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Introdução 02
Aspectos Legais do Socorro 03
As fases do socorro 04
Remoção do Acidentado 07
Lesões 08
Escala de Goma de Glasgow 12
Fratura da coluna vertebral 13
Hemorragias 14
Estado de Choque 15
Queimadura, Insolação e Intermação 16
Asfixia e Afogamento 18
Ressuscitação Cárdio Pulmonar (RCP) 22
Método start 23
Acidente Vascular Celebral 25
DEA 26
Animais peçonhentos 28
Parto no APH 34
Riscos para Bombeiros 40

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INTRODUÇÃO AO SOCORRO

OBJETIVOS:
Conhecer os principais aspectos do comportamento e da conduta de um Profissional de
Emergênçia que presta um atendimento de primeiros socorros;
Conhecer os aspectos legais do socorro;
Conhecer as fases do socorro;
Saber avaliar, estabilizar, monitorar e encaminhar a vítima ao socorro especializado;

Primeiros socorros é melhor saber e não precisar do que precisar e não


saber
INTRODUÇÃO:
Toda pessoa que for realizar o atendimento pré hospitalar (APH), mais conhecido como primeiros socorros,
deve antes de tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a outras pessoas, não
justifica a tomada de atitudes inconseqüentes, que acabem transformando-o em mais uma vítima.
A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom atendimento de APH (primeiros
socorros). Para tanto, evite que a vítima seja exposta desnecessariamente e mantenha o devido sigilo sobre
as informações pessoais que ela lhe revele durante o atendimento.
Quando se está lidando com vidas, o tempo é um fator que não deve ser desprezado em hipótese
alguma. A demora na prestação do atendimento pode definir a vida ou a morte da vítima, assim como
procedimentos inadequados.
Importante lembrar que um ser humano pode passar até três semanas sem comida, uma semana
sem água, porém, pouco provável, que sobreviva mais que cinco minutos sem oxigênio.

Cruz da Vida e Significado:

ALGUNS CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS

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Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa, fora do ambiente
hospitalar, cujo estado físico, psíquico e ou emocional coloquem em perigo sua vida ou sua saúde, com o
objetivo de manter suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições (estabilização), até que
receba assistência médica especializada.
Prestador de socorro: Pessoa leiga, mas com o mínimo de conhecimento capaz de prestar
atendimento à uma vítima até a chegada do socorro especializado.
Socorrista: Titulação utilizada dentro de algumas instituições, sendo de caráter funcional ou
operacional, tais como: Bombeiros,Resgatistas, Brigadas de Incêndio, etc.
Manutenção da Vida: Ações desenvolvidas com o objetivo de garantir a vida da vítima, sobrepondo
à "qualidade de vida".
Qualidade de Vida: Ações desenvolvidas para reduzir as seqüelas que possam surgir durante e após
o atendimento.
Emergênçia: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto entre o
momento em que a vítima é encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto possível. Exemplos:
hemorragias de classe II, III e IV, etc.
Urgênçia: Estado grave, que necessita atendimento médico, embora não seja necessariamente
urgente. Exemplos: contusões leves, entorses, hemorragia classe I, etc. Acidente: Fato do qual resultam
pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de atendimento.
Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resultam pessoas mortas ou feridas, mas que
pode oferecer risco futuro.
Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima. Sintoma: É informação a
partir de uma relato da vítima.

ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRO


- Artigo 5º e 196 Constituição;
- Artigo 135 do Código Penal Brasileiro;
- Resolução nº 218/97 do Conselho Nacional de Saúde; CONSTITUIÇÃO:
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes: Da Saúde
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
CÓDIGO PENAL:
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada
ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir,
nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza
grave, e triplicada, se resulta a morte.
Importante: O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui um
treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de
socorro.

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DIREITOS DA PESSOA QUE ESTIVER SENDO ATENDIDA

O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusar o atendimento.
No caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem conscientes e com clareza de pensamento.
Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como: crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de
socorro que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros
socorros, devendo assim certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando
a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do diálogo.
Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente, como um trauma na boca por
exemplo, mas demonstre através de sinais que não aceita o atendimento, fazendo uma negativa com a
cabeça ou empurrando a mão do prestador de socorro, deve-se proceder da seguinte maneira:
-Não discuta com a vítima;
-Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças religiosas;
-Não toque na vítima, isso poderá ser considerado como violação dos seus direitos;
-Converse com a vítima. Informe a ela que você possui treinamento em primeiros socorros, que irá respeitar
o direito dela de recusar o atendimento, mas que está pronto para auxiliá-la no que for necessário;

Arrole testemunhas de que o atendimento foi recusado por parte da vítima.


No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou pelo responsável
legal. Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro especializado, o prestador
de socorro deverá, se possível, arrolar testemunhas que comprovem o fato.
O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser:
1 - formal, quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o atendimento, após o
prestador de socorro ter se identificado como tal e ter informado à vítima que possui treinamento em
primeiros socorros;
2 - implícito, quando a vítima está inconsciente, confusa ou gravemente ferida a ponto de não
poder verbalizar ou sinalizar consentindo com o atendimento. Nesse caso, a legislação cita que a vítima
daria o consentimento, caso tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de
primeiros socorros.
O consentimento implícito pode ser adotado também no caso de acidentes envolvendo menores
desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo modo, a legislação cita que o consentimento
seria dado pelos pais ou responsáveis, caso estivessem presentes no local.

ANATOMIA

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SISTEMA RESPIRATÓRIO

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SISTEMA CIRCULATÓRIO

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AS FASES DO SOCORRO:

1º Avaliação da cena: a primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que possam
colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se houver algum perigo em potencial, deve-se
aguardar a chegada do socorro especializado. Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente, o
número de vítimas e a provável gravidade delas e todas as outras informações que possam ser úteis para a
notificação do acidente, bem como a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI - luvas, mascaras,
óculos, capote, etc) e solicitação de auxílio a serviços especializados como: Corpo de Bombeiros (193),Corpo de
Bombeiros Voluntários Regional, SAMU (192), Polícia Militar (190), polícia Civil (147), Defesa Civil (199),

Nesta fase o prestador de socorro deve atentar-se para:


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Avaliar a
-se do ocorrido com tranqüilidade e rapidez; situação:

humanos visando garantir a eficiência do atendimento.


Manter a segurança da área:

Chamar por socorro especializado:


-se que a ajuda especializada foi providenciada e está a
caminho.
2º Avaliação Inicial: fase de identificação e correção imediata dos problemas que ameaçam a vida
a curto prazo, sendo eles:
Vias aéreas - Estão desobstruídas? Existe lesão da cervical? Respiração - Está
adequada?
Circulação - Existe pulso palpável? Há hemorragias graves?
Nível de Consciência –

Pelo histórico do acidente deve-se observar indícios que possam ajudar ao


prestador de socorro classificar a vítima como clínica ou traumática.
Vítima Clínica: apresenta sinais e sintomas de disfunções com natureza
fisiológica, como doenças, etc.
Vítima de Trauma: apresenta sinais e sintomas de natureza traumática,
como possíveis fraturas. Devemos nesses casos atentar para a imobilização e estabilização da região
suspeita de lesão.
3º Avaliação Dirigida: Esta fase visa obter os componentes necessários para que se possa tomar a
decisão correta sobre os cuidados que devem ser aplicados na vítima.

.
O que o prestador de socorro deve observar ao avaliar o pulso e a respiração.
Pulso:
Freqüência: É aferida em batimentos por minuto, podendo ser normal, lenta ou rápida.

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Atendimento Pré Hospitalar
Ritmo: É verificado através do intervalo entre um batimento e outro. Pode ser regular ou
irregular.
Intensidade: É avaliada através da força da pulsação. Pode ser cheio (quando o pulso é forte)
ou fino (quando o pulso é fraco).

Respiração:

Freqüência: É aferida em respirações por minuto, podendo ser: normal, lenta ou rápida.
Ritmo: É verificado através do intervalo entre uma respiração e outra, podendo ser
regular ou irregular.
Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é profunda ou superficial.

Temperatura Pulso Respiração


Fria Adulto 60 a 100 bpm Adulto 12 a 20 ipm
Normal Criança 80 a 120 bpm Criança 20 a 30 ipm
Quente Bebê 100 a 160 bpm Bebê 30 a 60 ipm

4º Avaliação Física Detalhada: nesta fase examina-se da cabeça aos pés da vítima,
procurando identificar lesões.
Durante a inspeção dos membros inferiores e superiores deve-se avaliar o Pulso,
Perfusão, Sensibilidade e a Motricidade (PPSM)
5º Estabilização e Transporte: nesta fase finaliza-se o exame da vítima, avalia-se a região
dorsal, preveni-se o estado de choque e prepara-se para o transporte.
6º Avaliação Continuada: nesta fase, verificam-se periodicamente os sinais vitais e
mantém-se uma constante observação do aspecto geral da vítima.
Reavaliar vítimas - Críticas e Instáveis a cada 3 minutos;
Reavaliar vítimas - Potencialmente Instáveis e Estáveis a cada 10 minutos.
Críticas: PCR e parada respiratória.
Instáveis: hemorragias III e IV, estado de choque, queimaduras, etc.

Potencialmente Instáveis: hemorragias II, fraturas, luxações, queimaduras, etc.


Estáveis: hemorragias I, entorses, contusões, cãibras, distensões, etc.
SEQUÊNCIA DAS FASES DO SOCORRO

AVALIAÇÃO DA CENA
01 - Segurança da cena;
02 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
03 - Solicitação de Recursos Adicionais (CBM, CV,SAMU, DF, etc.)
AVALIAÇÃO INICIAL
04 - Impressão geral da vítima (clínica ou trauma);
05 - Nível de consciência: Alerta, Verbaliza, Doloroso ou Inconsciente
06 - Abrir vias aéreas sem comprometer a coluna cervical;
07 - Avaliar a respiração: Ver, Ouvir e Sentir
08 - Avaliar circulação: presença de pulso;
09 - Pesquisar e controlar hemorragias;
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Atendimento Pré Hospitalar

10 - colocar o colar cervical


11 - Inspecionar, mensurar
AVALIAÇÃO DIRIGIDA
12 - Entrevista rápida
13 - Exame rápido - limitado a uma lesão grave aparente;
14 - Sinais vitais: Temperatura, Pulso, Respiração e Pressão Arterial
AVALIAÇÃO FÍSICA DETALHADA
15 - Inspecionar a cabeça (fronte, crânio e orelhas);
16 - Inspecionar a face (olhos e mandíbula);
17 - Inspecionar os ombros, clavícula e tórax;
18 - Inspecionar os quatro quadrantes abdominais;
19 - Inspecionar a região pélvica e genitália;
20 - Inspecionar os membros inferiores
21 - Inspecionar os membros superiores
ESTABILIZAÇÃO E TRANSPORTE
22 - Realizar o rolamento avaliando a região dorsal;
23 - Identificar e prevenir o estado de choque;
24 - Transporte (preferencialmente pelo serviço especializado)
AVALIAÇÃO CONTINUADA
25 - Reavaliar vítimas - Críticas e instáveis a cada 3 minutos;
26 - Reavaliar vítimas - Potencialmente instáveis e estáveis a cada 10 minutos

REMOÇÃO DO ACIDENTADO:
A remoção da vítima, do local do acidente para o hospital, é tarefa que requer da pessoa
prestadora de primeiros socorros o MÁXIMO DE CUIDADO E CORRETO DESEMPENHO.
ANTES DA REMOÇÃO:
- TENTE controlar a hemorragia;
- INICIE a respiração de socorro;
- EXECUTE a massagem cardíaca externa;
- IMOBILIZE as fraturas;
- EVITE o estado de choque, se necessário.
Para o transporte da vítima, podemos utilizar:prancha, maca ou padiola, ambulância,
helicóptero ou RECURSOS IMPROVISADOS (Meios de Fortuna dependendo da situação):
- Ajuda de pessoas;
- Maca;
- Cadeira;
- Tábua;
- Cobertor;
- Porta ou outro material disponível.

COMO PROCEDER

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Atendimento Pré Hospitalar
Vítima consciente e podendo andar:
- Remova a vítima apoiando-a em seus ombros.

Vítima consciente não podendo andar:


- Transporte a vítima utilizando dos recursos aqui demonstrados, em casos de:
- Fratura, luxações e entorses de pé;
- Contusão, distensão muscular e ferimentos dos membros inferiores; - Picada de animais
peçonhentos: cobra, escorpião e outros.

IMPORTANTE:
- EVITE paradas e freadas BRUSCAS do veículo, durante o transporte;
- PREVINA-SE contra o aparecimento de DANOS IRREPARÁVEIS ao acidentado, movendo-o o
MENOS POSSÍVEL
- SOLICITE, sempre que possível, a ASSISTÊNCIA DE UM MÉDICO na remoção de acidentado
grave;
- NÃO INTERROMPA, em hipótese alguma, a RESPIRAÇÃO DE SOCORRO e a COMPRESSÃO
CARDÍACA EXTERNA ao transportar o acidentado.

LESÕES MUSCULARES :

Contusão:
Lesão produzida nos tecidos por trauma contuso (pancada, chute, cotoveladas, etc), SEM QUE
HAJA ROMPIMENTO da pele.
COMO SE MANIFESTA
- Dor e edema (inchaço) no local;
- Equimoses (manchas avermelhadas);
- Hematomas (colorações arroxeadas pelo sangue extravasado).

COMO PROCEDER
- Evite movimentar a região lesionada;
- Aplique compressas frias ou saco de gelo no local; - Caso seja necessário imobilize a região;
- Procure o médico.

IMPORTANTE: uma contusão pode acarretar em hemorragia interna, fraturas ou outras lesões
graves. NÃO PERCA TEMPO.

Distensão Muscular:
É a lesão provocada pelo estiramento do músculo (rompimento de fibras musculares), ou parte
dele, por movimento brusco e/ou violento.
COMO SE MANIFESTA
- Dor intensa à movimentação; - Edema (inchaço) no local.

COMO PROCEDER
- Evite movimentar a região lesionada;
- Aplique compressas geladas ou saco de gelo no local;

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Atendimento Pré Hospitalar
- Faça uma bandagem para sustentação do músculo; - Caso seja necessário imobilize a
região; - Procure o médico.
Cãibra:
É a contração espasmódica abrupta, vigorosa, involuntária e dolorosa de um ou mais músculos,
podendo ocorrer durante o exercício ou em repouso.
COMO SE MANIFESTA
- Dor e contratura no local; - Contração do músculo afetado.

COMO PROCEDER
- Promova o alongamento do músculo atingido;
- Aplique compressas quentes no local; - Faça uma suave massagem no local; - Procure o
médico.
LESÕES :

Entorses:
É a separação MOMENTÂNEA das superfícies ósseas ao nível da articulação, com
comprometimento apenas ligamentar.
COMO SE MANIFESTA
- Dor intensa à movimentação;
- Edema (inchaço) local;
- Perda da mobilidade local;
- Deformidade da articulação (pelo inchaço).

Luxações:
É o deslocamento da extremidade de um osso ao nível de sua articulação, com
comprometimento de vários componentes articulares, bem como estruturas locais,
podendo ser fechadas ou abertas.
COMO SE MANIFESTA
- Dor violenta;
- Edema local;
- Deformação visível da articulação; - Impossibilidade de movimentação.
COMO PROCEDER
- Evite movimentar a região atingida;
- Aplique compressas geladas ou saco de gelo no local lesionado, não ultrapassando 20
minutos em cada aplicação;
- Proteja a região lesionada;
- Faça a imobilização atingindo as duas articulações próximas à lesão;

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Atendimento Pré Hospitalar
- Amarre as talas com ataduras ou tiras de pano com firmeza, SEM APERTAR, em 4 pontos:
- ACIMA e ABAIXO DO LOCAL DA LESÃO (nunca em cima da lesão);
- ACIMA e ABAIXO das articulações próximas à região;
- Avalie distalmente o PPSM;
- Remova a vítima para o hospital mais próximo.

IMPORTANTE: Não tente colocar o osso no lugar.


• Não use compressas quentes nas primeiras 24 horas;
• Não faça fricção, nem procure "alongar" a região lesionada;
• O entorse e a luxação são traumatismos que exigem cuidados médicos;
• NA DÚVIDA, IMOBILIZE.

06 – LESÕES ÓSSEAS MAIS FREQÜENTES EM ATIVIDADES FÍSICAS:

Fraturas:
São traumatismos ósseos com o comprometimento da integridade do osso, apresenta
deformação da continuidade da superfície óssea, podem ser causadas por força direta
(traumatismo contundente) e ou indireta (contração muscular violenta ou projeção da
força).
O PRIMEIRO SOCORRO consiste em impedir o deslocamento da parte lesionada, evitando
assim seu agravamento.
As fraturas podem ser:
Fechadas - quando o osso quebrado não perfura a pele.
Exposta - quando o osso se expõe pelo rompimento da pele.
COMO SE MANIFESTA
- Dor e edema (inchaço) local;
- Dificuldade de movimentação;
- Posição anormal da região atingida;
- Sensação de atrito das partes ósseas no local da fratura (crepitação); - Ruptura da pele com
exposição do osso fraturado (fratura exposta).

COMO PROCEDER
- Mantenha a vítima em repouso
- Evite movimentar a região atingida;
- Evite o estado de choque;
- Estanque a HEMORRAGIA (fratura exposta);
- Faça um curativo protetor sobre o ferimento, usando compressas, lenço ou pano limpo
(fratura exposta);
- Imobilize o local;
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Atendimento Pré Hospitalar
- Proteja a região lesionada;
- Faça a imobilização de modo a atingir as duas articulações próximas a lesão;
- Amarre as talas com ataduras ou tiras de pano com firmeza, SEM APERTAR, em 4 pontos:
- ACIMA e ABAIXO DO LOCAL DA LESÃO;
- ACIMA e ABAIXO das articulações próximas à região lesionada;
- Avalie distalmente ;
- Remova a vítima para o hospital mais próximo

IMPORTANTE: Nunca tente reduzir a fratura (colocar o osso no lugar); NA


DÚVIDA, IMOBILIZE.

Fratura fechada e Fratura exposta

Transporte de vítimas

Fratura de Crânio (cabeça):

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Atendimento Pré Hospitalar
Essa fratura pode estar associada a um Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), devendo por tanto,
exigir por parte do prestador de socorro uma maior atenção.
COMO SE MANIFESTA
- Perda de sangue pelas narinas ou ouvidos;
- Inconsciência ou não;
- Náuseas e vômitos podem surgir imediatamente ou horas após o acidente;
- Extravasamento de líquor pelas narinas ou ouvido;
- Hematoma orbitário (olhos de panda) uni ou bi lateral;
- Hematoma retro auricular (atrás da orelha);
- Pupilas assimétricas (anisocoria) e ou não reativas a luz.

COMO PROCEDER
- Mantenha a vítima em repouso e recostada;
- Avalie o estado neurológico da vítima;
- Aplique compressas geladas ou sacos de gelo na região atingida;
- Estanque a HEMORRAGIA do ferimento;
- Evite o ESTADO DE CHOQUE;
- Execute a compressão cardíaca externa, associada a respiração de socorro boca-aboca, se
a vítima apresentar ausência de pulso e pupilas dilatadas;
- Aplique corretamente o colar cervical e coloque lateralmente travesseiros ou almofadas, a
fim de impedir movimentos para os lados;
Remova IMEDIATAMENTE a vítima para o hospital mais próximo.
IMPORTANTE: Toda vítima com TCE NECESSITA de assistência médica IMEDIATA. NÃO PERCA
TEMPO!

ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG):

A escala de coma de Glasgow é um instrumento de avaliação e diagnóstico, que serve


para acompanhar o estado neurológico da vítima, uniformizando padrões clínicos mundiais
sobre a vítima. Para tanto, são atribuídos valores numéricos às seguintes respostas da vítima:
abertura ocular, resposta verbal e resposta motora. A pontuação somada em cada um destes
itens reflete o status neurológico da vítima .
A pontuação mínima é 03 e a máxima 15. Quanto menor a pontuação mais grave é a lesão,
quanto maior a pontuação melhor é o estado da vítima. Pontuação menor ou igual a 08, a
vítima é considerada em estado de coma.

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Atendimento Pré Hospitalar
Parâmetros Resposta Pontos O que significa
Espontânea 4 Olhos abertos
e piscando.
ABERTURA Ao comando verbal 3 Abre os olhos só
quando se fala com a
OCULAR pessoa.
À dor 2 Abre os olhos só com
algum estímulo
doloroso.
Sem resposta 1 Não abre os olhos de
forma alguma.
Orientada 5 Sabe o nome, a idade, o
dia da semana, onde
mora, etc.
MELHOR Confusa 4 Confusão de idéias.
Ainda responde a
alguma pergunta.
RESPOSTA Palavras desconexas 3 Articula palavras
inteiras mas sem
VERBAL sentido algum.
Emite sons 2 Não fala nenhuma
palavra, apenas sons
ou ruídos.
Sem resposta 1 Não emite nenhuma
palavra ou som.
Obedece a comandos 6 Diante de um pedido,
consegue erguer um
membro
MELHOR Localiza a dor 5 Não move o membro,
mas sabe onde está
doendo.
RESPOSTA Flexão normal 4 Diante de um estímulo
doloroso, afasta o
MOTORA membro deste.
Flexão anormal 3 Decorticação: braços
dobrados por cima do
corpo
Extensão anormal 2 Descerebração: corpo
envergado. Punhos
para fora.
Sem resposta 1 Nenhuma reação
motora

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Atendimento Pré Hospitalar
Fratura de Coluna Vertebral (espinha):
Essa lesão deve ser sempre associada a um Traumatismo Raquimedular (TRM) considerada como
potencialmente perigosa. Evite manipulações inadequadas.
COMO SE MANIFESTA
- Dor local após forte traumatismo;
- Deformidade óssea;
- Alteração de sensibilidade, dormência, sensação de formigamento. COMO PROCEDER
- Mantenha a vítima em REPOUSO ABSOLUTO;
- Estabilize a coluna cervical com a pegada de trauma e o colar cervical;
- Evite o ESTADO DE CHOQUE;
- Utilize uma SUPERFÍCIE DURA: maca, tábua, porta, etc., para o transporte do acidentado;
- Na pegada de rede solicite ajuda de pelo menos seis pessoas, totalizando com você
0
sete. Para realizar o rolamento em 90 , três pessoas, com você quatro, colocando o
acidentado na maca;
- Movimente o acidentado COMO UM BLOCO, isto é, desloque todo o corpo ao mesmo
tempo, evitando mexer separadamente a cabeça, o pescoço, o tronco, os braços e as
pernas;
- Imobilize o acidentado em decúbito dorsal (deitado de costa) ou em decúbito ventral
(deitado de barriga para baixo), preenchendo as curvaturas do corpo com panos dobrados,
afim de evitar a movimentação da coluna;
- Evite paradas bruscas do veículo durante o transporte;
- SOLICITE, sempre que possível, a ASSISTÊNCIA DE UM MÉDICO na REMOÇÃO da vítima.

IMPORTANTE: A movimentação inadequada poderá causar ao acidentado DANOS IRREPARÁVEIS


(lesão raquimedular).

Fratura de Pelve (bacia):


COMO SE MANIFESTA
- Dor local após forte traumatismo, que se agrava com a movimentação. - Deformidade
óssea; - Crepitação.

COMO PROCEDER
- Mantenha a vítima em REPOUSO ABSOLUTO e em decúbito dorsal;

Utilize uma SUPERFÍCIE DURA (maca, tábua, porta, etc.), para o transporte do acidentado;
- Solicite a ajuda de pelo menos cinco pessoas para transferir o acidentado, do local em que
foi encontrado para a maca;
- Movimente o acidentado COMO UM BLOCO, isto é, desloque todo o corpo ao mesmo
tempo, evitando mexer separadamente a cabeça, o pescoço, o tronco, os braços e as
pernas;
- Proteja lateralmente a bacia, usando travesseiros, almofadas ou cobertores dobrados;
- Coloque entre as pernas um pano dobrado (um paletó, por exemplo);
- Imobilize a bacia com faixa de pano bem larga ou lençol, fixando o acidentado na maca;

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Atendimento Pré Hospitalar
- Amarre com uma faixa de pano o tórax, os joelhos e os tornozelos, para maior firmeza na
imobilização;
- Evite o ESTADO DE CHOQUE;
- Remova IMEDIATAMENTE a vítima para o hospital mais próximo.
IMPORTANTE: A fratura de pelve pode ocasionar perfuração de órgãos internos, hemorragia e
conseqüentemente estado de choque. EVITE A MOVIMENTAÇÃO DESNECESSÁRIA DO
ACIDENTADO.

É a perda de sangue provocada pelo rompimento de um vaso sangüíneo, podendo ser arterial,
venosa ou capilar.
Toda hemorragia deve ser controlada IMEDIATAMENTE. A hemorragia abundante e não
controlada pode causar a morte de 3 a 5 minutos.
Classificação quanto ao volume de sangue perdido:
Classe I perda de até 15% do volume sangüíneo (adulto de 70 kg = até 750 ml de sangue),
apresenta discreta taquicardia;
Classe II perda de 15 a 30% do volume sangüíneo (adulto de 70 kg = até 750 a 1.500 ml
de sangue), apresenta taquicardia, queda da PA e ansiedade;
Classe III perda de 30 a 40% do volume sangüíneo (adulto de 70 kg = 2 litros, de
sangue), apresenta taquicardia, queda da PA e ansiedade, insuficiente
perfusão;
Classe IV perda de mais de 40% do volume sangüíneo (adulto de 70 kg = acima de 2
litros, de sangue), apresenta acentuado aumento da FC e respiratória,
queda intensa da PA.

Hemorragias:
COMO PROCEDER (técnicas de hemostasia):
- Mantenha a região que sangra em posição mais elevada que o resto do corpo; Use uma
compressa ou um pano limpo sobre o ferimento, pressionando-o com firmeza, a fim de
estancar o sangramento;
- Comprima com os dedos ou com a mão os PONTOS DE PRESSÃO, onde os vasos são mais
superficiais, caso continue o sangramento;
- Dobre o joelho - se o ferimento for na perna; o cotovelo - se no antebraço, tendo o cuidado
de colocar POR DENTRO da parte dobrada, bem junto da articulação, um chumaço de pano,
algodão ou papel;
- Evite o ESTADO DE CHOQUE;
- Remova IMEDIATAMENTE a vítima para o hospital mais próximo.

DESMAIO E ESTADO DE CHOQUE:


É o conjunto de manifestações que resultam de um desequilíbrio entre o volume de sangue
circulante e a capacidade do sistema vascular, causados geralmente por: choque
elétrico, hemorragia aguda, queimadura extensa, ferimento grave, envenenamento,
exposição a extremos de calor e frio, fratura, emoção violenta, distúrbios circulatórios,
dor aguda e infecção grave.

ESTADO DE CHOQUE:

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Atendimento Pré Hospitalar
Choque Cardiogênico: Incapacidade do coração de bombear sangue para o resto do
corpo. Possui as seguintes causas: infarto agudo do miocárdio, arritmias, cardiopatias.
Choque Neurogênico: Dilatação dos vasos sangüíneos em função de uma lesão
medular. Geralmente é provocado por traumatismos que afetam a coluna cervical (TRM
e/ou TCE).
Choque Séptico: Ocorre devido a incapacidade do organismo em reagir a uma
infecção provocada por bactérias ou vírus que penetram na corrente sangüínea liberando
grande

quantidade de toxinas.
Choque Hipovolêmico: Diminuição

do volume sangüíneo. Possui as seguintes causas:


Perdas sangüíneas - hemorragias internas e externas;
Perdas de plasma - queimaduras e peritonites;
Perdas de fluídos e eletrólitos - vômitos e diarréias.
Choque Anafilático: Decorrente de severa reação alérgica. Ocorrem as seguintes reações:
Pele:edema e cianose dos lábios;
Sistema respiratório: dificuldade de respirar e edema da árvore respiratória;
Sistema circulatório: dilatação dos vasos sangüíneos, queda da PA, pulso fino e fraco,
palidez.
COMO SE MANIFESTA
- Pele fria e úmida;
- Sudorese (transpiração abundante) na testa e nas palmas das mãos; - Palidez;
- Sensação de frio, chegando às vezes a ter tremores;
- Náusea e vômitos;
- Respiração curta, rápida e irregular;
- Perturbação visual com dilatação da pupila, perda do brilho dos olhos;
- Queda gradual da PA;
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- Pulso fraco e rápido; - Enchimento capilar lento; - Inconsciência total ou parcial.

COMO PROCEDER
- Realize uma rápida inspeção na vítima;
- Combata, evite ou contorne a causa do estado de choque, se possível;
- Mantenha a vítima deitada e em repouso;
- Controle toda e qualquer hemorragia externa;
- Verifique se as vias aéreas estão permeáveis, retire da boca, se necessário, secreção,
dentadura ou qualquer outro objeto;
- Inicie a respiração de socorro boca-a-boca, em caso de parada respiratória;
- Execute a compressão cardíaca externa associada à respiração de socorro boca-aboca, se a
vítima apresentar ausência de pulso e dilatação das pupilas (midríase);
- Afrouxe a vestimenta da vítima;
- Vire a cabeça da vítima para o lado, caso ocorra vômito;
- Eleve os membros inferiores cerca de 30 cm, exceto nos casos de choque cardiogênicos
(infarto agudo do miocárdio, arritmias e cardiopatias) pela dificuldade de trabalho do
coração;
- Procure aquecer a vítima;
- Avalie o status neurológico

;
- Remova IMEDIATAMENTE a vítima para o hospital mais próximo.

QUEIMADURAS, INSOLAÇÃO E INTERMAÇÃO

Queimaduras:
São lesões dos tecidos produzidas por substância corrosiva ou irritante, pela ação do calor
ou frio e de emanação radioativa. A gravidade da queimadura não se mede somente pelo
grau da lesão (superficial ou profunda), mas também pela extensão ou localização da
área atingida.

CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS


1º Grau: lesão das camadas superficiais da pele com:

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Eritema (vermelhidão);
Dor intensa
Inchaço

2º Grau: Lesão das camadas mais profundas da pele com:


• Eritema (vermelhidão);
• Formação de Flictenas (bolhas);
• Inchaço;
• Dor e ardência locais, de intensidades variadas.

3º Grau: Lesão de todas as camadas da pele, comprometendo os tecidos mais profundos,


podendo ainda alcançar músculos e ossos. Estas queimaduras se
apresentam:
• Secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizadas,
• Pouca ou nenhuma dor local;
• Pele branca escura ou carbonizada;

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• Não ocorrem bolhas.

Queimaduras de 1º, 2º e 3º grau podem apresentar-se no mesmo acidentado. O risco de


morte (gravidade do caso) não está no grau da queimadura, e sim na EXTENSÃO da superfície
atingida e ou da localidade da lesão. QUANTO MAIOR A ÁREA QUEIMADA, MAIOR A
GRAVIDADE DO CASO.
AVALIAÇÃO DA ÁREA QUEIMADA
Use a "regra dos nove" correspondente a superfície corporal:

COMO PROCEDER
- Afastar a vítima da origem da queimadura;
- Retire as vestes, se a peça for de fácil remoção. Caso contrário, abafe o fogo envolvendo-a
em cobertor, colcha ou casaco;
- Lave a região afetada com água fria e abundante (1ºgrau);
- Não esfregue a região atingida, evitando o rompimento das bolhas;
- Aplique compressas úmidas e frias utilizando panos limpos;
- Faça um curativo protetor com bandagens úmidas;
- Mantenha o curativo e as compressas úmidas com soro fisiológico;
- Não aplique ungüentos, graxas, óleos, pasta de dente, margarina, etc. sobre a área
queimada;
- Mantenha a vítima em repouso e evite o estado de choque; - PROCURE UM MÉDICO.

IMPORTANTE: Nas queimaduras por soda cáustica, devemos limpar as áreas atingidas com
uma toalha ou pano antes da lavagem, pois o contato destas substâncias com a água cria
uma reação química que produz enorme quantidade de calor.

Insolação:

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É uma perturbação decorrente da exposição DIRETA e PROLONGADA do organismo aos raios
solares.
COMO SE MANIFESTA
- Pele seca, quente e avermelhada;
- Pulso rápido e forte;
- Dor de cabeça acentuada;
- Sede intensa;
- Temperatura do corpo elevada; - Dificuldade respiratória; - Inconsciência.

COMO PROCEDER
- Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
- Afrouxe as vestes da vítima;
- Mantenha o acidentado em repouso e recostado;
- Aplique compressas ou banho em temperatura ambiente , se possível; - Procure o hospital
mais próximo.

Intermação:
Perturbação do organismo causada por excessivo calor em locais úmidos e não arejados,
dificultando a regulação térmica do organismo. COMO SE MANIFESTA

-Dor de cabeça e náuseas;

- Palidez acentuada;

- Sudorese (transpiração excessiva);


- Pulso rápido e fraco;
- Temperatura corporal ligeiramente febril; - Inconsciência.
COMO PROCEDER
- Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
- Afrouxe as vestes da vítima;
- Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que o resto do corpo.

ASFIXIA E AFOGAMENTO
Asfixia:
Dificuldade ou parada respiratória, podendo ser provocada por: choque elétrico,
afogamento, deficiência de oxigênio atmosférico, Obstrução das Vias Aéreas por Corpo
Estranho (OVACE), etc. A falta de oxigênio pode provocar seqüelas dentro de 3 a 5
minutos, caso não haja atendimento conveniente.
COMO SE MANIFESTA
- Atitudes que caracterizem dificuldade na respiração;
- Ausência de movimentos respiratórios;
- Inconsciência;
- Cianose (lábios, língua e unhas arroxeadas);
- Midríase (pupilas dilatadas);
- Respiração ruidosa;
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- Fluxo aéreo diminuído ou ausente.

COMO PROCEDER
- Encoraje ou estimule a vítima a tossir;
- Caso a vítima esteja consciente, aplique 5 manobras de Heimlich.
- Caso esteja inconsciente, aplique duas insulflações e observe sinais da passagem do ar
(expansão de tórax); caso não haja, Heimlich com a inspeção das vias aéreas para observar
a expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações, percebendo a parada respiratória e notando
sinais da passagem do ar, mantenha 1 insuflação a cada 5 segundos
- Em caso de parada cardiorrespiratória (ausência de pulso), executar a reanimação cárdio
pulmonar (RCP);
- Procure o hospital mais próximo.

Manobra de Heimlich em crianças recen nascido

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Afogamento:

Asfixia provocada pela imersão em meio líquido. Geralmente ocorre por câimbra, mau jeito,
onda mais forte, inundação ou enchente e por quem se lança na água sem saber nadar.
COMO SE MANIFESTA
- Agitação;
- Dificuldade respiratória;
- Inconsciência; - Parada respiratória; - Parada cardíaca.

COMO PROCEDER
- Tente retirar a vítima da água utilizando material disponível (corda, bóia, remo, etc.)
- Em último caso e se souber nadar muito bem, aproxime-se da vítima pelas costas, segure-a
e mantenha-a com a cabeça fora d'água (cuidado com o AFOGAMENTO DUPLO);
- Coloque a vítima deitada em decúbito dorsal, quando fora d'água;
- Insista na respiração de socorro se necessário, o mais rápido possível;
- Execute a compressão cardíaca externa se a vítima apresentar ausência de pulso e midríase
(pupilas dilatadas);
- Friccione vigorosamente os braços e as pernas da vítima, estimulando a circulação;
- Aqueça a vítima;
- Remova a vítima para o hospital mais próximo.
AFOGAMENTO GRAU 1

SINAIS E SINTOMAS:
Vítimas que aspiraram quantidade mínima de água, suficiente para produzir
tosse, não apresenta espuma na boca ou nariz;;
A ausculta pulmonar é normal;
Seu aspecto é bom e geralmente estão lúcidos, porem podem estar agitados ou sonolentos;
Freqüência Respiratória (F.R) e Cardíaca (F.C) aumentadas pelo esforço e estresse
do afogamento que se normalizam rapidamente após 10 a 20 min.
AFOGAMENTO GRAU 2
POUCA ESPUMA na BOCA/NARIZ
Mortalidade - 0.6%
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1. Oxigênio - 5 litros/min via cânula nasal.
2. Repouso, aquecimento, e tranqüilização.
3. Posição lateral de segurança sob o lado direito.
4. Observação hospitalar por 6 a 48 h.

AFOGAMENTO GRAU 3

SINAIS E SINTOMAS:
Haverá a aspiração de quantidade importante de água (mais que 2 a 3 ml/Kg de peso) e
apresentará grandes alterações na troca de oxigênio pulmonar, necessitando de cuidados
médicos imediatos ( USA).
Pulso radial palpável, sendo que sua pressão arterial poderá estar normal ou aumentada.
Além de tosse, como principal sinal apresentará muita espuma na boca e/ou nariz.
PULSO RADIAL PALPÁVEL
Mortalidade - 5.2%
1. Oxigênio via máscara facial a 10 litros/min.
2. Posição lateral de segurança sob o lado direito com
a cabeça elevada acima do tronco

AFOGAMENTO GRAU 4
GRANDE QUANTIDADE de ESPUMA na BOCA/NARIZ
SEM PULSO RADIAL PALPÁVEL
Mortalidade - 19.4%
1. Oxigênio via máscara facial a 10 litros/min.
2. Observe a respiração com atenção, pois pode
ocorrer parada.
3. Posição lateral de segurança sob o lado
Direito
.4. Caso para USA, para melhor ventilação e infusão
venosa de líquidos.
SINAIS E SINTOMAS:
Grande dificuldade respiratória com possibilidade de complicações imediatas evoluindo
para parada respiratória súbita.
A vítima nestes casos se apresenta em coma (não desperta nem com estímulos fortes).
Apresenta-se com grande quantidade de espuma na boca/ nariz e pulso radial não
palpável.
É, portanto um grau bem mais grave que o 3, necessitando de assistência médica
imediata. O grau 4 tem 4 vezes mais possibilidades de morrer que o grau 3.

AFOGAMENTO GRAU 5
1. Inicie imediatamente a ventilação artificial de emergência
2. Mantenha a ventilação artificial até retorno espontâneo da respiração e cheque o pulso
regularmente.
3. Após retorno da ventilação trate como Grau 4

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Mortalidade - 44%
AFOGAMENTO GRAU 6 SINAIS
E SINTOMAS:
Vítimas inconscientes.
Parada Cárdio-Respiratória (PCR) - apnéia (Parada respiratória), e ausência de pulso,
arterial carotídeo.
1. Ressuscitação Cardiopulmonar.
2. Use o desfibrilador automático se houver.
3. Não comprimir o abdome - 86% tem vômitos 4. Após o sucesso da RCP, a vítima deve ser
acompanhada com cuidado pois pode haver outra parada dentro dos primeiros 30 minutos,
trate como Grau 4.
PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA
MORTALIDADE - 93%

Manobra de Halteck utilizada para retirada de afogados

11 – RESSUSCITAÇÃO CÁRDIO PULMONAR (RCP):


Conjunto de medidas emergenciais que permitem salvar uma vida pela falência ou insuficiência
do sistema respiratório ou cardiovascular. Sem oxigênio as células do cérebro morrem em 10
minutos. As lesões começam após 04 minutos a partir da parada respiratória.
CAUSAS DA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR):
- Asfixia;
- Intoxicações;
- Traumatismos;
- Afogamento;
- Eletrocussão (choque elétrico); - Estado de choque; - Doenças.

COMO SE MANIFESTA
- Perda de consciência;
-Ausência de movimentos respiratórios;
- Ausência de pulso;
- Cianose (pele, língua, lóbulo da orelha e bases da unhas arroxeadas); - Midríase (pupilas
dilatadas e sem fotorreatividade).
COMO PROCEDER

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- Verifique o estado de consciência da vítima, perguntando-lhe em voz alta: "Posso lhe
ajudar?";
- Trate as hemorragias externas abundantes;
- Coloque a vítima em decúbito dorsal sobre uma superfície dura;
- Verifique se a vítima está respirando;
- Realize a hiperextensão do pescoço. Esta manobra não deverá ser realizada se houver
SUSPEITA DE LESÃO NA COLUNA CERVICAL. - Nesse caso, realize a tração da mandíbula, sem
inclinar e girar a cabeça da vítima ou empurre mandibular;
- Verifique se a vítima apresenta pulso, caso negativo inicie a compressão cardíaca externa:
- Posicione as mãos sobre o externo, 02 cm acima do processo xifóide;
- Mantenha os dedos das mãos entrelaçados e afastados do corpo da vítima;
- Mantenha os braços retos e perpendiculares ao corpo da vítima;
- Inicie a compressão cardíaca comprimindo o peito da vítima em torno de 05 cm;
- Realize as compressões de forma ritmada procurando atingir no mínimo 100 compressões
por minuto;
- Deve intercalar 02 insulflações a cada 30 compressões.
- Após 01 ciclo (02 insulflações e 30 compressões 5 vezes) monitorar novamente os sinais
vitais;
- NÃO INTERROMPA A RCP, MESMO DURANTE O TRANSPORTE, ATÉ A RECUPERAÇÃO DA
VÍTIMA OU A CHEGADA DO MÉDICO NO LOCAL.

CASOS ESPECÍFICOS
Ao executar a compressão cardíaca externa em adolescentes ou em crianças, pressione o
tórax com uma das mãos, em lactentes apenas com a ponta dos dedos, sendo que para
estes deve se fazer 1 insuflação (somente o ar nas bochechas) para 5 compressões, reavaliar
a cada ciclo (02 insuflação e 5 compressões)

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ACIDENTE VASCULAR CELEBRAL

AVC
Acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral, é
um nome carregado de significado. Acidente quer dizer acontecimento inesperado que,
na maioria das vezes, envolve dano e sofrimento. Vascular refere-se a vasos e esse
acidente se chama vascular cerebral porque acomete uma das artérias que irrigam o
cérebro danificando a área por ela irrigada. Existem dois grandes grupos de acidentes
vasculares cerebrais: os isquêmicos e os hemorrágicos.
O cérebro é uma estrutura altamente vascularizada. Inúmeras artérias se ramificam no
interior do tecido cerebral para levar oxigênio e as substâncias nutrientes necessárias para
seu o funcionamento adequado. Quando uma dessas artérias sofre oclusão, o território que
deveria ser irrigado por ela entra em processo de anóxia, ou seja, de falta de oxigênio e
muitas células, principalmente muitos neurônios, morrem. Esses eventos caracterizam o
acidente vascular cerebral isquêmico. Já o hemorrágico acontece quando uma artéria se
rompe e o sangue que deixa escapar dá origem a um hematoma, ou coágulo, que provoca
sofrimento no tecido cerebral.
Como cada área do cérebro coordena determinada função do organismo, os sintomas
provocados pelo AVC são muito variáveis. Vão desde alterações motoras evidentes – a
pessoa perde o movimento do braço ou entorta a boca – até alterações cognitivas e da
memória, da visão e da audição muito sutis que podem até passar despercebidas pelo
paciente ou por quem está perto dele. No entanto, os sintomas se instalam sempre
abruptamente, podem regredir ou mesmo desaparecer depois de algum tempo.
Qualquer que seja o caso, sejam intensos ou transitórios os sintomas, procurar atendimento
médico-hospitalar imediato é fundamental para o resultado do tratamento.

O AVC é uma alteração vascular no cérebro, “Os dois grandes grupos de AVC são os
isquêmicos e os hemorrágicos. Pode-se ter obstruções de artérias, que são as isquemias
cerebrais, ou a ruptura de uma artéria, as hemorragias. Existem as causas congênitas,
quando por exemplo, alguém que nasce com uma malformação vascular, mas isso é
mais raro”, explica.
Segundo o especialista, doenças como hipertensão, diabetes, tabagismo, ou alterações
no colesterol e na taxa de lipídios que aceleram o envelhecimento vascular, causam
uma doença chamada aterosclerose, que é o deposito de gorduras nas artérias e
aumenta as chances da pessoa ter obstruções ou ruptura de vasos sanguíneos e,

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portanto, as chances de se ter um AVC.É importante estar atento aos primeiros sinais
do problema. Os sintomas apontam qual área do cérebro foi afetada. Quando são do
hemisfério esquerdo do cérebro, se tem alterações de força, sensibilidade e perda de
visão do lado direito do corpo, e ainda problemas na linguagem e na fala. Isquemias ou
hemorragias no lado direito do cérebro são percebidas no lado esquerdo do corpo,
também com alterações na visão, na sensibilidade e na força, mas sem alterações na
linguagem. AVC na parte de trás do cérebro provoca alterações do equilíbrio e da
capacidade de se manter em pé, da movimentação do rosto e do movimento ocular.

Desfibrilador Externo Automático


DEA

LEI MUNICIPAL Nº14.621, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2007.

Altera o art. 1º da Lei nº 13.945, de 7 de janeiro de 2005

Art. 1º.O Art. 1º da Lei nº 13,945, de 7 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a
obrigatoriedade da manutenção de aparelho desfibrilador externo automático em locais
que designa concentração/circulação média diária de 1.500 (mil e quinhentas) ou mais
pessoas, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º Os aeroportos, shopping centers, centros empresariais, estádios de futebol, hotéis,


hipermercados e supermercados, casas de espetáculos e locais de trabalho com
concentração acima de 1.000 (mil) pessoas ou circulação média diária de 3.000 (Três mil)
ou mais pessoas, os clubes e academias com mais de 1.000 (mil) sócios, as instituições
financeiras e de ensino com concentração ou circulação média diária de 1.500 (mil e
quinhentas) ou mais pessoas, ficam obrigados a manter, em suas dependências, aparelho
desfibrilador externo automático

Os estabelecimentos e órgãos públicos abrangidos pelo disposto no “caput” deste artigo


deverão promover a capacitação de todos os integrantes da Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes- CIPA, de todo o efetivo da Brigada de Incêndio e da Brigada de Emergência,
além de mais dois funcionários por turno, por aparelho.

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Em várias cidades e estados brasileiros a presença do DEA em ambientes de grande
circulação de público é obrigatório por lei municipal ou distrital. Sendo as doenças
cardiovasculares a primeira causa de morte no país, são responsáveis pelo óbito de 38% dos
homens e 29% das mulheres. A morte ou graves sequelas podem ser evitadas com a
utilização imediata do desfibrilador.

Desfibrilação

É o uso terapêutico do choque de corrente elétrica contínua, com grande amplitude e curta
duração aplicada no tórax ou diretamente sobre o miocárdio.

É o único tratamento eficaz da fibrilação ventricular.

Torcer para ter um destes dois ritmos – Fibrilação Ventricular e Taquicardia Ventricular
COMO FUNCIONA A DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA?

Os DEA são programados para reconhecer um ritmo anormal do coração que requer um
choque, carregar e transmitir o choque (modelo automático) ou aconselhar ao usuário
(socorrrista) o acionamento do dispositivo que transmite o choque (modelo
semiautomático)Os aparelhos desfibriladores externos automáticos são projetados para
proporcionar um choque elétrico que interrompe a atividade elétrica anormal de um coração
doente.A desfibrilação consiste no uso terapêutico da corrente elétrica, administrada em
grande intensidade e por períodos extremamente breves.

Contraindicações

O aparelho DEA não deve ser usado se o paciente apresentar algum dos seguintes sinais:
Estiver consciente e/ou respondendo a estímulos
Estiver respirando
Estiver com o pulso capaz de ser detectado.
Exigências de treinamento do operador

A fim de operar com segurança e eficiência o aparelho DEA, deve-se corresponder às seguintes
exigências:
Treinamento em desfibrilação e/ou treinamento no aparelho ao ser utilizado, pois existem
várias marcas e modelos, conforme exigido pelos regulamentos locais, municipais, estaduais ou
federais
Quaisquer treinamentos complementares solicitados pelo médico responsável
Conhecimento e entendimento completos do material apresentado junto ao equipamento (manual
do usuário).

Comunicação Reanimação Desfibrilação Transporte Hospital

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MÉTODO START

TRIAGEM

Processo utilizado em situações onde a emergência ultrapassa a capacidade de


resposta da equipe de socorro. Utilizado para alocar recursos e hierarquizar o
atendimento de vítimas de acordo com um sistema de prioridades, de forma a
possibilitar o atendimento e o transporte rápido do maior número possível de vítimas.

O primeiro socorrista que chega numa cena da emergência com múltiplas vítimas
enfrenta um grande problema. A situação é diferente e seus métodos usuais de
resposta e operação não são aplicáveis. Este profissional deve modificar sua forma
rotineira de trabalho buscando um novo método de atuação que lhe permita
responder adequadamente a situação.

Como poderão então esses socorristas prestar um socorro adequado? Obviamente, se


eles voltarem sua atenção para a reanimação de uma ou mais vítimas, as outras
potencialmente recuperáveis poderão morrer.

Portanto, logo que chegam na cena, esses primeiros socorristas devem avaliá-la, pedir
reforços adicionais e providenciar a segurança do local para, só então, dedicarem-se a
seleção das vítimas enquanto as novas unidades de socorro deslocam-se para o local da
emergência.

Esses socorristas aproveitam assim o seu tempo da melhor maneira iniciando um


processo de triagem. Este é o primeiro passo para a organização dos melhores recursos
na cena da emergência.

Triagem – Termo dado ao reconhecimento da situação e seleção das vítimas por


prioridades na cena da emergência. Palavra de origem francesa que significa “pegar,
selecionar ou escolher”.

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Podemos conceituar a triagem como sendo um processo utilizado em situações onde a
emergência ultrapassa a capacidade de resposta da equipe de socorro. Utilizado para
alocar recursos e hierarquizar vítimas de acordo com um sistema de prioridades, de
forma a possibilitar o atendimento e o transporte rápido do maior número possível de
vítimas.

É de responsabilidade do socorrista que primeiro chegar ao local do acidente múltiplo,


montar um esquema e separar as peças de um desastre de forma a propiciar o melhor
cuidado possível a cada pessoa envolvida, solicitando recursos adicionais e reforço para
atender adequadamente a ocorrência.

Em resumo, o processo de triagem é usado quando a demanda de atenção supera

nossa capacidade de resposta e, portanto, devemos direcionar nossos esforços para


salvar o maior número de vítimas possível, escolhendo aquelas que apresentam maiores
possibilidades de sobrevivência. O primeiro a chegar na cena deve dedicar-se à seleção
das vítimas, enquanto chegam as unidades de apoio.

Obs.: Se a ocorrência supera a capacidade de resposta da guarnição do CB que primeiro


chegar ao local, deveremos iniciar um processo de triagem para avaliar e tratar a maior
quantidade possível de vítimas com potencial de recuperação. Se a guarnição se detém
no atendimento de uma única vítima, todos os demais poderão não receber auxílio.

Atualmente é o modelo adotado pela Associação de Chefes de Bombeiros do Estado da


Califórnia nos EUA. START é a abreviatura de Simple Triage And Rapid Treatment
(Triagem Simples e Tratamento Rápido) .

· Sistema de triagem simples.


· Permite triar uma vítima em menos de um minuto.
Esse método foi desenvolvido para o atendimento de ocorrências com múltiplas vítimas,
pois permite a rápida identificação daquelas vítimas que estão em grande risco de vida,
seu pronto atendimento e a prioridade de transporte dos envolvidos mais gravemente
feridos.

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CÓDIGO DE CORES NO PROCESSO DE TRIAGEM

Cor Vermelha

Significa primeira prioridade:


São as vítimas que apresentam sinais e sintomas
que demonstram um estado crítico e necessitam
tratamento e transporte imediato.

Cor Amarela

Significa segunda prioridade:


São as vítimas que apresentam sinais e sintomas que
permitem adiar a atenção e podem aguardar pelo

transporte.
Cor Verde

Significa terceira prioridade:


São as vítimas que apresentam lesões menores ou
sinais e sintomas que não requerem atenção imediata.

Cor Preta

Significa sem prioridade (morte clínica): São as


vítimas que apresentam lesões obviamente
mortais ou para identificação de cadáveres.

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Área fria

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Animais Peçonhentos e Animais Venenosos

Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam
com um aparelho inoculador: dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno
passa ativamente, como as serpentes, aranhas, escorpiões, lacraias,
abelhas,marimbondos e arraias. Apesar de “peçonha” significar veneno, animal
peçonhento não é o mesmo que venenoso, sendo este último, o animal que produz
veneno, mas não possui órgão inoculador, provocando envenenamento passivo por
contato, por compressão ou por ingestão,como por exemplo algumas espécies de
anfíbios.

SERPENTES PEÇONHENTAS NO BRASIL

As serpentes peçonhentas do Brasil são dos gêneros Bothops,Crotalus,Micrurus e


Lachesis. Com exceção da Lachesis, encontrada com mais freqüência na região
Amazônica, as demais podem aparecer nas outras regiões do Brasil. A maioria dos
acidentes é causada pelas serpentes do gênero Bothrops, seguido pelo Crotalus;
Lachesis e Micrurus.
O acidente botrópico é causado por serpentes do gênero Bothrops,dentre as quais
destacam-se a jararaca, a urutu, e a cotiara. Veneno de ação proteolítica, neurotóxica e
anticoagulante. O acidente botrópico geralmente causa alterações locais como
dor,edema (inchaço) e equimoses (manchas roxas). Tardiamente as bolhas podem
surgir e até necrose. Outra complicação acontece quando bactérias que vivem na boca
da serpente causam infecção na pele do paciente. Além das alterações locais, o sangue
pode ser tornar
incoagulável,predispondo a hemorragias que podem por em risco a vida.

Jararaca Cascavel Coral verdadeira Surucucu

O acidente crotálico pode provocar fraqueza, turvação da vista, queda das pálpebras e
paralisia de músculos da face. O indivíduo pode queixar-se também de dores musculares
e apresentar urina escura, o que pode contribuir para que haja comprometimento dos
rins. Habitualmente não há alterações importantes no local da picada, apenas inchaço e
formigamento discretos. Em alguns casos, não é possível identificar o ferimento das
presas.
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Esse acidente é causado pelas serpentes do gênero Crotalus, conhecidas popularmente
por cascavéis. As manifestações clínicas deste acidente são precoces, surgindo em
torno de uma a três horas após a picada. Veneno de ação hemolítica e neurotóxica.

O acidente laquésico é causado pelas serpentes do gênero Lacheis, encontradas em


florestas da zona trópico-equatorial e conhecidas por surucucu. As serpentes deste
gênero inoculam grande quantidade de veneno.
O acidente causado pela surucucu ou surucucu-picode-jaca ocorre somente na
Amazônia e na Mata Atlântica. Assim como no acidente botrópico, há sintomas no
local da picada, como dor, edema, equimose e podem surgir bolhas, infecção e
necrose. Além das hemorragias, pode haver também sudorese, náuseas e vômitos,
cólicas abdominais, diarréia, diminuição da freqüência dos batimentos cardíacos e
queda da pressão arterial.

O acidente elapídico se caracteriza pelo veneno é tóxico para os nervos e músculos


provocando turvação visual, queda das pálpebras e paralisia muscular que pode
comprometer a respiração do paciente. Não há manifestações locais importantes.
As serpentes do gênero Micrurus, que são as corais, causam este tipo de acidente. A
ação neurotóxica deste veneno manifesta-se precocemente e determina casos
graves.

ARANHAS

O acidente por phoneutria é causado pelas aranhas do gênero Phoneutria, conhecidas


por aranhas armadeiras, que se refugiam nas residências e seus arredores,bananeiras e
folhagens de jardim.
Os acidentes com aranha-armadeira ocorrem mais frequentemente quando as pessoas
estão calçando sapato, fazendo limpeza em jardim, mexendo com legumes e
frutas(especialmente a banana). Após a picada, há dor intensa no local, com inchaço,
vermelhidão e às vezes uma sudorese fina. O acidente grave só ocorre em crianças.
Nesta situação, vômitos,sudorese (suor) por todo o corpo, hipertensão (pressão alta),
ou hipotensão (pressão baixa),aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos
podem ocorrer.

Aranha armadeira

Os acidentes por Loxosceles são comuns. A aranha marrom não é agressiva e só pica
quando comprimida contra a pele. Por isso, os acidentes acontecem principalmente
enquanto as pessoas estão se vestindo ou dormindo.

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No momento da picada pode ocorrer uma leve dor e, após algumas horas, o local fica
vermelho. Por volta de 12 a 24 horas depois, a região torna-se arroxeada e
esbranquiçada evoluindo nos dias seguintes para necrose(tecido morto). Às vezes,
podem se formar feridas grandes e profundas que necessitam cirurgia plástica. É
comum, nos primeiro dias depois da picada, aparecer vermelhidão pelo corpo,
febre,mal-estar, náuseas e vômitos e, mais raramente, anemia e urina escura.

Aranha marrom

O acidente por Latrodectus é causado pelas aranhas do gênero Latrodectus,


conhecidas popularmente por viúva-negra, aranha ampulheta ou flamenguinha. Os
acidentes por viúva-negra são raros no Brasil. Após a picada pode haver dor e
vermelhidão local. Mais raramente ocorre sudorese em todo o corpo, tremores e
contraturas musculares.

Aranha viúva negra

O acidente por Lycosa é causado por aranhas do gênero lycosa, conhecidas como
aranhas de jardim, de grama ou tarântula. Apresentam como característica um
desenho negro em forma de ponta de flecha no dorso do abdome. O quadro clínico é
pouco importante, não havendo necessidade de soroterapia específica.

Aranha Tarântula

O acidente por Pamphobeteus e Grammostola se caracterizam pelo contato da vítima


com pêlos urticantes lançados pela aranha. Estes pêlos podem causar reações de
hipersensibilidade, com prurido cutâneo, mal-estar, tosse, dispnéia, broncoespasmo.
Estas aranhas são conhecidas popularmente por aranhas caranguejeiras e não são
venenosas. Os pêlos urticantes ficam situados no dorso do abdome

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Aranha caranguejeira
ESCORPIÕES

Das 1600 espécies atualmente conhecidas no mundo, apenas 25 podem causar


acidentes graves. O gênero Tityus é o principal causador de acidentes no nosso país. O
escorpião Tityus serrulatus (escorpião amarelo) é o maior causador na américa
do sul.

Tityus bahiensis(preta) Tityus stigmurus (bicolor)

O tratamento dos acidentes causados por escorpião na maioria das vezes voltado para
controle da dor. Inicialmente, compressas mornas na região é auxiliam a aliviar a dor
até chegar ao hospital, onde será avaliada a necessidade ou não de soro. O uso de
pomadas no local pode alterar a cor da pele, além de não impedir a penetração do
veneno, o torniquete, incisão e sucção no local da picada podem prejudicar ainda
mais. Capturar o animal que causou o acidente e trazê-lo junto com a pessoa picada
facilita o diagnóstico e o tratamento correto. O soro antiaracnídico é utilizado para
neutralizar as ações dos venenos das aranhas marrom, armadeira e do escorpião,
sendo que somente deve ser administrado com indicação médica.

ABELHAS E VESPAS

Os acidentes por picadas de abelhas e vespas apresentam manifestações clínicas


distintas, dependendo da sensibilidade do indivíduo ao veneno e do número de
picadas.
O quadro clínico em geral manifesta-se por edema de glote e broncospasmo acompanhado
de choque anafilático.
O tratamento do acidente por múltiplas picadas é sempre uma emergência médica.
Ainda não se dispõe de um soro específico contra estes venenos, embora existam
pesquisas.

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Um detalhe importante é que uma vespa pode ferroar varias vezes enquanto que uma
abelha apenas uma, morrendo em seguida, isto porque parte de seu intestino
desprende-se juntamente com o saco de veneno, (o qual ainda possuirá mais da
metade de sua capacidade).

Picadas de abelha Sistema de inoculação da abelha

LACRAIAS

A lacraia, quando pica, causa dor e vermelhidão local, sem outras repercussões. Já a
centopéia ou piolho-de-cobra, ao ser esmagada, solta uma tinta que mancha a pele
(arroxeada) mas não provoca inflamação na região.
Os quilópodos, conhecidos popularmente como lacraias e centopéias, possuem corpo
quitinoso dividido em cabeça e tronco articulado, de formato achatado, filiforme ou
redondo, permitindo fácil locomoção. As lacraias estão distribuídas por todo o mundo
em regiões temperadas e tropicais.

ANFÍBIOS

Apesar de serem inofensivos aos seres humanos, todos os anfíbios,incluindo as cecílias e


as salamandras, possuem glândulas espalhadas por toda a pele que podem produzir
secreções tóxicas.
Em muitos casos existem regiões da pele que possuem acúmulos dessas glândulas.
As secreções cutâneas dos anfíbios podem ser constituídas por inúmeras substâncias
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que, na sua maioria, possuem propriedades e composição química ainda muito mal
conhecidas.
A finalidade dessas substâncias é a proteção e a defesa da pele contra infecções por
bactérias e fungos. Em geral os anfíbios são venenosos e não peçonhentos. Foram
encontradas espécies, em locais muito isolados do mundo, que podiam lançar o veneno.
Praticamente não existem registros de envenenamento por anfíbios em seres
humanos. Já em animais que molestarem ou morderem sapos, a pressão da mordida
faz com que espirrem o veneno esbranquiçado e pastoso que, entrando em contato
com a mucosa dos olhos,nariz ou boca, pode causar danos ao organismo ou até
mesmo levá-lo à morte.
Algumas espécies de sapos coloridos da Amazônia, os dendrobatídeos,
possuem uma secreção cutânea muito venenosa que é utilizada pelos índios para envenenar
suas flechas (ou zarabatanas) para a caça.

SINAIS E SINTOMAS GERAIS DOS ACIDENTES

A vítima geralmente apresenta dor intensa no local da picada ou mordida, além de


edemas, vermelhidão, hematoma e bolhas.

Outros sinais mostram alterações no sistema respiratório, como a dificuldade respiratória


e edema de glote.
O sistema neurológico poderão ser afetados decorrendo em queda da pálpebra, distúrbios
visuais, alteração no nível de consciência e até convulsões;
Poderá ocorrer sinais e sintomas de reação anafilática, náuseas,vômitos e relato de
alteração da cor (escura) e quantidade (diminuída) da urina.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Devemos manter a vítima em repouso absoluto e não deixá-la locomover-se,


removendo anéis, pulseiras, braceletes, e outros adornos; O local
da picada deve ser lavado com água e sabão, protegendo o local
da lesão com curativo de gaze seca;
Transportar ao hospital indicado e se possível e seguro, capture o animal ,
levando-o ao hospital de destino da vítima, em recipiente adequado. Somente
soro específico cura o envenenamento provocado por picadas quando aplicado
adequadamente.

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Não devemos fazer qualquer tratamento caseiro como torniquete,sucção, perfuração,
pó de café e fumo, pois somente soro específico cura o envenenamento provocado por
picadas quando aplicado adequadamente. Nos casos de acidentes com escorpiões, o
risco de vida aumenta quando a vítima tiver idade abaixo de 07 anos e acima de 50
anos ou ainda vítima que apresente distúrbios orgânicos graves.

OBSERVAÇÕES

Animais peçonhentos ou venenosos que tenham origem aquática não foram


mencionados por se tratar de uma situação mais especifica. Informações a
respeito de sorologia para animais peçonhentos podem ser adquirida pelo site:
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/zoo/Zoo_uni1.htm A origem da
nomenclatura dos animais peçonhentos é muito diversa. “Serpente” é um
termo do latim (serpens + antis) que significa o que arrasta ou rastejante. No
Brasil designa qualquer tipo de cobra, mas em espanhol, o termo serpiente
designa somente as peçonhentas. “Cobra” vem do latim colobra ou coluber, e
em português originalmente designam serpentes que não são perigosas. Em
alguns países de língua inglesa refere-se especificamente à
“Naja”. No Brasil, o termo é genérico para todas as serpentes, mas em espanhol, culebra,
nomeia apenas as que não são peçonhentas. O termo ofídio vem do grego ophidion, que
é diminutivo de ophis que designa as serpentes. Víbora vem do latim vipera, que é a
contração de vivipora (vivo) com parere (parir). Nos países latinoamericanos designa
serpente peçonhenta em geral. Na Europa,de modo adequado designa as serpentes
peçonhentas do gênero vipera.

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PARTO EM ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR

Anatomia da gestante

feto: ser que está se desenvolvendo e crescendo dentro do útero;


útero: órgão muscular dentro do qual desenvolve o feto. Durante suas
contrações, empurra o feto para o canal de parto;
colo uterino: extremidade inferior do útero que se dilata permitindo que o feto entre
na vagina; vagina: canal por onde o feto é conduzido para o nascimento; saco
amniótico: estrutura sacular que se forma no interior do útero é constituído por uma
membrana que envolve o feto e o líquido amniótico; líquido amniótico: líquido
presente dentro do saco amniótico; sua função é manter a temperatura do feto e
protegê-lo de impactos. Durante o parto concorre para formar a bolsa das águas e
lubrificar o canal do parto após a ruptura das membranas. Sua cor normal é clara
(branco opalescente); quando está ocorrendo anóxia e sofrimento fetal, este líquido
torna-se esverdeado (mecônio); placenta: órgão especial, formado durante a gravidez,
constituída por tecidos materno e fetal, permitindo a troca de nutrientes entre a mãe e
o feto. Normalmente expelido ao final do trabalho de parto. Tem formato discoidal ou
ovular, com 15 a 20 cm de diâmetro, com aproximadamente 3 cm de espessura e 500 g
de peso, na gravidez de termo; e

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cordão umbilical: estrutura constituída por vasos sangüíneos (duas artérias e uma veia)
por intermédio da qual o feto se une a placenta, seu comprimento varia em média 55
cm.

ASSISTÊNCIA AO PARTO

Preparação da Parturiente

O socorrista ao avaliar a vítima e constatar a necessidade de dar assistência ao parto no


próprio local deverá adotar as providências listadas abaixo:
Informe à parturiente ou ao seu responsável que o parto será iminente; Nos casos em
que não houver tempo para transportar ao hospital,obtenha autorização da
parturiente ou de seu responsável para assisti-lo na própria residência; Demonstre
tranqüilidade informando-lhes que a equipe está habilitada a prestar a assistência ao
parto e que dispõem de materiais e equipamentos adequados para isso;
Assegure a privacidade da parturiente e escolha um local apropriado; Mantenha, sempre
que possível, um familiar junto da parturiente
durante todo o atendimento;
Prepare o local onde a parturiente será posicionada. Dê preferência à
superfície plana (cama) e cujo colchão não permita o afundamento do quadril; Solicite
à parturiente que remova as roupas que possam impedir o nascimento, sem expô-la
demasiadamente; Solicite à parturiente que se deite; mantenha-se em posição
ginecológica (joelhos flexionados e bem separados, e os pés apoiados sobre a
superfície que está deitada); Traga-a para a parte inferior da cama. Coloque algo (uma
almofada ou um cobertor dobrado) debaixo do ombro da mãe para manter o tórax
ligeiramente elevado;
Faça anti-sepsia da região genital e coxa da parturiente, com água e sabão ou gaze e soro
fisiológico.
Utilize lençóis descartáveis ou toalhas limpas abaixo das nádegas,sobre as coxas e
sobre o abdômen da parturiente, logo acima do umbigo;

Cubra o ânus da parturiente com uma dobra de lençol limpo ou gaze para evitar que
secreções (fezes) eliminadas durante as contrações contaminem o recém-nascido;
Oriente-a para respirar fundo, prender a respiração, aproximar o queixo do tórax e
fazer força para baixo para expulsar o feto durante as contrações; (TÉCNICA DA PRENSA
ABDOMINAL - eleva de 80 para 160 a força de contração uterina).

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Técnica de prensa abdominal


Despreze as luvas de procedimentos utilizadas na preparação da gestante e na
disposição dos materiais. Calce luvas estéreis;
Os socorristas que tiverem contato direto com o RN deverão estar devidamente protegidos
(máscara facial, óculos de proteção, avental de mangas longas e luvas estéreis);

Socorrista devidamente protegido

AMPARO E RECEPÇÃO DO RECÉM-NASCIDO (RN)

Durante a expulsão do RN, apóie sua cabeça, colocando a mão logo abaixo da mesma com
os dedos bem separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra
mão. Não tente puxá-lo; com os dedos em forma de gancho apóie a nuca e a mandíbula;
Se o parto for expulsivo (a cabeça sai com violência), ampare com uma das mãos a
cabeça do RN, e com os dedos da mão inferior apóie o períneo para evitar distensão
brusca desta região; Se o cordão umbilical estiver envolvendo o pescoço do RN
(circular de cordão), libere-o com muito cuidado, com um dos dedos, da nuca em
direção à face; Se a circular de cordão não puder ser liberada, e impedir o nascimento
do bebê, posicione os “clamps” e seccione o cordão entre eles, com o devido cuidado
para não lesar o RN;
Se o bebê nascer envolvido pelo saco amniótico, este pode ser rompido, fazendo-se
uma prega com o dedo indicador e polegar rasgando-o; Em geral, a cabeça do RN
apresenta-se com a face voltada para baixo e logo gira para a direita ou à esquerda.
Guie cuidadosamente a cabeça para baixo, sem forçá-la,facilitando assim a liberação do
ombro superior, em seguida guie ligeiramente para cima,facilitando a saída de todo o
corpo; Com os dedos indicador e médio, das duas mãos, em forma de “V”, pegar a
cabeça pela mandíbula e região da base do crânio, tomando o cuidado de não
pressionar o

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pescoço do RN; Com uma das mãos, apóie a cabeça;
A outra mão escorrega pelo dorso e segura as pernas do RN, mantendo-o numa
superfície, no mesmo nível da mãe. Envolva, neste momento imediatamente o RN
com um cobertor evitando a hipotermia. Cubra principalmente a cabeça, deixando a
face exposta.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DO RECÉM-NASCIDO

Limpe a face do RN com gaze estéril;


Utilize a pêra, para aspiração;
Lembre-se: quando se estimula a narina de um RN ocorre um reflexo inspiratório, portanto,
a fim de evitar aspiração de secreções, aspire primeiro a boca do
RN,posteriormente aspire as narinas.

Assepsia com gaze estéril. Aspiração da cavidade bucal com pêra. Aspiração das narinas com pêra.
Avalie a respiração do bebê.
Se o bebê não chora, estimule-o massageando com os dedos em movimentos circulares
na região do dorso ou dê-lhe “tapinhas” com o dedo indicador na planta dos pés.

Lembre-se:

Estimulações sucessivas geram reflexo vagal e podem produzir bradicardia severa


no RN.
Na ausência dos sinais vitais inicie imediatamente a reanimação cardiopulmonar.

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Estímulo ao RN
Aplique apenas os “clamps” ou faça um cordão com gaze estéril seca e aplique torniquetes
(amarre firmemente) nos locais indicados para os grampos umbilicais;
Não havendo a possibilidade de “clampeamento” ou torniquete,mantenha o bebê
SEMPRE no mesmo nível da mãe enquanto se aguarda a dequitação da placenta.
Havendo a dequitação da placenta, envolva-a em material estéril e posicione-a
cerca de 30 cm acima do nível do bebê;
Se não houver a dequitação da placenta no período de 15 minutos transporte ao hospital
indicado pela central de operações.

CUIDADOS NO PÓS-PARTO

Inclui os cuidados com a expulsão da placenta, controle do sangramento vaginal


e a estabilização e conforto da parturiente.
Dequitação da placenta:
Havendo a expulsão espontânea da placenta (aguarde no máximo15 minutos após o
nascimento), examine-a e guarde-a em um saco plástico apropriado para posterior
avaliação pelo médico;
Não remova o “clamp”;
Não tracionar o cordão umbilical durante a dequitação.

Controle do sangramento vaginal:


Utilize um absorvente higiênico ou material similar (compressa algodoada de gaze estéril);
Coloque o absorvente higiênico na abertura da vagina;

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Oriente para que a parturiente abaixe as pernas e mantenha-as juntas sem apertá-las;
ABORTOS

O aborto é a expulsão de um feto antes que ele possa sobreviver por si só, ou seja,
no início da gravidez, até em torno da 22º semana, aproximadamente.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Posicionar a gestante em DDH;
Coloque absorvente higiênico na abertura da vagina;
Envolva o feto ou qualquer material expulso em lençol descartável ou
material apropriado e conduza-o ao hospital; e Oferte
apoio emocional à parturiente.

IMPORTANTE:
Não introduzir nada na vagina da parturiente.
Conduza ao hospital todos os tecidos e compressas ensangüentadas para
posterior avaliação de perda sangüínea.

NATIMORTO

O RN apresenta sinais que indicam que a morte ocorreu há horas ou dias, tais como:
maceração da pele, líquido amniótico de cor achocolatada, odor fétido.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Se o óbito é evidente, não é indicada a tentativa de reanimação;
Monitorar a parturiente e tratar qualquer complicação pós-parto;
Ofertar apoio psicológico à parturiente e a sua família;
Envolver o bebê em cobertor apropriado;
Transportar para o hospital indicado a parturiente e o bebê em óbito.
JUSTIFICATIVA: existem casos em que o bebê nasce morto
(natimorto). Observar o período de gravidez uma vez que tal fato geralmente ocorre em
situações de hipermaturidade do feto.

RISCOS PSICOLÓGICOS E FÍSICOS DOS SERVIÇOS DE BOMBEIROS

O comportamento humano imprudente, negligente ou caracterizado pela falta de


conhecimento ou treinamento, é a principal causa dos acidentes em uma ocorrência
de bombeiro. Pode também ocorrer a falha do equipamento ou situação adversa
imprevisível,excluindo a responsabilidade humana. No passado detectaram-se falhas
graves em procedimentos operacionais e em compras ou especificações de
equipamentos de segurança que decorreram em acidentes graves. Citamos a seguir,
alguns riscos existentes em ocorrências que podem gerar um mal imediato, como os
traumas ou moléstias a médio ou longo prazo.

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Riscos psicológicos ou efeitos emocionais

Uma pergunta comum feita pelo público aos bombeiros é a seguinte: “Como vocês
conseguem lidar com tragédias, com a morte e ver tantas coisas graves?”, sabemos
que a resposta é quase sempre a mesma: “eu já estou acostumado” ou “já faz
bastante tempo que trabalho nesta área, não ligo mais!”. Esta resposta é muito
simplista e apenas racionaliza o que poderia ser um complexo depoimento pessoal
de anos de serviço e cheio de sentimentos. Não devemos apenas enumerar os
efeitos emocionais do serviço de resgate no bombeiro ou socorrista, mas também
explicar formas de prevenção, controle ou tratamento destes efeitos emocionais.
Devemos lembrar que o assunto é cercado de preconceitos, já que em décadas
passadas o estresse era tido como um capricho ou desculpa de pessoas
emocionalmente fracas. O próprio profissional afetado pelo problema tinha
preconceito em ser tratado como louco se procurasse ajuda de um terapeuta.

Estresse como efeito do atendimento emergencial.

A palavra "estresse" vem do inglês "Stress". Este termo foi usado inicialmente na
física para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando
submetido a um esforço ou tensão. O médico Hans Selye (1956) transpôs este termo
para a medicina e biologia,significando esforço de adaptação do organismo para
enfrentar situações que considere ameaçadoras a sua vida e a seu equilíbrio interno.
Usamos a palavra "estresse"indiscriminadamente, sendo comum dizermos: "Estou
nervoso, estressado, cansado", quando na
verdade, estresse não é sinônimo de cansaço. "Estresse" é a denominação dada a um
conjunto de reações orgânicas e psíquicas de adaptação que o organismo emite
quando é exposto a qualquer estímulo que o excite, irrite, amedronte ou o faça muito
feliz. Portanto o "estresse" não tem apenas uma conotação negativa, podendo estar
presente na adaptação do indivíduo a situações prazerosas e com retorno agradável.
Portanto estresse é uma preparação do organismo para lidar com novas situações, uma
resposta ao estímulo, variável de pessoa para pessoa. O prolongamento ou a
exacerbação da situação é que poderá ser prejudicial à saúde. Citamos abaixo alguns
sinais e sintomas percebidos em profissionais aspectos:
Esgotamento emocional;
Cansaço físico constante;
Desânimo e depressão;
Redução da imunidade orgânica; e Ansiedade
e impaciência.
A organização mundial de saúde afirmou que o estresse é uma"epidemia global", os níveis
aumentaram de modo significativo e progressivamente nas últimas décadas. O estresse
ocupacional é freqüente quando há a percepção de se ter muitas responsabilidades
significativas, mas poucas possibilidades de tomada de decisões e de controle.
Alguns aspectos do serviço de resgate, listados abaixo, poderão causar este processo:
Jornada de trabalho em longos turnos;

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Número intenso de ocorrências consecutivas;
Contato constante com sofrimento humano;
Falta de atividade física;
Repouso físico e mental insuficiente; e Irregularidades
na alimentação.

Procedimentos de prevenção e controle do estresse:

Como o estresse é uma situação de adaptação, o indivíduo poderá aos poucos ter seus
sintomas gradativamente diminuídos. Porém, também poderá também evoluir para
uma manifestação aguda e insustentável. Algumas providências poderão ser tomadas
pelos coordenadores e pelo próprio profissional para prevenir, amenizar ou extinguir
os sintomas, melhorando sua qualidade de vida: Revezamento das equipes de plantão
dentro do período de serviço;
Troca periódica do tipo de atividade operacional ;
Acompanhamento psicológico e médico;
Prática regular de atividade física;
Maior controle do período necessário de repouso;
Maior controle dos horários e qualidade da alimentação;
Manutenção de atividades de lazer, convívio familiar e social; Promoção
de eventos internos e externos de motivação profissional; e Criação de
dispositivos de recompensa e reconhecimento profissional.

Referencias bibliográficas:

MFB-CBPMESP/12
Site oficial Dr.Drauzio Varella

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