Diferente do que se imagina, primeiros socorros não são apenas os curativos feitos em ferimentos ou auxiliar uma pessoa a chegar até o hospital mais próximo. Em grande parte dos casos, apenas o ato de ajudar as vítimas nos minutos iniciais dos acidentes é o suficiente para salvar sua vida, quando agimos da forma correta. Os primeiros socorros são todas as ações tomadas antes que a ambulância médica ou profissional da saúde chegue até o local do acidente, ou antes, que a vítima seja levada até o hospital. Isso quer dizer que os primeiros socorros vão desde lavar uma queimadura grave, até levar uma pessoa com falta de ar a um atendimento imediato mais próximo.
Qual a importância de aplicar os primeiros socorros
corretamente? Os primeiros socorros são importantes por diminuir o sofrimento da vítima e evitar complicações futuras, além de em muitos casos salvar a vida da vítima. Porém, é importante que a pessoa que está prestando socorro saiba o que está fazendo e qual técnica deve ser aplicada naquela situação. Do contrário, o quadro pode até mesmo se agravar e ser fatal. .
Procedimentos Básicos de Primeiros Socorros
Preste Atenção: 1. Cheque o ambiente ao redor: Primeiramente, é essencial que você avalie o ambiente antes de prestar socorro. Isto significa verificar se há fogo, fios elétricos soltos, fumaça ou gases tóxicos. Além disso, checar o ambiente ao redor pode ser importante para dar pistas para saber o que de fato aconteceu com a vítima. Em situações mais perigosas, chame imediatamente o socorro profissional. Até porque são esses especialistas que têm um olho clínico para situações como essa. 2. Evite fazer movimentos bruscos no paciente: Em segundo lugar, é importante não fazer movimentos muito rápidos com a vítima – em especial se ela não conseguir se mexer. Isso deve acontecer porque, em muitas situações, um movimento improvisado pode ocasionar uma fratura óssea ou ainda mais dor na vítima. 3. Chame ajuda imediatamente: Em seguida, garanta chamar ajuda. Seja gritar por alguém, ligar para os serviços de emergência ou para resgate. Neste caso, não importa se a vítima não corre muito perigo. 4. De atenção a vitima: Após verificar que a pessoa não corre mais riscos, certifique-se de que ela está emocionalmente bem. Muitos acidentes costumam deixar sequelas, especialmente após um trauma. Por isso, comprometa-se a conversar com a vítima e verificar se ela está consciente e acordada. É importante que você também mantenha a calma. Evite gritar, permita espaço para a vítima respirar e fique de olho nos sinais vitais da pessoa.
O que é XABCDE do Trauma?
O XABCDE é um mnemônico que padroniza o atendimento inicial ao
paciente politraumatizado e define prioridades na abordagem ao trauma, no sentido de padronizar o atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e fácil de memorizar todos os passos que devem ser seguidos com o paciente em politrauma. Ele foi pensado para identificar lesões potencialmente fatais ao indivíduo, e é aplicável a todos as vítimas com quadro crítico, independentemente da idade. O protocolo tem como principal objetivo reduzir índices de mortalidade e morbidade em vítimas de qualquer tipo de trauma. O que é Trauma? No contexto do atendimento pré hospitalar, define-se o Trauma como um evento nocivo que advém da liberação de formas específicas de energia ou de barreiras físicas ao fluxo normal de energia.
Qual a historia do XABCDE do Trauma?
Em 1976, ao sofrer um acidente com sua família, o cirurgião ortopédico Jim Styner pôde perceber as fragilidades dos cuidados em primeiros socorros de vítimas de traumas. Depois dessa experiência, o médico desenvolveu o protocolo ABCDE do trauma, que passou a ser empregado em diversas regiões do mundo a partir de 1978, sendo ministrado neste ano o primeiro curso sobre o tema. A importância do método desenvolvido por Jim Styner não demorou a ser reconhecida pelas autoridades médicas, uma vez que só com esses cuidados é possível realmente estabilizar o paciente, deixando-o mais seguro para o transporte e para quaisquer outras intervenções que se façam necessárias.
Significado das letras XABCDE:
(X) Exsanguinação: Contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta, deve ser antes mesmo do manejo das vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias aéreas serem responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no trauma são as hemorragias graves. (A) Vias aéreas e proteção da coluna vertebral: No A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No atendimento pré-hospitalar, 66-85% das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas. Para manutenção das vias aéreas utiliza-se das técnicas: “chin lift”: elevação do queixo, uso de aspirador de ponta rígida. Observação importante: Nunca realiza a manobra de Chin Lift em vitima com suspeita de trauma. No A também, realiza-se a proteção da coluna cervical. Em vítimas conscientes, a equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que mova a cabeça para os lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares. A imobilização deve ser de toda a coluna, não se limitando a coluna cervical. Para isso, uma prancha rígida deve ser utilizada.
(B) Boa ventilação e Respiração: O socorrista deve analisar se
a respiração está adequada. A freqüência respiratória, inspeção dos movimentos torácicos, cianose, desvio de traquéia e observação da musculatura acessória são parâmetros analisados nessa fase. É necessário expor o tórax do paciente, realizar inspeção, palpação, ausculta e percussão. Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado. (C) Circulação com controle de Hemorragia: A circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros de análise. A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco. A Hemorragia é a principal causa de morte no trauma. A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas, grandes hemorragias. Já o “C” refere-se a hemorragias internas, onde se devem investigar perdas de volume sanguíneo não visível, analisando os principais pontos de hemorragia interna no trauma (pelve, abdomem e membros inferiores), avaliando sinais clínicos de hemorragia como tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria e pegajosa e comprometimento do nível e qualidade de consciência. (D) Disfunção Neurológica: A análise do nível de consciência, tamanho e reatividade das pupilas, presença de hérnia cerebral, sinais de lateralização e o nível de lesão medular são medidas realizadas. Nessa fase, o objetivo principal é minimizar as chances de lesão secundária pela manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral. Importante aplicar a escala de goma de Glasgow atualizada. (E) Exposição total do paciente: No E, a análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da hipotermia são as principais medidas realizadas. O socorrista deve analisar sinais de trauma, sangramento, manchas na pele etc. A parte do corpo que não está exposta pode esconder a lesão mais grave que acomete o paciente.