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Ricardo Galesso

Médico do GRAU – Grupo de Resgate da Secretaria de Estado da Saúde de


São Paulo

Especialista em Medicina de Emergência pela ABRAMEDE

Preceptor das residências de Medicina de Emergência da UNIFESP e Hospital


Alemão Oswaldo Cruz

Coordenador médico do serviço de APH do Hospital Israelita Albert Einstein


POTENCIAIS CONFLITOS DE INTERESSE

De acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina (número 1595/2000) e Vigilância Sanitária RDC 102/2000,
caso haja conflito de interesses a natureza e o nome das empresas ou instituições envolvidas deverão ser revelados
na introdução da sua apresentação. Segue abaixo tabela a ser preenchida.

Categorias de Potencial Conflito de Interesse Indústria(s)


Patrocínio de transporte e/ou hospedagem em Congressos Não

Patrocínio em estudos clínicos e/ou experimentais Não


subvencionados pela indústria
Ser conferencista/palestrante em eventos patrocinados pela Não
indústria
Participar de comitês normativos de estudos científicos Não
patrocinados pela indústria
Receber apoio institucional da indústria Não

Preparo de textos científicos em periódicos patrocinados pela Não


indústria
Ter ações da indústria Não
APH
Atendimento pré-hospitalar
1. HISTÓRICO
APH - HISTÓRICO

Dominique Jean Larrey

Ambulance Volante (1793)


APH - HISTÓRICO

Evolução: Guerras
APH - HISTÓRICO

MUNDO

• Anos 60: Início de sistemas de APH organizados

• Redução em morbidade e mortalidade das vítimas de agravos à saúde

BRASIL

• Primeiros serviços final década 70

• SAV – maioria surge final década 80


2. DEFINIÇÕES
APH - DEFINIÇÕES

• Portaria 2048/GM do Ministério da Saúde, de 05/11/2002:


• APH Fixo e APH móvel

• APH Móvel:

Atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um


agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as
psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo
necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um
serviço de saúde
APH - DEFINIÇÕES

• Quem faz?
• SAMU

• Bombeiros

• GRAU

• Concessionárias de rodovias

• Serviços privados
SISTEMA RESGATE
APH - DEFINIÇÕES

TIPOS DE ATENDIMENTO
• Suporte Básico de Vida (SBV)

• Suporte Avançado de Vida (SAV)

• Resgate

• Primeiros Socorros
APH - DEFINIÇÕES

SBV

• Procedimentos simples, não invasivos:

• Contenção de hemorragias

• Imobilização de fraturas

• Utilização do DEA

• Profissionais de enfermagem e bombeiros


APH - DEFINIÇÕES

SBV
APH - DEFINIÇÕES

SAV

• Procedimentos mais complexos e invasivos, muitos exclusivos de médicos:

• Intubação orotraqueal

• Uso de drogas

• Procedimentos cirúrgicos

• Presença obrigatória de enfermeiro na equipe


APH - DEFINIÇÕES

SAV
APH - DEFINIÇÕES

RESGATE
• Atendimento a uma vítima no qual, além dos procedimentos médicos,
seja necessário utilizar técnicas de salvamento:
• Trabalho em altura
• Espaços confinados
• Preso em ferragens

• Realizado por bombeiros, concessionárias de rodovias e outros serviços


especializados
APH - DEFINIÇÕES

RESGATE
APH - DEFINIÇÕES

PRIMEIROS SOCORROS

• Atendimento inicial a uma emergência médica, realizado por


qualquer pessoa, com o objetivo de auxiliar uma vítima até que
ela seja atendida por um sistema organizado de socorro

• Pode ser realizado por qualquer pessoa


APH - DEFINIÇÕES

AMBULÂNCIA: veículos destinados exclusivamente ao transporte de


enfermos
APH - DEFINIÇÕES

TIPO CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS


A - Ambulância de Transporte Veículo destinado ao transporte em decúbito
horizontal de pacientes que não apresentam risco
de vida, para remoções simples e de caráter
eletivo.

B - Ambulância de Suporte Básico Veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de


pacientes com risco de vida conhecido e ao
Tipos de
atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco
Ambulância de vida desconhecido, não classificado com
potencial de necessitar de intervenção médica no
local e/ou durante transporte até o serviço de
destino.

C - Ambulância de Resgate Veículo de atendimento de urgências pré-


hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou
pacientes em locais de difícil acesso, com
equipamentos de salvamento (terrestre, aquático
e em alturas).
APH - DEFINIÇÕES

TIPO CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS


D - Ambulância de Suporte Veículo destinado ao atendimento e transporte
de pacientes de alto risco em emergências pré-
Avançado hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar
que necessitam de cuidados médicos intensivos.
Deve contar com os equipamentos médicos
necessários para esta função.

Tipos de E - Aeronave de Transporte Médico Aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para
Ambulância transporte inter-hospitalar de pacientes e
aeronave de asa rotativa para ações de resgate,
dotada de equipamentos médicos homologados
pela Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC.

F - Embarcação de Transporte Veículo motorizado aquaviário, destinado ao


transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir
Médico os equipamentos médicos necessários ao
atendimento de pacientes conforme sua
gravidade.
APH - DEFINIÇÕES

Viatura de Intervenção Rápida (VIR): veículos utilizados para o


transporte de equipe médica, com equipamentos que possibilitem
oferecer Suporte Avançado de Vida (SAV) em apoio às ambulâncias
do tipo A, B, C ou F
APH - DEFINIÇÕES
Tipo de Veículo Tripulação
2 profissionais, sendo um o motorista e o outro um técnico
Ambulância de Transporte ou auxiliar de enfermagem.
2 profissionais, sendo um o motorista e um técnico ou auxiliar
Ambulância de Suporte Básico de enfermagem.
3 profissionais militares, policiais rodoviários, bombeiros
militares, e/ou outros profissionais reconhecidos pelo gestor
Ambulância de Resgate público, sendo um motorista e os outros dois profissionais
com capacitação e certificação em salvamento e suporte
básico de vida.
3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um
Ambulância de Suporte Avançado
Composição médico.
- Para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel
das equipes primário não traumático e secundário, deve contar com o
piloto, um médico, e um enfermeiro;
Aeronave de Transporte Médico - Para o atendimento a urgências traumáticas em que
sejam necessários procedimentos de salvamento, é
indispensável a presença de profissional capacitado para
tal.
2 ou 3 profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a
ser realizado, contando com o condutor da embarcação e
um auxiliar/
Embarcação de Transporte Médico técnico de enfermagem em casos de suporte básico de
vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte
avançado de vida.
3. TRIAGEM E
ACIONAMENTO
APH – TRIAGEM E ACIONAMENTO

• Contato do solicitante com a Central de Regulação feito


através dos números 192 (SAMU) e 193 (Corpo de
Bombeiros)

• Central de Regulação: Médico Regulador e demais


profissionais da Central de Regulação (Técnico Auxiliar de
Regulação Médica – TARM e Despachadores)
APH – TRIAGEM E ACIONAMENTO

• TARM:

• Identifica solicitante e queixa principal

• Utilizam um software com questões pré-definidas, que levam a


uma orientação quanto ao nível de gravidade do paciente

• Médico Regulador:

• Coleta mais informações do solicitante e orienta as primeiras ações


a serem tomadas antes da chegada das equipes de atendimento

• Define qual tipo de suporte será acionado

• Despachadores:

• Identificam a equipe de atendimento disponível mais próxima e


realizam o acionamento
APH – TRIAGEM E ACIONAMENTO

SAMU – SP

Área de recepção do telefone 192


SAMU-São Paulo:
36 posições
8.000 a 9.000 telefonemas por dia
1.200 saídas de ambulância por dia
APH – TRIAGEM E ACIONAMENTO

Central de Operações do Corpo de Bombeiros


4. REGULAÇÃO
MÉDICA
APH – REGULAÇÃO MÉDICA

• COMO É DEFINIDO O DESTINO MAIS ADEQUADO AO PACIENTE?

• Responsabilidade do Médico Regulador:

• Definição do local para onde o paciente vai ser transportado

• Informações fornecidas pelas equipes de atendimento, grade de


recursos disponíveis e localização da equipe e do estabelecimento
de saúde

• Índices de gravidade e fluxogramas de triagem podem auxiliar as


decisões do médico regulador
APH – REGULAÇÃO MÉDICA

Área de Regulação Médica e Despacho


APH – REGULAÇÃO MÉDICA

CROSS

COBOM
APH – REGULAÇÃO MÉDICA

• Atendimento e
UR/USA transmissão dados
paciente ao COBOM

• Checagem
COBOM CROSS

• Definição do
destino
COBOM

UR/USA • Transporte
5. COMUNICAÇÃO
APH - COMUNICAÇÃO

• Ponto crucial para o bom funcionamento de um serviço de APH

• Todas as etapas do atendimento necessitam de troca de informações entre os


agentes envolvidos

• FLUXO DE INFORMAÇÕES:

• Solicitante ↔ Central de Regulação

• Central de Regulação ↔Equipes de atendimento

• Equipes de atendimento ↔ Outras equipes envolvidas no atendimento

• Equipe de atendimento ↔ Central de Regulação

• Central de Regulação ↔ Hospital


APH - COMUNICAÇÃO

• Informações devem ser transmitidas com eficácia, rapidez e


clareza, de maneira padronizada

• Meio mais utilizado: comunicação via rádio

• Maioria dos serviços no Brasil:

• Linguagem em “Código Q”

• Alfabeto fonético
APH - COMUNICAÇÃO
CÓDIGO SIGNIFICADO (nos serviços de emergência)
QAP “Na escuta”
QRA Nome (do paciente ou de qualquer envolvido no atendimento)

QRM Interferência na transmissão


QRT Óbito do paciente
QRU “Ocorrência” ou “atendimento”
QRV “Estou à disposição”
QRX “Aguarde”
QSA Itensidade do sinal (1 fraco a 5 forte)
QSL “Entendido” ou “Ciente”
QSO Contato
QSP “Ponte” ou “conversa” entre duas equipes/ Solicitação de transmissão
Código “Q”
QTA Cancelamento da mensagem anterior ou da missão
QTC Mensagem
QTH Endereço ou local
QTI “A caminho”
QTR Horário
OUTROS VERBETES UTILIZADOS COM FREQUÊNCIA
CÓDIGO SIGNIFICADO
QSJ Dinheiro
QTO W. C. / Sanitário
TKS Obrigado
Nihil (pronúncia “Nil”) Nada
APH - COMUNICAÇÃO
LETRA PALAVRA
A Alfa
B Bravo
C Charlie
D Delta
E Echo
F Foxtrot
G Golf
H Hotel
I India
J Juliet
K Kilo
L Lima
Alfabeto fonético M Mike
N November
O Oscar
P Papa
Q Quebec
R Romeo
S Sierra
T Tango
U Uniform
V Victor
W Whiskey
X X-Ray
Y Yankee
Z Zulu
6. OPERACIONAL
APH - OPERACIONAL

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL

Avaliação 3S

• SEGURANÇA

• SITUAÇÃO

• (S)CENA
APH - OPERACIONAL
APH - OPERACIONAL
APH - OPERACIONAL
APH - OPERACIONAL

PECULIARIDADES

• Condições não-ideais

• Exposição

• Intempéries

• Locais de difícil acesso

• Pacientes de todas as faixas etárias

• Equipe multidisciplinar

• Resgate Aeromédico

• Desastres e Múltiplas Vítimas


APH - OPERACIONAL

CONDIÇÕES NÃO IDEAIS


APH - OPERACIONAL

EXPOSIÇÃO
APH - OPERACIONAL

INTEMPÉRIES
APH - OPERACIONAL

LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO


APH - OPERACIONAL

PACIENTES DE TODAS FAIXAS ETÁRIAS


APH - OPERACIONAL
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
APH - OPERACIONAL

RESGATE AEROMÉDICO
APH - OPERACIONAL

MÚLTIPLAS VÍTIMAS
APH - OPERACIONAL
7. FUTURO
APH - EVOLUÇÃO

TECNOLOGIA
APH - DESAFIOS

• Ausência de recursos • Ausência Centros de

• Preenchimento do CROSS Trauma/Emergência

• Capacitação profissional • Múltiplas centrais de regulação

• Critérios de triagem • Telemedicina

• Comunicação • Condutas baseadas em


evidências
OBRIGADO!
DÚVIDAS: rgalesso@gmail.com

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