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1.

A IMPORTÂNCIA DOS PRIMEIROS SOCORROS

A grande maioria dos acidentes poderia ser evitada, porém, quando eles ocorrem, alguns
conhecimentos simples podem diminuir o sofrimento, evitar complicações futuras e até mesmo
salvar vidas.

O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve se manter a calma e ter em


mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a importância de um médico. Além
disso, certifique-se de que há condições seguras o bastante para a prestação do socorro sem
riscos para você. Não se esqueça que um atendimento de emergência mal feito pode
comprometer ainda mais a saúde da vítima.

O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: deixar de prestar socorro à vítima de
acidentes ou pessoas em perigo eminente, podendo fazê-lo, é crime.

Conceitos preliminares

Deixar de prestar socorro significa não dar nenhuma assistência à vítima. A pessoa que chama
por socorro especializado, por exemplo, já está prestando e providenciando socorro.
Qualquer pessoa que deixe de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo, estará
cometendo o crime de omissão de socorro, mesmo que não seja a causadora do evento.
A omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros socorros eficiente são os principais
motivos de mortes e danos irreversíveis nas vítimas de acidentes de trânsito.
Os momentos após um acidente, principalmente as duas primeiras horas são os mais
importantes para se garantir a recuperação ou a sobrevivência das pessoas feridas.
Todos os seres humanos são possuidores de um forte espírito de solidariedade e é este
sentimento que nos impulsiona para tentar ajudar as pessoas em dificuldades. Nestes trágicos
momentos, após os acidentes, muitas vezes entre a vida e a morte, as vítimas são totalmente
dependentes do auxílio de terceiros.

Acontece que somente o espírito de solidariedade não basta. Para que possamos prestar um
socorro de emergência correto e eficiente, precisamos dominar as técnicas de primeiros
socorros.
Algumas pessoas pensam que na hora de emergência não terão coragem ou habilidade
suficiente, mas isso não deve ser motivo para deixar de aprender as técnicas, porque nunca
sabemos quando teremos que utilizá-las.

Socorrista: É como chamamos o profissional em atendimento de emergência. Portanto, uma


pessoa que possui apenas o curso básico de Primeiros Socorros não deve ser chamado de
Socorrista e sim de atendente de emergência.

Devemos, sempre que possível, preferir o atendimento destes socorristas e paramédicos, que
contam com a formação e equipamentos especiais.
Atendimento Especializado: Na maioria das cidades e rodovias importantes é possível
acionar o atendimento especializado, que chega ao local do acidente de trânsito em poucos
minutos.

O Que São Primeiros Socorros?

Como o próprio nome sugere, são os procedimentos de emergência que devem ser aplicados à
uma pessoa em perigo de vida, visando manter os sinais vitais e evitando o agravamento, até
que ela receba assistência definitiva.

Quando devemos prestar socorro?

Sempre que a vítima não esteja em condições de cuidar de si própria.

Quais são as primeiras atitudes?

Geralmente os acidentes são formados de vários fatores e é comum quem os presencia, ou


quem chega ao acidente logo que este aconteceu, deparar com cenas de sofrimento,
nervosismo, pânico, pessoas inconscientes e outras situações que exigem providências
imediatas.
Quando não estivermos sozinhos, devemos pedir e aceitar a colaboração de outras pessoas,
sempre se deixando liderar pela pessoa que apresentar maior conhecimento e experiência.

Se essa pessoa de maior experiência e conhecimento for você, solicite a ajuda das demais
pessoas, com calma e firmeza, demonstrando a cada uma o que deve ser feito, de forma rápida
e precisa.
Apesar da gravidade da situação devemos agir com calma, evitando o pânico.

» Transmita confiança, tranqüilidade, alívio e segurança aos acidentados que estiverem


conscientes, informando que o auxílio já está a caminho.

» Aja rapidamente, porém dentro dos seus limites.

» Use os conhecimentos básicos de primeiros socorros.

» Às vezes, é preciso saber improvisar.

2. ORIENTAÇÕES GERAIS EM CASO DE ACIDENTES

Mantenha a calma;

Afaste os curiosos;

Quando aproximar-se, tenha certeza de que está protegido (evitar ser atropelado);

Faça uma barreira com seu carro, protegendo você e a vítima de um novo trauma;

Chame uma ambulância;


Evite movimentos desnecessários da vítima, para não causar maiores e/ou novas lesões,
ex. lesões na coluna cervical , hemorragias ,etc;

Utilize luvas, para evitar contato direto com sangue ou outras secreções.(luvas
descartáveis).

Importante Observar que:

É fundamental que a vítima chegue ao hospital sem 2º trauma e,


preferencialmente, com as possíveis situações de risco
estabilizadas (ex. obstrução das vias aéreas).

Sabendo disso, preocupe-se com as prioridades, mantenha a


calma, aja coerentemente e tenha a certeza de que o socorro está
a caminho.

O socorrista é o primeiro a atender a vítima, outros o sucederão,


dando continuidade a manutenção da vida e evitando complicações
como 2º trauma.

O transporte deve ser realizado pela ambulância, evite carregar a vítima em outro transporte,
pois isso interfere no atendimento. Transporte inadequado causa 2º trauma ou a morte da
vítima.

Em locais onde não haja ambulância, a vitima deve ser transportada somente após avaliada,
estabilizada e imobilizada adequadamente.

Não retire a vítima do local do acidente, salvo se o local em que ela se encontra possa causar
risco de vida para ela e para o socorrista. Ex.: carro que tenha risco de explosão, pista perigosa
e que não tenha como sinalizar com o carro, faróis e sem triângulo, podendo vir outro veículo e
ocorrer outro acidente.

Vítimas presas em ferragens devem ser retiradas por pessoas especializadas (ex:. bombeiros).
Evite movimentos desnecessários.

3. AVALIAÇÃO DA VÍTIMA

A avaliação da vítima pode ser dividida em primária e secundária. É através dela que vamos
identificar as condições da vítima e poder eliminar ou minimizar os fatores causadores de risco
de vida.

A avaliação primária deve ser cuidadosa e respeitar uma rotina, como podemos ver abaixo:

1. Respiração e manutenção da coluna cervical


2. Circulação
3. Avaliação Neurológica
RESPIRAÇÃO E MANUTENÇÃO DA COLUNA CERVICAL:

Abra a boca da vítima para retirada de prováveis corpos estranhos (secreções,


pedaços de alimentos, dentes quebrados), tendo o cuidado de não fazer
movimentos desnecessários com a coluna cervical.

Faça esta manobra: firme a cabeça da vítima com os joelhos ou solicite auxílio.

Projete o maxilar para a frente, agarrando-o firmemente e logo após para baixo. Esta manobra
fará com a boca se abra e possa ser visualizada seu interior, sem causar trauma de coluna
cervical.

Retire da boca os objetos e prótese dentária se houver.

Imobilize a coluna cervical, tendo o cuidado de não elevá-la e não colocando nada em
baixo (proteja-a com uma roupa dobrada) improvise um colar cervical.

Se a vítima não estiver respirando após a retirada do corpo estranho, mas está com
os batimentos cardíacos presentes, comece a respiração boca a boca. Realize esse
procedimento cerca de 16 vezes por minuto até ela voltar a respirar espontaneamente

Observe se há elevação do tórax ou abdomen quando você não está soprando ar para dentro
dos pulmões da vítima.

CIRCULAÇÃO:
1. Verifique se o coração da vítima está batendo.
2. Utilize os dedos indicador e médio e apalpe a artéria carótida no pescoço) ou a artéria
femural
( na virilha).
3. Se ausentes os batimentos, proceda a ressuscitação cárdio pulmonar (RCP).
4. Verifique se há hemorragias ou presença de sinais e sintomas que indiquem uma
hemorragia interna..

AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA:
1. Se ela estiver consciente, pergunte nome, telefone para contato,
endereço. Faça também perguntas que você possa avaliar se ela está
respondendo com coerência. Ex.: Que dia é hoje? É dia ou é noite?
Que bairro estás?

2. Caso esteja inconsciente, abra os olhos dela e verifique as pupilas:


• Pupilas normais: sem lesões neurológicas aparentes e oxigenação presente.

• Pupilas diferentes: uma normal e a outra dilatada: presença de lesão neurológica.


Intensificar a avaliação pois pode entrar em Parada Cardiorrespiratória.

• As duas pupilas dilatadas: Parada Cardiorrespiratória há mais de um minuto.


Também pode ter lesão neurológica. Iniciar manobras de RCP.
Atenção

Durante o atendimento, deve-se reavaliar a vítima (avaliação primária e secundária) sempre


que possível, pois o quadro pode agravar-se. Ex.: a vítima parar de respirar ou entrar em estado
de choque.

Interrompe-se a avaliação e começa-se os procedimentos imediatamente, quando detectado


que a vítima encontra-se em parada respiratória ou parada cárdiorrespiratória

Somente após completar todos os passos da avaliação primária é que se parte para a
secundária, onde deve-se fazer a inspeção da cabeça aos pés, de forma a observar a presença
de alterações:

Estado de Choque

Fraturas

Objetos encravados

Deslocamento de articulações, etc

ALTERAÇÕES

Vários são os tipos de ferimentos com os quais você poderá se deparar num acidente ou
situação de emergência. Sabendo dos passos a serem seguidos (avaliação da vítima) será
mais fácil prestar um adequado socorro e evitar complicações ou pioras do quadro.

Antes de prosseguir, certifique-se de que as orientações e os passos da avaliação da vítima


estão aprendidos, revisando-os caso necessário.
04 - PARADA RESPIRATÓRIA

CAUSAS: Choque elétrico, afogamento, envenenamento, soterramento, etc.

MANIFESTAÇÕES: Ausência de movimentos respiratórios; inconsciência; lábios, língua e


unhas arroxeados.

PROCEDIMENTOS: Inicie imediatamente a respiração de socorro.

A) MÉTODO BOCA A BOCA (PARA ADULTOS)

1. Coloque a vítima deitada de costas.


2. Afrouxe-lhe as roupas, principalmente em volta do pescoço, peito e
cintura.
3. Retire objetos e secreções da boca e da garganta, com a cabeça
voltada para o lado.
4. Suspenda o pescoço da vítima com uma das mãos e incline a cabeça
para trás.
5. Aperte as narinas com os dedos da mão que está sobre a testa,
evitando que o ar escape.
6. Coloque a boca sobre a boca da vítima e sopre até notar a expansão
do tórax.
7. Retire a boca para facilitar a saída do ar dos pulmões da vítima.
8. Repita o movimento 15 vezes por minuto.

B) MÉTODO BOCA A BOCA (PARA CRIANÇAS)

1. Coloque a criança deitada de costas, com a cabeça inclinada para trás.


2. Retire com o dedo corpos estranhos, alimento ou secreção da boca e garganta, com a
cabeça voltada para o lado.
3. Coloque a boca bem aberta sobre a boca e o nariz da criança.
4. Sopre suavemente até que o peito da criança se levante.
5. Retire a boca e deixe a criança expirar livremente.
6. Pressione levemente o estômago da criança, evitando que se encha de ar.
7. Mantenha um ritmo de 15 a 18 respirações por minuto.
8. Continue aplicando a respiração de socorro por mais algum tempo, mesmo que a vítima
volte a respirar.
9. Mantenha a respiração ao transportar o acidente.

C) MÉTODO DE SYLVESTER

Este método é empregado quando não for possível aplicar a respiração boca a boca:
traumatismos graves de face, envenenamento por cianureto, ácidos e substâncias
cáusticas.Coloque a vítima deitada de costas.

1. Eleve o tórax, colocando algo por baixo dos ombros para que a cabeça fique inclinada
para trás
2. Ajoelhe-se e ponha a cabeça da vítima entre seus joelhos.

3. Segure os punhos da vítima, trazendo seus braços para cima e para trás.

4. Volte com os braços para a frente, cruzando-os e comprimindo-os sobre o peito (parte
inferior).

5. Pressione cinco vezes seguidas, pronunciando, ao iniciar cada pressão, os números:


101, 102, 103, 104, 105.

6. Volte os braços da vítima à posição inicial e reinicie a respiração de socorro.

7. Repita o movimento 15 vezes por minuto.

O método Sylvester permite não só o restabelecimento dos movimentos respiratórios, como os


do coração. Verifique se os movimentos respiratórios foram restabelecidos.

CASO A VÍTIMA CONTINUE EM PARADA RESPIRATÓRIA, OBSERVE OS SINAIS


INDICATIVOS DE PARADA CARDÍACA.

05 - PARADA CARDÍACA

As batidas do coração e os movimentos respiratórios estão intimamente ligados; cessada a


respiração, cessarão também os batimentos cardíacos.

MANIFESTAÇÕES: Inconsciência, ausência de pulso, parada respiratória e


cardíaca, dilatação das pupilas.

PROCEDIMENTOS:
1. Inicie imediatamente a massagem cardíaca.

2. Coloque a vítima deitada de costas sobre a superfície dura.

3. Coloque as mãos sobrepostas na metade inferior do esterno.

4. Coloque os dedos ligeiramente levantados e abertos.

5. Comprima com vigor o tórax da vítima (comprimindo o coração de encontro à coluna).

6. Descomprima, mantendo as mãos na posição inicial.

7. Repita a manobra 5 vezes seguidas; pronuncie ao iniciar cada


pressão os números: 101, 102, 103, 104, 105.

8. Caso verifique ao mesmo tempo parada respiratória, faça também a


respiração de socorro.

9. Aplique uma respiração boca a boca, depois de cinco massagens cardíacas.

10. Procure o médico e não interrompa a massagem ao transportar a vítima.


CUIDADOS:

• Nos jovens, fazer massagem cardíaca com uma das mãos.


Nas crianças e bebês, com os dedos.

06. PARADA CÁRDIO RESPIRATÓRIA (PCR)

CONCEITO:
É a cessação dos batimentos cardíacos e da respiração.

SINAIS DE UMA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) :

• Ausência de movimentos respiratórios (não há


expansão pulmonar)
• Ausência de pulso (pulsação carotídea, femural, e
outras artérias)
• Palidez, pele fria e úmida, presença de cianose de
extremidades (pele arroxeada)
• Dilatação de pupilas (pela falta de oxigenação
cerebral)

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP):

É a realização de procedimentos em vítimas com parada cardiorrespiratória, com a finalidade


de restabelecer a circulação e oxigenação cerebral e dos demais órgãos, através de massagem
cardíaca e de respiração (método boca a boca ou outro). Os objetivos da RCP são:

Evitar a morte

Restabelecer circulação e oxigenação

Atendimento imediato da vítima, reduzindo as chances de lesões cerebrais por falta de


circulação e oxigenação cerebral.

ATENDIMENTO:

Após a constatação da PCR, através da avaliação, fazer o atendimento:

1. Posicionar a vítima em decúbito dorsal (barriga para cima) em uma superfície dura

2. Incline a cabeça da vítima e tracione o queixo para trás. A elevação da mandíbula, com
extensão da cabeça, permite a livre passagem do ar.
3. Se 1 socorrista, realizar inicialmente 2 movimentos respiratórios e após 15 compressões
cardíacas. Não parar. Seguir esse ritmo até a chegada do socorro.

4. Se 2 socorristas, realizar 1 movimento respiratório para cada 5 compressões cardíacas,


seguir a seqüência até a chegada do socorro médico ou até o recuperação dos
movimentos cardíacos e respiratórios expontâneos.

Obs.: Para a respiração, puxe bastante ar e cole a sua boca na boca da vítima e insufle, até
que haja elevação do tórax. As narinas da vítima devem ser fechadas com os dedos polegar e
indicador, para evitar a saída do ar que está sendo insuflado.

5. Se possível faça uma proteção entre os seus lábios e os da vítima, pegue um pedaço de
saco plástico e fure com o dedo, coloque-o na boca da vítima, cada vez que você for
realizar a respiração, seus lábios não tocarão os da vítima.

6. O socorrista coloca-se num plano superior a vítima (ao lado, de joelhos), de tal modo
que seus braços em extensão, possam executar a manobra.

7. Apoiar uma das mãos sobre a metade inferior do esterno com os dedos refletidos e a
outra mão sobre a primeira.

8. Utilizar o peso do próprio corpo e manter os braços em extensão, aplicar uma pressão
que deprima o esterno cerca de quatro a cinco centímetros e retira-se subitamente a
compressão.

Observações em Crianças:

• Observar a força a ser exercida, utilizar apenas uma mão de acordo com o tamanho da
criança. Deprimir o tórax em torno de 3 cm.
• Utilizar a palma da mão para a realização da compressão cardíaca.
• Para a respiração, não insuflar demais, apenas o necessário para que haja elevação do
tórax.
07. ESTADO DE CHOQUE

CONCEITO:
Grave diminuição do fluxo sangüíneo e oxigenação, de maneira que se torna insuficiente para
continuar irrigando os tecidos e órgãos vitais do corpo. Pode levar a vítima a morte se não
revertido.

CAUSAS:

• hemorragias e/ou fraturas graves


• dor intensa
• queimaduras graves
• esmagamentos ou amputações
• exposições prolongadas a frio ou calor extremos
• acidente por choque elétrico
• ferimentos extensos ou graves
• ataque cardíaco
• infecções graves
• intoxicações alimentares ou envenenamento.

SINAIS E SINTOMAS:

• Pele fria e pegajosa, com suor abundante


• Respiração rápida ,fraca e irregular
• Pulso rápido e fraco
• Diminuição da circulação e oxigenação nas extremidades, a pele apresenta-se
cianosada (roxa) nas mãos, pés e lábios
• Sensação de frio
• Agitação ou inconsciência
• Hipotensão arterial

ATENDIMENTO
1. Observar se não há objetos ou secreções na boca da vítima, de maneira que ela possa se
asfixiar com ele. Ex. bala, chiclete, prótese, etc.
2. Descobrir a causa do estado de choque (hemorragia interna, externa, queimadura, etc.)
3. Tentar eliminar a causa , ex.: estancar hemorragias.
4. Afrouxar as roupas, cintos.
5. Elevar os membros inferiores. Obs: se a vítima tiver suspeita de hemorragias no crânio ou
fratura nos membros inferiores não eleve-os.
6. Aquecer a vítima com um cobertor ou roupas, mantendo uma temperatura adequada, evite
abafá-la
7. Conversar com a vítima, se consciente.
8. Não dar líquidos para ela beber, pois vai interferir caso necessite de uma cirurgia e
também ela poderá se afogar, já que está com os reflexos diminuídos.
9. Mantê-la avaliada até a chegada do socorro médico
(avaliação primária e secundária).

Obs.: Se a vítima estiver vomitando sangue em jato, tem o risco de engolir este sangue
e ele pode ir para os pulmões. Proceda da seguinte maneira:

• não tendo suspeita de lesão da coluna cervical e a vítima podendo virar o pescoço para
o lado, mantenha-o lateralizado.
• na suspeita de lesão da coluna cervical, imobilize-a totalmente e vire-a (em bloco) para o
lado

08. QUEIMADURAS

Os mais comum acidente doméstico

Podem derivar de contatos com fogo, objetos quentes, água fervente ou vapor, com
substâncias químicas, irradiações solar ou com choque elétrico.

CONCEITO:
São lesões decorrentes da ação do calor sobre o organismo. Classificam-se em:

• Queimaduras de 1º grau - vermelhidão (lesões de camadas superficiais da pele)

• Queimaduras de 2º grau - vermelhidão e bolhas (lesões de camadas mais profundas


da pele)

• Queimaduras de 3º grau - destruição de tecidos


(lesões de todas as camadas da pele,
comprometimento dos tecidos mais profundos e
nervos)

QUEIMADURAS DE 1º, 2º, e 3º graus podem apresentar-se


no mesmo acidentado.
Avaliação da área queimada: use a "regra dos nove".

CONSIDERE:
• Pequeno queimado - menos de 10% da área corpórea
queimada.
• Grande queimado - mais de 10% da área queimada.
A GRAVIDADE DO CASO ESTÁ NA EXTENSÃO ATINGIDA E NÃO NO GRAU DE
QUEIMADURA. QUANTO MAIOR A ÁREA QUEIMADA, MAIS GRAVE O CASO!

O QUE NÃO FAZER

Não aplique ungüentos, graxas e outras substâncias.


Não retire corpos estranhos das lesões.
Não fure as bolhas existentes.
Não toque com as mãos a área queimada.
Não toque a área afetada.
Nunca fure as bolhas.
Não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em volta
da roupa que
está sobre a região afetada.
Não use manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro produto doméstico sobre a
queimadura.
Não cubra a queimadura com algodão.
Não use gelo ou água gelada para resfriar a região.

QUEIMADURAS QUÍMICAS - O QUE FAZER

Como as queimaduras químicas são sempre graves, retire as roupas da vítima


rapidamente, tendo o cuidado de não queimar as próprias mãos.
Lave o local com água corrente por 10 minutos (se forem os olhos, 15 minutos), enxugue
delicadamente e cubra com um curativo limpo e seco.
Procure ajuda médica imediata.

QUEIMADURAS SOLARES -
Refresque a pele com compressas frias.
Faça a pessoa ingerir bastante líquido, mantendo-a na sombra, em local fresco e
ventilado.
Procure ajuda médica.

QUEIMADURA NOS OLHOS:

Lave os olhos com bastante água, sem tocá-los com os dedos.


Cubra com gaze ou pano limpo.
Procure o médico imediatamente.

PROCEDIMENTOS GERAIS:
Prevenir o estado de choque.
Controlar a dor.
Evitar a contaminação.
Procurar o médico.
ATENDIMENTO:

Caso a vítima esteja pegando fogo, abafe-a com um cobertor.

Evite rolá-la, para não causar maiores lesões.

Retire a roupa que não estiver grudada. Caso esteja grudada, não retire, pois
ocasiona graves lesões.

Retire objetos que possam ser removidos, correntes, relógio, etc. Se estiverem
grudados, não retire.

Se a vítima entrar em Estado de Choque, siga as instruções do capítulo: Estado de


Choque.

Proteja-a com lençol úmido (molhe o lençol em água corrente).

Se a área atingida foi provocada por água fervente ou outros, lave em água corrente
abundantemente, pois alivia a dor.

Proteja com pano limpo molhado em água e encaminhe-a a um hospital ou aguarde


a chegada do socorro.

Não utilize nenhum tipo de pomada ou produtos caseiros na área afetada pela
queimadura, somente água.

Aguarde a chegada do socorro ou encaminhe a vítima até um hospital.

09. FERIMENTOS

CONCEITO:
É o rompimento da pele, podendo atingir camadas mais profundas do organismo,
órgãos, vasos sangüíneos e outras áreas. Pode ser provocado por vários fatores , dentre eles:
faca, arma de fogo, objetos perfuro-cortantes, arames, pregos, pedaços de metais, etc.

TIPOS:

A) Incisão: causada por faca, canivete, navalha, etc. Pode ser:


• Superficial - atinge a pele.
• Profunda - músculos, vasos e nervos.
A gravidade está na profundidade e não na extensão.

B) Perfuração: causada por objetos pontiagudos: pregos, espinhos, alfinetes, lascas de


madeira, etc.

C) Escoriação: superficial, esfoladura da pele.

D) Contusão: causada por pancadas sem corte. Golpes com martelo (hematoma = sangue
pisado).
ATENDIMENTO:

A) FERIMENTOS SUPERFICIAIS
1. Limpe com água e sabão.
2. Aplique um antiséptico (Povidine, Merthiolate, etc.).
3. Proteja com gaze ou pano limpo, fixando sem apertar.

Importante:
• Não retire farpas, vidros ou partículas de metal do ferimento.
• Não toque o ferimento com os dedos ou materiais sujos.
• Procure o médico.
• Previna-se contra o tétano.

B) FERIMENTOS PROFUNDOS
1. Coloque a vítima em repouso.
2. Proteja o ferimento com compressa ou pano limpo, fixando-o sem apertar.
3. Cubra com compressa úmida os órgãos abdominais, caso expostos.
4. Evite estado de choque, aja com rapidez.
5. Remova imediatamente para o hospital.

Importante:
• Não recoloque os órgãos abdominais no lugar.
• Não retire faca, punhal, etc. presos no organismo.
• Não aperte muito o curativo para não prejudicar os movimentos respiratórios.
• Não dê líquidos.

C) EM FERIMENTOS POR OBJETO ENCRAVADO:

1. Não retire objetos encravados, ( madeira, ferro, arame, vidros, galho, etc. ). A retirada
pode provocar lesões nos órgãos e graves hemorragias, pois libera o ponto de pressão
que está fazendo.
2. Proteja a área com pano limpo, sem retirar o objeto, fixando-o para evitar movimentação
durante o transporte.
3. Aguarde a chegada do socorro. Fique ao lado da vítima e conforte-a.

D) EM PERFURAÇÃO DE VÍSCERAS:

1. Não recoloque as vísceras para dentro da cavidade abdominal.


2. Coloque um pano limpo em cima.
3. Umedeça com água limpa para evitar a ressecação.
4. Aguarde a chegada do socorro.
E) CONTUSÃO
1. Repouse a área contundida.
2. Aplique saco de gelo ou compressa fria.
3. Após 24 horas aplique compressa ou saco de água quente.

10 – HEMORRAGIAS

Perda de sangue causada pelo rompimento de um vaso sanguíneo, véia ou artéria.

HEMORRAGIA ARTERIAL - sangue sai em golfadas (vermelho vivo).

HEMORRAGIA VENOSA - sai em fluxo contínuo (vermelho escuro).

HEMORRAGIA INTERNA –

O sangue não aparece. Lesão de órgãos internos. Apresenta pulso fraco, pele fria e
pálida, suor abundante, sede, tontura, calafrio (sinais de choque).
É a que ocorre internamente, ou seja, não se enxerga o sangue saindo para fora, é mais
difícil de identificar. Algumas vezes, pode exteriorizar-se, saindo sangue em golfadas pela
boca da vítima.
Podemos suspeitar de hemorragia interna através do Estado de Choque, no caso de um
acident

HEMORRAGIA EXTERNA

É aquela que é visível, sendo portanto mais fácil identificar. Se não for prestado
atendimento, pode levar ao Estado de Choque. A hemorragia pode ser arterial ou venosa. Na
Arterial, a saída de sangue acompanha os batimentos cardíacos. Na Venosa, o sangue sai
contínuo.

ATENDIMENTO PARA HEMORRAGIA EXTERNA:

1. Proteger-se com luvas (sempre que em contato com sangue ou fluidos corpóreos).
2. Iidentificar o local exato da hemorragia, o sangue espalha-se e podemos estar
realizando atendimento no local errado.
3. Colocar um pano limpo dobrado, no local do ferimento que ocasiona a hemorragia.
4. Colocar a atadura em volta ou fazer uma atadura improvisada, com tiras largas ou
cintos. Não utilizar objetos que possam causar dificuldade circulatória (arames,
barbante, fios, etc.). Faça um curativo compressivo, sem prejudicar a circulação daquele
membro.
5. Se a hemorragia for em braço ou perna, eleve o membro, só não o faça se houver
fraturas.
6. Dobre o joelho, se o ferimento for na perna, e o cotovelo, se for no braço.
7. Pressione a área com os seus dedos ponto de pressão) para auxiliar a estancar a
hemorragia.
8. Caso o sangue continue saindo mesmo após a realização do curativo compressivo, não
retire os panos molhados de sangue. Coloque outro pano limpo em cima e uma nova
atadura, evitando com isso, interferir no processo de coagulação.
9. Evite usar torniquete, pois ele pode levar a amputação cirúrgica de membro se não for
afrouxado corretamente e no tempo certo.
10. Se a hemorragia for abundante, pegue uma camisa ou um cinto, coloque um pouco
acima da hemorragia e de um nó e puxe, fique segurando firme, isso vai diminuir a
chegada de sangue ao local. Esse método é para substituir o torniquete, e não causa
lesões circulatórias, pois cada vez que o socorrista cansar e tiver que "tomar fôlego", vai
diminuir a pressão e aquela área será irrigada com sangue arterial.

HEMORRAGIAS GRAVES

ATENDIMENTO

1. Braço ou perna amputados, esmagados ou dilacerados. Aplique o torniquete.


2. Use tira de pano resistente (lenço, gravata, fralda).
3. Coloque uma compressa sobre o trajeto do vaso que sangra.
4. Coloque a tira ao redor do braço ou perna, acima do ferimento.
5. Dê um meio-nó colocando um pedaço de madeira.
6. Dê um nó completo sobre a madeira e torça até parar de sangrar.
7. Fixe o pedaço de madeira.
8. Marque na testa da vítima a hora da aplicação do torniquete.
9. Desaperte gradualmente a cada 10 a 15 minutos ou se observar os dedos frios ou
arroxeados.
10. Conserve-a frouxo quando cessar a hemorragia. Reaperte-o se necessário.
11. Remova para o hospital.
12. Não use arame ou barbante para fazer o torniquete porque podem ferir a pele.
13. Não cubra o torniquete.
14. Não dê líquidos se estiver inconsciente.
15. Nunca dê bebidas alcoólicas.

ATENDIMENTO PARA HEMORRAGIA INTERNA

1. Mantenha o paciente deitado.


2. Aplique gelo ou compressa gelada no ponto em que a vítima foi atingida.
3. Previna o estado de choque.

HEMORRAGIA DO PULMÃO

MANIFESTAÇÕES: Acesso de tosse, eliminação pela boca, em golfadas, de sangue vermelho


rutilante e espumoso.

ATENDIMENTO
1. Coloque a vítima em repouso e recostada.
2. Acalme-a, não a deixe falar.
3. Procure o médico imediatamente.

HEMORRAGIA NASAL

ATENDIMENTO

1. Sente o paciente com a cabeça para trás.


2. Aperte a narina que sangra durante 5 minutos.
3. Aplique compressa gelada ou saco de gelo sobre o nariz.
HEMORRAGIA NO ESTÔMAGO

MANIFESTAÇÕES: Enjôo, náusea, vômito com sangue tipo "borra de café", palidez.

ATENDIMENTO
1. Deite o paciente de costas.
2. Aplique saco de gelo ou compressa gelada sobre o estômago.
3. Remova imediatamente para o hospital.

Importante:
• Não dê nada pela boca.

11 - ACIDENTES PROVOCADOS PELO CALOR

INSOLAÇÃO: Causada pela exposição direta do organismo aos raios solares.

INTERMAÇÃO: Causada pelo excessivo calor em locais úmidos e não arejados.

MANIFESTAÇÕES:
• Falta de ar.
• Temperatura corporal elevada.
• Dor de cabeça.
• Enjôo.
• Tonteira, pele quente e avermelhada.
• Pulso rápido.
• A vítima cai desmaiada.

ATENDIMENTO

1. Remova a vítima para lugar fresco e arejado.


2. Tire suas roupas, colocando-a deitada com a cabeça elevada.
3. Aplique compressa gelada, saco de gelo ou banho frio.
4. Envolva a cabeça em toalhas embebidas em água fria, renovando com frequência.
5. Coloque-a sob ventiladores ou ambiente refrigerado.
6. Baixar a temperatura do corpo de modo progressivo é uma das principais medidas de
socorro.

12 - DESMAIO

É a perda momentânea da consciência devido a diminuição da circulação e oxigenação


cerebral.

CAUSAS: Emoções súbitas, fadiga, choque, local mal ventilado, fome, Fome,Insolação,
Inadequado recebimento de circulação e oxigênio no cérebro, Dor intensa, etc.
MANIFESTAÇÕES: Palidez, transpiração abundante, visão nublada, tonteira, pulso fraco e
rápido, Perda dos sentidos

ATENDIMENTO:

1. Arejar o ambiente, ou transportar a vítima para um local


com melhor ventilação.
2. Elevar os membros inferiores, com uma mochila, roupas,
etc. com isso, o sangue circula em maior quantidade no
cérebro e nos órgãos nobres.
3. Virar a cabeça para o lado, evitando que a vítima venha a
vomitar e possa se asfixiar.
4. Afrouxar a roupa, para uma melhor circulação.
5. Após o desmaio ter passado, não dê água imediatamente, para evitar que a vítima se
afogue, pois ainda não está com seus reflexos recuperados totalmente.
6. O mesmo em relação a deixá-la caminhar sozinha imediatamente após o desmaio.
Faça-a sentar e respirar fundo, após auxilie-a a dar uma volta, respirando fundo e
devagar.
7. Com isso, o organismo se readapta a posição vertical e evita que ela possa desmaiar
novamente, o que pode ocorrer se ela levantar bruscamente.
8. Após esses procedimentos, pode dar água a vítima.

SE AINDA NÃO HOUVE O DESMAIO:


Quando a vítima está prestes a desmaiar, faz-se outro procedimento:

• Sentar a vítima numa cadeira, fazer com que ela coloque a


cabeça entre as coxas e o socorrista faça pressão na nuca
para baixo, ( com a palma da mão), enquanto ela força a
cabeça para cima por alguns segundos. Esse movimento fará
com que aumente a quantidade de sangue e oxigênio no
cérebro.
• Realize esse procedimento umas 3 vezes, evitando com isso
o acumulo desnecessário de sangue e oxigênio no cérebro.

PREVINA-SE DO DESMAIO:

• Baixe imediatamente a cabeça, ou sente-se numa cadeira.


• Curve-se para a frente com a cabeça entre as pernas, mais baixa que os joelhos, e
respire profundamente.

13 - CONVULSÃO

CONCEITO

Distúrbio que ocorre no cérebro, podendo ocasionar contrações involuntárias da


musculatura, provocando movimentos desordenados e em geral, perda da consciência.
CAUSAS

• acidentes com traumatismo de crânio


• febre alta
• epilepsia
• alcoolismo
• drogas
• determinados medicamentos
• tumores cerebrais
• toxoplasmose
• lesões neurológicas
• choque elétrico
• origem desconhecida
• outras causas

SINAIS E SINTOMAS

• Agitação psicomotora
• Espasmos musculares (contrações) ou não
• Salivação intensa ("bába")
• Perda dos sentidos
• Relaxamento dos esfíncteres, podendo urinar e evacuar, durante a convulsão.

ATENDIMENTO:

1. Afastar objetos do chão que possam causar lesões ou fraturas


2. Afastar os curiosos, dar espaço para a vítima
3. Proteger a cabeça da vítima com a mão, roupa, travesseiro, etc,
4. Lateralizar a cabeça para que a saliva escorra , evitando com isso que venha a se
afogar
5. Não imobilizar membros (braços e pernas), deixá-los livres
6. Afrouxar roupas
7. Observar se a respiração está adequada, se não há obstrução das vias aéreas
8. Não tracionar a língua ou colocar objetos na boca para segurar a língua (tipo colher,
caneta, madeira, dedos, etc.)
9. Ao lateralizar a cabeça, a língua lateralizou-se também, liberando a passagem do ar.
10. Limpar as secreções salivares, com um pano ou papel, para facilitar a respiração
11. Após passar a convulsão, se a vítima quiser dormir, deixe-a descansar, enquanto
aguarda o socorro.
12. Não medique a vítima, mesmo que ela tenha os medicamentos. Os reflexos não estão
totalmente recuperados, e ela pode se afogar ao engolir o comprimido e a água.
13. Se a convulsão for provocada por febre alta (geralmente em crianças), atenda da
mesma maneira como descrito no atendimento e dê-lhe um banho com água morna de
chuveiro, vista-a com roupas leves e providencie a atendimento médico.

Se a convulsão for provocada por acidente ou atropelamento, não retire-a do local,


atenda-a e aguarde a chegada do socorro médico. É grave e tem risco de vida, se for
transportada inadequadamente, pode morrer.

Estado Pós-Convulsivo:
É o que ocorre após a convulsão. A vítima pode apresentar algum destes sintomas:
• sono
• dificuldade para falar
• palavras sem nexo
• sair caminhando sem direção, etc.
• Não deixe a vítima sozinha nesta fase, pois ela pode atravessar a rua e ser atropelada.

Importante
• Não jogue água sobre a vítima.
• Não dê tapas.
• Não tenha receio: a saliva de um epiléptico não transmite a doença.

14 - ENVENENAMENTO

Medicamentos, plantas, produtos químicos e substâncias corrosivas são os principais


causadores de envenenamentos ou intoxicação, especificamente em crianças
• Na primeira infância, assume destaque o envenenamento por produtos de uso domiciliar
e pesticidas, como querosene, água sanitária, naftalina, venenos para insetos.
• Na idade pré-escolar e escolar, é comum o envenenamento por plantas, como pinhão-
paraguaio, comigo-ninguém-pode, mamona e outras.

CAUSAS: As causas são variadas. As mais comuns são por uso de medicamentos, ocorrendo
em todas as idades.

MANIFESTAÇÕES: Depende do que foi ingerido, inalado ou do contato com a pele, bem como
da quantidade. Os sinais e sintomas mais comuns são queimaduras nos lábios e na boca, hálito
com cheiro da substância ingerida, vômitos, alteração da pulsação, perda de consciência,
convulsões e, eventualmente, parada cárdio-respiratória.

ATENDIMENTO:

1. Identifique o veneno ingerido e a quantidade.


2. Verifique no rótulo se a substância é corrosiva ou cáustica e a recomendação do
antídoto.
3. Induza vômitos nas primeiras 2 a 4 horas após a ingestão, para substâncias não-
corrosivas.
4. Se a vítima estiver consciente, induza vômitos se o agente tóxico for medicamentos,
plantas, comida estragada, álcool, bebidas alcoólicas, cosméticos, tinta, fósforo,
naftalina, veneno para ratos ou água oxigenada.

Observação: a indução ao vômito é feita através da ingestão de uma colher de sopa de xarope
de Ipeca e um copo de água, ou estimulando a garganta com o dedo.
Se a pessoa estiver inconsciente ou tendo convulsões, não induza ao vômito. Aplique, se
necessário, a respiração cárdio-pulmonar e procure socorro médico imediato.

ATENÇÃO: Não provoque vômitos em envenenamento por:


• derivados de petróleo;
• cáusticos e corrosivos.
• Se a vítima estiver inconsciente, com crises convulsivas ou com agitação intensa,
remova para o serviço médico mais próximo.
PREVINA-SE: Mantenha medicamentos e materiais de limpeza fora do alcance das crianças.

15 - AFOGAMENTO

AFOGAMENTO:

Afogar-se não é risco exclusivo dos que não sabem nadar. Muitas vezes até um bom nadador
se vê em apuros por algum problema imprevisto: uma cãibra, um mau jeito, uma onda mais
forte. Outras vezes a causa é mesmo a imprudência de quem se lança na água sem saber
nadar. E pode ocorrer, ainda, uma inundação ou enchente, daí surgindo vítimas de afogamento.

Afogamento é um acidente de asfixia, por imersão prolongada em um meio liquido com


inundação e enxarcamento alveolar. O termo asfixia, indica concomitância de um baixo nível de
oxigênio e um excesso de gás carbônico no organismo. Classificação e sintomas do grau de
afogamento:

Grau I ou Benigno: É o chamado afobado. É aquele que entra em pânico dentro d'água, ao
menor indicio de se afogar. Esse afogado, muitas das vezes, não chega a aspirar a água,
apenas apresenta-se: Nervoso, Cefaléia (dor de cabeça), Pulso rápido, Náuseas/vômitos,
Pálido , Respiração e Trêmulo. Primeiros Socorros: Muitas das vezes, o afogado é retirado da
água, não apresentando queixas. Neste caso, a única providência é registrá-lo e orientá-lo. O
Repouso e o Aquecimento.

Grau II ou Moderado: Neste caso já são notadas sinais de agressão respiratória e por vez,
repercussão no Aparelho Cárdio Circulatório, mas consciência mantida, os sintomas são:
Ligeira Cianose, Secreção Nasal e Bucal com pouca espuma , Pulso Rápido, Palidez,
Náuseas/vômitos, Tremores, Cefaléia. Primeiros Socorros: Repouso, Aquecimento, Oxigênio
e observação no CRA.

Grau III ou Grave: Neste caso o afogado apresenta os seguintes sintomas: Cianose, Ausento
de secreção Nasal e Bucal, Dificuldade Respiratória, Alteração Cardíaca, Edema Agudo do
Pulmão, Sofrimento do Sistema Nervoso Central. Primeiros Socorros: Deitar a vítima em
decúbito dorsal e em declive. Aquecimento, Hiper - estender o pescoço, Limpar secreção Nasal
e Bucal, Providenciar remoção para CRA.

Existem dois tipos de materiais que servem para auxiliar a retirar da água uma vítima de
afogamento:
• materiais nos quais a vítima pode agarrar-se para ser resgatada: cordas,
pedaços de pau, remo, etc.;
• materiais que permitem que a vítima flutue até chegar o salvamento: barcos,
pranchas, bóias, etc.

ATENDIMENTO:

Evidentemente ninguém irá atirar-se à água ao primeiro grito de socorro que ouvir. Você deve
proceder de modo exposto a seguir.

Providencie uma corda, barco, bóia ou outro material que possa chegar até a vítima.
1. Caso não disponha de nada disso, parta para outras alternativas. Se souber nadar bem,
procure prestar socorro adequadamente. Verifique a existência ou não de correnteza ou
de água agitadas.

2. Certifique-se do estado da vítima: se está imóvel ou debatendo-se. Mesmo os melhores


nadadores encontrarão dificuldades em nadar contra uma correntezas e águas agitadas e
qual a melhor maneira de chegar até a vítima.

3. Uma vítima de afogamento pode estar desacordada quando o salvamento chegar. Se não
estiver inconsciente e desacordada, certamente estará em pânico e terá grande
dificuldades de raciocinar.

4. Procure segurá-la por trás, de forma qual a mesma não possa se agarrar a você e impedi-
lo de nadar.

5. Quando você chegar à margem com a vítima, seu trabalho de salvamento ainda não terá
terminado. Caso o afogado esteja consciente e só tenha engolido um pouco de água,
basta confortá-lo e tranquilizá-lo. Se estiver sentindo frio, procure aquecê-lo.

6. Em qualquer circunstância, é aconselhável encaminhá-lo a Socorro médico.

7. Se a vítima, no entanto, estiver inconsciente, é muito provável que apresente a pele


arroxeada, fria e ausência de respiração e pulso. Nesses casos, a reanimação tem de ser
rápida e eficiente , e pode começar a ser feita enquanto você estiver retirando a vítima da
água. Vire-a e passe a aplicar-lhe a respiração boca-a-boca. Se necessário, faça também
massagem cardíaca. Assim que a vítima estiver melhor e consciente, providencie sua
remoção para um hospital.

16 - CHOQUE ELÉTRICO

O choque elétrico, geralmente causado por altas descargas, é sempre grave, podendo causar
distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à parada cárdio-respiratória.
Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de queimaduras (geralmente de 3º grau) - a de
entrada e de saída da corrente elétrica. A vítima pode ficar "presa" ao condutor elétrico ou ser
projetada a distância.

ATENDIMENTO:

1. Afaste imediatamente a vítima do contato com a corrente elétrica, usando os seguintes


recursos:
• Desligue imediatamente o interruptor ou chave elétrica, se possível.
• Afaste o fio condutor elétrico da vítima com o auxílio de material bem seco: cabo
de vassoura, pano, jornal dobrado, corda,

2. Empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto seco, não-condutor de
corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca, cadeira de madeira ou bastão de
borracha.

3. Inicie respiração de socorro após livrá-la do contato com a corrente.


5. Se houver parada cárdio-respiratória, aplique a ressucitação.

6. Cubra as queimaduras com uma gaze ou com um pano bem limpo.

6. Se a pessoa estiver consciente, deite-a de costas, com as pernas elevadas. Se estiver


inconsciente, deite-a de lado.

7. Se necessário, cubra a pessoa com um cobertor e mantenha-a calma.

8. Procure ajuda médica imediata.

Importante:
• Não toque na vítima até que esteja separada da corrente.

17 - CORPOS ESTRANHOS

Pequenas partículas de poeira, areia, limalha, grãos diversos, sementes ou pequenos insetos
podem penetrar nos olhos, nariz ou ouvidos.

Crianças pequenas podem, acidentalmente, introduzir objetos nas cavidades do corpo, em


especial no nariz, boca e ouvidos. Estes objetos são, na maioria das vezes, peças de
brinquedos, sementes, moedas, bolinhas de papel e grampos. Se houver asfixia, a vítima
apresentará pele azulada e respiração difícil ou ausente.

ATENDIMENTO:

A) NARIZ

1. Comprima com os dedos a narina não obstruída.


2. Faça a vítima expulsar o ar pela narina em que se encontra o corpo estranho, mantendo
a boca fechada.
3. Não deixe a vítima assoar-se com violência.
4. Não introduza instrumentos na narina (pinças, grampos, arames, etc.).
5. Se o corpo estranho não sair, procure o médico.

B) OLHOS

1. Faça a vítima fechar os olhos para que as lágrimas lavem e removam o corpo estranho.
2. Não deixe a vítima esfregar ou apertar os olhos, pingue algumas gotas de soro
fisiológico ou de água morna no olho atingido.
3. Pegue a pálpebra superior e puxe para baixo sobre a inferior, descolando a partícula.
4. Retire o corpo estranho com cuidado, tocando-o de leve com a ponta úmida de um lenço
ou algodão.
5. Não retire o cisco se estiver sobre o globo ocular e/ou encravado no olho
6. Se isso não resolver, cubra os 2 olhos com compressas de gaze, sem apertar, e procure
um médico.
7. Se o objeto estiver cravado no olho, não tente retirá-lo, cubra-os e procure ajuda médica.
8. Se não for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone de papel grosso (por
exemplo, um copo) e procure ajuda médica imediata.
C) OUVIDO
Penetração de pequenos insetos:
1. Pingue algumas gotas de óleo mineral ou azeite no ouvido, para imobilizar e matar o
inseto.
2. Mantenha a vítima deitada de lado, com o ouvido afetado para cima,por 5 a 10 minutos.
3. Mude de posição para facilitar o escoamento do óleo com o inseto morto.
4. Não remova o corpo estranho com pinça, arame, palito ou qualquer instrumento.
5. Se não sair com facilidade, procure o médico.

D) GARGANTA
Faça a vítima tossir com força para desalojar o corpo estranho.
Importante: Se não conseguir tossir com força, falar ou chorar, é sinal de que o objeto está
causando asfixia.

18 - ASFIXIA

Obstrução das vias aéreas, causando dificuldade ou supressão da respiração.

ATENDIMENTO:

Aplique a chamada "manobra de Heimlich". Fique de pé ao lado e ligeiramente atrás


da vítima.

A cabeça da pessoa deve estar mais baixa que o peito. Em seguida, dê 4 pancadas
fortes no meio das costas, rapidamente com a mão fechada. A sua outra mão deve
apoiar o peito do paciente.

Se o paciente continuar asfixiado, fique de pé, atrás, com seus braços ao redor da
cintura da pessoa. Coloque a sua mão fechada com o polegar para dentro, contra o
abdômen da vítima, ligeiramente acima do umbigo e abaixo do limite das costelas.
Agarre firmemente o pulso com a outra mão e exerça um rápido puxão para cima.
Repita, se necessário, 4 vezes numa seqüência rápida.

Se a vítima for um bebê ou criança pequena, deite-a de bruços apoiando no seu braço. Dê 4
pancadas fortes, mas sem machucá-lo.

Mantenha o bebê apoiado no seu braço, virado de costas, com a cabeça mais baixa que o resto
do corpo, e apóie 2 ou 3 dedos no seu abdômen, ligeiramente acima do umbigo e abaixo da
caixa torácica. Pressione as pontas dos dedos com um ligeiro alongamento ascendente. Se
necessário, repetir 4 vezes.

Remova para o hospital mais próximo.

19 - MORDIDAS E PICADAS DE ANIMAIS

Aproximadamente 1% das picadas de cobras venenosas são fatais quando a vítima não é
socorrida a tempo. Mesmo que seja impossível reconhecer a cobra que causou o acidente, é
necessário procurar hospital, enquanto mantém-se a vítima deitada e calma.
1. Ofidismo
1.1. Como prevenir acidentes
a) o uso de botas de cano alto ou perneira de couro,
botinas e sapatos evita cerca de 80% dos acidentes;
b) cerca de 15% das picadas atinge mãos ou
antebraços. Usar luvas de aparas de couro para manipular
folhas secas, montes de lixo, lenha, palhas, etc. Não colocar
as mãos em buracos;
c) cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros
e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas
de feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros;
d) onde há rato há cobra. limpar paióis e terreiros, não
deixar amontoar lixo. Fechar buracos de muros e frestas de
portas;
e) evitar acúmulo de lixo ou entulho, de pedras, tijolos,
telhas, madeiras, bem como mato alto ao redor das casas,
que atraem e abrigam pequenos animais que servem de
alimentos às serpentes.

Crotalus durissus. (Foto G. Puorto) b) Distribuição da espécie no Brasil.

1.2. Primeiros socorros

- lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão;


- manter o paciente deitado;
- manter o paciente hidratado;
- procurar o serviço médico mais próximo;
- se possível, levar o animal para identificação.

Não fazer
.não fazer torniquete ou garrote;
.não cortar o local da picada;
.não perfurar ao redor do local da picada;
.não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes;
.não oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos.

2. Aracnídeos (escorpiões e aranhas)

2.1. Como prevenir acidentes

a) manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de


entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de
construção nas proximidades das casas;

b) evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras,


arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das
casas.Manter a grama aparada;

c) limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois
metros junto das casas.
d) sacudir roupas e sapatos antes de usá-los pois as aranhas e escorpiões podem se esconder
neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo;

e) não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. É comum a presença de
escorpiões sob dormentes da linha férrea; O uso de calçados e de luvas de raspas de couro
pode evitar acidentes;

g) como muitos destes animais apresentam hábitos


noturnos, a entrada nas casas pode ser evitada vedando-se
as soleiras das portas e janelas quando começar a
escurecer;

h) usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;

I) combater a proliferação de insetos, para evitar o


aparecimento das aranhas que deles se alimentam;

j) vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, consertar
rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas, colocar telas nas janelas;

l) fastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem
no chão. Não pendurar roupas nas paredes; examinar roupas principalmente camisas, blusas e
calças antes de vestir. Inspecionar sapatos e tênis antes de usá-Ios;

m) acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser
mantidos fechados, para evitar baratas, moscas ou outros insetos de que se alimentam os
escorpiões;

n) preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: aves de hábitos noturnos ( coruja,


joão-bobo) , lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos, coatis, etc. (na zona rural) .

2.2. Primeiros socorros

.lavar o local da picada;

.usar compressas mornas ajudam no alívio da dor;

.procurar o serviço médico mais próximo;

.se possível, levar o animal para identificação.

3. Abelhas e vespas

3.1. Como prevenir acidentes

a) a remoção das colônias de abelhas e vespas


situadas em lugares públicos ou residências
deve ser efetuada por profissionais
devidamente treinados e equipados;

b) evitar aproximação de colméias de abelhas


africanizadasApis mellifera sem estar com vestuário e equipamento adequados (macacão,
luvas, máscara, botas, fumigador, etc.);

c) evitar a aproximação dos ninhos quando as vespas estiverem em intensa atividade, cujo o
pico é atingido geralmente entre 10 e 12 horas;

c) evitar caminhar e correr na rota de vôo percorrida pelas vespas e abelhas;

d) evitar aproximar o rosto de determinados ninhos de vespas pois algumas esguicham o


veneno no rosto do operador, podendo provocar sérias reações nos olhos;

e) evitar a aproximação dos locais onde as vespas estejam coletando materiais: hortaliças e
outras plantações, onde procuram por lagartas e outros insetos para alimentar sua prole; flores
(coleta de néctar); galhos, troncos e folhas (coletam fibras para construir ninhos de celulose);
locais onde haja água principalmente em dias quentes, outras fontes de proteína animal e
carboidratos tais como frutas caídas, caldo de cana-de-açúcar (carrinhos de garapeiros),
pedaços de carne e lixo doméstico;

f) barulhos, perfumes fortes, desodorantes, o próprio suor do corpo e cores escuras


(principalmente preta e azul-marinho) desencadeiam o comportamento agressivo e
conseqlientemente o ataque de vespas e abelhas.

3.2. Primeiros socorros .

1. .em caso de acidente, provocado por múltiplas picadas de abelhas ou vespas, levar o
acidentado rapidamente ao hospital e alguns dos insetos que provocaram o acidente;
2. .a remoção dos ferrões pode ser feita raspando-se com lâminas, evitando-se retirá-Ios com
pinças, pois provocam a compressão dos reservatórios de veneno, o que resulta na inoculação
do veneno ainda existente no ferrão.

4. Lepidópteros: Insetos – lagartas, mariposas, taturanas

Os acidentes causados por insetos pertencentes à ordem Lepidóptera, tanto na forma


larvária como na adulta, dividem-se em:

1.1. Dermatite urticante

a) causada por contato com lagartas urticantes de vários gêneros de lepidópteros;


b) provocada pelo contato com cerdas da mariposa Hylesia sp.

1.2. Periartrite falangeana por pararama

1.3. Síndrome hemorrágica por Lonomia sp

Os acidentes por lepidópteros têm sido, de modo geral, subnotificados, o que dificulta seu
real dimensionamento. A Ordem Lepidóptera conta com mais de 150.000 espécies, sendo que
somente algumas são de interesse médico no Brasil.

A quase totalidade dos acidentes com lepidópteros decorre do contato com lagartas,
recebendo esse tipo de acidente a denominação de erucismo (erucae = larva) , onde a lagarta
é também conhecida por taturana ou tatarana, denominação tupi que significa semelhante a
fogo (tata = fogo, rana = semelhante).
As principais famílias de lepidópteros causadoras de erucismo são Megalopygidae,
Saturniidae e Arctiidae.

Família megalopygidae

Os megalopigídeos são popularmente conhecidos por


sauí, lagarta-de-fogo, chapéu-armado, taturana-gatinho,
taturana-de-flanela. .
Apresentam dois tipos de cerdas: as verdadeiras, que
são pontiagudas contendo as glândulas basais de
veneno; e cerdas mais longas, coloridas e inofensivas.

Megalopygidae -Poda/ia sp (Foto: R. Moraes)

Família saturniidae
Nesta família se incluem as lagartas do gênero
Lonomia sp, causadoras de síndrome hemorrágica,
popularmente conhecidas por orugas ou rugas (Sul do
Brasil) , beijus-de-tapuru-de-seringueira "
As lagartas de satunúdeos apresentam "espinhos"
ramificados e pontiagudos de aspecto arbóreo, de
veneno nos ápices.
Apresentam tonalidades esverdeadas, exibindo no
dorso e laterais, manchas e listras. Muitas vezes
mimetizam as plantas que habitam.
Saturnídeo -Automeris sp. (Foto: R. Moraes)

Família arctiidae

Nesta família se incluem as lagartas premolis semirufa,


causadoras de pararamose

1.1. a) Dermatite urticante causada por contato com lagartas de vários gêneros

Acidente extremamente comum em todo o Brasil, resulta do contato da pele com lagartas
urticantes sendo, em geral, de curso agudo e evolução benigna. Fazem exceção os acidentes
com Lonomia sp. Não se conhece exatamente como agem os venenos.das lagartas.

Sinais e Sintomas
As manifestações são predominantemente do tipo
dermatológico, dependendo da intensidade e extensão do
contato.
Inicialmente, há dor local intensa, edema, eritema e,
eventualmente, prurido local. Existe infartamento ganglionar
regional característico e doloroso. Nas primeiras 24 horas, a
lesão pode evoluir com vesiculação e, mais raramente, com
formação de bolhas e necrose na área do contato. Acidente
com lagarta na mão e tronco: edema, eritema nas áreas de
contato.

Por causa da possibilidade de se tratar de acidente hemorrágico


por Lonomia sp, todo o paciente que não trouxer a lagarta para
identificação deve ser orientado para retomo, no caso de
apresentar sangramentos até 48 horas após o contato.
: Acidente com lagarta na mão e tronco
Edema, eritema nas áreas de contato. (Foto: Acervo HVB/IB)

1.1. b)Dermatite urticante provocada por contato com mariposa Hylesia sp

Fêmeas de mariposas de Hylesia sp têm causado surtos de dermatite papulopruriginosa. As


mariposas, atraídas pela luz, invadem os domicílios e, ao se debaterem, liberam no ambiente as
espículas que, atingindo a superfície cutânea, podem causar quadros de dermatite aguda.
O contato com cerdas tóxicas de mariposas do gênero Hylesia ocasionou surtos de dermatite
urticante inicialmente descritos no estado do Amapá.

Além do trauma mecânico provocado pela introdução das espículas, postula-se a presença de
fatores tóxicos que, até agora, praticamente não foram estudados.

Sinais e Sintomas

Lesões papulopruriginosas acometendo áreas expostas da


pele são observadas cerca de poucas horas após o contato
com as cerdas, acompanhadas de intenso prurido. As
lesões evoluem para cura em períodos variáveis de sete a
14 dias após o início dos primeiros sintomas.

Acidente por Hylesia sp: lesões pápulo-pruriginosas


extensas por contato há sete dias. (Foto: Acervo HVB/IB)

1.2. Periartrite falangiana por contato com pararama

A pararamose ou reumatismo dos seringueiros é uma forma


de erucismo que ocorre em seringais cultivados. É causada pela
larva da mariposa Premolis semirufa, vulgarmente chamada
pararama.
Os acidentes com a pararama, até o presente, parecem restritos à Amazônia, mais
particularmente aos seringais cultivados no estado do Pará. Ocorrem durante todo o ano, com
discreta redução nos meses de novembro a janeiro, época menos favorável à extração do látex.

As vítimas, em quase sua totalidade, são homens que se acidentarn durante o trabalho de
coleta da seiva das seringueiras. Mais de 90% dos acidentes comprometem as mãos, sendo a
direita a mais atingida. O dedo médio é o mais lesado e a terceira articulação interfalangeana a
mais comprometida.

Diferindo do modelo usual de acidente agudo e transitório, a pararama determina, em


alguns indivíduos, lesões crônicas que comprometem as articulações falangeanas, levando a
deformidades com incapacidade funcional.

Sinais e Sintomas

Os sintomas imediatos caracterizam-se por prurido, dor e sensação de queimadura,


seguidos de rubor e tumefação. Este quadro poderá perdurar por horas ou poucos dias,
regredindo no curso de uma semana, na maioria dos casos.

Para alguns acidentados, persiste o edema na área lesada, habitualmente a face dorsal
dos dedos, que progride a ponto de provocar tumefação das articulações interfalangeanas. Há
limitação transitória dos movimentos articulares dos dedos comprometidos, com incapacitação
funcional temporária na maioria dos acidentados. Nesse limitado grupo de indivíduos, ao edema
crônico segue-se fibrose periarticular que imobiliza progressivamente a articulação atingida,
levando ao quadro final de anquilose, com deformações que simulam a artrite reumatóide

1.3. Síndrome hemorrágica por contato com Lonomia

o contato com lagartas do gênero Lonomia sp pode desencadear síndrome hemorrágica


que, nos últimos anos, vem adquirindo significativa importância médica em virtude da gravidade
e da expansão dos casos.

o mecanismo pelo qual a toxina da Lonomia sp induz à síndrome hemorrágica não está
esclarecido.
Algumas frações do veneno foram isoladas, tais como fosfolipase, substância caseinolítica
e ativadora de complemento, não se conhecendo exatamente o seu papel no envenenamento
humano.
Verifica-se hipofibrinogenemia atribuída a uma atividade fibrinolítica intensa e persistente,
associada a uma ação pró-coagulante moderada. A ação do veneno parece também estar
associada à diminuição dos níveis de fator XIII, responsável pela estabilização da fibrina e
controle da fibrinólise.Não se observa alteração nas plaquetas.

Sinais e Sintomas

Constitui a forma mais grave do erucismo.


Além do quadro local de dermatite urticante, presente
imediatamente após o contato, manifestações gerais e inespecíficas
podem surgir mais tardiamente, tais como: cefaléia holocraniana, mal-
estar geral, náuseas e vômitos, ansiedade, mialgias e, em menor
freqiiência, dores abdominais, hipotermia, hipotensão.
Após um período que pode variar de uma até 48 horas, instala-se
um quadro de discrasia sangUínea, acompanhado ou não de
manifestações hemorrágicas que costumam aparecer oito a 72 horas
após o contato.
← Equimoses podem ser encontradas podendo chegar a sufusões
hemorrágicas extensas, hematomas de aparecimento espontâneo ou
provocados por trauma ou em lesões cicatrizadas, hemorragias de
cavidades mucosas (gengivorragia, epistaxe, hematêmese,
enterorragia), hematúria macroscópica, sangramentos em feridas
recentes, hemorragias intra-articulares, abdominais (intra e
extraperitoniais) , pulmonares, glandulares ( tireóide, glândulas
salivares) e hemorragia intraparenquimatosa cerebral.
Hematúria macroscópica (Foto: A. Duarte)

4.1. Como prevenir acidentes

4.1. 1. Hylesia

Afastar-se de luminárias, principalmente com lâmpadas de mercúrio


e fluorescente, quando ocorrer surtos deHylesia.

Nestas ocasiões a troca das roupas de cama, antes de dormir, faz-se


necessária, bem como a limpeza de móveis por meio de pano úmido,
retirando-se, dessa forma, as inúmeras e microscópicas cerdas.

4.1.2. Pararama

a) para os trabalhadores em seringais é indicado o uso de luvas.

4.1.3. Lonomia
a) os acidentes ocorrem geralmente na manipulação de
troncos de árvores frutíferas e jardinagem (seringueiras,
araticuns, cedro, figueiras-do-mato, ipês, pessegueiros,
abacateiros, ameixeiras, etc.) .Verificar previamente a
presença de folhas roídas na copa, casulos e fezes de
lagartas no solo com seu aspecto típico, semelhante a
grãos dessecados de pimenta-do-reino.
Saturnídeo -Lonomía oblíqua. (Foto: R. Moraes)

b) observar, durante o dia, os troncos das árvores,


locais onde as larvas poderão estar agrupadas. À noite, as
taturanas dirigem-se para as copas das árvores para se
alimentarem das folhas

c) usar luvas de borracha, especialmente as pessoas


que têm contato frequente com as plantas.
ATENDIMENTO
• .lavar imediatamente a área afetada com água e sabão;
• .usar compressas com gelo ou água gelada que auxiliam no alívio da dor;
• .procurar o serviço médico mais próximo;
• .se possível, levar o animal para identificação.

4.4. Coleópteros - Besouros

A compressão ou atrito destes besouros sobre a pele determina um quadro dermatológico,


decorrente da liberação, por parte do inseto, de substâncias tóxicas de efeito cáustico e
vesicante.
O contato ocorre, muitas vezes, nas proximidades de luz artificial para a qual são fortemente
atraídos. São descritas em tomo de 600 espécies no mundo, sendo mais de 48 sul-americanas.
Já foram registrados surtos epidêmicos.
Paederus sp (potó). (Foto: R. Moraes)
No Brasil, são descritos os acidentes por besouros do gênero
Paederus ( Coleoptera, Staphylinidae) nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste e pelo gênero Epicauta (Coleoptera,
Meloidae) no estado de São Paulo.

O gênero Paederus (potó, trepa-moleque, péla-égua, fogo-


selvagem) compõe-se de pequenos besouros de corp Paederus sp
(potó). (Foto: R. Moraes) alongado, medindo de 7 mm a 13 mm de comprimento (fig.); possuem élitros
curtos, que deixam descoberta mais da metade do abdome. Vivem em lugares úmidos,
arrozais, culturas de milho e algodão.

Cinco espécies de Paederus são associadas a acidentes humanos no Brasil: P. amazonicus, P.


brasiliensis, P. columbinus, P. fusciPes e P. goeldi.
São espécies polífagas, predadoras de outros insetos, nematódeos e girinos. Quando
molestados, os adultos se defendem com as mandíbulas, tentando morder, ao mesmo tempo
em que encurvam o abdome, provavelmente também para
acionar a secreção das glândulas pigidiais. .
As denominações de potó-grande, potó-pimenta, papa-
pimenta, caga-fogo e caga-pimenta provavelmente
correspondem ao gênero Epicauta (Coleoptera, Meloidae),
as cantáridas do Novo Mundo (fig), também dotadas de
propriedades vesicantes (atribuídas à cantaridina) sendo
causadoras de lesões menos evidentes, que regridem em
cerca de três dias.
EPicauta sp. (Foto: E. Soares)

Sinais e Sintomas

Alguns pacientes experimentam sensação de ardor contínuo, no momento do contato. O quadro


clínico varia de intensidade, podendo o acidente ser classificado, em:
a) Leve: discreto eritema, de início cerca de 24 horas após o contato, que persiste por,
aproximadamente, 48 horas.
b) Moderado: marcado eritema, ardor e prurido, também iniciando-se algumas horas depois do
contato. Segue- se um estádio vesicular, as lesões se alargam gradualmente até atingirem o
máximo de desenvolvimento em cerca de 48 horas. Surge, depois, um estádio escamoso: as
vesículas tomam-se umbilicadas, vão secando durante uns oito dias e esfoliam, deixando
manchas pigmentadas que persistem por um mês ou mais.
c) Grave: em geral mais extensos devido ao contato com vários
espécinles, contam com sintomas adicionais, como febre, dor
local, artralgia e vômitos. O eritema pode persistir por meses.
As lesões são tipicamente alongadas, por causa da esfregadela
do inseto sobre a pele. Daí a expressão dermatite linear. As
vesículas podem ser claras ou pustulizadas por infecção
secundária. As áreas mais expostas do corpo são as mais
afetadas (fig.) .As palmas das mãos e as plantas dos pés
parecem poupadas.
Acidente por EPicauta sp. (Foto: N. Dillon)

Como prevenir acidentes

a) nas áreas geográficas de maior ocorrência de casos é aconselhável adotar a telagem de


portas e janelas;

b) ao perceber que um potó pousou sobre a pele, não se deve tocá-lo, mas tentar expulsá-lo
de uma vez, soprando energicamente sobre ele, e lavar imediatamente a área de contato, com
água abundante e sabão.

4.5. Peixes

Acidentes humanos provocados por peixes marinhos ou fluviais são denominados de ictismo.
Algumas espécies provocam acidentes por ingestão (acidente passivo) , enquanto outras por
ferroadas ou mordeduras (acidente ativo) .Os acidentes ativos ocorrem quando a vítima invade
o meio ambiente destes animais ou no seu manuseio.
Na Amazônia existem ainda peixes que produzem descarga elétrica e outros que penetram em
orifícios naturais dos banhistas.

Pouco se conhece sobre os órgãos produtores e os venenos dos peixes brasileiros.

Os acidentes acantotóxicos (arraias, por exemplo) são de


caráter necrosante e a dor é o sintoma proeminente. O
veneno das arraias é composto de polipeptídeos de alto
peso molecular. Em sua composição já foram identificadas a
serotonina, a fosfodiesterase e a 5-nucleotidase. É um
veneno termolábil que ocorre na maioria desse grupo.

Potamotrygon sp: arraia fluvial. (Foto: P. Pardal)

Os acidentes sarcotóxicos ocorrem por ingestão de peixes e frutos do mar. Os baiacus (


Tetrodontidae ) produzem tetrodontoxina, potente bloqueador neuromuscular que pode conduzir
a vítima à paralisia consciente e óbito por falência respiratória. Peixes que se alimentam do
dinoflagelado Gambierdiscus toxicus podem ter acúrnulo progressivo de ciguatoxina nos
tecidos, provocando o quadro denominado ciguatera (neurotoxicidade).
Acidentes escombróticos acontecem quando bactérias provocam descarboxilação da histidina
na carne de peixes malconservados, produzindo a toxina saurina, capaz de liberar histamina
em seres humanos.
Acúmulo de metil-mercúrio em peixes pescados em águas contaminadas podem produzir
quadros neurológicos em humanos, quando houver ingestão crônica.

Os acidentes considerados peçonhentos ou acantotóxicos são


causados principalmente por arraias marinhas (Dasya/is
gutta/us, D. americana, Gymnura micrura, etc), arraias fluviais
(Po/amo/rygon hys/rix, p m%ro) (fig), bagres (Ragre bagre, R.
marinus, etc), mandi (Genidens genidens, Pimelodella
brasiliensis), peixe escorpião, beatinha ou mangangá
(Scorpaena brasiliensis, S. plumeri) , niquim ou peixe sapo
(Thalassophryne na//erreri, r amazonica).
Duplo ferrão de arraia. (Foto: P. Pard

Os acidentes traumáticos ou vulnerantes são causados por dentes, rostros e acúleos sem
ligação com glândulas de veneno, determinando na superfície do corpo humano soluções de
continuidade, de extensão e profundidade variáveis. Entre eles, temos: espadarte (Xiphios
gladius), piranhas (fam. Serr'asalmídae) e tubarões. Os candirus (VandeUÍtl cirrhosa) são
peixes pequenos e que podem penetrar em qualquer orifício natural de banhistas nos rios da
Amazônia, produzindo acidente traumático.
Os acidentes por descarga elétrica são provocados por contato com peixes que possuem
órgãos capazes de produzir eletricidade. Entre eles, estão o poraquê (Electrophorus electricus )
e a arraia treme-treme (Narcine brasiliensis) .

Acidente Acantotóxico

No acidente por peixe peçonhento ou acantotóxico pode haver um


ferimento puntiforme ou lacerafite acompanhado por dor imediata
e intensa no início, durando horas ou
dias. O eritema e edema são regionais,
em alguns casos acomete todo o
membro atingido. Nos casos graves
segue-se linfangite, reação ganglionar,
abscedação e necrose dos tecidos no
local do ferimento. .As lesões, quando
não tratadas, podem apresentar infeção
bacteriana secundária, levando semanas para curar e deixando
cicatrizes indeléveis. Podem ocorrer manifestações gerais como:
fraqueza, sudorese, náuseas, vômitos, vertigens, hipotensão, choque
e até óbito. Acidente por arraia fluvial, ulceração no pé. (Foto: P. Pardal)

Acidente Vulnerante ou traumatogênico


É o acidente causado por ferroadas ou mordeduras de peixes não peçonhentos. O sintoma
principal é dor no local do ferimento, que pode ser puntiforme ou lacerante, acompanhados por
sangramento local. Dependendo do local e extensão do trauma, pode ocorrer óbito.

Acidente Sarcotóxicos
Os acidentes denominados de ciguatera e o tetrodontóxico produzem manifestações
neurológicas e gastrintestinais. A sintomatologia neurológica é a primeira a aparecer. Em
poucas horas o paciente queixa-se de sensação de formigamento da face, lábios, dedos das
mãos e pés, fraqueza muscular, mialgias, vertigens, insônia, dificuldade de marcha e distúrbios
visuais. Com o agravamento das manifestações nervosas, ãparecem convulsões, dispnéia,
parada respiratória e morte, que pode ocorrer nas primeiras 24 horas.
A sintomatologia gastrintestinal instala-se em seguida ao início das manifestações neurológicas
e é caracterizada por náuseas, vômitos, dores abdominais e diarréia.
A recuperação clínica do envenenamento por peixes pode se estender de semanas a meses.

Como prevenir acidentes

a) evitar banhos em águas sabidamente habitadas por candirus, piranha, poraquês, arraias
ou tubarões;
b) manusear cuidadosamente os peixes na sua retirada do anzol ou da rede.

ATENDIMENTO
• .lavar o local com água;
• .fazer compressas de água morna.

20 - FRATURA

É a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, queda ou esmagamento.

A) FRATURA FECHADA: Quando o osso quebrado não perfura a pele.

B) FRATURA EXPOSTA: Quando o osso rompe a pele.

MANIFESTAÇÕES
• Dor intensa no local
• edema (inchaço)
• coloração roxa no local da fratura
• membro ou local afetado fica em posição disforme (braço, perna, etc.), anatomicamente
mal posicionado.
• dificuldade para movimentar o membro ou ausência de movimentos
• presença ou não de pulso (pulsação arterial) no membro.

ATENDIMENTO

A) FRATURA FECHADA
1. Mantenha a vítima em repouso.
2. Proteja a região lesada com um pano ou algodão, para evitar danos à pele.
3. Imobilize de modo que a tala atinja as duas articulações próximas à fratura.
4. Utilize para imobilização tábua, papelão, tiras de pano.
5. Amarre as talas com ataduras ou tiras de pano com firmeza, sem apertar.
6. Remova a vítima para o hospital após imobilização.
IMPORTANTE: Não tente colocar o osso quebrado no lugar.

B) FRATURA EXPOSTA
1. Mantenha a vítima em repouso.
2. Controle a hemorragia.
3. Proteja o ferimento usando gaze, lenço ou pano limpo.
4. Imobilize a região fraturada.
5. Remova para o hospital.

ATENDIMENTO

1. Evite movimentar o local fraturado


2. Caso o socorro for demorar ou seja um local onde não tenha como chamar uma
ambulância e for necessário transportar, serão necessários procedimentos para
atender a vítima antes de transportá-la.(imobilização adequada).
3. Se foi chamado socorro, não realize esses procedimentos, deixe que a equipe de
socorro o faça, pois eles dispõem de material adequado para o mesmo.
4. Se a fratura for em braço ,dedo ou perna, retire objetos que possam interferir na
circulação (relógio, anéis, calçados, etc.), porque
ocorre edema (inchaço) no membro atingido.
5. Em caso de fratura exposta, há sangramento,
podendo ser intenso ou de pouco fluxo, proteja a
área com um pano limpo e enrole com uma
atadura no local do sangramento
6. Evite comprimir o osso
7. Improvise uma tala. Utilize revistas, papelão, madeiras. Imobilize o membro da
maneira que se encontra, sem movimentá-lo
8. Fixe as extremidades com tiras largas
9. Não fixe com tiras em cima da área fraturada, em função do edema e também
para observar a evolução e para não forçar o osso para dentro, podendo romper
vasos sangüíneos e causar intensa dor.
10. Utilize uma tipóia, lenço ou atadura.
11. Não tente recolocar o osso no lugar, isso é um procedimento médico realizado
dentro do hospital, com todos os cuidados necessários.
12. Se suspeita de fratura no crânio ou coluna cervical, proteja a cabeça da vítima de
maneira que ela não possa realizar movimentos, não lateralize a cabeça e não
eleve-a.
13. Em caso de fratura de bacia, o risco de ter hemorragia interna deve ser avaliado.
pois pode ter rompido vasos sangüíneos importantes, como a artéria femural e
ou a veia femural, observe se há presença de sinais e sintomas que possam
levar ao Estado de Choque.
14. Caso tenha que transportar, imobilize
toda a vítima, o ideal é uma superfície
rígida (tipo uma tábua), fixe-a com tiras
largas em todo o corpo e também faça um
colar cervical.
15. Mantenha-a avaliada constantemente.
21 - LUXAÇÃO
É quando os ossos de uma articulação ou junta saem do lugar.

MANIFESTAÇÕES:
1. Dor violenta
2. Deformação do local.
3. Impossibilidade de movimentação.

ATENDIMENTO

1. Coloque o braço em uma tipóia, se a luxação for no ombro, cotovelo ou punho.


2. Proceda como se fosse um caso de fratura fechada.

22 - ENTORSES

É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as
articulações). Os cuidados são semelhantes aos da fratura fechada.

23 - CONTUSÕES

É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode apresentar sinais
semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é sinal de que houve
hemorragia sob a pele (hematoma).

Improvise uma tala

Amarre delicadamente o membro machucado (braços ou pernas) a uma superfície, como uma
tábua, revista dobrada, vassoura ou outro objeto qualquer.
Use tiras de pano, ataduras ou cintos, sem apertar muito para não dificultar a circulação
sanguínea.

Improvise uma tipóia


Utilize um pedaço grande de tecido com as pontas presas ao redor do pescoço. Isto serve para
sustentar um braço em casos de fratura de punho, antebraço, cotovelo, costelas ou clavícula.
Só use a tipóia se o braço ferido puder ser flexionado sem dor ou se já estiver dobrado.
BIBLIOGRAFIA

MINISTÉRIO DA SAÚDE-FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Manual de diagnóstico e


tratamento de acidentes por animais peçonhentos, Brasília, 2001.

www.shoppingsaude.com.br/servicos/geral/socorros.htm
www. webciencia.com.com/16_copyright.htm
www.advir.com.br/desbravadores/material_primeirossocorros.asp
www.drgate.com.br/capa.php

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