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1.

INTRODUÇÃO

Proa: é a extremidade anterior da embarcação, como se fosse a nossa cabeça.

Popa: é a extremidade posterior da embarcação, como se fosse os nossos pés.

Corpos: os navios são divididos ao meio formando os corpos de vante e de ré.

Quilha: é a peça disposta em todo o comprimento do casco no plano de simetria. É a


espinha dorsal da embarcação.

Convés principal: é aquele que dá fechamento ao casco, podendo ir de proa a popa sem
subir ou descer degraus, é cortado pela linha de flutuação.

Leme: é uma estrutura metálica ou de madeira, que tem por finalidade dar direção a
embarcação e mantê-la no rumo determinado.

Hélice: estrutura metálica que possui pás e serve para movimentar a embarcação através
do seu próprio giro, acoplado através de um eixo longitudinal a um motor.

Linha d’água: faixa pintada no casco (ou não pintada), que separa a embarcação em duas
partes, a seca e a molhada.

Calado: é a distancia vertical, medida da quilha a linha d’água.

As embarcações não possuem “lados”, e sim bordos, conhecidos como bombordo e


boreste.

Bombordo (BB): é o “lado esquerdo” da embarcação de quem olha de ré para vante. No


nosso corpo, o coração se situa no lado esquerdo e se prestarmos atenção nas suas
batidas ouviremos, bom....bom..... A noite este bordo exibe a sua luz de navegação
encarnada (cor da carne- vermelha).

Boreste (BE): é o “lado direito” da embarcação de quem olha de ré para vante. Este bordo
tem o nome da união das palavras, bordo e leste. A noite este bordo exibe a sua luz de
navegação na cor verde.

Figura 1. Partes importantes da embarcação


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Classificação das embarcações

As embarcações se classificam, principalmente, de acordo com o seu porte e com a sua


destinação ou emprego.

Embarcações miúdas: bote, chalana, inflável, flutuante, trapiche, etc.


Embarcações de esporte e recreio: iates, lanchas, veleiros, etc.
Navios de porte: navios de carga, de passageiros ou mistos, etc.

Estabilidade das embarcações

Embarcação derrabada- quando o peso está todo distribuído na popa da embarcação.


Embarcação abicada- quando o peso está distribuído na proa da embarcação.
Embarcação de banda- quando o peso está distribuído para um dos bordos (lados) da
embarcação.
Embarcação trimada- quando seu peso está distribuído ao longo de toda a embarcação
(ela está estável).

Observações:
Nunca devemos afundar a marca do limite mínimo de flutuação.
Um barco com muito peso a meia nau e pouco peso na proa e popa pode vir a quebrar ao
meio em caso de tempestade, nesta situação ele está com contra-alquebramento.

2. RIPEAM

LUZES DE NAVEGAÇÃO

Veremos detalhadamente as luzes que devem ser apresentadas pelas embarcações, a fim
de evitar acidentes e garantir a segurança do tráfego aquaviário.

As embarcações apresentam luzes de navegação determinadas pelo RIPEAM


(Regulamento Internacional Para Evitar Abalroamento no Mar) que as caracterizam e
devem ser exibidas durante os períodos de visibilidade restrita e durante todo o período do
pôr do sol ao nascer do sol, não devendo ser exibidas outras luzes que possam originar
confusão. São elas:

Luzes de Bordo: visível apenas em um setor de 112,5º da proa para cada bordo, contínua,
verde no bordo de boreste e encarnada no bordo de bombordo.

Figura 2. Luzes de bordo

Luzes de Mastro: branca, contínua e visível apenas em um setor de 225º situadas sobre a
linha de centro da embarcação.

Figura 3. Luzes de mastro

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Luz de alcançado ou esteira: branca, contínua e visível apenas em um setor 135º com
67,5º para cada bordo a partir da popa.

Figura 4. Luz de alcançado ou esteira

Luz circular ou de fundeio: branca, contínua e visível num setor de 360º.

Figura 5. Luz circular ou de fundeio

Luz intermitente: branca, com 20 lampejos por minutos e visível num setor de 360º.

Figura 6. Luz intermitente

Luz de cargas perigosas: encarnada e visível num setor de 360º no alto do mastro.

Figura 7. Luz de cargas perigosas

Luzes - Embarcações de recreio em movimento

Propulsão a vela: luzes de bordo + alcançado.

Figura 8. Luzes de propulsão a vela

Propulsão a motor menor que 7metros: luzes de bordo + luz circular.

Figura 9. Propulsão a motor menor que 7metros


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Propulsão a motor menor que 50 metros: luzes de bordo+ alcançado+ mastro a vante.

Figura 10. Propulsão a motor menor de 50 metros

Luzes e marcas- Outros tipos de embarcações em movimento

Luzes de reboque: amarela, contínua e visível a penas num setor 135º centrado de popa.

Figura 11. Luz de reboque

Rebocadora com comprimento de reboque inferior a 200 metros: luzes de bordo +


alcançado + reboque + duas luzes brancas no mastro de vante. A marca de reboque é um
losango preto.

Figura 12. Luzes de rebocadora com comprimento de reboque inferior a 200m

Rebocadora com comprimento de reboque superior a 200 metros: luzes de bordo +


alcançado + reboque + três luzes brancas no mastro de vante. A marca de reboque
também é um losango preto e ele tem que ser usada onde melhor poder ser vista.

Figura 13. Luzes de rebocadora com comprimento de reboque superior a 200m

Embarcação com capacidade de manobra restrita: de noite exibi três luzes circulares
verticalmente, sendo que: a superior e a inferior, encarnadas e a do meio é branca. Com
seguimento, luzes de bordo e alcançado. A sua marca, são duas esferas separadas por
dois cones unidos pela base.

Figura 14. Embarcação com capacidade de manobra restrita

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Embarcação com restrição de manobra devido a seu calado: de noite exibirá três luzes
encarnadas verticalmente onde melhor possam ser vistas. Se estiver em movimento, luzes
de bordo e alcançado. De dia a sua marca será um cilindro.

Figura 15. Embarcação com restrição de manobra devido ao seu calado

Embarcação encalhada: de noite duas luzes encarnadas circulares verticalmente. E


também as luzes de fundeio (circulares brancas) adequadas ao seu comprimento.
A sua marca de dia são três esferas pretas.

Figura 16. Embarcação encalhada

Embarcação sem governo: de noite deve exibir duas luzes circulares dispostas em linha
vertical. Com seguimento, luzes de bordo e alcançado. A sua marca são duas esferas
pretas.

Figura 17. Embarcação sem governo

Embarcação fundeada: de noite, na parte de vante, luz circular branca; na parte de ré, luz
circular branca (mais baixa que a de vante). As embarcações com menos de 50 m podem
exibir apenas uma luz circular branca onde melhor possa ser vista.
A sua marca é uma esfera na parte de vante.

Figura 18. Embarcação fundeada

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SINAIS SONOROS DE UMA EMBARCAÇÃO

São utilizados durante a manobra e em visibilidade restrita.

1 Apito curto - duração aproximada de 1 segundo.


1 Apito longo - duração aproximada de 4 a 6 segundos.

Estes são os sinais sonoros, que demonstram as intenções de manobras e suas


advertências de uma embarcação.

Em dia de visibilidade restrita:

1 apito longo a cada 2 minutos - embarcação com seguimento (navegando).


2 apitos longos a cada 2 minutos- embarcação sem seguimento (fundeada, motor
desligado, etc).

REGRAS DE GOVERNO E DE NAVEGAÇÃO

As embarcações deverão atender às prescrições do RIPEAM, bem como suas emendas


em vigor quando em mar aberto ou em águas interiores consideradas abrigadas ou
parcialmente abrigadas.

O risco de colisão existe quando a marcação entre embarcações é constante e a


distância entre elas vai diminuindo.

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Havendo o risco de colisão, deve o comandante executar com bastante antecedência as
manobras para evitar a colisão de forma ampla e positiva, para que seja de imediato
percebido pela outra embarcação.

Existindo o risco de colisão, o comandante deverá:

• Alterar o rumo e a velocidade;


• Reduzir sua velocidade;
• Parar o seu segmento;
• Inverter máquinas, se necessário.

Canais Estreitos (Regra 9)

Uma embarcação que estiver navegando ao longo de um canal estreito ou via de acesso,
deverá se manter tão próxima quanto seja possível e seguro do limite exterior desse canal
ou via de acesso que estiver a seu boreste.

Embarcações que estiver menos de 20 metros de comprimento ou embarcações à vela


não deverão atrapalhar a passagem de outra embarcação que só possa navegar com
segurança dentro de um canal estreito ou via de acesso.

Quando duas embarcações de esporte e recreio navegam em rumos opostos, tem


preferência a que vem a favor da corrente, que deverá se posicionar no meio do rio e a
outra na sua margem de boreste.

Ultrapassagem (Regra 13)

Toda embarcação que esteja ultrapassando outra, deverá manter-se fora do caminho
dessa outra.

Embarcação alcançadora: é aquela que se aproxima da outra em maior velocidade, vinda


de uma direção de mais de 22,5º para ré do través da embarcação que está sendo
ultrapassada.

Durante à noite a embarcação alcançadora só poderá avistar a luz branca de alcançado


(luz de popa) da outra.

Situação de Roda a Roda (Regra 14)

Quando duas embarcações a propulsão mecânica estiverem se aproximando em rumo


diretamente opostos ou quase diretamente opostos em condição que envolva riscos de
colisão, cada uma deverá guinar para o seu boreste, de forma que a passagem se dê por
bombordo uma da outra.
Durante à noite as embarcações estarão vendo simultaneamente as luzes de bordo
encarnada e verde da outra embarcação.

Situação de Rumos Cruzados (Regra 15)

Quando duas embarcações de propulsão mecânica navegam em rumos que se cruzam


em situação que envolve risco de colisão, a embarcação que avista a outra por boreste é
obrigada a manobrar e deverá se manter fora do caminho dessa, e caso as circunstâncias
o permitam, evitará cruzar a sua proa.

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Durante à noite a embarcação que avista a luz de bordo verde da outra embarcação tem a
preferência.

Prioridade entre Embarcações (Regra 18)

Embarcações a propulsão mecânica devem manobrar em relação à embarcação:


A - sem governo
B - de manobra restrita
C - engajada na pesca
D - a vela

Embarcações a Vela devem manobrar em relação à embarcação:


A - sem governo
B - de manobra restrita
C - engajada na pesca

Embarcações engajadas na pesca devem manobrar em relação à embarcação:


A - sem governo
B - de manobrar restrita

Embarcações de manobra restrita devem manobrar em relação à embarcação:


A - sem governo

Observação:

Embarcação sem governo: aquela que estar incapacitada de manobrar por qualquer
motivo.

Embarcação com capacidade de manobra restrita: aquela que estar limitada para manobra
por motivos operacionais.

Embarcação a vela com os panos abafados (sem as velas): aquela que estar navegando a
motor, ela é tratada com embarcação de propulsão mecânica.

Sistema de Balizamento Marítimo - IALA “B”

Sistema de Balizamento: é o conjunto de sinais náuticos de auxílio à navegação


compostos por balizas e bóias (cegas, luminosas, sonoras ou radioelétricos), podendo ser
fixas ou flutuantes, destinados a garantir uma navegação segura, fácil e econômica nas
vias navegáveis do país.

Sinal náutico: estrutura fixa ou flutuante com formas e cores determinadas, podendo ter
marcas no topo, destinado a transmitir uma informação específica ao navegante como
demarcar canais, barras de portos, rios e assinalar perigos a navegação.

É de responsabilidade da DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação), supervisionar a


operação de sinais náuticos e de sistemas de navegação.

Às Capitanias dos Portos competem a supervisionar, operar e manter os balizamentos.

Ao constatar qualquer irregularidade nos sinais náuticos ou auxílios à navegação, o


navegante deverá informar o fato ao agente de Autoridade Marítima local.

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A identificação dos sinais durante o dia é feita pela marca de tope, forma e cor.

A identificação do balizamento, à noite, é feita pelo ritmo de apresentação e cores das


luzes.

Observação: as situações que não são indicadas por balizamento, são as áreas de
regatas e pontos de espera das eclusas.

Sinais Laterais

A direção convencional de balizamento dos sinais laterais é do navegante vindo do mar se


dirigindo para os portos, estuários ou outra via navegável.

Os sinais que demarcam as margens de um canal são marcados com números crescentes
a partir da entrada do canal.

Vindo do mar, entrando no porto, devemos deixar por nosso bombordo o sinal lateral de
canal de cor verde, que possui numeração par. À noite este sinal exibe luz verde.

Vindo do mar, entrando num porto, devemos deixar por nosso boreste o sinal lateral de
canal de cor encarnada, que possui numeração ímpar. À noite este sinal exibe luz
encarnada.

Figura 19. Sinais Laterais de um canal

Sinais Laterais Modificados

Canal preferencial a bombordo (Boreste modificada): dentro de um canal, há a


possibilidade de bifurcação. Então aparecerão bóias encarnadas com uma faixa verde
indicando o canal preferencial a Bombordo. À noite exibe luz encarnada com um grupo de
lampejos compostos (2 + 1).

Figura 20. Bóias de canal preferencial a bombordo

Canal preferencial a boreste (Bombordo modificada): dentro de um canal, há a


possibilidade de bifurcação. Então aparecerão bóias verdes com uma faixa encarnada
indicando canal preferencial a Boreste. À noite exibe luz verde com um grupo de lampejos
compostos (2 + 1).

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Figura 21. Bóias de canal preferencial a boreste
Perigo isolado

É aquele construído sobre, fundeado junto ou sobre um perigo de dimensões


relativamente pequenas e com águas navegáveis em toda a sua volta. É de cor preta com
faixa(s) horizontal encarnada no seu tope tem duas esferas pretas. À noite este sinal
exibe luz branca com dois lampejos por período.

Figura 22. Bóias de Perigo isolado


Águas seguras

É aquela que indica a existência de águas navegáveis em torno de si. Possui faixas
verticais encarnadas e brancas no seu tope tem uma esfera encarnada. À noite este
sinal pode exibir luz isofásica branca, ou ocultação branca, ou lampejo longo a cada dez
segundos, ou em código Morse da letra “A”.

Figura 23. Bóias de águas seguras

Sinais especiais e Novos Perigos

Especial: são aqueles cuja finalidade não é orientar a navegação, mas indicar uma área ou
característica especial mencionados em documentos náuticos apropriados, como: áreas
de tubulação ou cabo submarino, áreas de exercício militar, recreação, etc. Tem cor
amarela e pode apresentar no tope um “X” também amarelo. À noite exibe luz amarela
em ritmo qualquer não conflitante com as luzes dos sinais de perigo isolado, águas
seguras e cardinais.

Figura 24. Sinais especiais

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Novos perigos: são sinais duplicados usados para descrever obstruções recentemente
descobertas e ainda não indicadas em cartas e documentos náuticos, como bancos de
areia, ou embarcações afundadas (soçobradas). Pode ser retirado quando for
suficientemente bem divulgado. Têm cores pretas com uma faixa amarela. À noite exibe
características luminosas muito rápidas ou rápidas.

Figura 25. Sinais de novos perigos

Sinais cardinais: são utilizadas para assinalar um perigo ou pontos de particular


interesse para o navegante.

Os sinais cardinais também podem ser usados para indicar que as águas mais profundas
estão no quadrante designado por ele, pode indicar o quadrante seguro para se navegar e
para chamar atenção de um ponto notável.

À noite os sinais cardinais emitem luz de cor branca.

Bóia de Sinal Cardinal Norte: indica que as águas mais profundas estão ao norte deste
sinal, ou indica ainda o quadrante em que o navegador deve se manter.

As bóias do sinal cardinal norte, são representadas por dois cones, um sobre o outro com
o vértice para cima, de cor preta e amarela – PA. À noite, com lampejos brancos rápidos
ou muito rápidos ininterruptos.

Figura 26. Bóia de sinal cardinal Norte

Bóia de Sinal Cardinal Leste: indica que as águas mais profundas estão a leste deste
sinal, ou indica o quadrante em que o navegante deve se manter.

Estas bóias são representadas por dois cones pretos unidos pela base, de cor preta com
uma larga faixa de cor amarela no meio - PAP. À noite, com 3 lampejos brancos rápidos
(10s) ou muito rápidos (com intervalos de 5s).

Figura 27. Bóia de sinal cardinal Leste

Bóia de Sinal Cardinal Sul: indica que as águas mais profundas estão ao Sul deste sinal,
ou indica o quadrante em que o navegante deve se manter.

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Estas bóias são representadas por dois cones pretos com os vértices para baixo de cor
amarela sobre preto – AP. À noite, com 6 lampejos brancos rápidos (em intervalos de 15s)
ou muito rápidos (em intervalos de 10s).

Figura 28. Bóia de sinal cardinal Sul

Bóia de Sinal Cardinal Oeste: indica que as águas mais profundas estão a Oeste do sinal,
ou o quadrante em que o navegante deve se manter.

Estas bóias são representadas por dois cones pretos um sobre o outro, unidos pelo vértice
de cor amarela com uma larga faixa preta – APA. À noite, com 9 lampejos brancos rápidos
(em intervalos de 15s) ou muito rápidos (em intervalos de 10s).

Figura 29. Bóia de sinal cardinal Oeste

Fluvial e Lacustre

A direção convencional na navegação fluvial é para quem sobe o rio, de jusante (foz) para
montante (nascente).

A margem esquerda é a situada de bombordo de quem desce o rio, navegando de


montante (nascente) para jusante (foz).

A margem direita é a situada de boreste de quem desce o rio, navegando de montante


(nascente) para jusante (foz).

Bóia de Marcação de Rota

Bóia de Bombordo: subindo um rio, de jusante para montante, devemos deixar por nosso
bombordo.
Descendo um rio, de montante para jusante, devemos deixar por nosso boreste. À noite o
sinal exibe refletivo branco.

Figura 30. Bóia de bombordo fluvial e lacustre

Bóia de Boreste: subindo um rio, de jusante para montante, devemos deixar por nosso
boreste.
Descendo um rio, de montante para jusante, devemos deixar por nosso bombordo. À noite
este sinal exibe refletivo branco.

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Figura 31. Bóia de boreste fluvial e lacustre

Sinais Fixos Demarcatórios de Rota

Navegar no canal costeando a margem até o próximo sinal.

Mudança de margem cruzando o canal para outra margem na direção do


próximo sinal.

Navegação pelo canal a meio do rio até o próximo sinal.

Perigo Isolado

Bifurcação de Canal

Sinalização de Pontes

Placa branca com triângulo encarnado no centro: pilar de ponte a boreste de quem sobe
ou a bombordo de quem desce o rio.

Figura 32. Pilar de ponte a boreste

Placa branca com retângulo verde no centro: pilar de ponte a bombordo de quem sobe ou
a boreste de quem desce o rio.

Figura 33. Pilar de ponte a bombordo

Placa branca contendo um losango amarelo no centro: tráfego permitido nos dois sentidos,
neste vão de ponte.

Figura 34. Tráfego permitido nos dois sentidos

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Placa branca contendo dois losangos amarelos no centro: tráfego com sentido único,
neste vão de ponte (do outro lado da ponte deve ter placa de tráfego proibido).

Figura 35. Tráfego com sentido único

Placa retangular encarnada com uma faixa horizontal branca no meio: tráfego proibido,
neste vão de ponte.

Figura 36. Tráfego proibido

3. MANOBRA DE EMBARCAÇÃO

Partes da embarcação

São partes de uma embarcação: proa, popa, boca, quilha, bordos e convés.

Leme: é uma estrutura metálica ou de madeira, que tem por finalidade dar direção à
embarcação e mantê-la no rumo determinado. Basicamente o leme se divide em: madre,
cana e porta.

Hélice: estrutura metálica que possui pás e serve para movimentar a embarcação através
do seu próprio giro, acoplado através de um eixo longitudinal a um motor.

Cabos principais de amarração (espias): são cabos de amarração usados na faina de


atracar uma embarcação nos cabeços dos cais, são chamados de lançantes, espringues e
traveses.

Lançante de Proa: evita que a embarcação caia a Ré.


Espringue de Proa: evita que a embarcação caia a Vante.
Través: evita que a embarcação se Afaste do Cais.
Espringue de Popa: evita que a embarcação Caia a Ré.
Lançante de Popa: evita que a embarcação Caia a Vante.

Amarras: são elos ou cabos que servem para prender a âncora ao paiol da amarra ou ao
convés da embarcação.

Manobras

Toda manobra deverá ser feita de forma franca e positiva, com ampla antecedência,
demonstrando à outra embarcação, que houve alteração de movimento.

A temperatura da água é um fator que NÃO altera as condições de manobra da


embarcação.

O nevoeiro é a principal ocorrência do tempo capaz de alterar a visibilidade ao nível do


mar.

Não é perigo à embarcação, em águas interiores a correnteza dos rios e as marolas.

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Uma embarcação está em movimento quando não se encontra fundeada, amarrada a terra
ou encalhada.

Correr com o tempo significa por o mar pela alheta e navegar com velocidade reduzida
para aguentar um temporal.

Efeitos Proa-Popa

Se a embarcação estiver com seguimento para ré o efeito será invertido, ou seja, com o
leme carregado para boreste, a proa vai para bombordo, pois a popa é que segue o leme.
Com o leme para bombordo, ocorre o mesmo efeito, a proa vai para boreste, e a popa
segue o movimento do leme.

Quando uma embarcação de dois hélices, um deles dá trás e outro adiante, com a mesma
rotação, essa embarcação tende a girar a proa para o mesmo bordo do hélice que dá trás.

Uma embarcação com seguimento, com rotação direita, com leme a meio, e hélice em
marcha a vante, a proa guinará para Boreste lentamente.

Uma embarcação com seguimento, hélice marcha a vante, com rotação direita, com leme
a bombordo, a proa guinará para Bombordo.

Atracar

Atracação é a manobra que se faz para segurar a embarcação por meio de cabos (espias)
amarrando num atracadouro, cais, ou trapiche flutuante de forma que fique por um
determinado tempo.

Na atracação contra a corrente, há mais vantagem, pois a própria correnteza empurra a


popa para o cais facilitando a atracação.
Ao se preparar para atracar, não se deve esquecer de usar as defensas no costado da
embarcação para amortecer os choques no cais.

Aproximação por Barlavento (lado de onde sopra o vento): aproximar paralelo ao cais,
quase parando. O vento ou corrente aproximará a embarcação do cais. Passar logo que
possível a espia pela proa e pela popa.

Figura 37. Atracação por barlavento

Aproximação por Sotavento (lado oposto ao lado que sopra o vento): numa atracação,
com vento ou corrente perpendicular ao cais, com aproximação por sotavento, a
embarcação deverá aproximar-se num ângulo de 45º. Assim que a embarcação tocar ao
cais, passar um espringue de proa. Dar leme para o bordo oposto ao cais, máquinas
adiante devagar e a popa encostará.

Figura 38. Atracação por sotavento


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Desatracar

É a manobra que se faz para soltar a embarcação do cais quando se deseja viajar,
desfazendo-se a amarração das espias do atracadouro. Para desatracar uma embarcação
procede-se da seguinte forma:

• Para se largar de um cais, com vento e corrente pela popa, deverá largar todas as
espias, exceto o espringue de proa, mantendo o leme na direção do cais, ir
recolhendo o espringue de proa e quando a popa estiver afastada, o leme a meio
dar máquinas atrás devagar.

Figura 39. Desatracar com vento e corrente pela popa

• Para se largar do cais com vento e corrente pela proa, deverá largar todas as
espias, exceto o espringue de popa e manter o leme contrário ao cais.

Figura 40. Desatracar com vento e corrente pela proa

• Para se largar de um cais sem vento e sem corrente, deverá com leme contrário ao
cais e máquinas devagar adiante, largar todas as espias, exceto o espringue de
popa, quando a proa da embarcação se afastar do cais recolher a espia e sair.

Figura 41. Desatracar sem vento e corrente pela proa

Tipos de Ancoras

As ancoras são peças metálicas, capazes de prender ao fundo, para permitir que a
embarcação se mantenha fundeada, ou seja, sem se deslocar da posição.
A ancora Danforth é a mais comum usada em embarcação de esporte e recreio.

Figura 42. Tipos de ancoras


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Fundeadouro

As fainas de fundear ou suspender devem ser feitas sempre observando as condições de


vento, corrente e maré, procurando afilar-se ao que predominar mais.

Uma condição que não é necessária para caracterizar um bom fundeadouro é ter um
espaço limitado para não se fundear fora da área permitida.

Ao escolhermos um local de fundeio, devemos ter em mente que um bom fundeadouro


deve:

• Ser abrigado de ventos, correntes e ondas;


• Ter uma profundidade adequada a nossa embarcação (cuidado para não encalhar
na baixa-mar);
• Ter um fundo sem grande declividade, pois em caso contrário facilmente a
embarcação “garrará”;
• Ter um fundo de boa “tença” (“poder de prender o ferro”). Os melhores fundos são
os de areia, lama, cascalho ou uma combinação deles;
• Ter espaço suficiente que permita a nossa embarcação girar sem perigo, em um
raio que será função da quantidade de amarra largada e do comprimento da
embarcação.

Observação: Ao escolhermos um local de fundeio devemos evitar o fundo


de pedra, para evitarmos perder o ferro ou a própria amarra, devido a um provável
“entocamento” nas pedras.

Procedimento de fundear e suspender

• Para fundear, devemos inverter a máquina e quando estiver caindo à ré, largar a
âncora.
• Para fundear com corrente e vento, deve-se aproar ao vento, caso a embarcação
tenha uma estrutura alta ao convés.
• Para suspender de um fundeadouro, devemos ir recolhendo a âncora, com máquina
devagar adiante, caso a amarra esteja tesada (voltada) para vante.

Observação: Pegar uma bóia para amarrar uma embarcação, deve aproar na bóia com
pouco seguimento.

Quando a embarcação é levada pelo vento, maré ou corrente, arrastando pelo fundo sua
âncora, diz-se que ela está: garrando.

Suspender, em manobra, significa sair da embarcação do local de fundeio, recolhendo a


âncora.

A bóia de arinque é utilizada para indicar o local onde a âncora ficou presa no fundo.

Se a permanência no fundeadouro é pequena, largamos um comprimento de amarra no


mínimo a três vezes a profundidade (se a amarra for toda de corrente). Mas se a demora
for maior, ou se a nossa amarra é mista devemos largar cinco vezes a profundidade.

Se é previsto mau tempo, podemos ainda aumentar por medida de segurança, a


quantidade de amarra, para oito vezes a profundidade do local.

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4. COMBATE A INCÊNDIO

Só haverá fogo quando ocorrer à presença de três elementos do triângulo do fogo: o


comburente, o combustível e a temperatura de ignição.

• Comburente: é toda substância que entrando em contato com o combustível


permite a ocorrência da reação química, que chamamos de combustão, o oxigênio
é um exemplo.
• Combustível: é o elemento da natureza capaz de se queimar na presença de
oxigênio. Os combustíveis que liberam gases numa temperatura ambiente capazes
de se inflamar são os voláteis.
• Temperatura de ignição: é a temperatura necessária para haver a reação química.

Extintores portáteis são equipamentos de combate a incêndio mais comumente


encontrado a bordo das embarcações de esporte e recreio.
Os extintores portáteis devem ser arrumados em locais de fácil acesso e de risco de
incêndio.
A quantidade e o tipo de extintor portátil, nas embarcações, devem ser cumpridos a bordo,
para seguir viagem, e são definidos em documento normativo da DPC.
Os extintores a bordo têm que ser revisados anualmente e estarem dentro da validade.
O peso bruto de um extintor portátil e carregado é de 25Kg.

Nos locais de difícil acesso, deve ser utilizado o sistema fixo com difusores fixos.

Classes de Incêndio

• Classe A ( ): sólidos inflamáveis (madeira, papel, plástico). Queimam em


superfície e profundidade, deixando resíduos sólidos após a queima (cinza).
• Classe B ( ): líquidos inflamáveis (gasolina, querosene, álcool). Queimam apenas
na superfície.
• Classe C ( ): materiais/equipamentos energizados (geralmente equipamentos
elétricos).
• Classe D ( ): metais inflamáveis (aqueles que queimam nas condições ideais de
temperatura e na presença do oxigênio). É extinto por abafamento, e nunca utilizar
extintores de água ou espuma para extinção do fogo.

Figura 43. Simbologia das classes de incêndio


Tipos de Extintores

Os agentes extintores são as substâncias que extinguem incêndios.

• Extintor de Água: indicado para incêndios de classe “A”, pois apaga o fogo por
resfriamento, utilizando a água como agente extintor.
• Extintor de Espuma: indicado para incêndios de classes "A" e "B. É composto
por uma mistura de líquido gerador de espuma (AFFF) e água usando ar
comprimido como propelente.

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• Extintor de pó químico: indicado para incêndios das classes “B” e “C”. No seu
interior tem um pó a base de bicarbonato de sódio ou de potássio.
• Gás Carbônico (CO2): indicado para incêndios de classes “C” e “B”. É
constituído por um cilindro de aço, com finalidade de armazenar o gás carbônico
sob pressão.
• Pó seco- indicado para incêndios de classe “D”.

Para se utilizar o extintor de água, deve-se apertar o gatilho e direcioná-lo para a base da
chama.
Para se utilizar o extintor CO2, deve-se retirar o pino de segurança, segurar o difusor e
apertar o gatinho, direcionando o jato, para a base do fogo.
Para se utilizar o extintor de espuma, deve-se virar o extintor, com a tampa para baixo, e
dirigir o jato sobre a base das chamas.

São cuidados que devemos ter com os extintores de CO 2: evitar o contato direto do jato
com a pele e os olhos.

Se estiver na cabine de comando e sentir cheiro de queimado vindo do motor. O extintor


portátil que deverá pegar é o de Espuma.
Se estiver na popa da embarcação e ver sair fumaça no console de navegação. O extintor
que deve pegar é o de CO2.

Podemos improvisar, para apagar incêndios, na falta de um extintor portátil, baldes de


água.

Observação: a melhor forma de evitar um incêndio a bordo é a prevenção, evitando que


ele ocorra.
E, um dos principais cuidados do amador quanto aos extintores de incêndio de bordo é
mantê-los disponíveis e dentro do prazo de validade.

Procedimentos

Colocar as pessoas a barlavento (lado de onde sopra o vento) e as chamas a sotavento


(lado para onde sopra o vento). Se o vento entrar pela proa colocamos as pessoas na
proa, se entrar pelo nosso través deve-se colocar na proa ou popa.

Figura 44. Procedimento durante um incêndio

Se embarcação começa a pegar fogo e o vento está entrando por boreste. O seu
posicionamento para dar o combate às chamas deve ser mantendo-se na proa ou na
popa.

Devemos nos aproximar das labaredas durante um incêndio a bordo de uma lancha por
barlavento.

20
Durante um incêndio deve seguir os seguintes procedimentos:

• Colocar os coletes salva-vidas.


• Desligar a chave geral do circuito elétrico.
• Interromper o combustível para o motor.
• Utilizar os extintores emitindo os jatos para a base das chamas.
• Havendo risco eminente de explosão, abandonar a embarcação utilizando-se do
bote ou balsa salva-vidas, valendo-se de equipamentos portáteis de
radiotransmissão e EPIRB.

5. NOÇÕES DE SOBREVIVÊNCIA E SEGURANÇA NO MAR

Compete à DPC (Diretoria de Portos e Costas) a homologação dos equipamentos de


salvatagem.

Equipamentos de salvatagem

A cobertura dos equipamentos de salvatagem é de cor alaranjada para facilitar a visão a


longas distâncias.

Com relação a equipamentos de salvatagem importados, para utilizá-los a bordo, o


proprietário deverá homologá-los na Diretoria de Portos e Costas (DPC).

Balsa

As balsas salva-vidas devem ser revisadas a cada 12 meses.

Balsa inflável: fica armazenada num casulo fechado e se infla através de um dispositivo
especial. Para sua utilização, devemos lançá-la ao mar e colher o cabo até que seja
encontrada certa resistência, quando deverá ser dado um puxão mais forte, o que liberará
a descarga das ampolas de CO2 que inflarão a balsa em cerca de 30 segundos.

Figura 45. Balsa inflável

Balsa rígida: utilizada para abandonar a embarcação em caso de emergência, devendo


ficar presa por um cabo que só deve ser cortado quando a embarcação estiver afundando.
Para embarcar devemos evitar fazer peso de um lado só para que não vire.

Figura 46. Balsa rígida

Observação: As baleeiras não são equipamentos de salvatagem exigidas em


embarcações de esporte e recreio.
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Colete salva vidas: meio individual de abandono capaz de manter uma pessoa,
mesmo inconsciente flutuando. Deve ser amarrado ao corpo com a parte flutuante para
frente.

São três as classes de coletes:


• Classe I: para alto mar.
• Classe II: para mar aberto.
• Classe III: navegação interior.

Na embarcação os coletes devem estar em local de fácil acesso e em número igual ao


limite máximo de pessoas a bordo e nunca amarrados na embarcação.

Bóia salva vidas: objeto flutuante com forma circular ou em ferradura, que se lança ao
mar para sustentar uma pessoa. Deve estar colocada em local de fácil retirada.

Figura 47. Bóia salva vidas.

Retinida: cabo flutuante, com alça de mão e comprimento variável que é presa à bóia
salva vidas facilitando o resgate de alguém que caiu na água.

Figura 48. Retinida

Fumígeno flutuante: pirotécnico que desprende fumaça, ele é utilizado pelo


náufrago durante o dia.

Figura 49. Fumígeno

Dispositivo de iluminação: objeto encimado por lâmpadas que se acende por meio de
corrente fornecida por pilhas.

As instruções para operar, manusear e lançar os foguetes e dispositivos fumígenos estão


nas embalagens dos mesmos.

Observação:
As embarcações de esporte e recreio para navegação em mar aberto com comprimento
maior ou igual a 12 metros deverão estar dotadas de duas bóias circulares com retinida,
fumígeno e dispositivo de iluminação automática.

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Abandono de embarcação

Nunca se deve abandonar a embarcação se não estiver apropriadamente vestido.


Antes de se abandonar à embarcação, deve vestir roupas quentes, as melhores roupas
para o náufrago usar são as feitas de lã.

A melhor maneira de saltar na água, utilizando o colete salva-vidas, é com as pernas


esticadas e os pés juntos.

No caso de abandono da embarcação, por causa de incêndio incontrolável, deve-se pular,


quando houver óleo na superfície d’água, contra a correnteza.
Para se afastar da embarcação acidentada, o mais rápido possível, deve-se nadar contra
a correnteza e se for o caso, por baixo d’água, até afastar o risco de óleo, na superfície.
Caso não haja vazamento de óleo e riscos de incêndio, nas proximidades da
embarcação, deve-se afastar dela nadando a favor da correnteza.

São perigos à embarcação, em águas interiores: toras de madeira flutuando, troncos de


árvore flutuando, pedras e bancos de areia.

Sobrevivência no mar

Todos que freqüentam o mar sejam como profissionais ou amadores, são náufragos em
potencial.
Sobre um náufrago atuarão alguns fatores, como: pânico, solidão, tédio, frio, fome, sede e
fadiga.

Um náufrago pode sobreviver por um longo período (de 35 a 40 dias) sem comida, desde
que tenha algo para beber.

Quanto à sede, o ser humano não é capaz de passar muitos dias sem água. As
embarcações de salvamento possuem rações líquidas, porém não são suficientes para
garantir um litro de água por homem por dia em um período de seis dias, essas rações
contém 1,5L de água por pessoa para seis dias.
Portanto, o mínimo de água que um indivíduo deve ingerir em sobrevivência no mar, a
cada 24 horas, é de 350 ml.
O homem saudável deve evitar beber água durante as primeiras 24 horas após o
naufrágio.
A água do mar não deve ser ingerida em hipótese alguma, pois o sal que contém acelera a
desidratação. A urina, também não pode ser ingerida.

As embarcações de salvamento possuem rações sólidas (compostas basicamente por


jujubas e chicletes - açúcares) que são suficientes para seis dias, por pessoa, porque o
corpo precisa primeiramente de açúcar e gordura e não de carne.

Observação: uma embarcação em faina de "homem ao mar", deve içar a bandeira Oscar.
O "homem ao mar" deve ser mantido pela popa da embarcação tanto quanto possível.

Animais perigosos

As cobras podem ser identificadas como venenosas, ou não, através das suas pupilas e
de seu rabo.
A maior cobra que existe e, passa quase toda a vida na água é a sucuri.

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As arraias ficam na lama, nas beiras dos rios e têm um ferrão venenoso, na ponta do rabo.

O tubarão não é um tipo de perigo ao náufrago nos rios.

6. PRIMEIROS SOCORROS

Primeiros socorros são as medidas emergenciais de prestação de socorro, antes do


encaminhamento médico.
As ações imediatas dos primeiros socorros são salvar a vida humana, aliviar as dores e
evitar complicações em feridos e acidentados.

O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve-se manter a calma e ter


em mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a importância de um médico.

Quando devemos prestar socorro?


Sempre que a vítima não esteja em condições de cuidar de si própria.

Observação:

• Pânico: evite o seu, o da vítima e o das pessoas à sua volta.


• Respiração: quatro minutos é o tempo máximo que o cérebro humano suporta sem
oxigênio, por isso verifique a respiração.
• Hemorragia: deve ser estancada rapidamente.
• Remoção da roupa: remover só a necessária, com cuidado e suavidade.
• Conforto: folgue a roupa do acidentado para que ele possa respirar com mais
facilidade e procure colocá-lo numa posição cômoda.
• Líquidos: nunca os administre em pessoas inconscientes, semi-inconscientes e com
hemorragias graves.
• Fratura: faça a imobilização na posição da fratura, ou seja, a mais natural em
relação ao acidente.
• Estado de consciência: procure conversar com o acidentado para mantê-lo
consciente.
• Temperatura: aqueça e mantenha o acidentado em uma temperatura confortável,
evitando o agravamento do estado de choque provocado por um calor excessivo.
• Anime o acidentado tirando-lhe a preocupação e o medo com seu estado.

Respiração Artificial com Massagem Cardíaca Externa

É a técnica utilizada para a vítima que deixou de respirar e o coração de bater.

Um sintoma que acompanha a parada cardíaca é a menina dos olhos dilatada.

Para se realizar a respiração boca a boca, deve-se, antes, verificar se existem corpos
estranhos na sua boca.
Na respiração boca a boca, deve-se deixar a cabeça da vítima voltada para trás.
A frequência de sopros por minuto, numa respiração boca a boca é de 10 a 15.

Técnica da massagem cardíaca

O processo mais eficaz quando executado por dois operadores é:

• Deitar a vítima de costas sobre uma superfície dura.


• Retirar da boca da vítima objetos estranhos como pontes, dentaduras e detritos.
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• Colocar uma das mãos sobre o queixo e a outra na parte alta da cabeça da vítima,
levando o pescoço e inclinando ao máximo a cabeça para trás, até que a ponta do
queixo fique voltada para cima. Para manter essa posição, use, por exemplo, uma
toalha ou camisas sob o pescoço.

• Ajoelhar ao lado da vítima e localizar a metade inferior do osso esterno, existente


no meio do peito.

Figura 50. Massagem cardíaca

• Apoiar a metade inferior da palma de uma das mãos no inferior do osso esterno e
colocar a outra mão por cima da primeira. Os dedos e a palma da mão devem ficar
longe do tórax da vítima, para que a compressão não danifique os órgãos próximos.

Figura 51. Indicação das mãos para a massagem cardíaca

• Manter os braços bem esticados e comprir verticalmente o tórax de vítima sobre o


osso externo com o peso superior do seu corpo.

Figura 52. Procedimento para iniciar a massagem cardíaca

Se estiver ajudante, enquanto um enche os pulmões, soprando adequadamente para


insuflá-los, o outro pressiona o peito a intervalos curtos de tempo, até que o coração volte
a bater.
Esta sequência deve ser feita da seguinte forma: se estiver sozinho, fazer dois sopros
para cada quinze compressões no coração (a nova definição é de dois sopros para cada
30 compressões); se houver alguém ajudando, dar um sopro para cada cinco
compressões.

Não se deve fazer pausas superiores a cinco segundos.


A frequência ideal de compressão e descompressão do peito, na massagem cardíaca
externa é de 69 vezes por minuto.

Em crianças, para realizar a massagem cardíaca, utilizar as pontas dos dedos.

O murro forte no peito deve ser tentado no caso de parada cardíaca, e que às vezes
funciona, de imediato.

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Capacidade de Movimentação

Paralisia de um dos lados do corpo, inclusive da face, pode indicar hemorragia cerebral
(derrame).
Paralisia das pernas pode indicar fratura de coluna abaixo do pescoço.
Paralisia de braços e pernas pode denunciar fratura de coluna ao nível do pescoço.

Fraturas

É a quebra de um ou mais ossos, podendo ser simples, composta ou exposta.

Uma fratura é considerada simples, quando há quebra de um único osso, sem romper os
tecidos da pela.
Composta, quando houver mais de uma quebra num mesmo osso.
Exposta quando o osso romper a pela se expondo ao meio ambiente.

Procedimentos:

No caso de fratura de antebraço podemos imobilizar com uma tábua, material grosso ou
papelão.
O dispositivo utilizado para imobilização se chama “tala”, que é o dispositivo utilizado para
imobilizar ossos quebrados, por meio de tiras de pano amarrados a ele.

Um braço deve ser imobilizado dobrado.


Uma perna deve ser imobilizada esticada e pode ser presa a madeiras compridas ou um
remo ou por meio de tiras de pano ou cintos.
Um pé de uma perna quebrada deve ficar imobilizado o mais natural possível.
Utilize o outro membro do acidentado no caso de não haver nenhum objeto para fazer uma
tala.

Caso exista risco de incêndio ou de explosão, em local próximo à vítima fraturada, deve-se
removê-la primeiro do local de risco.

Choque Elétrico

No caso de um acidentado com corrente elétrica, deve-se:

• Cortar a corrente elétrica o mais rápido possível com o acidentado.


• Caso não seja possível cortar a corrente, tome precauções para proteger a si
mesmo com roupas secas e materiais isolantes.
• Se for oportuno, utilize a velocidade e o peso do seu corpo, contra o acidentado,
para liberá-lo da corrente elétrica.
• Nunca utilize peça de metal para afastar a vítima do contato com a corrente.

Observação: no caso de parada respiratória e cardíaca aplicar os procedimentos da


massagem cardíaca externa.

Queimaduras

São ferimentos ou lesões devido à exposição excessiva aos raios solares, fogo, vapor,
líquidos quentes, animais marinhos como caravelas e águas - vivas, ou ao meio corrosivo.

Elas podem ser:

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• De primeiro grau, causa vermelhidão na pele.
• De segundo grau, causa aparecimento de bolhas na pele. Para evitar a infecção,
estas bolhas não devem ser furadas.
• De terceiro grau, causa carbonização e destruição da pele.

Observações:
As pequenas queimaduras podem ser lavadas com água, tomando-se o cuidado de não
romper as bolhas.

Nas grandes queimaduras, nunca se deve tirar a roupa da vítima.

Antes de se cobrir as queimaduras, com pano limpo, devemos passar mercúrio cromo ou
mertiolate.

Hemorragias

É a ruptura de vasos sanguíneos como artérias, veias ou capilares provocando grande


perda de sangue.

São consideradas hemorragias:


• Externas, quando a pele se rompe e o sangue sai para o exterior do corpo.
• Internas, quando o sangue sem ter por onde sair, acumula-se em cavidades
corporais.

Os tipos de hemorragias são:

• Capilar: quando há pequena perda de sangue. Não oferece preocupação imediata.


O fluxo de sangue é lento.
• Venosa: quando há perda de sangue escuro e contínuo. Deve ser estancada
pressionando o local com pano grosso. O fluxo de sangue é contínuo.
• Arterial: perda de sangue cor escarlate bem vivo, com esguichos em jatos rítmicos.
Há risco de morte se não for estancada a tempo com o uso do torniquete.

São atitudes certas, com relação a vítima de grandes hemorragias, não dar líquidos
enquanto estiver inconsciente e mantê-la agasalhada.

Para estancar uma hemorragia, deve-se pressionar o local com pano grosso.

O torniquete é utilizado para estancar hemorragias muito grandes.


O torniquete deve ser aplicado utilizando um pano largo e um pedaço de madeira que se
fixará ao pano por meio de um nó, de tal forma, que torcendo a madeira, a pressão
interrompa a hemorragia.
Deve-se desapertar o torniquete a cada 10 ou 15 minutos, para que não ocorra a
gangrena (apodrecimento dos tecidos).

Figura 53. Torniquete

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Insolação

É a exposição excessiva, direta e prolongada ao sol.


Sintomas: aumento de pressão, pulso forte, rosto afogueado, temperatura elevada, dor de
cabeça e geralmente desacordado.

Tratamento: deitar com a cabeça elevada, colocar gelo na cabeça, refrescar o corpo e não
dar estimulantes.

Observação: a ingestão de líquidos auxilia no combate a insolação.

Intermação

É a exposição ao calor radiante, ou seja, consequência do excessivo calor em locais


úmidos e não arejados sobre o indivíduo.

Hipotermia

É o termo dado a uma condição em que o corpo humano perde calor mais rapidamente,
estando a sua temperatura corporal a menos de 35ºC (95º F), quando as funções normais
do corpo ficam prejudicadas.
A hipotermia deve ser sempre suspeitada quando alguém é resgatado do mar.

Tratamento: após o resgate verificar a respiração e o batimento cardíaco, envolver a vítima


em um saco de dormir ou cobertores, colocar a vítima em um espaço não muito quente.
Se ela estiver consciente deve ser dado uma bebida quente, não alcoólica.

Congelamento

É o dano causado aos tecidos de uma extremidade do corpo pelo frio. Geralmente as
partes atingidas são: as mãos, os pés ou o nariz.

Tratamento: não esfregar os tecidos e não aquecer o local atingido a mais de 44ºC.

Pé de Imersão

O pé de imersão é provocado por exposição prolongada das pernas e dos pés ao frio e à
água. Se a exposição for contínua por vários dias, podem surgir manchas pretas de
gangrena nas pernas e pés.

Tratamento: manter o corpo tão seco quanto possível, procurando exercitar as pernas e
mexer com os dedos dos pés para melhorar a circulação. Pelo mesmo motivo, as botas,
calçados apertados ou meias molhadas devem ser retirados.

Afogamentos

É uma forma de asfixia pela substituição do ar atmosférico por água ou outro líquido.

Após a retirada do afogado da água, este geralmente está inconsciente, frio, arroxeado e
com as pupilas dilatadas. Às vezes não respira mais e o pulso está imperceptível. Não
conclua, por isso, que a vítima já está morta, a reanimação quase sempre é possível. Aja
rapidamente, mas com calma e decisão.

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Reanimação de adultos

Afogado respirando: deite o afogado de lado, para vomitar a água que bebeu. Tirar a
roupa molhada e aquecê-lo.

Afogado não respirando: deite o afogado de lado, limpe sua boca de objetos que obstruam
sua respiração e faça a respiração boca a boca. Caso o coração do afogado não esteja
batendo, fazer a respiração boca a boa com massagem cardíaca.

Reanimação de crianças

Se a vítima for criança, segurá-la no ar de bruços, com o seu braço por entre as pernas da
criança, mantendo a cabeça em nível mais baixo que as pernas e voltada em direção ao
chão.

Figura 54. Reanimação de criança

Salvamento de afogados ou náufragos

Devemos nos aproximar de um afogado ou de um náufrago sempre pelas costas,


pegando-o pelos cabelos ou pela roupa. Dessa forma, evitamos ser agarrado por ele
pondo em risco nossa vida.

Havendo corrente forte, ou se o local for muito afastado da terra ou da embarcação de


socorro, não devemos nadar, para pouparmos energia.

A maneira mais eficaz de aguentar o náufrago até que chegue o auxílio, é de costas.

Figura 55. Salvamento de afogados ou náufragos

7. NOÇÕES DE COMUNICAÇÕES NA NAVEGAÇÃO INTERIOR

O rádio VHF- Marítimo é obrigatório para as embarcações de esporte e recreio


classificadas para alto mar e navegação costeira, que quando navegando, deverão manter
escuta permanente no canal 16 ou 70 (se equipamento DSC, que são canais de socorro),
além das seguintes características:

• Transceptor fixo VHF- com potência mínima de 25 w, para operar no limite da


navegação em mar aberto, tipo costeira, e na navegação interior.
• Transceptor portátil VHF- para uso em caso de abandono da embarcação ou falha
de operação do equipamento orgânico.

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Figura 56. Equipamentos de comunicação

Canais Especiais do VHF:

• Canal 16 – Canal de chamada, canal de escuta permanente, canal de Socorro e


Segurança.
• Canal 6 – Canal utilizado para comunicações entre embarcações.
• Canal 13 – Canal utilizado para comunicações de segurança entre embarcações.
• Canal 70 – É proibido a transmissão em radiotelefonia neste canal, pois ele é
destinado a comunicações em DSC (Chamada Seletiva Digital).

O transceptor de radiotelefonia marítima, na faixa de freqüências de MF/HF, é comumente


chamado a bordo apenas de “SSB”, isto porque esta sigla representa o tipo de modulação
feita pelo equipamento. As embarcações que trafegam fora do raio de ação de um VHF
(aproximadamente 50 milhas náuticas) deverão estar equipadas também com um
transceptor SSB.

O SSB pode ser usado para:

• Comunicação entre embarcações.


• Comunicação entre uma embarcação e uma Estação Costeira.
• Comunicação entre uma embarcação e um telefone, por meio de uma Estação
Costeira.
• Transmissão e recepção de mensagens de Socorro (mensagens acerca da
segurança da vida humana no mar, ou seja, de pessoas que estejam correndo risco
de vida).

8. LESTA- RLESTA- NORMAM 03/ DPC

Lesta: é a Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário que dispõe sobre a segurança da


navegação em águas sob a jurisdição nacional, sendo regulamentada pelo RLESTA.

NORMAM 03/DPC: são as Normas da Autoridade Marítima que completam o RLESTA,


tendo como propósito, estabelecer normas de procedimentos para embarcações não
comerciais visando à segurança da navegação, salvaguarda da vida humana no mar e à
prevenção contra a poluição do meio ambiente marinho por tais embarcações.

A NORMAM-03 define lotação como: Quantidade máxima de pessoas autorizadas a


embarcar, incluindo a tripulação.

Competência e atribuição

Compete à Diretoria de Portos e Costas (DPC)- estabelecer as normas de tráfego e


permanência nas águas nacionais para as embarcações de esporte e recreio.

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É atribuição das Capitanias dos Portos (CP), suas Delegacias (DL) e Agências (AG) a
fiscalização do tráfego aquaviário, nos aspectos relativos à segurança da navegação, à
salvaguarda da vida humana e à prevenção da poluição ambiental, bem como o
estabelecimento de Normas de Procedimentos relativas à área sob sua jurisdição.

O setor da Capitania dos Portos que fiscaliza o cumprimento das normas é a Inspeção
Naval.

Os danos causados aos sinais náuticos sujeitam o infrator a repará-los.

Aquaviário e Amador

A lei estabeleceu conceito e definições dos quais podemos citar as de maior interesse:
• Aquaviário: é todo aquele que com habilitação certificada, pela autoridade marítima,
para operar embarcações em caráter profissional.
• Amador: é todo aquele com habilitação certificada, pela autoridade marítima, para
operar embarcações de esporte e recreio, em caráter não profissional.

Categoria para Habilitação Amadora

• Capitão Amador: é a pessoa com idade de mínimo de 18 anos, apto para conduzir
embarcações entre portos nacionais e estrangeiros, sem limite de afastamento da
costa.
• Mestre Amador: é a pessoa com idade mínima de 18 anos, apto para conduzir
embarcações entre portos nacionais e estrangeiros nos limites da navegação
costeira (20 milhas da costa).
• Arrais Amador: é a pessoa com idade mínima de 18 anos, apto para conduzir
embarcações nos limites da navegação interior (águas interiores abrigadas e
parcialmente abrigadas definidas pelas CP, DL, e AG da região).
• Motonauta: apto para conduzir JET-SKI® nos limites da navegação interior.
• Veleiro Amador: é a pessoa com idade mínima de 8 anos, sob responsabilidade dos
pais, apto para conduzir embarcações à vela sem propulsão a motor nos limites da
navegação interior.

Denominações

Proprietário: é a pessoa física ou jurídica, em nome de quem a propriedade da


embarcação é inscrita na autoridade marítima, e quando legalmente exigido, no Tribunal
Marítimo.

Tripulante: é o aquaviário ou amador que exerce função embarcada, na operação da


embarcação.

Passageiro: é todo aquele que, não fazendo parte da tripulação nem sendo profissional
não-tripulante prestando serviço profissional a bordo, é transportado pela embarcação.

Tripulação de Segurança: é a quantidade mínima de tripulantes necessária a operar com


segurança a embarcação.

Deveres do comandante: por ser o responsável por tudo que diz respeito à embarcação,
seus tripulantes e demais pessoas a bordo, compete a ele:

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• Cumprir todas as regras e leis e fazer cumprir todas as leis por todas as pessoas
a bordo, mantendo a disciplina.
• Respeitar a capacidade máxima de pessoas autorizadas a embarcar (lotação).
• Inspecionar a embarcação pelo menos uma vez por dia para ver as condições
anormais.
• Comunicar à autoridade marítima (CP, DL, AG) qualquer incidente a bordo.
• Quando sair barra a fora, reportar ao serviço de rádio local ou entregar antes do
início da viagem, na marina ou clube náutico, um plano de navegação.

Inscrição e Registro de Embarcação

Inscrição da embarcação: é o seu cadastramento na autoridade marítima (CD, DL, ou AG)


com atribuição do nome e do número de inscrição e expedição do respectivo Título de
Inscrição de Embarcação (TIE).

O prazo máximo para inscrição de embarcações de médio porte (comprimento inferior a 12


metros e maior de 15 metros) e miúdas (comprimento até 5 metros), deve ser feita até 15
dias após sua aquisição.

Registro de embarcação: é o cadastramento no Tribunal Marítimo para embarcações com


comprimento igual ou maior de 24 metros (iate).

Termo de responsabilidade: é o documento formal necessário para a inscrição da


embarcação, através do qual o proprietário assume compromisso legal de cumprir todas
as normas de segurança previstas.

Classificação das embarcações

Navegação interior: é a realizada em hidrovias interiores, assim considerados rios, canais,


lagoas, baías, angras, enseadas e áreas marítimas consideradas abrigadas e
parcialmente abrigadas (Arrais Amador, Motonauta ou Veleiro).

Navegação mar aberto: é a realizada em águas marítimas consideradas desabrigadas


(Mestre amador).

Navegação de cabotagem: é a realizada entre portos ou pontos de território brasileiro,


utilizando a via marítima, ou esta e as vias navegáveis interiores.

Navegação de longo curso: é a realizada entre portos brasileiros e estrangeiros (Capitão


Amador).

Observação: A embarcação classificada como de interior pode ser conduzida por


qualquer Arrais-Amador.

Áreas Seletivas para Navegação

São áreas de limites de navegação, a partir da linha de arrebentação das ondas (linha de
base) ou do início do espelho d’água para lagos e lagoas.

A aproximação da linha de base para fundeio deverá ser feita perpendicular a esta e com
velocidade máxima de 3 nós.

32
Tabela 1. Distância para fundeio de embarcações.

Áreas de segurança: são áreas de tráfego ou fundeio proibido, devendo ser respeitada
uma distância mínima de: 200 metros de instalações militares e 500 metros das
plataformas de petróleo.

SOLAS- Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar

Qualquer pessoa, especialmente, o comandante da embarcação, é obrigada, desde que o


possa fazer sem perigo para a sua embarcação, tripulantes e passageiros, a socorrer
quem estiver em perigo de vida no mar, nos portos ou nas vias navegáveis interiores.

Qualquer pessoa que tomar conhecimento da existência de vida humana em perigo no


mar, nos portos ou vias navegáveis interiores, deverá comunicar o fato à Autoridade Naval
com maior rapidez possível.

Nada será devido pela pessoa socorrida, independentemente de sua nacionalidade,


posição social e das circunstâncias em que for encontrada.

Uso da Bandeira Nacional

As embarcações de esporte e/ou recreio, exceto as miúdas, deverão usar na popa a


Bandeira Nacional nas seguintes situações:

• Na entrada e saída dos portos das 8:00 horas ao por do sol;


• Quando trafegando à vista de outra embarcação, de povoação ou de farol com
guarnição;
• Em porto estrangeiro, acompanhando o cerimonial do país.

O cerimonial marítimo prevê o embandeiramento das embarcações nas seguintes datas:

• Em grande gala: 7 de Setembro, 15 de Novembro.


• Em pequena gala: 1º de Janeiro, 21 de Abril, 1º de Maio, 11 de Junho, 19 de
Novembro, 13 de Dezembro e 25 de Dezembro.
• Funeral: 2 de Novembro.

Penalidades

A embarcação será apreendida e o condutor terá a carteira de habilitação de amador


suspensa por até 120 dias:

• Se conduzir a embarcação em estado de embriagues ou sob o efeito de substância


tóxica de qualquer natureza. A reincidência sujeitará ao infrator a pena de
cancelamento da Carteira.

33
Caso a irregularidade determinante de apreensão da embarcação não seja sanada no
prazo devido, a embarcação será leiloada ou incorporada aos bens da União.

As embarcações serão apreendidas, sem prejuízo das penalidades previstas, quando


flagradas nas seguintes situações:

• Navegando em área para a qual não foi classificada.


• Conduzida por pessoal sem habilitação.
• Trafegando sem o TIE.
• Sendo utilizada para a prática de crime.
• Trafegando sem luzes e marcas previstas nas normas em vigor.
• Trafegando em péssimo estado de conservação.
• Quando deixar de atender determinação para interromper a singradura.
• Em caso de violação de lacre da Capitania, Delegacia ou Agência.
• Quando sendo classificada como de esporte e recreio estiver sendo utilizada
comercialmente para o transporte de passageiros ou carga ou turismo e diversão.
• Quando descumprindo as restrições estabelecidas para as áreas seletivas para a
navegação.
• Trafegando em área de segurança.
• Quando estiver sendo conduzido por pessoal em estado de embriaguez ou sob
efeito de substância tóxica de qualquer natureza.

Se o comandante entregar a condução da sua embarcação a alguém sem habilitação,


acontecerá a cassação de sua habilitação.

Implica em multa ou suspensão da habilitação do amador até 30 dias, se:

• Navegar com habilitação vencida ou desatualizada.


• Navegar com a embarcação com dotação de itens e equipamento de navegação ou
comunicação inoperante, em mau estado ou com prazo de validade vencida.
• Navegar sem documento de registro ou de inscrição da embarcação.
• Navegar em embarcação transportando carga perigosa ou carga no convés em
desacordo com as normas.
• Navegar em embarcação com velocidade superior a permitida.

Implica em multa ou suspensão da habilitação do amador até 60 dias, se:

• Navegar em embarcação sem dotação de itens e equipamentos obrigatórios a


bordo.
• Navegarem embarcação com falta de equipamento de navegação exigido ou com
luzes de navegação em desacordo com as normas.
• Navegar em embarcação com equipamento de combate a incêndio ou de proteção
contra incêndio defeituoso ou inoperante.
• Navegar em embarcação com excesso de carga ou quando a embarcação
apresentar as linhas de carga ou bordas livres submersa.
• Navegar em embarcação com excesso de passageiros ou de lotação autorizada.
• Trafegar com a embarcação em área de banhista ou exclusiva para determinado
tipo de embarcação.
• Descumprir as regras do RIPEAM.
• Descumprir as Regras regionais sobre o Tráfego estabelecidas pelo representante
local ou autoridade Marítima.
• Causar danos a sinais náuticos.

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Implica no cancelamento da habilitação do amador

• O descumprimento das competências estabelecidas na RLESTA.


• Conduzir a embarcação com a carteira de habilitação suspensa.
• Utilizar a embarcação para a prática de crime.

Observação: um infrator, após o recebimento do auto de infração, pode apresentar sua


defesa num prazo de 15 dias.

O cancelamento da inscrição de embarcação ocorrerá, obrigatoriamente, quando:

• A embarcação deixar de pertencer a qualquer pessoa física residente e domiciliada


no país, às entidades públicas ou privadas e aos estrangeiros que possuem o
registro de propriedade da embarcação.
• Houver naufragado.
• For desmontada para sucata.
• For abandonada.
• Tiver seu paradeiro ignorado por mais de dois (2) anos.
• Tiver o registro anulado.
• Provado ter sido a inscrição feita mediante declaração, documentos ou atos
inquiridos de dolo, fraude ou simulação.
• Determinado por sentença judicial transitado em julgado.

A infração e seu auto serão constatados:

• No momento em que for praticada a infração.


• Mediante apuração.
• Mediante inquérito administrativo.

Observações:

A reincidência, para efeito de gradação das penalidades, é a repetição da mesma infração


em um período igual ou inferior a 12 meses.

A reincidência é uma circunstância agravante às infrações.

O não pagamento de uma multa sustará o andamento de qualquer documento ou ato


administrativo até sua quitação (Art. 20 da LESTA).

Além da multa o certificado de habilitação poderá ser suspenso para quem navega em
área de banhistas por até 60 dias.

Para segurança da embarcação, devemos proceder diversas verificações antes de


sairmos para navegar, menos verificar se a embarcação está com as acomodações limpas
e arrumadas

É competência dos municípios o ordenamento do uso das praias.

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Bibliografia

• Marinha do Brasil, Diretoria de Portos e Costas, Ensino Profissional Marítimo CFAQ


II - Introdução à Arte do Marinheiro. 1ª edição, Rio de Janeiro, 2003.

• Marinha do Brasil, Diretoria de Portos e Costas, Ensino Profissional Marítimo


CFAQII - Manual de Combate a Incêndio. Rio de Janeiro, 2000.

• Marinha do Brasil, Diretoria de Portos e Costas, Ensino Profissional Marítimo


CFAQII - Primeiros Socorros. 1ª edição, Rio de Janeiro, 2003.

• Marinha do Brasil, Diretoria de Portos e Costas, Ensino Profissional Marítimo CFAQ


III - Regras de Manobra e Sinalização Náutica. 1ª edição, Rio de Janeiro, 2003.

• Marinha do Brasil, Diretoria de Portos e Costas, Ensino Profissional Marítimo CFAQ


III - Legislação. 1ª edição, Rio de Janeiro, 2003.

• Porthos Náuticas®- Curso Arrais Amador, Carlos Polacco.

• Imagem da capa retirada da: http://galeria.colorir.com/veiculos/barcos/aquaticos-barco-


pintado-por-leo-lancha-806415.html em 6/9/2012.

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