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CURITIBA
2023
PMPR Curitiba, PR, 27 de julho de 2023-EM
3ª SEÇÃO DIRETRIZ N.º 005/2023-PM/3
Referências
a. Constituição Federal;
b. Constituição Estadual;
c. BRASIL. Lei Federal n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993 - Dispõe sobre a
organização da Assistência Social e dá outras providências;
d. BRASIL. Lei Federal n.º 8.662, de 13 de março de 1993 - Dispõe sobre o Código de
Ética do/a Assistente Social;
e. BRASIL. Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe Sobre Os Cursos de
Formação em Psicologia e Regulamenta A Profissão de Psicólogo. Brasília, DF, 1962.
f. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução n.º 010/2005. Aprova o
c ó digo de Ética Profissional do Psicólogo;
g. Decreto Estadual n.º 7.339, de 8 de junho de 2010 - Aprova o Regulamento Interno
e dos Serviços Gerais da Polícia Militar do Paraná;
h. Lei Estadual n.º 16.575, de 28 de setembro de 2010- Lei de Organização Básica
da PMPR (LOB PMPR);
i. Decreto Estadual n.º 5.075, 28 de novembro de 1998- Regulamento de Ética
Profissional dos Militares Estaduais do Paraná;
j. Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela resolução nº
217 A (III), da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 1948;
k. BRASIL. Portaria n.º 1.876, de 14 de agosto de 2006. Institui diretrizes Nacionais para
Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em todas as unidades federadas,
respeitadas as competências das três esferas de gestão;
l. BRASIL. Lei nº 13.819, de 26 de abril de 2019. Institui a Política Nacional de
Prevenção da Automutilação e do Suicídio, a ser implementada pela União, em
cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; e altera a Lei nº 9.656,
de 3 de junho de 1998;
m. Portaria Interministerial n.º 2, de 15 de dezembro de 2010, SEDH/MJ, que estabelece
as Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos
Profissionais de Segurança Pública;
n. BRASIL. Portaria Interministerial n.º 4.226, de 31 de dezembro de 2010. Estabelece
Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública;
o. BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de
procedimentos para os serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde. 2001;
p. BRASIL. Caderno técnico de tratamento do transtorno de estresse pós-traumático –
TEPT. Brasília: Ministério da Justiça e Segurança Pública, Secretaria Nacional de
Segurança Pública – SENASP, 2019;
q. Decreto n.º 6.297, de 4 de dezembro de 2020. Dispõe sobre Programa de Saúde
Mental aos Profissionais da Segurança Pública do Estado do Paraná no âmbito da
Secretaria da Segurança Pública do Estado do Paraná;
r. BRASIL. Lei n.º 13.675, de 11 de junho de 2018. Disciplina a organização e o
funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos do § 7º
do art. 144 da Constituição Federal; cria a Política Nacional de Segurança Pública e
Defesa Social (PNSPDS); institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp); altera
a Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de 1994, a Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro
de 2001, e a Lei nº 11.530, de 24 de outubro de 2007; e revoga dispositivos da Lei nº
12.681, de 4 de julho de 2012;
s. BRASIL. Lei n.º 14.531, de 10 de janeiro de 2023. Altera as Leis n.º 13.675, de 11 de
junho de 2018, que cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
(PNSPDS), e 13.819, de 26 de abril de 2019, que institui a Política Nacional de
Prevenção da Automutilação e do Suicídio, para dispor sobre a implementação de
ações de assistência social, a promoção da saúde mental e a prevenção do suicídio
entre profissionais de segurança pública e defesa social e para instituir as diretrizes
nacionais de promoção e defesa dos direitos humanos dos profissionais de segurança
pública e defesa social; e dá outras providências;
t. BRASIL. Portaria MJSP n.º 483, de 9 de novembro de 2021. Regulamenta os Eixos de
Valorização dos Profissionais de Segurança Pública e de Fortalecimento das
Instituições de Segurança Pública e Defesa Social no âmbito da Política e do Plano
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, financiados com os recursos do
Fundo Nacional de Segurança Pública, transferidos na forma do inciso I do art. 7º da
Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018;
u. POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ_PMPR. Nota de Instrução n.º 002/2003 – PM/3.
Atenção psicossocial a policiais e bombeiros militares envolvidos em ocorrências de
alto risco. PMPR, 2003;
v. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ _PMPR. Portaria do Comando-Geral n.º
532 de 11 de julho de 2016. Institui as instruções reguladoras de perícias médicas e de
procedimentos relativos às dispensas e às licenças para tratamento da saúde. PMPR,
2016;
w. POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ_PMPR. Portaria do Comando-Geral n.º 100 de 23 de
março de 2020. Regula a aquisição, o cadastro e o porte de arma de fogo no âmbito
da Corporação e dá outras providências. PMPR, 2020;
x. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ _PMPR. Portaria do Comando-Geral n.º
662, de 14 de julho de 2021. Disciplina o emprego de Militares Estaduais no
atendimento biopsicológico aos integrantes da PMPR, 2021;
y. POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ _PMPR. Nota de Instrução n.º 002/2021 – PM/3.
Como noticiar casos de suicídio nos meios de comunicação e nas mídias sociais.
PMPR, 2021;
z. POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ – PMPR. Prevenção e manejo do comportamento
suicida: manual dirigido a policiais e bombeiros militares do Estado do Paraná – PM/3.
PMPR, 2021.
1. FINALIDADE
2. SITUAÇÃO
1
WORLD HEALTH ORGANIZATION. National suicide prevention strategies: Progress, examples and indicators. Geneva: World Health
Organization, 2018.
2
BOTEGA, N. J. Crise Suicida: Avaliação e Manejo. Porto Alegre: Artmed, 2015.
3
RODRIGUES, C. B. Suicídio policial: compreender para prevenir. Curitiba: Editora CRV, 2020.
4
WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência. Homicídios e Juventude no Brasil. Brasília: Cebela Flacso, 2013.
5
MINISTÉRIO DA SAÚDE. SIM/MS. Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde, 2011. Disponível em:
<http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/>.
6
MIRANDA, D.; GUIMARÃES, T. O Suicídio Policial: O que sabemos? Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, v. 09, n. 01, p.
13–34, 2016.
7
ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ano 14. 2020-. ISSN 1983-
7364. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/anuario-14/.
8
PENKAL, R. C. Suicídio policial militar: estudo dos casos de suicídio de policiais paranaenses. Belo Horizonte, 2021.
No que tange à relação entre suicídio e condições de trabalho, sobretudo na profissão
policial, ressalta-se a elevada propensão ao cometimento de suicídios (MIRANDA;
GUIMARÃES, 2016). Estudos realizados por Musumeci e Muniz (1998)9, identificam uma
taxa superior em 7,6 vezes, nos suicídios ocorridos entre policiais militares, se comparados
aos suicídios da população em geral no estado do Rio de Janeiro. Outrossim, o Anuário
brasileiro de segurança pública (2021) 10, apontou 229 casos de suicídio, entre os anos de
2017 e 2020, de profissionais de segurança pública no Brasil.
Ao compararmos a taxa de suicídios da população brasileira no ano de 2019 (6,1 por
100.000 habitantes) e as taxas das polícias militares de todo o país, no mesmo período, têm-
se níveis superiores na maioria dos estados (PENKAL, 2021). Ademais, o Anuário brasileiro
de segurança pública (2021), aponta a taxa de suicídio da Polícia Militar do Paraná,
correspondendo a 31,2 por 100.000 habitantes, considerando o seu efetivo no ano de 2019.
Tal representação numérica da população de militares estaduais paranaenses torna-
se ainda mais expressiva quando é realizada uma comparação com populações
consideradas como de risco pela literatura científica. Segundo dados do Ministério da
Saúde11, a taxa de suicídios para a população indígena, considerada como de risco e
vulnerabilidade social, foi de 15 casos por 100.000 mil habitantes; já para as Forças Armadas,
empregadas em atividade de combate, foram identificadas taxas de 15 casos por 100.000 mil;
enquanto que as taxas de suicídio na população geral brasileira foram de 5,5 casos por
100.000 habitantes.
Portanto, é emergencial pensar na prevenção do comportamento suicida entre os
militares estaduais do Paraná, que implica não apenas no objetivo de evitar a morte, mas
também, em considerar as sérias implicações na sociedade que são provocadas pela
ocorrência desses atos.
A prevenção ao suicídio depende de cada um dos integrantes da corporação, na atenção
a todas as dimensões, que não são apenas física e emocional, mas também adentra nas
esferas, familiar, social, e espiritual, sendo necessária uma abordagem responsável e
técnica, em um processo ininterrupto de conscientização e desmistificação, pois a
desinformação é fator relevante para o agravo do risco (BOTEGA et al 2006)12.
9
MUSUMECI, B.; MUNIZ, J. Relatório de pesquisa sobre Mapeamento da Vitimização de Policiais no Rio de Janeiro, Cesec, 1998.
10
ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ano 15. 2021-. ISSN 1983-
7364. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/07/anuario-2021-completo-v6-bx.pdf.
11
MINISTÉRIO DA SAÚDE. SIM/MS. Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde, 2011. Disponível em:
<http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/>.
12
BOTEGA, N. J. et al. Prevenção do comportamento suicida. Psico, v. 37, n. 3, p. 5, 2006.
3. OBJETIVOS
4. CONCEITOS BÁSICOS
5. EXECUÇÃO
A Prevenção Universal visa alcançar toda a coletividade dos policiais militares, com
enfoque na promoção da saúde e aumento da qualidade de vida.
a) Incentivar o convívio social por meio de confraternizações no espaço laboral,
contribuindo para a melhoria das relações interpessoais, além de promover a
aproximação dos seus dependentes (reestruturação familiar);
b) Incentivar a atividade física como uma importante prática ao contexto da saúde
mental;
c) Realizar a sensibilização e o treinamento dos gestores de recursos humanos, em
todos os níveis da Corporação;
d) Promover atividades religiosas com o envolvimento dos policiais militares, através
da Assistência Religiosa da Corporação (DP/7);
e) Elaborar encontros temáticos por área, trazendo temas relacionados à qualidade
de vida no trabalho, saúde mental entre outros;
f) Promover programas de informação sobre o tema suicídio, em todos os níveis
hierárquicos, principalmente no que tange ao encaminhamento de auxílio
especializado nos casos em que exista o risco de suicídio;
g) Promover o estabelecimento de vínculos de confiança nas relações provenientes
do ambiente de trabalho, que possam servir de suporte social, visando chamar a
atenção de mudanças comportamentais, que possam indicar fatores de risco, tais
como: separações conjugais, perda de entes queridos, problemas financeiros,
entre outros;
h) Desmistificar o tema suicídio, e sensibilizar os efetivos sobre a necessidade do
acolhimento do militar estadual em crise suicida;
i) Viabilizar palestras que promovam a sensibilização da temática da qualidade de
vida e de um ambiente laboral saudável;
j) Abordar o suicídio de forma direta e clara, informando sobre como proceder nos
casos de ideação suicida e tentativa de suicídio;
k) Promover palestras de orientação de educação financeira e endividamento;
l) Promover material didático institucionalizado sobre a prevenção e manejo do
comportamento suicida, através de manual e curso em plataforma de ensino à
distância;
m) Capacita os policiais militares no que se refere à identificação e ao
encaminhamento dos casos de risco;
n) Realizar a divulgação de campanhas através de recursos audiovisuais, de forma
física, através das mídias digitais, e vídeos institucionais;
o) Promover o conteúdo relacionado à saúde mental, em todos os cursos de
formação e especialização no âmbito da Polícia Militar;
p) Aplicar anualmente metodologia de avaliação e controle de resultados e metas a
serem atingidas na presente Diretriz.
A Prevenção Seletiva, por sua vez, visa a elaboração de uma rede assistencial no
ambiente de trabalho, composta não apenas pelos profissionais de saúde, mas também pelos
demais colegas.
Logo, as ações provenientes da Prevenção Universal permitem que os próprios
militares estaduais estejam aptos a observar e sinalizar mudanças repentinas de
comportamento.
Assim, auxiliam a realização de um diagnóstico antecipado sobre os riscos
específicos a que estes policiais militares estão expostos, oportunizando, desta forma, o
encaminhamento a profissionais especializados, com o tempo de planejamento de estratégias
terapêuticas melhoradas.
a) Ampliar divulgação das Seções de Atendimento Psicossocial (SAPs) existentes
nos Batalhões, para facilitação do acesso à busca de atendimento;
b) Realizar o acompanhamento de policiais envolvidos em ocorrências de alto risco
(PROAAR)13, traumáticas, e também, aos policiais que atenderam ocorrências de
suicídios;
c) Realizar o acompanhamento de policiais envolvidos em ocorrências provenientes
de incidente crítico (Plantão Psicossocial);
d) Disponibilizar o acompanhamento psicológico regular;
13
POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ – PMPR. Nota de Instrução nº 002/2003 – PM/3. Atenção psicossocial a policiais e bombeiros militares
envolvidos em ocorrências de alto risco. PMPR, 2003.
e) Disponibilizar o atendimento do serviço social;
f) Criação de programas de atenção para o uso e abuso de álcool e outras drogas;
g) Organização de rede de cuidado como fluxo assistencial que permita o diagnóstico
precoce dos militares em situação de risco, com o envolvimento de toda a
Corporação, de modo a sinalizar a mudança de comportamento ou a preocupação
com o colega de trabalho;
A Prevenção Indicada é voltada àqueles policiais militares com forte ideação, com
suspeita de planejamento da ação ou ainda, que já tiveram tentativas de suicídio.
16
POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ – PMPR. Nota de Instrução nº 002/2021 – PM/3. Como noticiar casos de suicídio nos meios de
comunicação e nas mídias sociais. PMPR, 2021.
17
POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ – PMPR. Diretriz nº 005/2011 – PM/3. Estabelece os procedimentos a serem observados pelos
integrantes da Polícia Militar do Paraná durante o processo de gerenciamento das situações policiais críticas. PMPR, 2011.
18
POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ – PMPR. Diretriz nº 005/2011 – PM/3. Estabelece os procedimentos a serem observados pelos
integrantes da Polícia Militar do Paraná durante o processo de gerenciamento das situações policiais críticas. PMPR, 2011.
19
O Plantão Psicossocial pode ser acionado através da Central de Operações Policiais Militares (COPOM), ou ainda, através do
telefone da Seção de Assistência Social (41) 3333-2787/ (41) 3333-8328.
8. POSVENÇÃO
20
BOTEGA, N. J. Crise Suicida: Avaliação e Manejo. Porto Alegre: Artmed, 2015.
9. COMPETE À SEÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SAS – DP/7)
10.5. Casos não urgentes – acompanhamento mensal: condições não agudas, não
urgentes ou problemas crônicos, sem alterações dos sinais vitais.
ASSINADO ELETRONICAMENTE
Cel. QOPM Jefferson Silva,
Comandante-Geral da PMPR.
3) Sinais comportamentais:
Fonte: PMPR (2021).
4) Primeiros passos para viabilizar contato com um policial militar em uma crise
suicida:
Fonte: PMPR (2021).
5) Como se comunicar:
6) Como não se comunicar: