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Objetivos da Aprendizagem:
INTRODUÇÃO
Consiste em fazer uma abordagem inicial do trauma que são medidas que visam isolar os
riscos e conduzir um efetivo atendimento até a chegada de profissionais da saúde ou no
transporte da vítima:
Lesões que não são óbvias, porém graves, podem ser fatais se não forem tratadas
no local e a caminho do hospital. Saber onde procurar e como avaliar as lesões é
tão importante quanto saber o que fazer depois de descobri-las. Um histórico
completo e preciso de um incidente traumático e uma interpretação adequada
destes dados irão fornecer essas informações.
D) Apoio: procure o auxílio de pessoas próximas da cena para ajudar a dar o espaço
necessário para o atendimento prévio da vítima, chamar imediatamente o socorro
especializado, desviar o trânsito dos veículos ou procurar manter a ordem e a calma entre
as outras pessoas. No caso de não ter pessoas por perto, isso deve ser feito com o
máximo de agilidade e tranquilidade, pela própria pessoa que prestará o socorro antes do
inicio do atendimento.
1.2.2 Generalidades Mais de 90% dos pacientes vítimas de trauma apresentam lesões
simples que envolvem apenas um sistema (p. ex., uma fratura isolada de membro). Para
esses pacientes, há tempo para que seja realizada a avaliação primária, contudo para o
politraumatizado grave, o socorrista não poderá perder muito tempo, a ênfase está na
sucinta avaliação, no início da reanimação, se necessário, e no transporte para o ambiente
hospitalar. Essa urgência não exclui a necessidade de um atendimento pré-hospitalar; isso
significa que ele deve ser feito de maneira rápida, eficiente e a caminho do hospital. Os
componentes da avaliação primária devem ser memorizados: a progressão lógica da
avaliação e do tratamento baseados em prioridades dever ser compreendidos e realizados
da mesma forma o tempo todo, independente da gravidade da lesão. O socorrista deve
pensar na fisiopatologia das lesões e das condições de um doente; não se pode perder
tempo tentando lembrar quais prioridades são as mais importantes.
1.2.3 Impressão geral O exame primário começa com uma visão geral simultânea e global
da condição dos sistemas respiratório, circulatório e neurológico do doente para identificar
problemas externos significativos óbvios relacionados à oxigenação, circulação,
hemorragia ou deformidades macroscópicas.
UE2- Aula 2.1 – Avaliação Inicial do Trauma.
Em uma fase inicial rápida do exame primário, devem-se identificar estes parâmetros
dentro de uma média de 30 segundos, com a finalidade de identificar se a vítima está na
condição de iminência de morte, se há necessidade de início precoce do suporte básico de
vida (BLS) e a necessidade de desencadeamento de recursos de apoio.
Para tanto, deve-se aproximar da vítima com calma sempre pelo lado ao qual está voltada
a sua face, garantindo precocemente o controle cervical, simultaneamente atentando para
o seu estado de consciência e ectoscopia, procurando deformidades ou presença de
outros sinais de gravidade. Lembre-se que em um momento como este, os indivíduos
acidentados estão altamente ansiosos e temerosos, quando conscientes; portanto, haja de
modo plácido, identifique-se e pergunte diretamente o que ocorreu (por exemplo, Oi, meu
nome é João, sou socorrista, posso te ajudar? O que aconteceu?). Ao realizar esses
simples passos podem inferir acerca da perviedade das vias aéreas ou, em parte, de seu
estado mental, no caso de haver resposta verbal da vítima com ou sem resposta motora.
Caso não haja resposta, deve-se observar o padrão de respiração; quando ausente, lance
mão rapidamente das manobras de controle de vias aéreas e a ventilação artificial,
atentando para o controle da coluna cervical. Simultaneamente, palpe o pulso radial ou o
carotídeo (preferencialmente), principalmente em vítimas inconscientes, definindo sua
presença e intensidade. Se houver discrepância entre o pulso periférico e o central,
juntamente de outros componentes avaliados como temperatura, umidade e coloração
cutâneas e enchimento capilar, pode-se estar diante de um caso de choque circulatório ou,
na ausência de ambos os pulsos, parada cardiorrespiratória (PCR), devendo-se proceder
imediatamente às manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP). Essa etapa finaliza-se
ao se repassar as informações para a Central de Emergência.
Vale salientar que é direito da vítima recusar o atendimento e isso deve ser respeitado. O
consentimento pode ser formal, quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o
atendimento; ou pode ser implícita, quando a vítima estiver inconsciente, confusa ou
gravemente ferida a ponto de não poder verbalizar ou sinalizar consentindo com o
atendimento.
Em sequência, após essa impressão geral do caso, deve-se seguir a abordagem primária
completa segundo uma sequência fixa de medidas em ordem de prioridade, o
“X.A.B.C.D.E. do trauma”, método mnemônico proveniente do inglês, mas que pode ser
facilmente adaptado ao português conforme figura abaixo (figura 2).
Normalmente, uma das maiores causas de obstrução das vias aéreas em adultos
inconscientes é a glossoptose (queda da base da língua na hipofaringe), de modo que
simples manobras manuais podem reverter este quadro, como a hiperextensão do pescoço
ou elevação do queixo (indicada para vítima não traumática - figura 3B) ou mesmo tração
da mandíbula (também conhecida como elevação do ângulo da mandíbula – figura 3C); ou
ainda, podem ser utilizados instrumentos como cânulas orofaríngeas (de Guedel – figura
3D), cânula nasofaríngea e o tubo laríngeo; ou instrumentos mais invasivos (ato médico)
como: métodos transtraqueais (cricotireoidostomia) para a sua manutenção. Para a
desobstrução por sangue, vômitos entre outros, está indicado métodos de aspiração,
quando disponíveis; na sua indisponibilidade, podem ser usadas gazes ou compressas
estéreis para secar a absorver fluidos.
UE2- Aula 2.1 – Avaliação Inicial do Trauma.
A estabilização inicial de coluna cervical procede tão somente com a utilização de métodos
manuais, com a colocação de ambas as mãos espalmadas sobre a face da vítima (figura
4A), sem retirá-las ou movimentá-las. Deve-se em seguida assegurar a estabilização com
a colocação do colar cervical e, na prancha rígida para transporte, os imobilizadores
laterais de cabeça, também conhecido por head block (figura 4B).
Figura 4 – Método de estabilização da coluna cervical manual (A) e com head block (B)
UE2- Aula 2.1 – Avaliação Inicial do Trauma.
1.3.3- B: Ventilação
Todo politraumatizado necessita inicialmente de oxigênio suplementar (preferencialmente
12 litros/minutos), com máscara facial ajustada ao contorno facial, durante a avaliação
primária. Todavia, para tal, deve-se garantir que as vias aéreas estejam pérvias. Nessa
etapa do exame, a qualidade e quantidade da ventilação do paciente podem ser avaliadas
e o socorrista pode proceder da seguinte maneira:
1. Avalie a presença de respiração (“ver, ouvir e sentir”); obs: esse método consiste em
ver, observar expansão do tórax durante respiração; ouvir, ouvir o barulho da passagem do
ar durante a respiração nas fossas nasais; sentir, sentir o movimento do ar durante a
execução da respiração.
2. No caso de apneia ou alterações (Tabela 1), inicie a ventilação assistida com dispositivo
bolsa-válvula-máscara (figura 5A e B) ou máscara de bolso (pocket – figura 6) e forneça
oxigênio suplementar, se possível;
3. Assegure a patência das vias aéreas, prossiga com a assistência ventilatória e prepare-
se para inserir a cânula orofaríngea ou outras medidas de proteção, caso sejam
necessárias;
Desse modo, temos que, caso se observe sinais de respiração difícil (rápida, profunda,
ruidosa), a reavaliação das vias aéreas (“ver, ouvir e sentir") deve ser realizada e, caso se
observem sinais que antecedam parada respiratória, como respiração superficial, lenta ou
irregular. No caso de ventilação anormal, sempre que possível, o socorrista deve expor,
inspecionar, palpar, percutir e auscultar o tórax rapidamente. O exame físico pulmonar
rápido permite identificar algumas grandes síndromes pulmonares que acometem as
vítimas de trauma (Tabela 2). Ressaltando, no entanto, que a insuficiência respiratória
pode se dar por outros problemas, como acometimento musculoesquelético ou até mesmo
neural.
A presença do pulso periférico nos dá uma estimativa da pressão arterial sistólica de modo
que, quando presente, podemos afirmar que é de, no mínimo, 80 mmHg, havendo,
portanto um aporte sanguíneo para os tecidos suficiente para a manutenção de seu correto
funcionamento. No entanto, quando não presente em uma extremidade não ferida,
podemos estar diante de um paciente em fase descompensada do choque circulatório,
sendo preciso atentar para a gravidade do quadro de uma vítima, havendo necessidade de
controle rápido do sangramento. A avaliação do pulso central, como exposto
anteriormente, também é de suma importância, visto que sua ausência indica uma PCR
necessitando de abordagem imediata com a RCP.
Todavia, o tempo de enchimento capilar não é um bom preditor de choque, visto que pode
ser influenciado por fatores como: doenças vasculares periféricas (p.ex. aterosclerose),
baixas temperaturas (havendo cianose associada), enfermidades subjacentes, uso de
medicações vasodilatadoras ou vasoconstrictoras ou choques neurogênico e séptico. Além
do mais, sua avaliação no local do sinistro nem sempre é facilitada devido a fatores físicos
como a iluminação inadequada ou até mesmo utilização de esmalte pela vítima.
– Aspectos cutâneos A pele, o maior órgão de nosso organismo, evidencia, por meio de
diversos aspectos, a má perfusão tecidual, assim como as respostas metabólicas e
hormonais ao trauma.
Com a perda volêmica para o meio externo, há uma resposta orgânica, priorizando a
manutenção de órgãos nobres como encéfalo e coração, de modo que a periferia sofre
importante vasoconstrição. Sendo assim, pele e mucosas tornam-se pálidas, vista a
redução do fluxo em seus leitos vasculares. Caso a perda seja muito intensa, a
permanência do baixo fluxo pode aumentar a concentração periférica de hemoglobina
reduzida nas hemácias, gerando cianose. Esse parâmetro de coloração cutaneomucosa
pode ter sua avaliação dificultada até mesmo por padrões de melanização (cor) da pele. A
avaliação de locais primariamente afetados e mais evidentes como lábios, gengivas ou
extremidades digitais, pode permitir melhores resultados.
Os torniquetes sempre foram designados como “último recurso”, todavia, com o aumento
na experiência de seu uso, essa visão se modificou sendo inclusive uma recomendação do
PHTLS em suas edições mais recentes, algumas das suas indicações incluem: situações
nas quais o ponto de sangramento significativo do membro não é acessível perifericamente
devido ao aprisionamento (e, portanto, não é possível iniciar outros métodos simples de
controle); incidentes graves ou acidentes com hemorragias em múltiplas extremidades,
associadas à falta de recursos para a manutenção simples de controle de hemorragia;
quando o método de contenção por pressão direta ou uso de agentes hemorrágicos não
forem suficientes ou eficazes; e em casos nos quais as vantagens da prevenção de morte
por choque hipovolêmico por cessação da hemorragia externa em curso são maiores do
que o risco de danos ou perda de membros da isquemia causada pelo uso do torniquete.
Apesar da identificação da injúria, a atuação do socorrista neste caso é limitada, visto que
o controle definitivo da hemorragia interna somente será possível por meio de medidas
cirúrgicas. Todavia, algumas medidas podem ser utilizadas como estabilização da pelve
por meio de compressão com tala, ou ainda traje pneumático anti-choque (figuras 10A e
10B). Nessas situações, portanto, o transporte da vítima para um centro devidamente
equipado e preparado, o mais rápido possível, é a melhor medida a ser tomada.
lobo da orelha ou hiponíquio (união entre o leito ungueal e a placa ungueal); e (4) I
(irresponsividade): vítima não reage a qualquer estímulo.
A hipotermia costuma ser uma séria complicação da vítima de trauma tanto pelas perdas
sanguíneas tanto pela infusão de soro inadequadamente aquecido. Desse modo, é uma
das prioridades que o socorrista garanta o devido aquecimento da vítima por meio de
mantas térmicas (figura 14), retirada de vestimentas úmidas e até mesmo manutenção da
adequada temperatura no interior da ambulância durante o transporte.
RESUMO DA AULA
Agora você já consegue fazer toda avaliação inicial do socorro, isolar os riscos tanto
pro socorrista com o uso necessário dos EPIs quanto pra vitima na segurança da cena do
acidente. Uso do protocolo XABCDE que tem salvado vidas mundialmente.
Mais ainda não terminou, vamos para a segunda aula da parte de Avaliação do trau-
ma, e aprofundar ainda mais o seu conhecimento!