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Atendimento pré-hospitalar Contato: @deypsonfh/ @adireitoria

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR PROTEÇÃO BALÍSTICA


APH - Atendimento pré-hospitalar é tudo o que acontece entre Coletes balísticos compostos podem ter placas diversas
o momento do trauma até o hospital Metal - Alta proteção, mas peso elevado
DIFERENÇAS PRÁTICAS ENTRE PROTOCOLOS DE APH CIVIS E DE COMBATE Cerâmica - Proteção menor, porém possui peso moderado
Plástico - Proteção ainda menor, porém possui peso leve
1 Tempo de trauma
COLETES BALÍSTICOS (2 E 3A)
2 Inviabilidade de socorro tradicional imediato 1 Malha de Aramida
3 Baixa luminosidade 2 Malha de Spectra Shield
4 Material para atendimento reduzido (apenas o que você leva) Todos com uso da 3 Malha de Twaron
5 Área de alto risco de um novo confronto placa associado com 4 Malha de Dynnema
o colete de malha
6 Fazer um atendimento após ter participado de um confronto armado 5 Malha de Zylon
7 Relacionamento emocional com o ferido
8 Cinemática característica de mísseis de alta velocidade/explosivos

s
APH Tático é o nome que engloba tudo, desde o APH de
combate militar/policial (combate armado e atendimento ao

a
ferido), até só o deslocamento tático de uma equipe não
combativa e atendimento do ferido em um ambiente instável

c
(com proteção de uma equipe armada)
Protocolo é um conjunto de ações que foram pensadas e

u
estudadas por especialistas para você ter uma maior
efetividade no atendimento daquele tipo de trauma específico

L
Pensado na sequência do que mata o paciente mais rápido para o
que mata mais tarde
O APH é contextualizado com base no direito à vida (previsto
FASES DO APH POLICIAL

o
na Constituição Federal) e no Estado de Necessidade 1ª FASE DO APH - CUIDADOS SOB FOGO INIMIGO
São requisitos do Estado de Necessidade (1) a ameaça a direito
A melhor medicina é continuar o combate
próprio ou alheio; (2) a existência de um perigo atual e inevitável;

d a
Fundamentos de tiro, dominância do armamento e mentalidade
(3) a inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado; (4) uma
de combate são preponderantes nessa fase

r
situação não provocada voluntariamente pelo agente; (5) o

e
conhecimento da situação de fato justificante Dominar técnicas e procedimentos de combate também é uma
O APH não é considerado exercício ilegal da medicina, pois está forma de "socorro"

a r
no rol de exceções da lei 12.842/13 As práticas de socorrismo são restritas (apenas auto aplicação
de torniquete)

n r
PROCEDIMENTOS LEGAIS ESPECÍFICOS DO APH (PORT. MIN. DEF/GM 16 DE 2018) Intervir corretamente no tempo correto durante o atendimento
é essencial enquanto intervir corretamente no tempo incorreto

o
1 Aplicação de torniquete

o
poderá levar a mais fatalidades em combate
2 Garantia de vias aéreas A melhor medicina é a superioridade de fogo

e C
Deve-se sair do "X" (área de risco) e abrigar-se, para isso
3 Descompressão torácica com agulha neutralizando as ameças imediatas e fazendo a cobertura da
área quente para possíveis ameaças secundárias

L
4 Acesso venoso periférico
Logo após, deve-se prestar auxílio remoto (caso não seja
5 Acesso intraósseo possível retirar o companheiro ferido), fazendo a geometria de
6 Pressão tática Torniquete combate (avançando até o ferido) e, após triagem rápida do
"X", deve-se levar para área de atendimento segura
TRÊS OBJETIVOS DO APH DE COMBATE (POLICIAL)
2ª FASE DO APH - CUIDADOS TÁTICOS EM CAMPO - MARC
1 Salvar vidas que possam ser salvas
2 Prevenir outras perdas de vidas M ASSIVO Parar o sangramento
3 Completar a missão de salvamento Hemorragia nas extremidades é uma das maiores causas de
morte em mortes preveníveis
TRÊS FASES DO APH DE COMBATE (POLICIAL) O paciente com um sangramento grande pode perder a consciência
entre 1 e 3 minutos ou morrer entre 3 e 5 minutos
1 Cuidados sob fogo - Área Quente/vermelha Para diagnosticar é necessário avaliar (buscar extremidades) por
2 Cuidados táticos em campo - Área Morna/laranja sangramento massivo, e buscar em áreas juncionais (pescoço,
virilha e axilas) por sangramentos passivos
3 Evacuação tática - Área Fria/verde O tratamento é com torniquete, agente coagulante, preenchiento
de ferida e atadura de combate/elástica
QUENTE/VERMELHA Torniquete é uma ferramenta de constrição externa (temporária)
que faz a oclusão de veias e artérias com o objetivo de estancar o
sangramento da vítima
É usado há anos, desde a guerra civil americana até os dias de hoje
O torniquete foi “vilanizado” durante a sua história recente de uso
Pelo desconhecimento do tempo de uso em pacientes, levou-se
uma utilização errada (por muito tempo) e ocorreram danos aos
pacientes em que eles foram utilizados. (Médicos da 1ª Guerra
Mundial falaram que: mais pacientes morreram pelo uso, do que
pela falta dele), mas o grande problema era o tempo de evacuação
O torniquete é eficaz (oclusão de vasos e artérias), simples
(aplicação simples) e durável (pouca probabilidade de falhas)
MORNA/LARANJA
FRIA/VERDE O torniquete deve ser aplicado ALTO E APERTADO
Deve ser aplicado entre 60s e 120s do trauma
O torniquete causa dor, mas a dor isquêmica passa entre 15 a 20 min MANOBRA "BURP"
Não pode ser afrouxado durante o uso (jamais)
1 Remova o selo de tórax até que o ferimento fique exposto
2 Limpe o ferimento com um pano ou gaze, removendo coágulos
3 Aplique uma pressão firme no lado cujo pneumotórax esteja
instalado (tape a boca e o nariz da vítima, para que o ar
possa sair pelo orifício do tórax)

4 Recoloque o selo no lugar

C ALOR Evitar hipotermia


O torniquete deve ser aplicado nas extremidades (braços e pernas)
Para preenchimento do ferimento, o procedimento deve ser Deve-se evitar ao máximo perda de calor da vítima com o
feito com gaze com agente coagulante ambiente, para isso o agente que estiver prestando socorro
Mas se não tiver agente coagulante, deve usar uma normal deverá lançar mão de alguns procedimentos
(melhor do que não tentar salvar a vida da pessoa)
As primeiras marcas de gaze utilizadas esquentavam 1 Manter a vítima o mais seca possível
demasiadamente quando colocadas em contato com o sangue,
chegando ao ponto de produzir queimaduras nas vítimas 2 Isolá-la do contato com o solo (principalmente úmido)
Atualmente os produtos que auxiliam na coagulação são 3 Levar consigo equipamentos simples (cobertor aluminizado
embebidos em esponjas ou tecidos (quando utilizados em e bolsa de calor instantâneo) para manter a vítima aquecida

s
tecidos, estes são dobrados em “Z”, pois dessa forma ocupam
4 Se o ambiente estiver confortável para você significa que
menos espaço no transporte de material médico)

a
estará desconfortável (frio) para a vítima! - Aqueça-a!
A Gaze é aplicada nas juntas (ombros, virília e nádegas)
3ª FASE DO APH - EVACUAÇÃO TÁTICA

c
A gaze deve sempre ser usada em sangramento massivo
Deve ser aplicado preferencialmente entre 60 a 120s do trauma São os cuidados médicos para manter o socorrido estabilizado,
Para a gaze com agente coagulante, deve-se fazer pressão no

u
até a chegada ao pronto socorro
local de 3 a 5 minutos e reavaliar
No deslocamento, refazer o MARC
Para a gaze sem agente coagulante, deve-se fazer pressão no

L
local de 5 a 10 minutos e reavaliar O planejamento de evacuação pode ser por área, por missão, ou
São erros comuns no uso da gaze (1) não pressionar o tempo por quilometragem
suficiente, (2) utilizar absorventes internos femininos, (3) não Antes deve-se pensar (brifar) (1) Hospital de referência na região

o
utilizar a técnica de “power ball” (4) caso o sangramento não (fazer contato prévio), (2) A determinação de rotas mais rápidas
cesse, aplicar outra gaze “por cima”, ao invés de retirar a para o hospital, (3) A determinação de motoristas, viaturas para

d
evacuação (2 se possível) e localização padrão de chaves, (4) a

a
primeira, recolocando-a e seguindo o protocolo
A bandagem de combate é uma faixa elástica com um tecido de determinação de chefe de APH

r
Todos devem ter conhecimento do plano de evacuação

e
absorção que auxilia no controle de pequenos a moderados
sangramentos e/ou para manter produtos coagulantes no local

a r
Algumas possuem ainda hastes e/ou pontos de pressão inseridos M ASSIVO
na bandagem para que possam produzir maior compressão (sobre o

n r
ferimento) quando utilizadas
Deve-se usar em sangramento leve a moderado, para manter a gaze A ÉREA

o o
com coagulante no local, numa situação de remoção da vítima

Manutenção da permeabilidade R ESPIRAÇÃO

C
A ÉREA

e
das vias aéreas
O diagnóstico para essa etapa é avaliar se o paciente fala, C ALOR

L
avaliar os sons respiratórios estranhos (borbulhos / stress
respiratório, etc), avaliar/buscar dentro da boca do paciente
objetos que possam estar impedindo a respiração
O tratamento é a retirada do corpo estranho da cavidade bucal, e
a posição de segurança caso tenha saída de fluidos na via aérea
São opções a sucção/varredura (retirada com o dedo), a elevação
do queixo/ mento ("chin lift"), a tração mandibular ("jaw thrust"),
a posição de recuperação/segurança e a utilização da cânula
nasofaríngea
É um erro comum acreditar que o paciente desacordado vai
manter a via aérea pérvia por ele mesmo

R ESPIRAÇÃO Pneumotorax aberto


O diagnóstico é observar: Avaliar se o pulmão está expandindo
bem e se não existem furos no tórax, avaliar se os dois lados do
tórax sobem (expandem) de forma igual, avaliar/observar se
existe desconforto para respirar e buscar por orifícios (de
entrada e saída) no tórax (frente e trás)
O tratamento é o selo de tórax ("Burp" do tórax)
O selo de tórax é a apresentação tática do curativo de 3 pontas
Ele é mais prático, rápido e eficiente
Orifícios acima da linha umbilical deverão - por padrão - ser
fechados com selo de tórax
Iniciaram com os selos sem válvula, todavia com as constantes
avaliações periódicas e avanços das técnicas, foi identificado que
em alguns casos os pacientes desenvolviam o pneumotórax
hipertensivo
Pode ocorrer da vítima (mesmo após a oclusão dos ferimentos no
tórax com o selo apropriado) ter dificuldade respiratória
(taquipneia, dispneia, bradipneia) - Deve usar a manobra BURP

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