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Luiz Carlos Ribeiro

Técnico de Segurança do Trabalho

Instrutor Bombeiro Civil

luizcarlosribeiro.tst@bol.com.br
Primeiros
Socorros
PRONTO SOCORRISMO (PS)

É o atendimento dado a uma ou mais vítimas ainda no local do acidente mesmo que
de forma provisória com a finalidade de evitar o agravamento das lesões ou até
mesmo o óbito da vítima.
Finalidade

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que as capacitem a


executar procedimentos básicos de Primeiros Socorros.
E dessa forma estaremos preparadas para atender ocorrências, ou seja, ter
competência para prestar auxílio imediato à vítimas de acidentes e mal súbitos,
mantendo-a com vida até a chegada de socorro médico especializado.
Nunca tente resgatar ou aplicar uma técnica em uma vítima, sem que você tenha
conhecimento do que está fazendo.
Um socorrista não substitui nem o médico nem o enfermeiro, mas pode impedir
toda e qualquer ação intempestiva, alertar e ajudar, evitando o agravamento do
acidente.
Regras
Calma - Sem pressa, não existe achismo, não diagnosticamos apenas
apresentamos as possibilidades.

Planejamento - No caminho já combine com o parceiro o que fará (farão).

Execução - Mantenha o combinado no local.


Ocorrências

Podemos dividir as ocorrências em 2 hemisférios:


Clínicas e Traumáticas
Clinico

Interno;

Patologias;

Etimologicamente, o termo “patologia” origina-se do grego

(“pathos” sofrimento, doença; “logia” = estudo).

A patologia é o ramo da ciência médica que estuda as alterações morfológicas e


fisiológicas dos estados de saúde.

Quando essas alterações não são compensadas podemos dizer que o individuo
está doente.
Colesterol
Diabetes
Hipertensão
Asma
Convulsão
Epilepsia
Sincope, Desmaio, Mal súbito
Engasgamento
PR – Parada Respiratória;
PCR – Parada Cardiorespiratória
AVC – Acidente Vaso Cerebral;

Isquêmico entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro.

Hemorrágico rompimento do vaso provocando sangramento no cérebro.


AVE – Acidente Vaso Encefálico (Derrame);
Aneurisma Cerebral

Aneurisma cerebral é a dilatação anormal de uma artéria que irriga o cérebro,


geralmente localizado nos pontos em que ela se bifurca (mais frágeis).

Pode se romper e causar uma hemorragia cerebral ou permanecer sem estourar


durante toda a vida.
Os aneurismas também podem ocorrer em qualquer artéria do corpo, como as de
coração, rim e abdômen.

Os do tipo cerebral e da aorta torácica e abdominal apresentam altas taxas de


mortalidade.
A maior parte dos aneurismas intracranianos ocorre entre o lado inferior do
cérebro e a base do crânio.

O aneurisma pode vazar ou romper, causando sangramento com risco de vida.

Um aneurisma não rompido geralmente não causa sintomas. Um sintoma-chave


de um aneurisma rompido é uma dor de cabeça súbita e grave.
Infarto Agudo do Miocárdio
Traumático

Externo
Tiro Facada
Pancada; Perfuração;
Queda Fraturas
Hemorragia
Queimaduras
Prioridade nas ocorrências

Quando o serviço de emergência (192 ou 193) recebem ligações, devem-se


estabelecer prioridades no atendimento, ela é feita com a seguinte nomenclatura:
Urgente

Perigo ou situação que necessita de auxilio, porém controlado e pode aguardar.

Normalmente não remete risco de vida eminente.


Emergência

Perigo eminente, precisa de atendimento imediato.

Casos como hemorragias, parada cardiorrespiratória, etc.


Clinico – 192 (SAMU)

Traumático – 193 (Corpo de Bombeiros)


MÉTODO
START
Simples Triagem e Rápido Tratamento

Simple Triage And Rapid Treatment


Esse método foi desenvolvido para o atendimento de ocorrências com múltiplas
vítimas, pois permite a rápida identificação daquelas vítimas que estão em grande
risco de vida, seu pronto atendimento e a prioridade de transporte dos envolvidos
mais gravemente feridos.
No método START, as vítimas são classificadas pelo estado de gravidade e cada
categoria utiliza uma cor para fácil identificação no momento de evacuação e
transporte da cena.
Imediata (cor vermelha): vítimas com ferimentos graves,
porém com chance de sobrevida. Possuem prioridade elevada
para atendimento, retirada da cena e transporte. Exemplo:
Trauma torácico com tórax instável.

Pode aguardar (cor amarela): vítimas com ferimentos


moderados. Podem aguardar um tempo na cena até
tratamento definitivo. Exemplo: membros fraturados.

Leve (cor verde): vítimas com ferimentos mínimos, que


podem deambular e ajudar outras vítimas mais debilitadas.
Essas vítimas são as que costumam causar alguns problemas,
pois estão deambulando, assustadas e com dores. Deve-se
investir apoio psicológico e orientação para que não
sobrecarreguem o serviço terciário de saúde. Exemplo:
escoriações difusas no corpo.

Mortos (cor cinza ou preto): vítimas que não respondem a


procedimentos simples, como abertura de vias aéreas e com
ferimentos críticos que indicam morte iminente. Exemplo:
paciente em parada cardíaca, exposição de massa encefálica.

A categorização pode ser facilitada pelo uso de cartões nas


cores vermelha, amarela, verde e preta (cinza). Esses
instrumentos são colocados em cada vítima de acordo com a
gravidade.
Cor Verde

Significa terceira prioridade:

São as vítimas que apresentam lesões menores ou sinais e sintomas que não
requerem atenção imediata.
Cor Amarela

Significa segunda prioridade:

São as vítimas que apresentam sinais e sintomas que permitem adiar a atenção e
podem aguardar pelo transporte.
Cor Vermelha

Significa primeira prioridade:

São as vítimas que apresentam sinais e sintomas que demonstram um estado


crítico e necessitam tratamento e transporte imediato.
Cor Preta

Significa sem prioridade (morte clínica):

São as vítimas que apresentam lesões obviamente mortais ou para identificação


de cadáveres.
Localização de fácil acesso;
Não deve ser trancada;
Os materiais devem ser vistoriados e substituídos quando necessário;
Deve ser manuseada por pessoa treinada.
A caixa deve ser mantida limpa e organizada.
Kit primeiros socorros;
NR 07 - PCMSO
PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

7.5. Dos primeiros socorros:

7.5.1. Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à


prestação dos primeiros socorros, considerando-se as características da
atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local adequado e aos
cuidados de pessoa treinada para esse fim.
Biossegurança

Em todas as condutas realizadas dentro dos primeiros socorros, é obrigatório o


socorrista se proteger biologicamente fazendo uso dos epi’s - Equipamento de
Proteção Individual.

Tais como: Luvas, óculos, mascara e avental.


A utilização dos referidos epi’s tem a finalidade de se proteger do contato com,

Sangue, vomito, fezes, urina, saliva e secreções em geral que são passivas de
contaminação devido a presença de microrganismos que causam doenças.

Também exposição à produtos tóxicos em contato com a vítima ou no ambiente


onde a mesma se encontra.

Exemplos de contaminação:

Tuberculose;

HIV;

Hepatite;

etc.
Com base no artigo 46 do CTB - Código de Trânsito Brasileiro, a Resolução do
CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito, nº 36, de 21 de maio de 1998,
determina:

Art.1º O condutor deverá acionar de imediato as luzes de advertência (pisca-


alerta) providenciando a colocação do triângulo de sinalização ou equipamento
similar à distância mínima de 30 metros da parte traseira do veículo.

Parágrafo único. O equipamento de sinalização de emergência deverá ser


instalado perpendicularmente ao eixo da via, e em condição de boa visibilidade.
Comunicação

Ao informar sobre o acidente, faça-o de forma clara e objetiva.

Onde?

Dê os detalhes exatos sobre o local da emergência;

O que?

Dê uma breve descrição do que aconteceu e possíveis detalhes sobre a via e as


condições do veículo;
Quantas pessoas estão feridas?

Dê o numero de feridos;

Que tipo de ferimento?

Se possível, dê detalhes dos ferimentos que representam risco de vida; se as


vítimas estão presas no interior do veículo ou se está incendiando.

Aguarde instruções:

A chamada sempre será finalizada pelo operador do serviço.

Responda a todas as informações e peça orientação de como agir.


LEMBRE-SE

Antes de administrar cuidados de emergência, é preciso garantir as condições de


SEGURANÇA primeiramente para VOCÊ, a EQUIPE e depois a da VÍTIMA.

192 / 193
Aspectos básicos

Observar;

Proteção;

Sinalização;

Isolamento;

Localização.
Avaliação da vítima

Através de sinais, O que vejo.


Através de sintomas, O que a vítima refere / fala.
AVALIAÇÃO DA CENA DE EMERGÊNCIA
Acionamento de apoio
Perguntas Fundamentais

Situação atual? Riscos potenciais? O que posso fazer?


Qual a situação atual?

Choque de veículo contra poste de iluminação em via pública.


Acidente automobilístico, com vítimas.
Quais os riscos potenciais?

Eletrocussão; Incêndio; Vítimas secundárias.


O que posso fazer?
Acionamento de apoio;

Isolamento de área;

Sinalização do local;

Prevenção de incêndio com uso de extintores.


Características do socorrista

Ter espirito de liderança; iniciativa e atitude firme;


Saber planejar e executar suas ações;
Ter acima de tudo, espirito de solidariedade humana, amor ao próximo e
compromisso com a vida.
Ter responsabilidade, bom senso, calma, compreensão, tolerância e paciência;
Reconhecer suas limitações;
Determinação e objetividade.
Ser criativo, saber promover e improvisar com segurança;
Sinais vitais (SSVV)

Temperatura;
Temperatura

36,0 a 37,0ºC ............................................................ Normal

38,0 e 38,9ºC ............................................................... Febre

> 39,0ºC ..................................................................... Pirexia


Pulso
Pulso – BPM (Batimentos por minuto)

Adulto – 60 a 100 BPM

Criança – 100 a 120 BPM

Lactante – 120 a 140 BPM

Neonatal – 120 a 140 BPM


Pontos arteriais

Artéria
Carótida Artéria
Braquial

Artéria
Femoral Artéria Radial

Artéria Pedial e Tibial


posterior
Respiração
Movimentação respiratória por minuto (MRPM)

Adultos
Homem – 14 a 20 MRPM
Mulher – 16 a 22 MRPM

Crianças – 20 a 30 MRPM
1 até 8 anos

Lactantes – 30 a 40 MRPM
28 dias a 1 ano

Neonato – 40 a 50 MRPM
0 a 28 dias
Os pulmões são órgãos do sistemas respiratório
responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o
sangue.
São compostos de brônquios que se dividem em
bronquiolos e álveolos pulmonares.
As base dos pulmões apoiam-se no diafragma, que é um
órgão músculo-membranoso que separa o tórax do
abdomem, promovendo junto com os músculos intercostais
os movimentos respiratórios.
Pressão arterial

Aferir: Conferir / verificar


Esfigmomanômetro: Aparelho para verificar a PA

PA: Pressão arterial

Estetoscópio: Aparelho para auscultar

Auscultar: É o som produzido internamente


Pressão arterial

Pressão máxima 12 (Sistólica – 110 á 140 mmHg) Arterial

Pressão mínima 8 (Diastólica – 60 á 90 mmHg) Venosa


O coração pesa aprox. entre 300 e 400 gramas.
Tem aprox o tamanho de um punho fechado.
Esta localizado na parte anterior da coluna vertebral e
posterior ao esterno, ligeiramente deslocado para esquerda.
O corpo humano tem entre 4 e 6 litros de sangue
dependendo da massa corpórea.
Débito cardíaco: se um coração bate 70 vz/min e a cada
batimento 70 mililitros são ejetados, então o débito cardíaco
é 4900 ml/minuto.
Glossário
Sincope: Desmaio / Mal súbito
Edema: Inchaço (calombo)
Escaldamento: Queimadura por água quente (só agua)

Acometidas: A pele queimada

STQC: Superfície total queimada corpórea;


Epiderme: 1º camada da pele;

Derme: 2º camada da pele;

Hipoderme: 3º camada da pele;


Necrose: Morte do tecido

Debritar: Pele morta


Flictenas: Bolhas
Sudorese: Suor Excessivo.
Escalpo: Couro cabeludo
Diplopia: Visão dupla
Diplopia: Visão dupla
Oxímetro: Aparelho para medir a quantidade de oxigênio
na corrente sanguínea e os batimentos cardíacos;
O oxímetro de dedo é indicado para monitorar, de maneira
rápida, segura e eficaz, os níveis de saturação de oxigênio
no sangue e a frequência cardíaca. Com o oxímetro de dedo,
é possível medir o quanto de oxigênio o sangue do paciente
está transportando.

Quem sofre de doenças respiratórias tais como DPOC,


fibrose pulmonar, embolia pulmonar, câncer de pulmão e
insuficiência respiratória, geralmente, tem uma taxa de
oxigênio no sangue menor do que a normal.

E quando acontece uma queda de oxigenação, o corpo


funciona mal, sobrecarregando o coração e o cérebro. Por
isso é tão importante utilizar o oxímetro de pulso para
monitorar a situação.
Hipotensão: Pressão baixa Hipertensão: Pressão alta
Medial: Meio do tronco (ao meio)

Distal: Distante do Tronco

Proximal: Próximo do tronco


Perfusão periférica e/ou Perfusão capilar
Pressão realizada na região Distal
A perfusão periférica analisa especificamente o
fornecimento de sangue aos tecidos periféricos, isto é, nas
extremidades do corpo, tais como os pés e as mãos.
Cianose: Pele azulada
Hemorragia: Extravasamento de sangue dos órgãos
internos.
Hemostasia: Conduta para estancar a hemorragia.
Amputação: Separação de um membro sem trauma.
Avulsão: Membro retirado através de um trauma
(amputação não cirúrgica / precisa);
Arco Costal: Costelas
Palato: Céu da boca (duro, o mole é na garganta).
Abrasão: Ralado
Apneia: Falta de respiração induzida (prender a
respiração);

Dispneia: Dificuldade respiratória (Dispneico)


Hipoglicemia: Baixa taxa de açúcar no sangue.
Hiperglicemia: Alto nível de açúcar no sangue.
Decúbito: Posição que a vítima se encontra;
Decúbito dorsal ou supina: Pessoa deitada com a barriga
voltada para cima.
Decúbito ventral ou prona: Pessoa deitada com a barriga
voltada para baixo, de bruços.
Decúbito lateral: Pessoa deitada lateralmente para a
direito ou esquerda.
SIGLAS

APH: Atendimento pré-hospitalar;


SBV: Suporte básico de vida;
PR: Parada respiratória

PCR: Parada cardiorrespiratória;

RCP: Ressuscitação cardiopulmonar;


DFAFI: Deformidade ferimento aberto flacidez inchaço;

SNC: Sistema nervoso central;

VAS: Vias aéreas superiores;

AVE (AVC): Acidente vascular encefálico (derrame);


SAV: Suporte avançado de vida;
FCC: Ferimento corto-contuso;

FAB: Ferimento por arma branca;

FAF: Ferimento por arma de fogo;

POP: Procedimento operacional padrão;

Esclera: Parte branca do globo ocular.


RN: Recém-nascido;
TCE: Traumatismo crânio encefálico;

TT: Traumatismo torácico;

TA: Traumatismo abdominal


SSVV: Sinais Vitais;

MSE: Membro superior esquerdo.

MSD: Membro superior direito;

MIE: Membro inferior esquerdo;

MID: Membro inferior direito;

MMSS: Membros superiores;

MMII: Membros inferiores;

OBS.: “O corpo humano possui pontos de dor posicionados


a 4 dedos das articulações.”
OVACE: Obstrução das vias aéreas por corpos estranhos;
IM: Intramuscular;
IV: Intravenoso;
VO: Vias orais;
DEA: Desfibrilador externo automático;
DEA: Desfibrilador externo automático;
AMBU: Ressuscitador manual.

Air Manual Breathing Unit


KED: Colete de imobilização dorsal.

Kendrick Extrication Device.


SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência;
Estrela
da
Vida
Bastão representa o BEM, a cura

Serpente representa o MAL, a doença

Detecção e Proteção (se proteger e proteger a vítima);


.
Alerta (HT, SAMU, Bombeiros);

Pré-Socorro (Comunicação, Visualização);

Socorro (Ação, RCP, Tamponamento, etc.);

Transporte (Estabilização e transportar);

Tratamento (Tratamento intra-hospitalar).


Hora de Ouro

São os primeiros 60 minutos contados a partir da chamada até a chegada no local


da ocorrência (da emergência) para iniciar o tratamento.
Periodo de Platina

São os 10 a 15 minutos no local da ocorrência dando atendimento a uma vítima e


preparando-a para remoção, devidamente estabilizada e imobilizada.
Omissão de socorro

Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em "Deixar


de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em
grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.“

Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão


corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte.
Importante: O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a
pessoa não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para
atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.
Negligência: Deixar de executar procedimentos de Primeiros Socorros previstos
para a condição de paciente.

Exemplo: Não executar a RCP estando o paciente em parada cardíaca.

Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era
esperada para a situação.

Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas


precauções.

Exemplo: Desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, indolência, omissão ou


. do dever, em realizar determinado procedimento, com as precauções
inobservância
necessárias.
Imperícia: Executar procedimentos de Primeiros Socorros acima de seu nível de
treinamento – próprios da área médica ou de enfermagem – ou para o qual não foi
devidamente habilitado.

Exemplo: Oferecer medicamento para o paciente; remover um objeto cravado no


corpo do paciente.

A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A
pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência.
Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.

Exemplo: Falta de técnica necessária para realização de certa atividade;


Imprudência: Não seguir adequadamente os padrões de assistência ou executá-
lo sem o devido zelo, promovendo o agravamento do problema existente.
Exemplo: Movimentar um acidentado sem a técnica correspondente para a
situação encontrada.
Para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a inaptidão,
ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de
conhecimentos elementares e básicos da profissão.
Um médico sem habilitação em cirurgia plástica que realize uma operação e cause
deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia.
Exemplo: Falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de atenção, é a
imprevidência a cerca do mal, que se deveria prever, porém, não previu.
Direitos da pessoa que estiver sendo atendida

O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusa
do atendimento.

No caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem conscientes e com
clareza de pensamento.

Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como crenças religiosas ou falta de
confiança no prestador de socorro que for realizar o atendimento.

Não discuta com a vítima.

Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças


religiosas.
Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros socorros,
devendo assim certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e
continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do
diálogo.

Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente, como um


trauma na boca por exemplo, mas demonstre através de sinais que não aceita o
atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do
prestador de socorro, deve-se proceder da seguinte maneira:Não toque na vítima,
isto poderá ser considerado como violação dos seus direitos.

Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus direitos.
Converse com a vítima, informe a ela que você possui treinamento em primeiros
socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o atendimento, mas que está
pronto para auxiliá-la no que for necessário.

Arrole testemunhas de que o atendimento foi recusado por parte da vítima.


No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou
pelo responsável legal.

Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro


especializado, o prestador de socorro deverá, se possível, arrolar testemunhas que
comprovem o fato.

O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser formal,


quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o atendimento, após o
prestador de socorro ter se identificado como tal e ter informado à vítima de que
possui treinamento em primeiros socorros, ou implícito, quando a vítima esteja
inconsciente, confusa ou gravemente ferida a ponto de não poder verbalizar ou
sinalizar consentindo com o atendimento.
Neste caso, a legislação infere que a vítima daria o consentimento, caso tivesse
condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros
socorros.

O consentimento implícito pode ser adotado também no caso de acidentes


envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Do mesmo modo, a legislação infere que o consentimento seria dado pelos pais ou
responsáveis, caso estivessem presentes no local.
OVACE
Obstrução das vias aéreas
por corpos estranhos

Engasgamento
O engasgo ocorre quando a traquéia é bloqueada por líquidos, alimentos ou
qualquer tipo de objeto.
A epiglote, uma espécie de porta da laringe, se movimenta de acordo com a
necessidade.
A epiglote fica aberta para a passagem do ar até os pulmões, porém quando
engolimos algo a epiglote fecha para impedir a entrada de alimentos pelo canal
errado.
Dessa forma, quando a epiglote falha por qualquer motivo, o alimento ou o líquido
é extraviado e segue pela laringe impedindo o ar de chegar até os pulmões.
Quando isso ocorre, o organismo libera jatos de ar para expelir tal alimento.
Esta obstrução nas vias aéreas superiores pode ser parcial ou total.
O principal sintoma é a incapacidade de respirar ou falar.
Pode haver tosse também. Em casos graves, a pele pode ficar azul ou roxa.
Em caso de emergência mantenha a calma e peça ajuda especializada!
A manobra de Heimlich é uma técnica de primeiros socorros utilizada em casos
asfixia, provocada por um pedaço de comida ou qualquer tipo de corpo estranho
que fique entalado nas vias respiratórias, impedindo a vítima de respirar
Nesta manobra, utiliza-se as mãos para fazer pressão sobre o diafragma da
pessoa engasgada, o que provoca uma tosse forçada, que faz com que o objeto
seja expelido.
Esta manobra é para auxiliar a expulsão de corpos estranhos das vias aéreas.
Deve-se realizar compressões para dentro e para cima do abdome da vítima,
observando se ela expele o corpo estranho.
Podemos entender que devemos abraçar a vítima pelas costas, posicionando
suas mãos acima do umbigo dela.
O percentual maior de vítimas de engasgamento são crianças e idosos.
A manobra de Heimlich é ideal para pessoas conscientes.
Ideal para pessoas acima de 8 anos.
A vitima desmaiou! Oque fazer?
Caso esteja inconsciente, adote o protocolo de compressão torácica.
Para a conduta em gestantes e pessoas obesas, as compressões devem ser
realizadas no osso externo, localizado entre a linha dos mamilos.
A compressão deverá ser realizada no osso esterno, o mesmo local da RCP.
A manobra de Heimilich foi inventada pelo médico estadunidense Henry Heimlich,
em 1974, e pode ser praticada por qualquer pessoa, bastando que se siga
corretamente as orientações.
Tapotagem entre as escápulas, 5 tapinhas nas costas, com o tenário e hipotenário
das mãos.
A manobra de Heimlich é realizada 2 dedos acima da cicatriz umbilical.
Local das compressões é entre a linha dos mamilos.
A compressão deverá ser repetida até a expulsão do corpo estranho.
SINCOPE
DESMAIO

MAL SUBITO
Mal súbito ou desmaio é uma situação que ocorre de forma
inesperada e acaba levando a pessoa a não se sentir bem
naquele momento.
Sincope

Conhecido popularmente como mal súbito e/ou desmaio.

Caracterizado pela ausência temporária de oxigênio no tecido cerebral.


Causas comuns

Falta de alimentação (hipoglicemia – baixa taxa de açúcar no sangue);

Abuso de drogas;

Abstinência a medicamentos;

Abalo emocional;

Complicações cardíacas;
Complicações neurológicas;

Locais abafados com falta de oxigênio;

Fadiga;

Estresse.
Conduta

Posicionar a vítima em DDL para evitar que ela brônquio


aspire (se afogue com saliva, vomito, etc.),

Fazer ventilação manual (abanar ou abrir o ambiente),

Converse com ela para estimula-la psicologicamente.


O retorno ocorrerá em 2,5 minutos e meio a 5 minutos,
sendo que acima de 5 minutos já pode haver complicações.

Caso a vítima não retorne providenciar transporte para


unidade médica.

É expressamente proibido dar medicação ou água para


esta vítima.
Crise epiléptica e convulsão

Epilepsia - Relacionada à área Pré-Central (Posterior do


cérebro) – Sensitivo, Paladar, Olfato, Visão.

Convulsão - Relacionada à área Pós-Central (Dianteira do


cérebro) – Coordenação motora.
Epilepsia
Epilepicia

A epilepsia se caracteriza por crises epilépticas de repetição.


Na crise epiléptica, por algum motivo, um agrupamento de
células cerebrais se comporta de maneira anormal, como se
fosse um curto-circuito.
É considerada uma patologia (doença) cerebral que provoca
perda da consciência, tremores, excesso de salivação
podendo ocorrer à liberação de fezes e urina.
Os músculos do corpo entra em um processo de contração e
relaxamento, movimentos involuntários.
Fase Aura – Alucinação sensorial (auditiva, sensorial,
olfactiva) com sensação de ataque eminente.
Fase Tónica – Perda de consciência, aumento das
contrações musculares e apneia.
Fase Clónica – Contrações e relaxamentos bruscos dos
grupos alternados de músculos, por vezes acompanhados
por ventilação ruidosa, salivação abundante e perda de
controle dos esfíncteres.
Fase Pós-critica – Relaxamento dos músculos e
recuperação progressiva de consciência.
A língua de uma vítima dessas crises nunca vai enrolar, mas
sim relaxar.
A saliva de forma alguma transmitirá essas crises para alguma
pessoa, porém a proteção nunca deve ser descartada pois
existe o risco de contaminação biológica.
Em ambos os casos nunca devemos introduzir nada na boca
da vítima.
Não dê líquidos para a vítima beber, pois pode causar vômito
e consequente aspiração;
Convulsão
Convulsão

É um problema relacionado às complicações cerebrais


comuns nas seguintes situações:

Traumatismo crânio encefálico


(bateu a cabeça e fraturou a calota craniana – o crânio);

Lesão na medula espinhal;

Overdose
(normalmente de drogas como cocaína e heroína);

Choque Anafilático (Drogas, picadas de insetos, animais


peçonhentos – alergias);
Febre alta;

Choque Hipovolêmico – perda excessiva de sangue;

Stress;

Excesso de frio ou calor;

AVC
Conduta para ambos os casos

Proteger a cabeça da vítima, afastar objetos, lateralizar a


vítima (DDL) evitando que ela brônquio aspire, após a
crise, monitorara os sinais vitais.
Colar
Cervical
Em toda vítima considerada portadora de trauma, a
prioridade será a estabilização da coluna cervical em 1º
Plano.
São vários os tipos tamanhos e cores de colar cervical

Neonato - Rosa

Pediátrico - Azul Claro

PP - Lilás

Pequeno - P - Azul Royal

Médio - M - Laranja

Grande - G - Verde

GG - Branco
Uma vez colocado não poderá ser retirado, o colar não
restringe o movimento lateral da cabeça, portanto a
imobilização manual deve continuar ou deve-se utilizar o
Head Block
Em vítimas inconscientes e na certeza de que a mesma não
é vitima de trauma, não se utiliza o colar cervical, nesse caso
a imobilização ocorre somente com o Head Block.
Quando a cervical for estabilizada manualmente só poderá
ser liberada após a colocação dos estabilizadores laterais
de cabeça (Coxins / Head Block).
É permitido utilizar o colar cervical quando a vítima estiver
entubada, o que só ocorre se houver um médico no local.
A escolha do tamanho ideal do colar (para os colares de
tamanho fixo) é feita medindo-se com os dedos a distância
entre uma linha imaginária no ombro onde o colar ficará
apoiado e a base do queixo.
A medida exata do colar é a distância entre o ponto de
referência (botão) e a borda inferior do plástico rígido e não
até o emborrachado de espuma.
Com o colar cervical Regulável é possível obter as
medidas de PP até G. A coloração varia de Branco ou
Colorido.
Prancha de madeira
Posição dos tirantes no transporte por prancha

1º MMII 2º Pelves 3º Tórax


Prancha de polietileno
Maca envelope Sked
Maca tipo cesto
Colete Tipo Ked
Eventos
Traumáticos
Cinemática do trauma

Antes de qualquer analise ou conduta, o socorrista deve


preocupar-se com a própria segurança, ou seja, avaliar se o
local possibilita sua entrada. Se não irá desmoronar.
Lesão na Cervical

Toda vítima de trauma violento que encontra-se


inconsciente, deve ser considerada como portadora de
lesão cervical.
Empregue a tríplice manobra para liberar as vias
respiratórias e coloque o colar cervical.
Imobilize a vítima como se fosse um bloco.
Não transporte a vítima para a prancha, e sim traga a
prancha até a vítima.
Fraturas
Fraturas

Fraturas são rompimentos dos seguimentos ósseos, que


são classificados em dois tipos:
Tipo I = Fratura Fechada Tipo II = Fratura Aberta
Tipo I = Fratura fechada

Não há rompimento da pele ficando o osso no interior do


corpo.
Tipo II = Fratura exposta

Há rompimento da pele, simultaneamente hemorragia


externa, risco iminente de infecção.
As fraturas sempre são acompanhadas por hemorragias,
mesmo no caso de fraturas fechadas, o ser humano possui
de quatro a seis litros de sangue e dependendo de alguns
problemas de saúde, a perda de um litro pode ser fatal
(choque hipovolêmico), portanto em vítimas com este tipo
de ferimento, é expressamente necessário à utilização de
mecanismos que possam retardar ou até mesmo parar a
saída de sangue.

Exemplos: Garrote, pinçamento arterial ou torniquete.


Características
Deformidade;

Dor;

Impotência funcional;

Fragmento exposto;

Crepitação;

Coloração do membro (perfusão).


Formas de fraturas

Fratura galho verde

O osso sofre uma envergadura com fragmentação sem


que aja ruptura do osso. Comum em crianças.
Fratura cominutiva

É uma ruptura do osso com mais de um fragmento no


mesmo segmento.
Fratura obliqua

É a ruptura do osso em um ângulo aproximadamente de


45ª graus.
Fratura impactada

É uma ruptura do osso onde o mesmo fique impactado


no seu segmento.
Fratura espiralada

É a ruptura grave do osso, ocorre quando sofre uma


violenta torsão.
Acidentes semelhantes à fratura

Luxação

Ocorre a disjunção articular, com o desligamento entre


articulações. Causa dores, deformidade grosseira no local
da lesão e impossibilidade de movimentação.
OBS: Não devemos fazer massagem ou tentar colocar o
osso no lugar.
Contusão

É o trauma causado em tecidos moles, como pele, músculos


e tecidos sanguíneos. É uma área afetada por uma pancada
ou queda sem ferimento externo. Sinais semelhantes a
fratura fechada.
Entorse

Ocorre com um rompimento parcial ou total de tendões e


ligamentos. Causa dor continua variando de suave a intensa
e impossibilidade de se movimentar.
Conduta para todas

Devemos usar a imobilização (enfaixamento) iniciando-se


da região Distal (distante do tronco) para a Proximal
(próxima do tronco) utilizando talas e ataduras, a
imobilização mais comum é a mumificação, amarração
aranha ou em tiras.

Objetivo: Aliviar a dor, evitar movimentos para que não aja


agravamento das lesões.
Talas

As talas são utilizadas para imobilizar corretamente os


membros e são maleáveis para se adequar as curvas da
vítima.
Seu material varia entre: EVA e Espuma

Tamanho G – Verde

Tamanho M – Laranja

Tamanho P – Azul

Tamanho PP – Roxo / Lilás


Ataduras

São utilizadas para a mumificação, amarração aranha ou


em tiras auxiliando assim o tamponamento de hemorragias
e a imobilização do membro traumatizado já amparado
com as talas ou outros meios de imobilização improvisado.

05 cm – Utilizadas nos dedos e mãos;

10 cm – Utilizadas nas mãos, pés e crânio;

15 cm – Utilizadas nos braços, antebraços e tíbia;

30 cm – Utilizada no fêmur, abdômen, tórax, e uso geral


em mumificação.

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