – Analítico

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Fases do Salvamento Veicular

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Fases do Salvamento Veicular

 Fases do Salvamento Veicular (completo)


 Evento
 Solicitação do evento
 Preparação para saída
 Deslocamento
 Chegada na cena
 Salvamento
 Estabilização da vítima na ambulância
 Transporte da vítima para o hospital
 Recebimento da vítima
 Estabilização e cuidados médicos (intra-hospitalar)

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Fases do Salvamento Veicular

 Fases do Salvamento Veicular (pós chegada)


 Avaliação da Cena
 Estabilização Inicial
 Abertura de Acesso Inicial
 Estabilização Final
 Reunião Tripartite
 Criação de Espaço
 Passagem de Comando para o Socorrista
 Extração da Vítima

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Equipe de Salvamento Veicular

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Equipe de Salvamento Veicular

 Funções X Membros (quantidade)


 Equipe mínima
 Equipe ideal

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Avaliação da Cena

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Avaliação da Cena

 Giro de 360º
 Identificação dos perigos e riscos
 Externa e Internamente ao veículo
 Tempo máximo: 01 min.
 Não tocar nos veículos
 Um ou dois círculos

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Avaliação da Cena

 Organização da cena
 Parqueamento
 Balizamento
 Isolamento

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Avaliação da Cena

 Avaliação externa
 Alta tensão
 Vítimas projetadas
 Vazamentos
 Adereços (vidros, partes do veículo, etc...)
 Anteparos
 Vítimas sob os veículos
 Cano de descarga

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Avaliação da Cena

 Avaliação Interna
 Airbags
 Cinto de segurança
 Bateria
 Tipo de combustível
 Vítimas ocultas

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Avaliação da Cena

 Os riscos devem ser identificados pelos membros da equipe técnica e


pelo Cmt. de Op., devendo ser sinalizados verbalmente para todo o
conhecimento da equipe.

 Qualquer membro que avistar um risco pode alertar para toda a equipe

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Avaliação da Cena

 Método de Comunicação – Alça Fechada


 Todas as ações devem ser comunicadas em voz alta para que
todos ouçam e se preparem
 Tais ações devem ser executadas apenas mediante autorização
do Cmt. de Op.

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Avaliação da Cena

 Os riscos com possibilidade imediata de serem sanados, podem ser


sanados nesta fase (depende da urgência e da tática)
 O início da mitigação não pode ultrapassar a próxima fase
(estabilização inicial).

 Caso seja iniciado nesta fase, e seja necessário, promover a área de


destroços

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Avaliação da Cena

 Durante o giro, um dos técnicos deverá estar portando um extintor

 Para equipes maiores, uma linha deve estar pressurizada durante todo
o evento

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Avaliação da Cena

 Socorristas
 Estabelecer contato visual e verbal
 Iniciar a Avaliação Remota Rápida (RAM) – (TORA)
• T - Mecanismo do trauma (cinemática)
• O - Nº de ocupantes, suas posições e orientações
• R - Responsividade (AVDI)
• A - ABC sumário
 Se possível, ofertar O2

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Avaliação da Cena

 Socorristas
 Estimar o tipo de encarceramento e informar ao Cmt. de Op.
 Suporte psicológico
• Acalmar a vítima
• Evitar que a vítima mova a coluna em outra direção (primordial)
• Informar para a vítima tudo o que será feito
 Pode adiantar a coleta dos dados da SAMPLA*

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Estabilização Inicial

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Estabilização Inicial

 Objetivo
 Fornecer o mínimo de segurança para que o socorrista entre no
veículo e a equipe de salvamento realize as demais tarefas

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Estabilização Inicial

 Diferenciar
 Estabilização (Fases)
 Estabilização (Procedimentos)

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Estabilização Inicial

 Conforme o estado de saúde da vítima


 Primária
 Emergência

 Não tocar no veículo até a finalização desta etapa*


 Os técnicos devem tocar somente no que for necessário para esta
etapa

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Estabilização Inicial

 Estabilização emergencial
 1 – Cena insegura (riscos imediatos)
• Incêndio, alagamento, áreas conflagradas, ...
 2 – Suspeita de PCR
• Irresponsiva e sem expansão abdominal/torácica

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Estabilização Inicial

 Organização da cena
 Área de destroços

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Abertura de Acesso Inicial

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Abertura de Acesso Inicial

 Objetivo:
 Propiciar o quanto antes a entrada do socorrista no interior do
veículo

 Obs.: Os Socorristas podem sugerir o acesso

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Abertura de Acesso Inicial

 Do mais simples ao mais complexo:


 Abertura convencional das portas
 Abertura convencional dos vidros
 Manejo dos vidros
 Abertura de portas

 Obs. 1: O espaço de entrada pode ser mínimo dependendo da


situação
 Obs. 2: Pode ser necessária a Criação de Espaço

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Estabilização Final

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Estabilização Final

 Aperfeiçoamento da segurança
 Preferencialmente após a entrada do socorrista no veículo

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Estabilização Final

 Socorrista que entra no veículo


 Fazer contato com a vítima informando que serão feitos alguns
procedimentos antes do atendimento e ofertar O2
 Acionar o freio de emergência
 Utilizar a bateria à favor da tática e desligar o veículo
 Organizar minimamente o espaço interno para iniciar o
atendimento
 Iniciar o atendimento

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Estabilização Final

 Atendimento inicial
 Confirmar o tipo de encarceramento e informar
 XABCDE
 Informar que pode ser iniciada a reunião tripartite

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Estabilização Final

 Organização da cena
 Palco de Ferramentas

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Reunião Tripartite

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Reunião Tripartite

 Objetivo
 Definir a estratégia para a extração da vítima

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Reunião Tripartite

 Requisitos
 Situação da vítima confirmada
• Nível de Encarceramento
• Gravidade do quadro

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Reunião Tripartite

 Todos os membros da equipe devem participar


 Definir a estratégia de criação de espaços internos e externos
 Deve ser realizada próximo do socorrista que se encontra no interior
do veículo
 A informação deve ser passada uma única vez e todos devem estar
cientes da estratégia

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Reunião Tripartite

 O Comandante irá coordenar a reunião


 A decisão será tomada com base na situação da vítima que será
passada pelo Socorrista (CRASH)
 Os membros devem opinar quanto a concordância ou discordância,
sugerindo aprimoramentos
 Deve ser rápida e o Cmt. deve se certificar que todos entenderam os
planos de ação

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Reunião Tripartite

 CRASH
 C – Funções críticas (XABCDE)
 R – Dispositivos de restrição (cinto de segurança/airbags)
 A – Avaliar a cabine a posição orientação da vítima
 S – Suspeitas de lesões e membros encarcerados
 H – Sugestão de extração (Help)

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Reunião Tripartite

 Resumo
 Gravidade da vítima
 Membro encarcerado
 Sugestão da extração
• Como deve / como pode
• Tempo

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Reunião Tripartite

 Duas ou mais vítimas


 Uma reunião tripartite para cada vítima
 Planos de forma individualizada para cada vítima
 Triagem*

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Reunião Tripartite

 Nova reunião tripartite


 Quando os Planos não se mostrarem eficientes ou impraticáveis

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Tipos de Planos

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Tipos de Planos

 Plano A e Plano B
 Plano A = Vítima estável
 Plano B = Caso o quadro da vítima venha a piorar durante a
execução do Plano A

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Tipos de Planos

 Plano A
 Vítima estável e não crítica
 Extração pelo Ângulo Zero ou o mais próximo possível
 Máximo de espaço interno e externo

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Tipos de Planos

 Plano B
 Vítima instável e crítica
 Extração em um tempo menor
 Não necessariamente sendo retirada próximo do Ângulo Zero

 Espaço mínimo e necessário para que a vítima saia num tempo curto

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Tipos de Planos

 Plano Único
 Extricação de Emergência
• Cena Insegura
• Parada Cardiorrespiratória (PCR)
 Só é vislumbrada um único modo de extração
 Somente o “Plano B” por conta do estado da vítima

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Tipos de Planos

 Objetivo na extração da vítima


 Extrair a vítima de acordo com a necessidade do seu quadro

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Tipos de Planos

 Quando a prioridade é coluna e/ou vítima estável


 1º - 0º (zero grau)
• Não rotaciona a vítima
 2º - Mais próximo possível de 0º
• Rotaciona a vítima o mínimo possível

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Tipos de Planos

 Quando a prioridade é o tempo:


 Saída mais rápida de acordo com a situação

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Tipos de Planos

 Tipos de vítimas e ações


 Extricação auto assistida
 Imobilização completa
 Imobilização minimalista
 Sem imobilização

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Tipos de Planos

 Tipos de vítimas e ações


 Extricação auto assistida (sem alteração no XABCDE)
• Indicadores de baixo potencial lesivo

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Tipos de Planos

 Auto-extricação Assistida
 POP/EMG 04 - Abordagem à Coluna Vertebral no Trauma

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Tipos de Planos

 Auto-extricação Assistida
 XABCDE – Sem alterações
 DeE
• Menos de 65 anos
• Colisão abaixo de 100km/h
• Queda menor que 2m
• Veículo “fechado”
• Sensibilidade e força sem alteração
• Sem lesões supraclaviculares
• Sem dores na coluna (palpação ou movimentação)

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Tipos de Planos

 Tipos de vítimas e ações


 Imobilização completa (sem alteração no XABCDE)
• Indicadores de alto potencial lesivo
• Uso de todos os dispositivos de restrição

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Tipos de Planos

 Tipos de vítimas e ações


 Imobilização minimalista (alteração no XABCDE)
• TCE, choque hipovolêmico, etc...
• Sem o uso de um dos dispositivos de restrição

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Tipos de Planos

 Tipos de vítimas e ações


 Sem imobilização (alteração no XABCDE)
• PCR, cena insegura, objeto penetrado*, PAF, etc...
• Remoção técnica*

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Tipos de Planos

 Resumo dos tipos de vítimas e ações


 Extricação auto assistida (sem alteração no XABCDE)
• Indicadores de baixo potencial lesivo
 Imobilização completa (sem alteração no XABCDE)
• Indicadores de alto potencial lesivo
 Imobilização minimalista (alteração no XABCDE)
• TCE, choque hipovolêmico, etc...
 Sem imobilização (alteração no XABCDE)
• PCR, cena insegura, objeto penetrado*, PAF, etc...

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Criação de Espaço

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Criação de Espaço

 Confecção do plano
 Informar todas as ações que serão realizadas para toda a equipe (alto
e claro)
 Evitar ações descoordenadas
 Evitar surpresas indesejadas para todos no interior do veículo
 Sempre proteger os membros e vítimas durante as ações

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Criação de Espaço

 Inspecionar o veículo antes das manobras

 Usar as proteções antes, durante e após as manobras


 Proteção maleável – vítima (antes e durante o manejo com os
vidros)
 Proteção rígida – vítima e socorristas (antes e durante as
manobras com as ferramentas)
 Proteção de lona – quinas vivas (após as manobras)

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Criação de Espaço

 Criação do Plano B primeiro


 Caso a vítima evolua seu quadro negativamente durante a
confecção do Plano A, o Plano B já está pronto.

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Criação de Espaço

 Atendimento dinâmico
 Avaliação secundária
 Monitoramento e informação para o Cmt.
 SAMPLA

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Criação de Espaço

 SAMPLA
 S – Sinais e sintomas
 A - Alergias
 M – Medicamentos que usa
 P – Passado médico
 L – Líquidos ingeridos
 A – Alimentos ingeridos

 * gravidez

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Criação de Espaço

 Organização da cena
 Área de tratamento da vítima (APH)

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Passagem do Comando para o Socorrista

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Passagem do Comando para o Socorrista

 Transmissão temporária do comando (somente para a manobra de


extração)
 Ao final de toda a criação dos espaços
 Passagem de modo formal (alto e claro)
 O socorrista devolve o comando ao Cmt. de Op. ao final da retirada
das vítimas

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Extração da Vítima

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Extração da Vítima

 O socorrista irá guiar os movimentos em bloco necessários para a


retirada da vítima
 Todos os membros deverão auxiliar nesta manobra
 Todos deverão estar utilizando as luvas de procedimento
 Esta etapa deve ser executada com o máximo de cautela

"A DUPLA MISSÃO A NÓS ESPERA!"


Extração da Vítima

 Uma vez na área de tratamento, realizar toda a avaliação e


tratamento na vítima novamente antes de deslocar
 Avaliação primária e secundária completa

 Passar o caso para a autoridade de saúde competente (MIST)

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Extração da Vítima

 MIST
 M – Mecanismo do trauma (cinemática)
 I – Injúrias (visíveis)
 S – Suspeitas de lesões (invisíveis)
 T – Tratamento ofertado

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Extração da Vítima

 Reorganizar o cenário
 Atualizar a estabilização
 Limpar o cenário
 Remover e guardar os materiais não mais necessários
 Promover um melhor tráfego
 Entregar o local para autoridade competente
 Relizar o debriefing

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