Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Florianópolis, SC – Brasil
2018 (2ª Edição)
LISTA DE FIGURAS
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 7
1º MÓDULO – Conhecendo uma embarcação ........................................... 9
1.1. Objetivo Geral ................................................................................................................. 9
1.2. Embarcações ................................................................................................................... 9
1.3. Classificação ................................................................................................................... 9
1.4. Partes de uma Embarcação ........................................................................................... 10
1.5. Medidas Linares .............................................................................................................. 12
1.6. Medidas Não-Lineares ................................................................................................... 13
1.7. Movimentos da embarcação ......................................................................................... 14
1.8. Sistema de fundeo ......................................................................................................... 15
1.8.1. Aparelho de Fundear e Suspender ........................................................................ 15
1.8.2. Manobra de fundear ............................................................................................... 16
1.8.3. Tipos de âncoras mais usados ............................................................................. 18
1.9. Como se portar em uma embarcação ........................................................................... 19
2º MÓDULO – Propulsão e outros sistemas ............................................... 20
2.1. Objetivos geral................................................................................................................. 20
2.2. Sistema da propulsão .................................................................................................... 20
2.3. Partes de um motor de combustão interna ................................................................. 20
2.3.1. Bloco ....................................................................................................................... 20
2.3.2. Cabeçote e Tampa de Válvulas ............................................................................. 21
2.3.3. Cárter ....................................................................................................................... 21
2.3.4. Pistão (Êmbolo) e suas partes .............................................................................. 22
2.3.5. Biela ......................................................................................................................... 22
2.3.6. Virabrequim e Volante do motor ........................................................................... 23
2.3.7. Válvulas e outras componentes ........................................................................... 23
2.3.8. Outras partes do motor ......................................................................................... 24
2.4. Motor do ciclo Otto ........................................................................................................ 24
2.4.1. Ciclo de 4 tempos do motor de ciclo Otto ........................................................... 25
2.4.2. Ciclo de 2 tempos do motor de ciclo Otto ........................................................... 26
2.5. Motores do ciclo Diesel ................................................................................................. 27
2.5.1. Ciclo de 4 tempos do motor de ciclo Diesel ........................................................ 27
2.5.2. Ciclo de 2 tempos do motor de ciclo Diesel ........................................................ 28
2.6. Sistemas de Refrigeração .............................................................................................. 29
2.6.1. Arrefecimento direto por meio de ar (forçado) ................................................... 29
2.6.2. Arrefecimento por meio líquido ............................................................................ 29
2.7. Sistemas Hidráulicos ...................................................................................................... 31
2.7.1. Sistema de Leme Hidráulico ................................................................................. 31
2.8. Sistemas Elétricos .......................................................................................................... 32
2.8.1. Eletricidade .............................................................................................................. 32
2.8.2. Tensão, corrente e outras grandezas elétricas ................................................... 32
2.8.3. Circuitos elétricos .................................................................................................. 33
2.9. Outros Sistemas ............................................................................................................. 35
3º MÓDULO – Segurança e Legislação ......................................................... 36
3.1. Objetivo geral................................................................................................................... 36
3.2. Segurança ...................................................................................................................... 36
3.2.1. Antes de embarcar ................................................................................................. 36
3.2.2. Durante a navegação ............................................................................................. 37
3.2.3. Ao regressar ........................................................................................................... 37
3.2.4. Outras informações importantes .......................................................................... 38
3.3. Prevenção contra incêndio ........................................................................................... 38
3.4. Fogo .................................................................................................................................. 39
3.4.1. Triângulo do Fogo .................................................................................................. 39
3.4.2. Tetraedro do Fogo................................................................................................... 40
3.4.3. Propagação do Fogo ............................................................................................. 40
3.4.4. Fases de um Incêndio ............................................................................................. 40
3.5. Classes do Fogo .............................................................................................................. 41
3.6. Métodos de Extinção ...................................................................................................... 42
3.7. Tipos de Extintores ........................................................................................................ 43
3.8. Procedimentos de combate a incêndio a bordo ......................................................... 44
3.9. Normas de incêndio ....................................................................................................... 44
3.10. Sobrevivência ............................................................................................................... 45
3.11. Noções de Primeiros Socorros .................................................................................... 45
3.12. Compressão Torácica .................................................................................................. 47
3.13. Legislação ..................................................................................................................... 48
3.13.1. Águas Jurisdicionais Brasileiras ........................................................................ 48
3.13.2. Legislação Marítima e Ambiental ....................................................................... 54
4º MÓDULO – Navegação .......................................................................................... 58
4.1. Introdução ........................................................................................................................ 58
4.2. Fundamentos de cartografia e cartas náuticas ........................................................... 58
4.3. Instrumentos de Navegação ......................................................................................... 60
4.3.1. Bússola ................................................................................................................... 60
4.3.2. Princípio de funcionamento de uma bússola ..................................................... 60
4.4. RIPEAM - Definições e aplicação das regras ............................................................... 61
4.5. Luzes e marcas ................................................................................................................ 62
4.5.1. Embarcação de propulsão mecânica de comprimento igual ou superior a 50
metros ..................................................................................................................... 63
4.5.2. Embarcação de propulsão mecânica de comprimento inferior a 50 metros ... 65
4.5.3. Observações ............................................................................................................ 66
4.6. Embarcações a vela em movimento ............................................................................. 66
4.7. Manobras ......................................................................................................................... 67
4.7.1. Roda a Roda ........................................................................................................... 67
4.7.2. Ultrapassagem ou Alcançando ............................................................................. 68
4.7.3. Situação de Rumos Cruzados ou de Colisão ...................................................... 68
4.7.4. Efeitos que influenciam na embarcação .............................................................. 68
4.7.5. Interação entre embarcações ............................................................................... 69
4.7.6. Esquema de Separação de Tráfego ..................................................................... 71
4.7.7. Embarcação Obrigada a Manobrar ....................................................................... 72
4.7.8. Regra da Preferência ............................................................................................. 73
4.7.9. Embarcações em Visibilidade Restrita ................................................................ 73
4.8. Sinais Sonoros ............................................................................................................... 74
4.9. Balizamento .................................................................................................................... 77
4.9.1. Sinais de Balizamento ........................................................................................... 77
4.9.2. Sinais laterais ......................................................................................................... 77
4.9.3. Sinais laterais modificados ................................................................................... 78
4.9.4. Sinais Cardinais ..................................................................................................... 79
4.9.5. Outras Balizas ........................................................................................................ 79
4.9.6. Placas ou bandeiras .............................................................................................. 82
4.9.7. Sinais em pontes .................................................................................................... 83
4.10. Manobras de atracação e saída de cais ..................................................................... 84
5º MÓDULO – Cabos e nós ...................................................................................... 88
5.1. Objetivos .......................................................................................................................... 88
5.2. Nó Direito ......................................................................................................................... 88
5.3. Nó de 8 .............................................................................................................................. 88
5.4. Lais de Guia ..................................................................................................................... 89
5.5. Volta do Fiel (Calão) ........................................................................................................ 89
5.6. Nó de Escota .................................................................................................................... 90
5.7. Volta do Cunho ................................................................................................................ 90
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 91
ANEXOS ................................................................................................................................ 92
7
INTRODUÇÃO
A Central de Aventuras – Escola Náutica é uma escola que se dedica as atividades aquáticas
há 10 (dez) anos, agora, também na instrução a navegadores. Homologada pela Marinha do Brasil,
prepara seus alunos para realizar a prova de Arrais Amador e Motonauta.
A saída será no trapiche do Canal da Barra. Podendo ser realizada com a embarcação Cultura
Subaquática um Barco-escola (35 pés, motor ciclo diesel) no qual teremos aulas teóricas e
práticas aplicadas durante a navegação; o outro bote, Estrela do Sul (30 pés, motor ciclo Oto).
Tendo em vista que este é baseado em normas da Marinha Brasileira, alguns textos foram
transcritos na íntegra, conforme a norma por esta disponibilizada, além de outras fontes de conteúdo
devidamente listadas nas referências.
Conhecer de forma usual o sistema de propulsão da embarcação e demais sistemas, como elétrico,
hidráulico e outros
Noções de combate a Incêndio, Primeiros Socorros, Noções de Segurança no Mar, Rios, Lagoas e
Canais; Rlesta, Normam, infrações e penalidades
8
RIPEAM, navegação restrita, Sistema de Balizamento, IALA B, Sinais, e marcas, Luzes, Regras de
Governo, Noções de Comunicação e Comandos.
1.2. Embarcações
É denominada embarcação uma construção com casco flutuante, feita de diversos materiais,
podendo transporta carga e pessoas com segurança sobre as águas.
De acordo com o seu tamanho podem ser chamados de diversos nomes, como Navio
(embarcação de grande porte), Escuna, Lancha, e outros.
1.3. Classificação
As embarcações podem ser divididas em três classificações simples que descrevem de acordo
com a finalidade, construção e propulsão, como descrita na tabela 1 abaixo:
Diversos: combustão,
Quanto à propulsão¹ Combustão Combustão
elétricos e a vela, a remo
As embarcações possuem nomenclaturas distintas para definir as suas partes, assim como
carros, que possuem parte dianteira e traseira, as embarcações possuem proa e popa, e nos casos
das laterais direita e esquerda de um carro, temos boreste e bombordo nas embarcações, além de
corpos – de-vante, e corpos - de-ré entre outras que veremos.
Proa – parte terminal de vante da embarcação possuindo formato de cunha, o que facilitando
o corte da água para navegação.
Popa – terminação do corpo de ré, sua estrutura é projetada para tornar mais eficiente a ação
do sistema de propulsão e leme, bem como o escoamento da água.
Bordos – sãos os lados de uma embarcação (divisão longitudinal), assim como nos carros,
sempre definidos da parte trás (popa) para à frente (proa), no caso a lateral direita é
denominada boreste (BE) e bombordo (BB) a lateral esquerda (figura 2).
Bochecas – são as partes curvas do costado dos bordos, ficam próximos à proa, também
denominados de Amura. Indica também uma direção entre a proa e o través da embarcação.
Alheta – são também partes curvas do costados dos bordos, porém ficam localizados próximo
à popa.
BORESTE
Casco - é a base à embarcação onde na parte inferior corre a quilha, que acompanha todo o
casco, desde a proa até a popa, servindo-lhe de peça principal de sustentação da sua estrutura.
A quilha funciona no casco como a coluna vertebral no corpo humano e o divide em dois bordos
(figura 3).
Obra Viva – parte inferior do casco que entra em contato com a água;
Obra Morta – parte superior do casco que não está em contato com a água e demais
construções acima.
Convés – é o fechamento do casco. Este pode ser de madeira ou metálico. Há navios que têm
mais de um convés. Neste caso chamamos o primeiro de principal e os restantes numerados
como 2º, 3º, etc..
Superestruturas – são as elevações construídas sobre o convés principal. Existem vários tipos
de superestrutura, como castelo e tombadilho, sendo a principal denominada central. Em
12
Castelo – Denominamos castelo de proa, a plataforma que fica no convés a vante, destinada
aos serviços de atracação, desatracação, fundear e suspender.
Mastro – Os mastros, a bordo, têm inúmeras funções, como sinais, velas, fixação de aparelhos
de laborar, posto de vigilância, etc.
Leme – Há diversos tipos de leme, todos usados para dar direção às embarcações.
De acordo com a embarcação, está apresentará outras partes e estruturas, como gruas de
cargas, escotilhas e escotilhão, vigia, olho de boi e outros.
• Calado – É a distância vertical entre a superfície d’água (linha d’água) e a parte mais
baixa da embarcação, formada pela quilha ou pela linha da quilha. O Calado é
influenciado pela quantidade de carga a bordo, sendo tanto maior, quando mais
carregada a embarcação.
- Máquina de suspender: É a unidade que exerce a força para suspender a âncora com a
amarra. A máquina de suspender é denominada cabrestante, quando esta possui o eixo
acionador da coroa. Cabestrante ou molinete para içar a ancora;
- Amarras: Corrente especial constituída por elos com ou sem malhete, que agüenta a força de
fundeio da âncora nos fundeadouros. É o elemento que liga a âncora ao navio para suspende-la ou
arriá-la;
- Gateira – aberturas feitas no convés, por onde as amarras passam para o paiol;
- Escovém: Local de estocagem da âncora quando esta não está em uso, sendo também o
local de passagem da amarra do convés para o costado. É constituído por Beiço (convés);
Tubo e Gola. A gola normalmente possui uma grande espessura;
- Mordente – Peça fixa no convés para agüentar a amarra, mordendo-a em um dos elos, não
permitindo que o esforço de tração seja exercido diretamente sobre a coroa da máquina de
suspender. Faz parte do aparelho de fundear;
Enquanto em terra qualquer problema que ponha em causa o andamento de, por
exemplo, um automóvel no mar se isso, ou qualquer outra coisa semelhante acontecer, não
podemos pura e simplesmente encostar a embarcação para "mais tarde" resolver a situação.
17
Por vezes a única solução é mesmo fundear (figura 10) para podermos solucionar o
problema ou mesmo pedir por socorro de modo a que não possamos, por exemplo, ir à deriva
de encontro às rochas.
O Ferro é usado não só para fundearmos para um descanso e uns banhos, mas
também numa emergência o que obriga a que esteja sempre em boas condições e disponível.
1º estudar o local - Devemos conhecer ou pela prática ou por uma carta náutica o local
onde pretendemos fundear, ou seja, o tipo de fundo, altura da sonda, condições
atmosféricas e de mar, a previsão da maré e se existem outras embarcações já
fundeadas. Convém ter sempre uma alternativa no caso da manobra falhar ou não
resultar. Deve escolher fundos de areia ou lodo e não muito altos.
2º preparar o ferro - Um tripulante à proa com o ferro preparado para largar. Amarra
sem "cocas" e convés limpo de modo que não haja impedimentos à saída. Talvez seja
necessário acrescentar a bóia de arinque.
3º aproar ao mais forte - Quando se aproximar do local, aproado ao mais forte, vento
ou corrente, retire motor e arreie a vela de proa - e a grande se aproar à corrente.
4º arrear o ferro - À ordem do comandante, quando o barco começar a andar à ré, deve
descer (não atirar!) o ferro até tocar no fundo. Soltar devagar a amarra de maneira a
facilitar, com o peso que o barco exerce, o unhar no fundo. Normalmente larga-se 3 a
5 vezes de amarra em altura do fundo em condições normais. De 5 a 7 vezes de
amarra se houver previsão de "tempo" rijo.
5º verificar a posição Depois de amarrar o cabo num cunho é altura de verificar através
de pontos de referência fixos na costa se o barco não descai. Não se esqueça de prever
a eventual rotação se o vento ou maré virar.
18
Cada embarcação deverá usar o ferro apropriado e com as características indicadas para o
tipo de casco e qualidade de fundo onde irá fundear. Uma escolha errada poderá pôr em risco o barco
e a própria tripulação. A âncora deverá estar ligada a uma corrente, a amarra, de comprimento nunca
inferior ao da embarcação, e aquela a um cabo próprio com comprimento suficiente para os fundos
onde normalmente se pensa ir fundear.
De preferência deve-se usar apenas corrente mas o seu peso e preço faz com que se junte
corrente com cabo. O cabo, em vez da corrente, também facilita o corte deste no desembaraço da
âncora quando esta fica presa e irremediavelmente perdida.
O comprimento total deverá obedecer basicamente à seguinte regra:
Um comprimento total de 50 metros parece ser o mínimo razoável. Um segundo ferro, outro
tanto de corrente, e cabo pronto a ser ligado ao primário não são demais. Não será com certeza o
primeiro a ter de cortar a amarra por a âncora ter ficado presa e ser impossível a sua recuperação. É
aqui que entra o cabo de arinque que é preso à cruz, ou olhal próprio, e permite na maioria das vezes
desengatar a âncora, sobretudo, em fundos desconhecidos. Na outra extremidade deste cabo prender-
se-á uma bóia que assinala a sua presença.
A corrente do segundo ferro tem outra utilidade. Em caso de previsão de relâmpagos deve-se
prender à base do mastro, quando metálico, ou aos brandais, de modo a fazer uma ligação à terra e
afastar a hipótese de acidentes com as descargas eléctricas. Para quem já viu e "ouviu" um relâmpago
a cair próximo de um veleiro, acreditem que é remédio santo.
19
Dos ferros mais usados por unhar bem em qualquer fundo, seja
CQR areia, lodo ou mesmo rocha. Tem o inconveniente de ser
relativamente pesado. É normalmente a âncora de primazia.
Flutuante - Ao contrário das outras não serve para fundear mas para diminuir o andamento de
um barco que no mar esteja à mercê das vagas e do vento. Ao fazer resistência na água, este aparelho,
seguro ao barco por um cabo suficientemente comprido, permite conservar uma embarcação aproada
ao vento com mau tempo.
Tem o formato de um grande papagaio de lona com a armação em cruz a cujas extremidades
dos braços se ligam um estropo de quatro pernadas. Esse estropo deve ser o mais comprido possível
para suavizar os esticões. Mantém-se na vertical graças a umas bóias presas nas extremidades
horizontais e a um lastro num dos braços da cruz.
Uma embarcação pode ser a casa de muitas pessoas e local de trabalho de muitas outras por
este motivo entre outros (embarcações de trabalho possuem suas rotinas), devemos respeitar este
local e procurar saber das suas normas e regras. Assim como o local onde está alocado o sistema de
salvamento e contra incêndio.
Dependendo do porte da embarcação é de extrema importância identificar o sistema de
comunicação e aprender o seu funcionamento básico para o auxílio na prevenção de acidentes. Caso
não lhe tenha sido passado às normas e condutas, se informar é uma boa maneira, além de garantir
momentos harmônicos, prazerosos e seguros na vida a bordo.
De maneira geral, o mestre da embarcação é tido o líder da embarcação com a
responsabilidade de lidar com as diversas situações que poção ocorrer durante a navegação. Para
isso, este deve saber se portar como tal, sempre estão em plenas condições físicas e mentais para
exercer este papel.
20
Os motores de ciclo Wankel possui uma construção diferenciada dos demais, apresentados
parte com geometria de construção bem diferente e como e não aplicados a embarcações não
focaremos neste.
Então vamos conhecer primeiramente as partes dos motores de combustão interna e posterior
a isso os outros tipos de motores e suas caracterísctas.
Como visto ao longo do texto anterior, as partes do motor de combustão possuem uma série
de nomenclaturas como as mencionadas acima. Agora então vamos conhecer as principais partes
que compõem um motor de combustão interna.
2.3.1. Bloco
É a maior parte do motor e sustenta todas as outras partes. São normalmente construídos de aço,
mas a este podem ser adicionados outros elementos para melhorar suas propriedades. Nele ficam os
21
cilindros ou câmara de combustão, dutos de óleo para lubrificação das demais partes do motor e
dutos de refrigeração, que normalmente recebem água para retirar o excesso de calor gerado pela
queima do combustível.
Figura 11 – Bloco do motor
Alguns blocos possuem tubos removíveis
que formam as paredes dos cilindros, chamadas
de “camisas”. Estas camisas podem ser “úmidas”
ou “secas”, conforme entrem ou não em contato
com a água de refrigeração do motor. A vedação
é feita por juntas entre este e as demais partes do
motor, como vemos na figura 11 ao lado.
Este componente fecha o bloco na sua parte superior, sendo que a união é feita por parafusos.
Normalmente, é fabricado com o mesmo material do bloco. Entre o bloco e o cabeçote existe uma junta
de vedação. Em sua parte inferior, que fica em contato com o bloco do motor e é vedada pela junta de
cabeçote, possui local para o assentamento das válvulas de admissão e escape.
Já na parte superior fica o eixo de
comando de válvulas e outros Figura 12 – Cabeçote e Tampa de Válvulas
componentes e recebe mais um tampa de
vedação com o uso de junta e/ou cola para
isso, além de, na maior parte dos motores,
também ficar a tampa de óleo para quanto
necessária a reposição do óleo lubrificante
do motor, como vemos na figura 12.
2.3.3. Cárter
Dentro deste fica um duto que aspira óleo e o distribui para o motor através da bomba de óleo,
chamado pescador do óleo.
É a parte do motor que recebe o movimento de expansão dos gases. Sendo feito de ligas de
aço e alumínio e tem um formato aproximadamente cilíndrico. Como este trabalha dentro dos cilindros
do bloco do motor, é necessário anéis de vedação para que não ocorra perda da pressão gerada pela
combustão, este anéis são de 2 tipos:
Para o pistão transmitir o movimento dele para o virabrequim, este é ligado através da biela, e
que é fixo através do pino do pistão.
Alguns pistões possuem sua cabeça plana, outros já apresentam rebaixo e até mesmo
cavidades maiores que auxiliam como extensão da câmara de combustão, como vemos na figura 14.
2.3.5. Biela
Já o volante do motor é constituído por uma massa de ferro fundido e é fixado no virabrequim
(figura 16). Este acumula a energia cinética, propiciando uma velocidade angular uniforme no eixo de
transmissão do motor.
O volante absorve energia durante o tempo útil de cada pistão (expansão devido à explosão
do combustível), liberando-a nos outros tempos do ciclo (quando cada pistão não está no tempo de
potência), concorrendo com isso para reduzir os efeitos de variação do tempo do motor.
No motor, podem existir dois tipos de válvulas: de admissão e de escape. Elas são acionadas
por um sistema de comando de válvulas ou diretamente pelo eixo de comando de válvulas quando este
se encontra fixo no cabeçote do motor, como atualmente encontrado.
24
Como vimos no decorrer do texto, além das partes e sistemas citados, os motores apresentam
outros sistemas como de refrigeração, lubrificação, injeção de combustível, dentre outros. Muitos deste
ficam próximos ou acoplados diretamente ao motor, como no caso do de refrigeração e lubrificação.
Outros por sua vez podem apenas ter parte destes inserida no bloco do motor, como o de
injeção de combustível, onde a bomba pode ficar no reservatório de combustível, sistema elétrico de
ignição e geração de energia (dínamo ou alternador), sistema de câmbio e outros.
É importante conhecer estes e sua função para quando, ao deparar-se com alguma situação
adversa, saber reconhecer onde ocorreu e problema e procurar resolvê-lo.
Motores do ciclo Otto são aqueles que apresentam um sistema de mistura de ar e combustível
na sua admissão para a câmera de combustão interna e a explosão da mistura dar-se a partir de uma
centelha elétrica fornecida pelo sistema de ignição.
Estes motores apresentam 2 tipos de ciclo:
4 tempos – onde o eixo de manivelas (virabrequim ou girabrequim) tem que girar 720°
para completar um ciclo completo;
2 tempos – onde o virabrequim completa o ciclo com 360° de giro em seu eixo.
Como dito anteriormente, este apresenta um giro de 720° em sei virabrequim, o que resulta em
4 movimentos (tempos) distintos do pistão dentro da câmara de combustão, que são os seguintes:
1. Admissão - Com a válvula de admissão abrindo e a de escape fechada, o pistão desloca-se do seu
PMS (ponto morto superior) para o PMI (ponto morto inferior), criando uma depressão no interior do
cilindro, permitindo assim que uma mistura de ar + combustível entre na câmara.
2. Compressão - Após o fechamento da válvula de admissão, o pistão desloca-se do PMI para o PMS,
comprimindo a mistura ar + combustível na câmara de combustão.
3. Combustão/explosão - Ainda no final da compressão, uma centelha elétrica é emitida pela vela de
ignição no interior da câmara de combustão, dando início à queima da mistura comprimida. A
temperatura dos gases cresce rapidamente, aumentando assim a pressão no interior da câmara e
empurrando energicamente o pistão em direção ao seu PMI.
4. Escape/Expulsão - Pouco antes de o pistão atingir o seu PMI, abre-se a válvula de escape e os
gases da combustão, que ainda estão a uma pressão considerável, começam a sair espontaneamente
do cilindro. Durante o retorno do êmbolo ao seu PMS, ele expulsa o restante dos gases da combustão,
encerrando o ciclo e dando início ao próximo.
Abaixo temos a figura 18 que representa a posição do pistão e virabrequim durante o ciclo.
Nos motores de 2 tempos o ciclo completo se realiza em apenas uma rotação do eixo de
manivelas (360°), o que equivale a dois cursos do êmbolo. As fases do ciclo são as seguintes:
1 - Lavagem e Admissão / Compressão – O êmbolo parte do PMI para o PMS, provocando uma
queda de pressão no cárter. A primeira fração desse curso destina-se ainda à lavagem e à admissão
do cilindro, enquanto a segunda corresponde à fase de compressão. Ao final desse curso, a borda
inferior do pistão descobre a janela de entrada da mistura no cárter, sendo que esta entra no mesmo
por causa da depressão criada em decorrência da subida do pistão para o PMS. Você viu que esse
motor não possui válvulas e sim janelas de admissão ( C ) e de escape ( A ).
2 - Combustão e Expansão / Escape e Lavagem – Estando o pistão bem próximo do PMS, uma
centelha elétrica é emitida entre os eletrodos da vela de ignição e a mistura se inflama dando origem a
um aumento de pressão. Os gases em expansão atuam sobre o pistão empurrando-o para baixo. A
mistura ar + combustível admitida anteriormente no cárter é então comprimida pela parte inferior do
êmbolo. Antes de chegar ao PMI, o êmbolo descobre a janela de admissão C, e a mistura comprimida
no cárter passa para o interior do mesmo realizando a lavagem.
Como podemos observar, a entrada da mistura ar+combustível vem através do cárter do motor,
o que faz com que o combustível nestes motores seja também misturado ao óleo lubrificante e no 2º
tempo, ao fazer com que a virabrequim passe por essa mistura, ocorre a lavagem do sistema durante
o escape e admissão na câmara de explosão.
27
Os motores de ciclo Diesel possuem algumas características que os diferem dos de ciclo Otto,
neste a admissão ocorre apenas com o ar, o óleo combustível é injetado diretamente dentro da câmara
de combustão e a queima se dá através da combustão espontânea quando encontra o ar comprimido
no interior da câmara, devido a isso, não possui vela de ignição.
De funcionamento análogo aos de 4 tempos de ciclo Otto, o motores do ciclo Diesel possuem
os seguintes tempos:
1 - Aspiração – Nesta primeira fase, com a válvula de aspiração abrindo o êmbolo se desloca do seu
PMS para PMI, aspirando somente ar.
2 - Compressão – Na fase de compressão o pistão se desloca do PMI para o PMS. Pouco depois do
início desse curso, a válvula de aspiração fecha e o pistão começa a comprimir o ar na câmara. Devido
à forte compressão, o ar sofre um grande aumento de temperatura.
3 – Combustão – Pouco antes de o pistão atingir o seu PMS, o combustível é injetado no interior da
câmara de combustão, inflamando-se pela elevada temperatura do ar comprimido. Da combustão
resulta um aumento de pressão nos gases. A força expansiva desses gases empurra fortemente o
pistão para baixo em direção ao seu PMI. É o chamado tempo de expansão, tempo útil ou de trabalho
motor.
4 - Escape - Um pouco antes de o pistão atingir o PMI, a válvula de escape abre e, por efeito da pressão
nos gases , uma boa parte dele é expelida. Finalmente, com o deslocamento do êmbolo do PMI para o
PMS, os gases restantes são expelidos da câmara de combustão.
No caso, devido a grande pressão interna da câmara de combustão, para o combustível ser
inserido no seu interior deve estar a uma pressão maior, por isso estes apresentam um sistema de
pressurização do óleo combustível, para que este seja injetado sobre grande pressão e proporcione a
combustão espontânea.
Para completar um ciclo do motor, neste também, é necessário que o virabrequim de duas
voltas completas, ou seja, gire 720º.
28
O ciclo de 2 tempos torna-se mais interessante para o motor Diesel do que para o Otto, já que
nesse último a lavagem é efetuada apenas com ar, o que significa economia de combustível. este tipo
de motor pode possuir 3 sistemas de admissão e escape que são: válvulas de admissão e escape,
janelas de admissão e de escape ou janelas de admissão e válvula de escape na cabeça.
O funcionamento é análogo ao motor de 2 tempos do ciclo Otto, com a diferença que a entrada
do combustível é diretamente na câmara de combustão, não ocorrendo mistura do combustível com o
óleo lubrificante do motor e também completa o ciclo do motor com apenas 1 volta (360º) no seu
virabrequim.
29
Como todos os motores de combustão, como o próprio nome sugere, tem seu princípio de
funcionamento baseado na queima de algum combustível para transformar térmica gerada em energia
mecânica de movimento, esta gera muito calor sobre a estrutura do motor e faz-se necessário a
refrigeração deste que consiste num mecanismo de controle de temperatura do sistame. Para
isso existem dois tipos básicos de sistema de refrigeração, o arrefecimento direto por meio de ar
(forçado) e o por meio líquido.
Como o nome sugere o princípio deste dar pela retirada de calor através da passagem forçada
de ar por um sistema de aletas fixas no bloco do motor, principalmente na região da câmara de
combustão, que retira o excesso do calor gerado, evitando a fundição das peças que constituem o
motor. A principal função das aletas é de aumentar a superfície de contato com o ar, propiciando assim
uma maior troca de calor entre o bloco e o fluxo de ar (figura 22).
Esta passagem de ar pode
ser forçada através de uma Figura 22 – Aletas para refrigeração
ventoinha (ventilador) que é
acionada pelo próprio motor ou
forçada de forma natural ao deixar o
motor exposto ao ar, quando em
movimento, que é caso dos motores
de motocicletas e veículos como os
Fuscas e as antigas Kombi.
Este é um sistema bem mais complexo que o anterior, envolvendo sistemas maiores de
trocadores de calor (radiadores, tubulações e outros), bombas para circulação do líquido, mangueiras
e dutos internos no bloco do motor, tanques de expansão e válvula termostática, como podemos ver
na figura 23.
Atualmente, este é o principal sistema de arrefecimento adotado nos automóveis e em
motocicletas de maior porte, onde a água retira o calor do bloco do motor e o dissipa no radiador através
de um fluxo de ar forçado pela ventoinha. A ventoinha pode ser acionada diretamente pelo motor ou,
como na atualidade, através de um motor elétrico.
30
Em muitas embarcações, o trocador de calor é a água do próprio meio, pois isso não há o
trocador de calor fechado, fazendo com que o motor bombeie água para o seu interior e a expulse, por
isso é importante observar antes de sair navegando a integridade desse sistema, pois a falha deste
acarretará em pane no motor, deixando o barco à deriva.
Também se faz necessário, nos motores de barco que apresenta essa refrigeração feita pela
água ao qual navegam, uma limpeza após o término do passeio, aqui no caso quando se tratam de
motores de popa que não ficam fixos e submersos, passando pela lavação do sistema com água doce.
31
Reservatório de óleo;
Bomba de óleo;
Válvula de comando;
Atuador hidráulico.
Nas embarcações, podemos encontrar sistemas hidráulicos para diversos fins, desde erguer
pesos e cargas em gruas e guindastes, atracação e desatracação da embarcação até mesmo no
controle do leme.
Na grande maioria das embarcações, existe um sistema elétrico, por mais simples que seja
este. Mas enfim, para entendermos os sistemas elétricos, temos que compreender alguns conceitos
antes.
2.8.1. Eletricidade
Eletricidade não é algo que possamos pegar mão ou guardar nos bolsos, mas sim um
fenômeno físico que ocorre em muitos lugares, inclusive em nossos corpos. A eletricidade pode ser
definida como o resultado do movimento de elétrons de um ponto para outro ou de um corpo para outro.
Este conceito pode ser simples, porém reúne vários campos de estudos nele, como o estudos
da eletricidade estática ou potencial, que é relativo a quantidade de energia presente em um corpo, e
a eletricidade dinâmica, que é a movimentação de elétrons propriamente dita, e está é a que nos
interessa.
A eletricidade possui duas formas distintas, a forma contínua (CC ou DC) que é onde os
elétrons seguem apenas em um sentido sempre, esta é produzida por pilhas, baterias ou dínamos e a
forma alternada (AC), onde os elétrons se deslocam em ambos os sentidos, está é produzida por
alternadores e geradores comuns de energia. Existem equipamentos que transformam a energia de
uma forma para outra, como no caso de retificadores, que transformam a energia alternada em contínua
e os inversores que fazem o inverso, de contínua para alternada.
Como tudo em nossa vida, a eletricidade também possui unidades de medida específicas para
mensurá-la, dentre as muitas, vamos focar nas 3 principais que são: Tensão, Corrente elétrica e
Potência.
A tensão elétrica (U) é medida em Volts (V) e significa a diferença de potencial elétrico entre
dois determinados pontos, por exemplo, em uma pilha, no rótulo desta está escrito 1,5 V, ou seja, a
diferença de potencial elétrico que a pilha pode gerar entre o seu polo positivo e o negativo é de 1,5 V.
Já em uma bateria de automóvel, estas possuem capacidade maior, 12 V.
Ao ligarmos qualquer aparelho, seja nas embarcações ou em nossas casas, sempre devemos
observar para qual tensão foi projetado este, pois quem nunca queimou algo ao ligar, de forma
equivocada um aparelho de tensão nominal 110 V numa rede 220 V, como as de nossas casas, ou
seja, se foi projetado para atuar em determinada tensão, não ligue em outra, pois poderá apresentar
desde mau funcionamento até dano ao próprio e/ou usuário.
33
Corrente elétrica (I) é medida em Ampère (A) e traduz a intensidade da passagem de elétrons
por determinado corpo. Para existir corrente elétrica, é necessário que o circuito elétrico esteja fechado,
possibilitando assim o fluxo dos elétrons. Algumas fontes de energia, como bateria, geradores e outras
trazem a capacidade de saída de corrente em seus rótulos, como por exemplo, as baterias de
automóveis, que além da tensão, indicam a capacidade de corrente por unidade de tempo, no caso,
em horas (h).
Ao prestarmos atenção nisso, começamos a entender porque a bateria de 45 Ah é menor que
a de 60 Ah, que em miúdos, podemos dizer que a bateria de 60 Ah possui maior capacidade de
fornecimento de carga elétrica.
E para mensurar as tais cargas elétricas, temos a medida de Potência elétrica (Q) que
comunmente é mensurada em Watts (W), mas como está é o produto da tensão pela corrente elétrica,
podemos encontrar esta mensurada em Volt.Ampère (VA).
𝑄 =𝑈 ×𝐼
Ela significa o consumo de energia elétrica de determinada carga ou equipamento, como por
exemplo, nossas lâmpadas de casa, possuem determinada potência elétrica como 60 W, 25 W, 40 W,
indicando o quanto irão consumir ou que é necessário para o seu funcionamento, voltando ao caso da
bateria acima, agora fica claro porque a bateria de 60 Ah é maior, pois está pode fornecer uma maior
potência, considerando as duas de mesma tensão (12 V) temos que a de 60 Ah produz 720 Wh,
enquanto a de 45 Ah proporciona apenas 540 Wh.
Podemos comparar o circuito elétrico com o hidráulico visto anteriormente, sendo que este
também possui 4 componentes básico:
Fonte de energia;
Condutores;
Chave de comando;
Equipamento consumidor (carga).
Fonte de energia – responsável por gerar ou propiciar energia elétrica para o sistema com tensão e
corrente compatível com o consumido e/ou planejado. Em embarcações, esta é fornecida através de
baterias e geradores acoplados ao motor da embarcação, na maioria das vezes, de forma contínua;
Condutores – são os fios que fazem as ligações entre chaves, equipamentos e fontes de energia, é
por eles que os elétrons se deslocam. Sua espessura (bitola) é de acordo com a capacidade de corrente
34
que suportam, ou seja, quanto mais “grosso” for o condutor, maior a corrente elétrica que este consegue
transporta;
Chave de comando – vão desde simples interruptores, como os que temos em nossas residências
para ligas as lâmpadas, até chaves complexa como contactoras de grande capacidade de carga, além
de também chaves eletrônicas de comando como dimmer e outros.
Os circuitos elétricos podem ser configurados de diversas formas, mas basicamente existem
apenas 2 tipo de ligação, a série e a paralela.
Nas ligações em série os equipamentos são ligados subsequentes, onde uma mesma corrente
passa por ambos, porém a tensão se distribui entre ambos ou se soma quanto esta ligação é feita nas
fontes de energia, como pilhas e baterias, como quando utilizamos várias pilhas ligadas em série, onde
a tensão de cada é somada, alimentando equipamento de 6 V com 4 pilhas de 1,5 V (figura 25). Estas
geralmente são apenas empregadas nas fontes de energia apara ganho na tensão ofertada e em casos
específicos.
Um exemplo clássico de cargas ligadas Figura 25 – Ligação em série de pilhas e cargas.
em série são os cordões luminosos natalinos
(pisca-pisca), nestes, várias lâmpadas de baixa
tensão são ligadas em série até suportarem a
tensão da rede a qual serão ligadas, com isso a
tensão se distribui pelas lâmpadas, porém se
qualquer uma queimar, o circuito fica aberto e
para de funcionar.
Já nas ligações em paralelo, as cargas ou fontes são ligadas de forma que a tensão se mantém
igual sobre todos os componentes, porém cada ramo do circuito terá uma corrente específica, em
cargas é a ligação comum que executamos no dia-a-dia, pois ao colocar uma extensão em uma das
tomadas de nossa casa, estamos abrindo vários pontos em paralelo com esta onde ligamos luzes,
liquidificadores, rádios, televisores e outros equipamentos, sempre na mesma tensão e se um
equipamento sofrer dano ou for desconectado do circuito, os outros continuam recebendo energia
normalmente (figura 26).
35
De acordo com a embarcação, esta pode apresentar outros sistemas como de ar comprimido,
centrais de aquecimento por caldeiras, tratamento de efluentes de bordo, separadores de água e óleo,
destilação de água e outros que possuem finalidades específicas. É de grande importância conhecê-
los, pois estes podem ser de sua responsabilidade a operação ou, em caso de situações adversas,
poder desativá-los para não por em risco a integridade dos tripulantes e da embarcação.
36
3.2. Segurança
Para efetuar uma saída com segurança, é necessário observar alguns pontos antes e durante
a navegação, assegurando dessa forma a integridade de todos na embarcação e desta própria.
Segue uma lista de itens que devemos observar antes de efetuar uma saída:
Esteja sempre atento na condução de sua embarcação, não permita o seu uso por pessoas
não habilitadas (o proprietário responderá perante o Tribunal Marítimo e nas esferas civil e
penal), respeite a lotação recomendada pelo fabricante e não navegue a menos de 200
metros da praia;
Evite consumo de bebidas alcoólicas no exercício da condução da embarcação;
Conduza a sua embarcação com prudência e em velocidade compatível para reagir, com
segurança, às necessidades da navegação. Não faça manobras radicais, reduza a
velocidade ao entrar e sair de marinas ou em águas restritas;
Conheça sempre o bordo de menor profundidade, alguns naufrágios foram evitados com um
encalhe deliberado para salvar a embarcação; e
Ao fundear, o faça com baixa velocidade e utilize um comprimento de amarra adequado,
considerando a amplitude da maré e as embarcações próximas. Ao suspender, não
movimente os propulsores até todas as pessoas saírem da água e completarem o
embarque.
3.2.3. Ao regressar
Avise ao seu clube ou marina a sua chegada, para desativar o seu Aviso de Sáida;
Respeite a velocidade máxima na área de fundeio ou atracação;
Evite esgotar porões até o final para não poluir o mar com resíduos de óleo, retire o lixo de
bordo e o coloque em local apropriado, em terra. Mantenha sempre a sua embarcação limpa.
38
As causas podem ser as mais diversas: descargas elétricas de origem atmosférica, sobrecarga
nas instalações elétricas da embarcação, cigarros e fósforos atirados em locais impróprios por
descuido, desconhecimento das leis ou irresponsabilidade humana. A falta de cuidado com os materiais
inflamáveis encontrados a bordo, trapos e estopas embebidas em óleo ou em graxa, acúmulo de lixo
no porão assim como gordura nas telas e dutos de exaustão, vasilhames armazenados destampados
contendo combustíveis voláteis, presença de vazamentos em sistemas de óleo combustível; cuidar
39
com máquinas aquecidas ou lâmpadas mal isoladas próximas a rede de óleo, pois podem ser um
potencial e perigoso gerador do foco de incêndio. Isto e muitas outras coisas na embarcação são de
responsabilidade do capitão manter a vistoria e o seu funcionamento é primário e fundamental.
3.4. Fogo
O fogo é uma reação química exotérmica, ou seja, liberta calor, quando temos substância
combustível e um comburente reagindo. Para que o fogo, combustão, inicie é necessária a combinação
simultânea de três elementos básicos: combustível; comburente (oxigênio) e Energia de ativação
(calor). Basta que uma fonte de calor entre em contacto com um combustível, na presença de ar, para
que tal reação ocorra. Os 3 elementos básicos do fogo são normalmente representados por um
triângulo, conhecido por Triângulo do fogo.
Para que ocorra a combustão, fazem-se necessários que os três componentes estejam
associados formando o que chamamos triângulo do fogo (figura 27):
Para que ocorra a combustão, fazem-se necessários que os três componentes estejam
associados formando o que chamamos triângulo do fogo:
Para que a combustão tenha início é necessário estarem presentes os três elementos do
Triângulo do Fogo, que transforma-se em Tetraedro do Fogo (Combustível; Comburente (oxigênio),
Energia de ativação (calor) em local propicio entram em Reação em Cadeia podendo assumindo
dimensões catastróficas e indesejadas. Por este motivo avaliar o local do foco e extinguir ou afastar
elementos que possam contribuir no crescimento do fogo é de grande importância.
O elemento calor é o único elemento do Triângulo do Fogo que pode transmitir-se, provocando
a extensão do incêndio. Essa transmissão ocorre de 3 maneiras:
Por condução - Passando, por contacto de um material para outro. Esta transferência de calor
é mais notória quanto condutor for entre os metais. Este fenômeno é bastante compreensível quando
seguramos uma barra de ferro numa das extremidades e colocamos a outra junto a uma fonte de calor.
Passados alguns minutos começamos a sentir o aumento de temperatura na extremidade em que
seguramos a barra.
Por convecção - a diferença de densidade dos gases quentes e frios provoca correntes de ar.
Para compreendermos este processo, basta pensarmos que se tivermos um aquecedor a óleo
funcionando, sentimos mais calor por cima do aquecedor a 50 cm do que lateralmente a 10 cm.
Contudo distinguem-se quatro fases, que são: eclosão; propagação; combustão contínua;
declínio das chamas (figura 28).
Eclosão - Esta fase é a inicial do incêndio. A sua duração está condicionada fundamentalmente à
qualidade e quantidade do material combustível.
Combustão contínua - Durante esta fase a temperatura mantém-se praticamente constante e no seu
ponto máximo. É comum existir combustível ainda em grande quantidade, sendo o fogo controlado pela
quantidade de oxigênio (ar) disponível. Neste caso trata-se de um fogo controlado pela ventilação.
Declínio das chamas - À medida de o combustível vai sendo consumido, as chamas vão diminuindo
de intensidade e consequentemente a taxa de libertação de calor diminui.O declínio das chamas pode
ser antecipado se a dissipação de energia for superior à sua produção, provocando o abaixamento da
temperatura no compartimento até à temperatura normal.
Os incêndios são classificados de acordo com o seu material combustível, sendo subdivido em
quatro classes: A, B, C e D. Na tabela 2 abaixo estão organizados as classes.
42
Classes de Incêndio
Conhecido o triângulo, o fogo só existirá quando estiverem presentes os três elementos básicos
e essenciais do fogo. Calcado neste conhecimento é que se determinam os métodos modernos de
combate ao fogo. Portanto basta desfazer o triângulo (combustível, Oxigênio e Calor), isto é, retirar um
dos seus lados, logo extinguirá o fogo.
a) Isolamento
b) Abafamento
c) Resfriamento
Como vimos acima, existem algumas classes de chama e métodos de extinção, da mesma
maneira, existem alguns tipos de extintores, que usam desde água até mesmo pós químicos especiais
para extinguir o foco do incêndio. Estes são das seguintes classes:
Extintor com água pressurizada - indicado para incêndios de classe A. Neste a água age por
resfriamento e abafamento, dependendo da maneira como é aplicada.
Extintor com gás carbônico - Indicado para incêndios de classe C, por não ser condutor de
eletricidade. Pode ser usado também em incêndios de classes A e B.
44
Extintor com pó químico seco - Indicado para incêndio de classe B agindo por abafamento.
Pode ser usado também em incêndios de classes A e C.
Extintor com pó químico especial - Indicado para incêndios de classe. Extingue a chama por
abafamento.
Extintor de pó para classes ABC - É o extintor mais moderno no mercado, que atende a três
as classes de incêndio. O pó especial é capaz de combater princípios de incêndios em
materiais sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos energizados. É o extintor usado
atualmente nos veículos automotivos.
Caso ocorra algum incêndio na embarcação e este não seja contido na sua fase inicial, proceda
das seguintes maneiras para evitar o aumento deste e buscar a proteção dos integrantes da
embarcação:
Manobre a embarcação de forma que coloque esta em sentido do vento, buscando deixar
a parte onde ocorre o incêndio na parte de trás e as pessoas na parte contrária;
Faça com que cada integrante use o colote salva-vidas;
Lembre-se que o perigo de explosão é eminente, busque cortar o fornecimento de
combustíveis;
Use os extintores de forma correta e ao seu máximo;
Procure abafar e manter o local até o resfriamento, evitando a re-ignição.
NORMAN-03 - determina o número de extintores indicados para cada embarcação e o local onde eles
devem ser colocados. Barcos motorizados com até 8 metros de comprimento (26 pés), por exemplo,
precisam ter um extintor do tipo B-1 próximo ao motor. Já barcos maiores, com até 12 metros (cerca
de 40 pés), devem ter três extintores do tipo B-1, dois perto do motor e um próximo ao comando.
O primeiro e mais básico cuidado é checar a data de validade do extintor, que geralmente é de
três anos no caso de um extintor novo e de um ano após a primeira recarga.
45
3.10. Sobrevivência
Após sair da embarcação, procure manter uma distância segura e permanecer boiando a maior
parte do tempo, para evitar o desperdício de energia com natação desnecessária. Busque manter o
grupo unido e próximo, para reduzir efeito de hipotermia.
Havendo embarcação de sobrevivência, se houver tempo, procure levar alguns itens para o
interior da mesma que serão úteis como: água potável, mantimentos, equipamentos de comunicação,
mantendo-a a uma distância segura da embarcação, mas não devesse afastar muito.
Não faça de forma alguma a ingestão de água do mar, nem a misture com a água potável com
o intuito de fazer com que renda mais, pois como a água marinha é carregada de sais minerais, estes
ficam acumulados no corpo, aumentando a necessidade de água potável para dissolvê-los.
Com isso, haverá maior volume de urina, fazendo com que a própria água do organismo vá
migrar para eliminar estes sais acumulados, agravando o seu estado de desidratação, podendo
inclusive morrer.
Aqui serão abordadas técnicas básicas de primeiros socorros para os casos mais comuns que
poderão ocorrem em nosso dia-a-dia, lembrando que a função deste é manter o suporte básico de vida
até a chegada de profissionais qualificados para prestar o socorro.
Veremos técnicas para lidar com as seguintes situações:
Enjoos – durante a navegação é comum algumas pessoas ficarem enjoadas (mareadas), caso
ocorra coloque a pessoa em local ventilado e afrouxe as roupas desta, se apresentar vômito
ou ânsia de vômito, faça com que fique em deitada sobre seu lado esquerdo (posição de
descanso). Se houver indicação médica, antes do embarque, busque remédios anti-enjoo.
Afogamentos – nos casos mais leves, afrouxe as roupas da pessoa, deite-a de bruços com a
cabeça virada de lado e apoiada sobre os braços, deixando o restante do corpo acima do nível
da cabeça, facilitando a saída de água dos pulmões. Nos casos mais severos, verificar
obstrução do sistema respiratório e aplicação de respiração artificial, caso necessário;
46
Pequenos cortes – faça a limpeza do local e se necessário, utilize bandagem para proteger
o local;
Hemorragias - estas podem ser de internas e externas, no caso das externas faça a
estancamento da mesma por meio de compressão, busque elevar a região afetada e em casos
mais graves, comprimir a também um local anterior ao ferimento, reduzindo a chegada do
sangue ao ponto afetado.
As hemorragias internas são mais difíceis de reconhecer, mais em caso de manchas
roxas na região do abdômen e ocorra vômito com sangue, leve imediatamente ao pronto de
socorro.
Fraturas – é a quebra de um ou mais ossos do corpo, podendo ser simples ou expostas, nestes
devesse imobilizar a região afetada na posição que se encontra e conduzir ao serviço médico
e nos casos de expostas, conter hemorragia se houve e imobilizar. Jamais, indiferente do caso,
tente reposicionar os ossos, pois podem ocorrer danos aos demais órgãos.
Queimaduras – estas, além de serem causas por ação do fogo, podem ser causadas por
exposição ao sol, contato com corpos quentes, agentes corrosivos e contato com alguns
animais.
Em todos os casos, devesse limpar a região afetada, cobrir com gaze molhada em soro
fisiológico e encaminhar ao serviço médico de emergência. Nos casos mais graves, a
queimadura pode induzir ao estado de choque.
Não se deve tirar roupas das regiões afetadas, não tocar, furar bolhas ou aplicar
qualquer solução no local, exceto água limpa e corrente, apenas para resfriar o local.
Insolações – causada pela exposição excessiva ao calor e sol, a pessoal apresenta dores de
cabeça, pele quente e seca, temperatura elevada e outros sintomas. Nestes casos devemos,
colocar a pessoa em repouso, de cabeça elevada, refrescar o corpo com compressas e frescas
ou banho.
47
Desmaios em geral - podem ser causados por diversos motivos, desde cansaço, fome, sede
até mesmo por traumatismos. A pessoa que irá desmaiar apresenta um quadro de palidez e
tontura antes disto, e podemos prevenir os desmaios fazendo com que ela sente com as pernas
afastadas e colocar a cabeça entre os joelhos. Caso a pessoa já tenha desmaiados, deite-a de
costas e eleve as pernas, fazendo com que aumente a irrigação sanguínea na cabeça.
Hipotermia – causada perda de calor do corpo quando está exposto ao tempo ou água,
deixando a temperatura interna do corpo abaixo dos 35 ºC. A pessoa apresenta confusão,
desorientação, pele pálida e pupila dilatada. Nestes casos mantenha a pessoa em local
abrigado, mantendo-a seca e aquecida com mantas e cobertores e ofereça bebidas quentes
não alcoólicas, se estiver consciente.
Muitas das situações acima podem levar ao Estado de Choque, que vai desde um leve mal-
estar até a perda total de consciência, e deve ser tratados de acordo com a causa que a levou chegar
neste estado.
Podemos nos deparar com situações em que a vítima está desacordada e não apresenta
respiração e batimento cardíaco, neste caso, devemos iniciar a manobra de compressão torácica,
também vulgarmente conhecida como RCP.
Esta manobra deve ser executada em ultimo caso quando a vítima estiver inconsciente e não
apresente respiração e pulso. Devesse chamar por socorro médico especializado e iniciar a manobra
conforme os seguintes passos:
7º. Se a vítima apresentar alguma reação como volta de pulso, respiração e demais
reações, devemos colocar a vítima em posição de descanso com a cabeça apoiada
sobre um dos braços e outro devesse manter esticado.
Lembre-se que, em qualquer caso, sempre busque ajuda médica especializada e/ou chame
pelo serviço de emergência do local onde estiver.
3.12. Legislação
Além de algumas normas que vimos anteriormente, temos as seguintes normas e leis que
regem a navegação no Brasil.
De acordo com a Lei 9.966 no art. 2º a Autoridade Marítima é exercida diretamente pelo
Comandante da Marinha, responsável pela salvaguarda da vida humana e segurança da navegação
no mar aberto e hidrovias interiores, bem como pela prevenção da poluição ambiental causada por
navios, plataformas e suas instalações de apoio.
A Autoridade Marítima, por intermédio de suas organizações competentes, com as seguintes
atribuições:
Águas Marítimas:
A lei 8.617 de 04 de janeiro de 1993 dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona
econômica exclusiva e a plataforma continental brasileira, e dá outras providências.
Mar Territorial
49
Compreende uma faixa de 12 milhas marítimas de largura. A largura do mar territorial é contada
a partir da linha de base, isto é, a linha de baixa-mar ao longo da costa. Dentro do mar territorial, o
Estado costeiro dispõe de direitos soberanos idênticos aos de que goza em seu território e suas águas
interiores, para exercer jurisdição, aplicarem as suas leis e regulamentar o uso e a exploração dos
recursos. As embarcações estrangeiras civis e militares têm o "direito de passagem inocente" pelo mar
territorial, desde que não violem as leis do Estado costeiro nem constituam ameaça à segurança.
Zona Contígua
É a faixa que se estende de 12 a 24 milhas marítimas, contadas a partir da linha base. Nesta
zona o país poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias para evitar as infrações às leis e aos
regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários, no seu território ou no seu mar territorial.
É aquela onde cada nação possui direitos exclusivos sobre os recursos de suas águas
oceânicas. Localiza-se entre a linha base e 200 milhas marítimas contadas a partir das linhas de base.
Nesta zona o país tem direitos para fins de exploração, aproveitamento, conservação e gestão dos
recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, e seu subsolo.
Águas Interiores
dos portos, das baías, dos lagos, das lagoas, dos canais e dos arquipélagos;
dos rios e de suas desembocaduras;
50
todos os membros da tripulação designados para tarefas deverão estar familiarizados com elas,
antes do início da viagem;
os exercícios, na medida do possível, devem ser realizados como em situação real;
51
todo tripulante deve participar de pelo menos um exercício de abandono do navio e de incêndio por
mês;
quando o navio sofrer uma mudança total de tripulação, os exercícios deverão ser realizados antes
de o navio suspender;
todos os membros da tripulação deverão receber instruções de operação das balsas salva-vidas
infláveis.
Atribuições do Comandante
Art. 10 O Comandante, no exercício de suas funções e para a garantia da segurança das pessoas, da
embarcação e da carga transportada, pode:
OBS: Nenhuma penalidade pode ser aplicada sem que o acusado seja ouvido. A penalidade de
desembarque só será aplicada mediante inquérito procedido a bordo. Das penalidades aplicadas pelo
comandante, cabe recurso, em última instância, a Agente da Autoridade Marítima do primeiro porto de
escala.
Faltas Disciplinares
desrespeitar seus superiores hierárquicos, não cumprindo suas ordens, altercando com eles ou
respondendo-lhes em termos impróprios;
recusar-se a fazer o serviço determinado por seus superiores;
apresentar-se embriagado para o serviço ou embriagar-se a bordo;
faltar ao serviço nas horas determinadas;
abandonar o posto quando em serviço de quarto, faina, vigilância ou trabalho para o qual tenho
sido designado;
sair de bordo sem licença, ou exceder a mesma;
ser negligente na execução do serviço que lhe compete;
altercar, brigar ou entrar em conflito;
atentar contra as regras de moralidade, honestidade, disciplina e limpeza de bordo ou do local em
que trabalha;
deixar de cumprir as disposições da lei e das normas em vigor.
Ao Comandante é Vedado:
Convés
Máquinas
Sejam quais forem as condições de trabalho sob as quais o marítimo concordou em trabalhar,
em qualquer navio, existem alguns requisitos mínimos de trabalho, os quais o tripulante deve verificar
antes de assinar qualquer Contrato de Trabalho, antes da saída ou antes de começar a trabalhar a
bordo.
tratamento médico.
O regime de Previdência Social dos aquaviários, ou seja, a aposentadoria por tempo de serviço,
mudou em 1998 e passou a ser chamada de aposentadoria por tempo de serviço.
Esta Lei tem por finalidade regular o registro da propriedade marítima, dos direitos reais e demais ônus
sobre embarcações e o registro de armador. Dispõe sobre o Registro da Propriedade Marítima e dá
outras providências.
Art. 15. É obrigatório o registro no Tribunal Marítimo de armador de embarcação mercante sujeita a
registro de propriedade, mesmo quando a atividade for exercida pelo proprietário.
Art. 16. Para os efeitos desta lei, compreende-se como armador a pessoa física ou jurídica que, em
seu nome e sob sua responsabilidade, apresta a embarcação para sua utilização, pondo-a ou não a
navegar por sua conta.
LEI 9537
DAS PENALIDADES
Art. 22 As penalidades serão aplicadas mediante procedimento administrativo, que se inicia com o auto
de infração, assegurados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 23 Constatada infração, será lavrado Auto de Infração pela autoridade competente designada pela
autoridade marítima.
Art. 1º Esta Lei estabelece os princípios básicos a serem obedecidos na movimentação de óleo e outras
substâncias nocivas ou perigosas em portos organizados, instalações portuárias, plataformas e navios
em águas sob jurisdição nacional.
56
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, as substâncias nocivas ou perigosas classificam-se nas
seguintes categorias, de acordo com o risco produzido quando descarregadas na água:
I – categoria A: alto risco tanto para a saúde humana como para o ecossistema aquático;
II – categoria B: médio risco tanto para a saúde humana como para o ecossistema aquático;
III – categoria C: risco moderado tanto para a saúde humana como para o ecossistema
aquático;
IV – categoria D: baixo risco tanto para a saúde humana como para o ecossistema aquático.
Art. 5º Todo porto organizado, instalação portuária e plataforma, bem como suas instalações de apoio,
disporá obrigatoriamente de instalações ou meios adequados para o recebimento e tratamento dos
diversos tipos de resíduos e para o combate da poluição, observadas as normas e critérios
estabelecidos pelo órgão ambiental competente.
Art. 11. Todo navio que transportar substância nociva ou perigosa a granel deverá ter a
bordo um livro de registro de carga, nos termos da Marpol 73/78, que poderá ser requisitado pela
autoridade marítima, pelo órgão ambiental competente e pelo órgão regulador da indústria do petróleo,
e no qual serão feitas anotações relativas às seguintes operações:
I – carregamento;
II – descarregamento;
III – transferências de carga, resíduos ou misturas para tanques de resíduos;
IV – limpeza dos tanques de carga;
V – transferências provenientes de tanques de resíduos;
VI – lastreamento de tanques de carga;
VII – transferências de águas de lastro sujo para o meio aquático;
VIII – descargas nas águas, em geral.
Art. 15. É proibida a descarga, em águas sob jurisdição nacional, de substâncias nocivas ou perigosas
classificadas na categoria "A", definida no art. 4º desta Lei, inclusive aquelas provisoriamente
classificadas como tal, além de água de lastro, resíduos de lavagem de tanques ou outras misturas que
contenham tais substâncias.
Art. 17. É proibida a descarga de óleo, misturas oleosas e lixo em águas sob jurisdição
nacional, exceto nas situações permitidas pela Marpol 73/78, e não estando o navio, plataforma ou
similar dentro dos limites de área ecologicamente sensível, e os procedimentos para descarga sejam
devidamente aprovados pelo órgão ambiental competente.
§ 3º Não será permitida a descarga de qualquer tipo de plástico, inclusive cabos sintéticos, redes
sintéticas de pesca e sacos plásticos.
57
No combate a poluição, o conhecimento das leis, sobre os impactos causados por nossas atitudes e
principalmente do meio que nos cerca, são de suma importância para uma melhoria na preservação da
biodiversidade.
58
4.1. Introdução
Neste módulo veremos noções de navegação com uso de cartas náuticas, uso de bússola e o
estudo do Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar (RIPEAM – 72), incorporando
as emendas de 1981, constituindo se em uma espécie de “tradução”, para uma linguagem mais
acessível, das regras estabelecidas no Regulamento. Embora todo o RIPEAM seja discutido neste
Capítulo, o navegante deverá, também, estudar o texto completo das regras, constante da publicação
Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar, editada pela Diretoria de Portos e
Costas do Ministério da Marinha.
Durante a navegação com uso de cartas náuticas, nós iremos nos deparar com a seguinte
situação, a Terra possui 2 tipos de Norte:
Norte Magnético: é o ponto de convergência das linhas magnéticas da terra no polo Norte,
podendo variar conforme o movimento do planeta;
Norte Verdadeiro: é ao eixo imaginário terrestre, no qual o planeta rotaciona, orientado na
direção norte-sul da Terra.
Então, ao navegarmos, nós traçamos a reta para onde desejamos ir, essa é denominada rumo,
este pode ser o Rumo verdadeiro (Rv), quando temos como base o Norte Verdadeiro. Já quando nos
baseamos pelo Norte Magnético, temos o Rumo magnético (Rmg), em ambos os casos, a proa da
embarcação fica alinhada ao rumo.
Outro ponto que temos que levar em consideração ao navegarmos é de elencarmos um objeto
ou fixo como referência, com isso teremos a Marcação, que é definida como o ângulo entre o Norte,
seja o magnético ou o verdadeiro, e o ponto fixo escolhido, como vemos na figura 32 abaixo que traz a
situação com Norte Verdadeiro e Magnético.
Como existe a diferença entre os Nortes (Verdadeiro e Magnético), algumas cartas náuticas
trazem o quanto é esta diferença, chamado de Declinação Magnética, esta deve ser considerada nos
cálculos, para mantermos o rumo correto e desejado em nossa navegação.
Algo que também devemos saber é o valor da Milha Náutica, está foi mensurada pelo
comprimento do arco de meridiano que subtende um ângulo de 1 minuto no centro da Terra. Porém,
como vimos a Terra não é perfeita e valor desta fixou-se, por um Acordo Internacional (1929), em 1.852
metros, independentemente da Latitude do lugar.
60
Existem vários instrumentos históricos e na atualidade que podemos usar para nos auxiliar
durante a navegação. Estes vão desde bússolas, sextantes, astrolábio, balestilha, usados nas grandes
navegações históricas até os modernos radares, sondas e GPS.
Neste, vamos nos aprofundar no uso de bússola, visto que é um equipamento de baixo custo,
é utilizado como base de alguns sistemas modernos e todos devem compreender o seu simples
funcionamento.
4.3.1. Bússola
A agulha magnética possui uma das extremidades em cor mais chamativa ou com uma forma
diferente, como uma seta, que tende sempre a fica alinhada ao polo Norte magnético, e é claro que
não devemos colocar materiais magnéticos próximos a ela, pois interferem no seu funcionamento e
seu corpo é feito de material não magnético (amagnético).
Em operação, a agulha irá a se alinhar com as linhas de força do campo magnético da terra
existente no local. Estas linhas de força denominadas Meridianos Magnéticos, indicam a direção do
Norte Magnético (Nmg) no local. Portanto, caso a agulha não possua desvio, o ângulo indicado na Rosa
da Agulha entre a linha de fé e a linha N-S da agulha será igual ao ângulo entre a proa do navio e o
Norte Magnético, ou seja, o Rumo Magnético do navio (Rmg).
Uma boa agulha deve ser "sensível" e "estável". A agulha deve ser sensível para que acuse
qualquer variação da proa do navio. Deve ser estável para que indique firmemente a proa, mesmo nas
guinadas rápidas, e não se desloque sob a ação do balanço, caturro, trepidações, etc.
61
1. A palavra embarcação para o RIPEAM designa qualquer engenho ou aparelho, inclusive veículos
sem calado (tais como os que se deslocam sobre colchões de ar) e hidroaviões,usados ou capazes
de serem usados como meio de transporte sobre a água;
3. O termo embarcação a vela designa qualquer embarcação sob vela, sendo propelida apenas pela
força do vento, ou seja, com a máquina de propulsão, se houver, não sendo utilizada;
As definições de termos tais como embarcação sem governo, embarcação com capacidade
de manobra restrita, embarcação restrita devido ao seu calado e embarcação engajada na pesca,
serão abordadas nas partes deste Capítulo onde estas embarcações são estudadas.
As luzes devem ser exibidas do por ao nascer do Sol e em períodos de visibilidade restrita.
Durante estes períodos, não devem ser exibidas outras luzes que possam perturbara identificação, por
parte de outro navio, das luzes especificadas no RIPEAM.
LUZES DE MASTRO: as luzes brancas contínuas de mastro, situadas sobre a linha de centro
do navio, devem apresentar um setor de visibilidade de 225°, desde a proa até22.5° por ante a ré do
través em ambos os bordos da embarcação.
LUZ DE ALCANÇADO: a luz branca contínua de alcançado, situada tão próximo quanto
possível da popa, deve ser visível num setor horizontal de 135°, sendo 67.5° para cada bordo, a partir
da popa.
Regulamento internacional para evitar abalroamentos no mar
Os setores de visibilidade das luzes padrões de navegação são mostrados na Figura Setores
de visibilidade das luzes padrões de navegação são mostrados na figura 34 abaixo:
• luzes de bordos;
• luzes de bordos
p
Fonte: Adaptado de RIPEAM, Cap 15a1 (www.mar.mil.br)
Figura 38 - Vista de topo e de bombordo de uma embarcação de propulsão mecânica menor do que
50 metros, em movimento.
NOTA: Uma embarcação de propulsão mecânica de comprimento inferior a 50 metros não é obrigada
a exibir a segunda luz de mastro, mas poderá fazê-lo.
66
4.5.3. Observações
Figura 39 (esq) - embarcação menor que 12 metros com suas luzes de navegação. Figura 40 (dir) -
embarcação menor que 7 metros com sua luz de navegação.
Uma embarcação a vela em movimento, à noite ou sob visibilidade restrita, deve exibir:
• luzes de bordos
• luz de alcançado
Além das luzes acima prescritas, uma embarcação a vela em movimento pode exibir como
luzes opcionais, no tope do mastro ou próximo deste, onde possam ser melhor vistas, duas luzes
circulares dispostas em linha vertical sendo a superior encarnada ea inferior verde. Estas luzes são
mostradas nas figuras 41 e 42.
67
Figura 41 (esq) - embarcação a vela com suas luzes em navegação. Figura 42 (dir) - Vista de
bombordo de uma embarcação a vela.
Nos anexos, você encontrará um resumo sobre as luzes nas embarcações disponibilizado pela
Marinha Brasileira que resume esta parte de luzes, servindo como guia rápido de identificação.
4.7. Manobras
Veremos agora uma série de manobras que ocorrem no dia-a-dia de navegação ao nos
depararmos com outras embarcações, interações entre elas e noções de balizamento.
Indiferente a situação, toda embarcação que esteja ultrapassando outra deverá manter-se fora
do caminho desta (figura 44).
Ao navegarmos em regiões que apresentam restrições, como rios, canais e em área para
evolução ou profundidade, ocorrem influência do local e algumas outras condições sobre a navegação
da embarcação.
Nestas situações devermos tomar alguns cuidados e realizar alguns procedimentos,
principalmente se a embarcação for a propulsão mecânica, cujos principais efeitos são:
Ao navegarmos, podemos nos deparar com situações onde duas embarcações passam em
rumos paralelos e em sentido contrário, a pequena distância, pode haver uma interferência recíproca
devido ao movimento das águas, gerado pelo sistema de ondas, o qual se inicia na proa (bigode) e à
corrente de sucção. Convém que ambas as embarcações mantenham velocidade a mais reduzida
possível que lhes permita governar.
Nestes casos, ocorre uma série de interações, até ambas se distanciarem, vejamos as 3
momentos distintos deste:
Quando isto ocorre em embarcações de porte diferentes, ou seja, uma grande e outra pequena,
a embarcação de menor porte sofrerá com os efeitos, devido a isto, o procedimento correto é passar o
mais distante possível da embarcação de maior porte e no momento da interação de través, dar uma
pequena guinada para o bordo da outra embarcação para evitar a aproximação das popas.
Ocorrem também interações entre embarcações no momento da ultrapassagem,
especialmente quando estas forem de tamanhos diferentes, nestes casos temos 2 situações distintas:
I. Seguir na via de tráfego apropriada e na direção geral do fluxo de tráfego para essa via
(figura 53);
IV. Uma embarcação deve evitar tanto quanto possível cruzar vias de tráfego, mas se obrigada
a isto, deverá fazê-lo tomando o rumo mais próximo possível da perpendicular à direção
geral do fluxo do tráfego (figura 55). Procurando sempre comunicar as demais embarcações
a sua intenção de cruzar o fluxo de navegação já existente.
Toda embarcação obrigada a se manter fora do caminho de outra embarcação deverá, tanto
quanto possível, manobrar antecipada e substancialmente, a fim de se manter segura (safa) da outra.
Nestes casos, a embarcação que se mantiver em curso, deve manter sua velocidade e rumo e
em último caso manobrar para evitar colisão quando a outra embarcação assim não a fizer. Por isso o
ideal é que ao avistar outra embarcação que ocorrerá essa situação, manter comunicação com esta
para que seja executada a manobra em comum acordo e de forma correta.
73
Esta regra define quem deve manobrar, dependendo da propulsão, emprego e situação da
embarcação, a tabela 3 abaixo resume o dever manobra quanto a propulsão de cada embarcação e
situação encontrada:
Ao detectar a presença de outra apenas pelo radar, deve determinar se está se desenvolvendo
uma situação de grande proximidade e/ou risco de colisão. Caso assim seja, ela deverá
manobrar para evitá-la com antecedência; se esta manobra consistir de uma alteração de rumo,
o seguinte procedimento deve ser evitado, sempre que possível:
I. Alteração de rumo para BB, para uma embarcação por ante-a-vante do través, exceto se
esta for alcançada em uma ultrapassagem;
II. Uma mudança de rumo em direção a outra embarcação que se encontra no través ou por
ante-a-ré do través.
Nos anexos, possuem também um resumo sobre as manobras disponibilizado pela Marinha
Brasileira que resume esta parte, servindo como guia rápido de identificação.
74
Estes sinais podem ser formados entre 2 padrões distintos que são:
Através da combinação destes padrões, temos as seguintes manobras com os seus devidos
sinais sonoros descritos na tabela 4 abaixo:
Pode-se também complementar os sinais sonoros com sinais luminosos, sendo aplicado
apenas para os apitos curtos, praticando um lampejo rápido e curto () para cada apito curto. Com isso
temos os seguintes sinais luminosos relacionados na tabela 5 abaixo:
Com isso, em navegação sob visibilidade baixa, temos os seguintes sinais sonoros indicando a situação
da embarcação (tabela 7):
Nos anexos, possui um resumo sobre os sinais sonoros e luminosos disponibilizado pela
Marinha Brasileira que resume esta parte, servindo como guia rápido de identificação.
77
4.9. Balizamento
É o conjunto de regras aplicadas aos sinais fixos e flutuantes, visando a indicar as margens
dos canais, as entradas de portos, de rios ou de qualquer via navegável, além de delimitar áreas
perigosas ou perigos isolados (figura 56). Entretanto, não se aplica a faróis, barcas faróis, sinais de
alinhamento e bóias-gigantes.
Boias são dispositivos flutuantes que podem exibir luz (luminosas) ou não (cegas).
Balizas são dispositivos feitos de ferro ou de concreto que contêm um objeto em seu tope
(parte mais alta) de forma geométrica variável e não apresentam luz.
Conforme a indicação informada pela baliza ou boia, esta possui a características que permitem
sua identificação nos períodos diurno (cor, formato da boia ou baliza e forma geométrica do tope) e
noturno (cor da luz e ritmo de apresentação da luz).
Estas indicações consistem os lados boreste (BE) e Bombordo (BB) da via no sentido
convencional de balizamento é aquele que o navio, vindo de alto mar, segue quando se aproxima de
um porto, baía, foz de rio, e outras vias aquáticas, sendo indicadas pelas seguintes marcações:
78
Bombordo (BB): Para serem deixadas por bombordo por que entra nos portos. Quando
luminosa, a boia exibe luz verde com qualquer ritmo, exceto grupo de lampejos compostos (2+1) por
período, estas possuem as seguintes características e formatos (figura 57)
Boreste (BE): Para serem deixadas por boreste por que entra nos portos. Quando luminosa, a
bóia exibe luz encarnada com qualquer ritmo, exceto grupo de lampejos compostos (2+1) por período
(figura 58).
Canal preferencial a bombordo: Quando um canal se bifurcar e o canal preferencial for a bombordo,
o sinal lateral de boreste, modificado pode ser usado. Quando luminosa, a boia exibe luz encarnada
com um grupo de lampejos compostos (2 + 1) por período (figura 59).
Cor: encarnada com uma faixa larga Figura 59 - Baliza de canal preferencial a
horizontal verde; bombordo
Formato: cônico, pilar ou charuto;
Tope (se houver): cone encarnado com o
vértice para cima;
Luz (quando houver):
Cor: encarnada;
Ritmo: Lp (2+1).
79
Canal preferencial a boreste: Quando um canal se bifurcar e o canal preferencial for a boreste, o sinal
lateral de bombordo, modificado pode ser usado. Quando luminosa, a boia exibe luz verde com um
grupo de lampejos compostos (2+1) por período (figura 60).
Cor: verde com uma faixa larga horizontal Figura 60 - Baliza de canal preferencial a
encarnada boreste
Formato: cilíndrico, pilar ou charuto
Tope (se houver): cilindro verde
Luz (quando houver):
Cor: verde
Ritmo: Lp (2+1)
Estes podem ser usados para indicar águas mais profundas, ou o bordo safo para passar por
um perigo, ou para chamar a atenção para a junção, bifurcação ou fim de um canal. Como o nome
sugere, estes sinais apresentam as quatro direções cardinais: Norte (N), Sul (S), Leste (L) e Oeste (O),
como mostra a figura 61.
Perigo isolado: O sinal de perigo isolado é aquele construído sobre, ou fundeado junto ou sobre um
perigo que tenha águas navegáveis em toda a sua volta. Quando luminosa, a bóia exibe luz branca
com dois lampejos por período (figura 62).
Cor: preta com uma ou mais faixas largas Figura 62 – Baliza de Perigo Isolado
horizontais encarnadas
Formato: pilar ou charuto
Tope: duas esferas pretas, uma sobre a outra
Luz (quando houver):
Cor: branca
Ritmo: Lp (2)
81
Águas seguras: Indicam águas navegáveis em torno do sinal; incluem sinais de linha de centro e sinais
de meio de canal. Tal sinal pode também ser usado, como alternativa, para um cardinal ou lateral
indicar uma aproximação de terra. Quando luminosa, a bóia exibe luz branca isofásica ou de ocultação
ou de lampejo longo a cada 10 segundos ou em código Morse exibindo a letra A (figura 63).
Balizamento especial: Sinais que não são primordialmente destinados a orientar a navegação, mas
que indicam uma área ou característica especial mencionada em documentos náuticos apropriados.
Exemplo: bóias oceanográficas; sinais de separação de tráfego, onde o uso de sinalização
convencional de canal possa causar confusão; área de despejos; área de exercícios militares; cabo ou
tubulação submarina; área de recreação; prospecções geológicas; dragagens; varreduras; ruínas;
áreas de segurança e outros fins especiais (figura 64).
Ao navegamos numa hidrovia podemos nos deparar com algumas placas ou bandeiras com os
seguintes símbolos abaixo (figura 65), cada um deles indica uma situação ou manobra necessária para
navegarmos com segurança:
A. Ao observar-se um sinal “X” numa placa, à margem do rio, significa trocar de margem;
B. Ao observar-se um sinal “H” numa placa, à margem do rio, significa seguir meio do canal;
C. Ao observar-se um sinal “Y” numa placa no rio, significa bifurcação de canal;
D. Ao observar-se um sinal “+” numa placa no rio, significa perigo isolado.
A B
C D
83
A. Numa ponte que atravessava o rio, ao observar-se dois losangos amarelos, um ligado ao outro
pelos pontos laterais, isto significa que o tráfego é permitido com sentido único.
B. Numa ponte que atravessava o rio, ao observar-se um losango amarelo, isto significa que o
tráfego é permitido nos dois sentidos.
C. Numa ponte que atravessava o rio, ao observar-se um triângulo verde, isto significa que o
tráfego está à direita de quem desce ou sobe o rio e ao observar um retângulo pintado de
vermelho, isto significa que o tráfego está à esquerda de quem desce ou sobe o rio
D. Numa ponte que atravessava o rio, ao observar-se um retângulo vermelho com uma faixa larga
horizontal branca no meio, isto significa que o tráfego está proibido.
A B
C D
84
Para atracar deve-se, em geral, manobrar da seguinte forma: aproximar do cais, num ângulo
de 45º, de modo a passar um cabo de proa logo que possa, colocando o leme para o bordo oposto ao
do cais, para deslocar a popa para este.
As espias são cabos de amarração usados na faina de atracar uma embarcação e os cabos
principais de amarração são: lançantes, espringues e traveses (figura 67).
O través é a espia que serve para amarrar a embarcação, saindo perpendicularmente ao cais.
Havendo correnteza no local, que se vai atracar uma lancha, devemos aproveitar seu efeito e atracar
contra a correnteza, passando-se um cabo dizendo para vante e outro dizendo para ré.
Desatracar é o ato de soltar a embarcação que está ligada ao cais, passando a mesma à
condição de embarcação em movimento. Para desatracar a embarcação devemos largar os cabos de
ré, procurando manobrar para abrir a popa e com, o motor dando atrás, aproveitar o efeito do leme para
afastar a popa e então largar os cabos de vante.
Com correnteza de proa, minha desatracação é mais fácil ou se processa folgando primeiro os
cabos de vante e mantendo os de ré apertados.
A bóia de arinque é utilizada por embarcações de grande porte, serve para indicar o local onde
a âncora está no fundo. A bóia de arinque é utilizada para indicar o local onde a âncora ficou presa no
fundo.
85
Numa atracação, com vento ou corrente perpendicular ao cais, com aproximação a barlavento,
deve-se aproximar com a embarcação paralela ao cais, com pouco seguimento (figura 68).
Já ao se deparar com uma atracação, com vento ou corrente perpendicular ao cais, com
aproximação a sotavento, deve-se aproximar com a embarcação com um ângulo aproximado de 45º
com o cais (figura 69).
86
Numa atracação com vento ou corrente, paralelos ao cais, deve-se aproximar com a
embarcação sempre contrária ao vento ou corrente, com ângulo agudo ao cais.
Para se largar do cais, sem vento e sem corrente, deve ser feita com o leme contrário ao cais
e máquina devagar adiante, largar todas as espias, exceto a de ré, que esteja dizendo para vante.
87
Para se largar de um cais, com vento e corrente pela proa, deve ser feita largando todas as
espias, exceto a que diz para vante, na popa, mantendo o leme contrário ao cais (figura 70), seguindo
os seguintes passos:
1. Largar todas as espias exceto o espringue de popa manter o leme contrário ao cais.
2. Depois que a proa abrir o suficiente, folgar o espringue, até que a popa se afaste do cais.
3. Largar o espringue de popa, dar máquinas adiante devagar
Para se largar de um cais, com vento corrente pela popa, deve ser feita largando todas as
espias, exceto a que diz para ré, na proa, mantendo o leme na direção do cais (figura 71).
Largar todas as espias exceto o espringue de proa. Leme na direção ao cais, ir entrando o
espringue da proa. Quando a popa estiver safa, leme a meio e máquinas atrás devagar.
5.1. Objetivos
Existem diversos cabos e nós, cada um com determinada função e capacidade de uso,
contudo, no dia-a-dia da navegação, os nós abaixo descritos se mostram fundamentais.
5.2. Nó Direito
Serve para unir dois cabos de bitola (diâmetro, Ø) igual, sendo útil quando necessário alongar
algum cabo ou, no caso de veleiros, para amarrar a vela grande na operação de rizar.
É um nó de fácil elaboração, como pode ser visto na figura 72 abaixo.
Figura 72 – Nó Direito
Fonte:http://www.westcoast.pt/index.php/pt/recursos/manual-de-vela-online/aula-2-nos
5.3. Nó de 8
Este nó é útil como um nó terminal, aplicado na ponta das escotas e adriças para evitar que
elas escapem através dos olhais ou passadouros. Tem um aspecto semelhante a um 8. Para dar este
nó, siga as ilustrações da esquerda para a direita.
Figura 73 – Nó de 8
Fonte: http://www.westcoast.pt/index.php/pt/recursos/manual-de-vela-online/aula-2-nos
89
O Lais de Guia, considerado o rei dos nós, é usado fazer uma laçada no chicote de um cabo.
É usado para colocar as adriças no punho da pena das velas, amarração em argolas e até para unir
cabos. Um Lais de Guia feito corretamente é muito seguro e fácil de desfazer. Para dar este nó, siga
as ilustrações da esquerda para a direita.
Fonte: http://www.westcoast.pt/index.php/pt/recursos/manual-de-vela-online/aula-2-nos
Este nó é usado para amarrar um cabo a um ponto sólido, como um poste num cais. O seu
principal uso a bordo é para segurar as defensas aos varandins. Para dar este nó, siga as ilustrações
da esquerda para a direita.
Fonte: http://www.westcoast.pt/index.php/pt/recursos/manual-de-vela-online/aula-2-nos
90
5.6. Nó de Escota
Este nó é usado para unir dois cabos de bitolas diferentes. Quando for usado com cabos de
diâmetros muito diferentes devemos dar um cote adicional, transformando-o em nó de escota dobrado.
Para dar este nó, siga as ilustrações da esquerda para a direita.
Figura 76 – Nó de Escota
Fonte: http://www.westcoast.pt/index.php/pt/recursos/manual-de-vela-online/aula-2-nos
É a forma correta de amarrar um cabo a um cunho. Para dar este nó, siga as ilustrações da
esquerda para a direita.
Fonte: http://www.westcoast.pt/index.php/pt/recursos/manual-de-vela-online/aula-2-nos
91
REFERÊNCIAS
BARROS, Geraldo L. M.; Navegar é fácil. Editora Catedral das Letras – 12ª Edição – 2006
WEST COAT; Manual de Vela Online / Aula 2 – Nós. Material on-line disponível
emhttp://www.westcoast.pt/index.php/pt/recursos/manual-de-vela-online/aula-2-nos, acessado em
Julho de 2014.
MAHLE; Manual Técnico. Material técnico do Curso Mahle Metal Leve – Motores de Combustão
Interna.
92
ANEXOS