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Pacientes Grave
Urgência e Emergência
Urgência e emergência são dois termos usados na área da Medicina, sendo que os
seus respectivos significados costumam se confundir entre si.
Urgência é quando há uma situação que não pode ser adiada, que deve ser
resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo de morte.
Emergência é quando há uma situação crítica, com ocorrência de grande perigo.
Entendendo o paciente crítico
Para trabalhar numa unidade de terapia intensiva é necessário entender qual tipo
de paciente poderemos encontrar nela. O paciente para ser admitido nessa área de
internação precisa ser grave ou de risco, mas com possibilidade de recuperação. Podemos
descrever resumidamente estas duas situações:
• Paciente Grave – paciente que apresenta instabilidade de um ou mais sistemas
orgânicos, com risco de morte.
• Paciente de Risco – paciente que possui alguma condição potencialmente determinante
de instabilidade.
Paciente grave/crítico é aquele que apresenta instabilidade de um ou mais de seus
sistemas orgânicos, devido às alterações agudas ou agudizadas, que ameaçam sua vida.
O paciente crítico internado numa UTI está numa situação de estresse onde suas
necessidades básicas são afetadas.
Segundo Maslow (1954) as necessidades básicas são aquelas relacionadas com a
sobrevivência física, psíquica e espiritual (necessidades psicobiológicas, psicossociais e
psicoespirituais).
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ACOLHIMENTO
Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que não
tem local nem hora certa para acontecer, nem um profissional específico para fazê-lo: faz
parte de todos os encontros do serviço de saúde. O acolhimento possui uma postura ética
que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu
protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução,
com ativação de redes de compartilhamento de saberes.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
A classificação de risco é um dispositivo da PNH, uma ferramenta de organização
da “fila de espera” no serviço de saúde, para que aqueles usuários que precisam mais
sejam atendidos com prioridade, e não por ordem de chegada.
OBJETIVOS DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Ela foi criada para melhor organizar o fluxo de pacientes que procuram as portas
de entradas com necessidades de urgências/emergências das Unidades Básicas, Prontos
Atendimentos e Hospitais, garantindo um atendimento resolutivo e humanizado aqueles
em situação de sofrimento agudo ou crônico de qualquer natureza.
MODO DE CLASSIFICAÇÃO
Protocolo de Manchester
O Manchester classifica, após uma triagem baseada nos sintomas, os doentes por
cores, que representam o grau de gravidade e o tempo de espera recomendado para
atendimento. Aos doentes com patologias mais graves é atribuída a cor vermelha,
atendimento imediato; os casos muito urgentes recebem a cor laranja, com um tempo de
espera recomendado de dez minutos; os casos urgentes, com a cor amarela, têm um tempo
de espera recomendado de 60 minutos. Os doentes que recebem a cor verde e azul são
casos de menor gravidade (pouco ou não urgentes) que, como tal, devem ser atendidos
no espaço de duas e quatro horas.
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Conceitos e Definições
Primeiramente precisamos diferenciar três conceitos que causam confusão de
entendimento na terapia intensiva segundo o Consenso Brasileiro de Monitorização e
Suporte Hemodinâmico (2004), são eles:
1. Estável hemodinamicamente? Quando o paciente mantém hemodinâmica sem
uso de drogas vasoativas ou qualquer suporte cardiovascular.
2.Compensado hemodinamicamente? Quando o paciente mantém
hemodinâmica com o uso de drogas vasoativas ou suporte cardiovascular. Dica do
Mestre: Possue risco de descompensar!
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3. Instáveis hemodinamicamente? Quando o paciente possui hemodinâmica
inadequada e dependente de altas vazões de drogas vasoativas ou suporte cardiovascular.
Um elemento extremamente valioso no cuidado ao paciente crítico é a
monitorização hemodinâmica – MH.
Manuseio e interpretações corretas influenciam no prognóstico e desfecho dos
pacientes internados em unidade de terapia intensiva – UTI. Atualmente existem várias
modalidades de MH e a principal questão envolve como interpretar as informações
fornecidas, tendo em vista que a partir desses parâmetros decisões serão tomadas a beira
leito.
Alguém sabe o propósito da MH? A resposta é bem simples... A MH apóia o
diagnóstico e direciona a terapêutica. Preste atenção aqui! Por se tratar de uma técnica de
monitorização, não tem propriedades terapêuticas, somente auxilia nas condutas com
pacientes gravemente enfermos. Fique ligado! Afinal de contas meu caro aluno, qual é
objetivo da MH? A resposta deve ser fixada e jamais esquecida! Ela é utilizada para
manter a perfusão e oxigenação tecidual adequada dos pacientes críticos, dessa forma
prevenindo ou minimizando o surgimento de disfunções orgânicas que podem levar a
morte. Fique ligado!
Atenção aqui! De maneira didática, a MH pode ser dividida em três modalidades:
Não-invasiva,
Minimamente invasiva e
Invasiva.
Na prática percebe-se a carência de domínio pelos enfermeiros e médicos, tanto no
manuseio quanto nas interpretações dos parâmetros disponíveis. Por isso, é importante
que todo profissional atuante em UTI, busque o conhecimento técnico cientifico dos
princípios da MH e dessa forma possa prestar um atendimento de qualidade e seguro ao
paciente grave e/ou de risco. Qual o método a ser escolhido? O profissional deve ser capaz
de selecionar e executar o método de monitorização de funções vitais mais apropriado de
acordo com as necessidades individuais do paciente, considerando o risco-benefício.
Monitorização Hemodinâmica Não – Invasiva: é sinônimo de avaliação básica do
paciente grave. As variáveis que englobam esse grupo são:
Frequência Cardíaca - FC,
Eletrocardiograma – ECG contínuo,
Oximetria de Pulso,
Pressão Arterial não Invasiva – PNI ou PANI ou NIBP,
Frequência Respiratória - FR,
Temperatura,
Diurese,
Capnografia,
Perfusão Periférica e
Nível de Consciência.
A grande observação que deve ser ressaltada é a sensibilidade limitada. Quanto mais
grave o paciente menos fidedigno é a MH não invasiva. E por que usar? Na realidade
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sinais vitais – SSVV anormais detectados pela MH não invasiva são alerta de surgimento
de uma gravidade (caráter preventivo). Prevenir é mais fácil do que tratar. Fica a dica:
Alterações dos parâmetros da MH não invasiva são riscos de agravamento e/ou
complicações.
A pressão arterial é definida de forma simples como a medida da força exercida pelo
sangue arterial nos vasos sanguíneos periféricos. Desse conceito é possível extrair três
nomenclaturas: Pressão Arterial Sistólica - PAS, Pressão Arterial Diastólica - PAD e
Pressão Arterial Média – PAM. Alguém sabe a diferença? É fundamental dominar cada
uma delas. Prestem atenção!!!
A Pressão Arterial Sistólica – PAS reflete a pressão no final da sístole e como
consequência reflete o volume sistólico do ventrículo esquerdo – VE, a velocidade de
ejeção do sangue e o enchimento da aorta. O valor esperado para adultos: 100 a
140mmHg.
A Pressão Arterial Diastólica – PAD caracteriza o relaxamento ventricular, afetando
diretamente a FC e a resistência vascular periférica – RVP. O valor esperado para adultos:
60 a 90mmHg. Um dos parâmetros mais utilizados em UTI envolve a Pressão Arterial
Média – PAM. Meu caro aluno, muitas decisões a beira leito são baseadas nesse
parâmetro.
A PAM Pressão Arterial Média reflete as pressões sistólicas e diastólicas e pode ser
encontrada pelas seguintes fórmulas que serão descritas logo abaixo:
1. PAM = PAS (2x PAD) / 3;
2. PAM = PAD + (PAS-PAD) / 3;
3. PAM = PAD + 1/3 Pressão de Pulso.
O valor de referência para adultos: 70 a 105mmHg. A Pressão de Pulso citada na
terceira fórmula significa a diferença entre as pressões sistólica e diastólica. Vale a dica
do mestre! A monitorização arterial não invasiva mesmo não sendo fidedigna em
pacientes extremamente graves, possui algumas vantagens. São elas: equipamentos
simples, fácil transporte e manuseio. Os principais fatores que podem interferir na leitura
são:
Tamanho inadequado do manguito;
Atividade física próxima da medição;
Estresse;
Vazamento no extensor do manguito;
Posicionamento do paciente;
Alimentos copiosos (ex: café).
Monitorização Hemodinâmica Minimamente Invasiva – Um grande detalhe nesse tipo
de monitorização envolve a necessidade de cateter arterial ou venoso e transdutores
eletrônicos de pressão. As variáveis que englobam esse grupo são:
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Pressão Arterial Invasiva – PAI,
Pressão Venosa Central – PVC,
Vigileo, LIDCO, PICCO e EV 1000.
Sei que muitos desses termos são novos e por isso não vou entrar em muitos detalhes.
Na verdade, o objetivo é apresentar cada um deles para que você, aluno, possa acertar as
questões de prova. Os dois métodos mais utilizados e cobrados nas questões são a PAi e
PVC.
1. Pressão Arterial Invasiva – PAi: Ela será obtida após a canulação de uma artéria
pelo médico, que pode ser a radial, femoral, pediosa, braquial. Entretanto, as vias
de escolha são a radial (pacientes estáveis hemodinamicamente), seguidas da
femoral (pacientes instáveis hemodinamicamente) pelos consensos de terapia
intensiva. Vale lembrar, que em situações de extrema gravidade, maior risco de
vasoespasmo da artéria radial, daí a preferência pela artéria femoral nesses casos.
Vale lembrar que para cateterização de PAi os locais mais usados são as artérias: radial,
femoral (mais comuns), além de braquial e pediosa.
Preste atenção!!! Quando for escolhida a artéria radial deverá ser realizado o teste
de Allen. Alguém sabe o que significa? Muito simples e comum na terapia intensiva.
Consiste na avaliação da capacidade da artéria ulnar em irrigar a mão em caso de
trombose ou outra complicação inerentes a punção da artéria radial. Na prática significa
uma pergunta: posso cateterizar a artéria radial? Quem vai dizer sim ou não é o teste de
Allen. Como é feito o teste de Allen? Por digitopressão comprimem-se as artérias ulnar e
radial, o que levará a palidez da mão escolhida. Em seguida, libera-se a pressão sobre a
artéria ulnar e após 7s deverá ocorrer o retorno da perfusão e coloração da mão.
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Pressurizador: lembrar que a pressão de referência é 300mmHg (permite a
permeabilidade da via arterial). Precisam lembrar desse valor numérico!
Equipo transdutor de pressão invasiva;
Solução fisiológica 0,9% geralmente de 500 ml ou conforme rotina da unidade.
Cateter arterial invasivo; Observações importantes:
Está em desuso a heparina para evitar a coagulação das vias, o mais importante
é manter a pressão adequada de 300mmHg;
Quando não for possível a punção arterial, deve-se proceder a dissecção da
mesma. Fique ligado!
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Escala de Coma de Glasgow
A escala de Glasgow, conhecida também como a escala de coma de
Glasgow (ECG) é uma escala de ordem neurológica capaz de medir e avaliar o nível de
consciência de uma pessoa vítima de trauma ou de doença clínica grave. AMLS –
2ªedição.
Esta escala é um método bastante confiável para detectar o nível de consciência
de uma pessoa após acidentes. Ela é utilizada durante as primeiras 24 horas após o trauma
e faz a avaliação baseada em três parâmetros: abertura ocular, resposta motora e resposta
verbal.
Sua avaliação também é utilizada como um recurso dos profissionais de saúde no
prognóstico do paciente, além de ter grande utilidade na previsão de eventuais sequelas.
Inicialmente, a escala foi criada em 1974, por Graham Teasdale e Bryan J. Jennett,
do Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow (na Inglaterra). A proposta era
desenvolver um método que medisse os níveis de danos neurológicos nos pacientes,
determinando assim o tratamento adequado.
Mais recentemente, ela passou a ter esta classificação de assistência na análise do
nível de consciência.
Saiba mais sobre Prognóstico.
Como funciona a escala de Glasgow
A escala de Glasgow só será utilizada após a ocorrência de um traumatismo
crânio-encefálico, lesão causada por uma pancada forte no crânio. Os sintomas mais
frequentes são a dor de cabeça, sonolência e convulsões.
Após a abordagem, o profissional da área da saúde fará uma avaliação no paciente
e consonante a resposta que ele dará, será atribuído um valor específico para cada tipo de
reação, conforme o quadro abaixo:
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Escala de Ramsay
Escala de Ramsay, é uma tipo de escala subjetiva utilizada para avaliar o grau
de sedação em pacientes, visando evitar a sedação insuficiente (o paciente pode sentir
dores) ou demasiadamente excessiva (colocando-o em risco de morte). Tem sido usado
principalmente para avaliar pacientes em unidade de terapia intensiva.
A escala de Ramsay foi descrita pela primeira vez pelo medico Michael
Ramsay como parte de um estudo sobre o efeito de um esteroide anestésico publicado em
1974. Ela compreende valores que vão de 1 a 6, atribuídos observando as respostas dadas
pelo paciente após estímulos e podem ser:
Grau 1: paciente ansioso, agitado;
Grau 2: cooperativo, orientado, tranquilo;
Grau 3: sonolento, atendendo aos comandos;
Grau 4: dormindo, responde rapidamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo
sonoro vigoroso;
Grau 5: dormindo, responde lentamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro
vigoroso;
Grau 6: dormindo, sem resposta.
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Carro de Emergência
O carrinho de emergência é um armário que contém todo material necessário para
situações de emergência como: intubação orotraqueal, parada cardiorrespiratória, dentre
outras situações que exigem socorro imediato.
TODOS os profissionais de saúde devem estar aptos a manusear o carrinho de
emergência de modo sistematizado e organizado.
O principal objetivo do carrinho de emergência é facilitar o acesso da equipe
médica e de enfermagem a drogas, equipamentos e materiais de emergência mais rápido
e dinâmico.
Cuidados com o carrinho de emergência:
Deverá permanecer sempre organizado e reposto;
Toda a equipe médica e de enfermagem deverá ter conhecimento do
armazenamento de cada material;
O critério para organização poderá ser ordem alfabética (mais indicado),ordem
numérica crescente ou padronização de cores;
Não deverá conter excesso de materiais, pois isso pode dificultar sua utilização;
Deverá ser guardado em local de fácil acesso e não deverá conter obstáculos que
possa dificultar sua locomoção pela equipe;
Deve ser revisado diariamente e após o seu uso;
Todo material de consumo deverá estar descrito em uma lista para facilitar a
revisão diária e evitar a falta ou excesso de algum material.
Quando utilizado, deverá ter sua conferência realizada pela enfermeira e após
lacrado;
A conferência deve estar atenta aos prazos de validade, funcionamento correto do
desfibrilador, laringoscópio, entre outros;
A checagem do material deverá ser registrada, datada e assinada em impresso
próprio conforme rotina institucional.
Conhecendo o carrinho de emergência:
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Na parte superior do carrinho de emergência, temos: suporte para o aparelho de
desfibrilação/cardioversão, suporte para soro, suporte para cilindros, tábua para auxiliar
na compressão torácica, e as gavetas onde guardamos os materiais.
1ª Gaveta:
Na primeira gaveta do carrinho de emergência, deverá conter todos os medicamentos de
modo organizado, preferencialmente em ordem alfabética e seus diluentes.
Adalat/Mifedipina 10 mg
Adrenalina/Epinefrina 1 mg
Atropina 0,25 mg/1ml
Adenosina 6mg/2ml
Aminofilina 240 mg
Ancoron/ Amiodarona 5 mg
Berotec
Benadryl 50 mg/1ml
Bricanyl 0,5 mg
Bicarbonato de sódio a 8,4%
Cedilanide/Lanatosídio C 0,4 mg
Cloreto de Potássio (KCL) 10%
Cloreto de sódio 20%
Cortisonal 100 mg e 500mg
Diempax 10 mg/2ml
Diazepam 10mg
Dobutamina
Dopamina/Revivan 50 mg
Etomidato
Fentanil
Furosemida/Lasix 20 mg
Gadernal/Fenobarbital 200 mg
Glicose hipertônica À 50%
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Gluconato de cálcio à 10%
Haldol/Halopiridol 5 mg
Hidantal /Fenaltoína sódica 50 mg
Heparina/Liquemine 500 UI
Hidrocortisona/Solu-cortef 500 mg
Isordil 10 mg
Morfina
Narcan
Nitroprussiato de sódio
Noradrenalina 1mg/ml
Midazolan/Dormonid 5 e 15 mg
Prometazina/Fernegan 50 mg
Salbutamol
Sulfato de magnésio 50%
Sustrate
Streptoquinase
Seloken
Quelicin
Xylocaína
2ª Gaveta
Na segunda gaveta do carrinho de parada, deverá conter: material para punção
venosa, venóclise, manipulação de medicação, entre outros.
Agulhas nº 25×7 e 40×12
Polifix
Cateter agulhado para punção nº 18,20 e 22
Equipo macrogotas e microgotas
Soro Fisiológico 0,9% 250 ml, 500 ml e 1000 ml
Soro Glicosado 5% 250 ml e 500 ml
Bicarbonato de sódio 5%
Bureta
Dial a flor
Torneirinhas
Tesoura descartável
Kit punção venosa (varia de acordo com o protocolo da instituição)
Luva estéril
Película para AVP
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3ª Gaveta
Na terceira gaveta, em alguns hospitais, os mesmos optam por possuir kits para
faciliatr o atendimento nas intercorrências, por exemplo:
Kit Noradrenalina
Kit Tridil (Nitroglicerina)
Kit Revivan (Dopamina)
Kit Nipride (Nitroprussiato de sódio)
Kit Dobutamina
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4ª Gaveta
Kit Passagem de Cateter Venoso Central
Kit Toracocentese
Kit Intubação (Ambu, Fio guia, Gaze, Tubo orotraqueal 7,0, Tubo orotraqueal 7,5, Tubo
orotraqueal 8,0, Luvas estéril 7,5 e 8,0 , Cânula de Guedell, Laringoscópio diversos
tamanhos, Pilhas reserva)
Kit sondagem Nasoenteral
Kit sondagem Nasogástrica (SNG nº 12, nº 14, nº 16, Xylocaína gel, Coletor Sistema
Aberto, Gaze e Seringa de 20 ml)
Kit sondagem Vesical (Seringa 20 ml, Xylocaína, Coletor Sistema Fechado, Gaze ,
Clorexidina, Agulha 40 x 12, Luva estéril 7,5 e 8,0 e AD 10 ml).
Kit aspiração
Fios de sutura
Kit nebulização ( Água destilada 500 ml, Nebulizador completo (máscara + traquéia))
Máscara de venturi
Kit Umidificador ( Cateter O2 tipo óculos, Umidificador, Extensão de O2, Água
Destilada 125 ml)
Kit Intracath
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IMPORTANTE:
No setor ao qual atuo, devido ao modelo do carrinho, na parte superior existe uma
gaveta extra, próxima ao desfibrilador onde estão armazenadas seringas, seringas
preenchidas, agulhas, garrotes, swab, eletrodos para monitor e marcapasso externo, gazes,
gel condutor e luvas de procedimento, máscara e etc.
A ordem de disposição desses materiais pode variar de instituição para instituição,
por vários fatores, como: modelo do carrinho de emergência e protocolo institucional.
Cada gaveta deverá estar identificada com os materiais que possui. Lembrando que: todos
os profissionais deverão ser treinados e habilitados com o carrinho de emergência da sua
instituição e os mesmos deverão conhecer o protocolo!
CHOQUE
É uma reação do organismo a uma condição na qual o sistema circulatório não
fornece circulação suficiente para cada parte vital do corpo. Cabe ressaltar que medidas
urgentes precisam ser tomadas a fim de evitar a falência circulatória. Uma das funções do
sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e nutrientes. Quando isso, por
qualquer motivo, deixa de acontecer e essa condição não é revertida, ocorre o que
denominamos estado de choque.
O choque é a intensa redução da perfusão com isquemia tecidual sistêmica,
causando um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, causando hipóxia
(falta de oxigênio). Se não revertido leva a insuficiência circulatória generalizada. Vamos
pensar da seguinte forma: No choque, independente da sua causa o sangue não está
conseguindo circular fisiologicamente para levar oxigênio e nutrientes para o corpo.
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Causas do Choque
Nos estudos da fisiologia cardíaca percebe-se que para a circulação funcionar ela
precisa de sangue fluindo, contração do coração para ejetar o sangue e da resistência
vascular periférica.
Dessa forma, alterações em qualquer dessas bases do tripé responsáveis pela
perfusão dos órgãos pode desencadear o choque.
Alteração das bases do tripé responsáveis pela perfusão de órgãos e sistemas:
TIPOS DE CHOQUES
Como vimos na parte introdutória dessa aula, choque pode ser definido como uma
síndrome caracterizada pela incapacidade de o sistema circulatório fornecer oxigênio e
nutrientes aos tecidos de forma a atender as suas necessidades metabólicas. A
insuficiência circulatória causa dano celular e lesão em vários órgãos, que podem tornar-
se irreversível se o choque não for rapidamente corrigido. Já que revisamos o conceito
vamos analisar os tipos de choque, bem como, forma de tratamento. Tipos de choque:
1. Hipovolêmico
2. Cardiogênico
3. Distributivo (Anafilático, Séptico e Neurogênico)
4. Obstrutivo
Choque Hipovolêmico
É provocado pela perda de grandes volumes de líquidos do corpo. Exemplos:
hemorragias, desidratação por diarreia, vômitos intensos ou calor excessivo, perda
de plasma causada por queimaduras. Nesta situação, há uma queda importante da
pressão arterial causando uma falha no sistema circulatório incapaz de manter a pessoa
viva. No choque hipovolêmico encontramos:
• PAS < 90 mmHg (Redução grave da pressão arterial)
• PVC e PCP baixa (pressão venosa central, verificada na veia cava, próxima ao
átrio D estará reduzida, pois o volume sanguíneo está baixo, assim como há redução da
pressão de oclusão da artéria pulmonar)
• RVP elevada (A resistência vascular periférica representa os vasos sanguíneos,
se a está elevado quer dizer que está ocorrendo vasoconstricção nos vasos sanguíneos
periféricos, tentando redistribuir o fluxo sanguíneo para coração e cérebro)
• Índice cardíaco baixo (Esse indicador é resultado do débito cardíaco pelo peso
do paciente e estará baixo pois o DC também está baixo)
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RESUMINDO!! Choque hipovolêmico: é causado pela redução acentuada do volume
circulante no organismo, devido à perda de sangue (também chamado de choque
hemorrágico), plasma (queimaduras, contusões e lesões traumáticas) ou líquido
(desidratação provocada por vômito ou diarreia).
Esse tipo de choque é provocado pela perda de grandes volumes de líquidos do
corpo. Exemplos: hemorragias, desidratação por diarreia, vômitos intensos ou calor
excessivo, perda de plasma causada por queimaduras. Nesta situação, há uma queda
importante da pressão arterial causando uma falha no sistema circulatório incapaz de
manter a pessoa viva. Resumindo:
Choque hipovolêmico: é causado pela redução acentuada do volume circulante no
organismo, devido à perda de sangue (também chamado de choque hemorrágico), plasma
(queimaduras, contusões e lesões traumáticas) ou líquido (desidratação provocada por
vômito ou diarreia). Palavra Chave: Perda de volume de líquido ou plasma.
Choque Cardiogênico
Ocorre uma redução do débito cardíaco (volume de sangue ejetado por minuto) por falha
do coração. Situações que podem causar o choque cardiogênico: Infarto agudo do
miocárdio, arritmias cardíacas e choques elétricos. Dados hemodinâmicos no choque
cardiogênico
• PAS < 90 mmHg
• PCP > 18 mmHg
• Índice cardíaco baixo
• RVP elevada
• Acentuada redução da fração de ejeção do VE
Sinais e sintomas:
1.Hipotensão;
2. Taquicardia;
3. Palidez cutânea, enchimento capilar lento e pulsos finos;
4. Sudorese fria;
5. Taquipneia e insuficiência respiratória;
6. Sinais de Congestão Pulmonar – estertores pulmonares;
7. Turgência jugular;
8. Alterações do estado de consciência – agitação, confusão, sonolência ou coma.
Resumindo: Choque cardiogênico: é causado pela falha do coração no bombeamento
sanguíneo. A inadequada função cardíaca pode ser causada pelo enfraquecimento do
músculo cardíaco, das válvulas e do sistema de condução elétrica.
Choque Distributivo (séptico, neurogênico e anafilático)
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Choque Séptico (Infecção)
Choque séptico é uma condição grave sendo consequência da septicemia, ou seja,
uma infecção generalizada. É causado quando microrganismos lançam toxinas que
provocam uma dilatação dos vasos sanguíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente
para preencher o sistema circulatório dilatado.
O choque séptico ocorre geralmente no ambiente hospitalar e, portanto, é pouco
observado pelos socorristas. No choque séptico as toxinas liberadas pelas bactérias
provocam uma inflamação descontrolada no organismo paralisando órgãos como o
fígado, os rins e os pulmões. O coração se torna fraco para bombear o sangue ao resto do
corpo e caso não sejam tomadas medidas urgentes para reverter o quadro, o paciente entra
em falência múltipla de órgãos e óbito.
Os sintomas do choque séptico passam por 2 etapas: choque quente e frio.
No primeiro momento os sinais e sintomas são decorrentes da vasodilatação e o
paciente apresenta a pele quente e seca, com a evolução da vasodilatação o plasma
sanguíneo sai de dentro dos vasos, reduzindo o volume sanguíneo e daí os sintomas são
parecidos com o choque hipovolêmico, pele fria e pegajosa
Os sinais e sintomas da fase inicial ou hiperdinâmica (choque quente):
▪ Extremidades quentes e ruborecidas
▪ PA normal ou discretamente reduzida
▪ Taquicardia e pulsos amplos
▪ Febre Choque séptico
• Taquipneia e alcalose respiratória
▪ Confusão mental
▪ Débito urinário normal Choque séptico
300
Choque Vascular ou Neurogênico (lesão medular)
Quando o sistema nervoso é interrompido, como acontece em lesões ou traumas
espinhais (medula), o controle do sistema circulatório é perdido. Os vasos aumentam em
diâmetro (vasodilatação), o que faz com que a pressão do sistema circulatório caia,
resultando em choque vascular.
O Choque neurogênico é causado quando o sistema nervoso não consegue
controlar o calibre dos vasos sanguíneos, que ocorre como consequência de lesão na
medula espinhal. O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o
espaço dos vasos dilatados. Esse é o único choque que apresenta a bradicardia como
sintoma, todos os demais apresentam taquicardia. Isso ocorre por alteração na regulação
do sistema nervoso autônomo.
ATENÇÃO!!! Palavra Chave: lesão medular
➢ Prurido na pele;
➢ Edema generalizado;
➢ Pulso fraco;
301
Choque Obstrutivo
O choque obstrutivo pode ser definido como uma redução do débito cardíaco
secundário a um inadequado enchimento ventricular. As principais causas de choque
obstrutivo são o tamponamento pericárdico, a embolia pulmonar maciça e o
pneumotórax.
Hemorragia, traumatismo ou queimaduras extensas = perda de volume = choque
hipovolêmico
Infarto miocárdico = choque cardiogênico
Sepse microbiana = choque séptico
Atenção! Não existe o termo choque sistêmico, cardiovascular e pulmonar e nem choque
maciço.
Choque Elétrico
Causas do choque
302
Características do choque
303
Sinais e sintomas
Complicações do choque
304
Atendimento ao paciente vítima de choque elétrico (Ministério da Saúde):
305
Queimaduras
306
Na temperatura superior a 44º C, as proteínas começam a desnaturar, o que
provoca lesões nas células e nos tecidos.
O PHTLS – 8ª edição, traz características diferentes da queimadura a depender da
região. Ele divide o local da lesão em 3 regiões:
1. zona de coagulação, 2. zona de estase e 3. zona de hiperemia.
308
Na queimadura parcial, deve-se ter o cuidado para que a zona de estase não evolua
para zona de necrose. Uma ação que favorece a ampliação dessa lesão é a aplicação de
gelo na queimadura. Por isso, o gelo é contraindicado como método analgésico nesse tipo
de lesão.
309
descrição. Nessa categoria a queimadura atinge o tecido subcutâneo, os músculos,
tendões, ossos ou órgãos internos.
310
É indolor.
Existe a presença de placa esbranquiçada ou enegrecida.
Possui textura coreácea.
Não reepiteliza e necessita de enxertia de pele (indicada também para o segundo grau
profundo).
Palavra-chave: tecido de necrose (escurecida)
Resumo
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Previna O Estado De Choque
Remover A Roupa Solta Do Corpo – A Colada Não.
Nunca Passe Nada Na Área Queimada.
O atendimento médico pode ser dispensado apenas no caso de queimaduras de
primeiro em que a área lesada não seja muito extensa.
Queimaduras Provocadas Por Substâncias Químicas Conduta:
Lavar o local afetado com bastante água, para retirar todo e qualquer resíduo do
produto. Proteger as feridas com gaze ou um pano limpo.
O olho atingido por substância química deve ser lavado com bastante água.
Retirada da substância sólida antes de lavar o local afetado.
Vá para um local quente logo que possível; Colocar a área afetada em água morna
– não quente (a temperatura deverá ser confortável ao toque nas áreas do corpo
não afetadas);
Não esfregue a área queimada ou sequer a massaje, pois pode causar mais danos;
Não use compressas aquecedoras, lâmpadas quentes ou o calor de um fogão,
lareira ou radiador para aquecer uma vez que as áreas afetadas estão dormentes e
poderão queimar facilmente.
Para realizar o cálculo desta porcentagem, utilizamos a regra dos 9, veja abaixo:
314
Áreas da toxicologia
315
Finalidade da toxicologia
316
Tipo de ação: depende da interação do tóxico e da lesão provocada no nosso corpo.
Neurotóxicas: quando atuam no sistema nervoso;
Hepatotóxicas: quando atuam no fígado;
Nefrotóxicas: quando atuam nos rins.
Mecanismo da intoxicação depende:
Mecanismo da intoxicação:
317
As fases da intoxicação são as seguintes:
Toxicocinética:
Toxicodinâmica:
Avaliação de toxicidade
319
Toxicovigilância
320
Intoxicações mais comuns:
321
Suporte Básico de Vida
Os 4 ritmos de PCR
Na PCR, o coração assume um ritmo no qual não existe um débito cardíaco
mínimo capaz de gerar um pulso central e consequentemente uma perfusão dos órgãos
nobres. Existem 4 ritmos de PCR:
Fibrilação Ventricular (FV),
Taquicardia Ventricular (TV),
Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP) e
Assistolia.
Para ensinar esses 4 ritmos, iremos utilizar uma analogia com os 4 irmãos da família
“Pinto”.
ASSIS – É o mais velho dos irmãos. Sua maior característica é a tranquilidade. A sua
tranquilidade é tão grande que chega a incomodar. Por isso todos o classificam como uma
pessoa “PARADONA”. Assis representa um dos ritmos de PCR: ASSISTOLIA.
A Assistolia caracteriza um ritmo de PCR no qual não existe atividade elétrica.
Neste caso o coração não apresenta movimentação. Segue a representação gráfica da
ASSISTOLIA...
323
“TÁ VELOZ” – É o terceiro da prole. Carrega esse apelido por ser uma pessoa
extremamente acelerada. É um empresário que vive correndo para cima e para baixo, por
esse motivo está sempre exausto. O “Tá Veloz” apesar de ser muito acelerado, é bem
ORGANIZADO! Tá Veloz representa um dos ritmos de PCR: TAQUICARDIA
VENTRICULAR (TV)
Neste ritmo o coração assume um ritmo EXTREMAMENTE ACELERADO de
origem ventricular porém ORGANIZADO. As frequências Cardíaca costumam ser
superiores a 250 batimentos por minuto. Apesar do coração estar em movimento o
bombeamento não ocorre. Segue a representação gráfica da Taquicardia Ventricular
(TV)...
FLAVINHA – É a caçulinha da turma. Ama música eletrônica, e sempre foi uma criança
muito ativa. Flavinha é extremamente acelerada assim como seu irmão “Tá Veloz”,
porém diferente dele, ela é TOTALMENTE DESORGANIZADA. Flavinha representa
um dos ritmos de PCR: Fibrilação Ventricular (FV) Neste ritmo o coração assume um
ritmo EXTREMAMENTE ACELERADO de origem ventricular porém
DESORGANIZADO. As frequências Cardíaca costumam ser superiores a 250
batimentos por minuto. Apesar do coração também estar em movimento o bombeamento
não ocorre assim como na Taquicardia Ventricular. Segue a representação gráfica da
Fibrilação Ventricular (FV)...
Esses são os quatro ritmos de PCR ASSISTOLIA, AESP, TV e FV. Iremos ver
agora que o tratamento elétrico, ou seja a indicação de Desfibrilação (Choque elétrico)
irá variar a depender do ritmo. Para entendermos melhor, o porquê dessa variação,
precisamos conhecer a função do Choque. Você já se perguntou para quê serve um
Choque no Coração? Se respondeu que serve para normalizar o ritmo cardíaco ou para
fazer o coração voltar bater, está certo, porém temos uma forma mais precisa de definir a
função do choque realizado durante a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Caso a
função do choque fosse simplesmente a citada anteriormente, então pela a lógica o mesmo
estaria indicado em todos os quatro ritmos de PCR...
Porém, a desfibrilação está indicada em apenas dois ritmos, na TVe na FV.
Enquanto a Assistolia e AESP não possuem indicação de Desfibrilação.
Isso se explica pelo fato da função do choque ser de PARAR o CORAÇÃO, ou
seja, ZERAR a atividade elétrica anteriormente DESORGANIZADA. Desta forma, nosso
marca passo natural, o nó sinusal terá uma maior probabilidade de reassumir um ritmo
eficaz que gere pulso central.
324
Como na AESP não há desorganização de ritmo e na assistolia não há ritmo,
consequentemente NÃO EXISTE INDICAÇÃO de DESFIBRILAÇÃO, cuja função é de
“PARAR COM UM RITMO DESORGANIZADO”.
Cadeias da Sobrevivência
Existem duas cadeias da sobrevivência para o atendimento às PCR. A cadeia para
PCR Intra Hospitalar (PCRIH) e a cadeia para PCR Extra Hospitalar (PCREH). Esses
cadeias foram publicadas pela American Heart Association (AHA) e atualizadas nos
novos protocolos de 2015. Fonte: AHA - 2015 As cadeias objetivam mostrar com clareza
os passos que devem ser seguidos do momento da PCR até os cuidados pós PCR em
unidade de terapia intensiva. Todos os elos são interligados, e se faltar algum deles, as
chances de sobrevida da vítima serão mínimas.
PCREH:
Elo 1: Acesso precoce (reconhecimento da PCR + pedir ajuda)
Elo 2: RCP precoce (Compressões + Ventilações)
Elo 3: Desfibrilação precoce (Uso do DEA)
Elo 4: Suporte Avançado de Vida e transporte para hospital
Elo 5: Cuidados pós-PCR
325
PCRIH:
Elo 1: Prevenção (Evitar que a PCR aconteça)
Elo 2: Identificação imediata + pedir ajuda (médico + carrinho de parada)
Elo 3: RCP imediata e de alta qualidade (compressões + ventilações)
Elo 4: Desfibrilação precoce (DEA ou Desfibrilador manual)
Elo 5: Suporte Avançado e Cuidados pós-PCR
326
- Em caso de detecção de ausência de responsividade, respiração (ou gasping) e
pulso, solicitar a outro profissional, de forma clara e objetiva, que: Acione a equipe
médica; Traga o carrinho de emergência; Traga o desfibrilador/DEA.
A – Vias Aéreas Avaliação Procedimentos Vias aéreas Mantenha a via aérea patente:
manobra de inclinação da cabeça - elevação do mento e cânula orofaríngea. Preparação e
auxilio no procedimento de intubação orotraqueal Confirme o posicionamento do
dispositivo de via aérea. Confirme integração adequada entre RCP e ventilações Fixe o
dispositivo da via aérea (tubo orotraqueal) de forma adequada.
Intubação orotraqueal Indicações:
• Nível de consciência rebaixado, impedindo o controle adequado do paciente
sobre a patência de suas vias aéreas superiores;
• Falência cárdio-circulatória concomitante: choque circulatório, sinais de
isquemia miocárdica, arritmias graves;
• Paciente com grande trabalho respiratório, com taquipnéia persistente e
utilização da musculatura acessória da respiração, para manter valores limítrofes na
gasometria arterial.
328
Intubação orotraqueal Material:
1 – Carrinho de emergência: Drogas e utensílios
2 – luvas de procedimentos, óculos e máscaras
3 – Cânula orofaríngea
4 – Ambu com extensão para oxigênio, fluxometro e fonte de O2.
5 – Tubo orotraqueal( 7; 7,5; 8 e 8,5), fio guia e seringa
6 – sondas de bico rígido e maleável 7 – fixador de tubo orotraqueal ou cadarço.
D – Diagnóstico diferencial
Causas da parada cardiorrespiratória
o HIPOXIA
o HIPOVOLEMIA
o HIPO/HIPERCALEMIA
o H+ IONS – ACIDOSE
o HIPOTERMIA
o TOXICIDADE
o TROMBOEMBOLISMO CORONARIANO
o TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
329
o TENSÃO NO TORAX
o TAMPONAMENTO CARDÍACO
Cuidados pós-PCR
Principais objetivos iniciais e subsequentes dos cuidados pós-PCR:
- Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais após o retorno da
circulação expontanea.
- Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com completo sistema de
tratamento pós-PCR
- Identificar e tratar síndromes coronarianas agudas e outras causas reversíveis
- Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica. (Evitar febre)
- Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto inclui evitar ventilação
excessiva e hiperóxia.
- Pressão Arterial Sistólica ideal: acima de 100 mmHG (associado a uma melhor
recuperação)
- É aconselhável evitar e corrigir imediatamente PA sistólica menor que 90 mmHg e
Pressão arterial media (PAM) menor que 65 mmHg durante os cuidados pós parada,
pois a hipotensão está associada ao aumento da mortalidade e à redução da recuperação
funcional
- Identificar e tratar hipo e hiperglicemia.
Avaliação Secundária
Trata-se do diagnóstico diferencial para identificar a causa da parada
cardiorrespiratória.
Deve ser realizada em toda abordagem de pacientes com agravo clínico, após a
realização da avaliação Primária e das intervenções específicas dessa fase do
atendimento.
330
Realizar a entrevista SAMPLA (com o paciente, familiares ou terceiros):
• S: verifcação dos sinais vitais: respiração (frequência, ritmo e amplitude); pulso
(frequência, ritmo e amplitude); pressão arterial; e pele (temperatura, cor, turgor e
umidade).
• A: história de alergias;
• M: medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso;
• P: passado médico – problemas de saúde ou doença prévia;
• L: horário da última ingestão de líquidos ou alimentos; e
• A: ambiente do evento
Enfermeiro
• Coordena as ações e direciona as atribuições da equipe de enfermagem.
• Instala o desfibrilador semi automático (DEA) e se indicado realiza a
desfibrilação.
• Prepara o desfibrilador convencional.
• Instala o monitor, no caso de não haver possibilidade ou necessidade de realizar
a desfibrilação, ou quando a primeira desfibrilação não teve sucesso.
• Auxilia o médico nas manobras de RCP, assumindo a ventilação ou a
compressão torácica.
Técnico de Enfermagem
• Aproximação do carro de emergência e colocação da tábua rígida;
• Preparo de medicação;
• Controle do tempo de administração de cada medicamento;
• Obtenção de via de acesso venoso.
331
Mensagens claras
Conhecer suas limitações
Respeito mútuo
Intervenções construtivas
Compartilhar o conhecimento
Resumo e reavaliação
Contusão
Lesão do tecido mole causada por uma força impactante. Rompimento de
pequenos vasos sanguíneos (capilares)
– infiltração difusa para tecidos moles/subcutâneo
– equimose Hematoma
– sangramento (vaso de maior calibre) suficiente para formar uma coleção de
sangue
Sintomas: dor, edema e mudança na coloração
Tratamento: frio local intermitente, elevação do membro
Entorse
Lesão na qual os ligamentos sofrem distensão ou ruptura (decorrente de uma
torção ou distensão brusca de uma articulação, além do normal da sua amplitude)
Não ocorre lesão óssea; pode ocorrer rompimento de vasos sanguíneos
Sinais: edema, dor, mobilidade prejudicada e força diminuída
332
Grau I: Ocorre estiramento ou uma pequena ruptura das fibras ligamentares com pouca
ou nenhuma instabilidade articular. Sinais: dor leve, discreto edema e rigidez articular
mínima.
Grau II: Ocorre alguma ruptura e separação das fibras ligamentares e instabilidade
moderada da articulação. Sinais: dor moderada a forte, edema e rigidez muscular.
Grau III: Ocorre rompimento total e separação das fibras ligamentares e grande
instabilidade da articulação. Sinais: dor forte, edema, hematoma e rigidez muscular.
Tratamento: Frio local intermitente, Elevação do membro, Repouso, Impede lesão
adicional, Promove a cicatrização, Imobilização compressiva S/N – bandagens,
enfaixamento compressivo, Medicação S/N, Exames complementares Fisioterapia
Distensão:
Estiramento muscular ao redor de uma articulação, Lacerações musculares
microscópicas e incompletas. Não envolve ligamento (diferente do entorse) e caracteriza-
se por dor à mobilização, Pouco ou nenhum edema articular
Tratamento: aplicação de frio, repouso e analgesia
333
Luxação
Desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação, fazendo com que as
superfícies articulares percam o contato entre si.
Subluxação: deslocamento parcial das superfícies articulares. Normalmente lesa
vasos sanguíneos, nervos, partes moles e ligamentos. Podem estar associadas à fratura
(fratura-luxação) Luxações prévias (fragilidade de ligamentos) – maior probabilidade de
nova luxação.
Tipos: Congênitas: presentes ao nascimento, Espontâneas ou patológicas: doenças
das estruturas articulares
Traumáticas: força externa
Sinais e sintomas
Dor intensa Deformidade (alteração no contorno da articulação)
Alteração no comprimento do membro afetado
Mobilidade prejudicada
Força diminuída
Tratamento
Aplicação de frio
Pré-hospitalar: imobilização na posição encontrada
Hospital: Redução ou realinhamento (controle da dor) Imobilização definitiva
Tratamento cirúrgico S/N
Fraturas
É uma ruptura na continuidade do osso sendo definida de acordo com o tipo e
extensão. Nas fraturas acontecem, o osso fica sujeito ao estresse maior do que ele pode
absorver
Causas e mecanismos
Impacto direto
334
Força esmagadora
Movimento súbito de torção
Contração muscular extrema
Tipos de fraturas
Completa: quebra de todo perímetro ósseo
Incompleta: quebra de parte do perímetro ósseo (ex: fx galho verde)
o Cominutiva: vários fragmentos ósseos
o Fechada ou simples: não há descontinuidade da pele
o Aberta ou exposta: lesão externa da pele (com ou sem exposição óssea)
Consequências:
Estruturas adjacentes são afetadas
Edema de tecidos moles.
Hemorragia para o interior do músculo e de articulações
Luxações articulares
Rompimento de tendões
Laceração de nervos
Lesão de vasos sanguíneos
Lesão de órgãos internos (força do impacto ou fragmentos ósseos)
Sinais
Dor
Deformidade
Hematomas
335
Edema
Crepitação óssea
Perda da função
Encurtamento
Princípios da imobilização:
Estabilize a parte lesada,
Remova roupas e adornos próximas à lesão
Cubra ferimentos abertos com curativos estéreis (controlar o sangramento)
Remova adornos
Avalie a perfusão do membro (pulso, temperatura, mobilidade, sensibilidade e
dor)
Ausência de pulso indica emergência médica prioritária
Imobilize as articulações acima e abaixo da lesão (obs: se a lesão for na
articulação, imobilize o osso acima e o osso abaixo da articulação)
Não tente colocar partes ósseas para dentro da pele
Verifique pulso distal e perfusão do membro após a imobilização
Apoie com coxins (evitar UPP)
Use compressas frias e elevação para aliviar a dor e o edema
337
Tratamento para traumatismo craniano
O tratamento para traumatismo craniano deve ser feito por um neurologista no
hospital e, geralmente, é iniciado com exames de diagnóstico, como tomografia
computadorizada ou ressonância magnética, para detectar se existem danos no cérebro ou
fraturas no crânio.
Assim, caso existam danos leves, podem ser utilizadas injeções anticoagulantes,
como Heparina, para evitar a formação de coágulos no cérebro ou remédios anti-
inflamatórios na veia, como Naproxeno, para reduzir a inflamação cerebral, sendo que o
paciente pode ter alta até 48 horas após o internamento, mantendo os remédios por via
oral e sob orientação do médico.
No entanto, nos casos de traumatismo craniano grave, em que existem
hemorragias internas, fraturas ou lesões cerebrais graves, pode ser necessário utilizar
cirurgia e, por isso, o internamento pode ser prolongado por vários dias.
Cuidados de Enfermagem
Avaliar nível de consciência (Escala de Coma - Glasgow)
Avaliação Hemodinâmica rigorosa
Manter cabeceira elevada para diminuir a PIC
Um acesso venoso calibroso (jelco 18 ou 16)
Estabilização Cervical até a liberação médica
As consequências de um traumatismo craniano são bastante variáveis, podendo
haver uma recuperação total, ou até mesmo a morte. Alguns exemplos de consequências
de um traumatismo craniano são:
Coma;
Perda da visão;
Convulsões;
Epilepsia;
Deficiência mental;
Perda da memória;
Alterações de comportamento;
Perda da capacidade de locomoção e/ou
Perda do movimento de algum membro.
338
Traumatismo Raquimedular – TRM
O Trauma raquimedular é uma lesão que ocorre em qualquer região da medula
espinhal, que pode provocar mudanças permanentes nas funções motoras e sensoriais na
região do corpo abaixo da lesão. A lesão traumática pode ser completa, em que há perda
total da função motora e sensorial abaixo do local onde ocorre a lesão, ou incompleta, em
que essa perda é parcial.
O traumatismo pode ocorrer durante uma queda ou um acidente de trânsito, por
exemplo, que são situações que devem ser assistidas imediatamente de forma a evitar o
agravamento da lesão. Infelizmente ainda não existe um tratamento que reverta os danos
provocados por um trauma raquimedular, no entanto, existem medidas que ajudam a
evitar que a lesão piore e ajudam a pessoa a adaptar-se a um novo estilo de vida.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas de um traumatismo raquimedular dependem da severidade
da lesão e da região onde ocorre. A pessoa pode ficar paraplégica, quando é
afetada apenas a parte do tronco, pernas e região pélvica, ou tetraplégica, quando é afetado
todo o corpo abaixo do pescoço.
Lesões na medula espinhal podem resultar nos seguintes sinais e sintomas:
Perda dos movimentos;
Perda ou alteração da sensibilidade ao calor, frio, dor ou toque;
Espasmos musculares e reflexos exagerados;
Alterações na função sexual, na sensibilidade sexual ou na fertilidade;
Dor ou sensação de picadas;
Dificuldade para respirar ou eliminar secreções dos pulmões;
Perda do controle da bexiga ou do intestino.
339
O que fazer quando se suspeita de lesão
Após um acidente, uma queda ou algo que possa ter provocado um trauma
raquimedular deve-se evitar mover a pessoa lesionada e ligar de imediato para a
emergência médica.
Além disso, deve-se manter o paciente imobilizado e se possível, colocar toalhas
pesadas dos dois lados do pescoço, de forma a segurar a cabeça e evitar que se mova até
os médicos chegarem e colocarem um colete cervival, e se for o caso, estancar qualquer
hemorragia que ocorra.
Principais causas
O trauma raquimedular pode resultar de danos nas vértebras, ligamentos ou discos
da coluna vertebral ou danos diretamente na própria medula, devido a acidentes de
340
trânsito, quedas, luta, desportos violentos, mergulho num local com pouca água ou numa
posição incorreta, ferimento de uma bala ou uma faca ou mesmo por doenças como artrite,
câncer, infecção ou degeneração dos discos da coluna vertebral.
A lesão pode piorar dias ou semanas depois do acidente traumático, devido a
sangramento, inchaço ou fluido acumulado em torno da medula espinhal.
Como é feito o diagnóstico
O médico pode utilizar vários meios de diagnóstico para perceber se ocorreu lesão
na medula espinhal e qual a severidade dessa lesão. Para isso, pode usar raios-X que
revelam problemas vertebrais, tumores, fraturas ou outras alterações na coluna.
Além disso, também pode utilizar uma tomografia computadorizada para
ver melhor as anormalidades detetadas no raio-X, ou uma ressonância magnética,
que ajuda a identificar hérnias discais, coágulos de sangue ou outros fatores que possam
fazer pressão sobre a medula.
341
HEMORRAGIAS E TIPOS DE CHOQUE
Hemorragia é a perda de sangue para o meio externo ou interno, por ruptura ou laceração
de vasos sanguíneos. A hemorragia abundante e não controlada pode levar a morte de 3
a 5 minutos.
Etiologia
Traumas
Aumento da pressão intravascular
Doenças da parede vascular (ex. aneurismas)
Diáteses hemorrágicas: como exemplo temos a trombocitopenia, que é a
diminuição do número de plaquetas no sangue, impossibilitando a coagulação
favorecendo as hemorragias.
Sintomatologia
Bradisfgmia;
Sede;
Suor pegajoso e frio;
Pele cianótica;
Lábios e dedos cianóticos;
Torpor e obnulação;
342
Desmaio;
Hipotensão;
Choque.
Atendimento pré-hospitalar
HEMORRAGIA EXTERNA:
Compressão direta: deverá ser feita primeiro o quanto antes sobre o ferimento.
A quantidade de pressão com as mãos é essencial para uma boa hemostasia. Caso não
seja possível a compressão com as mãos por um período prolongado, usar uma atadura
de crepom para amarrar as gazes com pressão no ferimento ou amarrar as compressas.
Para contenção das hemorragias deverá ser utilizado gazes ou compressas no loca.
Quando não houver estes materiais usar um pedaço de roupa ou tecido, principalmente
de algodão para compressão. Quando uma atadura estiver saturada de sangue acrescentar
mais ataduras em cima não retirando as ataduras saturadas para não perder o trabalho de
coagulação já iniciado.
Torniquete: caso a hemorragia não possa ser controlada por nenhuma técnica de
contensão hemorrágica, usar o torniquete. Os torniquetes foram deixados de ser usados
por causa de suas complicações, mas estudos científicos comprovam que aplicados
adequadamente podem salvar vidas. As principais complicações são as lesões em nervos
e vasos, perda potencial do membro por um tempo prolongado do uso do torniquete. Entre
escolher perder um membro da vítima ou salvar sua vida a decisão é óbvia no uso do
torniquete. As situações mais comuns de utilização do torniquete são amputação,
esmagamento de membros e lesão de grandes vasos e só pode ser feito por profissionais
socorristas.
A técnica:
Usar uma faixa de 10 cm de largura (bandagem triangular), enrolar duas vezes e
dar um nó apertando-o suficientemente para estancar a hemorragia. Nos membros
inferiores o torniquete deverá ser aplicado com uma força maior do que com os membros
superiores. Colocar uma haste rígida de madeira ou metal e dar outro nó. Se a largura da
faixa for maior não será eficiente na hemostasia, assim como uma largura menor poderá
promover lesões.
O esfigmomanômetro é uma boa alternativa como torniquete. Insuflar até a
mínima pressão capaz de interromper a hemorragia;
Aplicar o torniquete imediatamente proximal a lesão;
Anote o horário de início do procedimento e informar a equipe médica;
Não afrouxar o torniquete. Antes era indicado aliviar a pressão para não acarretar
lesões vasculares e necrose dos tecidos, mas hoje estudos mostram que o
torniquete pode ficar seguramente por um período de 120 a 150 minutos.
Não use arame, fios ou similares para não agravar as lesões dos tecidos do
membro.
343
NOTA 1: As técnicas de elevação de membros e pontos de pressão deixaram de ser
comentadas e recomendadas por falta de estudos científicos e ausência de dados
convincentes que comprove a sua utilização. A elevação de membros pode acarretar em
um agravamento de fraturas e hemorragia interna.
NOTA 2: Em adultos a perda de mais de um litro de sangue é considerada grave e pode
levar a vítima ao estado de choque.
NOTA 3: Os socorristas devem usar o EPI completo, tomando todas as precauções para
evitar contato direto do sangue com sua pele, boca e olhos.
Choque
É o quadro clínico que resulta da incapacidade do sistema cardiovascular em
prover circulação sanguínea suficiente para os órgãos causando a hipoperfusão celular
generalizada não atendendo as necessidades metabólicas do organismo.
344
Classificação quanto a etiologia
Sintomatologia
Pele pálida, úmida e fria;
Pulso periférico anormal (rápido e superficial, fraco ou inexistente);
Hipotensão;
Perfusão capilar acima de 2 segundos;
Respiração curta e rápida;
Sede tremor e agitação;
Lábios cianóticos ou pálidos;
Náuseas e vômitos;
Tremores;
Perda de consciência;
Lábios e face edemaciados (choque anafilático);
Midríase (pupilas dilatadas)
Cuidados de Enfermagem
Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma;
Aplicar oxigenoterapia com balão e válvula unidirecional acoplado com
reservatório conectado ao oxigênio de 12 a 15 l/min;
Controlar as hemorragias externas e suspeitar das internas;
Posicionar vítima deitada com as pernas elevadas (tomar cuidado com as lesões;
Afrouxar as vestes;
Manter vítima aquecida com um cobertor aluminizado;
Imobilizar as fraturas, pois as lesões musculoesqueléticas podem liberar
quantidade significativa de sangue;
Na avaliação secundária, aferir pressão arterial;
Continuar com o atendimento e avaliação durante o transporte analisando a
gravidade da perda sanguínea para priorizar o encaminhamento da vítima ao
suporte avançado.
345
Acidentes por animais peçonhentos
Definição: são acidentes por picadas ou mordeduras de animais que possuem glândulas
secretoras e aparelhos inoculadores de veneno, como dentes ocos e ferroes. São
denominados peçonhentos os animais que injetam veneno com facilidade e de forma
ativa. Exemplos são cobras, aranhas, escorpiões, vespas , marimbondos etc. Na natureza
existem outros animais que produzem veneno, porém são incapazes de injeta-lo de
maneira ativa porque não possuem parelho inoculador. Esses animais provocam
envenenamento passivo por contato, como a taturana, por compressão, como o sapo, ou
ainda, por ingestão, como o peixe baiacu.
Acidentes ofídicos
As serpentes venenosas no Brasil pertencem a dois grupos: Crotalíneos e
Elapíneos. Os Crotalíneos são representados pelos gêneros Bothrops (jararacas), Crotalus
(cascaveis) e Lachesis (surucucus). Os Elapíneos são representados pelo gênero Micrurus
(corais verdadeiras).
Sinais e sintomas
As reações que ocorrem no nosso organismo após a mordida de uma cobra
venenosa dependem do tipo de cobra que causou o acidente. Cada gênero produz
sintomatologia própria de maneira que a observação cuidadosa ajuda a identificar o tipo
de serpente que provocou o acidente e consequentemente o tratamento adequado ao caso.
O veneno botrópico provoca hemorragia pode levar o acidentando à morte. O
envenenamento laquético é mias raro em nosso país e as manifestações são semelhantes
às provocadas pelo envenenamento botropico. Nos acidentes pelo gênero Crotálico,
embora a vitima não apresente reação importante no local da picada, o veneno inoculado
é muito potente, com manifestações sistêmicas graves que podem levar as morte se não
for socorrido a tempo. Finalmente o envenenamento elas serpentes corais verdadeiras,
que pertencem ao gênero Micrurus, é pouco comum no Brasil. O veneno das corais é
muito potente e com ação muito rápida, levando à morte se não socorrido a tempo. Os
sinais e sintomas aprecem em questão de minutos após o acidente.
346
Crotalíneo -hemorragia no local da
picada ou distante dele
(nariz, gengivas,
ferimentos
preexistentes)
-casos mais graves
podem apresentar
hipotensão arterial,
insuficiência renal
aguda, abscesso e
gangrena.
Lachesis: surucucus Reações semelhantes às
descrita nos acidentes
botrópico,
predominado a dor e o
edema.
347
Elapíneo Micrurus: corais verdadeiras -não há alterações
importantes no local da
picada
-dificuldade em abrir os
olhos (queda das
pálpebras)
-“cara de bêbado”
-falta de ar (dispnéia)
-dificuldade em engolir
-insuficiência
respiratória aguda.
349
Sinais e sintomas
Variam de acordo com a espécie.
GÊNERO HÁBITOS SINAIS E
SINTOMAS
Phoneutria (aranha de madeira) Bananeira, tronco de -dor intensa após a
árvores caídos, picada, edema,
próximos e dentro do eritema, parestesia e
domicilio. Não fazem sudorese no local da
teia e assumem picada.
posição de defesa
-acidente grave só
quando se sentem
ocorre em crianças,
ameaçadas.
podendo apresentar
sudorese, náuseas e
vômitos, hipertensão
ou hipotensão
arterial, aumento ou
disseminação dos
batimentos
cardíacos, diarreia.
Laxosceles (aranha marrom) Pilha de tijolos, -leve dor no
fendas de muros, momento da picada;
entulhados, cavernas após algumas horas
, casacas de árvores, eritema e mescladas
próximo e dentro de com áreas pálidas
domicilio. Pica (placa marmórea),
quando é evoluindo com
comprimida contra a edema, equimose e
pele necrose.
-nos primeiros dias
depois da picada,
podem aparecer
vermelhidão pelo
corpo, febre, mal-
estar, náuseas e
vômitos. Anemia e
urina escura são
sinais mais raros.
350
Lycosa (aranha de jardim, aranha-de- Gramado, plantas. -dor local pouco
grama, tarântula) Não fazem teia. intensa havendo a
Reação de fuga possibilidade de
evoluir para necrose
superficial e no local
da picada.
Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem. Nunca colocar a mão
ou pé em buracos, cupinzeiros, pilhas de pedra ou lenha etc;
Examinar calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usa-las. Na
pendurar roupas fora de armários;
Manter a ordem e a limpeza no ambiente peridomiciliar, evitando acumulo de lixo
orgânico, entulhos e materiais de construção;
Limpar com frequência os locais como jardins, quintais, paióis e celeiros;
351
Manter a ordem e a limpeza do domicilio, limpando regularmente quadro, moveis,
cantos das parede. Vedar os ralos de cozinha e banheiros;
Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés.
Usar sacos de areia (cobrinhas de areia) nas soleiras das portas e preservar os
predadores naturais de aranhas escorpiões como corujas, seriemas, sapos,
lagartixas e galinhas.
CRISE CONVULSIVA
Convulsão – Desordem temporária do cérebro estímulos desordenados
“ATAQUE”
EPILEPSIA - crises convulsivas ao longo da vida, não é contagiosa
Pessoas Famosas com Epilepsia:
Alfred Nobel
Pitagoras Isaac
Newton Tchaikovsky
CRISE CONVULSIVA
Sinais e Sintomas
– Pode ou não dar um sinal de início de crise
– Perda súbita de consciência
– Queda
– Rigidez generalizada
– Tremor de alguma parte do corpo e/ou generalizado
– Salivação, eliminação de urina ou fezes
– Demora 3 a 5 minutos
– Recobra a consciência aos poucos
352
– Confusão mental, dor de cabeça, vômitos
A convulsão, na grande maioria das vezes, é autolimitada, com começo, meio e
fim.
Falsas crises
– Alterações emocionais
– Desejo (consciente ou não) de chamar atenção
– Semelhantes às crises convulsivas
– Geralmente as vítimas não se ferem
– Muitas vezes de diagnóstico difícil
Cuidados de Enfermagem
– Manter-se calmo e acalmar os outros
– Proteger a vítima
– Girar a cabeça para o lado
– Não tentar abrir a boca
– Não conter a vítima
– Não introduzir nada pela boca
– Não tentar fazer a vítima voltar a si lançando água
– Ficar ao seu lado até que a respiração volte ao normal
355
6. Infecções
Algumas infecções pulmonares, principalmente as de origem viral, podem causar
um quadro de intensa inflamação pulmonar, levando a um aumento da permeabilidade
dos vasos e consequente extravasamento de líquidos para o pulmão. Este quadro é
geralmente chamado de SARA ou SARS (síndrome da angústia respiratória aguda).
7. Altitudes elevadas
Algumas pessoas quando expostas a altitudes acima de 2500 metros podem
desenvolver edema pulmonar. Não se sabe bem a causa, mas acredita-se que ocorram
alterações na microvasculatura pulmonar que favoreçam o extravasamento de líquido em
altas altitudes.
Os fatores de risco para esse tipo de edema agudo pulmonar são:
– Sair do nível do mar e atingir altitudes elevadas em pouco tempo.
– Praticar esforço físico em altas altitudes sem se dar o devido tempo de aclimatação.
– Viajar para altitudes elevadas já tendo histórico de problemas cardíacos.
– Ingestão excessiva de álcool sem tempo adequado de aclimatação à altitude
8. Drogas e medicamentos
O consumo de algumas drogas, como heroína ou cocaína podem provocar uma intensa
inflamação pulmonar, causando aumento da permeabilidade dos vasos e consequente
edema pulmonar agudo.
A intoxicação por Aspirina (AAS) também pode levar a um quadro de edema agudo do
pulmão.
9. Lesão neurológica
Alguns pacientes com lesão neurológica grave, como traumatismo craniano, cirurgia
cerebral, convulsões, hemorragia cerebral, etc, podem desenvolver edema do pulmão. O
edema surge por alterações na hemodinâmica pulmonar, com aumento da pressão e da
permeabilidade nos vasos pulmonares.
Tosse,
Sensação de afogamento,
Fatiga e distensão abdominal.
Em diabéticos a dor nem sempre está presente (pois a neuropatia diabética causa
insensibilidade a dor).
Fatores de risco
Fatores que aumentam as probabilidades de sofrir Síndrome Coronária Aguda em
qualquer momento da vida incluem:
Diabetes
Hipertensão
Tabagismo
Colesterol elevado
Obesidade
Sedentarismo
Histórico familiar ou pessoal de cardiopatias
Tipos
Os tipos da síndrome coronariana aguda incluem:
Angina instável: É o tipo mais comum, representando quase 40% dos casos. Aparece
subitamente em repouso ou com esforços menores que o usual.
Infarto Agudo do Miocardio Com Elevação do segmento ST (IAMCEST): Cerca de
30% dos casos. É diagnosticada quando o eletrocardiograma (ECG) detecta eleveção do
segmento ST, indicando nova lesão do miocárdio(músculo cardíaco).
Infarto Agudo do Miocárdio Sem Elevação do segmento ST (IAMSEST): Cerca de
25% dos casos. É similar à angina inestável, mas com exame sanguíneo de enzimas
cardíacas positivo e onda Q patológica.
Essas duas formas de infarto do miocárdio foram definidas de acordo com a
aparência do eletrocardiograma (ECG) e servem para definir o melhor tratamento.
A SCA não inclui a angina estável, que se apresenta como dor torácica durante
atividade física que melhora com repouso.
358
Diagnóstico
Quando começa uma dor torácica aguda, o eletrocardiograma (ECG) deve ser
feito o mais rápido possível, incluindo na ambulância, se possível. É útil para distinguir
entre várias causas da dor torácica aguda.
Também são úteis a radiografia de tórax, os exames de sangue de marcadores
de lesão miocárdica (mioglobulina específica, troponina I e T e CPK) e o monitor
cardíaco.
Diagnósticos diferenciais
Embora a SCA geralmente esteja associada à trombose coronariana a dor no peito
de origem cardíaca também pode ocorrer devido a anemia, consumo de cocaína, arritmia,
severa bradicardias (batimento cardíaco muito diminuído) ou
severa taquicardias (batimentos cardíacos aumentados).
Prevenção
A prevenção da SCA envolve reduzir os fatores de risco: alimentação saudável,
exercício, tratamento da hipertensão (com diuréticos e dieta com pouco sódio), controle
do diabetes, evitar fumar, controlar os níveis de colesterol e perder o sobrepeso. Em
pacientes com fatores de risco significativos, aspirina e anti-agregantes em pequenas
doses reduzem o risco de novos transtornos cardiovasculares.
Tratamento
Na angioplastia, um cateter com um balão re-abre o espaço obstruído.
Caso se detecte elevação da onda ST, o tratamento de primeira escolha
é angioplastia coronária percutânea. Neste procedimento minimamente invasivo
um cateter flexível é introduzido em uma artéria femoral (perna) ou radial (antebraço) e
segue ao local do bloqueio das artérias do coração, onde inflam um balão para abrir o
vaso obstruído. Posteriormente se coloca um stent (tubo metálico) para manter essa artéria
aberta. Quanto mais cedo o tratamento começa melhor o prognóstico.
359
Se a angioplastia não pode ser feita imediatamente, são
injetados trombolíticos para romper o trombo das coronárias (fibrinólise). Os
trombolíticos são contraindicados em caso de hemorragia nos últimos meses, por
exemplo, se há uma úlcera gástrica ou duodenal.
Caso não se detecte elevação da onda ST são usados
dois anticoagulantes (aspirina mais clopidogrel ou prasugrel ou ticagrelor), heparina de
baixo peso molecular (enoxaparina), com trinitrato de glicerilo intravenoso
e opióides (morfina) se a dor persiste muito forte.
Protocolo de Sepse
A sepse é uma das doenças mais comuns e menos reconhecidas em todo o mundo.
Estima-se que cerca de 20 a 30 milhões de pacientes sejam acometidos a cada ano. É a
principal causa de morte em unidades de terapia intensiva (UTI) não-cardiológicas.
São elevadas as taxas de mortalidade, com relatos na literatura entre 19,6 e 59,0%.
A precocidade da identificação, do diagnóstico da disfunção orgânica e,
consequentemente, de seu tratamento estão diretamente relacionados com o prognóstico
do paciente.
Uma vez diagnosticada a sepse, condutas que visam à estabilização do paciente
devem ser tomadas imediatamente, dentro das primeiras horas.
“Pacote de 3 horas”: medidas de ressuscitação hemodinâmica que devem ser
implementadas nas primeiras três horas:
Compreende a coleta de lactato sérico como orientação da ressuscitação
hemodinâmica;
Coleta de hemocultura antes do início da antibioticoterapia;
Início de antibióticos de largo espectro por via endovenosa, na primeira
hora do tratamento;
Reposição volêmica agressiva precoce.
FATORES DE RISCO
Histórico de infecção recente;
Idade > 65 anos;
Pós-operatório;
Uso de cateter venoso central, sonda vesical de demora, Porth-Cath,
Tenckhoff, endoproteses e drenos; HIV/aids;
Radioterapia;
Quimioterapia;
Doenças hematológicas;
Câncer;
Outras situações de imunossupressão;
Diabetes mellitus;
Hipertensão arterial;
Doença pulmonar obstrutiva crônica;
Insuficiência renal crônica;
Obesidade;
Uso de drogas;
Alcoolismo.
362
- Providencie e administre demais medicamentos solicitados pela equipe médica, tais
como a hidrocortisona. Cheque a prescrição médica. Esta medicação é utilizada em caso
de choque séptico refratário.
- Realize mensuração glicêmica e comunique dextros < 80 e > 150 mg/dl, objetivando
rigoroso controle glicêmico.
363
O índice de pneumonia e pneumonite aspirativa deverá ser considerado como
indicador de qualidade assistencial. As recomendações de terapia nutricional enteral na
prevenção de broncoaspiração basearam-se na literatura, apesar de ainda não haver
consenso que estabeleça um protocolo ideal.
Grupo de Risco/Indicação
• Clientes acamados, idosos e graves
• Clientes com nível de consciência rebaixado, disfagia e/ou reflexo de tosse diminuído
ou ausente
• Clientes com refluxo duodeno-gástrico e/ou gastroesofágico pelo uso de alguns
medicamentos, tais como: sedativos, teofilina, dopamina, bloqueadores de cálcio,
meperidina e anticolinérgicos; por disfunção no esfíncter esofágico inferior e/ou pela
diminuição do peristaltismo do tubo digestivo
• Clientes com náuseas e vômitos, tosse persistente e distensão abdominal
• Clientes com aumento da pressão intracraniana
• Clientes em uso de: cateteres de alimentação (gástrico e enteral), cânula traqueal e
ventilação mecânica
• Clientes com intoxicação exógena
• Clientes em jejum prolongado
• Clientes submetidos a procedimentos anestésicos sem o devido jejum
Fatores Predisponentes
• Cabeceira da cama não elevada
• Falta de monitoramento do resíduo gástrico
• Posicionamento inadequado do cateter enteral
• Infusão de dieta pelo cateter enteral com sistema gravitacional
• Higienização da cavidade bucal ineficaz
• Falta/Ineficiência da higienização das mãos do profissional
• Permanência da infusão da dieta enteral por cateter durante a realização de alguns
procedimentos (banho no leito, aspiração de vias aéreas superiores e inferiores,
fisioterapia respiratória, intubação e extubação traqueal e outros)
• Técnica de intubação e de extubação traqueal e de aspiração de vias aéreas superiores e
inferiores de forma inadequada
• Contaminação das conexões e dos dispositivos de oxigenação, ventilação e de aspiração
• Lavagem gástrica
364
• Ventilação com bolsa-máscara ventilatória
• Uso de medicamentos que aumentam o pH gástrico (antiácidos e histamínicos)
• Equipe multiprofissional desabilitada
Objetivos e Metas
• Padronizar condutas no âmbito institucional.
• Facilitar a operacionalização da SAE.
• Proporcionar atendimento assistencial seguro e qualificado ao cliente e familiares.
Quando Aplicar/Aprazamento
• Durante o período de hospitalização
Registro
• Relatar os fatores predisponentes do cliente que facilitam a pneumonia broncoaspirativa.
• Registrar as intervenções realizadas do plano de cuidado proposto. Resultados
Esperados
• Reduzir a incidência de pneumonias, pneumonites ou outras complicações pela
broncoaspiração.
• Reduzir o tempo de hospitalização gerada pelas complicações da broncoaspiração.
365
Desligar a dieta, pelo menos, 15 minutos antes de realizar procedimentos que
estimulem os reflexos de tosse e de vômito, e em situações que necessitem abaixar
a cabeceira da cama, como por exemplo, o banho no leito.
Supervisionar a ingestão oral de alimentos e/ou medicamentos em clientes com
disfagia.
Conferir o tipo de dieta enteral, o volume, a vazão e os dados do cliente na
prescrição médica antes de instalar a dieta.
Higienizar a cavidade bucal de 6/6h com antisséptico bucal (solução de
clorexidine 0,2% ou outro), principalmente, em clientes sob ventilação mecânica
e/ou com cateteres enterais.
Higienizar as mãos com clorexidine degermante 2% antes e após a realização de
procedimentos.
Elaborar/seguir protocolos para intubação e extubação segura.
Aspirar a cavidade bucal, faríngea e subglótica, se presente secreções, antes da
intubação traqueal.
Deixar preparado os materiais de aspiração de vias aéreas para o procedimento de
intubação ou extubação traqueal.
Manter o posicionamento apropriado das conexões do ventilador de modo que
facilite a drenagem da condensação para o copo coletor.
Trocar as conexões e os dispositivos de aspiração, oxigenação e de ventilação,
conforme protocolo da CCIH.
366
• Aplicar estratégias para evitar a formação de rolhas, tais como: hidratação do
cliente, umidificação das vias aéreas pelo ventilador mecânico e nebulização com soro
fisiológico de 10 a 20 minutos antes da aspiração.
• Realizar, sempre, o procedimento de aspiração de vias aéreas inferiores em
clientes intubados com dois profissionais, quando houver necessidade de utilizar a bolsa-
máscara ventilatória.
367
A ventilação mecânica é um recurso de suporte respiratório, invasivo ou não,
utilizada em Unidades de Terapia Intensiva, emergências e clínicas para pacientes que
são incapazes de realizar a atividade respiratória ou manter as trocas gasosas em níveis
normais. Aproximadamente 96% dos pacientes internados em Unidades de Terapia
Intensiva, fazem uso da ventilação mecânica durante o período de hospitalização e 30%
dos pacientes em assistência ventilatória invasiva experimentam dificuldades na
descontinuidade do suporte ventilatório.
O ventilador mecânico tem por finalidade ventilar, umidificar e oxigenar o sistema
respiratório, tentando chegar o mais próximo possível da respiração espontânea normal.
INDICAÇÃO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA
A ventilação mecânica é indicada quando o paciente não consegue manter uma
troca gasosa eficiente, para a diminuição do trabalho respiratório, ou ainda em algumas
situações especiais, como por exemplo: hipertensão intracraniana, estabilizar a parede
torácica, reverter a fadiga muscular ventilatória ou ainda choque séptico.
A indicação da VM é a presença de uma insuficiência respiratória grave”
OBJETIVOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA
Podem ser fisiológicos e clínicos:
Objetivos fisiológicos
• Sustentar as trocas gasosas pulmonares;
• Aumentar o volume pulmonar, através de insuflação pulmonar inspiratória final,
prevenindo atelectasias, e a utilização de PEEP, para otimizar a capacidade residual
funcional;
• Normalizar a ventilação alveolar, ou modificá-la para hiperventilação ou
hipercapnia permissiva;
• Reduzir o trabalho muscular respiratório;
• Obter um nível aceitável de oxigenação arterial. Objetivos clínicos
• Reverter hipoxemia;
• Reverter acidose respiratória;
• Aliviar desconforto respiratório;
• Prevenir e tratar atelectasias;
• Reduzir o consumo de oxigênio sistêmico e miocárdico;
• Reverter a fadiga dos músculos respiratórios;
• Permitir sedação/anestesia/bloqueio neuromuscular;
• Reduzir pressão intracraniana;
• Estabilizar parede torácica.
368
CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM O VENTILADOR MECÂNICO E
ACESSÓRIOS VENTILATÓRIOS
• Lavar as mãos antes e após a manipulação do ventilador mecânico e os circuitos
respiratórios;
• Testar o ventilador mecânico antes da utilização;
• Certificar o funcionamento dos valores adequados do sistema de alarmes;
• Conferir periodicamente os parâmetros estabelecidos com os fornecidos pelo aparelho;
• Trocar circuitos e acessórios ventilatórios a cada 15 dias, ou assim que necessário;
• Trocar filtro e umidificador a cada 48 hs, ou sempre que necessário;
• Trocar sistema fechado de aspiração traqueal a cada 24hs, ou sempre que necessário;
• Substituir a água dos nebulizadores e umidificadores a cada 24hs;
• Retirar o excesso de água condensado nos circuitos; Assegurar que o circuito-paciente
esteja livre de dobras e compressões;
• Manter higiene adequada do sistema;
• Fixar corretamente o tubo orotraqueal;
• Proteger o balão piloto contra danos;
• Verificar o procedimento de desinfecção e esterilização do equipamento usado.
369
• Mobilizar a cânula, evitando que o paciente morda, se necessário introduzir cânula de
guedel;
• Manter vigilância constante, atentando para os alarmes do ventilador;
• Proteger a pele da face, nos locais onde o cadarço utilizado para fixação da cânula exerce
maior pressão;
• Observar sinais de instabilidade hemodinâmica;
• Conter paciente no leito, se necessário;
• Observar sinais e sintomas de extubação inadvertida;
• Promover mudança de decúbito;
• Evitar pressão da cânula endotraqueal sobre os lábios;
• Manter a pele limpa e seca em torno da cânula;
• Trocar fixação da via aérea superficial e realizar higiene oral, sempre que necessário;
• Consultar nutricionista para avaliação das necessidades metabólicas;
• Fornecer alimentação enteral ou parenteral, nas primeiras horas após intubação;
• Promover ambiente terapêutico;
• Assegurar ao paciente períodos interruptos de sono e repouso;
370
• Controlar infecção hospitalar;
• Orientar exercícios;
• Manter decúbito elevado;
• Controlar alterações no padrão de sono e repouso;
• Observar qualquer alteração na eliminação intestinal;
• Realizar com equidade, universalidade todos os cuidados para que o cliente possa sentir
se seguro e respeitado;
• Cada cuidado realizado com princípio humanizado, equivale a dezenas de cuidados
realizados por obrigação;
• Não basta cuidarmos temos que amar o que fazemos.
CPAP / BIPAP
CPAP é uma sigla que vem do inglês Continuous Positive Airway Pressure, ou
seja, pressão positiva contínua em vias aéreas. Atualmente é considerado o tratamento
mais eficaz e mais utilizado para o tratamento da apneia obstrutiva do sono.
CPAP consiste em um pequeno aparelho compressor de ar muito silencioso de
alta tecnologia que se conecta, através de um circuito flexível, a uma máscara ajustada ao
nariz ou nariz e boca do paciente. Este aparelho previne a obstrução da garganta durante
o sono e reestabelece o sono normal ao indivíduo.
É um aparelho que fornece uma pressão positiva responsável por não deixar a via
aérea fechar.
Para que seja utilizado o CPAP é necessário uma máscara Nasal ou Oronasal,
através da máscara o ar chega a via aérea do paciente.
O CPAP é o principal método de tratamento para apneia do sono, ele é o chamado
padrão ouro de tratamento da apneia do sono.
Existem no mercado basicamente dois tipos de aparelhos, aparelho pressão fixa e
pressão automática, explicaremos em outro post a diferença entre eles.
A utilização do CPAP é recomendada sempre com a prescrição de um médico
especialista em sono, não deve ser utilizado sem orientação de um profissional
capacitado.
O benefícios do CPAP podem aparecer já na primeira noite de utilização, alguns
pacientes relatam o fim dos sintomas da apneia do sono imediatamente após o uso.
O tratamento com CPAP traz diversos benefícios como:
o Melhora ou alivia completamente a apneia do sono;
o Pode aliviar sintomas como sonolência diurna, estresse, ansiedade e
depressão;
o Melhora a qualidade do sono;
371
o Também pode diminuir e até prevenir a hipertensão arterial;
o Aumento no rendimento no trabalho;
o Alívio da sonolência causadora de acidentes de trânsito;
o Melhora a Imunidade.
O CPAP também corrige o ronco?
Sim. O CPAP gera uma espécie de “colchão” de ar na garganta que impede que
as estruturas daquela região se aproximem umas das outras, impedindo o seu
estreitamento ou obstrução. Dessa forma, o CPAP impede o ronco desde o primeiro
momento de uso, mesmo nos casos mais graves ou durante o sono profundo, desde que
seja bem calibrado por médico ou equipe especializada.
374
problemas de estômago como a indigestão. Os efeitos colaterais do tratamento BIPAP
embora comuns, não são muito graves. Os ajustes de pressão das máquinas BIPAP
exigem uma vigilância constante.
Ambas as máquinas CPAP e BIPAP são eficazes para tratar a apneia do sono,
doenças respiratórias e cardiorrespiratória. No entanto, quando se trata de CPAP x
BIPAP, a maioria dos pacientes com apneia do sono preferem o BIPAP, pois ele oferece
diferentes níveis de pressão para a inspiração e expiração.
O nome BIPAP é uma exclusividade da Philips Respironics, por isso o BIPAP
também é chamado pelo nome de VPAP.
Balanço Hídrico
Balanço hídrico é o processo de observação e registro da quantidade de líquidos
administrados e eliminados pelo paciente no período de 24 horas, com o objetivo de
verificar perdas e/ou ganhos de líquidos e eletrólitos;
A água corporal refere-se ao fluido corporal no qual os eletrólitos estão
dissolvidos;
A manutenção da quantidade adequada de líquidos no organismo e de seus
elementos são fatores essenciais para a vida;
Os líquidos correspondem aproximadamente 50 a 70% do peso corporal
exercendo um papel importante no organismo, como:
*Transporte de oxigênio e nutrientes para a célula e remoção dos produtos de degradação.
*Manutenção do equilíbrio físico e químico.
A eliminação de líquidos é denominada perda sensível (mensurável) e perda
insensível (não mensurável). A água é eliminada do organismo pela pele, pelos rins, pelo
intestino e pelos pulmões.
375
Aproximadamente 300 a 500 ml são eliminados pelos pulmões em 24 horas e
aproximadamente 500ml/dia de água são eliminados pela pele através da transpiração.
A quantidade de perda insensível, em um adulto, é de aproximadamente 500 a
1.000 ml/dia;
As perdas por via gastrintestinal são apenas de 100 a 200 ml/dia
aproximadamente, devido à reabsorção da maior parte do líquido que ocorre no intestino.
O aumento de perdas pelo trato gastrintestinal pode ocorrer em casos de diarréia ou
fístula.
Perdas significantes pela transpiração ocorrem se a temperatura do paciente
excede 38,3°C ou se a temperatura ambiental for superior a 35°C.
O interior do organismo necessita manter a homeostase, para isso, o ganho e perda
de líquidos deve ser relativamente iguais em indivíduos saudáveis;
O controle diário de peso de pacientes com desequilíbrios hídricos é de
fundamental importância. A medida verificada do peso corporal é o melhor indicador de
ganhos e perdas realizado no balanço hídrico. Uma perda ou um ganho de 1Kg reflete
uma perda ou ganho de 1 litro de água corporal.
O que entra no balanço?
Líquidos administrados:
o Soros;
o Medicações EV (mesmo que seja 02 ml !!!);
o Diluição de medicações (EV e VO);
o Sangue e derivados (não entra na contagem da saída);
o Medicações VO líquidas (nistatina, óleo mineral);
o Controle de líquidos fornecido pela copa (ver coerência em relação à aceitação);
o Sonda nasoenteral: dieta e lavagem;
Líquidos eliminados:
o Urina;
o Fezes (diarréia);
o Vômitos;
o Drenagens
o Sangramentos;
Anotar na folha de sinais:
o Aspeto (acolia, melena,com sangue) e quantidade das fezes (P,M,G). Medir as
diarréias;
o Quantidade e aspeto da diurese. Pesar as fraldas;
o Em caso de vômito, anotar o aspecto (borráceo, alimentar, sialorréia, etc.);
o Aspecto das drenagens: Se mais de dois drenos, especificar a drenagem de cada um;
o Pesar os curativos quando houver sangramentos ou ascite volumosos;
o Todas as medicações EV devem ser registradas;
376
Quando fechar o Balanço Hídrico?
O balanço hídrico parcial deve ser fechado sempre as 06, 12, 18 e 24 horas.
O balanço hídrico total deve ser fechado as 24 horas pelo enfermeiro responsável.
377
Balanço Hídrico
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