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Primeiros Socorros Atualizado

SUMÁRIO

ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA ................................... 6

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ................................................................... 11

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................................................ 15

CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS .................................................................. 16

AVALIAÇÃO DA CENA ....................................................................................... 17

CINEMÁTICA DO TRAUMA ................................................................................ 20

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ...................................................................................... 27

HEMORRAGIA .................................................................................................... 30

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA................................................................................ 44

SUPORTE BÁSICO DE VIDA .............................................................................. 53

RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E CEREBRAL .......................... 56

SINAIS VITAIS ..................................................................................................... 69

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO ............................................................. 73

DESMAIO............................................................................................................. 76

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO .............................................................. 78

Vítima em pé: ...................................................................................................... 86

ASFIXIA ............................................................................................................... 89

INTOXICAÇÕES .................................................................................................. 92

TRAUMA DE TÓRAX .......................................................................................... 96

TRAUMA ABDÔMINAL ..................................................................................... 100

FERIMENTOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS ............................................... 102

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TRAUMA OCULAR ............................................................................................ 109

AFOGAMENTOS ............................................................................................... 111

CONVULSÕES .................................................................................................. 114

EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO CALOR EXCESSIVO .............................. 121

QUEIMADURAS ................................................................................................ 123

FRATURAS........................................................................................................ 127

CORPOS ESTRANHOS..................................................................................... 132

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 137

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CONCEITOS BÁSICOS EM PRIMEIROS SOCORROS

Podemos definir primeiros socorros como sendo os cuidados imediatos que


devem ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal
súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções
vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos
até a chegada de assistência qualificada.
Como o próprio nome se refere, são os procedimentos de emergência que
devem ser aplicados a uma pessoa em risco de vida, com o objetivo de manter os
sinais vitais e evitar o agravamento, até que ela receba assistência definitiva.
Podemos ainda considerar como uma série de procedimentos simples com o
intuito de salvar e manter vidas em situações de urgência e emergência, realizadas
por pessoas comuns com esses conhecimentos, até a chegada de atendimento
médico especializado.
Diversas situações podem necessitar de primeiros socorros. As situações mais
comuns que observamos no dia a dia são:
 Acidentes automobilísticos;
 Atropelamentos;
 Incêndios;
 Aglomeração de pessoas;
 Afogamentos;
 Catástrofes naturais;
 Acidentes em indústrias;
 Emergências clínicas, como infarto agudo do miocárdio, acidente
vascular cerebral;
 Ataques epilépticos;
 Convulsões.
O profissional de saúde deve estar atento a todos os sinais e sintomas
apresentados pela vítima e estar preparado para prestar atendimento de qualidade.
Se a vítima estiver consciente o socorrista deve:
 Apresentar-se, dizendo seu nome e que está lá para ajudar a socorrer;

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 Indagar se pode ajudá-la (obtenha o consentimento).


 Questionar sobre o ocorrido;
 Questionar a sua queixa principal;
 Informar que vai examiná-la e a importância de fazê-lo.
Caso a vítima esteja inconsciente:
 Fazer abertura das vias aéreas, por uma das manobras:
· Manobra de elevação da mandíbula e tração do queixo (Jaw-Thrust);
· Manobra de extensão da cabeça, nos casos em que não há suspeita
de trauma de coluna cervical (Chin-Lift);
 Fazer aspiração, caso haja vômito ou sangue nas vias aéreas;

Manobra Chin-Lift (extensão da cabeça) Manobra Jaw-Thrust (elevação de


Fonte: Kathy Mak, 2004 mandíbula e queixo)
Fonte: Janet Fong, 2011

Identificando que a vítima necessita de cuidados especializados deve-se entrar


em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) - 192, o Corpo
de Bombeiros - 193 ou a Polícia - 190. Não se esquecer de informar o local correto da
ocorrência, o número de vítimas e as condições destas vítimas.

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ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA


Quando falamos em aspectos legais do atendimento de urgência não podemos
deixar de citar o artigo 135 do Código Penal Brasileiro - Decreto -Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940, que trata da omissão de socorro:
Art.135: Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em
desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública.
Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte.
Só o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não
possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já
descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.
A omissão de socorro é caracterizada quando o agente:
“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou
em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
pública.”
Dessa forma a lei obriga a todo o indivíduo que vive em sociedade o dever de,
em certos casos, desde que não ponha o indivíduo sob risco pessoal, prestar
assistência a pessoas que dela necessitam através do dever de solidariedade imposto
a todos.
É importante saber também que a vítima pode se recusar a receber o
atendimento, portanto nestes casos o socorrista deve respeitar a vontade da vítima.
Quando o paciente é adulto, esse direito existe quando ele estiver consciente e com
clareza de pensamento.
Essa situação pode ocorrer por vários motivos, tais como crenças religiosas ou
até mesmo falta de confiança no socorrista que for realizar o atendimento. Nestes
casos, a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim
certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a
vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança por meio do diálogo.
Caso a vítima não possa falar em decorrência do acidente, como um trauma na

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boca, por exemplo, mas consegue demonstrar por meio de sinais que não aceita o
atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do
socorrista, é importante proceder da seguinte forma:
 Nunca discuta com a vítima;
 Nunca questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas
em crenças religiosas;
 Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos seus
direitos;
 Tente conversar com a vítima, informando a ela que você sabe realizar o
atendimento em primeiros socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o
atendimento, mas que você é treinado e pode prestar uma assistência de qualidade,
enquanto o atendimento médico especializado não chega;
 É importante que testemunhas provem que o atendimento foi recusado
por parte da vítima, portanto você pode reunir os dados destas testemunhas.
Quando a vítima for uma criança, a recusa do atendimento pode ser feita pelo
pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente
antes da chegada do socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se
possível, arrolar testemunhas que comprovem o fato.
O consentimento da vítima para que se possa realizar o atendimento de
primeiros socorros pode ser formal, quando esta fala ou sinaliza que concorda com o
atendimento e após o socorrista ter se identificado e informado à vítima de que possui
treinamento específico em primeiros socorros.
Pode ser também implícito quando esta vítima estiver inconsciente, confusa ou
ferida gravemente, a ponto de não poder falar ou sinalizar consentindo com o
atendimento.
A legislação nesses casos conclui que a vítima daria o consentimento, caso
tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros
socorros.
O consentimento implícito pode ser adotado também nos casos de acidentes
envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo
modo, a legislação conclui que o consentimento seria dado pelos pais ou
responsáveis, caso estivessem presentes no local.

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NORMATIZAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DO SAMU

O Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil surgiu sem muito sucesso, mas hoje é


considerado um serviço primordial e tem demonstrado importantes resultados para a
sociedade. A Portaria nº 2048/MS, em 5 de novembro de 2002, normatiza a
implantação do SAMU e considera que a área de Urgência e Emergência constitui-se
em um importante componente da assistência à saúde.
E, de acordo com o § 2º, este regulamento é de caráter nacional, devendo ser
utilizado pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios
na implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, com ou sem
vínculo com a prestação de serviços aos usuários do Sistema Único de Saúde.
http://www.esmeraldanoticias.com.br/wp-content/uploads/2011/06/samu.jpg

Como descreve a Portaria citada acima, a área de urgência e emergência


constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A expansão de
serviços nesta área nos últimos anos tem contribuído decisivamente para a
sobrecarga dos serviços de urgência e emergência disponibilizados para o
atendimento da população, conforme ressalta o Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde, ciente dos problemas existentes e em parcerias com as
Secretarias de Saúde dos estados e municípios, tem contribuído para reversão deste
quadro amplamente desfavorável à assistência da população.
O sistema estadual de urgência e emergência deve se estruturar a partir da
leitura ordenada das necessidades sociais em saúde e sob o imperativo das

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necessidades humanas nas urgências.


O diagnóstico dessas necessidades deve ser feito a partir da observação e da
avaliação dos territórios sociais com seus diferentes grupos humanos, da utilização
de dados de morbidade e mortalidade disponíveis e da observação das doenças
emergentes.
Para sanar a necessidade do atendimento emergencial foi implantado pelo
governo federal o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), um serviço
de socorro pré-hospitalar móvel que chega rapidamente às pessoas, em qualquer
lugar para atender qualquer problema de saúde urgente que possa levar ao sofrimento
ou até mesmo à morte.
São feitos atendimentos por equipes de profissionais de saúde, que recebem
as chamadas gratuitas, feitas pelo telefone, e como resposta envia uma ambulância,
com técnico de enfermagem ou com enfermeiro e médico, ou mesmo uma simples
orientação.
O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar, na área de urgência
e emergência, aquele atendimento que procura chegar à vítima nos primeiros minutos.
Após ter ocorrido o agravo à saúde, agravo este que possa levar à deficiência
física ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento
adequado e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e integrado ao
Sistema Único de Saúde.
A equipe de atendimento pré-hospitalar realiza os seguintes procedimentos:
 Reanimação cardiorrespiratória;
 Oxigenoterapia;
 Contenção de hemorragias;
 Imobilizações;
 Intubação orotraqueal;
 Punção venosa com reposição de volume e medicação;
 Transporte de pacientes.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser composto por


uma equipe multiprofissional oriundos da área de saúde, sendo o coordenador do
serviço, responsável médico, o responsável de enfermagem um enfermeiro, médicos
reguladores, médicos intervencionistas, enfermeiros assistenciais, auxiliares e

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técnicos de enfermagem.
Além dessa equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências
relacionadas com as causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso,
deverá haver uma ação integrada com outros profissionais, como bombeiros militares,
policiais militares e rodoviários, entre outros.
Essa equipe deve trabalhar em conjunto, em busca de um só objetivo, ou seja,
o atendimento sistematizado, dinâmico e com qualidade ao cliente e a sua família.
A portaria 824/99, adaptada pelo Ministério da Saúde, define que o sistema de
atendimento pré-hospitalar é um serviço médico, sua coordenação, regulação e
supervisão direta é a distância e deve ser efetuada unicamente por médico, tem na
Central de Regulação Médica o elemento ordenado e orientador da atenção pré-
hospitalar, sendo o médico regulador o responsável pela decisão técnica em torno dos
pedidos de socorro e decisão gestora dos meios disponíveis.
Diversos pontos de interesse no atendimento pré-hospitalar são discutidos por
organizações médicas, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que
desde julho de 1999 define as “Diretrizes sobre o Tratamento de Infarto Agudo do
Miocárdio”. E, ainda, aborda em parte o atendimento pré-hospitalar no infarto agudo
do miocárdio, demonstrando que um melhor preparo das equipes de atendimento pré-
hospitalar, a eficiência dos treinamentos, o uso de algumas drogas, a assistência via
telefonia, colocação rápida da ambulância junto à vítima e a conscientização da
população possivelmente reduzirão os números de óbito por mal súbito.

ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Em 1792, houve a primeira tentativa de organização de auxílio médico de


urgência, realizada pelo médico cirurgião Dominique Larrey. Esses cuidados eram
realizados com vítimas de guerras no período de Napoleão, ainda no campo de
batalha, com o objetivo de prevenir complicações.
Com base nessas informações podemos considerar que as guerras
contribuíram de forma benéfica para o desenvolvimento do atendimento pré-
hospitalar. Na prática civil, os médicos demoraram a se mobilizar, mesmo com o
aumento crescente e progressivo das perdas de vidas humanas por traumas
originados de acidentes automobilísticos.

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Essa demora fez com que as autoridades sanitárias delegassem essas


atividades aos profissionais responsáveis pelos resgates, principalmente os soldados
do Corpo de Bombeiros.
Em 1955, na França, foram criadas as primeiras equipes móveis de
reanimação, com a obrigação inicial de prestar assistência médica a vítimas de
acidentes de trânsito e a manutenção da vida das vítimas submetidas a transferências
entre as unidades hospitalares.
O SAMU francês iniciou-se por volta da década de 60, quando os médicos
começaram a detectar que havia uma desproporção considerável entre os meios
disponíveis para tratar vítimas nos hospitais e os meios ultrapassados que eram
utilizados no atendimento pré- hospitalar.
Dessa forma, constatou-se a necessidade da realização de um treinamento
específico para as equipes de resgate e a importância da presença e atuação do
médico no local da ocorrência, com o objetivo de aumentar as chances de
sobrevivência das vítimas, iniciando imediatamente os cuidados básico e avançado,
restaurando a ventilação, respiração e circulação das vítimas.
No ano de 1965, foram criados oficialmente os Serviços Móveis de Urgência e
Emergência (SMUR) e, em 1968, foi criado o SAMU com o objetivo de controlar as
atividades do SMUR.
No Brasil, o SAMU teve início por meio de um acordo assinado entre os
governos brasileiro e francês, por meio de uma solicitação do Ministério da Saúde,
quando se optou pelo modelo de atendimento francês, em que as viaturas de suporte
avançado possuem obrigatoriamente a participação do médico, diferente do modelo
americano em que as atividades de resgate são exercidas primariamente por
paramédicos.

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

O atendimento pré-hospitalar (APH) é aquele atendimento emergencial

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prestado a vítimas no ambiente externo ao hospital. Pertence a um dos elos da cadeia


de atendimento a vítimas sendo também conhecida como segundo socorro ou
resgate.
https://dezemergencias.com.br/cadeia-de-sobrevivencia-os-elos-do-suporte-da-vida/

O atendimento pré-hospitalar é destinado às vítimas de trauma, violência


urbana, mal súbito e distúrbios psiquiátricos visando a sua estabilização clínica e
remoção para uma unidade hospitalar adequada. Este atendimento é realizado por
profissionais de saúde treinados, como socorristas, técnicos de enfermagem,
enfermeiros e médicos.
No Brasil, os serviços de atendimento pré-hospitalar são realizados por: Corpo
de Bombeiros dos estados, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou
por profissionais treinados de empresas particulares.
Compreende a prestação do suporte básico ou avançado à vida, realizado fora
do ambiente hospitalar, para vítimas de traumas ou emergências médicas. Esse
atendimento deverá ser realizado por pessoal capacitado e habilitado para tal. O
objetivo do APH é iniciar a avaliação e o tratamento das vítimas o mais precocemente
possível, garantindo a elas sua estabilização e seu transporte seguro e rápido até um
local onde possam receber tratamento definitivo.
Os objetivos das manobras de salvamento são retirar a vítima de uma situação
hostil, como por exemplo, um incêndio, um ambiente confinado realizando a remoção
da mesma para uma área adequada possibilitando o atendimento de suporte básico
de vida (SBV) ou do suporte avançado de vida (SAV).
Há diversos protocolos e modelos de atendimento pré-hospitalar, onde
podemos destacar o Protocolo Norte-Americano e o Protocolo Francês. No Protocolo
Norte-Americano aplica-se o conceito de chegar à vítima no menor tempo possível,
realizar manobras essenciais para estabilizá-la e removê-la o mais rápido possível a
um hospital adequado. No protocolo Francês adota-se o princípio de ofertar o
atendimento médico no local até a estabilização da vítima.
Atualmente no Brasil, o sistema adotado é o misto, em que se estabeleceram
unidades de suporte básico, que são tripuladas por socorristas treinados em
atendimento pré-hospitalar e por unidades de suporte avançado, com a presença do
médico.
A emergência ocorre quando há uma situação crítica ou algo iminente com a
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ocorrência de perigo, ou seja, um incidente ou imprevisto. Considerando a área


médica, é uma situação que exige uma intervenção médica imediatamente.
A urgência é quando existe uma situação que não pode ser adiada, mas que
deve ser resolvida rapidamente, pois se houver uma demora, haverá para a vítima um
risco de morte. Na medicina, estas situações necessitam de um tratamento médico
com um caráter menor que a emergência, ou seja, menos imediatista.

O SOCORRISTA

Socorrista é a pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com


segurança, avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao
socorrista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem
agravar as lesões já existentes.

http://www.fiocruz.br/ccs/media/cpqam_samu2.jpg

É geralmente a primeira pessoa treinada a entrar em contato com o paciente.


Nos Estados Unidos foi criado um programa de treinamento de socorristas, onde
centenas de pessoas completaram os cursos formais e auxiliam na assistência às
emergências e à manutenção da vida.
Em quase todas as regiões dos EUA, os socorristas tornaram-se parte
importante do sistema de saúde e os cuidados, por eles prestados, reduziram o
sofrimento, diminuíram sequelas adicionais e salvaram muitas vidas. No Brasil,
existem diversos cursos de primeiros socorros para treinamento de socorristas,
realizados tanto por instituições privadas quanto públicas.

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Atribuições e Responsabilidades dos Socorristas

A principal atribuição do socorrista no local da emergência, é com relação à


própria segurança, pois o desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de
atendimento pode favorecer o esquecimento dos riscos no local. O socorrista deve ter
e permanecer em segurança enquanto presta o atendimento a vítima.
Parte das preocupações do socorrista com a sua segurança, está relacionada
com a própria proteção. Ao avaliar ou prestar atendimento a vítimas, deve evitar
contato direto com o sangue do paciente, fluidos corpóreos, mucosas, ferimentos e
queimaduras. O socorrista tem quatro deveres relacionados aos pacientes, que
devem ser cumpridos no local da emergência. Estes deveres são:
 Ter acesso ao paciente, com segurança e utilizando instrumentos
manuais, quando necessário;
 Identificar o que está errado com o paciente e providenciar a assistência
de emergência necessária;
 Elevar ou mobilizar o paciente apenas quando for preciso e realizar tal
procedimento sem ocasionar lesões adicionais;
 Transferir o paciente e as informações pertinentes para os profissionais
do serviço de emergência.
As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem o
cumprimento das seguintes atividades:
 Garantir a sua própria segurança, a segurança do paciente e a
segurança dos demais envolvidos (testemunhas, familiares, curiosos, etc.);
 Usar equipamento de proteção individual;
 Controlar a cena e lograr acesso seguro até o paciente;
 Proporcionar atendimento pré-hospitalar imediato;
 Solicitar, caso seja necessário, ajuda especializada, por exemplo:
Polícia Militar, Guarda Municipal, Polícia Rodoviária Federal, Companhia de Água,
Celesc, Samu, Defesa Civil;
 Não causar dano adicional ao paciente;
 Conduzir adequadamente o paciente até um hospital;
 Transferir o paciente para a equipe médica e registrar a ocorrência.

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) são equipamentos destinados à


proteção da integridade física do socorrista, durante a realização de atividades onde
possam existir riscos potenciais à sua pessoa.
O crescente número de vítimas que apresentam infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana aumenta o risco do socorrista ao se expor a sangue e outras
secreções orgânicas procedentes de acidentados infectados.
Os socorristas devem considerar potencialmente infectadas todas as vítimas
que ele atender. Por isso, deve empregar durante todo o socorro as regras de
segurança individual, ou seja, as precauções universais para minimizarem os riscos
de exposição.
No atendimento pré-hospitalar, equipamento de proteção individual é definido
como um dispositivo destinado à proteção da integridade física do socorrista, durante
a realização de atividades que possam oferecer riscos potenciais a sua pessoa.
Os principais equipamentos de proteção individual são:
 Luvas decartáveis;
 Máscaras ou protetores faciais;
 Óculos de proteção;
 Máscaras de RCP de bolso;
 Colete reflexivo;
 Avental (opcional).
Além dos equipamentos de proteção individual, o socorrista deve preparar
também materiais básicos de atendimento, que devem ser limpos e higienizados a
cada atendimento, pois podem transmitir doenças entre os pacientes. São eles:
 Tesoura ponta romba;
 Esfigmomanômetro;
 Estetoscópio;
 Lanterna pupilar;
 Colar cervical;
 Prancha rígida;
 Talas de imobiização;
 Cilindro de O2;

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 DEA;
 Relógio;
 Caneta;
 Bloco de anotações, entre outros.

Recomenda-se no atendimento inicial, que o socorrista execute rotinas de


segurança, dentre as quais podemos destacar:
 Use sempre os equipamentos de proteção individual;
 Cheque constantemente as condições de funcionamento de seus
materiais de trabalho;
 Higienize todos os equipamentos de proteção individual e materiais
básicos após seu uso, para evitar a contaminação;
 Antes e após cada atendimento, lave bem as mãos com água e sabão.

CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS

A caixa de primeiros socorros deve estar sempre completa e acessível para o


socorrista ou para a pessoa que prestará a assistência. Precisa conter materiais que
sejam para curativos de emergência, portanto, após os cuidados imediatos, procure
orientação médica.
A caixa de primeiros socorros pode ser necessária em casa, durante as férias,
durante uma excursão ou acampamento. Portanto, o conteúdo deve ser mantido em
uma caixa pequena, que seja portátil. Geralmente não se incluem medicamentos.
A caixa deve conter o seguinte:
 Fitas adesivas;
 Almofadinhas de gaze estéril comum e do tipo sem adesivo;
 Faixas especiais para estancar ferimentos leves;
 Sabão, uma barra pequena, para limpar as feridas;
 Toalhinhas ou compressas com álcool;
 Faixa elástica;
 Faixa triangular;
 Agulha e pinça;
 Tesouras pequenas.

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Outros objetos úteis nas excursões ou acampamentos:


 Bússola;
 Apito;
 Lanterna;
 Fósforos.
Em situações especiais, caso o socorrista tenha conhecimentos, alguns
medicamentos podem ser guardados na caixa de primeiros socorros, são eles:
 Analgésicos;
 Anti-inflamatórios;
 Antitérmicos;
 Antialérgicos;
 Colírio;
 Remédios para náuseas e vômitos.

http://www.carajas.com/wiki/images/a/a2/Embox.jpg>

AVALIAÇÃO DA CENA

Nesta fase tem uma série de atribuições que a equipe tem antes de ter o
contato direto com o paciente, portanto, antecede o início da abordagem e das
intervenções às vítimas envolvidas no evento.
O marco principal da avaliação da cena é a segurança, a equipe de socorro
deve garantir sua própria condição de segurança, a das vítimas e a dos demais
presentes. De nenhuma forma qualquer membro da equipe deve se expor a um risco
com chance de se transformar em vítima, o que levaria a deslocar ou dividir recursos
de salvamento disponíveis para aquela ocorrência.
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Devemos sempre avaliar a cena de um acidente, pois assim a abordagem da


vítima poderá ser mais eficiente e segura para quem está prestando o socorro, e com
isso a vítima terá um atendimento satisfatório. Esse procedimento pode muitas vezes
salvar vidas.
No primeiro momento,o socorrista deverá ter ideia do contexto geral da
situação, pois apenas com uma pré-avaliação do local é que ele pode conhecer o tipo
de vítima com que está lidando.
O socorrista na sua pré-avaliação deverá classificar a cena de forma simples
em:
 Emergência clínica: Infarto agudo do miocárdio, acidente vascular
cerebral, mal súbito ou outras afecções clínicas.
 Trauma: Acidentes automobilísticos, fraturas, quedas, queimaduras, etc.

http://rmtonline.globo.com/banco_imagens_novo/noticias/%7B0485B56F-CCBB-4212- 8698-
25859A854E69%7D_acidente_Chapada_carro_600.jpg

A avaliação da cena também é importante para que o socorrista possa


dimensionar os riscos potenciais existentes na cena, prevenindo assim a pessoa que
for realizar o primeiro atendimento não se torne mais uma vítima da ocorrência.
Cinco etapas na fase de avaliação da cena devem ser verificadas, com o
objetivo de diminuir os riscos e promover um socorro eficiente até a chegada do
socorro especializado.São elas:
 Segurança: É necessário avaliar se a cena é segura para que as vítimas
possam ser abordadas, e assim procurar tornar o ambiente adequado para o
atendimento. Por exemplo, no caso de acidentes automobilísticos, deve-se sinalizar o
local evitando assim que ocorra um atropelamento da equipe de resgate.

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 Cinemática: Verificar como o acidente ocorreu ou no caso de uma


emergência clínica verificar o que aconteceu com a vítima, perguntando a ela, se
estiver plenamente consciente, ou a pessoas próximas que testemunharam o mal
súbito. Caso não consiga colher essas informações iniciais deve-se adotar
procedimentos de primeiros socorros.
 Bioproteção: Devemos evitar possíveis infecções por meio do contato
direto com os fluidos corporais das vítimas, usando equipamentos de proteção
individual, como por exemplo, luvas de procedimentos e máscaras. Se não existem
equipamentos de proteção individual, devemos abortar os primeiros socorros,
realizando apenas procedimentos seguros.
 Apoio: Devemos procurar auxílio de pessoas próximas da cena, para
que estas possamajudarna organização do espaço necessário para o atendimento a
vítimas, chamando o socorro médico especializado, orientando o trânsito de veículos,
mantendo a ordem e a calma entre as outras pessoas. Se não houver pessoas por
perto, o atendimento deve serrealizadocom o máximo de agilidade e tranquilidade.
 Triagem: Realizada com o objetivo de calcular a quantidade de vítimas
envolvidas na ocorrência e o estado clínico de cada uma.
O dimensionamento da cena poderá ser iniciado mesmo antes da chegada da
equipe de resgate no local da ocorrência. Os socorristas poderão antecipar as
prováveis condições da vítima por meio das informações repassadas pelocentro de
comunicações.
É importante que seja repassada à equipe de resgate informações como:
 A localização exata da emergência;
 A natureza da emergência;
 O número de pessoas envolvidas;
 A existência de perigos no local da ocorrência.
Após identificar os perigos potenciais do local, o socorrista deverá iniciar o
gerenciamento dos riscos presentes e o controle destes riscos. Esta tarefa inclui
medidas já comentadas anteriormente, mas que são muito importantes, tais
como:sinalização do local, isolamento, estabilização de veículos, controle de tráfego,
desligamento de cabos elétricos energizados, desligamento de motores automotivos,
desativação de sistemas de air bags, remoção de vítimas em situação de risco
iminente, entre outros.

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É importante que o socorrista seja capaz de estabelecer uma associação entre


o cenário do acidente e o padrão de lesões produzidas por ele. A capacidade de
avaliar o cenário de um acidente, identificando os mecanismos físicos ou as forças
que atuaram na produção de lesões, constitui uma habilidade importante para
qualquer socorrista, pois propiciará que ele identifique lesões potenciais, associadas
ao padrão de transferência de energia em determinadas situações, mesmo que a
vítima não apresente sinais externos evidentes de trauma.
Para isso, o socorrista deverá conhecer os conceitos básicos da mecânica
aplicada ao trauma, ou seja, do processo de avaliação da cena de um acidente para
determinar as lesões que provavelmente estão presentes, com base na força e no
movimento envolvido no trauma.

<http://www.servesisma.com.br/resg.JPG

CINEMÁTICA DO TRAUMA

A equipe de resgate que atende uma vítima politraumatizada deve ter dois tipos
de lesões em mente quando se deparar com a ocorrência. O primeiro tipo de lesão é
aquele identificado facilmente no exame físico, permitindo tratamento precoce, como
por exemplo, uma hemorragia externa ou uma fratura exposta. O segundo tipo de
lesão é aquele identificado como potencial, ou seja, não identificado facilmente no
exame físico, mas pode estar presente pelo mecanismo de trauma sofrido pelo
paciente.
Dependendo do grau de suspeita destas lesões pela equipe de resgate, danos
menos aparentes podem passar despercebidos, sendo tratados tardiamente, e
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trazendo problemas graves e por muitas vezes irreversíveis à vítima.


Deste modo, ressalta-se a importância de se conhecer a história do acidente.
Quando bem acurada e interpretada pela equipe, tem-se a suspeita de mais de 90%
das lesões antes de ter contato direto com o paciente.
Podemos dizer que a história no trauma divide-se em três fases:
 Pré-impacto: São aqueles eventos que precedem o acidente, tais como
ingestão de álcool e/ou drogas, doenças preexistentes da vítima ou idade. Estes
dados terão influência significativa no resultado final da ocorrência.
 Impacto: Avalia-se o tipo de evento traumático, como por exemplo, um
acidente automobilístico, atropelamento, queda ou perfuração por arma de fogo ou
arma branca. Deve-se estimar a quantidade de energia trocada, ou seja, a velocidade
do veículo, a altura da queda ou o calibre da arma.
 Pós-impacto: Essa fase inicia-se após a vítima ter absorvido a energia
do impacto. As informações levantadas nas fases de pré-impacto e impacto são
utilizadas para conduzir as ações pré-hospitalares na fase de pós-impacto. A ameaça
à vida pode ser rápida ou lenta, dependendo em parte das ações tomadas nesta fase
pela equipe de resgate.
Por exemplo, as informações coletadas pela equipe de resgate a respeito dos
danos externos e internos de um veículo constituem-se em pistas para as lesões
sofridas pelos seus ocupantes. Com esta análise, a identificação das lesões de difícil
diagnóstico ou aquelas ocultas são facilitadas, permitindo tratamento mais precoce
reduzindo-se a morbimortalidade das vítimas.
Algumas observações são muito comuns, são fáceis de ser identificadas, tais
como:

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 Deformidades do volante de direção: Sugere um trauma torácico.

http://www.tecnocaronline.com.br/img/dicas_feriado-02.jpg
 Quebra com abaulamento circular do para-brisa: Indica o impacto da
cabeça, o que sugere lesão cervical e craniana.

http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-
aksnc1/6215_106329806877_53662206877_2056170_1867475_n.jpg.

 Deformidades baixas do painel do carro: Sugere luxação do joelho,


quadril ou fratura de fêmur.

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http://4.bp.blogspot.com/_FO02u2K5S5Q/SjAK-
8C2fVI/AAAAAAAAAHE/ei7_Vf6jENE/s1600/painel+II.001.jpg

ENERGIA E LEIS FÍSICAS

Para que possamos entender e interpretar as informações obtidas na cena do


acidente faz-se necessário considerar algumas leis da física, como por exemplo, a
primeira Lei de Newton, que diz que um corpo em movimento ou em repouso tende a
ficar neste estado até que uma energia externa atue sobre ele.
Um corpo em movimento, sendo este movimento retilíneo e uniforme, irá
continuar no seu movimento, com a mesma velocidade, até que haja uma força que o
faça alterar o seu movimento.
Ainda com relação a esta lei podemos acrescentar que a tendência que um
objeto tem para resistir a alterações no seu movimento chama-se inércia e que a
massa é a propriedade do corpo que nos vai permitir especificar qual é a resistência
que este oferece à alteração de seu movimento.
É nesta lei que se baseia o princípio dos cintos de segurança, para evitar que
num acidente os passageiros sejam projetados para fora do veículo devido à inércia.

http://fikolars.pbworks.com/f/colisao_cinto.jpg

A Lei da conservação da energia afirma que a energia não é criada ou


destruída, mas sim, pode mudar de forma. As formas mais comuns são:
 Mecânica;
 Térmica;
 Elétrica;
 Química.

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A energia cinética é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade,


dividido por dois.

Portanto, a velocidade é o fator gerador de energia cinética mais importanteque


a massa, ou seja,a energia trocada em um acidente em alta velocidade é muito maior
do que uma em baixa velocidade. Já a diferença da massa dos ocupantes do veículo
pouco interfere na energia de colisão. Uma força é igual ao produto da massa pela
sua aceleração ou desaceleração.
Outro fator que devemos considerar em um acidente é a distância de parada,
pois antes da colisão, e o passageiro viajam numa mesma velocidade. Durante o
impacto, os dois sofrem uma brusca desaceleração e chegam até a parar. Portanto,
quanto maior a distância de parada, menor será a força de desaceleração sobre o
veículo e seus passageiros.
A compressibilidade do material também exerce influência na distância de
parada e consequentemente na força de desaceleração sofrida pelo veículo. Assim
que ocorre a compressão do material, há um aumento na distância de parada,
absorvendo parte da energia, impedindo que o corpo absorva toda a energia,
diminuindo as lesões no mesmo.

http://pitstopbrasil.files.wordpress.com/2009/09/bel-air_malibu_7_640x408.jpg

CAVITAÇÃO

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É o deslocamento violento dos tecidos do corpo humano para longe do local do


região do impacto leva a uma lesão por compressão tecidual e também a distância,
pela expansão da cavidade e estiramento dos tecidos.
Este fenômeno gera dois tipos de cavidades ou deformações, são elas:
 Cavidade temporária: São formadas no momento do impacto, sendo
que os tecidos retornam a sua posição prévia após o impacto. A cavidade temporária
pode ser encontrada em traumas fechados e em traumas penetrantes, como por
exemplo, ferimento por arma de fogo. Por ser uma cavidade temporária, essa não está
visível quando o socorrista examina a vítima, portanto, avaliar as energias envolvidas
no evento e correlacionar com possíveis lesões são passos fundamentais na
avaliação da biomecânica.

http://0.tqn.com/f/p/440/graphics/images/en/15818.jpg

 Cavidade permanente: São causadas pelo impacto e compressão dos


tecidos e podem ser vistas após o trauma. A diferença básica entre os dois tipos de
cavidades é a elasticidade dos tecidos envolvidos. Quando um motoqueiro bate sua
cabeça contra um obstáculogeram-se múltiplas fraturas de crânio, não permitindo o
retorno dos ossos às suas posições originais, causando um afundamento de crânio.
Isto forma uma cavidade permanente que é facilmente identificável no exame.

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http://www.chuckhawks.com/energy_transfer_12ga.jpg

TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA

Transferência de energia é a modificação do tipo de energia, como por


exemplo, a fricção (energia mecânica) contra algum objeto gera calor (energia
térmica), ou também apenas a transferência de energia para um corpo diferente, por
meio da primeira lei de Newton.
Para avaliarmos melhor a transferência de energia, temos que estudar dois
fatores que influenciam em sua transferência, a densidade e a área de superfície.

Densidade

Quanto mais denso o tecido, maior o número de partículas atingidas, portanto,


poderemos encontrar lesões mais extensas.
Quanto menor a densidade do tecido, menor o número de partículas atingidas,
mas isso não representa diretamente lesões menos extensas, mas menos aparentes.
Podemos encontrar tecidos pouco densos, mas com lesões graves, entretanto, com
apresentações diferentes.

Área de superfície
Quando há transferência de energia, tanto para um tecido muito denso quanto
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para um tecido pouco denso, a área de superfície de impacto é determinante para o


tamanho da lesão, contudo, não existirá influência direta na gravidade da lesão.
Por exemplo, um ferimento proveniente de uma lâmina em que sua área de
contato com a pele não é muito grande. No entanto, a trajetória da lâmina pode
lesionar grandes vasos, ocasionando ferimentos com risco de morte.
O conhecimento da ocorrência da transferência de energia e de suas variáveis
pela equipe de resgate tem grande importância prática. Isto pode ser confirmado
quando se compara duas equipes que atendem um motorista que se chocou
violentamente contra o volante.
A que conhece cinemática do trauma, mesmo não reconhecendo lesões
externas, saberá que ocorreu uma cavitação temporária e uma grande desaceleração
suspeitando de lesões de órgãos intratorácicos. Com isso, a conduta será mais
agressiva, minimizando a morbimortalidade dos pacientes.
Já a equipe que não possui estes conhecimentos, não suspeitará de lesões de
órgãos intratorácicos, retardando o diagnóstico e conduta das mesmas, influenciando
diretamente na sobrevida dos pacientes.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

A avaliação primária do paciente é o próximo passo do socorrista após a


avaliação do local da emergência. Podemos conceituá-la como sendo um processo
ordenado para identificar e corrigir, de imediato, problemas que ameacem a vida a
curto prazo. Estes problemas são extremamente graves e não forem imediatamente
solucionados podem provocar a morte.
O exame primário tem por objetivo identificar e manejar situações que
ameaçam a vida desta vítima. Ele é realizado sem movimentar a vítima da sua posição
inicial, com exceção dos casos em que haja necessidade de intervir em alguns passos,
como por exemplo, na desobstrução das vias aéreas.
Para avaliar o nível de consciência devemos chamar a vítima ou dando-lhe um
comando vigoroso, em voz alta, tocando-a pelos ombros com cuidado, dizer: "ei, você
está bem?", "o que aconteceu?" ou "abra seus olhos!".
Se a vítima responder, emitindo som, gemido, pronunciando palavras ou
obedecendo ao comando, significa que as vias aéreas estão livres, a respiração e

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circulação estão presentes.

http://2.bp.blogspot.com/_OFTzR8CWOqI/S_wWr4vQ-
_I/AAAAAAAAAEE/kQDHbwA66kc/s1600/10.jpg

Caso não responda, evidenciando a inconsciência, é necessário solicitar


AJUDA de um serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) e um Desfibrilador
Externo Automático (DEA).

Desfibrilador Externo Automático


<http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s320/500
T.jpg>.

O momento do pedido de ajuda dependerá do tipo de ocorrência, quando o


socorrista estiver sozinho. Em caso desubmersão ou afogamento, trauma, overdose
de drogas e parada respiratória, o socorrista deve iniciar os procedimentos de
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ressuscitação durante dois minutos antes de solicitar ajuda.


Excetuando-se os casos citados acima, o socorrista deve chamar ajuda
imediatamente. Os números de telefone utilizados são:
 193: Serviço de Resgatedo Corpo de Bombeiros;
 192: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Após a avaliação do nível de consciência, é sempre realizado um processo que


segue uma sequência fixa e padronizada, sendo que o socorrista só pode passar para
o passo seguinte após a completa resolução do passo anterior. Na prática, alguns
passos podem ser avaliados simultaneamente.
A sequência padronizada no exame primário é a seguinte:
 X - Exsanguinação
 A - Vias aéreas com controle da coluna cervical;
 B - Respiração;
 C – Circulação;
 D - Avaliação neurológica;
 E - Exposição da vítima.

A HISTÓRIA DO XABCDE
Em 1976, ao sofrer um acidente com sua família, o cirurgião ortopédico Jim
Styner pôde perceber as fragilidades dos cuidados em primeiros socorros de vítimas
de traumas. Depois dessa experiência, o médico desenvolveu o protocolo ABCDE
do trauma, que passou a ser empregado em diversas regiões do mundo a partir de
1978, sendo ministrado neste ano o primeiro curso sobre o tema.
A importância do método desenvolvido por Jim Styner não demorou a ser
reconhecida pelas autoridades médicas, uma vez que só com esses cuidados é
possível realmente estabilizar o paciente, deixando-o mais seguro para o transporte
e para quaisquer outras intervenções que se façam necessárias.

Mudança (a entrada do X):

O famoso mnemônico do trauma "ABCDE" ganhou na 9ª edição do PHTLS


2018, no capítulo 6, mais uma letra. O "X' de hemorragia exsanguinante, ou seja,

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hemorragia externa grave. Ainda não publicado oficialmente e não traduzido, mas
já nos atualizamos.
O APH sofreu um substancial alteração, dando mais ênfase às grandes
hemorragias externas, antes mesmo do controle cervical ou da abertura das vias
aéreas.

Significado das Letras X-A-B-C-D-E

( X ) – EXSANGUINAÇÃO

Contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta, deve ser antes


mesmo do manejo das vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da
obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo,
o que mais mata no trauma são as hemorragias graves.

HEMORRAGIA

O sangue é responsável pelo transporte de oxigênio e nutrientes para as


células do corpo humano e pela retirada de gás carbônico e outras excretas para os
órgãos de eliminação.
O corpo humano possui um volume sanguíneo de aproximadamente 70 ml/Kg
de peso corporal para adultos e 80ml/Kg para crianças, ou seja, um indivíduo com
70ml/Kg possui aproximadamente 4.900ml de sangue.
Hemorragia é definida como a perda de sangue devido ao rompimento de um
vaso sanguíneo. Quanto maior a quantidade perdida de sangue, mais grave será a
hemorragia.
Geralmente a perda de sangue não pode ser medida, mas pode ser estimada
por meio da avaliação do paciente e dos sinais de choque. Quanto mais rápida a
hemorragia, menos eficientes são os mecanismos compensatórios do organismo.
Um indivíduo pode suportar a perda de um litro de sangue, que ocorre em um
período de horas, mas não tolera esta mesma perda se ela ocorrer em minutos.
Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são
as contrações da parede dos vasos sanguíneos, diminuindo o tamanho da abertura

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por onde o sangue está drenando e a coagulação do sangue, que é uma sequência
complexa de reações químicas que resultam na formação de um coágulo de fibrina,
impedindo assim a drenagem do sangue pelo orifício de vaso lesado.
Estes mecanismos têm como objetivo a hemostasia, ou seja, o controle do
sangramento pelo organismo isoladamente, defendendo-o, ou em associações com
técnicas básicas e avançadas de tratamento médico.
Os pacientes com distúrbios no mecanismo de coagulação, por exemplo, os
hemofílicos, podem apresentar hemorragias graves por traumas banais.

CLASSIFICAÇÃODAS HEMORRAGIAS

Hemorragias Externas

Sangramento de estruturas superficiais com exteriorização do sangue. Podem


ser controladas utilizando técnicas básicas de primeiros-socorros. As hemorragias
podem ser: arterial, venosa e capilar.

HEMORRAGIAS EXTERNAS

http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/hemo.gif

Hemorragias Internas

É o extravasamento de sangue para o interior do corpo. O sangramento de


estruturas profundas pode ser oculto ou se exteriorizar como, por exemplo,
hemorragia do estômago com hematêmese.
As medidas básicas de socorro não funcionam, pois é necessário um
atendimento especializado realizado em uma unidade hospitalar.

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CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS

As hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado


de choque. As hemorragias lentas e crônicas causadas por uma úlcera, por exemplo,
causam anemia, ou seja, a diminuição dos níveis de hemoglobina no sangue
circulante.
O quadro clínico varia de acordo com a quantidade perdida de sangue,
velocidade do sangramento, estado prévio de saúde e idade da vítima.
Perdas de até 15% do volume sanguíneo (750 ml em adultos) geralmente não
causam alterações. São totalmente compensadas pelo corpo com, por exemplo,
doação de sangue. Perdas maiores que 15% e menores que 30% (entre 750 a 1.500
ml) geralmente causam estado de choque sem hipotensão arterial.

Os sinais e sintomas são:


 Ansiedade;
 Sede;
 Taquicardia;
 Pulso radial fraco;
 Pele fria;
 Palidez cutânea;
 Suor frio;
 Taquipneia;
 Enchimento capilar lento.
Perdas acima de 30% (maiores que 1.500) levam ao choque descompensado
com hipotensão. Os sinais e sintomas são:
 Alterações das funções mentais;
 Agitação;
 Confusão ou inconsciência;
 Sede intensa;
 Pele fria;
 Palidez cutânea;
 Suor frio;

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 Taquicardia;
 Pulso radial ausente;
 Taquipneia importante;
 Enchimento capilar lento.
A perda de mais de 50% do volume sanguíneo leva o indivíduo a óbito.

RECONHECIMENTO DAS HEMORRAGIAS

As hemorragias externas podem muitas vezes ser reconhecidas durante a


inspeção. O sangue pode ser absorvido pelas vestes da vítima, pelo solo ou tapetes,
dificultando a avaliação pelo profissional de emergência.
Os pacientes politraumatizados com sinais de choque e lesões externas pouco
importantes provavelmente apresentam lesão interna. Os locais mais frequentes de
hemorragia interna são o tórax e o abdômen. Observar presença de lesões
perfurantes, equimoses ou contusões na pele sobre estruturas vitais.
Os órgãos abdominais que frequentemente produzem sangramentos graves
são o fígado e o baço. Algumas fraturas, especialmente de quadril e fêmur, podem
produzir hemorragias internas graves.
Observar extremidades com deformidade, dor e instabilidade pélvica. A
distensão abdominal com dor após traumatismo sugere hemorragia interna.
Algumas hemorragias internas podem se exteriorizar, por vezes, no tórax
produzindo hemoptise, que é a expectoração sanguínea ou sanguinolenta por meio
da tosse, proveniente de hemorragia na árvore respiratória.
O sangramento do esôfago, estômago e duodeno podem se exteriorizar por
meio da hematêmese, que é a saída de sangue pela boca com origem no sistema
gastrointestinal.
O sangue eliminado pode ser vermelho vivo ou com aparência de borra de café,
caracterizando a digestão deste sangue. Neste caso, o socorrista pouco pode fazer
no atendimento pré-hospitalar para controlar a hemorragia. As condutas visam ao
suporte da vida, principalmente à manutenção da permeabilidade das vias aéreas e
respiração, até a chegada ao hospital.

ABORDAGEM DA VÍTIMA E CONDUTAS NAS HEMORRAGIAS EXTERNAS

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 Realizar a avaliação primária;


 Desobstruir vias aéreas e efetuar assistência ventilatória, se necessário.
Suplementar oxigênio em alta concentração, utilizando máscara com reservatório e
fluxo de 12L/min.;
 Elevar extremidades com sangramento acima do nível do coração;
 Colocar compressa sobre o ferimento, efetuando a compressão direta da
lesão, com a mão enluvada. Caso a compressa fique encharcada de sangue, coloque
novas compressas secas sem retirar a primeira. O objetivo é não retirar o coágulo;
 Fixar a compressa sobre o ferimento com bandagem ou, caso não
disponha de bandagem, manter a compressão manual;
 Se houver persistência da hemorragia, ocluir a artéria próxima ao
ferimento, para diminuir a circulação no local.
A compressão direta e a elevação do membro são os principais métodos para
deter uma hemorragia, pois não diminuem a irrigação sanguínea em outros locais.

ABORDAGEM E CONDUTA

http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/jpgs/12_1.jpg

CONTROLE DAS HEMORRAGIAS INTERNAS

O controle pré-hospitalar de hemorragias internas é impossível, o tratamento é


cirúrgico. Pacientes com hemorragias internas devem ser removidos rapidamente
para o hospital, mantendo os cuidados de suporte básico de vida. Em focos de fratura
é possível reduzir a perda sanguínea por meio de manipulação adequada e
imobilização.
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( A ) - VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA COLUNA CERVICAL

No A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No atendimento pré-


hospitalar, 66-85% das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas. Para
manutenção das vias aéreas utiliza-se das técnicas: “chin lift”: elevação do queixo,
uso de aspirador de ponta rígida, “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula, cânula
orofaríngea (Guedel).
A causa mais comum de obstrução de vias aéreas em pacientes inconscientes
é o relaxamento da musculatura da língua, que se projeta para o fundo da garganta
ou orofaringe impedindo a passagem de ar nas vias aéreas superiores e inferiores.
Para restabelecer a permeabilidade das vias aéreas superiores, devemos
simplesmente remover corpos estranhos ou realizar a elevação da mandíbula. A
possibilidade de lesão na coluna cervical deve ser sempre considerada, portanto,
movimentos bruscos, excessivos ou aplicados com uma força desproporcional poderá
causar lesões neurológicas irreversíveis na coluna cervical, como por exemplo, uma
tetraplegia.
A cabeça e o pescoço da vítima nunca devem ser hiperestendidos ou mesmo
fletidos para manter ou estabelecer uma via aérea permeável. Para que possamos
verificar se esta via aérea não está obstruída devemos solicitar à vítima que ela fale.
Caso a vítima não consiga falar, observamos que esta vítima possui uma alteração do
nível de consciência. Caso a vítima atenda a solicitação, podemos considerar que esta
via aérea está livre, com a ventilação e perfusão cerebral mantidas, devido à
passagem de ar por esta via aérea.
Se a vítima apresentar rouquidão ou falta de voz significa que deve haver um
comprometimento das vias aéreas superiores, ou seja, uma obstrução.Avaliar e
controlar as vias aéreas são condutas rápidas e simples, não necessitando
inicialmente de nenhum equipamento, portanto estas técnicas manuais de
desobstrução e controle ou estabilização da coluna cervical não devem ser retardadas
a espera do socorro especializado.
A obstrução das vias aéreas pode ser causada por:
 Objetos sólidos;
 Queda da língua;

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 Líquidos.
Os principais sintomas apresentados pela vítima com obstrução das vias
aéreas são:
 Tosse;
 Respiração ruidosa;
 Movimentos respiratórios alterados;
 Cianose (extremidades roxas).
Para realizarmos o controle das vias aéreas podemos realizar as seguintes
técnicas:
 Manobra tríplice ou elevação da mandíbula.

ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA

http://www.sbp.com.br/img/cursos/curso_suporte/fig02-05.gif

 Manobra de tração da mandíbula.

TRAÇÃO DA MANDÍBULA

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http://www.concursoefisioterapia.com/2010/02/manobra-de-tracao-de-
mandibula-jaw.html

 Inserção de uma cânula orofaríngea.

INSERÇÃO DA CÂNULA DE GUEDEL

http://1.bp.blogspot.com/_P-
MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula+guedel.JPG

Uma vez realizado o controle ou a estabilização da coluna cervical, não


podemos em hipótese alguma liberá-la, até que esta seja imobilizada definitivamente
com o colar cervical ou com outro dispositivo que evite o movimento tanto lateral, como
de flexão da cabeça.

( B ) – RESPIRAÇÃO (VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO)

Anteriormente havia uma recomendação para que os movimentos respiratórios

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fossem avaliados pelo procedimento ver, ouvir e sentir, porém não há mais esta
necessidade.
O socorrista deve priorizar a qualidade da massagem cardíaca, ou seja, realizar
o ciclo com trinta compressões e abrir a via aérea e aplicar duas ventilações.
A respiração boca a boca não é mais recomendado, pois o risco de
contaminação é maior. Novos estudos demonstraram que as compressões ritmadas
no tórax são tão eficazes quanto a respiração boca-a-boca que era intercalada com a
massagem cardíaca. A recomendação é que, só se faça as compressões torácicas
ritmadas, de forma ininterrupta, por até oito minutos.
Existem estudos comprovando que a massagem cardíaca realizada
corretamente e ritmada é suficiente para manter a vítima viva até a chegada de
socorro profissional sem a utilização da respiração boca a boca.
No caso de crianças e bebês, afogamento ou traumatismos, a massagem
cardíaca se faz em sintonia com a respiração boca a boca, porém em situações de
parada cardíaca em adultos apenas a massagem cardíaca deve ser feita, até que os
socorristas cheguem para levar a vítima ao hospital.

( C ) – CIRCULAÇÃO (PERFUSÃO E HEMORRAGIAS)

No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros


de análise. A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco.
A Hemorragia é a principal causa de morte no trauma.
A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas,
grandes hemorragias. Já o “C” refere-se a hemorragias internas, onde deve-se
investigar perdas de volume sanguíneo não visível, analisando os principais pontos
de hemorragia interna no trauma (pelve, abdomem e membros inferiores), avaliando
sinais clínicos de hemorragia como tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria
e pegajosa e comprometimento do nível e qualidade de consciência.
Definimos por circulação artificial a compressão torácica externa, ou seja, a
massagem cardíaca. A reanimação cardiopulmonar deverá ser realizada logo que o
socorrista identificar que a vítima não apresenta pulso, caracterizando assim a parada
cardíaca.
Quando realizada a avaliação primária, a abordagem busca sinais, entre estes,

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a frequência cardíaca denota a parada cardíaca. Em um adulto, é feita pela


constatação da ausência de pulso na artéria carótida ou, na artéria femoral associada
à perda de consciência e a outros sinais periféricos, como palidez, cianose e pele
pegajosa.

( D ) - AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA

Na avaliação neurológica, o socorrista deve avaliar o estado de consciência da


vítima.
Pode-se usar a sequência AVDS, como descrito a seguir:
 A: Alerta;
 V: Responde a estímulos verbais;
 D: Responde a estímulos dolorosos;
 S: Sem resposta.
Se a vítima estiver consciente, pergunte nome, telefone para contato e
endereço. Faça por exemplo: Que dia é hoje? É dia ou é noite? Converse com ela,
procure acalmá-la e pergunte onde sente dores e em caso de suspeita de fratura da
coluna, pergunte se está sentindo os braços e as pernas.
Se ela não se comunicar, veja se reage ao estímulo verbal e se não houver
resposta, veja se a vítima reage ao um estímulo tátil oudoloroso.Caso esteja
inconsciente, abra os olhos dela e verifique aspupilas.O estado das pupilas pode
significar:
 Normais: normalmente não há lesões neurológicas aparentes e
oxigenação está presente.
 Pupilas diferentes: uma normal e a outra dilatada significa presença de
lesão neurológica. O socorrista deve intensificar a avaliação, pois pode haver parada
cardiorrespiratória.
 Se as duas pupilas estiverem dilatadas: significa parada
cardiorrespiratória há mais de um minuto. Também pode haver lesão neurológica.
Nesse caso, o socorrista deve iniciar imediatamente as manobras de
ressuscitação. Sempre que a vítima estiver inconsciente, deve-se desconfiarde fratura
da coluna vertebral ou de parada cardiorrespiratória. Nesse caso, movimente a vítima
o mínimo possível, protegendosempre a coluna

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A escala de coma de Glasgow deve ser usada. Lembrando que esta é uma
escala neurológica que constitui um método confiável e objetivo de registrar o nível de
consciência de uma pessoa para avaliação inicial e contínua após um traumatismo
craniano.
Seu valor também é utilizado no prognóstico do paciente e é de grande utilidade
na previsão de eventuais sequelas. Segue a escala completa:

TABELA – ESCALA DE COMA DE GLASGOW

Fonte: AMERICAN COLLEGE OF SURGIONS COMMITTEE ON TRAUMA . Advanced Trauma Life


Suport – ATLS. 10 ed. , 2018.

O escore máximo permitido pela escala é quinze pontos e o mínimo de três


pontos. Se o paciente apresentar uma pontuação de oito pontos ou menos, a

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intubação orotraqueal está indicada.

Pontuação total: de 3 a 15
3 = Coma profundo (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo);
4 = Coma profundo
7 = Coma intermediário;
11 = Coma superficial;
15 = Normalidade.

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Classificação do trauma cranioencefálico:


3-8 = Grave (necessidade de intubação imediata);
9-12 = Moderado;
13-15 = Leve.

EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA

Sendo assim, para que um diagnóstico diferencial mais preciso seja realizado,
é preconizado que dentre o X-A-B-C-D dos primeiros socorros, o “E” refere-se à
exposição da vítima.
Quando estabilizadas respiração e circulação, iniciamos a exposição da vítima
para verificar se existem outros ferimentos, complicações e situações a serem
resolvidas.
Lembre-se que tal procedimento deverá ser realizado com cautela e precaução
a fim de evitar maiores dolos na vítima já fragilizada. Todo movimento realizado,
principalmente se em pós-trauma, deverá atender normas de manipulação
assegurando a assistência prestada.
A busca por outras e/ou maiores lesões pode no momento da primeira
assistência salvar a vida da vítima.
Em primeiros socorros, chamamos de “a hora de ouro” a primeira hora de
atendimento, portanto, se o socorrista fizer o seu melhor, a probabilidade desta vítima
ter sua vida prolongada é grande.

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

Vítima com capacete

A retirada do capacete deve ser realizada por dois socorristas treinados. O


primeiro passo é posicionar a vítima em decúbito dorsal, ou seja, posição supina, por
meio do rolamento em bloco.
Um socorrista posiciona-se atrás da cabeça da vítima, abre a viseira e segura
cada lado do capacete com os dedos estabilizando a mandíbula. O outro socorrista

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mantém a estabilização da coluna cervical, colocando os dedos polegar no ângulo da


mandíbula de um dos lados e o indicador e médio no outro lado. A outra mão mantém
a imobilização do pescoço, apoiando a região cervical.
A seguir, o socorrista que segura o capacete pelas laterais, força a sua abertura
liberando as orelhas e traciona-o delicadamente, enquanto o outro socorrista mantém
a estabilização do pescoço para evitar a inclinação da cabeça.
Após a retirada do capacete, os socorristas devem manter a imobilização da
coluna cervical manualmente até obter dispositivo que o faça.

RETIRANDO O CAPACETE DE FORMA CORRETA

http://4.bp.blogspot.com/- u1Xw93nGPj8/TdfrQRgx9oI/AAAAAAAAAJU/CMpOSNXQQxk/s400/capacete5.gif.

Vítima presa em ferragem

Em caso de acidente automobilístico com vítima presa entre as ferragens, não


movimente o acidentado, pois isso poderá agravar seu estado. Sinalize o local para
evitar novos acidentes e solicite ajuda imediatamente a um serviço móvel de urgência.

VÍTIMA PRESA NAS FERRAGENS

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http://2.bp.blogspot.com/_XNH-
UIyc1zU/TEFVDmH8q0I/AAAAAAAACoU/oaQspTh_7ng/s1600/moto_ferragens.jpg.

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

É o exame realizado após o exame primário, ou seja, após o X-A-B-C-D-E e


tem por finalidade examinar todo o corpo por meio da palpação e inspeção. Esta
avaliação é composta pela avaliação objetiva, ou seja, o exame físico da cabeça aos
pés, controle dos sinais vitais e avaliação subjetiva caracterizada pela entrevista. É
realizada somente após o término da avaliação primária ou das manobras de
ressuscitação cardiopulmonar, quando instituídas e obtido sucesso.
Tem por objetivo a detecção de lesões que embora graves não impliquem risco
iminente de morte. Ao iniciá-la em vítimas com história de trauma, é necessária a
manutenção da estabilização da coluna cervical por meio manual ou com dispositivos
durante todo o procedimento.
Para iniciar essa avaliação, o socorrista deverá expor a vítima somente o
necessário, respeitando sua intimidade e protegendo-a contra os efeitos da
hipotermia.
As informações levantadas no exame da cabeça aos pés, associadas ao
mecanismo do trauma auxiliam o socorrista na detecção ou suspeita de situações
graves como, por exemplo, uma hemorragia interna. Deve-se olhar para a vítima,
buscando sinais ou lesões aparentes.
A vítima poderá assumir uma posição que demonstre que ela está com dor,
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segurando ou apontando para determinado membro ou região do corpo ou ainda


permanecendo sentada com o objetivo de melhorar a respiração.
A entrevista é feita simultaneamente, levantando informações obtidas junto ao
próprio paciente ou às testemunhas que se encontram no local. Com essas
informações podem-se obter detalhes da história ou do mecanismo de trauma,
queixas e sintomas que o paciente relata.
Em vítimas conscientes, o socorrista deve identificar-se explicando os
procedimentos que irá realizar com a vítima. Após esse primeiro contato, o socorrista
deve perguntar o nome da vítima, tratando-a sempre pelo seu nome. Segue a
avaliação perguntando idade, endereço, data e com isso avaliando se as respostas
estão corretas, demonstrando que a vítima apresenta um nível de consciência e
oxigenação cerebral adequada.
Entretanto, a vítima poderá estar confusa sendo necessária uma abordagem
mais detalhada indicando ao socorrista possíveis lesões e situações graves. A
entrevista com a vítima deve ser rápida e direcionada, devendo-se questionar a vítima
quanto à:
 Presença de dor;
 Sensação de formigamento;
 Calor ou perda da sensibilidade em alguma parte do corpo;
 Doença;
 Uso de medicamentos;
 Alergias a remédios ou a algum tipo de alimento;
 Quando foi a última refeição;
 Uso de substâncias como álcool ou drogas ilícitas.
Todas estas informações são importantes para a agilidade no tratamento da
vítima e para que o socorrista possa priorizar suas atitudes. Na vítima de acidente,
além dos questionamentos anteriores é de grande importância a determinação do
mecanismo de trauma, tentando estabelecer a intensidade de impacto sofrido.
Algumas situações devem ser avaliadas rapidamente, determinando as
possíveis lesões, são elas:
 Capotamento;
 Ejeção da vítima do veículo;
 Uso de cinto de segurança;

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 Uso de capacete;
 Posição no veículo;
 Deformidade do veículo.
Estas informações a respeito do evento são importantes na condução do
atendimento, partindo sempre da queixa principal, direcionando a entrevista e a
assistência que deverão ser feitas simultaneamente, durante a avaliação da vítima.
Na inspeção devem ser pesquisados:
 A cor da pele;
 Simetria;
 Alinhamento;
 Deformidade;
 Sangramento;
 Fraturas.
Na palpação deverá ser pesquisado:
 Deformidade;
 Rigidez;
 Flacidez.
O exame secundário deve ser realizado obedecendo à seguinte sequência:
 Cabeça;
 Olhos;
 Orelhas e nariz;
 Boca;
 Pescoço;

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 Tórax;
 Abdômen;
 Cintura pélvica;
 Membros inferiores;
 Membros superiores;
 Dorso.

CABEÇA

Palpe o crânio com os polegares fixos na região frontal, examine os olhos


procurando por objetos estranhos. Verifique se as pupilas estão normais, dilatadas,
contraídas ou desiguais.
Normalmente apresentam o mesmo diâmetro, ou seja, devem estar do mesmo
tamanho.
EXAME DO CRÂNIO

http://1.bp.blogspot.com/_YQ- http://2.bp.blogspot.com/_XNH-

UIyc1zU/TEFVDmH8q0I/AAAAAAAACoU/oaQspTh_7ng/s1600/moto_ferragens.jpg.
op14RPUo/TTQz1T0XW2I/AAAAAAAAB_c/sYtxHs2Tg9s/s1600/9-A.JPG>.

OLHOS

Verifica-se a presença de cortes, queimadura de pálpebras e cílios ou objeto


encravado. Atentará coloração ao redor dos olhos, como presença de hematoma, pois
indica possível trauma craniano.
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Nesse momento, as pupilas são avaliadas quanto ao tamanho, simetria e


reação à luz.
Normalmente, são do mesmo tamanho e reagem com contração na presença
de luz.
Quando se apresentam do mesmo tamanho, são denominadas isocóricas.
Quando são desiguais são chamadas de anisocóricas, situação que pode ocorrer no
traumatismo craniano encefálico ou no acidente vascular cerebral.
As pupilas poderão estar contraídas ou dilatadas por ação de drogas,
iluminação ou ausência de oxigenação cerebral. São denominadas mióticas quando
estão contraídas e midriáticas quando estão dilatadas.

ORELHA E NARIZ

estruturas. Se positivo, indica possível fratura de ossos do crânio. Verifica-se


ainda a simetria, presença de lesões e edema.
O líquido cefalorraquidiano é um líquido transparente que circula entre as
meninges aracnoide e pia-máter, e sua principal função é proteger o cérebro, agindo
como amortecedor de choques mecânicos aplicados principalmente na cabeça.

BOCA

Promove-se a abertura da boca, a fim de identificar e remover corpos estranhos


que poderão obstruir as vias aéreas como sangue, secreções, próteses dentárias,
dentes soltos ou restos alimentares. Os lábios, gengivas e língua devem ser
observados quanto à coloração e presença de edema e ferimentos.

PESCOÇO

A coluna cervical deve ser mantida imobilizada manualmente ou por utilização


de colar cervical durante todo o exame. Realizar a palpação na coluna cervical
verificando o seu alinhamento. Verificar na região anterior se há desvio de traqueia,
lesões ou sangramentos.
TÓRAX

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Com a mão espalmada e com os dedos entrelaçados, realizar a palpação a


procura de lesões nos arcos costais, procurar ferimentos e reação à dor. Deve-se
inspecioná-lo em busca de edema, assimetria, ferimentos, deformidades, retrações,
objetos encravados ou fraturas.
Observar, também, se a expansão do tórax durante a respiração ocorre da
mesma forma em ambos os lados, palpar as clavículas e costelas buscando
deformidades, crepitações ósseas, áreas dolorosas ou mesmo ferimentos com
fraturas expostas e enfisema subcutâneo

ABDÔMEN

Realizar a palpação com a espalmada e com os dedos entrelaçados, buscando


áreas de sensibilidade, flacidez e rigidez. Devem ser examinados os quatro
quadrantes do abdômen em busca de hematomas, equimoses, abrasões, ferimentos
abertos ou objetos encravados.
Procura-se distensão, rigidez ou dor à palpação superficial, delimitando qual o
quadrante abdominal acometido. Este dado é importante, pois auxilia o socorrista a
suspeitar de hemorragia interna, caso a vítima esteja apresentando sinais de choque
hemorrágico, associando os achados do exame físico aos sinais vitais apresentados
com o mecanismo do trauma.
Os quadrantes nos quais pode ser dividido o abdômen são:
 QSD: Quadrante superior direito;
 QSE: Quadrante superior esquerdo;
 QID: Quadrante inferior direito;
 QIE: Quadrante inferior esquerdo.
O quadrante superior direito contém órgãos como o fígado, a vesícula biliar,
parte do intestino grosso e o rim direito. No quadrante superior esquerdo há o
estômago, o baço, o pâncreas, parte do intestino grosso e o rim esquerdo.
O ovário direito e parte do útero em mulheres, o apêndice vermiforme, parte do
intestino grosso, o ureter direito e a bexiga urinária estão contidos no quadrante
inferior direito.
No quadrante inferiror esquerdo estão localizados parte do intestino grosso, o

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ovário esquerdo e parte do útero e da bexiga urinária.


Deve-se observar se a vítima assume posição que demonstre que ela esteja
com dor, sendo assim, o socorrista poderá aliviar a dor abdominal, orientando a vítima
a flexionar os joelhos e quadril, mantendo-a aquecida.
Vítimas com história de trauma deverão permanecer em posição supina sem
flexionar as pernas, mantendo o alinhamento de toda coluna vertebral e a imobilidade
da coluna cervical.

DORSO

Realizar manobras de rolamento para examinar as costas. Observar o


alinhamento da coluna cervical se há deformidades ou ferimentos. Palpar a coluna em
busca de edema, hematoma ou crepitação.
Após realizar o exame secundário, realize todos os curativos, imobilizações e
outros procedimentos, antes de remover a vítima. Durante todo o exame mantenha-
se atento aos passos do exame primário.
O socorrista deve palpar com delicadeza a coluna vertebral por intermédio da
curvatura natural da cintura até onde a mão alcançar sem movimentar a vítima.
Pesquisar regiões dolorosas, com edema, afundamentos ou deformidades ósseas,
hematomas e ferimentos. É difícil determinar fraturas da coluna vertebral, pois muitas
vezes os sintomas se confundem, e a queixa de dor da vítima é em outra região.

PELVE

Busca-se por alterações que, com frequência, estão relacionadas com fraturas
da pelve como hematomas, deformidade articular no quadril, sangramento pelo ânus,
vagina ou uretra.
O exame é feito palpando-se levemente as cristas ilíacas, enquanto se
investiga a ocorrência de crepitação óssea, dor ao procedimento ou instabilidade da
cintura pélvica.
A crista ilíaca faz parte do osso do quadril denominado ílio e é a extremidade
superior expandida e pode ser palpada em toda sua extensão, bilateralmente. A
ocorrência de incontinência urinária ou fecal e priapismo, em homens, são sinais

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sugestivosde lesão na medula espinhal, decorrente de fratura ou deslocamento da


coluna vertebral. O priapismo é caracterizado por ereção peniana prolongada, sem
estimulação sexual, frequentemente, causada por lesão medular.

MEMBROS INFERIORES

Inspecionar e palpar a coxa até os pés, observando o alinhamento,


deformidade e rigidez, buscando lesões e ferimentos. Devem ser pesquisados
também:
 Hematomas;
 Sangramentos;
 Deformidades;
 Espículas ósseas.
Palpar toda a extensão do membro, buscando deformidades como:
 Angulações;
 Encurtamentos;
 Edema;
 Espasmo muscular;
 Crepitação óssea;
 Aumento de volume,
 Abrasões;
 Palidez;
 Cianose nas extremidades.
A cianose é caracterizada por um tom azulado da pele ou mucosas,
manifestada por tecido com baixa oxigenação, em razão da diminuição de irrigação
sanguínea ou da oxigenação. O socorrista deve avaliar a circulação distal à lesão,
verificando a temperatura, cor da pele, enchimento capilar, e pulso da extremidade
lesada.
Para verificar o enchimento capilar deve-se comprimir e soltar rapidamente o
leito das unhas e polpas digitais. Quando há circulação normal, o retorno sanguíneo
é de um e meio a dois segundos, se estiver retardado, ou seja, maior que dois
segundos, indicando que a circulação está lenta.
Se a circulação estiver ausente, esses locais permanecem descorados após a

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compressão. A avaliação da artéria tibial posterior é importante nos casos em que


pode haver fratura nos membros inferiores.
Esta artéria é o maior ramo terminal da artéria poplítea e sua porção inferior
pode ser palpada posteriormente ao maléolo medial, exercendo leve pressão contra
a proeminência óssea da extremidade inferomedial da tíbia.
Testar movimentos e sensibilidade solicitando à vítima que faça movimentos
com os dedos dos pés, e que empurre a mão do socorrista com o pé, aplicando um
estímulo na região plantar de um dos pés e solicitando que a vítima identifique qual
pé foi estimulado, alternando- os.

PALPAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

<http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400
/palpa%C3%A7%C3% A3o+tibial.JPG>

MEMBROS SUPERIORES

Inspecionar e palpar dos ombros até as mãos, observando o alinhamento,


deformidade e rigidez. Buscar lesões e ferimentos. Inicia-se inspecionando e palpando
a partir dos ombros até os dedos das mãos, pesquisando:
 Presença de abrasões;
 Hematomas;
 Ferimentos;
 Espículas ósseas;
 Aumento de volume;

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 Deformidades;
 Palidez;
 Cianose de extremidades.
O socorrista deve avaliar a circulação, investigando os seguintes eventos:
 Temperatura;
 Cor da pele;
 Enchimento capilar;
 Presença de pulso radial bilateralmente, atentando-se à simetria e
amplitude do pulso.
Devemos avaliar também os movimentos e sensibilidade, solicitando à vítima
que faça movimentos com as mãos e os dedos ou que lhe aperte a mão. A
sensibilidade é testada solicitando que a vítima identifique a região que está sendo
estimulada.
Relembrando que na avaliação primária o socorrista deve avaliar e corrigir as
situações que coloquem em risco imediato a vida da vítima, ou seja, situações que
afetam diretamente as funções vitais das vítimas.
Já na avaliação secundária o socorrista deve avaliar e corrigir situações que
não colocam a vítima em perigo imediato de vida, mas que podem agravar o estado
da vítima se não forem corrigidas.

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

O suporte básico de vida (SBV) é o conjunto de medidas e procedimentos


técnicos que objetivam o suporte de vida à vítima, até a chegada do serviço médico
especializado, que realizará o transporte dessa vítima até o hospital, traçando um
padrão para atendimento com a finalidade de prevenir agravamentos e evitar o
surgimento de outras lesões.
Podemos ainda defini-lo como manobras de socorro às vítimas em situação de
risco eminente de morte, com o objetivo de manter a via aérea livre e suporte
ventilatório e circulatório sem equipamentos ou com o mínimo de de dispositivos
invasivos. Envolve também o acesso precoce ao serviço de emergência médico de
urgência especializado, ao atendimento avançado e à desfibrilação elétrica.
Todas essas manobras podem ser desenvolvidas por profissionais da saúde

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ou leigos, treinados ou não, no ambiente pré-hospitalar e estão estreitamente


relacionadas com a sobrevida dessa vítima.
Para um único socorrista o suporte básico de vida obedece a uma sequência,
mais para uma equipe completa, as manobras são concomitantes.
Devido à importância destas medidas, a cada cinco anos, são publicadas
diretrizes mundiais de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) baseadas em estudos
científicos e de reconhecida evidência e relevância para as boas práticas do SBV.
No ano de 2010, no mês de outubro, foram publicadas as novas resoluções
para atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR), que é uma condição súbita e
inesperada de deficiência da oxigenação corporal.
A principal ênfase das novas diretrizes está no diagnóstico rápido e adequado
da situação, ou seja, o reconhecimento da inconsciência e da qualidade da respiração.
É importante ressaltar que a respiração agônica ou gasping pode ser
observada com grande frequência nos minutos iniciais da parada cardiorrespiratória e
nesses casos a vítima apresenta um ritmo e a expansão respiratória inadequados.
O serviço médico especializado deve ser comunicado urgentemente, enquanto
se avalia a vítima buscando a identificação da parada cardiorrespiratória.
Relembrando que em adultos as principais causas de parada cardiorrespiratória são
cardíacas.
Nas paradas cardíacas primárias, o fluxo arterial fica estagnado e a saturação
de oxigênio começa a se reduzir, portanto a ressuscitação cardiopulmonar e cerebral
iniciada precocemente mantém o fluxo de oxigênio adequado para os órgãos vitais.
Portanto, o diagnóstico deve ser rápido e, em caso de dúvida no
reconhecimento da respiração, devem-se iniciar rapidamente as manobras de
reanimação.
Com a finalidade de tornar o início das manobras de reanimação mais veloz, a
pulsação em grandes artérias deve ser procurada apenas por profissionais da saúde
e não deve demorar mais que dez segundos.
As compressões torácicas externas devem ser iniciadas imediatamente, ou
seja, nas novas diretrizes da American Heart Association (AHA), a sequência do
suporte básico de vida foi invertida do A – B - C para C – A– B.
A compressão torácica de alta qualidade deve ser realizada no meio do tórax
da vítima em decúbito dorsal horizontal sobre superfície rígida e plana. Deve-se

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comprimir o tórax cerca de cinco centímetros, com a região hipotenar da mão


dominante, permitindo o retorno do mesmo entre as compressões e evitar as
interrupções.
A outra mão do socorrista deve estar posicionada sobre a primeira com os
dedos entrelaçados ou estendidos, de maneira a evitar a aplicação de força sobre as
costelas. A frequência das compressões deve ser de cem vezes por minuto, no
mínimo, mas não deve ultrapassar 120 compressões por minuto.
Se o socorrista não for treinado ou houver situação que impossibilite a
realização da ventilação artificial, deve ser realizada a compressão torácica sem
interrupções até a chegada do socorro especializado, fadiga do socorrista ou retorno
da consciência da vítima.
Caso seja realizada a ventilação artificial, esta deve ser feita na proporção de
trinta compressões para duas ventilações, de forma assincrônica à compressão e
gerando elevação visível do tórax.
É importante lembrar que antes de iniciar o atendimento, deve-se verificar se o
ambiente não oferece risco ao socorrista e/ou à vítima. O uso de equipamento de
proteção individual (EPI) também é importante, pois a emergência não justifica a sua
não utilização.
Na possibilidade de ocorrência de desfibrilação elétrica, esta deve ser feita
precocemente, até o terceiro minuto de fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia
ventricular sem pulso (TVSP).
Após o choque, a CTE deve ser reiniciada o mais breve possível. Assistolia e
atividade elétrica sem pulso (AESP) não são ritmos chocáveis, mas devem receber
RCP. Após a desfibrilação e a retomada do ritmo cardíaco normal, deve-se manter a
compressão torácica até que a contração mecânica do coração seja útil e eficiente.
As manobras do suporte básico de vida são fundamentais para sistematizar a
ação durante um atendimento de emergência, facilitando o raciocínio e a tomada de
decisão.

SUPORTE AVANÇADO DE VIDA

O suporte avançado de vida são manobras médicas invasivas, como por


exemplo, procedimentos cirúrgicos, administração de medicamentos, punção venosa,

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dentre outros realizados na vítima com o objetivo de estabilizar clinicamente este


paciente. Pode ser realizada tanto no atendimento pré-hospitalar quanto no
atendimento hospitalar.
O suporte avançado de vida consiste na ressuscitação com uso de
equipamentos adicionais ao usado no suporte básico de vida. Para aplicação dessas
técnicas, é necessária a presença de médicos, enfermeiros ou profissionais treinados,
pois são procedimentos específicos.
São procedimentos realizados no suporte avançado de vida:
 Obtenção das vias aéreas;
 Ventilação;
 Obtenção de um acesso venoso periférico ou central;
 Administração de medicamentos;
 Cuidados pós-ressuscitação;
 Intubação orotraqueal;
 Cricotireoidotomia;
 Alinhamento de fraturas;
 Redução de luxações;
 Drenagem torácica.

No suporte avançado de vida os profissionais possuem mais recursos técnicos


e materiais para atender uma vítima, portanto é um atendimento que deve ser treinado
exaustivamente por toda a equipe que trabalha na emergência.

RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E CEREBRAL

O termo Reanimação Cardiorrespiratória e Cerebral (RCRC) vem sendo


inserido na prática profissional, em substituição ao termo Reanimação
Cardiopulmonar (RCP).
A ressuscitação cardiorrespiratória e cerebral é um conjunto de medidas
utilizadas no atendimento a vítima de parada cardiorrespiratória. O atendimento
correto exige, na maioria dos casos, o emprego de técnicas adequadas para o suporte
das funções respiratórias e circulatórias.

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É uma técnica desenvolvida em casos de urgência e emergência e qualquer


interrupção ou suspensão da respiração espontânea constitui uma ameaça à vida da
vítima.
A aplicação imediata das medidas de ressuscitação cardiorrespiratória e
cerebral é uma das atividades que exige conhecimento, treinamento e sua execução
deve ser feita com técnica, seriedade e disposição.
A probabilidade de execução da ressuscitação cardiorrespiratória e cerebral é
bem pequena, exceto quando trabalhamos em hospitais, serviços de resgate e
clínicas, porém o socorrista ou qualquer profissional de saúde deve estar pronto e
treinado para atender uma vítima, pois isso fará a diferença entre a vida e a morte do
paciente.
A parada cardíaca é definida como a interrupção repentina da função de
bombeamento cardíaco, que pode ser constatada pela falta de batimentos cardíacos
da vítima e quando houver dilatação das pupilas, e que, se não revertida, poderá levar
a vítima à morte. Já a parada respiratória é a interrupção total da respiração, devido à
falta de oxigênio e excesso de gás carbônico no sangue.
Independente da forma que ocorreu e de onde a parada cardíaca ocorreu, os
objetivos da equipe de ressuscitação consistem em restaurar espontaneamente a
circulação e respiração, preservando as funções vitais durante todo o processo de
ressuscitação.
A doença cardíaca ainda é a causa mais frequente de morte nos países
industrializados seguido das emergências traumáticas caracterizada em muitas
cidades pelos acidentes automobilísticos.
Por estes motivos, os conceitos de reanimação cardiorrespiratória e cerebral
tendem a concentrar-se na isquemia miocárdica como causa primária de parada
cardiorrespiratória.
A reanimação cardiorrespiratória e cerebral é uma terapia sintomática, que
auxilia a manutenção da função do nosso organismo até o restabelecimento da função
cardíaca normal.
A causa básica da parada cardiorrespiratória deve ser identificada e tratada
rapidamente, sem que isso interrompa ou retarde ainda mais o início das manobras
de reanimação.
As principais causas de parada cardiorrespiratória são:

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 Infarto agudo do miocárdio;


 Traumas;
 Arritmias cardíacas;
 Drogas;
 Hipotermia;
 Hipóxia;
 Afogamento;
 Distúrbios metabólicos.

Nas causas primárias, a parada cardíaca ocorre devido a uma disfunção do


próprio coração, que pode causar uma arritmia cardíaca, sendo a mais comum a
fibrilação ventricular, resultando em uma isquemia miocárdica.
As arritmias cardíacas e a isquemia miocárdica são as principais causas
primárias relacionadas com a parada cardíaca em adultos que não sofreram
traumatismos.
Já nas causas secundárias, o problema do coração é causado por uma
disfunção respiratória ou por uma causa externa. São as principais causas de parada
cardiorrespiratória em vítimas de traumatismos.
Podemos considerar a oxigenação deficiente devido à obstrução de vias aéreas
ou doenças pulmonares como câncer de pulmão, transporte inadequado de oxigênio
consequente de hemorragia grave, estado de choque, intoxicação por monóxido de
carbono ou ainda devido à ação de fatores externos sobre o coração, como por
exemplo, drogas e descargas elétricas.
O atendimento de uma parada cardiorrespiratória deve ser realizado por
manobras de ressuscitação com o objetivo de recuperar e manter, artificialmente, as
funções circulatórias e respiratórias.
Para que a equipe de socorristas tenha êxito em seu atendimento, fatores como
condição clínica do paciente antes da parada cardiorrespiratória, as causas, a
qualidade nas manobras aplicadas, o tempo decorrido entre a parada
cardiorrespiratória e a realização das manobras de reanimação, são determinantes
para que esta condição seja revertida.
A probabilidade de sobrevida de uma vítima de parada cardiorrespiratória

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diminui drasticamente a cada minuto perdido durante a ressuscitação


cardiorrespiratória e cerebral.
A parada cardiorrespiratória constitui emergência médica extrema, pois
interrompe o aporte de oxigênio ao organismo, causando uma anóxia tecidual,
exigindo que as manobras de ressuscitação sejam realizadas. As repercussões da
anóxia são diferentes nos vários tecidos e exercem seu efeito nocivo mais
rapidamente no músculo cardíaco e tecido cerebral.
Qualquer que seja a causa originária da parada cardiorrespiratória, o paciente
perde a consciência em dez segundos. Nos próximos dois a quatro minutos, ocorre a
depleção da adenosina trifosfato no cérebro. Este tempo representa, portanto, o limite
entre a vida e a morte do paciente ou a instalação de graves sequelas neurológicas
se o paciente se recuperar.

http://www.resgatetatico.com.br/imagens/imagens%20geral1/First_Responder.jpg
RECONHECENDO A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

A identificação da parada cardiorrespiratória e o atendimento inicial devem ser


iniciados dentro de no máximo quatro minutos a partir da intercorrência, pois as
funções vitais do sistema nervoso ainda estão preservadas, mas a partir deste período
as possibilidades de recuperação tornam-se inviáveis.
A eficácia da reanimação em caso de parada cardíaca depende do tempo em
que o atendimento for iniciado, pois ainda grande parte do organismo permanece
biologicamente vivo, durante algum tempo.
Se a parada cardiorrespiratória for precedida de déficit de oxigenação, este
tempo é ainda menor. A ausência de circulação do sangue interrompe a oxigenação
dos órgãos e com isso em alguns minutos as células mais sensíveis começam a
morrer.
Os órgãos mais sensíveis à falta de oxigênio são o cérebro e o coração. A lesão
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cerebral irreversível ocorre geralmente entre quatro e seis minutos, ou seja, o paciente
estará em morte cerebral. As vítimas submetidas à hipotermia podem suportar
períodos mais longos sem oxigênio, pois o consumo de oxigênio pelo cérebro é menor.
No atendimento de primeiros socorros, o socorrista deve observar sinais como
imobilidade e palidez. Esses sinais identificarão efetivamente uma parada
cardiorrespiratória, para que as manobras de reanimação possam ser iniciadas.
Ao iniciar o atendimento, o socorrista deve verificar o nível de consciência,
tentando observar as respostas do acidentado aos estímulos verbais. Contudo, se o
acidentado não responder, o socorrista deve comunicar imediatamente ao
atendimento especializado e iniciar as manobras de reanimação.
É importante que o socorrista observe os seguintes eventos na determinação
da parada cardiorrespiratória:
 Ausência de pulso numa grande artéria (carótida);
 Apneia ou dificuldade respiratória;
 Espasmo laríngeo;
 Cianose de extremidades e das mucosas;
 Inconsciência;
 Dilatação pupilar.

A partir desse momento, o suporte básico de vida deve ser iniciado com o
objetivo de restabelecer as funções vitais da vítima até a chegada do suporte
avançado de vida.

VERIFICANDO PULSO NA REGIÃO DO PESCOÇO

<http://www.coracaosaudavel.com/images/abcressu05.jpg>

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A verificação do pulso não deve ultrapassar mais do que cinco ou dez segundos
pela possibilidade dele ser lento, pela sua irregularidade ou por sua amplitude
reduzida.
Se existe pulso, porém a respiração é ausente, após as duas ventilações
iniciais, elas devem ser continuadas na frequência de uma ventilação a cada cinco
segundos.
Se caracterizada a parada cardíaca, deve-se imediatamente chamar por auxílio
de "socorro especializado" sem abandono da vítima e prontamente iniciar a
compressão torácica externa.
O paciente deve estar em decúbito dorsal horizontal, apoiado numa superfície
rígida como o solo, uma tábua ou uma bandeja de servir de tamanho apropriado,
interposta entre o doente e o leito.

LOCAL CORRETO PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA

http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm

 O socorrista posiciona a vítima em decúbito dorsal (deitada de costas);


 Encontre a posição na metade inferior do esterno, entre os mamilos;
 Coloque a palma de uma mão (com os dedos estendidos) sobre esse
local;
 Coloque a palma da outra mão (com os dedos estendidos) em cima da
primeira.

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POSIÇÃO DAS MÃOS PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA

http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm
 Posicione seu corpo diretamente sobre suas mãos. Os ombros devem
ficar “olhando” para as mãos;
 Inicie as compressões;
 Pelo menos trinta compressões para cada duas ventilações;
 Realize o ciclo de compressões e ventilações por pelo menos cinco ciclos
ininterruptos ou até que o resgate especializado chegue ao local do atendimento.

MASSAGEM CARDÍACA

http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm

Os braços do socorrista devem permanecer em extensão com as articulações


dos cotovelos fixas, transmitindo ao esterno da vítima a pressão exercida pelo peso
dos seus ombros e tronco, reduzindo a fadiga. A pressão aplicada deve ser suficiente
para deprimir o esterno em de cinco centímetros no adulto.
Ao realizar as compressões elas deverão ser rítmicas e regulares, seguindo-se
imediatamente o relaxamento de igual duração, aliviando totalmente a pressão,
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permitindo ao tórax retornar a sua posição normal, sem, entretanto, retirar as mãos.
Tal movimento permite o enchimento das câmaras cardíacas para
redistribuição do sangue pelo organismo, atingindo enfim as perspectivas das
manobras de RCP.
A sequência destas manobras não deve ser interrompida. A respiração artificial
e a massagem cardíaca externa devem ser associadas, para uma reanimação efetiva.
Caso atenda sozinho à vítima, serão trinta compressões para cada duas
ventilações. Em dois socorristas a ideia é a mesma, mas não há a necessidade de
parar a massagem para realizar as ventilações.
Após quatro ou cinco ciclos de compressão e ventilação, que deve durar
aproximadamente um minuto, aconselha-se a reavaliação de presença de pulso e de
respiração espontânea, repetindo-se as reavaliações a cada três minutos.
Durante a parada cardíaca, a massagem cardíaca realizada de modo
apropriado pode produzir uma onda de pressão sistólica próximo a 100 mmHg,
entretanto, a pressão diastólica é ao redor de zero, resultando, assim, uma pressão
média de 40mmHg que irá representar a pressão de perfusão em grandes vasos, ou
seja, 1/3 a 1/4 do normal.
Essa situação de fluxo em nível crítico impõe ao socorrista uma eficiência e
exige uma constância nas compressões

O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZER PARA OBTER UMA RCP DE ALTA
QUALIDADE PARA ADULTOS
OS SOCORRISTAS DEVEM OS SOCORRISTAS NÃO DEVEM
Realizar compressões torácicas a Comprimir a uma frequência inferior a
uma frequência de 100 a 120/min 100/min ou superior a 120/min
Comprimir a uma profundidade de Comprimir a uma profundidade
pelo menos 2 polegadas (5 cm) inferior a 2 polegadas (5 cm) ou
superior a 2,4 polegadas (6 cm)
Permitir o retorno total do tórax Apoiar-se sobre o tórax entre
após cada compressão compressões
Minimizar as interrupções nas Interromper as compressões por mais
compressões de 10 segundos

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Ventilar adequadamente: Sozinho - Aplicar ventilação excessiva (ou seja,


2 ventilações após 30 uma quantidade excessiva de
compressões, cada respiração respirações ou respirações com força
administrada em 1 segundo, excessiva)
provocando a elevação do tórax.
Em Dupla - 1 ventilação a cada 6
segundos (10 por minuto) de forma
assincrônica em relação as
compressões.

REFERÊNCIAS PARA AS COMPRESSÕES TORÁCICAS


 Adulto: Comprima o esterno no mínimo 5 cm (não mais que 6cm);
 Crianças: Comprima o esterno cerca de 5 cm;
 Lactentes: Comprima o esterno cerca de 4 cm (aprox. 1/3 da
circunferência do tórax).

MANOBRAS INADEQUADAS DE RCP


 O paciente não está posicionado sobre uma superfície rígida;
 O paciente não está em posição dorsal horizontal;
 Não se executa adequadamente a manobra de extensão da cabeça;
 A boca ou máscara não está perfeitamente selada e o ar escapa;
 As narinas do paciente não estão fechadas (no caso de boca-a-boca);
 As mãos estão posicionadas incorretamente ou em local inadequado;
 As compressões estão sendo realizadas muito profundas ou
demasiadamente rápidas;
 A razão entre as ventilações e compressões está incorreta (quando em
dupla);
 A RCP deixa de ser executada por mais de 10 segundos.

A RCP DEVERÁ CONTINUAR, ATÉ QUE:


 Ocorra o retorno espontâneo da circulação (retorno do pulso). Não
esquecer de continuar ventilando;
 Ocorra o retorno da respiração e circulação;
 Pessoal mais capacitado chega ao local da ocorrência a assume o
socorro;

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DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO

A desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente,


utilizando um desfibrilador, um equipamento eletrônico cuja função é reverter um
quadro de fibrilação atrial ou ventricular.
A reversão ou cardioversão se dá mediante a aplicação de descargas elétricas
no paciente, graduadas de acordo com a necessidade. Os choques elétricos em geral
são aplicados diretamente ou por meio de eletrodos colocados na parede torácica do
paciente.
Além dos desfibriladores tradicionais, em que um médico verifica a situação
presente e ajusta o aparelho conforme a necessidade há também o desfibrilador
automático externo, com a capacidade de fazer uma avaliação das condições
cardíacas do paciente e informar o utilizador se um choque deve ser dado ou não.
O Desfibrilador Automático Externo ou simplesmente DEA é um aparelho
eletrônico portátil que diagnostica automaticamente as arritmias cardíacas, tais como,
a fibrilação ventricular e taquicardia ventricular em um paciente.
O DEA pode diagnosticar e tratar as arritmias, por meio da desfibrilação, ou
seja, uma aplicação de corrente elétrica que é aplicada na vítima para que o coração
retome o ciclo cardíaco normal.
É utilizado em paradas cardiorrespiratórias e tem como objetivo identificar o
ritmo cardíaco chamado de fibrilação ventricular, pois esse ritmo está presente em
aproximadamente 90% das paradas cardíacas.
Ele efetua a leitura automática do ritmo cardíaco por meio de pás adesivas no
tórax. Tem o propósito de ser utilizado por pessoas leigas, com recomendação que o
socorrista tenha realizado o curso e treinamento específico de suporte básico em
parada cardíaca.
Suas descargas devem ser divididas conforme a idade da vítima são elas:
 Adultos: 200 J (bifásico) e 360 J (monofásico) em adultos;
 Crianças, acima de oito anos: 100 J(redutor). Não há consenso na
utilização de crianças com menos de 30 kg.
Hoje, são utilizados equipamentos em unidades de emergências e em unidades
de terapia intensiva, com cargas monofásicas que variam de 0 a 360 Joules ou
Bifásicas de 0 a 200J.

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Ele pode também efetuar a desfibrilação com leitura automática do ritmo


cardíaco, permitindo que uma pessoa que não tenha conhecimento prévio seja o
operador do aparelho. A utilização do DEA vem sendo difundida em vários países,
pois ele pode salvar muitas vidas.
São razões importantes que devem ser consideradas e que facilitam na
utilização:
 É um equipamento autoinstrutivo;
 Quando instalado na vítima, age inteligentemente;
 Aplica a descarga elétrica apenas quando o ritmo cardíaco for chocável.
DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO

http://www.solostocks.pt/img/desfibrilhador-externo-automatico-331821z0.jpg

INDICAÇÕES DE DESFIBRILAÇÃO

 PCR com ritmo chocável (FV – Fibrilação Ventricular e TVSP – Taquicardia


Ventricular Sem Pulso).
 Adulto, Criança, Lactente, exceto RN, com as devidas pás específicas para
cada paciente e atenuadores de corrente se possível.

Taquicardia Ventricular Sem Pulso. Fonte:


http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm

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Fibrilação Ventricular. Fonte: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm

UTILIZAÇÃO DO DEA

 Inicie RCP até que o DEA esteja disponível;


 Posicionando o DEA:
(a) Posicione o DEA no lado esquerdo do paciente, na altura da cabeça;
(b) Ligue o aparelho;
(c) Posicionar os eletrodos (pás adesivas) sobre o tórax exposto, na posição
indicada, conectando o cabo ao DEA ou conforme instruções do modelo em uso. As
pás devem ser posicionadas de forma anterolateral, para que a onda elétrica
atravesse o coração. Posições alternativas, porém, podem ser consideradas, com
base nas características individuais do paciente, aceitando-se: anteroposterior, infra
escapular antero-esquerda e infra escapular antero-direita.
(d) A RCP somente será interrompida quando o DEA emitir o comando sonoro
“Afastese, analisando”.
(e) Durante a análise do DEA ninguém poderá tocar a vítima
 Se choque indicado:
(a) Afaste todas as pessoas de perto do paciente;
(b) Pressione o botão de choque ao vê-lo piscar;
(c) Reinicie imediatamente a RCP pelas compressões por 2 minutos;
(d) Após 2 minutos de compressões e insuflações, checar novamente o ritmo
com o DEA. Se choque for indicado, siga as orientações do equipamento. Se choque
não for indicado, checar pulso carotídeo e, se pulso ausente, reiniciar imediatamente
a RCP.
(e) As manobras de RCP deverão seguir o protocolo de comando sonoro do
DEA, trocando o socorrista que realiza as compressões torácicas durante as pausas
para análise, ou seja, a cada 2 minutos.
 Se o Suporte Avançado de Vida não está disponível/a caminho,
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transporte para o Hospital de Referência nos seguintes casos:


(a) A vítima apresenta sinais de retorno espontâneo da circulação;
(b) Após 5 análises consecutivas de “choque indicado” ou “não indicado”, a
vítima deverá ser embarcada e transportada sem interrupção da RCP, mantendo os
eletrodos na vítima, desconectando-as do DEA (devido à movimentação provocada
durante o deslocamento da viatura).

PRECAUÇÕES DURANTE O USO DO DEA


 Afaste o paciente de água e de superfície molhada;
 Antes de conectar as pás, sempre seque e limpe o local permitindo que
o adesivo da pá cole perfeitamente;
 Afaste as pás cerca de 2 a 3 cm de distância do marca-passo ou cardio
desfibrilador implantado (CDI). Se durante a análise, o DEA detectar interferência
destes dispositivos implantados através do comando “movimento detectado”, trocar a
posição dos eletrodos para a posição antero-posterior (considere o uso de um novo
eletrodo);
 Afaste as pás de local lesionado da pele;
 Retire adesivo de medicação transcutânea se houver, limpe e seque a
superfície onde a pá será instalada;
 Não movimente o paciente durante a utilização do DEA, devido aos
artefatos de ruídos e à simulação de FV decorrentes do próprio movimento;
 Não toque nem deixe ninguém tocar o paciente durante a análise do
ritmo e a administração do choque;
 Raspe os pelos do tórax do paciente, se necessário, nos locais onde
serão colocadas as pás;
 Evite operar o DEA próximo a celulares e rádios de comunicação (HT)
ligados, linhas de trem e metrô, e linhas de alta voltagem;
 Retire, quando possível, correntes, adornos e assessórios metálicos do
pescoço e mamilo do paciente antes de colocar as pás;
 Não use o DEA concomitante com oximetria de pulso, aparelhos de
pressão e equipamentos médicos em contato com o paciente sob monitoramento;
 Remova fontes de oxigênio e gases anestésicos inflamáveis antes de
executar a desfibrilação. Há risco de incêndio e de explosão;

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 O DEA poderá ser utilizado em vítimas que se encontrem sobre


superfícies condutoras (aeronave, maca, escadas, plataformas, embarcações e etc.),
tendo em vista que a corrente de fuga resultante do choque é de apenas 10
miliampéres;
 A utilização do DEA em gestante não difere das demais vítimas;
 Se durante a aplicação do DEA a bateria descarregar, continue a RCP
e inicie deslocamento

SINAIS VITAIS

Os sinais vitais são indicadores das funções vitais do nosso organismo e podem
orientar o diagnóstico inicial e acompanhar a evolução do quadro clínico de uma
vítima.
São considerados também como os sinais emitidos pelo nosso corpo de que
suas funções vitais estão normais e que qualquer alteração indica uma anormalidade.
Os sinais vitais são:
 Pulso;
 Respiração;
 Pressão arterial;
 Temperatura.

PULSO

É a ondulação exercida pela expansão das artérias seguida por uma contração
do coração. Nada mais é que a pressão exercida pelo sangue contra a parede arterial
em cada batimento cardíaco.
O pulso pode ser percebido sempre que uma artéria é comprimida contra um
osso. Os locais mais comuns para obtenção do pulso são nas artérias carótida, radial,
femoral e braquial.
Pode ainda ser verificado por meio da ausculta cardíaca com o auxílio de um
estetoscópio e denominamos pulso apical. Na verificação do pulso deve-se observar
a sua frequência, ritmo e volume.

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TABELA – ÍNDICES NORMAIS DE PULSO

ADULTOS 60 – 100 bpm


CRIANÇAS 80 – 140 bpm
LACTENTES 85 – 190 bpm

RESPIRAÇÃO

A respiração refere-se à entrada de oxigênio na inspiração e a eliminação de


dióxido de carbono pela expiração. É a sucessão rítmica de movimentos de expansão
e de retração pulmonar com a finalidade de efetuar trocas gasosas entre a corrente
sanguínea e o ar nos pulmões.
Para avaliar a respiração devemos verificar seu caráter, se ela é superficial ou
profunda, seu ritmo que pode ser regular e irregular e por último sua frequência, ou
seja, a quantidade de movimentos respiratórios por minuto.
TABELA – ÍNDICES NORMAIS DE RESPIRAÇÃO

ADULTOS 12 – 20 ipm
CRIANÇAS 20 – 40 ipm
LACTENTES 40 – 60 ipm

Outros fatores podem alterar os valores normais da respiração como exercícios


físicos, medicamentos, fatores emocionais, portanto, é importante que o socorrista
saiba reconhecer estas alterações.
São empregados termos específicos para definir as alterações dos padrões
respiratórios, tais como:
 Eupneia: respiração normal, com movimentos regulares, sem
dificuldades;
 Apneia: é a ausência dos movimentos respiratórios;
 Dispneia: dificuldade na execução dos movimentos respiratórios;
 Bradipneia: diminuição da frequência respiratória;
 Taquipneia: aumento da frequência respiratória.

PRESSÃO ARTERIAL
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É a força exercida pelo sangue contra a parede interna das artérias quando
este é impulsionado pela contração cardíaca. Pode variar de acordo com a idade do
paciente, devido ao aumento da atividade física, situações que levam ao estresse e
ao medo e por alterações cardíacas.
A pressão arterial é influenciada pela força dos batimentos cardíacos e pelo
volume circulante. A contração cardíaca é denominada sístole e o relaxamento do
coração é denominado diástole. A pressão sistólica é a pressão máxima do coração,
enquanto a pressão diastólica é a pressão mínima do coração.
<http://nickmartins.com.br/atualidades/wp-content/uploads/2011/01/perigo-pressao- baixa.jpg

São empregados termos específicos para definir alterações nos valores


anormais da pressão arterial, são eles:

 Hipertensão: aumento dos níveis da pressão arterial;


 Hipotensão: redução dos níveis da pressão arterial;
 Normotenso: são os parâmetros normais da pressão arterial.
TABELA DE VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL
VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL
SISTÓLICA DIASTÓLICA
ADULTO 100 a 130 60 a 90
CRIANÇAS E 80 + 2 por idade Aproximadamente 2/3
ADOLESCENTES (aprox.) da PAS

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De 3 a 5 anos Média de 99 (78 a 116) Média de 55


De 6 a 10 anos Média de 105 (80 a Média de 57
De 11 a 14 anos 122) Média de 114 (88 Média de 59
a 140)

TEMPERATURA

É o nível de calor que chega a um determinado corpo, ou seja, é a diferença


entre o calor perdido e o calor produzido pelo organismo. É influenciada por meios
físicos e químicos e seu controle é realizado por meio da estimulação do sistema
nervoso central.
A temperatura corporal reflete o balanceamento entre o calor produzido e o
calor perdido pelo corpo e pode ser verificada nas regiões axilar, oral e retal. É medida
por meio do termômetro clínico e possui uma graduação que varia de 34ºC a 42ºC,
sendo que raramente o ser humano sobrevive com sua temperatura acima ou abaixo
destes parâmetros.

http://www.atmosferafeminina.com.br/content/user/images/febre_materia.jpg

Veja na tabela abaixo, os parâmetros normais da temperatura corporal em


adultos e crianças:
TABELA – PARÂMETROS NORMAIS DA TEMPERATURA

Pontos de aferição Adulto Criança

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Oral 37ºC 37,4ºC

Retal 37,5ºC 37,8ºC

Axilar 36,7ºC 37,2ºC

Variações de 0,3ºC a 0,6ºC da temperatura são consideradas normais e pode


se elevar em situações como:
 Infecção.
 Medo.
 Ansiedade.
São causas da diminuição da temperatura corporal:
 Exposição ao frio.
 Estado de choque.
 Hemorragias.
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores
anormais da temperatura, são eles:
 Afebril: temperatura corporal normal.
 Hipotermia: temperatura corporal abaixo do normal.
 Hipertermia: temperatura corporal acima do normal

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO

O trauma de crânio é responsável por 50% das mortes em pacientes


traumatizados. São as principais causas de óbito nas vítimas de acidentes
automobilísticos. A maioria das vítimas está na faixa etária entre quinze e 24 anos.
E mesmo quando não causa a morte, pode ocasionar sequelas graves,
incompatíveis com uma vida produtiva. O tratamento adequado é eficaz para diminuir
essas complicações. Os traumatismos da cabeça podem envolver, isoladamente ou
em qualquer combinação, o couro cabeludo, crânio e encéfalo.

LESÕES NO COURO CABELUDO

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Podem causar hemorragias importantes devido à sua intensa vascularização.


Nos adultos, os hematomas subgaliais (galos) são úteis para determinar a força do
traumatismo. Os sangramentos devem ser controlados com compressão. Na
presença de fratura com depressão, efetuar a compressão na margem da lesão para
evitar agravamento.
LESÕES NO COURO CABELUDO

http://www.malthus.com.br/mg_02045/02051_b.jpg
FRATURAS DE CRÂNIO

As fraturas de crânio não implicam, necessariamente, presença de lesão


encefálica, mas indicam a severidade do trauma e maior probabilidade de ocorrer
lesão intracraniana.
Podem ser classificadas em:
 Fraturas, linear ou simples: representam 80% das fraturas de crânio,
são lineares e sem desvio.
 Fraturas abertas: localizam-se sob lesões do couro cabeludo e têm
maior potencial para infecção.
 Fraturas deprimidas: ocorrem geralmente após lesão de baixa
velocidade com impactos de pequenos objetos. Têm maior potencial para causar
lesão cerebral, pois fragmentos ósseos penetram na massa encefálica.
 Fraturas de base de crânio: a presença de sangramento pelo nariz
(rinorragia) ou pelo ouvido (otorragia) indica a possibilidade desta lesão. A equimose
periorbitária (olhos de guaxinim) surge algumas horas após o trauma. A equimose de
mastoide é um sinal tardio (mais de 24 horas após a lesão).

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FRATURAS DE CRÂNIO

http://3.bp.blogspot.com/_jttoLB3SPIM/SU6iAm-otkI/AAAAAAAAABo/6s3FUvXe- s0/s400/Imag007.jpg

LESÕES CEREBRAIS

 Concussão: episódio de alteração do nível de consciência após um


violento choque, com retorno rápido ao normal. Não há lesão cerebral definida. O
quadro clínico é a perda da consciência por alguns segundos ou minutos, confusão, amnésia
e vômitos.
 Contusão cerebral: ocorre geralmente nas áreas em que o cérebro
entra em contato com protuberâncias ósseas, caracteriza-se por áreas de hemorragia
no cérebro. Pode causar déficits permanentes ou se resolver totalmente. As
lacerações cerebrais podem ocorrer nas mesmas situações das contusões cerebrais.
 Hematomas intracranianos: existem três tipos de hematomas
(epidurais, subdurais e intracerebrais).
 Hematomas epidurais: ocorrem em quase todos os casos de fratura de
crânio, não ocasionando sequelas graves. Criam um aumento da pressão
intracraniana em poucas horas. São responsáveis por 5 a 10% dos óbitos por TCE.
 Hematomas subdurais: ocorre quando o sangramento está presente
entre a dura- máter e a aracnoide. Geralmente de natureza venosa, tendo uma
velocidade de expansão menor. Podem ser classificados de acordo com a
apresentação clínica em agudos, subagudos e crônicos.
 Hematomas intracerebrais: são causados por dano vascular no
momento do impacto. O quadro clínico depende da região do cérebro que foi afetada.

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LESÕES CEREBRAIS

http://hon.nucleusinc.com/imagescooked/28392W.jpg

AVALIAÇÃO E ABORDAGEM DA VÍTIMA

 Avaliar a cena;
 Realizar a sequência CAB;
 Realizar miniexame neurológico (escala de coma de Glasgow);
 Avaliar pupilas (tamanho, simetria, responsividade à luz);
 Movimentos das extremidades (comparar a simetria entre o lado direito
e esquerdo do corpo);
 Transportar rapidamente para o serviço apropriado para reduzir a
gravidade das lesõese diminuir a mortalidade das vítimas.

DESMAIO

Síncope ou desmaio é a perda temporária, súbita e breve da consciência e


consequentemente da postura, devido à isquemia cerebral transitória generalizada,
caracterizada por redução na irrigação de sangue para o cérebro.
Síncopes simulam crises de ausência simples ou crises parciais complexas
com perda da consciência desde o início. A abordagem inicial de pacientes com
síncope envolve diversos passos, como por exemplo, o suporte básico de vida antes
da suspeita de uma crise epiléptica. Verificação da condição hemodinâmica, pesquisa
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de distúrbios metabólicos ou hipóxia fazem parte desta rotina.


A síncope é um problema frequente, sendo responsável por 1 a 6% de todas
as admissões hospitalares. Cerca de 30% das pessoas têm pelo menos uma síncope
nas suas vidas, em 40% existe recidiva, sobretudo após os primeiros doze meses
após o primeiro episódio.
As causas principais são as alterações vasovagais, ou seja, uma
hipersensibilidade do reflexo vasovagal, ocasionando dor intensa, estresse, emoção.
Ou secundária a fatores cardíacos, como por exemplo, arritmia cardíaca e/ou
cardiopatia obstrutiva ou mais frequentemente devido à alteração da resposta
neuromediada do sistema nervoso autônomo que controla a pressão arterial e a
frequência cardíaca.
As outras causas são devido à hipotensão postural, após mudança rápida para
posição de pé e medicamentos como anti-hipertensivos, antiarrítmicos e
antidepressivos, que são os fármacos normalmente associados à perda de
consciência.
Na síncope, nem sempre existe uma diferenciação tão clara e os achados de
exames diagnósticos podem ser inespecíficos.
O diagnóstico é baseado na história clínica, no exame clínico e neurológico;
estes itens são necessários para equacionar corretamente o episódio
deinconsciência.
São necessários, quando pertinente, diversos exames que vão desde um
simples hemograma e dosagens de glicose até, nos casos mais graves, uma
ressonância magnética.
Casos mais graves, especialmente doenças de origem cardíaca, requerem
uma atenção maior. Enquanto o paciente estiver desmaiado deve ser acomodado
deitado, a cabeça sem angulações e as pernas elevadas.
Há algumas medidas que podem ser realizadas com o objetivo de evitar que
uma pessoa possa desmaiar, são elas:
 Se você acha que vai desmaiar, procure deitar-se com as pernas mais
elevadas que a cabeça.
 Se não for possível deitar-se, sente-se e abaixe a cabeça até o nível dos
joelhos, pois com este procedimento você consegue aumentar o fluxo de sangue para
seu cérebro.

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 Procure não se levantar bruscamente, faça-o lentamente, para que sua


frequência cardíaca e pressão sanguínea tenham mais tempo para se ajustar à
posição vertical.
 Se você começou a tomar alguma medicação nova e acha que seu
desmaio foi ocasionado pela medicação, procure seu médico, pois pode ser
necessário ajustar a dosagem.
 Em épocas de altas temperaturas, como verão, passar por muito calor e
umidade, ter sensação de abafamento, ingerir pouco líquido, ficar em pé por um longo
tempo, fazer exercícios e desidratar-se são condições propícias para ocorrer um
desmaio.
Os primeiros socorros para casos de desmaio devem ser tomados até que seja
possível o atendimento especializado. Podemos destacar:
 Afastar a vítima de local que proporcione perigo, como por exemplo,
escadas, janelas;
 Deitá-la de barriga para cima e elevar as pernas acima do tórax, para que
a cabeça fique mais baixa em relação ao restante do corpo;
 Manter a cabeça de lado para facilitar a respiração e evitar aspiração de
secreções;
 Afrouxar as roupas;
 Manter o local arejado;
 Após recobrar a consciência, deve permanecer pelo menos dez minutos
sentada, antes de ficar em pé, pois isso pode favorecer o aparecimento de um novo
desmaio;
 Transportar a vítima para atendimento médico.
São atitudes importantes que o socorrista não deve fazer:
 Não jogar água fria no rosto, para despertar;
 Não oferecer álcool ou amoníaco para cheirar;
 Não sacudir a vítima.

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

O acidente vascular encefálico (AVE) é uma condição frequente, que


representa uma das causas mais comuns de óbito. Há também o potencial de produzir

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sequelas graves nos sobreviventes.


O acidente vascular encefálico ocorre quando a circulação cerebral é
interrompida por coágulos sanguíneos ou hemorragias, causando em algum tempo a
necrose da área do cérebro suprida pelos vasos obstruídos.

CAUSAS DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO


O acidente vascular encefálico é produzido pela oclusão ou ruptura de um vaso
sanguíneo que irriga o cérebro.
Existem dois tipos básicos de acidente vascular encefálico:
 Acidente vascular encefálico isquêmico: é o tipo mais comum, deriva
da oclusão de um vaso sanguíneo por coágulo, que pode se originar do próprio vaso
obstruído (trombo) ou do coração ou de outro vaso (êmbolo), condição esta menos
comum que a primeira.
 Acidente vascular encefálico hemorrágico: secundário à ruptura de
um vaso sanguíneo cerebral. O sangramento pode ocorrer em um vaso adjacente ao
cérebro (hemorragia subaracnoide) ou dentro da substância cerebral (hemorragia
intracerebral);

FATORES DE RISCO

O melhor tratamento para acidente vascular encefálico é o preventivo, assim,


as pessoas com fatores de riscos devem ser identificadas e educadas para reconhecer
os sinais de acidente vascular encefálico.
Estes pacientes têm que ser acompanhados permanentemente por um médico.
Os pacientes com doenças cardíacas, diabéticos e hipertensos têm mais chances de
sofrer um acidente vascular encefálico.
Geralmente as vítimas de acidente vascular encefálico são idosas – mais de
70% das vítimas têm mais de 65 anos –, porém jovens tambémpodem apresentar esta
condição.
Os fatores de risco que podem ser controlados são:
 Hipertensão;
 Colesterol elevado;
 Diabetes;

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 Tabagismo;
 Doença cardíaca.

SINAIS E SINTOMAS DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

O acidente vascular encefálico deve ser suspeitado em qualquer paciente com


perda súbita de função neurológica ou alteração no nível de consciência.
Os sinais e sintomas mais comuns, que podem ocorrer isolados ou em
combinação,são:
 Alteração do nível de consciência (sonolência, torpor ou coma);
 Cefaleia (dor de cabeça) intensa de início súbito. Qualquer cefaleia
associada à alteração do nível de consciência e dor cervical;
 Fala incoerente ou dificuldade de entender a fala;
 Paralisia ou fraqueza facial. Pedir ao paciente que sorria para tornar este
sinal mais evidente;
 Incoordenação, fraqueza, paralisia ou perda sensorial em um membro ou
diminuída (metade) do corpo;
 Perda do equilíbrio;
 Perda da visão;
 Convulsões.

Os sinais e sintomas podem atingir o máximo de severidade desde o início,


piorar gradativamente ou flutuar. Por vezes, é impossível distinguir o acidente vascular
encefálico isquêmico do hemorrágico, mas a cefaleia acompanhada de náuseas e
vômitos são mais proeminentes com as hemorragias. A perda da consciência é mais
frequente no acidente vascular encefálico hemorrágico.
Muitos pacientes apresentam sintomas de um acidente vascular encefálico com
duração menor que 24 horas, são os chamados ataques isquêmicos transitórios.
Estes ataques muitas vezes precedem o acidente vascular encefálico, devendo servir
como um alerta para o risco.
Os profissionais de emergência não devem tentar diferenciar um acidente
vascular encefálico de um ataque transitório e o paciente deve ser levado para o
hospital de referência mais próximo.

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Até pouco tempo não havia tratamento hospitalar específico para o acidente
vascular encefálico, os pacientes eram colocados em um protocolo geral de “Alteração
do Nível de Consciência”.
Porém, com o desenvolvimento de novos tratamentos à base de drogas, que
dissolvem coágulos, tornou-se importante que estes pacientes sejam removidos
rapidamente para o hospital, mesmo que aparentemente sua situação não seja crítica,
pois três horas após o início do quadro este tratamento não é mais eficaz.
O profissional de emergência deve ter a seguinte conduta:
 Avaliar a cena;
 Realizar exame primário;
 Observar cuidados com a coluna cervical em situações nas quais se
suspeita que o paciente possa ter sofrido algum traumatismo (em caso de queda);
 Abrir as vias aéreas é prioridade caso o paciente esteja inconsciente ou
sonolento;
 Iniciar a ventilação pulmonar, caso necessário. A respiração inadequada
piora ainda mais as condições cerebrais e pode aumentar a área de necrose;
 Administrar oxigênio sob máscara em todos os casos e manter a
oximetria monitorizada acima de 92%;
 Prevenir a broncoaspiração, colocando o paciente em decúbito lateral,
caso ocorram vômitos;
 Caso o paciente apresente sinais de choque, iniciar o tratamento;
 As alterações dos sinais vitais são comuns após o acidente vascular
encefálico, particularmente a pressão arterial;
 Exame secundário com avaliação neurológica: escala de coma de
Glasgow e escala de Cincinatti;
 Transportar para um centro de saúde de referência.
Na alteração súbita no nível de consciência e paralisia podem preceder a
obstrução de vias aéreas ou a aspiração de vômito. Muitos pacientes com acidente
vascular encefálico não podem falar, mas podem entender o que é falado.
As complicações do acidente vascular encefálico podem ser:
 Coma;
 Obstrução de vias aéreas por queda de língua;
 Broncoaspiração;

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 Distúrbio respiratório;
 Hipertensão arterial;
 Convulsões.

ANGINA DE PEITO
Angina é a dor ou desconforto que surge no tórax, causado pela chegada de
quantidade insuficiente de sangue oxigenado ao miocárdio. É descrita como uma
sensação de peso intenso ou aperto, mas pode ser do tipo queimação.
Um fato importante é que a dor pode estender-se e irradiar para o braço
esquerdo, com caráter de dor ou formigamento, ou para o lado esquerdo do pescoço
ou até para a mandíbula.
A angina é causada pela obstrução parcial das coronárias por uma placa de
gordura, que limita a capacidade do coração de aumentar a chegada de sangue
oxigenado em resposta a um aumento de consumo de oxigênio.
Pode ser desencadeada por um aumento das necessidades de oxigênio do
coração, ou que não pode ser atendida pelas coronárias obstruídas devido a
exercícios físicos, febre, emoções fortes e traumatismos.
Nos casos em que a dor dura até cinco minutos e pode ser aliviada pelo
repouso ou por medicamentos específicos, ela pode ser considerada menos grave.
Se a dor não desaparecer em menos de cinco minutos ou se não for aliviada
completamente por medicação, o paciente deverá ser levado o mais precocemente
possível para avaliação médica. Deve ser evitado qualquer tipo de esforço físico por
parte da vítima, inclusive andar até em carro.
Quando a dor for prolongada, podemos ter duas situações: ou o paciente tem
uma angina grave, chamada de angina instável, ou um infarto agudo do miocárdio.
Ambas são consideradas emergências; e o paciente deve ser transportado
imediatamente para o hospital.

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

O infarto agudo do miocárdio (IAM) refere-se ao processo pelo qual áreas de


células miocárdicas no coração são destruídas de maneira permanente.
Como a angina instável, o infarto agudo do miocárdio é usualmente causado

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por fluxo sanguíneo reduzido em uma artéria coronária devido à aterosclerose e


oclusão de uma artéria por um êmbolo ou trombo.
As outras etiologias do infarto agudo do miocárdio incluem:
 Vasoespasmo (constrição ou estreitamento súbito) de uma artéria
coronária;
 Suprimento de oxigênio diminuído (em razão da perda sanguínea
aguda);
 Demanda aumentada de oxigênio (em razão de uma frequência cardíaca
rápida ou ingestão de cocaína).
Oclusão coronariana, ataque cardíaco e infarto agudo do miocárdio são termos
usados como sinônimos. A área de infarto leva tempo para se desenvolver. À medida
que as células são privadas de oxigênio, a isquemia se desenvolve, ocorre a lesão
celular e, com o passar do tempo, a falta de oxigênio resulta em infarto ou morte das
células, que não pode mais ser revertida.
A expressão “tempo é músculo” reflete a urgência do tratamento apropriado
para melhorar os resultados do paciente.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A dor torácica que ocorre de forma repentina e contínua, apesar do repouso e
medicamento, é o sintoma apresentado na maioria dos pacientes com um infarto
agudo do miocárdio.
Esta dor pode irradiar para os braços (principalmente o esquerdo), ou pescoço.
Alguns pacientes podem apresentar dor epigástrica, dorsal, no membro superior
direito e nos ombros. A dor pode associar-se a vômitos, sudorese, ansiedade,
inquietação e falta de ar.
Geralmente os sintomas se iniciam em repouso, pioram gradualmente e duram
horas caso não haja tratamento. Os sinais vitais são inespecíficos, pois podem estar
dentro dos parâmetros normais.
As complicações do infarto agudo do miocárdio são classificadas como
elétricas, como por exemplo, as arritmias; e mecânicas, como a falência cardíaca.
A fibrilação ventricular é a principal causa de óbito por arritmias em pacientes
infartados. A maioria das mortes ocorre nas primeiras 24 horas, especialmente na
primeira hora (50% dos óbitos). O profissional de saúde pode atuar com eficácia

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utilizando o desfibrilador semiautomático e transportando a vítima rapidamente ao


hospital.

ABORDAGEM E CONDUTA

 Realizar a avaliação primária e colher informações;


 Perguntar sobre outros episódios de dor, diagnósticos prévios e uso de
medicações;
 Todo paciente adulto com dor torácica aguda e de forte intensidade deve
ser considerado como vítima de infarto agudo do miocárdio, até que se prove o
contrário;
 Manter a vítima em repouso absoluto;
 Tranquilizar pacientes lúcidos;
 Caso o paciente se torne inconsciente, abrir as vias aéreas e assistir a
respiração;
 Administrar oxigênio suplementar sob máscara em todos os casos;
 Caso o paciente já tenha o diagnóstico de angina de peito, faça o uso de
medicação prescrita por médico e tenha o medicamento em seu poder;
 O transporte rápido é fundamental, pois quanto mais rápido o paciente
chegar a um centro de saúde de referência, maiores são as possibilidades de reduzir
a área de infarto;
 Obter acesso venoso periférico em membro superior, mantendo-o com
solução glicosada 5%, desde que prescrito pelo médico;
 Reavaliar frequentemente o paciente;
 Preparar para complicações súbitas como parada cardíaca, choque ou
edema pulmonar agudo.

DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS

O reconhecimento rápido da obstrução das vias aéreas determinará se esta


vítima será socorrida rapidamente ou se ela evoluirá para o óbito. A obstrução poderá
ser parcial, quando não há a completa interrupção do fluxo de ar, ou total, quando há

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uma completa interrupção do fluxo de ar das vias aéreas superiores para as vias
aéreas inferiores, estabelecendo assim, as trocas gasosas.
A troca ineficiente de ar é indicada pela presença de:
 Tosse ineficaz e fraca;
 Ruídos respiratórios gementes ou estridentes;
 Dificuldade respiratória;
 Cianose.
Os métodos de desobstrução das vias aéreas variam de acordo com o tipo de
objeto que está causando a obstrução. Caso a vítima apresente uma obstrução das
vias aéreas por sólidos, devemos realizar:
 Remoção manual do objeto;
 Compressões torácicas.

Caso ocorra a obstrução por líquidos, devemos realizar:


 Aspiração das vias aéreas;
 Rolamento 90º para que o líquido seja retirado pela boca evitando assim
sua aspiração para os pulmões.

MANOBRA DE HEIMLICH

A manobra de Heimlich é o melhor método pré-hospitalar de desobstrução das


vias aéreas superiores por um corpo estranho. Esta manobra foi descrita pela primeira
vez pelo médico Henry Heimlich, em 1974, que induz uma tosse artificial, que vai
expelir o objeto da traqueia da vítima.
Uma pessoa sozinha consegue realizar a técnica correta e desobstruir a via
aérea, posicionando suas mãos na região abdominal e exercendo uma pressão sobre
o final do diafragma, comprimindo indiretamente a base dos pulmões e expelindo o
objeto causador da obstrução.
As compressões abdominais devem ser realizadas da seguinte forma:

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Vítima em pé:

MANOBRA DE HEIMLICH

http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473

 Ficar atrás da vítima;


 Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima, servindo de
base caso ela desmaie;
 Colocar o braço em volta da cintura da mesma;
 Fechar uma mão e colocar o lado do polegar contra o abdômen da vítima

POSIÇÃO DAS MÃOS

http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473
 Fechar uma mão e colocar o lado do polegar contra o abdômen da vítima
entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifoide;
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POSIÇÃO DAS MÃOS

http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473

 Com a outra mão envolver a mão fechada e pressionar o abdômen da


vítima;

POSIÇÃO DAS MÃOS

http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473

 Puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para


cima e para dentro, comprimindo a parte superior do abdômen com a base do pulmão,
expulsando o ar e movimentando o objeto causador da obstrução;
 Realizar cinco vezes a manobra com uma compressão firme e vigorosa,
suficiente para movimentar o objeto e desobstruir as vias aéreas;
 Caso a vítima fique inconsciente, a manobra deverá ser interrompida e
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deve-se iniciar a reanimação cardiorrespiratória.

Se a vítima estiver deitada ou inconsciente:


 A vítima deve ser colocada em decúbito dorsal, ou seja, com as costas
no chão;
 Ajoelhar-se por cima da coxa da vítima ou posicionar-se lateralmente a
ela;
 Colocar a segunda mão diretamente sobre a primeira e realizar a
compressão abdominal;

COMPRESSÃO ABDOMINAL
http://csaudeesp.blogspot.com/

 Observar se o objeto foi expulso.


Em vítimas obesas ou grávidas devemos realizar os seguintes procedimentos:
 Posicionar-se atrás do paciente;
 Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima;
 Posicionar as mãos acima do apêndice xifoide;
 Realizar as compressões abdominais;
 Verificar se o objeto foi expulso.
A desobstrução de vias aéreas em crianças menores que um ano deve ser
realizada da seguinte forma:
 Deitar a criança de bruços sobre o braço;
 Apoiá-la na palma da mão, de cabeça para baixo;
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 Bater nas costas com as mãos em concha;


 Verificar se o objeto foi expulso.

ASFIXIA

A asfixia, também chamada de sufocação ou engasgo é o espasmo da tosse e


expectoração que se apresentam em consequência da penetração de líquidos ou
sólidos nas vias aéreas. As causas da asfixia são:

 Afogamento;
 Grande traumatismo do tórax;
 Envenenamento por drogas ou gases;
 Enforcamento;
 Choque elétrico;
 Qualquer bloqueio das vias respiratórias.
O reflexo da tosse da vítima expulsará o líquido aspirado da traqueia em dez a
trinta segundos. A obstrução completa se apresenta quando algum alimento sólido ou
algum objeto estranho se aloja na laringe.
Dependendo da gravidade da asfixia, os sintomas podem incluir:

 Agitação;
 Palidez;
 Dilatação das pupilas;
 Respiração ruidosa;
 Tosse;
 Inconsciência com parada respiratória;
 Cianose da face e extremidades.

Geralmente, as pessoas que se engasgam estão conversando enquanto


mastigam algum tipo de alimento. As dentaduras podem provocar asfixia, pois
interferem na sensibilidade da boca em relação aos alimentos que estão sendo
mastigados. O alimento não consegue ser tão bem mastigado com uma dentadura
quanto com dentes naturais, porque a dentadura exerce uma menor pressão.
Se algum alimento seguir o canal errado, o reflexo de tossir resolve o problema.
Na verdade, a pessoa não está engasgando se conseguir tossir livremente, tiver
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coloração normal e conseguir falar. Se a tosse for mais como uma respiração
entrecortada e a pessoa estiver ficando azul, é bem provável que esteja engasgando.
Se houver dúvida, verifique se ela consegue falar. Em caso afirmativo, a
traqueia não está completamente obstruída e o oxigênio está chegando aos pulmões.
Uma pessoa engasgada não consegue se comunicar, a não ser por gestos.
O sinal universal de engasgo é uma das mãos segurando a garganta, com os
dedos estendidos. Uma pessoa que exiba este sinal requer tratamento imediato e não
pode ser deixada sem atendimento

SINAL UNIVERSAL DO ENGASGO

http://www.saudeeforca.com/wp-content/uploads/2010/09/asfixia_thumb.gif

Se o objeto está preso no nariz, o socorrista deve

 Peça para que a pessoa respire pela boca;


 Observe a localização do objeto e se ele não tiver sido introduzido até o
fundo, tente pressionar a base do nariz e empurrar o objeto para baixo;
 Se isso não funcionar ou o objeto estiver alojado no fundo, procure
atendimento médico. Não tente forçar, pois você pode machucar a
pessoa ou, pior, pressionar o objeto ainda mais para dentro.

Se a pessoa engasgou e respira sem dificuldades, o socorrista deve:

 Esperar a pessoa tossir, pois a própria pressão do ar pode expulsar a


comida para fora.

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 o Você pode ajudar a vítima a expelir o objeto realizando a tapotagem


nas costas. Coloque-se atrás dela e faça a pessoa se curvar para frente
e inicie as manobras. É importante medir a força aplicada.

 Uma manobra de compressão também pode ajudar. Coloque-se por trás


e junte suas mãos entre a cintura e fim das costelas do engasgado.
Aplique pressão rápida e seguidamente.
 Não tente virar a pessoa de cabeça para baixo para forçar a saída do
objeto (uma bala engolida por uma criança, por exemplo). Isso pode
piorar o engasgo, especialmente se ocorrer vômito.

Se a pessoa engasgou e não consegue respirar, o socorrista deve:

 Observar se a vítima apresenta falta de ar. Ela ficará desesperada e


começará a ficar cianótica. Se isso acontecer, o caso é grave, pois o
objeto está obstruindo a passagem de ar.
 o Se o objeto for pontiagudo, não se deve fazer nada, apenas chamar o
socorro médico imediatamente.

 Em outro caso, a solução é provocar o vômito, forçando com isso a saída


do objeto. Isto é conseguido colocando seu dedo na garganta da vítima,
mas se mesmo assim não funcionar, procure socorro médico
imediatamente.

Em caso de asfixia em bebês, o socorrista deve proceder da seguinte forma:

 Coloque a criança no colo ou deitada de costas, e posicione os dedos


indicador e médio de ambas as mãos no final do osso esterno, próximo
ao abdômen;
 Empurre o abdômen contra o diafragma, comprimindo-o de maneira
súbita e vigorosa;
 Posicione a vítima "a cavaleiro", estendida, com a cabeça mais baixa que
o tronco;
 A cabeça deve ser sustentada com a mão, em torno do queixo e tórax.
O ideal é que o socorrista descanse o braço sobre sua própria coxa;
 Golpeie quatro vezes, rapidamente, com a outra mão, entre os ombros;
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 Em seguida, ponha a mão livre nas costas da criança, de modo que fique
entre as duas mãos, uma sustentando o tórax, pescoço e queixo, e a
outra apoiando o dorso;
 Então vire a criança de uma vez e coloque-a sobre a coxa com a cabeça
mais baixa que o tronco;
 Faça quatro compressões seguidas no esterno.

ENGASGO EM LACTENTES

http://www.hospitalgeral.com.br/1_com/pri_socorros/img/asfix2.jpg

INTOXICAÇÕES

Um tóxico é qualquer substância que, quando ingerida, inalada, absorvida,


aplicada à pele ou produzida dentro do organismo em quantidades relativamente
pequenas, lesiona o corpo por sua ação química.
A intoxicação por inalação e ingestão de materiais tóxicos, tanto intencional
quanto inadvertida, constitui um perigo importante para a saúde e é uma situação de
emergência. Os tóxicos apresentam variado grau de morbimortalidade para o homem,
daí a importância da abordagem bibliográfica entre os temas de emergências clínicas.
A constituição química do toxicante, quantidade utilizada, início da intervenção
terapêutica, uso de substâncias simultâneas, presença de comorbidades,
suscetibilidade individual, entre outros fatores, influenciam a evolução clínica dos
casos de intoxicação por esses “agentes externos”.
O estímulo às medidas de prevenção e a suspeita clínica imediata são a chave

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para o sucesso do prognóstico nesse tipo de patologia. Medidas simples como o


armazenamento de produtos químicos para uso doméstico em embalagens
resistentes, associado ao hábito de armazená-lo em local seguro, fora do alcance de
crianças e/ou idosos demenciados reduzem de modo comprovado os altos índices de
intoxicações acidentais registrados nos centros de toxicologia.
A orientação da população sobre os riscos das intoxicações por medicamentos
de uso comum, assim como dos familiares de crianças e indivíduos com antecedentes
de tentativa de suicídio, são alternativas para reduzir a frequência de intoxicações nos
prontos-socorros.
As informações obtidas dos acompanhantes do paciente, em uma anamnese
detalhada e um exame físico minucioso (logo que a estabilidade hemodinâmica do
intoxicado assim o permita), na maioria das vezes, serão suficientes para dar origem
a um diagnóstico sindrômico até que um diagnóstico definitivo seja estabelecido.
Durante a história clínica sobre a etiologia do quadro do paciente é importante
tentar
obter receituários antigos, embalagens, os produtos encontrados próximos à
vítima, determinar o tempo entre a ingestão ou inalação do produto e a chegada ao
serviço médico, os antecedentes patológicos pregressos (história de tratamento
psiquiátrico, uso de lítio, antidepressivo cíclico, neurolépticos, analgésicos, opioides,
digitálicos, anticonvulsivantes, dependência de drogas, etc.).
Aos dados de exame físico como o grau de orientação são associados: suas
condições de fornecer ou não informações adequadas, hálito, presença de picadas ou
manchas na pele, reflexo pupilar, alterações motoras e/ou hemodinâmicas. Fatores
que permitirão ao médico socorrista elaborar um diagnóstico e, ao mesmo tempo,
muitas vezes, inferir a etiologia.
Intoxicação por droga(s) adentra no diagnóstico diferencial de qualquer
paciente com alteração do estado mental. Entra no diagnóstico de quaisquer sinais ou
sintomas inexplicados em crianças menores de cinco anos ou adultos jovens.
As intoxicações geralmente não requerem análises toxicológicas, embora o
suporte de departamento de bioquímica e hematologia seja necessário. As maiores
finalidades que justificam esse procedimento são a necessidade de um tratamento
específico e do uso de antídoto para a droga suspeitada.
Compostos como lítio, acetaminofen e metanol são exemplos de poucas

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substâncias que devem ser avaliadas qualitativa e quantitativamente, para melhor


eficácia da assistência ao paciente vítima de intoxicação por elas.
De acordo com a epidemiologia das intoxicações no Brasil, por tipo de agente,
os medicamentos lideram as estatísticas (ácido acetilsalicílico, barbitúricos,
antidepressivos cíclicos, neurolépticos, benzodiazepínicos, digoxina, lítio, codeína),
seguidos pelos produtos de limpeza de uso doméstico (saneantes); desengordurantes
(destilados do petróleo: querosene, gasolina, tíner) e cáusticos (soda cáustica).
Os produtos químicos industriais, como por exemplo, sulfeto de hidrogênio, CO,
tolueno, xileno são citados mais frequentemente em medicina ocupacional. Em quarto
lugar encontramos os praguicidas (raticidas, principalmente), seguidos pelos
agrotóxicos de uso doméstico (inseticidas do grupo dos clorados, fosforados,
carbamatos e, com menor toxidade, os piretos) e em sexto lugar aparecem as drogas
como cocaína, maconha, opioides, isto é, drogasde abuso.
Os envenenamentos ou intoxicações predominam em crianças (menores de
doze anos), principalmente entre um e quatro anos. Geralmente, por supervisão
inadequada dos pais, ou pela acessibilidade de produtos caseiros com potencial
tóxico. Os adultos entre quinze e quarenta anos são os mais afetados, a maioria do
sexo feminino e de modo intencional.

INTOXICAÇÃO POR INGESTÃO

No caso provável de intoxicação por ingestão, devem-se obter informações


rapidamente. Se possível, levantar a história enquanto faz o exame físico; ver se há
vômitos; conferir se há qualquer substância nas roupas da vítima.
A cena pode estar associada a algum tipo específico de envenenamento. Os
sinais e sintomas de intoxicação por ingestão podem ser identificados durante a
avaliação da vítima. Eles podem incluir:
 Queimadura ou mancha ao redor da boca da vítima;
 Odores incomuns da respiração, no corpo, nas roupas do paciente ou no
ambiente;
 Respiração anormal;
 Pulsação com frequência e características anormais;
 Sudorese;

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 Pupilas dilatadas ou contraídas;


 Produção excessiva de saliva ou presença de espuma na boca;
 Dores na garganta ou na boca ou deglutição dolorosa;
 Dor no estômago ou abdominal;
 Estado alterado de consciência.

Na maioria dos casos o cuidado de emergência consistirá em:


 Realizar a avaliação primária;
 Diluir a substância no estômago da vítima;
 Administrar o carvão ativado para absorvê-la;
 Nunca tente provocar vômito se a vítima estiver inconsciente.

INTOXICAÇÃO POR INALAÇÃO

Obtenha o máximo de informações e o mais depressa possível da vítima e das


pessoas presentes no local. Procure identificar a substância inalada. As possíveis
fontes podem ser os escapamentos dos automóveis, fogões a gás, solventes
industriais e latas de spray.
Os sinais e sintomas de intoxicação por substâncias inaladas variam e
dependem do tipo de substância. A reação do organismo para casos de intoxicação
por gases tóxicos frequentemente pode demorar.
Respiração rápida e tosse são indicadores característicos. A frequência do
pulso é normalmente muito rápida e/ou muito lenta. Provavelmente poderá perceber
a irritação dos olhos e danos das vias aéreas.
Irritações de pele e olhos podem ser tratadas com água corrente. A prioridade
do profissional de emergência deve ser cuidar dos danos às vias aéreas da vítima.
Em caso de inalação de fumaça deve-se ter as seguintes condutas:
 Remover a vítima com segurança para áreas livres de fumaça;
 Executar avaliação inicial e medidas de suporte básico de vida, e de
acordo com a necessidade (CAB);
 Se a vítima estiver consciente e sem sinais de lesão no pescoço ou
coluna, coloque-a em posição sentada ou semissentada. Esta posição facilita a
respiração;

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 Monitorar a vítima e preparar para uma perda de consciência;


 Proporcione cuidados para o choque;
 Transporte para um centro de saúde de referência.

INTOXICAÇÃO POR ABSORÇÃO

As intoxicações por absorção normalmente irritam a pele e os olhos. Porém, há


casos raros em que a substância é absorvida com mínimo ou nenhum dano à pele.
Os sinais e sintomas de intoxicação por absorção incluem uma ou todas as seguintes
reações:
 Reação cutânea: irritações moderadas de queimaduras por substâncias
químicas;
 Prurido;
 Irritação nos olhos;
 Cefaleia;
 Temperatura da pele aumentada;
 Choque por alergia (choque anafilático).

Os cuidados de emergência para intoxicações por absorção incluem remover


a vítima da fonte da substância e lavar imediatamente com água corrente todas as
áreas expostas.
Depois desta conduta inicial, removaas vestes contaminadas e lave as áreas
afetadas da pele da vítima com água e sabão, continue banhando abundantemente
com água corrente.

TRAUMA DE TÓRAX

Os ferimentos no tórax causam aproximadamente 25% das mortes nos


pacientes que sofreram politraumatismos. Cerca de 60% das vítimas
politraumatizadas que evoluem para o óbito apresentam lesões torácicas.
Os ferimentos podem ser fechados ou penetrantes, dependendo da integridade
da parede torácica. Os fechados podem ser por compressão dos órgãos torácicos ou
por aceleração-desaceleração e são mais frequentes que os penetrantes.

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Os ferimentos penetrantes podem ser causados por arma branca ou arma de


fogo. São mais evidentes e a trajetória do projétil ou lâmina pode ser imaginada,
determinando o local de lesões em órgãos. As lesões específicas no traumatismo de
tórax serão abordadas a seguir.

FRATURA DE COSTELA

As fraturas mais comuns são as laterais entre a terceira e oitava costelas. Elas
são longas, finas e pouco protegidas. Fraturas simples isoladas quase nunca trazem
risco de morte.
Podem ser detectadas por dor ao movimento ou palpação e, às vezes,
crepitação local. As fraturas de costelas mais baixas podem ser associadas a lesões
do fígado (à direita) e baço (à esquerda).

FRATURA DE COSTELA

http://www.clinicadeckers.com.br/imagens/orientacoes/14_costela_lesionada.j
pg

TÓRAX INSTÁVEL

O tórax instável é causado geralmente por um impacto no esterno ou na parede

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lateral com fraturas de duas ou mais costelas adjacentes em dois ou mais pontos,
deixando uma parte da parede “solta”.
Esta porção perde o suporte ósseo e passa a fazer movimento contrário ao
resto do tórax em cada respiração. É uma lesão grave e pode levar à hipóxia e à
morte, se associada à contusão pulmonar e não tratada adequadamente. O
tratamento consiste em medicação para dor e, em alguns casos, suporte ventilatório
por aparelhos.

CONTUSÃO PULMONAR

A compressão do pulmão pode produzir hemorragia dentro dos alvéolos,


reduzindo a capacidade do pulmão de transferir oxigênio para o sangue. Deve-se
suspeitar se houver sinais de trauma importante do tórax, como fraturas de várias
costelas, tórax instável e equimoses.
Crianças podem apresentar contusões graves sem qualquer sinal de lesão
externa ou fratura de costela. O tratamento específico somente será realizado em
ambiente hospitalar ou por unidade de suporte avançado.
CONTUSÃO PULMONAR

http://2.bp.blogspot.com/_VMFYTb5Xd00/S-
bQtliz4ZI/AAAAAAAAAC0/mV0TKoBIUFg/s1600/trauma+perfurocortante+t%C3%B3r
ax+3.jpg

PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO

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Pneumotórax significa a presença de ar no espaço entre pleuras. Pode ser


resultante de lesão aberta no tórax, como por exemplo, uma facada, ou lesão do
próprio pulmão após ser atingido por um fragmento de costela quebrada, por exemplo,
ou ambos.
À medida que o ar entra para o espaço pleural ele impede o pulmão de
expandir-se e de realizar as trocas gasosas. Se o ar estiver entrando em um
mecanismo de válvula, haverá compressão total do pulmão do mesmo lado com
desvio do mediastino para o lado oposto, levando à redução do retorno de sangue
para o coração e ao choque.
Normalmente, há grande dificuldade respiratória, taquicardia, hipotensão
arterial e distensão do lado do tórax afetado. Nessa situação, o ar pode escapar para
debaixo da pele, podendo ser detectado pela palpação e sendo chamado enfisema
subcutâneo. O pneumotórax hipertensivo poderá matar a vítima em poucos minutos,
se não for detectado.
Tratamento específico só em ambiente hospitalar, ou por equipe de suporte
avançado de vida. Consiste na drenagem do ar, permitindo expansão pulmonar.
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO

http://2.bp.blogspot.com/_3TLnErjyzOc/Sh84GwPdZpI/AAAAAAAAAKI/4BduH
-cM3U/s400/pneumotorax.jpg

PNEUMOTÓRAX ABERTO

99
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É produzido quando um ferimento penetrante conecta o espaço pleural com a


atmosfera. Quando maior que 2/3 do diâmetro da traqueia torna o paciente incapaz
de encher os pulmões durante a inspiração, pois o ar tende a entrar pela ferida e não
pelas vias aéreas.

CONTUSÃO CARDÍACA

A contusão cardíaca pode produzir lesão miocárdica. Devem-se suspeitar


quando a vítima apresenta contusão ou fratura esternal. Devido a sua posição anterior
e subesternal o ventrículo direito é mais afetado que o esquerdo. Tem como
complicações as arritmias, hipotensão e rupturas de miocárdio ou válvulas.

CONTUSÃO CARDÍACA

http://www.medicinageriatrica.com.br/wp-
content/uploads/2007/05/traumacard.JPG

TRATAMENTO E CONDUTA

 Avaliação da cena;
 Realizar a sequência CAB;
 Conter hemorragias;
 Contato com o serviço de resgate;
 Transporte imediato para centro de saúde de referência.

TRAUMA ABDÔMINAL

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Os ferimentos de abdômen ocorrem em 20 a 40% dos pacientes que sofreram


politraumatismos, causando 50% das mortes evitáveis por trauma. A mortalidade
elevada é explicada pelo fato de que, frequentemente, o paciente não é diagnosticado
na avaliação inicial, na emergência.
O óbito pode ocorrer devido à hemorragia extensa proveniente de lesão aberta,
como por exemplo, um trauma abdominal penetrante ou lesão fechada, que
consideramos como trauma abdominal contuso.
Complicações tardias também podem surgir se lesões pequenas passarem
despercebidas, principalmente quando confia no aspecto externo da vítima e não
valoriza o potencial de dano causado pelo acidente, sobretudo no trauma contuso.
A completa ausência de sintomas e sinais locais não descarta a possibilidade
de trauma abdominal. Os traumatismos podem ser fechados ou penetrantes,
dependendo da integridade da parede abdominal.

TRAUMATISMOS FECHADOS

Os traumatismos fechados podem ocorrer por compressão dos órgãos


abdominais ou por aceleração-desaceleração e são cinco vezes mais frequentes que
os penetrantes. As vítimas podem não ter dor ou evidências de trauma ao exame.
TRAUMATISMOS FECHADOS

http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_ite
mId=102&g2_serialNumber=2

TRAUMATISMOS PENETRANTES

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Os traumatismos penetrantes podem ser causados por arma branca ou arma


de fogo. São mais evidentes e a trajetória do projétil ou lâmina pode ser imaginada,
determinando o local de lesões em órgãos. A mortalidade é bem mais elevada em
ferimentos por arma de fogo, pois as lesões aos órgãos abdominais são bem mais
frequentes.
TRAUMATISMOS PENETRANTES

http://2.bp.blogspot.com/_wj8si01CvYk/Sogkkir9hhI/AAAAAAAAAOE/-
v9h91icly4/s400/DSC00665.JPG
PRIMEIROS SOCORROS
 Avaliar a cena;
 Realizar a sequência CAB;
 Administração de oxigênio;
 Imobilização rápida;
 Acesso venoso e infuso de soro (somente com supervisão e/ou
orientação médica);
 Transporte imediato para o centro de saúde de referência.

A avaliação e o tratamento cirúrgico são os elementos básicos para a redução


da mortalidade dessas vítimas. Por isso, qualquer medida que retarde a chegada da
vítima até esse
recurso deve ser bem justificada. O tempo de chegada ao centro de saúde de
referência é crucial.

FERIMENTOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

São acidentes causados por ofídios, escorpiões, aranhas, vespas, abelhas e

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algumas formas marinhas de vida animal que se constitui em um tipo de


envenenamento, cujo veículo de introdução, no corpo humano, se faz por meio de
presas, ferrões, etc.
A toxidade do veneno varia em função do tamanho e estado de nutrição do
animal agressor, a quantidade de veneno inoculada, o peso e estado de saúde da
vítima.
Como profissional de emergência, não é necessário ser capaz de classificar
insetos, aranhas, artrópodes e ofídios, porém, deve saber o mínimo indispensável
sobre estes animais, para que seja possível utilizar a técnica adequada a cada
situação.

ENVENENAMENTO OFÍDICO

O acidente por picada de cobra venenosa é denominado ofidismo. O Brasil é o


país que possui a mais rica variedade de ofídios do mundo. As cobras não venenosas
são maioria. Podemos classificar as serpentes venenosas, no Brasil, em quatro
grandes gêneros, que descreveremos a seguir.

Micrurus (Corais)
Conhecidas vulgarmente como Corais. São encontradas nas regiões Centro-
Oeste, Sul e Nordeste. A ação do veneno das Corais no organismo é muito rápida, de
grande potência e mortal, se não for cuidado a tempo. Por isso, os sintomas e sinais
aparecem em questão de minutos. São eles:
 Dificuldade em abrir os olhos;
 “Cara de bêbado”;
 Falta de ar;
 Dificuldade em engolir;
 “Formigamento” e “adormecimento”;
 Insuficiência respiratória aguda.

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CORAL

http://www.zoopets.com.br/serpentes/Advertencia_Micrurus%20decoratus_1_
Otavio%20Marques.jpg

Crotalus (Cascavéis)

São as famosas cascavéis, facilmente reconhecidas pelo “guizo” existente na


ponta da cauda. Ocorrem nas regiões Sul e Centro. A ação do veneno limita-se a um
pequeno e discreto inchaço, ao redor do ferimento, que pode passar despercebido.
Entretanto, o veneno das cascavéis é de muita potência, sendo os acidentes
provocados por essas cobras muito graves, levando à morte, caso não sejam tomadas
providências.
São alguns sinais e sintomas de envenenamento:

 Dificuldade de abrir os olhos;


 “Cara de bêbado”;
 Visão dupla;
 Visão turva;
 Dor muscular;
 Sensação de formigamento no membro afetado;
 Dificuldade para falar.

Após seis a doze horas:

 Escurecimento da urina.

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CASCAVEL

http://s190.photobucket.com/albums/z257/americanwildlife/Reptile/Crotalus_e
nyo.jpg>.

Bothops (Jararacas)

São as mais comuns e as mais numerosas, vulgarmente chamadas de


Jararacas. Estas serpentes são responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos
do Brasil e são encontradas em todo território nacional. O seu veneno provoca
hemorragia.
A ação do veneno no organismo apresenta as seguintes manifestações locais:
 Dor imediata;
 Inchaço (edema);
 Calor e rubor no local da picada;
 Hemorragia no local da picada ou distante dele.
As complicações que podem surgir:
 Bolhas;
 Gangrenas;
 Abscesso;
 Insuficiência renal aguda.

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JARARACA

http://3.bp.blogspot.com/_r8CAcPTrVU8/Sd_0deOoM4I/AAAAAAAABk4/pURn
F- e6sgY/s1600/c_jararaca1.jpg

Lachesis (Surucucus)

São serpentes pouco conhecidas, chamadas de Surucucu ou Surucutinga,


sendo encontradas na região Amazônica e Zona da Mata Nordestina. Os acidentes
com Surucucus são muito raros no Brasil. O seu veneno no organismo do acidentado
provoca reações semelhantes ao veneno das Jararacas. São eles:
 Inchaço no local da picada;
 Diarreia;
 Hemorragia.

SURUCUCU

http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/gif_animal/cobras.gif/surucucu1.j
pg

Conduta
 Realize o exame primário;

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 Procure identificar o animal agressor, porém não perca tempo em fazer


isto, se o capturar, leve-o morto para o hospital;
 Avalie os sinais vitais;
 Limpe o local da picada com água;
 Administre oxigênio;
 Mantenha o paciente deitado;
 Em caso de acidente com Botrópico (Jararaca), e se a vítima estiver com
edemas no membro, eleve o membro para aliviar o edema;
 É importante que se faça um círculo em volta do local da picada com uma
caneta, a fim de marcar o local da inoculação do veneno;
 Trate o choque, caso necessário;
 Transporte para um centro de saúde de referência.

ACIDENTES COM ARANHAS

Acidentes leves e benignos causados por Armadeiras e Viúvas-Negras causam


apenas dor discreta no local da picada, enquanto os provocados pela Tarântula e
Aranha-Marron provocam equimose local ou pequena necrose.
Nos casos graves originados pelas aranhas Armadeira e Viúva-Negra, a dor é
bem mais interna, e a vítima apresenta sudorese, náuseas, vômitos, hipertermia e
hipertensão, evoluindo para coma e choque.
Nos casos graves originados por picadas de Aranha-Marrom há dor forte no
local da picada, náuseas, vômitos, hipertermia e grandes equimoses no membro
afetado, geralmente acompanhados por flictenas hemorrágicas.
As condutas a serem realizadas em casos de acidentes com aranhas são as
mesmas realizadas com acidentes ofídicos.

ARANHAS

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http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/aranha_loxosceles_gaucho1.jp
g

ACIDENTES COM ESCORPIÃO

A incidência real do acidente com escorpiões é ainda pouco conhecida, pois à


semelhança dos acidentes aracnídeos, a maioria dos dados restringe-se àqueles
casos em que houve envenenamento e utilização de soro específico.
A maioria dos acidentes ocorre nos meses quentes e chuvosos, mais
frequentes de setembro a novembro, atingindo predominantemente os membros
superiores, principalmente as mãos e os antebraços.
A letalidade situa-se em 0,5 como médias nacional (aproximadamente 35
óbitos/ano no período de 1990-1993) sendo que a maior proporção é registrada em
indivíduos menores de 14 anos.

Reconhecimento

 Procure identificar e capturar o animal agressor, porém não perca tempo


neste trabalho;
 Dor local muito intensa;
 Náuseas e vômitos;
 Dores abdominais;
 Convulsões;
 Entorpecimento e formigamento no membro afetado;
 Espasmo do músculo do maxilar causando dificuldade para abrir a boca;
 Choque;
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 Edema.

O tratamento é o mesmo utilizado para ofídicos.

ESCORPIÃO

http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/imagens/escorp.jpg>.

TRAUMA OCULAR

Ferimentos oculares são mais comuns do que podemos imaginar. Muitos


podem até ser de pouca importância, mas se não forem tratados de forma rápida e
adequada podem levar a complicações que ameaçam a visão.
Pode haver lesões sérias, e até mesmo com o cuidado de médicos
oftalmologistas, a visão pode ser perdida.

http://4.bp.blogspot.com/_1xcCviN1G4Q/S5w-LR-
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E2bI/AAAAAAAAADw/JeUwwK0KIUo/s320/faca+no+olho.jpg>.

A prevenção da cegueira ocasionada por ferimentos oculares requer


 Prevenção de acidentes;
 Avaliação precoce do paciente;
 Avaliação correta por parte do socorrista que presta o atendimento;
 Encaminhamento imediato de ferimentos sérios que requerem cuidados
do oftalmologista.

Os primeiros socorros em caso de substâncias químicas nos olhos são:


 Realizar a lavagem do olho com água em abundância;
 O paciente deve permanecer deitado por quinze minutos durante a
administração abundante de água nos olhos.

A proteção dos olhos é uma necessidade urgente, e imperativa, não apenas


pelo desejo de bem-estar dos indivíduos, mas também por razões de ordens
socioeconômicas, como o aumento da produtividade.
Com o aumento da industrialização e a diminuição das medidas profiláticas, os
acidentes oculares de trabalho têm ocorrido com uma frequência cada vez maior,
sendo necessárias medidas eficazes para preveni-los e evitá-los.
Tais acidentes são responsáveis, muitas vezes, por gerar incapacidade e
limitações nos indivíduos, por provocarem cegueira. Nos Estados Unidos, ocorrem
cerca de mil acidentes oculares de trabalho por dia, apesar de todo um esforço na sua
prevenção.
Por ser a visão o sentido mais importante, os olhos são extremamente
essenciais para o operário e lesões mínimas podem impossibilitá-lo para o trabalho.É
importante ressaltar que aproximadamente 98% dos acidentes são evitáveis, ou seja,
a cada cem acidentes, apenas dois deveriam acontecer.
Dentre eles, podemos citar:
 Produtos de limpeza, como desinfetantes, detergentes e alvejantes;
 Inseticidas;
 Objetos pontiagudos como tesouras, facas, garfos e agulhas;
 Líquidos inflamáveis;

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 Produtos com temperaturas elevadas, tais como, fósforo, óleo para


fritura;
 Plantas domésticas que liberem substâncias (coroa-de-cristo, etc.), entre
outros.

Estes produtos provocam desde queimaduras até lesões perfurantes graves do


globo ocular, devendo, portanto, ser evitado o seu manuseio sem os devidos cuidados
preventivos. Um cuidado especial é o de se estocar tais produtos longe do alcance de
crianças.
Por fim, cabe ainda lembrar a importância do uso do cinto de segurança nos
veículos, pois pesquisas mundiais demonstram a eficácia deste objeto de segurança
na medida em que diminui em uma percentagem alta o número de acidentes oculares
graves, como as perfurações, que podem gerar perda da função visual.
A primeira e mais importante medida de socorro após um acidente ocular é a
lavagem dos olhos com água limpa em abundância. A única exceção se faz às
perfurações oculares, que devem ser encaminhadas imediatamente ao oftalmologista
para os devidos reparos.
É importante evitar-se a compressão do globo ocular até a avaliação da
extensão da lesão provocada pelo acidente. É fundamental a avaliação do médico
oftalmologista que possui os equipamentos necessários para um adequado exame do
olho.
O uso de colírio anestesiante para alívio dos sintomas é um procedimento
apenas aceito durante o exame do olho acometido e somente pelo médico
oftalmologista. Nunca deve ser usado como rotina pelo socorrista, uma vez que o seu
abuso pode gerar problemas oculares graves como úlceras e cegueira, sendo
inclusive necessária a proibição de sua comercialização sem prescrição médica
oftalmológica.

AFOGAMENTOS

Afogamento é todo acidente por submersão em que a vítima morre dentro das
primeiras 24 horas. Quase afogamento é todo acidente por submersão em que a
vítima sobrevive no mínimo por 24 horas, independentemente do resultado final.

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O afogamento é uma causa comum de morte acidental em crianças e adultos


jovens. A prevenção é o principal instrumento para redução nos casos de afogamento,
por intermédio da educação da população e do aumento do número de guarda-vidas
nas praias.
Os tipos de afogamentos são:

 Afogado molhado: associado à aspiração de líquido, tem pior


prognóstico e representa 85% dos afogamentos fatais.
 Afogado seco: não apresenta aspiração pulmonar de líquido devido ao
espasmo da musculatura da laringe. Cerca de 10% dos óbitos por afogamento
ocorrem por asfixia verdadeira. As vítimas que não aspiram líquidos geralmente
respondem melhor ao tratamento, quando resgatadas a tempo.

Do ponto de vista prático o quadro dos pacientes que se afogam em água doce
ou salgada é idêntico, devido à pequena quantidade de fluido que normalmente é
aspirada.
É necessário que o profissional de emergência informe ao médico se o
atendimento ocorreu em água poluída ou contaminada por produtos químicos e qual
era a temperatura da água, pela possibilidade de a hipotermia coexistir com o
afogamento.
A maioria dos afogamentos segue um padrão comum, após um período de
pânico, a vítima tenta se manter em apneia enquanto luta para emergir. É frequente a
deglutição de água que causa distensão do estômago e vômitos.
Com a queda da oxigenação, ocorrem respirações involuntárias durante a
submersão e aspirações de quantidade variáveis de água.A passagem de líquido pela
laringe causa, nas fases iniciais, um intenso laringoespasmo (oclusão da glote devido
à contração dos músculos laríngeos) que previne a aspiração de maiores quantidades
de água.
CLASSIFICAÇÕES DO AFOGADO

 Resgate: Paciente tem tosse e falta de ar.


 Grau I: Paciente lúcido, apresentando tosse seca. Inicialmente o
paciente está taquicárdico e taquipneico, mas melhora rapidamente à medida que se

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acalma. Não há aspiração pulmonar significativa.Tratamento na cena: repouso,


aquecimento e oxigênio.
 Grau II: Lucidez ou agitação: elevação moderada das frequências
respiratória e cardíaca, taquipneia, sem grande dificuldade respiratória. Há presença
de tosse seca e vômitos. Existe pequena quantidade de espuma na boca e no nariz.
Óbito em 0,6% dos casos.
 Grau III: Paciente agitado e pouco colaborativo devido à falta de
oxigênio. As frequências cardíaca e respiratória estão elevadas e o paciente
apresenta grave dificuldade respiratória, muitas vezes, com cianose. Ocorre tosse
com espuma esbranquiçada ou rósea em quantidade. A mortalidade é elevada neste
grupo. Óbito em 5,2% dos casos.
 Grau IV: Semelhante ao grau III, porém o pulso radial está fraco ou
ausente, indicando sinais de choque. Óbito em 19,4% dos casos.
 Grau V: Presença de parada respiratória. Óbito em 44% dos casos.
 Grau VI: Presença de PCR. Óbito em 93% dos casos.

Obs.: É importante lembrar que esta classificação não tem caráter evolutivo.

ABORDAGEM E CONDUTA

 Remover a vítima da água o mais rápido possível (resgate geralmente


realizado por bombeiros e não profissionais de saúde).
 Avaliar a segurança do local.
 Manter o paciente na horizontal em paralelo à água e executar a
avaliação primária (CAB).
 Iniciar RCP na ausência de pulso carotídeo mesmo em indivíduos que
ficaram submersos por longos períodos, pois a água fria protege o indivíduo da morte
cerebral. Caso a ambulância esteja equipada com desfibrilador semiautomático, deve
ser realizada a rotina de análise do ritmo. As compressões torácicas só devem ser
iniciadas após a retirada da vítima da água.
 Abrir as vias aéreas é a prioridade por meio de técnicas usuais. Observar
cuidados com a coluna cervical se houver evidência de trauma.
 Iniciar ventilação pulmonar se houver indicação, utilizando oxigênio

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suplementar.
 Administrar oxigênio sob máscara em pacientes, ventilando
espontaneamente com fluxo de 12L/min.
 Não tentar retirar a água dos pulmões ou do estômago. A utilização da
manobra de Heimlich para esvaziar o estômago distendido só aumenta o risco de
aspiração pulmonar. A manobra só deve se utilizada se houver suspeita de obstrução
de vias aéreas por corpos estranhos.
 Caso o paciente inconsciente apresente vômitos, coloque-o em posição
lateral esquerd.
 Não colocar a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo.
 Aquecer os pacientes, secando-os e cobrindo-os com cobertores.
 Prevenir a aspiração pulmonar em vítimas com respiração espontânea,
colocando o paciente em decúbito lateral esquerdo (posição lateral de segurança).
 Todas as vítimas de submersão, mesmo as que só necessitaram de
mínima reanimação, devem ser submetidas à avaliação médica, pois, às vezes, a
lesão pulmonar ocorre horas após o episódio de submersão.

CONVULSÕES

Convulsão ou crise convulsiva é a atividade elétrica desorganizada e


descontrolada que envia impulsos intermitentes para o organismo. Pode-se manifestar
por movimentos repetidos, hipertonia, taquicardia e inconsciência.
Em algumas, a pessoa mantém-se consciente. Aquelas em que a pessoa,
mesmo com os olhos abertos não responde a estímulos dolorosos e fica se debatendo
são as mais graves.
A crise pode durar minutos e ceder espontaneamente. Caso se prolongue por
mais de trinta minutos, ou se repita neste período sem que a pessoa recupere a
consciência entre uma crise e outra, recebe o nome de status epilépticus.
O status epilépticus é uma emergência médica. O prolongamento das crises
leva a uma atividade cerebral intensa, sem que o fluxo sanguíneo atenda às suas
necessidades. Assim, sem a chegada de oxigênio e glicose suficientes, ocorre
sofrimento cerebral, podendo resultar em graves sequelas neurológicas ou em morte.
A principal causa de convulsão é a epilepsia, porém existem tipos de epilepsia

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que não estão associados a convulsões e existem convulsões por outras condições
diferentes da epilepsia. A crise convulsiva tipo grande pode ser precedida dos casos
que duram alguns segundos e envolvem sensações como alucinações visuais ou
gustativas.
Geralmente as convulsões são de curta duração, cessando espontaneamente
sem necessidades de medicação.
Divide-se em duas fases distintas:
 Fase Tônica: dura de quinze a vinte segundos e se caracteriza por perda
da consciência e contração muscular contínua, inclusive do diafragma. No início desta
fase a contração da musculatura abdominal força o ar pela laringe fechada, produzindo um
grito.
 Fase Clônica: tem geralmente entre trinta e sessenta segundos de
duração. Ocorre alternância entre contrações musculares intensas e relaxamento em
rápida sucessão. Pode haver parada respiratória e perda do controle esfincteriano.
Caracteristicamente, ocorre salivação excessiva (sialorreia).
Após a cessação das convulsões segue-se o estado pós-comicial, quando
ocorre o embotamento, ou seja, o estado de sonolência e desorientação, após um
episódio convulsivo que dura de cinco minutos a algumas horas.
As epilepsias constituem um conjunto de síndromes caracterizadas por crises
epilépticas periodicamente recorrentes e com manifestação eletroencefálica
característica.
Há certa polêmica quanto à sua classificação como doença. Independente
disto, o termo “epilepsia” refere-se a um grupo maior compreendendo tanto os quadros
idiopáticos, sintomáticos, criptogênicos, primários ou secundários.
O quadro clínico, aliado ao eletroencefalograma, determina a melhor
terapêutica a ser empregada. Daí a importância da caracterização e classificação das
crises epilépticas.
Considera-se como epiléptico o indivíduo que passa por dois episódios de
crises não provocadas com intervalo de tempo de pelo menos 24 horas. Esta definição
determina que mesmo um surto de várias crises consecutivas dentro de 24 horas ou
um estado de mal epiléptico não caracterizam uma epilepsia, pois podem ser
decorrentes de fatores causais externos e não de epilepsia propriamente dita. É
importante conseguir uma descrição pormenorizada do evento, com testemunhas.

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Deve pesquisar ativamente sinais podrômicos, o momento do início da perda


de contato, presença de movimentos automáticos, abalos, torções da face ou dos
olhos, tempo de duração do fenômeno, liberação esfincteriana e eventuais
traumatismos e ferimentos decorrentes.
As crises podem ser parciais ou generalizadas. As crises parciais caracterizam-
se por descargas epilépticas que acometem um lobo ou um hemisfério.
Se o paciente preserva a plenitude cognitiva são chamadas de crises parciais
simples. Se a crise parcial atinge o complexo amígdalo-hipocampal, o paciente
apresenta perda da plenitude cognitiva. Nesta situação teremos uma crise parcial
complexa, que pode ser acompanhada de movimentos automáticos ou não.
As crises generalizadas caracterizam-se por alterações eletroencefalográficas
de início simétrico e síncrono em ambos os hemisférios cerebrais. Quando estas
crises apresentam manifestação motora, elas acometem os dois lados do corpo.

ABORDAGEM E CONDUTA
 Avaliar a cena;
 Procurar sinais de consumo de drogas ou envenenamentos;
 Uso de equipamentos de proteção individual;
 Realizar a avaliação primária;
 Verificar o nível de consciência da vítima e se a mesma ainda apresenta
convulsões;
 Solicitar auxílio;
 Tranquilizar pacientes lúcidos;
 Não tentar introduzir objetos na boca do paciente durante a convulsão;
 Não tentar conter a vítima;
 Proteger a cabeça do paciente colocando um apoio;
 Afastar do paciente de objetos perigosos;
 Aguarde a crise seguir sua evolução natural;
 Em caso de convulsão em criança febril, resfriá-la com toalhas molhadas
com água em temperatura ambiente;
 Abrir a via aérea com manobras manuais após a cessação das
convulsões;
 Assistir a ventilação, caso esta não retorne após a convulsão;

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 Preparar para a ocorrência de novo episódio convulsivo, se a vítima não


recupera a consciência nos primeiros dez minutos;
 Caso a vítima apresente vários episódios de crises convulsivas sem
recuperar a consciência, o profissional de emergência estará diante de um estado de
grande mal epiléptico, devendo providenciar transporte imediato para um centro de
saúde de referência. Esta é uma emergência médica.

CHOQUE

Choque é uma síndrome caracterizada pela incapacidade de o sistema


circulatório fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos de forma a atender as suas
necessidades metabólicas.
A insuficiência circulatória causa dano celular e lesão em vários órgãos, que
podem tornar-se irreversíveis se o choque não for rapidamente corrigido. Não se deve
definir choque com base apenas na pressão arterial, já que existem condições em que
pode haver hipotensão sem choque com oferta e consumo adequados de oxigênio.
O conceito atual de choque e toda sua fisiopatologia envolvem um desequilíbrio
entre a oferta e a demanda celular de oxigênio. Para que as necessidades metabólicas
celulares sejam atendidas, deve haver uma adequada oferta de oxigênio.
Esta oferta é a quantidade total de oxigênio transportada aos tecidos, e é
dependente de três fatores: a concentração de hemoglobina, o débito cardíaco e o
conteúdo de oxigênio no sangue arterial.
Após o estabelecimento do quadro de choque, vários mecanismos
compensatórios ocorrem para preservar o suprimento de oxigênio a órgãos vitais
como o coração e o cérebro, atuando para restaurar pelo menos parcialmente o
volume intravascular efetivo e aumentar o débito cardíaco.
A moderna classificação do choque foi proposta por Weil, em 1972, utilizando
quatro categorias, baseadas na causa primária da anormalidade perfusional. Estas
categorias, contudo, não são isoladas entre si, havendo considerável superposição
entre os diversos tipos.

CHOQUE HIPOVOLÊMICO
No choque hipovolêmico o desarranjo inicial é a perda de volume circulante,

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com redução do retorno venoso e diminuição do débito cardíaco e da oferta de


oxigênio.
A pressão arterial isoladamente não é um bom indicador da severidade do
choque hipovolêmico, pois pode ser mantida em níveis próximos da normalidade
devido à vasoconstrição intensa, especialmente em pacientes jovens e sem patologia
prévia, devendo ser analisada em conjunto com outros parâmetros na avaliação da
gravidade do choque.
Nas fases iniciais o choque hipovolêmico é rapidamente reversível pela
restauração apropriada do volume intravascular. Contudo, se a perfusão tissular e a
oferta de oxigênio permanecem severamente diminuídas, dano celular irreversível
pode ocorrer.
O choque hipovolêmico pode ser classificado em hemorrágico e não
hemorrágico. O choque hipovolêmico hemorrágico caracteriza-se por baixas pressões
de enchimento ventricular e pressão capilar pulmonar associada a níveis reduzidos de
hemoglobina e hematócrito.
Pode ocorrer por perdas sanguíneas externas ou por sangramentos ocultos,
não exteriorizados. O choque hipovolêmico não hemorrágico é resultante de perda
apenas do componente líquido do compartimento intravascular.
Geralmente estes casos são devido à perda excessiva de líquidos pelos tratos
gastrointestinal ou urinário. Também pode ser resultado de transudação para o meio
extravascular, como ocorre nas queimaduras, traumatismos extensos em partes
moles, peritonites, pancreatites e obstrução intestinal.
Achados que suportam o diagnóstico de choque hipovolêmico não hemorrágico
incluem baixas pressões de enchimento e hematócrito normal ou elevado.

CHOQUE CARDIOGÊNICO

Choque cardiogênico pode ser definido como uma incapacidade primária do


coração de fornecer um débito cardíaco suficiente para as necessidades metabólicas,
na presença de um volume circulante adequado.
Pode ser encontrado em diversas situações clínicas, porém, sua principal
causa é a perda súbita de massa muscular por infarto agudo do miocárdio (IAM).
O choque cardiogênico ocorre em cerca de 7 a 10% dos casos de IAM, com

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mortalidade de 70 a 90%, sendo geralmente associado à perda superior a 40% da


massa muscular do ventrículo esquerdo. Esta perda pode ocorrer em consequência
de um grande infarto ou com infartos menores sucessivos.
O resultado do tratamento clínico no choque cardiogênico é extremamente
desfavorável. A mortalidade é alta e os sobreviventes apresentam baixa expectativa
de vida devido ao avançado grau de insuficiência cardíaca que se estabelece.
A infusão de drogas inotrópicas deve ser iniciada imediatamente.
Vasodilatadores como a nitroglicerina ou nitroprussiato de sódio podem ser benéficos,
pois diminuem a pré e pós- carga, reduzindo a congestão pulmonar e facilitando o
esvaziamento ventricular.
O uso de dispositivos de assistência circulatória mecânica, o balão intra-aórtico,
pode ser uma alternativa terapêutica nos casos de grande perda de massa ventricular.

CHOQUE ANAFILÁTICO

As reações alérgicas do tipo I, ou anafiláticas, são mediadas por anticorpos da


classe IgE. Como parte da reação ao antígeno, os anticorpos são gerados e ligados a
receptores de superfície nos mastócitos e basófilos com alta afinidade por sua porção
Fc.
Se a porção Fab dos anticorpos se ligarem a um antígeno, ocorre a ativação
de múltiplos sistemas enzimáticos intracelulares, levando à produção e liberação de
vários mediadores químicos vasoativos como a histamina, prostaglandinas e
leucotrienos, causando vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e
inflamação.
A reação que ocorre pouco tempo após a exposição ao antígeno é
caracterizada por sensação de sufocamento, broncoespasmo, edema laríngeo,
angiodema, respiração ruidosa, transudação pulmonar e alterações cutâneas agudas
urticariformes.

As seguintes alterações hemodinâmicas são encontradas:


 Baixas pressões de enchimento ventricular;
 Débito cardíaco baixo;

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 Resistência vascular sistêmica reduzida;


 Hematócrito elevado.

CHOQUE NEUROGÊNICO

A insuficiência circulatória periférica aguda de causa neurogênica acontece nos


casos de sofrimento intenso do tronco cerebral, precedendo a morte encefálica, com
falência hemodinâmica e vasodilatação generalizada por perda do tônus vasomotor
simpático ou em lesões da medula espinhal alta, caracterizando o “choque medular”.
Este último inclui hipotensão arterial secundária a vasodilatação periférica pela
deficiente atividade autonômica simpática e pela hipotonia e paralisia musculares.
A diminuição da inervação simpática resulta em redução do débito cardíaco,
pois provoca redução da contratilidade miocárdica e do retorno venoso pelo aumento
do volume sanguíneo no sistema capacitância venosa secundária e venodilatação.
Finalmente, reflexos cardíacos em nível espinal também estão abolidos, pois
as lesões de T1 a T4 levam à perda de inervação simpática cardíaca, facilitando a
bradicardia uma vez que a inervação vagal parassimpática permanece preservada.

CHOQUE SÉPTICO

Este termo refere-se ao estágio avançado de uma síndrome progressiva,


denominada sepse. Termos como sepse, septicemia, bacteriemia, síndrome séptica,
choque endotóxico, choque séptico são usados como sinônimos, dando margem a
confusões e um conhecimento impreciso da fisiopatologia.
Choque séptico pode ser causado por uma variedade de microrganismos. Os
mais frequentemente envolvidos são as bactérias gram-negativas (50% dos casos) e
gram-positivas (30 a 35% dos casos).
O restante abrange bactérias menos comuns, fungos, vírus e até protozoários.
Apesar de a sepse poder afetar qualquer faixa etária, o risco maior é para pessoas
acima dos 65 anos, pois a defesa contra infecções requer uma complexa
interdependência de diversos sistemas que podem ser comprometidos pela idade
avançada e pela presença de condições comórbidas que aumentam a suscetibilidade
às infecções.

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Fatores que predispõem à sepse por qualquer agente incluem desnutrição,


alcoolismo, diabetes mellitus, neoplasias, AIDS, doenças leucoproliferativas, cirrose
hepática, queimaduras, tratamento com imunossupressores e procedimentos
invasivos.
O processo, na sepse, começa com a proliferação do microrganismo no foco
da infecção. O organismo pode invadir a corrente sanguínea diretamente, levando as
hemoculturas positivas, ou pode proliferar apenas localmente e liberar várias
substâncias na circulação.
O choque séptico é caracterizado inicialmente por débito cardíaco reduzido,
devido à hipovolemia e ao baixo retorno venoso que existe na maior parte dos casos.
Diversos fatores contribuem para a diminuição do volume intravascular:
 Desidratação produzida por febre, taquipneia, redução da ingestão de
líquidos e eventualmente vômitos, diarreia, poliúria, sangramentos e sequestração em
cavidades;
 Aumento da permeabilidade vascular e transudação para o espaço
extravascular;
 Aumento da capacitância venosa por venodilatação;
 Síntese proteica redirecionada para a produção de diversas proteínas da
fase inflamatória aguda em detrimento da síntese de albumina, com redução da
pressão coloidosmótica intravascular.

Após a adequada reposição volêmica, os achados típicos do choque séptico


são: débito cardíaco elevado e resistência vascular reduzida, com tendência ao
aumento progressivo da resistência vascular pulmonar.

TRATAMENTO DO CHOQUE

A maior parte dos casos de choque requer administração de volume


intravascular. O maior desafio neste ponto é restaurar rapidamente as pressões de
enchimento ventricular a um nível ótimo sem comprometer secundariamente a função
respiratória por sobrecarga hídrica.

EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO CALOR EXCESSIVO

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Emergências podem resultar de exposição excessiva ao calor. O corpo é


incapaz de livrar-se sozinho do calor excessivo por meio dos mecanismos naturais de
radiação, transpiração e expiração.

INSOLAÇÃO

A maior parte dos relatos dessas emergências diz respeito a uma produção
prolongada de calor corporal interno. O calor externo, que o paciente está exposto,
não precisa ser maior que a temperatura ambiental normal. Com a transpiração
contínua, água e sais minerais são perdidos pelo corpo, ocasionando cãibras
musculares dolorosas ou cãibras produzidas pelo calor.
Os sinais e sintomas são: severas cãibras musculares, esgotamento, vertigem,
fraqueza e perda da consciência, pulso fraco e respiração rápida e superficial,
sudorese intensa.

INSOLAÇÃO

http://www.grupoescolar.com/a/b/4B6FA.jpg

São condutas importantes em primeiros socorros:


 Realizar a avaliação primária;
 Conduzir o paciente para um local fresco e colocá-lo em posição
confortável;
 Afrouxar ou remover as roupas em excesso;
 Providenciar oxigênio;
 Fornecer água se o paciente estiver consciente;
 Aplicar compressas úmidas sobre a pele para resfriá-la;
 Se necessário, transporte para um hospital, para realizar reposição

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volêmica.

INTERMAÇÃO

Quando uma pessoa é exposta ao calor excessivo, os mecanismos


termorreguladores do organismo falham. A emergência, com risco de vida, é
conhecida por choque pelo calor, pode estar se desenvolvendo.
A pele apresenta-se quente e usualmente a pessoa para de transpirar. Muitos
casos de intermação são relatados em dias quentes e úmidos. Entretanto, decorrem
da exposição ao calor seco, por exemplo, uma pessoa que trabalha em caldeiras com
altas temperaturas.
Essa é uma real emergência, requerendo resfriamento do paciente e seu
transporte para um hospital. Os sinais e sintomas incluem: respiração profunda,
seguida de superficial, pulso rápido e forte, seguido de pulso fraco, fraqueza, escassez
ou ausência de transpiração, pupilas dilatadas, inconsciência, convulsões ou
contrações musculares podem ser observadas.

Condutas:
 Realizar a avaliação primária;
 Conduzir o paciente para um local fresco e colocá-lo em posição
confortável;
 Resfrie o paciente de qualquer maneira, retire suas roupas em excesso,
molhe-o. A temperatura do corpo deve ser abaixada rapidamente ou o paciente corre
risco de morrer;
 Bolsas de gelo, se possível, devem ser colocadas nas axilas, punhos,
tornozelos, virilhas e pescoço do paciente ou imergir o paciente em água fria;
 Monitorar os sinais vitais;
 Providenciar oxigênio;
 Transporte para um hospital.

QUEIMADURAS

A pele humana é um bom isolante e apresenta, quando seca, uma resistência

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à passagem da corrente elétrica de 100.000 Ohms. Quando molhada, porém, essa


resistência cai para apenas 1.000 Ohms. A energia elétrica de alta voltagem,
rapidamente rompe a pele, reduzindo a resistência do corpo para apenas 500 Ohms.
Além da intensidade da corrente elétrica, o caminho percorrido pela eletricidade
ao longo do corpo, ou seja, do ponto onde entra até o ponto onde ela sai e a duração
do choque são os responsáveis pela extensão e gravidade das lesões.
Como maior órgão do corpo humano, a pele é composta por três camadas; são
elas:

 Epiderme;
 Derme;
 Tecido subcutâneo.

Exerce a importante função de formar uma barreira protetora contra o ambiente


externo. Previne infecções, a perda de fluidos corporais, auxilia na regulação
corpórea, é repleta de terminações nervosas.
Assim, quando uma lesão térmica acontece, uma ou muitas dessas estruturas
e/ou funções citadas são lesadas e têm sua atividade comprometida.
As queimaduras podem acontecer por contato com:
 Chama, brasa ou fogo;
 Vapores quentes;
 Líquidos ferventes;
 Sólidos superaquecidos ou incandescentes;
 Substâncias químicas;
 Emanações radioativas;
 Radiações infravermelhas e ultravioletas;
 Eletricidade;
 Frio;
 Outros.

As prioridades no cuidado às vitimas de queimaduras seguem os mesmos


princípios e prioridades que para qualquer vítima de trauma:
 Pare o processo de queimadura (térmica ou química);

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 Realize o exame primário para avaliação e tratamento;


 Providencie os cuidados específicos para lesões isoladas.
Ainda entre as vítimas de queimaduras, existem os que sofrem lesões
pulmonares por inalarem subprodutos tóxicos da combustão. Deve-se considerar que
houve a inalação se reclusa em local fechado com presença de fumaça, atentando
para cuidados respiratórios além dos visíveis. A probabilidade da presença de
monóxido de carbono em níveis alarmantes para desencadear problemas sistêmicos
e pulmonares requer atenção especial.
Quanto à avaliação das queimaduras, sete fatores devem ser observados para
que entre os pacientes queimados se determine quais são os mais críticos:
1) Profundidade da queimadura;
2) Área da superfície corpórea envolvida;
3) Idade do paciente;
4) Lesões pulmonares:
a) Inalação de fumaça;
b) Inalação de subprodutos tóxicos.
5) Lesões associadas:
a) Queimaduras de vias aéreas.
6) Situações especiais:
a) Queimaduras químicas;
b) Queimaduras elétricas;
c) Intoxicação por monóxido de carbono.
7) Doença preexistente.
Quanto à profundidade, a primeira avaliação será visual. Esta será apenas uma
estimativa, já que a extensão e a profundidade real da lesão podem não ser aparentes
por vários dias.
Queimaduras de primeiro grau, superficiais:
 Lesão apenas da epiderme;
 Vermelhidão, inflamação e dor na pele.

QUEIMADURA DE PRIMEIRO GRAU

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http://primeirossocorros12b.blogs.sapo.pt/1681.html

Queimaduras de segundo grau, espessura superficial:


 Lesão tanto da epiderme quanto da derme;
 Pele com áreas avermelhadas, bolhas íntegras ou rotas mostrando uma
ferida secretante;
 Queixas de muita dor;
 Perdas significativas de líquidos, que podem ocorrer levando ao choque.
QUEIMADURA DE SEGUNDO GRAU

http://primeirossocorros12b.blogs.sapo.pt/1681.html

Queimaduras de terceiro grau, espessura total:

 Trauma da epiderme, derme e tecido celular subcutâneo (possivelmente


lesões mais profundas);
 Pele com aparência chamuscada ou de couro, e que pode estar
sangrando;
 Nenhuma dor (entretanto, queimaduras de segundo grau associadas
provocam dor);
 Reenchimento capilar ausente.

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QUEIMADURA DE TERCEIRO GRAU

http://www.gmvarginha.com.br/primeiros_sorrro/queimadura/queimaduras.htm

São necessários cuidados especiais no ferimento a fim de evitar maiores danos


e proliferações infecciosas. As roupas ao redor das lesões devem ser removidas com
muita cautela, principalmente para não retirar as que estiverem aderidas à pele
queimada.
No atendimento pré-hospitalar, o paciente deverá ser envolvido em lençol limpo
e seco, ou até mesmo estéril. Tecidos que soltem fragmentos ou partículas no
ferimento e quaisquer pomadas ou soluções não devem ser utilizadas.
Toda a extensão queimada deve ser coberta com compressas secas. O
socorrista não deve romper bolhas, pois elas são um mecanismo de proteção. O
desbridamento não deve ser realizado na cena do incidente.
Anéis, joias, relógios devem ser retirados uma vez que os metais retêm calor e
os membros acometidos com a movimentação dos fluidos corpóreos irão edemaciar.

FRATURAS

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A fratura é definida como uma lesão ou quebra de um osso, causada por uma
pancada, queda ou pela aplicação de força. Pode ainda ser definida como a quebra
da continuidade do osso e ocorre quando o osso é submetido a estresse maior do que
ele pode suportar.
As fraturas podem ser causadas por:
 Uma pancada direta;
 Um impacto violento;
 Um movimento de rotação repentina;
 Contração muscular extrema.

Apesar de o osso ser afetado, outras estruturas adjacentes também são


atingidas, resultando em um edema de tecidos moles, hemorragia no músculo e
articulações, luxações articulares, ruptura de tendões, nervos rompidos e vasos
sanguíneos danificados.
Os órgãos corporais podem ser lesados pela força que causa a fratura ou pelos
fragmentos da fratura, e por esse motivo, imediatamente após um trauma, a pessoa
pode ficar em estado de confusão, não ter consciência da fratura e tentar caminhar
com perna fraturada.
Por esse motivo quando se suspeita de fratura, é importante imobilizar a parte
do corpo afetada imediatamente antes do paciente ser movimentado. O movimento
de fragmentos de fratura causara dor adicional, danos de tecidos moles e
sangramentos. As fraturas são mais comuns nos membros, podendo ser únicas ou
múltiplas.
As fraturas são divididas em dois tipos:
 Fechadas: que apesar do choque, deixam a pele intacta.
 Expostas ou abertas: quando o osso fere a pele, ficando exposto.

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FRATURA EXPOSTA

http://www.tvcanal13.com.br/fotos/idosa%20atropelada.jpg

São sinais indicadores:


 Dor ou grande sensibilidade em um osso ou articulação;
 Incapacidade de movimentar a parte afetada, além do adormecimento ou
formigamento da região;
 Inchaço e pele arroxeada, acompanhado de uma deformação aparente
do membro machucado.

Os primeiros socorros em fraturas são:


 Atentar para perfusão do membro atingido;
 Manter a vítima aquecida;
 Imobilizar o osso, ou articulação, atingido com uma tala;
 Manter o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e
aplique compressas de gelo ou resfriadas para diminuir o inchaço, a dor e a
progressão do hematoma;
 As fraturas expostas exigem cuidados especiais, como a cobertura do
local com um pano limpo ou gaze e encaminhamento para serviço hospitalar
especializado.

FRATURA FECHADA

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http://2.bp.blogspot.com/_ePcEtAaRqy8/Sj1nZ7KPhUI/AAAAAAAAAm0/-

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ENTORSE

É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos, ou seja, estrutura


que sustenta as articulações. Os cuidados são semelhantes aos abordados nas
fraturas.
http://www.clinicadeckers.com.br/imagens/orientacoes/34_ent_tornozelo.jpg

LUXAÇÃO

É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na


articulação. Os primeiros socorros são também semelhantes aos da fratura fechada.
Lembre-se de que não se deve fazer massagens na região, nem tentar recolocar o
osso no lugar.
São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma
articulação é deslocada de seu lugar. O dano a tecido mole pode ser muito grave,
afetando vasos sanguíneos, nervos e a cápsula articular.

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http://www.clifisio.com/editor/userfiles/image/4012591424_b2d5ca0d32.jpg

CONTUSÃO

É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode
apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é
sinal de que houve hemorragia sob a pele, ou seja, um hematoma.

AMPUTAÇÕES

O trauma está entre as causas mais comuns de amputação dos membros


inferiores e superiores. A preocupação inicial do socorrista deverá ser sempre com a
vida da vítima, e depois com as suas necessidades cirúrgicas.

LESÃO PROVOCADA POR ACIDENTE DE TRABALHO COM SERRA


CIRCULAR

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http://www.eutrabalhoseguro.com

Neste contexto, o mais importante é a pessoa e não o membro amputado, e


nessa linha torna-se imprescindível uma abordagem global do paciente, de forma a
assegurar o máximo de suas potencialidades físicas e psicológicas.
De qualquer forma, deve ficar claro que os procedimentos para amputação de
membros inferiores ou superiores buscam a restauração de um órgão enfermo e não
uma mutilação.
Nessa conjuntura, é fundamental um trabalho integrado dos diversos tipos de
profissionais envolvidos na reabilitação do paciente para estimular e valorizar a
capacidade residual da pessoa atingida e assim buscar uma recuperação total.
No diagnóstico médico a amputação é considerada como um diagnóstico
secundário, pois a enfermidade ou trauma recebe o rótulo de diagnóstico primário. E,
posteriormente, se surgirem complicações, quanto mais cedo forem identificadas as
causas, mais rápido poderá ser o controle e cura, o que possibilitará um melhor
desempenho do paciente na fase da reabilitação.
Já as causas traumáticas atingem também um número expressivo da
população por acidentes de trânsito, de trabalho ou, em número menor, em razão de
outra etiologia. Dentre os citados, os acidentes de trabalho tendem a culminar em
amputações dos membros superiores (dedos, mão e braço).

CORPOS ESTRANHOS

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Corpos estranhos são pequenas partículas de vidro, madeira, poeira, carvão,


areia ou limalha, grãos diversos, sementes, insetos que podem penetrar nos olhos,
nariz e ouvidos de uma pessoa.
Crianças pequenas podem, acidentalmente, introduzir objetos nas cavidades
do corpo, em especial no nariz, boca e ouvidos. Estes objetos são, na maioria das
vezes, peças de brinquedos, sementes, moedas, bolinhas de papel e grampos. Se
houver asfixia, a vítima apresentará pele azulada e respiração difícil ou ausente.

CORPO ESTRANHO NOS OLHOS

http://www.saudenoclique.com.br/wp-content/uploads/2010/02/loesoes-olhos2.jpg

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Quando um corpo estranho atinge os olhos, as seguintes providências devem


ser tomadas:
 Piscar os olhos para permitir que as lágrimas lavem e removam
pequenas partículas;
 Não tente retirá-lo;
 Não esfregue os olhos com os dedos;
 Coloque pálpebra sobre pálpebra e irrigue o olho com soro fisiológico,
água limpa com conta gotas, ou embaixo de uma torneira (abrir pouco) deixando a
água escorrer sobre o olho atingido;
 Quando o corpo estranho estiver na esclera do olho e for terra ou areia,
tentar retirar delicadamente com um cotonete;
 Se o corpo estranho estiver fixo ao globo ocular não tente retirá-lo,
coloque uma compressa ou pano limpo cobrindo os dois olhos para evitar movimentos
conjugados e leve a vítima ao hospital imediatamente;
 Se o objeto estiver cravado no olho, não tente retirá-lo, cubra-os e
procure ajuda médica;
 Se não for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone de papel
grosso e procure ajuda médica imediata.

CORPO ESTRANHO NA ESCLERA

http://www.saudenoclique.com.br/wp-content/uploads/2010/02/loesoes-olhos2.jpg

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Quando um corpo estranho estiver no nariz, as seguintes providências devem


ser tomadas:
 Tente expelir o ar pela narina com corpo estranho fazendo certa pressão
com a boca fechada e o outro lado comprimido com o dedo;
 Instrua a vítima para que ela respire pela boca;
 Não introduza instrumentos como arames, palitos, grampos ou pinças
nas narinas.

CORPO ESTRANHO NO NARIZ

http://static.hsw.com.br/gif/human-blockhead-2.jpg

Quando um corpo estranho estiver nos ouvidos, as seguintes providências


devem ser tomadas:
 Manter o paciente deitado de lado com o ouvido afetado para cima;
 Não introduza nenhum instrumento pequeno;
 Quando o corpo estranho for inseto coloque algumas gotas de óleo
caseiro dentro do ouvido atingido e posicione a cabeça.

Quando um corpo estranho estiver na garganta, as seguintes providências


devem ser tomadas:
 Mantenha-se ao lado da vítima e de forma calma peça para que ela tussa
várias vezes, com a intenção de expelir o corpo estranho;
 Aplique alguns golpes com a mão em concha no meio das costas com o

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tronco levemente revertido para frente;


 Tentar Manobra de Heimlich em pé ou se a vítima desmaiar;
 Não obtendo sucesso, realize respiração boca a boca com a vítima
deitada em decúbito dorsal até chegada de socorro médico.
 Cuidados: nunca tente puxar os objetos da garganta ou abrir a boca para
examinar o seu interior. Deixe a pessoa tossir com força, este é o recurso mais
eficiente quando não há asfixia. Se o objeto tem arestas ou pontas e a pessoa
reclamar de dor, procure um médico. Se a pessoa não consegue tossir com força,
falar ou chorar, é sinal de que o objeto está obstruindo as vias respiratórias, o que
significa que há asfixia.

CORPO ESTRANHO NO OUVIDO

<http://3.bp.blogspot.com/_3X_vmcDQ1Rc/S7dZoFkJ3oI/AAAAAAAABVQ/JY4rvv9MiJM/s160
0/IMG_0092.JPG>.

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REFERÊNCIAS

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http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/06/884987/dezesseis1_vinteum.pdf.

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www.eduhot.com.br

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