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Curso Emergencista Pré-hospitalar – Módulo1 www.fabricadecursos.com.

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SENASP/MJ - Última atualização em 18/10/2007
Bem-vindo(a) ao curso

Emergencista Pré-hospitalar
Créditos

Conteudistas
Luiz Cláudio Barbosa Castro - Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal. Especialista em Atendimento Pré-Hospitalar e Gerência de Saúde, e
possui vasta experiência em emergência médica.

Osiel Rosa Eduardo - Major Combatente do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito


Federal. Especialista em Administração Pública e possui vasta experiência em
atendimento pré-hospitalar e gestão de riscos e desastres.

Francisco das Chagas Pontes - Capitão do Quadro Administrativo do Corpo de


Bombeiros Militar do Distrito Federal. Comandante da companhia de treinamento e
qualificação de recursos humanos do batalhão de emergência do CBMDF e
Especialista em atendimento pré-hospitalar.

Apresentação
O trauma e as emergências clínicas são
responsáveis anualmente por várias mortes e
seqüelas irreparáveis aos acidentados. O custo
das internações é muito alto para o Estado ou
para a família dos pacientes.

Estes fatos não podem ser desconsiderados e,


não só o Governo, mas todos os cidadãos
devem contribuir para melhorar este quadro,
tanto em relação à prevenção de acidentes e
doenças quanto no socorro aos acidentados.

O curso Emergencista Pré-hospitalar tem como


finalidade a preparação de profissionais no
primeiro atendimento a acidentados, fora do
ambiente hospitalar.

A nobre missão de salvar requer conhecimentos técnicos específicos de primeiros


socorros, portanto, o Emergencista é a pessoa mais valiosa no primeiro atendimento

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fora do hospital, diminuindo as complicações que poderiam prolongar a recuperação
ou resultar na incapacidade definitiva do paciente.

Bom curso!

Módulo 1 - Aspectos fundamentais


Este módulo tem como objetivo apresentar os principais
aspectos relacionados ao Emergencista pré-hospitalar.

Para isso, foram relacionadas 4 aulas:

• Atribuições e responsabilidades do Emergencista


• Noções básicas de anatomia e fisiologia humana
• Avaliação geral do paciente
• Suporte básico de vida

Aula 1 - Atribuições e responsabilidades do Emergencista


Os objetivos desta aula são:

• Descrever as principais atribuições do Emergencista no local de uma


ocorrência;
• Mostrar as prioridades para manter seguro o local de uma emergência
(ocorrência);
• Conceituar Negligência, Imperícia e Imprudência;
• Definir omissão de socorro; e
• Apresentar os principais materiais utilizados no Atendimento Pré-hospitalar.

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Antes de apresentar as principais atribuições do Emergencista,
alguns conceitos importantes devem ser observados:

Atendimento pré-hospitalar
É considerado como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento
que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde
(de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar
ao sofrimento, a seqüelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe
atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente
hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Podemos chamá-lo de
atendimento pré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for oriundo
de um cidadão ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário quando a
solicitação partir de um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o
primeiro atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado,
mas necessite ser conduzido a outro serviço de maior complexidade para a
continuidade do tratamento.

Primeiros socorros
São os procedimentos prestados, inicialmente, àqueles que sofreram acidente ou
doença, com a finalidade de evitar o agravamento do estado da vítima, até a chegada
de ajuda especializada.

Emergencista
É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar
problemas que comprometam a vida. Cabe ao emergencista prestar o adequado
socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes.

Omissão de socorro
Segundo o Artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em “Deixar de
prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada
ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente
perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.

Pena: detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa.

Diz ainda aquele artigo, “A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e é triplicada, se resulta de morte”.

Vale ressaltar que, o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a
pessoa não possui treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já
descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.

Ocorrência
Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por fenômenos
naturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de pessoas ou bens
e requer ação imediata de suporte básico de vida, a fim de proporcionar melhor

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qualidade de vida ou sobrevida aos pacientes, bem como evitar maiores danos à
propriedade ou ao meio ambiente.

Atribuições e responsabilidades do Emergencista


Para ser um Emergencista é preciso aprender a lidar com o público.
Pessoas que estão doentes ou feridas não se encontram em condições normais. Você
deve ser capaz de superar comportamentos grosseiros ou pedidos descabidos,
supondo que estes pacientes estão agindo assim devido à doença ou ao ferimento
presente. Lidar com as pessoas é uma das mais exigentes tarefas do Emergencista e,
dependendo da situação, atuar de modo profissional pode ser muito difícil.

O Emergencista deve ser honesto e autêntico.


Quando estiver ajudando uma pessoa, você não deve dizer que ela está bem, se na
verdade ela estiver doente ou ferida. Nem mesmo dizer que tudo está bem quando
você percebeu que existe algo errado. Dizer para a pessoa não se preocupar é uma
bobagem. Quando uma emergência acontece, certamente, existe algo com que se
preocupar.

No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado.


Observe a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários
sobre os pacientes ou sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em auxiliar o
paciente e evite distrações desnecessárias. Coisas simples como fumar um cigarro no
local da emergência, mostra que você não é disciplinado e não pode ser um
Emergencista.

Saiba mais sobre a ação do emergencista


A comunicação com o paciente pode ser benéfica e contribuir para o seu relaxamento,
desde que você seja honesto. Dizer ao paciente que você está treinado em primeiros
socorros e que irá ajudá-lo, pode diminuir o medo e estabelecer vínculos de confiança.

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Avisar ao paciente que o Serviço de Emergência Médica (Corpo de Bombeiros Militar
ou o SAMU) está a caminho pode ajudar a tranqüilizá-lo.

É essencial ao Emergencista ter discernimento quanto aos limites do que pode ser
comunicado ao paciente. Avisar que a criança do paciente está morta ou um ente
querido está seriamente ferido não ajudará em nada. Quando a assistência de
emergência é prestada, o Emergencista deve ter maior sensibilidade sobre o que dizer
ao paciente. Nessas situações, como uma tentativa de acalmar o paciente, o
Emergencista pode avisar que outras pessoas estão cuidando de seus entes queridos.
É importante lembrar que um paciente vivendo o stress da doença ou de um trauma
pode não tolerar uma pressão adicional.

Atuar como Emergencista exige que você controle os seus próprios sentimentos no
local da emergência. Você aprenderá a envolver-se com a assistência aos pacientes
enquanto, ao mesmo tempo, controla as suas próprias reações emocionais ao
enfrentar uma situação de doença ou ferimentos graves. Os pacientes não necessitam
unicamente de simpatia ou lágrimas, mas exigem um atendimento profissional.

Prestar assistência como Emergencista requer que você admita que o local do
acidente ou os tipos de emergência podem afetá-lo. Você deve conversar com outros
trabalhadores do serviço de emergência ou especialistas do Serviço de Emergência
Médica, para lidar com os seus problemas emocionais e o stress ocasionados pelas
situações de emergência.

No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado.


Observe a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários
sobre os pacientes ou sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em auxiliar o
paciente e evite distrações desnecessárias. Coisas simples como fumar um cigarro no
local da emergência, mostra que você não é disciplinado e não pode ser um
Emergencista.

Você não precisa mudar o seu estilo de vida para ser um Emergencista. Entretanto, no
momento em que você é requisitado para prestar assistência a uma pessoa, alguns
aspectos relacionados à mudança de seu comportamento devem ser considerados.
Sua atuação e aparência podem facilitar a obtenção da confiança do paciente. Tomar
uma dose a menos de bebida alcoólica em uma festa, pode parecer pouco importante,
porém, o significado desta pequena ação é muito importante, para que o
Emergencista preste uma assistência adequada nas situações de emergência.

Para ser um Emergencista, você deve manter-se em boas condições de saúde. Se você
tem limitações físicas, como dificuldade em agachar ou de respirar, o seu treinamento
terá pouca utilidade.

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Atributos do Emergencista
Os principais atributos inerentes à função do Emergencista, são:

• Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento


necessário;
• Aprender a controlar suas emoções, ser paciente com as ações anormais ou
exageradas daqueles que estão sob situação de stress;
• Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente.

Responsabilidades do Emergencista
As responsabilidades do Emergencista no local da ocorrência incluem o cumprimento
das seguintes atividades:

• Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI´s);


• Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, sua equipe, o
paciente, e prevenir outros acidentes;
• Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para a
situação;
• Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local e pela
avaliação do paciente;
• Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu
treinamento;
• Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local
do paciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou
minimizem os riscos de lesões adicionais;
• Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência e
coordenar as atividades.

A responsabilidade profissional é uma obrigação atribuída a toda pessoa que exerce


uma arte ou profissão, ou seja, a responder perante à justiça pelos atos prejudiciais
resultantes de suas atividades inadequadas, portanto, o Emergencista poderá ser
processado e responsabilizado se cometer os seguintes atos:

IMPERÍCIA Ignorância, inabilidade, inexperiência

Entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de conhecimentos, que


se mostram necessários para o exercício de uma profissão ou de uma arte qualquer.

A imperícia, assim se revela na ignorância, como na inexperiência ou na inabilidade


acerca de matéria, que deveria ser conhecida, para que se leve a bom termo ou se
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execute com eficiência o encargo ou serviço, que foi confiado a alguém.

Evidencia-se, assim, no erro ou engano de execução de trabalho ou serviço, de cuja


inabilidade se manifestou. Ou daquele que se diz apto para um serviço e não o faz
com a habilidade necessária, porque lhe falecem os conhecimentos necessários.

A imperícia conduz o agente à culpa, responsabilizando-o, civil e criminalmente, pelos


danos que sejam calculados por seu erro ou falta.

Exemplo: é imperito, o Emergencista que utilizar o reanimador manual, sem executar


corretamente, por ausência de prática, as técnicas de abertura das vias aéreas, durante
a reanimação.

IMPRUDÊNCIA Falta de atenção, imprevidência, descuido

Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às conseqüências de seu


ato ou ação, quando devia e podia prevê-las.

Mostra-se falta involuntária, ocorrida na prática de ação, o que a distingue da


negligência (omissão faltosa), que se evidencia, precisamente, na imprevisão ou
imprevidência relativa à precaução que deverá ter na prática da mesma ação.

Funda-se, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um mal, que podia
e deveria ser atendido ou previsto pelo imprudente.

Em matéria penal, argüido também de culpado, é o imprudente responsabilizado pelo


dano ocasionado à vítima, pesando sobre ele a imputação de um crime culposo.

Exemplo: É imprudente o motorista que dirige um veículo de emergência excedendo


o limite de velocidade permitido na via.

NEGLIGÊNCIA Desprezar, desatender, não cuidar

Exprime a desatenção, a falta de cuidado ou de precaução com que se executam


certos atos, em virtude dos quais se manifestam resultados maus ou prejudicados, que
não adviriam se mais atenciosamente ou com a devida precaução, aliás, ordenada pela
prudência, fosse executada. A negligência, assim, evidencia-se pela falta decorrente de
não se acompanhar o ato com a atenção que se deveria.

Nesta razão, a negligência implica na omissão ou inobservância de dever que


competia ao agente, objetivado nas precauções que lhe eram ordenadas ou
aconselhadas pela prudência, e vistas como necessárias, para evitar males não
queridos ou evitáveis.

Exemplo: É negligente o Emergencista que deixa de utilizar Equipamento de Proteção


Individual (EPI), em um atendimento no qual seu uso seja necessário.

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Em suas atividades, o Emergencista deve identificar:

Reconhecimento do local da ocorrência


O reconhecimento da situação é realizado pelo Emergencista no momento em que
chega ao local da emergência. O reconhecimento é necessário para que o mesmo
possa avaliar a situação inicial, decidir o que fazer e como fazer.

Para o correto reconhecimento do local da ocorrência, devem ser observados:

Avaliação do local
O Emergencista deverá avaliar o local da ocorrência, observando principalmente os
seguintes aspectos:
• A situação;
• Potencial de risco;
• As medidas a serem adotadas.

Informes do Emergencista
Após avaliar o local, o Emergencista deverá informar ao Corpo de Bombeiros Militar ou
ao SAMU:
• Local exato da ocorrência;
• Tipo de ocorrência;
• Riscos potenciais;
• Número de vítimas e idade;
• Gravidade das vítimas;
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• Necessidades de recursos adicionais;
• Nome e telefone do solicitante do socorro adicional.

A ordem dos dados a serem informados é dinâmica, podendo ser alterada conforme a
situação.

O importante é reportá-los sempre e o mais breve possível, pois só assim o


Emergencista terá o apoio necessário.

Segurança do local
Consiste na adoção dos cuidados por parte do Emergencista para a manutenção da
segurança no local de uma ocorrência, priorizando:

• Estacionamento adequado da viatura de emergência;


• Sinalização e isolamento do local;
• Gerenciamento dos riscos.

Estacionamento

O Emergencista/motorista deverá
estacionar a viatura de
socorro/carro particular 15
metros antes do local do
acidente, utilizando-a como
anteparo, a fim de proporcionar
maior segurança à guarnição de
serviço e às vítimas envolvidas,
deixando assim, uma área
denominada “zona de trabalho”.

Nas situações em que já houver


uma viatura fazendo tal proteção,
a viatura de socorro deverá ser
colocada 15 metros à frente do
acidente, mantendo o espaço da
zona de trabalho.

Sinalização
A colocação dos cones de sinalização deverá obedecer a seguinte proporção:

1 metro para cada km/h da velocidade máxima permitida na via

Exemplo: Se a velocidade máxima permitida na via for 40 Km/h, o primeiro cone de

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sinalização deverá ser posicionado 40 metros antes do local do acidente e os demais
cones deverão ser distribuídos em direção ao local do acidente.

Após a sinalização, o Emergencista


deverá se certificar que a sua visualização é ideal. Nos locais onde a visibilidade estiver
dificultada em virtude de neblina ou em uma curva, esta distância poderá ser
aumentada conforme a necessidade.

Equipamentos básicos utilizados no socorro pré-hospitalar


No socorro pré-hospitalar, diversos
equipamentos podem ser utilizados, de
acordo com sua função:

Equipamentos para avaliação do


paciente

• Lanterna pupilar;
• Esfigmomanômetro;
• Estetoscópio.

Equipamentos de proteção individual

• Luvas descartáveis;
• Máscaras faciais;
• Óculos de proteção;
• Avental.

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Equipamentos para reanimação cárdio-
pulmonar

• Máscara de RCP de bolso;


• Reanimadores manuais;
• Cânulas orofaríngeas;
• Aspiradores portáteis.

Equipamentos para curativos

• Ataduras de crepon;
• Compressas de gaze;
• Esparadrapo;
• Bandagens triangular;
• Solução fisiológica.

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Equipamentos para imobilização

• Colar cervical;
• Talas de imobilização (rígidas, infláveis, de papelão etc);
• Macas rígidas longas;
• KED (Colete de imobilização dorsal)

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Equipamentos para extração veicular

• Ferramenta para quebrar vidros;


• Luvas de raspa de couro.

Equipamentos diversos

• Tesoura de ponta romba;


• Kit obstétrico;
• Carvão ativado;
• Cobertor ou manta;
• Bolsa de primeiros socorros.

Aula 2 - Noções básicas de anatomia e fisiologia humana


Os objetivos desta aula são:

• Identificar as partes do corpo de acordo com a terminologia topográfica;


• Apresentar os aspectos importantes das camadas do tecido epitelial;
• Descrever as características e funções do sistema esquelético;
• Listar os principais órgãos que formam o sistema respiratório e suas funções;
• Enumerar os componentes do sistema cardiovascular e suas funções; e
• Listar os componentes do sistema nervoso e suas funções.

Anatomia e fisiologia humana


Anatomia
Ciência que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e a relação entre seus
órgãos, bem como a disposição destes.

Fisiologia
Ciência que estuda as funções orgânicas e os processos vitais dos seres vivos.

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Posição Anatômica
Posição Anatômica é a posição padronizada de
descrição do organismo, empregando-se os termos
de posição e direção.

O corpo humano deverá estar em:

• em posição ortostática;
• com a face voltada para frente;
• com o olhar dirigido para o horizonte;
• com os membros superiores estendidos ao
longo do tronco;
• com as palmas voltadas para frente;
• com os membros inferiores unidos.

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Mecanismo da respiração – inspiração
O corpo humano é dividido em:

• Cabeça;
• Pescoço;
• Tronco; e
• Membros.
o Nos membros empregam-se termos
especiais de posição:
o Proximal: situado mais próximo à raiz do
membro;
o Médio: situado entre proximal e distal; e
o Distal: situado mais distante da raiz do
membro.

Além desta divisão, para identificar as partes do


corpo humano, são definidos:

Planos Anatômicos

Plano mediano
direito e esquerdo

Plano transversal
superior e inferior

Plano frontal
anterior (ventral) e posterior (dorsal)

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Quadrantes Abdominais (órgãos)

QSD QSE
Maior parte do fígado Baço
Vesícula biliar Maior parte do estômago
Parte do intestino Parte do intestino grosso
delgado Parte do intestino
Parte do intestino grosso delgado
Parte do pâncreas Parte do pâncreas
Parte do estômago Parte do fígado

QID
Apêndice QIE
Parte do intestino Parte do intestino grosso
delgado Parte do intestino
Parte do intestino grosso delgado
Parte do ovário (mulher) Parte do ovário (mulher)

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localização aproximada de lesões

Lesão A = Região posterior do tórax em nível de escápula esquerda.

Lesão B = Membro inferior esquerdo, terço médio da coxa, região anterior.

Lesão C = Membro superior esquerdo, terço distal do braço, região anterior.

Lesão D = Membro superior esquerdo, terço médio do antebraço, região anterior.

Lesão E = Membro superior esquerdo, terço médio da palma da mão.

Lesão F = Membro superior esquerdo, terço médio do dedo indicador, região anterior.

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O corpo humano e seus sistemas
O funcionamento do corpo humano pode ser melhor entendido quando são
estudados os seguintes sistemas:

Sistema Tegumentar

Sistema Esquelético

Sistema Respiratório

Sistema Cardiovascular

Sistema Nervoso

Sistema Tegumentar
Sistema que inclui a pele e seus anexos, proporcionando ao corpo um revestimento
protetor que contém terminações nervosas sensitivas e participa da temperatura
corporal, além de cumprir outras funções.

Pele
Maior órgão do corpo humano. No adulto sua área total atinge aproximadamente
2m2, apresentando espessura variável (1 a 4 mm) conforme a região.

A distensibilidade é outra característica da pele que também varia de região para


região.

A pele
A pele tem como funções:

• Proteção;
• Regulação da temperatura;
• Excreção; e
• Produção de vitamina D.

A pele é dividida em camadas:

• Epiderme: camada mais superficial da pele;


• Derme: camada subjacente à epiderme, tendo sob ela a tela subcutânea.

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A pele
Glândulas da pele
A pele contém numerosas glândulas sudoríparas e sebáceas. As primeiras localizam-se
na derme ou tela subcutânea, com importante função na regulação da temperatura
corporal, porque sua excreção, o suor, absorve calor por evaporação da água. As
glândulas sudoríparas são especialmente abundantes na palma das mãos e planta dos
pés. Em certas regiões, como a axila e a dos órgãos genitais externos, existem
glândulas muito semelhantes às sudoríparas, cuja secreção, entretanto, produz odor
característico.

Coloração da pele
A cor da pele depende da quantidade de pigmentos, da vascularização e da espessura
dos estratos mais superficiais da epiderme. Entre os pigmentos, a melanina é o mais
importante e sua quantidade na pele varia com a raça.

Sistema Esquelético
É um conjunto de ossos e cartilagens que se unem através de articulações, para formar
o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, sendo composto de 206 ossos.

As funções do sistema esquelético são:

• Proteção dos órgãos e tecidos;


• Sustentação e conformação do corpo;
• Armazenamento de minerais essenciais;
• Inserção de músculos;
• Permitir a realização de movimentos;
• Conferir rigidez e resistência ao corpo; e
• Produção de certas células sangüíneas.

Ossos Tecido conjuntivo mineralizado vivo, altamente vascularizado, e em constante


transformação.

Classificação quanto à forma

Ossos Longos: o comprimento predomina sobre a largura e a espessura.


fêmur, rádio, ulna, tíbia, falanges

Ossos Curtos: as três dimensões equivalem-se.


tarso e carpo
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Ossos Laminares: o comprimento e largura equivalem-se, predominando sobre a
espessura.
escápula, ossos do crânio e ossos do quadril

Ossos Irregulares: apresentam uma morfologia complexa, onde não há


correspondência nas formas geométricas.
temporal, vértebras

Ossos pneumáticos: apresentam uma ou mais cavidades de volume variado,


revestido de mucosa e contendo ar.
frontal, temporal, maxilar

Divisão anatômica do esqueleto


O esqueleto subdivide-se em duas partes:

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A união dos esqueletos axial e apendicular ocorre através das cinturas.

Divisão anatômica do esqueleto

Crânio
O crânio possui duas divisões principais:

Caixa encefálica (crânio propriamente dito): composto por 08 ossos largos e


irregulares que se fundem formando a cobertura que protege o encéfalo.

Face: composta por 14 ossos que se fundem para dar sua forma.

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Coluna vertebral
Estrutura óssea central, composta de 33
vértebras, dividida em cinco regiões:

Coluna cervical (pescoço): composta de 07


vértebras;
Coluna torácica (parte superior do dorso):
composta de 12 vértebras;
Coluna lombar (parte inferior do dorso):
composta de 05 vértebras;
Coluna sacral (parte da pelve): composta
de 05 vértebras;
Coluna coccígea (cóccix ou cauda):
composta de 04 vértebras.

Articulações
Conexão entre dois ou mais ossos
adjacentes, que de acordo com a
conformação e o aspecto estrutural são
agrupadas em três tipos principais:

Articulações fibrosas: São aquelas em que


o tecido que interpõe as peças ósseas é
fibroso, impossibilitando o seu movimento;

Articulações cartilaginosas: São aquelas em


que o tecido que interpõe as peças ósseas
é formado por fibrocartilagem ou cartilagem hialina, possibilitando movimentos
limitados;

Articulações sinoviais: São aquelas em que o elemento que interpõe as peças ósseas é
o líquido sinovial, possibilitando movimentos amplos.

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Sistema Respiratório
É o conjunto de órgãos que permite a captação de oxigênio e a eliminação de dióxido
de carbono produzido na respiração interna.

O Sistema Respiratório tem como função conduzir o ar do meio ambiente para os


pulmões, e vice-versa, promovendo a troca gasosa, como também filtrar, pré-aquecer
e umedecer o ar inspirado.

Respiração
Conjunto dos fenômenos que permitem a absorção do oxigênio e a expulsão do gás
carbônico pelos seres vivos.

Órgãos componentes do Sistema


Respiratório

O Sistema Respiratório é composto


pelos seguintes órgãos:

Nariz
No interior do nariz (narinas) existem pêlos, denominados vibrissas ou cílios, que
recolhem a maior parte das partículas e pó existentes no ar, realizando assim, uma
filtragem grosseira dessas impurezas. Eles e estão em constante movimento a fim de
eliminar estes resíduos através das narinas. É guarnecido de uma camada de líquido
(muco), que retém outras partículas de pó em sua porção superior. Ainda existem as
conchas nasais, superior, média e inferior, que servem para aumentar a superfície
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mucosa da cavidade nasal, pois é esta superfície mucosa que umedece e aquece o ar
inspirado, “condicionando-o” para que seja melhor aproveitado na hematose que se
dá ao nível dos pulmões.

Faringe
É um tubo muscular membranoso associado a dois sistemas: respiratório e digestório,
situando-se posteriormente à cavidade nasal, bucal e à laringe.

Laringe
É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço que, além de via
aerífera é órgão da fonação, ou seja, da produção do som. Coloca-se anteriormente à
faringe, comunicando-se com a mesma através da glote, junto à glote está a epiglote,
que tem a função de fechar a glote durante a passagem do bolo alimentar.

Esqueleto da Laringe
A laringe é continuada diretamente pela traquéia e apresenta um esqueleto
cartilaginoso. A maior cartilagem é a tireóide, constituída de duas lâminas que se
unem anteriormente em V; a cartilagem cricóide é ímpar, situando-se inferiormente à
cartilagem tireóide. Entre as duas cartilagens, situa-se a membrana ou ligamento
cricotireóideo.

Traquéia
É um canal situado entre a laringe e a origem dos brônquios. Tem de 12 a 15 cm de
comprimento e é constituída por 16 a 20 anéis cartilaginosos incompletos, em forma
de C, sobrepostos e ligados entre si.

Brônquios
São os canais resultantes da bifurcação da traquéia. Os brônquios vão se ramificando
em direção aos lobos pulmonares em diâmetros cada vez menores.

Pulmões
Principais órgãos da respiração, sendo um direito e outro esquerdo, são órgãos moles,
esponjosos e dilatáveis. Estão contidos na cavidade torácica e, entre eles, há uma
região denominada mediastino.
Os pulmões se subdividem em lobos, sendo três para o direito e dois para o esquerdo.
As vias aéreas finalmente terminam nos alvéolos, cada um dos quais está em contato
com os capilares sangüíneos onde se dá a função essencial dos pulmões, a hematose
(oxigenação do sangue venoso).

Pleura
Cada uma das membranas serosas que cobrem as paredes internas da cavidade
torácica (pleura parietal) e a superfície externa dos pulmões (pleura visceral).

Músculos da respiração
Os principais músculos da respiração são o diafragma que separa a cavidade torácica
da abdominal e os músculos intercostais, que estão situados entre as costelas.

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Mecanismo da respiração – inspiração


Durante a inspiração (inalação):

• o diafragma e os músculos intercostais se contraem;

• quando o diafragma se contrai, move-se para baixo, aumentando a cavidade


torácica longitudinalmente;

• quando os músculos intercostais se


contraem, elevam as costelas;
estas ações se combinam para
aumentar a cavidade torácica (fole)
em todas as dimensões, os pulmões
são puxados com ela, que se expande
pela sucção exercida através das
superfícies pleurais unidas.

A pressão aérea interna, menor que a


externa, permite a entrada de ar pela
traquéia enchendo os pulmões. O ar se
moverá de uma área de maior pressão para
uma de menor pressão, até tornarem-se
equivalentes.

Mecanismo da respiração – expiração


Durante a expiração:

o diafragma e os músculos intercostais se relaxam;

a medida que estes músculos se relaxam, a cavidade torácica diminui de tamanho em


todas as dimensões;

a medida que a cavidade torácica diminui, o ar nos pulmões é pressionado em um


espaço menor, a pressão interna aumenta e o ar é empurrado através da traquéia.

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Sistema Cardiovascular
É um sistema fechado, composto pelo coração e por uma rede de tubos denominado
artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias.

As principais funções do Sistema Cardiovascular são:

• Fornecer Oxigênio, substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos;


• Transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e uréia até os órgãos
responsáveis por sua eliminação; e
• Termoregulação do organismo.

Sangue
O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida),
glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.

Composição do sangue

Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os


produtos de degradação para os órgãos excretores.

Glóbulos vermelhos: Fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio.

Glóbulos brancos: Atuam na defesa do organismo contra as infecções.

Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sangüíneos, necessários para


estancar o sangramento.

Coração
É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que funciona como uma bomba contrátil
e propulsora do sangue.

Camadas musculares do coração

As paredes do coração são formadas por três camadas:

• Miocárdio: camada média determina a sístole e a diástole cardíaca;


• Endocárdio: camada de revestimento interno;
• Epicárdio: camada de revestimento externo.

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Coração
As cavidades cardíacas são quatro:

2 átrios (cavidades superiores) e 2 ventrículos (cavidades inferiores).

Átrio direito Átrio esquerdo


Desembocam as veias Desembocam as veias
cavas superior e inferior. pulmonares direita e
Comunica-se com o esquerda. Comunica-se
ventrículo direito através com o ventrículo esquerdo
da valva tricúspide (possui através da valva bicúspide
três cúspides). ou mitral (possui dois
cúspides).

Ventrículo direito Ventrículo esquerdo


Nele chega sangue rico em Nele chega sangue
CO2 proveniente do átrio oxigenado proveniente do
direito, que posteriormente átrio esquerdo, que
é expulso para a artéria posteriormente é expulso
pulmonar. para todo o corpo através
da artéria aorta.

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Coração
Movimentos cardíacos

Para o coração realizar sua função de bombeamento de


sangue, efetua movimentos de contração e relaxamento da
musculatura das suas cavidades:

Sístole: período de contração dos ventrículos, para expulsar o


sangue proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e
aorta;

Diástole: período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de contração dos


átrios, permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os ventrículos.

Vasos sangüíneos
São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída por
artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as
arteríolas, vênulas e capilares.

Artérias
Vasos sangüíneos que saem do coração levando sangue para o corpo.

Veias
Vasos sangüíneos que chegam ao coração trazendo sangue do corpo.

Circulação sangüínea
A circulação sangüínea tanto no homem, como nos mamíferos em geral, é dupla:

Circulação Pulmonar = Pequena Circulação

Percurso da circulação pulmonar:


Coração (ventrículo direito) > pulmões > coração (átrio esquerdo)

Circulação Sistêmica = Grande Circulação

Percurso da circulação sistêmica:


Coração (ventrículo esquerdo) > tecidos do corpo > coração (átrio direito), passando
pelos capilares dos diversos sistemas ou aparelhos do corpo

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Circulação sangüínea

As artérias tornam-se
gradualmente mais Os capilares são vasos de calibre
finas (arteríolas), até diminuto, como fios de cabelo, onde
que o sangue circule as hemácias podem entrar em íntimo-
através de delgados contato com as células do organismo
capilares. (ocorrendo o metabolismo celular:
troca de nutrientes e O2 por produtos

O sangue arterial (rico em


O2) deixa o ventrículo
esquerdo através da artéria
aorta (circulação sistêmica).

O sangue (rico em CO2)


passa dos capilares para
pequenas veias (vênulas)
que se unem e tornam-se
Retorna então pela veia maiores, à medida que se
pulmonar aproximam do coração.
desembocando no átrio
esquerdo, que por sua
vez é impulsionado para Elas levam o sangue
o ventrículo esquerdo através da veia cava
(iniciando a circulação (inferior e superior) para o
sistêmica), completando átrio direito,
impulsionando-o para o
ventrículo direito

De lá, o sangue é bombeado através da - artéria


pulmonar para os pulmões (circulação pulmonar),
onde volta a passar através de um sistema capilar
(ocorrendo a hematose: troca de CO2 por O2).

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Circulação sangüínea
O sistema é completamente fechado, com dois
conjuntos de capilares conectando arteríolas e
vênulas nos pulmões e nos tecidos do restante
do organismo.

Sistema Nervoso
Sistema responsável pelo controle e
coordenação das funções de todos os sistemas
do organismo e, ainda, ao receber estímulos
aplicados à superfície do corpo (frio, calor, dor
etc) é capaz de interpretá-los e desencadear,
eventualmente, respostas adequadas a estes
estímulos.

Muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade

caminhar é um ato voluntário

Muitas outras ocorrem involuntariamente, sem que tenhamos consciência

a secreção da saliva ocorre independente de nossa vontade

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Sistema Nervoso
As funções do Sistema Nervoso são:

• Colher informações do meio externo e interno e transformá-las em estímulos;


• Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo.

O Sistema Nervoso pode ser dividido em:

Sistema Nervoso Central – SNC


O sistema nervoso central é uma porção de recepção de estímulos, de comando e
desencadeadora de respostas. A porção periférica está constituída pelas vias que
conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos órgãos, as
ordens emanadas da porção central. Pode-se dizer que o SNC está constituído por
estruturas que se localizam no esqueleto axial (coluna vertebral e crânio): a medula
espinhal e o encéfalo.

Sistema Nervoso Periférico – SNP


O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gânglios
e as terminações nervosas.

Sistema Nervoso Visceral – SNV


O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com o meio interno, compreendendo
fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) – músculo liso e
gânglios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ou
involuntário, constituído apenas da parte motora do SNV.

Sistema Nervoso Somático – SNS


O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo com o meio externo,
compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras (eferente)
músculo estriado esquelético.

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Sistema Nervoso Central
Meninges:
O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (ou
membranas) de tecido conjuntivo chamadas, em conjunto, de meninges.

Estas lâminas são, de fora para dentro:


• dura-máter;
• aracnóide; e
• pia-máter.

O Sistema Nervoso Central – SNC é dividido anatomicamente em:

Encéfalo
Porção do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e que compreende o
cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico.

Medula espinhal
É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canal vertebral. A medula
espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e retransmissão
de impulsos motores. Todos os centros importantes do encéfalo são conectados
através de longos feixes nervosos, diretamente aos órgãos ou músculos que
controlam. Estes feixes se unem formando a medula espinhal, transmitindo
mensagens entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico. Estas mensagens são
passadas ao longo do nervo sob a forma de impulsos elétricos.
Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da primeira ou
segunda vértebra lombar. Na porção final da medula localizam-se nervos espinhais
que formam uma espécie de “cabeleira” nervosa, comparada à cauda eqüina.

Cérebro
Constitui a parte mais importante do encéfalo, localiza-se na caixa craniana, é centro
da consciência. As funções do cérebro normal incluem a percepção de nós mesmos e
do ambiente ao nosso redor, controla nossas reações em relação ao meio ambiente,
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respostas emocionais, raciocínio, julgamento e todas as nuances que formam a
consciência, as sensações e origem dos movimentos, compreendendo o telencéfalo e
o diencéfalo.

Cerebelo
Possui a função de determinar o equilíbrio do corpo e sua orientação no espaço, bem
como, a regulação do tônus muscular e a coordenação das atividades motoras do
organismo.

Tronco encefálico
Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférios cerebrais e por onde
transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras.

Telencéfalo
O telencéfalo é a porção mais anterior e mais desenvolvida do cérebro, ocupa a maior
parte da cavidade craniana e é envolvido pelas meninges, sendo o segmento mais
desenvolvido do encéfalo humano. Nele encontra-se o córtex cerebral que é uma
lâmina cinzenta, de espessura variável e que constitui a superfície do hemisfério
cerebral.

Diencéfalo
É um dos principais centros receptores de impulsos elétricos oriundos das vias
periféricas, possui volumosos núcleos cinzentos.

Mesencéfalo
Protuberância que constitui o ponto de junção do cérebro, do cerebelo e da medula
espinhal. Comunica-se com o cérebro através de fibras nervosas encarregadas de
conduzir estímulos oculares, visuais, acústicos e outros.

Ponte
Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamentos de
fibras e células nervosas. A Ponte possui três pares de nervos responsáveis pela
inervação dos músculos que movimentam os olhos para os lados, dos músculos
mímicos da face, das glândulas salivares e lacrimais, e conduz sensações de paladar
captadas na língua.

Bulbo
Porção inferior do tronco encefálico no sentido crânio-caudal, sendo que o grande
forame (forame magno), constitui o limite convencional com a medula espinhal.
Possui feixes de fibras motoras que comandam os movimentos dos músculos
voluntários.

Essas fibras dirigem-se, paralelamente, até o forame occipital, onde trocam de lado. No
resto do percurso, caminham do lado oposto àquele em que estavam originalmente.
Este cruzamento de fibras faz com que as ordens emitidas, a partir do hemisfério
cerebral direito, sejam transmitidas ao lado esquerdo do corpo e vice-versa. Por isso,
acidentes que lesem o lado esquerdo da cabeça provocam, em geral, paralisia do lado
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direito.

Além disso, no bulbo, localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a


respiração e o funcionamento vasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata
instantaneamente. A pressão sangüínea cai de forma tão acentuada que não permite
mais a irrigação dos diversos órgãos. Com a lesão do bulbo, são cortados os impulsos
que controlam o funcionamento dos vasos sangüíneos e dos pulmões.

Sistema Nervoso Periférico


O Sistema Nervoso Periférico – SNP – é dividido anatomicamente em:

Nervos
São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido
conjuntivo, tendo como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los do
SNC ao periférico. Distinguem-se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais.

Nervos cranianos
São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles (10)
originam-se no tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são também
denominados por números em seqüência crânio-caudal. A relação abaixo apresenta o
nome e o número correspondente a cada um dos pares cranianos:
Olfatório é puramente sensitivo e ligado à olfação como o nome indica, iniciando-se
em terminações nervosas situadas na mucosa nasal.
Óptico, também sensitivo, origina-se na retina e está relacionado com a percepção
visual.
Oculomotor, troclear e abducente enervam músculos que movimentam o olho, sendo
que o III par é também responsável pela inervação de músculos chamados intrínsecos
do olho, como o músculo esfíncter da íris (que fecha a pupila) e o músculo ciliar (que
controla a forma da lente).
Trigêmeo é predominantemente sensitivo, sendo responsável pela sensibilidade
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somática de quase toda a cabeça. Um pequeno contingente de fibras é motor,
inervando a musculatura mastigadora, isto é, músculos que movimentam a
mandíbula.
Facial, glossofaríngeo e vago são altamente complexos no que se refere aos
componentes funcionais, estando relacionados às vísceras e à sensibilidade gustativa,
além de inervar glândulas, musculatura lisa e esquelética. O nervo vago é um dos
nervos cranianos mais importantes pois inerva todas as vísceras torácicas e a maioria
das abdominais.
Vestíbulo-coclear é puramente sensitivo, constituído de duas porções: A porção
coclear está relacionada com os fenômenos da audição e a porção vestibular com o
equilíbrio.
Acessório inerva músculos esqueléticos, porém, parte de suas fibras unem-se ao vago
e com ele é distribuída.
Hipoglosso inerva os músculos que movimentam a língua, sendo por isso,
considerado como o nervo motor da língua.

Nervos espinhais
Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula e abandonam a
coluna vertebral através de forames intervertebrais. A coluna pode ser dividida em
porções cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. Da mesma maneira,
reconhecemos nervos espinhais que são cervicais, torácicos, lombares, sacrais e
coccígeos.

Aula 3 - Avaliação geral de pacientes


Os objetivos desta aula são:

• Listar as 5 fases da avaliação geral de um paciente;


• Listar 3 fontes rápidas de informação no local da cena;
• Diferenciar a avaliação dirigida para trauma e a avaliação dirigida para
emergência clínica;
• Classificar corretamente o paciente de acordo com a escala CIPE;
• Enumerar os principais sinais e sintomas observados numa vítima; e
• Apresentar a seqüência correta dos passos da avaliação pré-hospitalar de
pacientes.

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Avaliação pré-hospitalar de pacientes
A avaliação pré-hospitalar de pacientes é um procedimento orientado, utilizado pelo
Emergencista para identificar e corrigir possíveis doenças ou traumas que ameaçam a
vida em curto prazo, devendo o Emergencista tomar decisões sobre os cuidados mais
adequados e o mais rápido possível.

O processo de avaliação geral do paciente divide-se em cinco fases distintas, a saber:

Avaliação da cena
Ao chegar no local da ocorrência, o Emergencista deve:

• Observar a cena procurando identificar riscos potenciais para si, para o


paciente ou outros envolvidos (terceiros);
• Observar os mecanismos do trauma ou a natureza da doença do paciente;
• Checar o número de vítimas; e
• Acionar, se necessário, recursos adicionais.

Durante o deslocamento para a cena, o Emergencista deve revisar as informações


contidas no despacho, bem como adotar medidas de proteção individual.

Avaliação da cena
Fontes rápidas de informação no local da cena:

• a cena por si só;


• o paciente (se estiver consciente e em condições de responder), familiares,
testemunhas ou curiosos;
• os mecanismos do trauma;
• a posição do paciente, qualquer deformidade maior ou lesão óbvia; e
qualquer sinal ou sintoma indicativo de emergência clínica.

A cena por si só
Após avaliar a cena, o Emergencista deve iniciar o gerenciamento dos riscos e o
controle da mesma, acionando se necessário, recursos adicionais para as medidas de
sinalização do local, isolamento da cena, estabilização de veículos (calçar e amarrar se
necessário), controle de tráfego, desligamento de motores automotivos, desativação
de cabos elétricos energizados, remoção de pacientes em situação de risco iminente,
dentre outros.

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Avaliação inicial
Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para identificar e corrigir,
de imediato, problemas que ameacem a vida a curto prazo.

Durante a avaliação inicial, os problemas que ameaçam a vida, por ordem de


importância, são:

• Vias aéreas
Permeabilidade e se há comprometimento da coluna cervical.

• Respiração
Se respira e como se processa esta respiração.

• Circulação
Se tiver pulso, se há hemorragia e risco de estado de choque.

Avaliação inicial
Como Realizar a Avaliação Inicial

Observe visualmente a cena e forme uma impressão geral do paciente.

Avalie o nível de consciência do paciente (AVDI). Identifique-se como Emergencista e


solicite autorização para ajudar.

Avalie a permeabilidade das vias aéreas e estabilize manualmente a coluna cervical.

Avalie a respiração do paciente (use a técnica do ver, ouvir e sentir – VOS).

Verifique a circulação do paciente (avalie o pulso carotídeo em adultos e crianças, e o


braquial em lactentes) e verifique a presença de hemorragias e perfusão.

Decida a prioridade para o transporte, através da escala CIPE.

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Avaliação inicial
Escala CIPE
Ao término da avaliação inicial, o Emergencista deve classificar o paciente de acordo
com a gravidade de suas lesões ou doença. Essa classificação é baseada na escala CIPE.

Crítico
Parada respiratória ou cárdio-respiratória.

Instável
Paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratória severa,
com lesão grave de cabeça e/ou tórax.

Potencialmente Instável
Paciente com choque compensado portador de lesões isoladas importantes.

Estável
Paciente portador de lesões menores e sinais vitais normais.

Avaliação inicial
Os pacientes críticos e instáveis devem ser tratados no máximo em 5 minutos, no local
da emergência e transportados de imediato. Nesses casos, a avaliação dirigida e a
avaliação física detalhada devem ser realizadas durante o transporte para o hospital,
simultaneamente com as medidas de suporte básico de vida.

Já no caso dos pacientes potencialmente instáveis e estáveis, o Emergencista deve


continuar a avaliação no local da emergência, no máximo em 12 minutos, e
transportá-lo após sua estabilização.

Colar Cervical e Oxigênio


Após decidir sobre a prioridade de transporte, a equipe de Emergencistas deve realizar
um rápido exame físico na região posterior, anterior e lateral do pescoço e, em
seguida, mensurar e aplicar o colar cervical de tamanho apropriado. Depois, os
Emergencistas devem avaliar a necessidade de ofertar oxigênio para o paciente. Para
isto, devem examinar o nariz, a boca e a mandíbula, através do emprego de uma
máscara facial com reservatório de oxigênio.

Para tratar os pacientes de emergência clínica, os Emergencistas podem utilizar os


mesmos parâmetros recomendados nos casos de trauma, no entanto, não necessitam
imobilizar a região cervical.

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Avaliação dirigida
Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para obter informações,
descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão ameaçar a vida
do paciente.

É dividida em três etapas, são elas:

• Entrevista: Etapa da avaliação onde o Emergencista conversa com o paciente


buscando obter informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas,
sobre o tipo de lesão ou enfermidade existente e outros dados relevantes;

• Sinais Vitais: Etapa da avaliação onde o Emergencista realiza a aferição da


respiração, pulso, pressão arterial e temperatura relativa da pele do paciente; e

• Exame rápido: O exame rápido é realizado conforme a queixa principal do


paciente ou em todo segmento corporal.

Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da
emergência pode não estar claramente definida.

Avaliação dirigida
Guia para realizar uma Entrevista

Se o paciente estiver consciente e em condições de respondê-lo, questione-o


utilizando as seguintes perguntas chaves:

1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto
conhecido)

2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença)

3) Há quanto tempo isso aconteceu?

4) Isso já ocorreu antes? (emergência clínica)

5) Você tem algum problema de saúde?

6) Você tem tomado algum remédio?

7) Você é alérgico a alguma coisa?

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Avaliação dirigida
Sinais Diagnósticos

Sinal é tudo aquilo que o Emergencista pode observar ou sentir no paciente enquanto
o examina.

Pulso, palidez, sudorese etc.

Sintoma é tudo aquilo que o Emergencista não consegue identificar sozinho. O


paciente necessita contar sobre si mesmo.

Dor abdominal, tontura etc.

Avaliação dirigida
Aferição de Sinais Vitais

Os sinais vitais a serem aferidos são:

Pulso
É o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artérias calibrosas
estão posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro.

Valores normais:

• Adulto 60-100 batimentos por minuto (bpm).


• Criança 80-140 bpm.
• Lactentes 85-190 bpm.

Respiração
Absorção do oxigênio e exalação do gás carbônico.

Valores normais:

• Adulto 12-20 ventilações por minuto (vpm).


• Criança 20-40 vpm.
• Lactentes 40-60 vpm.

Temperatura
É a diferença entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo humano.

Valores normais:
36,5 a 37,0 ºC – Independente da faixa etária.

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Temperatura Relativa da Pele
Em atendimento pré-hospitalar, o Emergencista verifica a temperatura relativa da pele
colocando o dorso da sua mão sobre a pele do paciente (na testa, no tórax ou no
abdome). O Emergencista estima a temperatura relativa da pele pelo tato.

Convém recordar que a pele é a grande responsável pela regulação da temperatura e


pode apresentar-se normal, quente ou fria, úmida ou seca.

Durante a avaliação continuada, o Emergencista deve utilizar o termômetro clínico,


para real certificação da temperatura corporal.

Com relação à coloração, a pele pode estar:


• Pálida,
• Ruborizada ou
• Cianótica.

Nas pessoas negras, a cianose pode ser notada nos lábios, ao redor da fossas nasais e
nas unhas.

Pupilas
As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares.
Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas que fizeram uso de drogas
(miose). As pupilas indicam estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal
dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca (midríase), Nos casos de TCE
ou AVC, a irregularidade da reatividade pupilar, será observada no lado oposto em que
ocorreu a lesão (anisocoria).

Coloração da pele
A coloração da pele depende primariamente da presença de sangue circulante nos
vasos sangüíneos subcutâneos. Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente
e é vista nas vítimas em choque ou com infarto do miocárdio. Uma cor azulada
(cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na obstrução de vias aéreas, e
também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em
certos estágios do envenenamento por monóxido de carbono (CO) e na insolação.
Perfusão capilar é o termo usado para verificar a circulação da pele nas extremidades.

Pressão Arterial
É definida como a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas
das artérias. A PA é verificada em dois níveis, a PA sistólica e a diastólica.

A sistólica é a pressão máxima à qual a artéria está sujeita durante a contração do


coração (sístole). A diastólica é a pressão remanescente no interior do sistema arterial
quando o coração fica relaxado (diástole). A pressão arterial é diretamente
influenciada pela força do batimento cardíaco, quanto mais força, mais elevada a PA e
o volume de sangue circulante.

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Dentro desses valores, consideramos a PA normal. Se exceder à máxima,
denominamos alta (hipertensão) e, ao contrário, se não atinge o nível mínimo,
denominamos baixa (hipotensão).

Em geral não se afere PA em crianças com menos de 3 anos de idade. Nos casos de
hemorragias ou choque, a PA mantêm-se constante dentro de valores normais para no
final desenvolver uma queda abrupta.

Valores normais:

Adulto:
• Sistólica máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg
• Diastólica máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg

IDADE PRESSÃO SISTÓLICA PRESSÃO DIASTÓLICA


(Mm Hg) (Mm Hg)
Nascimento (12h, <1000g) 39-59 16-36
Nascimento (12h, 3kg) 50-70 25-45
Recém-nascido (96h) 60-90 20-60
Lactente (6 meses) 87-105 53-66
Criança (2 anos) 95-105 53-66
Idade escolar (7 anos) 97-112 57-71
Adolescente (15 anos) 112-128 66-80

Capacidade de movimentação
A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é conhecida como paralisia e
pode ser resultante de uma doença ou traumatismo.

A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, após um acidente, pode


ser o indicativo de uma lesão da medula espinhal, na altura do pescoço (coluna
cervical). A incapacidade de movimentar somente os membros inferiores pode indicar
uma lesão medular abaixo do pescoço. A paralisia de um lado do corpo, incluindo a
face, pode ocorrer como resultado de um rompimento de um vaso intracraniano
(Acidente Vascular Cerebral – AVC – DERRAME).

Reação a DOR
A perda do movimento voluntário das extremidades, após uma lesão, geralmente é
acompanhada também de perda da sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o
movimento é mantido e a vítima se queixa apenas de perda da sensibilidade ou
dormência nas extremidades. É extremamente importante que este fato seja
reconhecido como um sinal de provável lesão da medula espinhal, de forma que a
manipulação do acidentado não agrave o trauma inicial.

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Avaliação física detalhada
A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser realizada pelo Emergencista
em cerca de 2 a 3 minutos. O exame completo não precisa ser realizado em todos os
pacientes. Ele pode ser realizado de forma limitada em pacientes que sofreram
pequenos acidentes ou que possuem emergências médicas evidentes.

Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o Emergencista deve:

1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa;

2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e as pálpebras, o nariz, a boca, a


mandíbula e os ouvidos;

3) Verificar a região posterior, anterior e lateral do pescoço (antes da aplicação do colar


cervical);

4) Inspecionar o ombro bilateralmente distal / proximal;

5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax;

6) Inspecionar o abdome em quatro quadrantes separadamente;

7) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital;

8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de


pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a
sensibilidade;

9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de


pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a
sensibilidade;

10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal.

Avaliação física detalhada


Como Avaliar o Paciente de Trauma e de Emergência Clínica

Os procedimentos da avaliação dirigida são diferentes para pacientes de trauma e


pacientes de emergência clínica.

Os pacientes podem ser classificados nos seguintes tipos:

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Pacientes de trauma – consciente

• Observe o cenário e tente identificar os mecanismos do trauma;


• Inicie a entrevista com o paciente, enquanto verifica a respiração e a presença
de hemorragias;
• Estabilize a cabeça e o pescoço do paciente com um colar cervical e administre
oxigênio;
• Realize o exame físico dirigido segundo a queixa principal do paciente;
• Realize a aferição dos sinais vitais;
• Complete a entrevista para obter o histórico do paciente;
• Providencie os cuidados necessários; e
• Faça o exame físico detalhado, caso seja necessário.

Pacientes de trauma – inconsciente

• Observe o cenário e tente identificar os mecanismos do trauma;


• Entreviste testemunhas sobre o que aconteceu, enquanto verifica as vias
aéreas, a respiração e a presença de hemorragias;
• Estabilize a cabeça e o pescoço do paciente com um colar cervical e administre
oxigênio;
• Realize um rápido exame físico buscando identificar ferimentos mais graves;
• Realize a aferição dos sinais vitais;
• Realize o exame físico completo da cabeça aos pés; e
• Reavalie os sinais vitais.

Pacientes de emergência clínica – consciente

• Inicie a entrevista com o paciente;


• Administre oxigênio;
• Realize o exame físico dirigido em função da queixa principal informada pelo
paciente;
• Realize a aferição dos sinais vitais; e
• Providencie os cuidados necessários.

Pacientes de emergência clínica – inconsciente

• Inicie a entrevista com as testemunhas perguntando o que aconteceu e tente


determinar a natureza do problema;
• Assegure a permeabilidade das vias aéreas, a respiração e a circulação;
• Verifique a presença de hemorragias;
• Providencie o tratamento para qualquer alteração encontrada e administre
oxigênio;
• Realize um rápido exame físico tentando identificar a natureza da emergência.
• Realize a aferição dos sinais vitais; e

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• Providencie os cuidados necessários.

Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da
emergência pode não estar claramente definida.

Avaliação física detalhada


Objetivo do exame rápido

O exame rápido permite que o Emergencista realize visualmente o exame físico


limitado à região que o paciente se refere como a de maior queixa, ou de todo o
segmento corporal, com o objetivo de encontrar alterações decorrentes de doenças
ou traumas.

Este exame é também chamado de coleta de dados objetivos.

Avaliação continuada
A avaliação continuada é realizada durante o transporte do paciente, devendo o
Emergencista reavaliar constantemente os sinais vitais e o aspecto geral do paciente.

A reavaliação deve ser realizada conforme a escala CIPE:

CRÍTICO e INSTÁVEL Reavalie a cada 3 minutos.

POTENCIALMENTE INSTÁVEL e ESTÁVEL Reavalie a cada 15 minutos.

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Avaliação continuada
Fluxograma da avaliação pré-hospitalar de pacientes

Aula 4 – Suporte básico de vida


Os objetivos desta aula são:

• Descrever os passos da reanimação cardiopulmonar em adultos, crianças e


lactentes;
• Citar as principais causas de obstrução das vias aéreas; e
• Descrever os passos da desobstrução das vias aéreas em adultos, crianças e
lactentes.

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A American Heart Association (Associação Americana do Coração) em conferência
realizada em novembro de 2005, anunciou as novas diretrizes para a Reanimação
Cardiopulmonar em Suporte Básico de Vida, após dois anos de debates e rigorosa
avaliação científica, conforme consenso mundial para reanimação.

O Suporte Básico de Vida - SBV é representado por uma seqüência de ações. Essas
ações, realizadas durante os primeiros minutos de uma emergência, são cruciais para a
sobrevivência.

A seqüência de ações de SBV é a seguinte:

• Reconhecimento rápido do infarto de miocárdio e do AVC e medidas para


evitar a parada respiratória e circulatória.

• Ação rápida diante de qualquer vítima que perde a consciência subitamente.


Respiração de resgate para vítimas de parada respiratória.

• Compressões torácicas e respiração de resgate para vítimas de parada


cardiorespitatória.

• Reconhecimento e tratamento de OVACE.

Parada respiratória
Parada respiratória é a supressão súbita dos movimentos respiratórios, que pode ou
não ser acompanhada de parada cardíaca.

O centro respiratório encefálico deve funcionar para haver respiração e para que a
freqüência e a profundidade respiratórias sejam adequadas, a fim de controlar os
níveis sangüíneos de dióxido de carbono.

O fluxo sangüíneo cerebral inadequado provocado por AVC (resultante da interrupção


da irrigação de uma região do cérebro), choque ou parada cardíaca pode afetar
gravemente o centro respiratório. Uma parada respiratória pode ser provocada
quando a oxigenação do sangue for muito reduzida, mesmo que a quantidade do
sangue que circula pelo encéfalo seja normal. Nestes casos, a vítima pode apresentar
uma parada respiratória completa ou realizar esforços respiratórios ineficazes -
respirações “agônicas”, geralmente associados com contração dos músculos dos
braços e das pernas.

Mesmo após a parada do coração, a respiração continua existindo por poucos


segundos.

Não confunda respirações agônicas com respirações efetivas ao determinar se é

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necessário efetuar respiração de resgate ou compressões torácicas.

Nas próximas páginas serão apresentadas técnicas para a reanimação cardiopulmonar.

Técnicas de abertura das vias aéreas


Quando o tônus muscular é insuficiente, a língua e a epiglote podem obstruir a
faringe.

A língua é a causa mais freqüente de obstrução das vias aéreas na vítima inconsciente.

Se não houver evidência de trauma craniano nem cervical, o Emergencista deve


utilizar a manobra de inclinação da cabeça-elevação do queixo para abrir as vias
aéreas.

As técnicas para abertura das vias aéreas são:

Manobra de inclinação da cabeça – elevação do queixo – casos clínicos

Esta manobra deve ser utilizada


apenas em casos clínicos.

1) Coloque o paciente em
decúbito dorsal e posicione-se
ao seu lado, na altura dos
ombros;

2) Coloque uma das mãos na


testa do paciente e estenda sua
cabeça para trás; e

3) Coloque a ponta dos dedos,


indicador e médio, da outra
mão, apoiados na mandíbula
para elevá-la até perceber uma
resistência ao movimento.

Use sempre EPI

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Manobra de empurre mandibular – casos de trauma

Esta manobra deve ser utilizada apenas em casos de trauma.

1) Coloque o paciente em decúbito dorsal e posicione-se de joelhos acima da parte


superior de sua cabeça;

2) Com os cotovelos na mesma


superfície que o paciente ou
apoiados nas coxas, segure os
ângulos da mandíbula do
paciente com os dedos,
indicador e médio; e

3) Com os dedos posicionados,


empurre a mandíbula para
cima, mantendo a cabeça
estabilizada com a palma das
mãos. Não eleve ou realize
rotação da cabeça do paciente,
pois a proposta desta manobra
é manter a via aérea aberta sem
mover a cabeça ou o pescoço.

Use sempre EPI

Utilize a manobra correta ao realizar uma abertura de vias aéreas - VA:

Em caso clínico manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo


Em caso de trauma manobra de empurre mandibular

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Técnicas para ventilação artificial
Ao avaliar a respiração do paciente, deve ser utilizado o método VOS - Ver, Ouvir e
Sentir.

Para se avaliar a presença ou ausência de respiração espontânea:


• Coloque o ouvido próximo à boca e ao nariz do paciente, enquanto mantém as
vias aéreas pérvias; e
• Enquanto observa o tórax do paciente, verifique se a respiração é normal ou
anormal.

Respiração normal
Veja os movimentos respiratórios. Observe a
simetria da expansão e contração do tórax e a
ausência de esforço para executar esses
movimentos;

Ouça o ar entrando e saindo do nariz e da boca.


Os sons devem ser como os que normalmente
ouvimos na respiração (sem roncos, não estar
ofegante ou apresentar outros sinais incomuns);

Sinta o ar entrando e saindo do nariz e da boca.

Ver, ouvir e sentir a respiração

Respiração anormal
A respiração anormal pode ser identificada quando:
• Há ausência de movimento torácico ou existem movimentos assimétricos.
• Não é possível sentir ou ouvir o ar movimentando-se através do nariz ou da
boca;
• A respiração é ruidosa ou ofegante;
• O ritmo da respiração é irregular, taquipnéica ou bradipnéica.
• A respiração é muito superficial, muito profunda e difícil ou, ainda, a respiração
é feita com grande esforço, especialmente em crianças e bebês;
• A pele do paciente fica cianótica, acinzentada ou pálida;
• O paciente está obviamente se esforçando para respirar, usando os músculos
da parte superior do tórax, ao redor dos ombros, e os músculos do pescoço;
• Há batimentos de asas do nariz, especialmente em crianças.

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Estes procedimentos de avaliação devem levar apenas de 3 a 5 segundos.

Em RCP considerar:

Lactente de 0 a 1 ano
Criança de 1 a 8 anos
Adulto acima de 8 anos

Técnicas para ventilação artificial


Caso seja identificada respiração anormal do paciente, deve ser realizada a reanimação
pulmonar.

Reanimação pulmonar

A reanimação pulmonar é todo esforço para reanimar ou para restabelecer


artificialmente a função normal dos pulmões.
O ar atmosférico possui 21% de oxigênio. Dos 21% inalados, uns 5% são utilizados
pelo organismo e os 16% restantes são exalados, quantidade suficiente para suprir as
necessidades da pessoa na vida diária.
Quando uma pessoa encontra-se com deficiência respiratória, se faz necessário a
oferta de uma concentração maior de oxigênio para suprir esta ineficiência.

Respirações de resgate

Para fornecer respirações de resgate, administre respirações lentas e permita a


expiração completa entre as respirações, a fim de diminuir a probabilidade de exceder
a pressão de abertura esofágica. Essa técnica diminui a distensão gástrica, a
regurgitação e a aspiração.

Nas páginas seguintes serão mostradas técnicas para ventilação artificial.

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Técnicas para ventilação artificial
As técnicas utilizadas para ventilação artificial são:

Técnica de respiração boca-a-boca

1) Abra as vias aéreas;

2) Feche as narinas do paciente com seus


dedos (indicador e polegar);

3) Inspire o ar e coloque sua boca com firmeza


sobre a boca do paciente, criando um selo
hermético, e ventile lentamente (1,5 a 2
segundos) seu ar para dentro dos pulmões do
paciente; e

4) Retire sua boca e deixe o ar sair livremente;

5) Repita a ventilação artificial a cada 5 - 6


segundos (10 - 12 por minuto) no socorro de
adultos e, a cada 3 - 5 segundos (12 - 20 por
minuto), no socorro de crianças.

Técnica de respiração boca-a-boca/nariz

Utilizada em lactentes (bebês). A técnica


segue os mesmos passos da ventilação de
boca-a-boca, incluindo no item 3, a
colocação da boca do Emergencista sobre a
boca e o nariz do paciente e, em seguida,
uma ventilação bem lenta (1 a 1,5 segundos
por ventilação), repetindo a ventilação
artificial a cada 3 segundos (20 por minuto).

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Técnica de respiração boca-máscara

1) Abra a VA empurrando a mandíbula do


paciente;

2) Posicione a máscara sobre a face do


paciente, com o ápice sobre a ponta do
nariz e a base entre os lábios e o queixo;

3) Use a mão mais próxima do alto da


cabeça do paciente para selar a máscara,
pressionando ao longo da borda superior
com o indicador e o polegar. Aperte a
borda inferior com o polegar da outra mão;

4) Ponha os dedos restantes da outra mão que está mais abaixo ao longo da borda
óssea da mandíbula e levante-a. Se não houver suspeita de lesão da coluna cervical,
faça inclinação da cabeça-elevação do queixo;

5) Comprima toda a borda externa da máscara firmemente, para criar um selo


hemético;

6) Forneça respirações de resgate lentas, observando se há expansão torácica.

7) Retire a boca e deixe o ar sair livremente. O tempo de cada ventilação é o mesmo


descrito na técnica de boca-a-boca (adulto e criança) e boca-aboca/nariz
(lactente).

Técnicas para ventilação artificial


Alguns acessórios são utilizados na reanimação pulmonar. A escolha de tais acessórios
deve ser adequada a cada caso e sua utilização deve ser correta.

Os acessórios que podem ser utilizados são:

Cânula orofaríngea
Dispositivo usualmente feito de plástico, que pode ser inserido na
boca e na faringe do paciente, a fim de sustentar a língua, evitando
o bloqueio das vias aéreas.

O tipo mais comum em APH é o que possui uma abertura no centro


“Guedel”, a fim de permitir a respiração ou acesso fácil para
aspiração bilateral, devendo ser usada em conjunto com o
reanimador manual e colocada apenas em pacientes inconscientes.

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Técnica para seu uso
1) Escolha o tamanho correto:

• Adulto: Lóbulo da orelha ao canto da boca;


• Criança e lactente: Ângulo da mandíbula ao
canto da boca;

2) Cruze os dedos, polegar e indicador, abrindo a boca


do paciente;

3) Introduza a cânula na posição correta:

• Adulto: Com a extremidade contra o palato, girando-a em 180º;


• Criança e lactente: Com a extremidade contra a língua, sem giro; e

4) Deslize a cânula até que a extremidade com rebordo se localize sobre os lábios ou
queixo, de forma que sua curvatura siga o contorno da língua.

Use sempre EPI

Reanimador manual
Equipamento utilizado para ventilar, artificialmente,
o paciente que não apresenta respiração
espontânea, podendo liberar altas concentrações
de oxigênio (90 a 100%) quando instalado a uma
fonte (cilindro de oxigênio).

Técnica de ventilação com bolsa-máscara


(reanimador manual)

1) Posicione o paciente corretamente (decúbito


dorsal);

2) Posicione-se próximo à cabeça do paciente


(técnica cefálica);

3) Abra a boca do paciente e coloque a


cânula orofaríngea, conforme técnica
descrita anteriormente;

4) Coloque a máscara do reanimador sobre


a face do paciente, com a base entre a
protuberância do queixo e o lábio inferior
e a ápice voltada para o nariz;

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5) Faça a vedação com o polegar mantido na porção superior da máscara e o indicador
na porção inferior, comprimindo-a de maneira firme para se obter boa vedação em
toda sua borda;

6) Coloque os demais dedos ao longo da borda óssea da mandíbula e levante-a ao


mesmo tempo em que a cabeça é inclinada para trás (adulto), a fim de manter as vias
aéreas pérvias. Em lactente e criança muito pequena, deve-se utilizar apenas o dedo
médio sobre a mandíbula, mantendo a cabeça em posição neutra, sem hiperextensão;

7) Comprima, com a outra mão, a bolsa principal do reanimador de forma ritmada,


uma vez a cada 5 segundos em adultos e, uma vez, a cada 3 segundos, em crianças e
lactentes;

8) Observe durante cada ventilação a expansão torácica, caso esteja ausente ou


insuficiente, reavalie todos os procedimentos adotados; e

9) Após 12 ventilações (adulto) ou 20 ventilações (criança e lactente), cerca de 1


minuto, reavalie o pulso. Caso o pulso esteja ausente, inicie a RCP.

Use sempre EPI

Parada cardíaca
Parada cardíaca é o cessar da atividade mecânica do coração. É um diagnóstico clínico
confirmado pela falta de resposta a estímulos, ausência de pulso detectável e apnéia
(ou respirações agônicas).

A detecção de pulso pode ser feita de 2 maneiras:

Detecção de pulso carotídeo


Para se detectar a presença ou ausência de
pulso carotídeo:

1) Localize a cartilagem da tireóide e coloque


a ponta dos dedos (indicador e médio) ao
lado deste ponto, mantendo a cabeça em
posição inclinada para trás (se não houver
suspeita de lesão na coluna cervical);

2) Deslize os dedos no sulco entre a traquéia e o músculo lateral do pescoço mais


próximo a você; e

3) Exerça pequena pressão neste ponto e sinta o pulso da artéria carótida (adulto e
criança). Se não há pulso, inicie as compressões torácicas.

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Use sempre EPI

Detecção de pulso braquial


Para se detectar a presença ou ausência
de pulso braquial:

1) Localize o terço médio da parte


interna do braço, entre o cotovelo e o
ombro do lactente;

2) Com o polegar na face externa do


braço, pressione com suavidade os
dedos, indicador e médio, contra o
úmero para sentir o pulso braquial; e

3) Se não conseguir detectar com certeza


um pulso, outros sinais de circulação ou,
caso a freqüência cardíaca seja menor que 60 bpm, em um lactente ou uma criança
com sinais de hipoperfusão, inicie as compressões torácicas.

Use sempre EPI

A verificação dos pulsos carotídeo e braquial não deve levar mais de 5 a 10 segundos.

Parada cardíaca
Ao detectar uma parada cardíaca, deve-se proceder compressões torácicas, de acordo
com seguinte procedimento:

Encontre o ponto de compressões da RCP


Adulto - Dois dedos acima do processo xifóide.
Criança - Da mesma maneira em que é feita com o adulto.
Lactente - Um dedo abaixo da linha imaginária, entre os mamilos.

Posicione corretamente suas mãos para as compressões


Adulto - Coloque a base de sua mão (que está próxima à cabeça do paciente) no
ponto de compressão da RCP. Sua outra mão deve ser sobreposta à primeira, de modo
que as bases das duas mãos fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos não
devem tocar o tórax do paciente. Seus dedos podem ficar estendidos ou entrelaçados.

Mantenha seus dedos afastados do tórax do paciente.

Criança - Faça as compressões com a base de uma das mãos, posicionada sobre o
ponto de compressões da RCP.

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Lactente - Faça as compressões com a ponta de dois dedos, posicionados sobre o
ponto de compressão da RCP.

Promova as compressões torácicas externas


Adulto - Deslocamento de 4 a 5cm e freqüência de aproximadamente 100 por minuto.

Criança - Deslocamento de 2,5 a 4cm e freqüência de no mínimo 100 por minuto.

Lactente - Deslocamento de 1,5 a 2,5cm e freqüência de no mínimo 100 por minuto.

Realize as ventilações
Inicie sempre com duas ventilações de resgate. Estas ventilações não contam no ritmo
dos ciclos que irão ser aplicados.

Este procedimento deve ser executado de maneira diferente quando o atendimento


for realizado por:

Atendimento com um Emergencista


Adulto 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2
Criança 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2
Lactente 30 compressões por duas ventilações 5 ciclos de 30 x 2

Atendimento com dois Emergencistas


Nos casos de RCP em criança ou lactente, quando houver dois Emergencistas, a
freqüência deve ser de 10 ciclos de 15x2 (15 compressões por 2 ventilações).
Após 2 minutos, reavalie.

Nos pacientes adultos, esta freqüência não é alterada, ou seja, tanto com 1 ou 2
Emergencistas, a freqüência será sempre 30x2 (30 compressões por 2 ventilações).

Os 2 Emergencistas devem inverter suas posições ao término dos cinco ciclos.

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Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE
É a obstrução súbita das VA superiores causada por corpo estranho. A OVACE em
adulto, geralmente, ocorre durante a ingestão de alimentos e, em criança, durante a
alimentação ou recreação (sugando objetos pequenos).

• A obstrução de vias aéreas superiores pode ser causada:


• pela língua: Sua queda ou relaxamento pode bloquear a faringe;
• pela epiglote: Inspirações sucessivas e forçadas podem provocar uma pressão
negativa que forçará a epiglote para baixo, fechando as VA;
• por corpos estranhos: Qualquer objeto, líquidos ou vômito, que venha a se
depositar na faringe;
• por danos aos tecidos: Perfurações no pescoço, esmagamento da face,
inspiração de ar quente, venenos e outros danos severos na região; e
• por patologias: Infecções respiratórias, reações alérgicas e certas condições
crônicas (asma), podem provocar espasmos musculares que obstruem as VA.

Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE


Sinais de obstrução grave ou completa das vias aéreas

Quando uma pessoa consciente que estiver se engasgando, os seguintes sinais


indicam uma obstrução grave ou completa das vias aéreas que exige ação imediata:

• Sinal universal de asfixia: a vítima segura o pescoço com o polegar e o dedo


indicador;
• Incapacidade para falar;
• Tosse fraca e ineficaz;
• Sons inspiratórios agudos ou ausentes;
• Dificuldade respiratória crescente; e
• Pele cianótica.

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Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE
A desobstrução das vias aéreas deve seguir as manobras:

Manobras para desobstrução em Adulto

Compressão abdominal administrada em paciente consciente

Compressão torácica administrada em vítima gestante ou obesa

Varredura digital para limpeza da cavidade oral

Manobras para desobstrução em Lactente


Golpes dorsais

Compressões torácicas

Em lactentes e crianças deve-se visualizar o corpo estranho antes de tentar removê-lo


com uma pinça ou com o dedo.

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Módulo 2 - Hemorragias, choques e ferimentos
Este módulo tem como objetivo apresentar os efeitos de acidentes e os
procedimentos pré-hospitalares para tratá-los.

Para isso, foram relacionadas 3 aulas:

• Hemorragias
• Choques
• Ferimentos

Aula 1 – Hemorragias
Os objetivos desta aula são:

• Enumerar 5 sinais ou sintomas indicativos de uma hemorragia; e


• Citar e demonstrar 3 diferentes técnicas para controlar hemorragias externas.

Hemorragia
É o extravasamento de sangue para fora dos vasos ou do coração e é sempre
patológico, exceto durante a menstruação ou trauma. As hemorragias podem ser
internas ou externas, espontâneas ou provocadas (nos ferimentos), causadas tanto por
lesões da parede vascular de natureza inflamatória, traumática ou tumoral.

As hemorragias são classificadas de forma anatômica ou clínica.

Classificação clínica

Hemorragia interna - Classificação clínica


Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois pode provocar choque e levar
a vítima à morte.

Sinais e sintomas de hemorragia interna


• Idênticos aos da hemorragia externa
• Saída de sangue ou fluídos pelo nariz e/ou pavilhão auditivo externo
• Vômito ou tosse com presença de sangue
• Contusões
• Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais
• Dor abdominal
• Sangramento pelas genitálias

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Hemorragia externa - Classificação clínica
Ocorre devido a ferimentos abertos.

Sinais e sintomas de hemorragias externas


• Agitação
• Palidez
• Sudorese intensa
• Pele fria
• Pulso acelerado (acima de 100 bpm)
• Hipotensão
• Sede
• Fraqueza

Classificação anatômica
Arterial: Hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e de cor vermelho vivo.

Capilar: O sangue sai lentamente dos vasos menores, na cor similar ao sangue venoso.

Venosa: Hemorragia onde o sangue sai lento e contínuo, com cor vermelho escuro.

Técnicas utilizadas no controle das hemorragias


1.Pressão direta sobre o ferimento;

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2.Elevação do membro;

3.Compressão dos pontos arteriais;

4.Curativo compressivo.

Tratamento Pré-Hospitalar:
• Avalie nível de consciência;
• Abra as VA estabilizando a coluna cervical;

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• Monitore a respiração e a circulação;
• Exponha o local do ferimento;
• Efetue hemostasia;
• Afrouxe roupas;
• Aqueça o paciente;
• Não dê nada de comer ou beber;
• Ministre oxigênio suplementar; e
• Transporte o paciente imediatamente para o hospital.

Em casos de amputação traumática, esmagamento de membro e hemorragia em vaso


arterial de grande calibre deve-se empregar a combinação das técnicas de hemostasia.

O primeiro passo a ser empregado em hemorragias visíveis é o emprego da técnica de


pressão direta.

Aula 2 – Choques
O objetivo desta aula é descrever, passo a passo, o tratamento merecido por uma
vítima de choque.

Estado de choque
A função do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e nutrientes para
todas as partes do corpo. Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e
começa a faltar oxigênio nos tecidos corporais, ocorre o que denominamos estado de
choque, ou seja, as células corporais começam a morrer, ocorre o que denominamos
estado de choque, ou seja, as células começam a entrar em sofrimento e, se esta
condição não for revertida, as células acabam morrendo.

É uma reação do organismo a uma condição onde o sistema circulatório não fornece
circulação suficiente para cada parte vital do organismo.

Estado de choque
As causas do choque podem ser:

Insuficiência cardíaca: Quando o coração não conseguir bombear quantidade


suficiente de sangue. Se o coração por algum motivo deixar de bombear sangue
adequadamente ou parar de funcionar (parada cardíaca), o choque se desenvolverá de
imediato.

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Lesão nos vasos sangüíneos: O sistema circulatório deve, obrigatoriamente, ser um
sistema fechado. Se os vasos (artérias, veias ou capilares) forem lesados e perderem
muito sangue, o paciente entrará em choque.

Diminuição do volume de sangue circulante: Se houver uma diminuição no volume de


sangue circulante ou se os vasos sangüíneos por algum motivo se dilatarem
(aumentarem seu diâmetro), impedindo que o sistema permaneça preenchido
corretamente , o choque se desenvolverá.

Estado de choque
Tipos de choque

O choque pode ser classificado de várias formas porque existem mais de uma causa
para ele. O Emergencista não necessita conhecer todas essas formas de choque, no
entanto, é fundamental que ele entenda de que forma os pacientes podem
desenvolver o choque.

Os tipos de choque são:

Choque hemorrágico: É o choque causado pela perda de sangue e/ou pela perda de
plasma. Ex.: Sangramentos graves ou queimaduras.

Choque cardiogênico: É o choque cardíaco. Este choque é causado pela falha do


coração no bombeamento sanguíneo para todas as partes vitais do corpo.

Choque neurogênico: É o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a vítima


sofre um trauma e o sistema nervoso não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos
vasos sangüíneos. O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo
o espaço dos vasos sangüíneos dilatados.

Choque anafilático: É o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma pessoa


entrar em contato com determinada substância da qual é extremamente alérgica, por
exemplo, alimentos, medicamentos, substâncias inaladas ou em contato com a pele. O
choque anafilático é o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida.

Choque séptico: É o choque da infecção. Microorganismos lançam substâncias


prejudiciais que provocam uma dilatação dos vasos sangüíneos. O volume de sangue
torna-se insuficiente para preencher o sistema circulatório dilatado. O choque séptico
ocorre geralmente no ambiente hospitalar e, portanto, é pouco observado pelos
profissionais Emergencistas que atuam no ambiente pré-hospitalar.

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Estado de choque
Sinais e sintomas gerais do choque

Agitação ou ansiedade
Respiração rápida e superficial
Pulso rápido e filiforme (fraco)
Pele fria e úmida
Sudorese
Face pálida e posteriormente cianótica
Olhos estáveis, sem brilho e pupilas dilatadas
Sede
Náuseas e vômitos
Queda da pressão arterial.

Sinais e sintomas do choque anafilático:


• Prurido na pele
• Sensação de queimação na pele
• Edema generalizado
• Dificuldade para respirar
• Inconsciência

Estado de choque
Tratamento Pré-Hospitalar do estado de choque:

• Avalie nível de consciência;


• Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal);
• Abra as VA estabilizando a coluna cervical;
• Avalie a respiração e a circulação;
• Efetue hemostasia;
• Afrouxe roupas;
• Aqueça o paciente;
• Não dê nada de comer ou beber;
• Eleve os MMII (caso haja fraturas, eleve-a após posicioná-la sobre uma maca
rígida, exceto se houver suspeita de TCE);
• Imobilize fraturas;
• Ministre oxigênio suplementar; e
• Transporte o paciente imediatamente para o hospital.

Na entrevista, pergunte se o paciente é alérgico a alguma substância e se teve contato


com ela. No mais, trate igualmente como outro choque já visto anteriormente. Neste

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caso, a vítima precisa receber medicamentos para combater a reação alérgica.

Aula 3 – Ferimentos
O objetivo desta aula é descrever os procedimentos gerais para tratar ferimentos
abertos e fechados.

Classificação dos ferimentos


Ferimento ou Trauma Aberto é aquele onde existe uma perda de continuidade da
superfície cutânea.

Ferimento ou Trauma Fechado ocorre quando a lesão é abaixo da pele, porém não
existe perda da continuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta.

Tipos de Ferimentos

Existem diferentes tipos de ferimentos abertos em partes moles, os mais comuns são:

Abrasões ou Escoriações
São lesões superficiais de sangramento discreto e muito doloroso. Usualmente não é
um ferimento sério, desde que a pele não seja completamente perfurada e a força
que causou o ferimento não esmague ou rompa outras estruturas. A contaminação da
ferida tende a ser o mais sério problema encontrado. Devem ser protegidas com
curativo estéril de material não aderente, bandagens ou ataduras.

Ferimentos Incisos
São lesões de bordas regulares produzidas por objetos cortantes, como lâminas de
barbear, facas e vidros quebrados, que podem causar sangramentos variáveis e danos
a tecidos profundos, como tendões, músculos e nervos. Devem ser protegidas com
curativo estéril fixado com bandagens ou ataduras.

Ferimentos Lacerantes ou Lacerações


São lesões de bordas irregulares, produzidas por objetos rombos, onde o tecido ao
longo da extremidade da ferida é rasgado, produzindo extremidades ásperas. Devem
ser protegidas com curativo estéril fixado com bandagens e ataduras.

Ferimentos Perfurantes ou Penetrantes


São lesões que avançam através da pele e danificam os tecidos em uma linha
transversal. Podem ser provocados por objetos pontiagudos e armas de fogo. Uma
ferida penetrante pode ser perfurante, quando há um ponto de entrada e outro de
saída. O Emergencista deve considerar lesões de órgãos internos, quando o ferimento

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localizar-se nas regiões do tórax ou abdome. As lesões devem ser cobertas
completamente com curativo estéril.

Avulsões
São lesões que envolvem rasgos ou arrancamentos de uma grande parte da pele. Se
possível e se a pele estiver ainda presa, deve ser recolocada sobre o ferimento,
controlada a hemorragia e, a seguir, coberta com curativo estéril fixado com
bandagens ou ataduras.

Eviscerações
Lesão na qual a musculatura do abdome é rompida em decorrência de violento
impacto ou lesão de objeto penetrante ou cortante, expondo o interior da região
abdominal à contaminação ou exteriorizando vísceras. É preciso remover vestes para
expor a lesão e não recolocar nenhum órgão eviscerado para dentro do abdome, em
seguida, cobrir com plástico ou curativo oclusivo. Não lavar a lesão.

Tratamento de um ferimento aberto

• Utilize proteção individual do Emergencista (EPI);


• Exponha o local do ferimento (se necessário, corte as vestes);
• Cubra o ferimento com um curativo estéril (curativo = compressa de gaze e
atadura) para controlar sangramentos e prevenir contaminação;
• Mantenha o paciente em repouso e tranqüilize-o; e
• Trate o choque.

Não remova um curativo já colocado, caso não tenha ocorrido hemostasia.

Tratamento de ferimentos fechados


Estes ferimentos podem variar desde lesões abaixo da pele até lesões severas em
órgãos internos. Tratamento pré-hospitalar :
• Avalie o acidentado;
• identifique a lesão; e
• trate a hemorragia interna com imobilização, previnindo o choque.

Traumas específicos
A seguir são listados traumas específicos e suas formas de tratamento:

Couro cabeludo
• Controle a hemorragia com pressão direta (não puntiforme);
• Suspeite de lesão adicional na cabeça ou pescoço;
• Não aplique pressão se existir a possibilidade de fratura no crânio; e

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• Não lave.

Ferimentos na face
• Reviste a boca procurando corpos estranhos ou sangue coagulado;
• Mantenha as vias aéreas permeáveis;
• Se houver objeto penetrante nas bochechas, empurre de dentro para fora e
cubra com compressas interna e externamente;
• Se necessário, transporte o paciente lateralizado para drenar o sangue da boca;
• Tenha cuidado se houver lesão associada de pescoço; e
• Mantenha a posição neutra da cabeça.

Hemorragia nasal
• Mantenha as vias aéreas abertas;
• Mantenha a cabeça um pouco fletida, comprimindo um pouco acima das
fossas nasais, para estancar as hemorragias; e
• Se houver saída de líquido cefalorraquidiano, não oclua o nariz.

Ferimentos nos olhos


• Não comprima diretamente sobre os olhos;
• Cubra o globo ocular lesado com curativo úmido e proteja com copo plástico
ou bandagem triangular em anel e compressas de gaze e esparadrapo;
• Estabilize objetos cravados e nunca tente removê-los;
• Tampe os dois olhos; e
• Dê apoio emocional.

Lesões no ouvido e orelhas


• Não tente remover objetos cravados;
• Não tampone a saída de sangue ou líquor; e
• Aplique gaze externamente (frouxa e em grande quantidade) e fixe com
esparadrapo.

Ferimentos no pescoço
• Aplique pressão direta com a mão para cessar hemorragias;
• Aplique curativo com uma bandagem sem comprimir ambos os lados do
pescoço;
• Trate o choque (O2 etc);
• Observe a respiração; e
• Mantenha a posição neutra da cabeça.

Ferimentos abdominais
• Órgãos sólidos sangram muito. Ex.: fígado e baço.
• Órgãos ocos são altamente contaminantes. Ex.: estômago e intestino.

Sinais e sintomas de traumas fechados

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• Dor ou contração;
• Abdome protegido;
• Respiração rápida e superficial;
• Abdome sensível ou rígido.

Tratamento para ferimentos abdominais abertos


• Descubra o local e aplique curativo estéril úmido sobre o ferimento;
• Não recoloque órgãos eviscerados;
• Não remova objetos cravados;
• Previna-se para a ocorrência de vômito;
• Trate o choque (O2 etc); e
• Transporte a vítima com as pernas fletidas.

Ferimentos na genitália
• Controle o sangramento com pressão direta;
• Nas contusões, use bolsa de gelo ou água fria;
• Não remova os objetos transfixados; e
• Preserve as partes avulsionadas, envolvendo-as em plástico, curativos
esterilizados ou qualquer curativo limpo.

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Módulo 3 - Trauma em ossos
Este módulo tem como objetivo apresentar os tipos de trauma em
ossos e descrever os procedimentos a serem executados em cada caso.

Para isso, foram relacionadas 3 aulas:


• Trauma em ossos
• Traumatismos Específicos (TCE, TRM e Torácico)
• Manipulação e transporte de acidentados

Aula 1 – Trauma em ossos


Os objetivos desta aula são:

• Definir o conceito de fratura, luxação e entorse e enumerar quatro sinais ou


sintomas que identificam tais lesões;
• Citar duas razões para a imobilização provisória; e
• Descrever os passos para imobilizar fraturas em extremidades superiores,
inferiores e pelve.

Fratura
Ruptura total ou parcial de um osso.

Classes de fraturas
Fechada (simples) - A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas.
Aberta (exposta) - O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida
associada que se estende desde o osso fraturado até a pele.

Sinais e sintomas de fratura:

Deformidade - A fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que
não possui articulação;

Sensibilidade - Geralmente o local da fratura está muito sensível à dor;

Crepitação - Num movimento da vítima podemos escutar um som áspero, produzido


pelo atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente,
porque aumenta a dor e pode provocar lesões;

Edema e alteração de coloração - Quase sempre a fratura é acompanhada de um certo


inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor
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poderá demorar várias horas para aparecer;

Impotência funcional - Perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A


vítima geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com
dificuldade e dor intensa;

Fragmentos expostos - Numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se


projetar através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento.

Luxação
É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as
superfícies articulares percam o contato entre si.

Sinais e sintomas de luxação:

• Deformidade - Mais acentuada na articulação luxada;


• Edema;
• Dor: Aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;
• Impotência funcional: Perda completa ou quase total dos movimentos
articulares;

Entorse
É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de
amplitude.

Sinais e sintomas de entorses

São similares aos das fraturas e aos das luxações. Mas nas entorses os ligamentos
geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados por movimento brusco.

Amputações
São lesões geralmente relacionadas a acidentes automobilísticos (amputações
traumáticas). Seu tratamento inicial deve ser rápido, pela gravidade da lesão e pela
possibilidade de re-implante.

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O procedimento a ser adotado em caso de amputação é:

• controlar a hemorragia;
• aplicar curativo estéril;
• fixar o curativo com bandagens ou ataduras; e
• guardar a parte amputada envolta em gaze ou compressa estéril (pano limpo),
umedecido com solução fisiológica, colocando-a dentro de um saco plástico e
este, então, dentro de um segundo saco ou caixa de isopor repleta de gelo.

Razões para a imobilização provisória

• Evitar a dor;
• Prevenir ou minimizar lesões futuras de músculos, nervos e vasos sangüíneos;
• Manter a perfusão no membro; e
• Auxiliar a hemostasia.

Regras gerais de imobilização no tratamento pré-hospitalar:

• Informe o que planeja fazer;


• Exponha o local. As roupas devem ser cortadas e removidas sempre que
houver suspeita de fratura, entorse ou luxação;
• Controle hemorragias e cubra feridas. Não empurre fragmentos ósseos para
dentro do ferimento, nem tente removê-los. Use curativos estéreis;
• Observe o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão;
• Reúna e prepare todo o material de imobilização (use se possível, talas
acolchoadas);
• Imobilize e use tensão suave para que o local fraturado possa ser colocado na
tala. Movimente o mínimo possível. Imobilize todo o osso fraturado, uma
articulação acima e abaixo. Em alguns casos a extremidade deve ser
imobilizada na posição encontrada;
• Revise a presença de pulso e a função nervosa. Assegure-se que a imobilização
está adequada e não restringe a circulação; e
• Previna ou trate o estado de choque.

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Materiais utilizados na imobilização de pacientes

• Talas rígidas;
• Talas moldáveis;
• Talas infláveis;
• Talas de tração;
• Colares cervicais.
• Colete de imobilização dorsal;
• Macas rígidas;
• Bandagens triangulares;
• Ataduras.

Na maioria das vezes, é impossível saber sem o uso do raio-X, se o paciente é


verdadeiramente portador de uma fratura, entorse ou luxação. No entanto, até ser
provado o contrário, deve-se sempre tratá-lo como se fosse portador de fratura.

Aula 2 – Traumatismos específicos (TCE, TRM e Torácico)


Os objetivos desta aula são:

• Descrever os principais sinais e sintomas do traumatismo crânio-encefálico;


• Descrever os procedimentos de avaliação e de atendimento pré-hospitalar a
uma vítima com lesões no crânio e na coluna vertebral; e
• Descrever os passos para avaliar e atender uma vítima com fraturas em
costelas, tórax instável e ferimentos penetrantes no tórax.

Traumatismo crânio-encefálico
Fraturas de crânio
As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que receberam impacto na
cabeça. A gravidade da lesão depende do dano provocado no cérebro.

São mais freqüentes lesões cerebrais, nos traumatismos sem fratura de crânio. As
fraturas poderão ser abertas ou fechadas.

Fraturas Abertas
São aquelas que permitem a comunicação entre as meninges ou o cérebro e o meio
exterior. Há ruptura do couro cabeludo com exposição do local da fratura.

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Fraturas Fechadas
São as que afetam o osso sem, entretanto, expor o conteúdo da caixa craniana, não
existe solução de continuidade da pele.

Lesões encefálicas
Concussão
Quando uma pessoa recebe um golpe na cabeça ou na face, pode haver uma
concussão encefálica. Não existe um acordo geral sobre a definição de concussão
exceto que esta envolve a perda temporária de alguma ou de toda a capacidade da
função encefálica. Pode não haver lesão encefálica demonstrável. O paciente que sofre
uma concussão pode se tornar completamente inconsciente e incapaz de respirar em
curto período de tempo, ou ficar apenas confuso. Em geral o estado de concussão é
bastante curto e não deve existir quando o Emergencista chegar ao local do acidente.

Se o paciente não consegue se lembrar dos eventos ocorridos antes da lesão


(amnésia), existe uma concussão mais grave.

Contusão
O cérebro pode sofrer uma contusão quando qualquer objeto bate com força no
crânio. A contusão indica a presença de sangramento a partir de vasos lesados.

Quando existe uma contusão cerebral, o paciente pode perder a consciência. Outros
sinais de disfunção por contusão, incluem a paralisia de um dos lados do corpo,
dilatação de uma pupila e alteração dos sinais vitais. As contusões muito graves
podem produzir inconsciência por período de tempo prolongáveis e também causar
paralisia em todos os membros.

Mesmo em contusões graves, pode haver recuperação sem necessidade de cirurgia


intracraniana.

As mudanças na recuperação são diretamente proporcionais aos cuidados


dispensados ao paciente desde o início das lesões. Os pacientes devem receber
ventilação adequada, reanimação cárdio-respiratória quando necessário, devendo ser
transportado para o serviço de emergência para uma avaliação e cuidados
neurocirúrgicos.

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Lesões encefálicas
Os tipos de lesões encefálicas são

Diretas
São produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e lesando o
encéfalo.

Indiretas
Golpes na cabeça podem provocar, além do impacto do cérebro na calota craniana,
com conseqüente dano celular, hemorragias dentro do crânio. Este hematoma
acarreta compressão do tecido cerebral. A hipertensão intracraniana provocada pela
hemorragia e edema causa lesão nas células cerebrais.

Trauma crânio-encefálico – TCE


Sinais e sintomas do trauma crânio-encefálico – TCE

• Cefaléia e/ou dor no local da lesão;


• Náuseas e vômitos;
• Alterações da visão;
• Alteração do nível de consciência podendo chegar a inconsciência;
• Ferimento ou hematoma no couro cabeludo;
• Deformidade do crânio (depressão ou abaulamento);
• Pupilas desiguais (anisocoria);
• Sangramento observado através do nariz ou dos ouvidos;
• Líquido claro (líquor) que flui pelos ouvidos ou pelo nariz;
• Alteração dos sinais vitais;
• Postura de decorticação ou descerebração.

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Trauma crânio-encefálico – TCE


Tratamento Pré-Hospitalar:

• Corrija os problemas que ameaçam a vida. Mantenha a permeabilidade das


• Vias Aéreas (abertas), a respiração e a circulação;
• Suspeite de lesão cervical associada ao acidente e adote os procedimentos
apropriados;
• Controle hemorragias (não detenha a saída de sangue ou líquor pelos ouvidos
ou pelo nariz);
• Cubra e proteja os ferimentos abertos;
• Mantenha a vítima em repouso;
• Proteja a vítima para a possibilidade de entrar em convulsão;
• Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso;
• Trate o choque e evite a ingestão de líquidos ou alimentos; e
• Esteja preparado para o vômito.

Nunca tente remover objetos transfixados na cabeça.

Não se deve conter sangramento ou impedir a saída de líquor pelo nariz ou pelos
ouvidos nos traumatismos crânio-encefálico (TCE). Poderá ocorrer aumento na
pressão intracraniana ou infecção no encéfalo.

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Traumatismos de face
O principal perigo das lesões e fraturas faciais são os fragmentos ósseos e o sangue
que poderão provocar obstruções nas vias aéreas.

Sinais e sintomas
• Coágulos de sangue nas vias aéreas;
• Deformidade facial;
• Equimose nos olhos;
• Perda do movimento ou impotência funcional da mandíbula;
• Dentes amolecidos ou quebrados (ou a quebra de próteses dentárias);
• Grandes hematomas ou qualquer indicação de golpe severo na face.

Tratamento Pré-Hospitalar:

É o mesmo tratamento utilizado no cuidado de ferimentos em tecidos moles, sua


atenção deve estar voltada para a manutenção da permeabilidade das vias aéreas e
controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis os traumas abertos, monitore
os sinais vitais e esteja preparado para o choque.

Traumatismos Raqui Medular – TRM

São aqueles onde ocorre o comprometimento da estrutura óssea (vértebras) e medula


espinhal. Os danos causados por traumas nessas estruturas poderão ocasionar lesões
permanentes, se a região atingida for a cervical poderá comprometer a respiração,
levar à paralisia ou até mesmo à morte.

Sinais e Sintomas

• Dor regional (pescoço, dorso e região lombar);


• Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e inferiores;
• Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia);
• Sensação de formigamento nas extremidades;
• Deformidade em topografia da coluna;
• Lesões na cabeça, hematomas nos ombros, escápula ou região dorsal do
• paciente;
• Perda do controle urinário ou fecal;
• Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico;
• Priapismo (ereção peniana contínua).

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Complicações

Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração sendo feita


exclusivamente pelo diafragma.

A lesão medular provoca dilatação dos vasos sangüíneos, podendo se instalar o


choque (neurogênico).

Traumatismos raqui medular – TRM


Tratamento Pré-Hospitalar:

• Corrija os problemas que ameaçam a vida. Mantenha a permeabilidade das VA,


a respiração e a circulação;
• Controle o sangramento importante;
• Administre o oxigênio;
• Evite movimentar o paciente e não deixe que ele se movimente;
• Não mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos que necessite RCP,
controle de sangramento que ameace a vida e/ou remoção do local por risco
iminente;
• Imobilize a cabeça e o pescoço com emprego do colar cervical, fixadores de
cabeça e prancha rígida;
• Monitore os sinais vitais constantemente e tenha cuidado com o choque e a
parada respiratória.

Lembre que ao lidar com pacientes com lesão na coluna, o Emergencista deve realizar
todas as manobras mantendo a cabeça e o pescoço fixos.

Traumatismos no tórax
Sinais e Sintomas

Dependendo da extensão, presença de lesões associadas (fratura de esterno, costelas


e vértebras) e comprometimento pulmonar e/ou dos grandes vasos, o paciente
poderá apresentar:
• Aumento da sensibilidade ou dor no local da fratura que se agrava com os
movimentos respiratórios;
• Respiração superficial (dificuldade de respirar, apresentando movimentos
respiratórios curtos);
• Eliminação de sangue através de tosse;
• Cianose nos lábios, pontas dos dedos e unhas;

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• Postura característica: o paciente fica inclinado sobre o lado da lesão, com a
mão ou o braço sobre a região lesada, imóvel;
• Sinais de choque, como pulso rápido e PA baixa.

Tipos de traumatismos no tórax


Fratura de Costelas

Sinais e Sintomas

• Dor na região da fratura;


• Dor ao respirar movimentos respiratórios curtos;
• Crepitação.

Tratamento pré-hospitalar

1) Na fratura de uma ou duas costelas, posicione o braço do paciente sobre o local da


lesão;

2) Use bandagens triangulares como tipóia e outras para fixar o braço no tórax.

Não use esparadrapo direto sobre a pele para imobilizar costelas fraturadas.

Tipos de traumatismos no tórax


Tórax Instável
Ocorre quando duas ou mais costelas estão quebradas em dois pontos. Provoca a
respiração paradoxal. O segmento comprometido se movimenta, paradoxalmente, ao
contrário do restante da caixa torácica durante a inspiração e a expiração. Enquanto o
tórax se expande, o segmento comprometido se retrai e quando a caixa torácica se
contrai, o segmento se eleva.

Tratamento Pré-Hospitalar:
• Estabilize o segmento instável que se move paradoxalmente durante as
respirações;
• Use almofadas pequenas ou compressas dobradas presas com fita adesiva
larga;
• O tórax não deverá ser totalmente enfaixado;
• Transporte o paciente deitado sobre a lesão ou na posição que mais lhe for
confortável; e
• Ministre oxigênio suplementar.

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Tipos de traumatismos no tórax


Ferimentos Penetrantes
São os traumas abertos de tórax, geralmente provocados por objetos que não se
encontram cravados, assim como lesões provocadas por armas brancas, de fogo ou
lesões ocorridas nos acidentes de trânsito etc. Pelo ferimento é possível perceber o ar
entrando e saindo pelo orifício.

Tratamento Pré-Hospitalar
• Tampone o local do ferimento usando a própria mão protegida por luvas, após
a expiração;
• Faça um curativo oclusivo com plástico ou papel aluminizado (curativo de três
pontas), a oclusão completa do ferimento pode provocar um pneumotórax
hipertensivo grave;
• Conduza o paciente com urgência para um hospital e ministre O2, de acordo
com o protocolo local.

Tipos de traumatismos no tórax


Objetos cravados ou encravados
Não remova corpos estranhos encravados (pedaços de vidro, facas, lascas de madeiras,
ferragens etc.). As tentativas de remoção poderão causar hemorragia grave, ou ainda,
lesar nervos e músculos próximos da lesão.

Tratamento Pré-Hospitalar
• Controle a hemorragia por pressão direta;
• Use curativo volumoso para estabilizar o objeto encravado, fixando-o com fita
adesiva;
• Transporte o paciente administrando oxigênio suplementar.

Tipos de traumatismos no tórax


Lesões do coração e pulmão
O ar que sai do pulmão perfurado leva ao pneumotórax hipertensivo que resulta em
colapso pulmonar. As hemorragias no interior da caixa torácica (hemotórax) provocam
compressão do pulmão, levando também à insuficiência respiratória. As lesões na
caixa torácica acabam provocando lesões internas nos pulmões e no coração. O
sangue envolvendo a cavidade do pericárdio pode também resultar em uma perigosa
compressão no coração.

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Todas estas lesões são emergências sérias que requerem pronta intervenção médica.

Sinais e Sintomas
• Desvio de traquéia;
• Estase jugular;
• Cianose;
• Sinais de choque;
• Enfisema subcutâneo.

Tratamento Pré-Hospitalar
Ministre O2 e conduza o paciente com urgência para receber tratamento médico.

Aula 3 – Manipulação e transporte de acidentados


Os objetivos desta aula são:

• Enumerar 3 diferentes formas de manipulação de um paciente;


• Executar corretamente a técnica de imobilização e transporte de um paciente,
utilizando pranchas longas; e
• Executar corretamente a técnica de retirada de capacete.

Mobilização
Manipulação justificada de um paciente a fim de evitar mal maior.

Manipulação e transporte correspondem a qualquer procedimento organizado para


manipular, reposicionar ou transportar um paciente doente ou ferido, de um ponto
para outro.

As técnicas de manipulação abordadas neste curso são:


• Rolamento de 90º;
• Rolamento de 180º;
• Elevação a cavaleiro;
• Retirada de capacete;
• Imobilização de fraturas; e
• Extricação veicular KED e chave de Hauteck.

Estas técnicas serão apresentadas nas páginas seguintes.

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Técnicas de manipulação - Rolamento de 90º
Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este se encontrar
em decúbito dorsal.

Técnica para sua execução

1. O auxiliar nº 1 posiciona-se atrás da cabeça do paciente, com os joelhos apoiados no


chão para obter melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça,
mantendo o alinhamento da coluna vertebral;

2. O auxiliar nº 2 posiciona a prancha do lado oposto ao rolamento, junto ao paciente,


enquanto o chefe posiciona o braço do paciente, do lado que for efetuado o
rolamento, acima da cabeça do paciente, e o outro cruzado ao tórax;

3. O chefe e o auxiliar nº 2 posicionam-se na altura do tórax e da cintura pélvica,


respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente do lado oposto
ao que estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no ombro e a outra na lateral
da cintura pélvica. O auxiliar nº 2 posiciona uma mão na coxa e a outra logo abaixo do
joelho;

4. O auxiliar nº 1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de


positivo (OK), efetua a contagem para execução do rolamento devendo movimentar o
paciente em monobloco;

5. O chefe avalia a região dorsal do paciente em busca de possíveis lesões, após


avaliação, juntamente com o auxiliar nº 2, posiciona a prancha o mais próximo
possível do paciente;

6. O auxiliar nº 1, após posicionar corretamente a prancha, efetua novamente a


contagem para execução do posicionamento do paciente sobre a mesma, observando
a necessidade de reposicioná-lo;

7. O chefe e o auxiliar nº 2 efetuam a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar


movimentos laterais, com o uso de apoiadores. Após a fixação da cabeça, o paciente é
fixado à prancha com o uso de 3 tirantes ao longo do corpo.

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Técnicas de manipulação - Rolamento de 180º


Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este encontrar-se
em decúbito ventral.

Técnica para sua execução

1. O auxiliar nº 1 posiciona-se atrás da cabeça do paciente, com os joelhos apoiados no


chão para obter melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça,
mantendo o alinhamento da coluna vertebral;

2. O auxiliar nº 2 posiciona a prancha do mesmo lado do rolamento, próxima ao


paciente, enquanto o chefe posiciona o braço do paciente, do lado que for efetuado o
rolamento, acima da cabeça do paciente, e o outro ao longo do corpo;

3. O chefe e o auxiliar nº 2 posicionam-se na altura do tórax e da cintura pélvica,


respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente do lado oposto
ao que estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no ombro e a outra na lateral
da cintura pélvica. O auxiliar nº 2 posiciona uma mão na coxa e a outra logo abaixo do
joelho;;

4. O auxiliar nº 1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de


positivo (OK), efetua a contagem para execução do rolamento devendo movimentar o
paciente em monobloco (giro de 90º). Efetua novamente a contagem para a
finalização do rolamento sobre a prancha, observando a necessidade de
reposicionamento do paciente;

5. O chefe e o auxiliar nº 2 efetuam a colocação do colar cervical adequado, em


seguida, também efetuam a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar
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movimentos laterais, com o uso de apoiadores, fixando-o à prancha, com o emprego
de 3 tirantes ao longo do corpo.

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Técnicas de manipulação - Elevação a cavaleiro


Técnica empregada para posicionar o paciente sobre a prancha, quando houver
impossibilidade de executar rolamento.

Técnica para sua execução

1. O chefe e os auxiliares nºs 1 e 2 posicionam-se ao longo do corpo do paciente, de


forma que o mesmo fique entre suas pernas (posição a cavaleiro);

2. O chefe fica na altura da cintura escapular e posiciona as mãos de ambos os lados


do ombro do paciente, mantendo os polegares apoiados na região occipital e os
demais dedos na altura dos músculos trapézio;

3. O auxiliar nº 1 fica na altura da cintura pélvica do paciente e posiciona as mãos de


ambos os lados segurando firmemente a pelve do paciente;

4. O auxiliar nº 2 fica na altura das pernas do paciente, abaixo dos joelhos, e posiciona
as mãos nas panturrilhas, segurando firmemente;

5. O auxiliar nº 3 posiciona a prancha próxima ao paciente, preferencialmente na altura


da cabeça do mesmo;

6. O chefe pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de positivo
(OK), efetua a contagem para execução da elevação, devendo movimentar o paciente
em monobloco;

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7. O auxiliar nº 3, uma vez elevado o paciente, deve posicionar adequadamente a
prancha
rente ao solo no sentido crânio-caudal;

8. O chefe, após posicionada a prancha corretamente, efetua nova contagem para


posicionar o paciente em monobloco sobre a mesma;

9. O auxiliar nº 3 estabiliza a cabeça do paciente, liberando o chefe para que este,


juntamente com o auxiliar nº 1, efetue a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar
movimentos laterais, com o uso de apoiadores, fixando-o à prancha, com o emprego
de 3 tirantes ao longo do corpo.

Durante a sua execução, o Emergencista deve agir cautelosamente para não produzir
novas lesões ou agravar as já existentes.

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Técnicas de manipulação
Elevação na prancha

Técnicas de manipulação - Retirada de capacete


Técnica empregada para a retirada de capacete, a fim de facilitar a avaliação e
tratamento de possíveis lesões que o paciente possa apresentar.

Técnica para sua execução

O capacete não deve ser retirado quando:


• ao menor toque, o paciente sentir dor;
• houver objetos transfixados no capacete; e
• houver rachaduras recentes

1. O auxiliar nº 1 estabiliza a cabeça do paciente, apoiando simultaneamente o


capacete e a mandíbula, tencionando-a levemente para posicioná-la anatomicamente;

2. O chefe libera as jugulares do capacete e, em seguida, apoia com uma das mãos a
nuca do paciente, abrangendo a maior superfície possível, atento para o apoio do
antebraço ao solo. Com a outra mão apoia a mandíbula do paciente, a fim de
estabilizar a coluna cervical;

3. O auxiliar nº 1, após o sinal de OK do chefe, procede a retirada do capacete,


liberando primeiramente a região occipital do paciente e, posteriormente, a face. Após
a completa retirada, estabiliza a cabeça do paciente apoiando-a ao solo.

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Técnicas de manipulação
EXTRICAÇÃO VEICULAR – KED

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Técnicas de manipulação
EXTRICAÇÃO VEICULAR – HAUTECK

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Técnicas de manipulação
Imobilização de Fraturas

Técnica empregada para estabilizar o segmento ósseo lesionado (fratura, entorse ou


luxação), a fim de evitar o agravamento das lesões.

Técnica para sua execução (regras gerais)

• Informe o que planeja fazer;


• Exponha o local lesionado ou com suspeita de lesão;
• Controle hemorragias e cubra ferimentos;
• Avalie pulso distal, perfusão, motricidade e sensibilidade, antes e após a
imobilização do segmento lesionado;
• Selecione e empregue o material adequado para a imobilização;
• Estabilize manualmente o segmento corporal lesionado, aplicando uma leve
tensão.
• Imobilize as articulações adjacentes à lesão; e
• Previna e trate o choque.

Algumas lesões devem ser imobilizadas na posição encontrada.

Transporte de pacientes
O paciente não deverá ser movimentado, a menos que exista um perigo imediato para
ele ou para outros se não for feita a sua remoção.

O Emergencista deverá manipular e transportar seu paciente, geralmente, após avaliá-


lo e tratá-lo de forma a estabilizar sua condição.

A escolha da técnica de transporte a ser adotada deve ser baseada nos seguintes
aspectos do paciente:

Paciente traumático
• Levantamento com 04 socorristas;
• Levantamento com 03 socorristas;
• Levantamento com 02 socorristas;
• Rolamentos e imobilização na maca;
• Chave de rauteck;
• Colete de imobilização dorsal (ked);
• Imobilização com outras macas.

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Paciente não traumático

Consciente
• Arrastamento com cobertor;
• Arrastamento pelas roupas;
• Arrastamento de bombeiro;
• Arrasto de pé;
• Transporte bombeiro;
• Transporte de apoio;
• Transporte tipo “cadeirinha”;
• Transporte de trilha.

Inconsciente
• Arrastamento de bombeiro;
• Arrastamento com cobertor;
• Arrastamento pelas roupas;
• Arrasto de pé;
• Transporte tipo “cadeirinha”;
• Transporte tipo mochila;
• Transporte de bombeiro;
• Transporte pelos membros.

Estas técnicas serão apresentadas nas páginas seguintes.

Técnicas de transporte
Para o transporte de pacientes são utilizadas as seguintes técnicas:

Arrastamento com cobertor


Técnica pela qual a vítima é removida por um Emergencista. O cobertor deve ser
arrumado de forma a proteger e suportar a cabeça e o pescoço da vítima.

Arrastamento pelas roupas


Uma pessoa é suficiente para arrastar a vítima. Usado quando não há cobertor
disponível ou em acidentes no meio de vias com trânsito fluindo.

Arrastamento de bombeiro
Essa técnica possui a desvantagem de não oferecer suporte para a cabeça e pescoço,
porém, se não houver outro método disponível, permite que uma só pessoa remova a
vítima. Muito usado em ambientes com fumaça.

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Transporte pelos membros
Dois Emergencistas transportam a vítima, segurando-a pelos braços e pernas.

Transporte com cadeira


A vítima é posicionada deitada e, debaixo dela, dois Emergencistas colocam uma
cadeira. O transporte é feito com os Emergencistas posicionados lateralmente e a
vítima na posição sentada. Muito usado na remoção de vítimas do interior de edifícios.

Levantamento com 4 emergencistas


Levantamento da vítima direto do solo, sem lesão na coluna. Com o posicionamento
de 4 Emergencistas em fila no lado da vítima.

Remoção emergencial
Usada nas situações de risco iminente. Um Emergencista remove a vítima utilizando o
método da “Chave de Rauteck”.

Instalação de colar cervical


Técnica de instalação de colar cervical - paciente deitado:

O Emergencista nº 1 (líder) posiciona-se atrás da cabeça do paciente, (com ambos os


joelhos apoiados no chão), mantendo distância de um palmo. Com ambas as mãos
protegidas por luvas, segura lateralmente a cabeça do paciente, imobilizando-a e
mantendo-a alinhada com a coluna;

O 2º Emergencista posiciona-se ao lado do paciente e mensura o tamanho adequado


do colar cervical (a lateral do colar dever ter a medida compreendida entre o final da
orelha e o músculo trapézio). Sendo possível, ele deve usar a régua de cores para
facilitar a medição;

O 2º Emergencista, também, remove colares e brincos do paciente;

O 2º Emergencista posiciona o colar aberto por detrás da nuca, apóia à frente do colar
abaixo da mandíbula do paciente, ajusta-o firmemente sem movimentar a cabeça e
fecha o velcro de fixação do colar; e

O 2º Emergencista questiona ao paciente se o mesmo está confortável.

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Deve-se observar, através de palpação, lesões nas partes posterior, anterior e laterais
do pescoço.

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Módulo 4 - Outras emergências
Este módulo tem como objetivo apresentar as características, os conceitos associados
e os procedimentos adequados relacionados aos casos de queimaduras, intoxicações,
envenenamentos, emergências clínicas e parto.

Para isso, foram relacionadas 4 aulas:


 Queimaduras
 Intoxicações
 Emergências clínicas
 Parto

Aula 1 – Queimaduras

Os objetivos desta aula são:


 Classificar as queimaduras de acordo com sua profundidade e extensão;
 Explicar a regra dos nove para determinar a porcentagem da superfície
corporal queimada; e
 Descrever o tratamento pré-hospitalar para uma vítima com queimadura
térmica, química ou elétrica.

Queimaduras

Queimadura é uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e


causada por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc.

As queimaduras podem lesar a pele, os músculos, os vasos sangüíneos, os nervos e os


ossos.

As causas das queimaduras são:

Térmicas – Por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio (objetos
congelados, gelo);

Químicas – Inclui vários cáusticos, tais como substâncias ácidas e álcalis;

Elétricas – Materiais energizados e descargas atmosféricas;

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Substâncias radioativas – Materiais radioativos e raios ultravioletas (incluindo a luz
solar) etc.

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Queimaduras

Classificação, sinais e sintomas

De acordo com sua profundidade, as queimaduras classificam-se em graus, de


primeiro a terceiro.

Queimadura de 1º Grau – Atinge somente a epiderme (camada mais superficial da


pele). Caracteriza-se por dor local e vermelhidão da área atingida.

Queimadura de 2º Grau – Atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se por muita dor,


vermelhidão e formação de bolhas.

Queimadura de 3º Grau – Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do


corpo, incluindo o tecido gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até
os ossos. É a mais grave quanto à profundidade da lesão. Caracteriza-se por pouca dor,
devido à destruição das terminações nervosas da sensibilidade, pele seca, dura e
escurecida ou esbranquiçada.

Em uma queimadura de 3º grau a vítima, geralmente, queixa-se de dor nas bordas da


lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1º grau.

Queimaduras

Classificação, sinais e sintomas

De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dos


nove que permitem estimar a superfície corporal total queimada - SCTQ. Neste caso,
analisamos somente o percentual da área corpórea atingida pela lesão, sem considerar
sua profundidade (seus graus).

A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões. Onze delas equivalem a 9%
cada uma, e a região genital equivale a 1%, conforme segue:

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Queimaduras

Gravidade das queimaduras

A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes aspectos:


 Grau da queimadura;
 Percentagem da SCTQ;
 Localização da queimadura;
 Complicações que a acompanham;
 Idade da vítima;
 Enfermidades anteriores da vítima.

Queimaduras Menores
São aquelas de 1º e 2º graus que afetam uma pequena área do corpo, sem
comprometimento de áreas críticas como. o sistema respiratório, a face, as mãos e pés,
os genitais e as nádegas.

Queimaduras Maiores
Qualquer queimadura que envolva toda a área corporal ou áreas críticas.

Queimaduras complicadas por lesões no sistema respiratório ou por outras lesões do


tipo fraturas.

Queimaduras de 2º ou 3º graus na face, mãos, pés, genitais ou nádegas.

Queimaduras que atinjam todo o corpo.

Queimaduras

Tratamento Pré-Hospitalar

De acordo com a gravidade e a causa das queimaduras, os procedimentos a serem


adotados são:

Queimaduras Menores - por causas térmicas ou radiação


 Exponha o local da lesão e resfrie a área queimada com água fria ou use água
corrente por vários minutos para resfriar o local. O melhor é submergir a área
queimada;

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 Cubra o ferimento com um curativo úmido solto (estéril);
 Retire anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos etc; e
 Conduza a vítima e transmita calma.

Queimaduras Maiores - por causas térmicas ou irradiação


 Inicialmente detenha o processo da lesão (se for fogo na roupa, use a técnica
do PARE, DEITE e ROLE);
 Avalie a vítima e mantenha as VA permeáveis, observando a freqüência e
qualidade da respiração;
 Não retire os tecidos aderidos à pele, apenas recorte as partes soltas sobre as
áreas queimadas;
 Cubra toda a área queimada;
 Use curativo estéril;
 Não obstrua a boca e o nariz;
 Não aplique nenhum creme ou pomada;
 Providencie cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-os com
curativo estéril úmido;
 Tenha cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com curativos
estéreis;
 Previna o choque e transporte a vítima.

Queimaduras Químicas
 Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das roupas antes
de iniciar a lavação;
 Lave o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15 minutos.
 Use EPIs apropriados;
 Cubra com curativo estéril toda a área de lesão;
 Previna o choque e transporte a vítima;
 Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico;
 Se a lesão for nos olhos, lave-os bem, no mínimo por 15 minutos, com água
corrente e depois cubra com curativo úmido estéril. Volte a umedecer o
curativo a cada 5 minutos.

Queimaduras Elétricas
 Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada
respiratória ou cárdio-respiratória, dano no SNC e lesões em órgãos internos.
 Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética local;
 Realize a avaliação inicial e , se necessário, inicia manobras de reanimação;
 Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de entrada e
um de saída da fonte de energia);
 Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas; e
 Previna o choque e conduza o paciente, com monitoramento constante, ao
hospital.

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Aula 2 – Intoxicações

Os objetivos desta aula são:


 Enumerar os principais sinais e sintomas das intoxicações por ingestão,
inalação ou por contato e descrever seu tratamento pré-hospitalar;
 Descrever o tratamento pré-hospitalar das intoxicações devido a picadas de
serpentes; e
 Enumerar os sinais e os sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar das
intoxicações agudas por abuso de drogas.

Intoxicação e envenenamento

Definimos intoxicação ou envenenamento como uma emergência médica causada


pela absorção de agentes, que por suas características e quantidade, produzem danos
ao organismo ou risco de vida às pessoas.

Um grande número de substâncias pode ser considerado veneno ou tóxico.

Qualquer substância química dependendo de sua dose poderá ser um tóxico.

Em uma intoxicação ou envenenamento existem sinais e sintomas que indicam que a


pessoa está enfrentando uma emergência clínica.

Algumas pessoas têm a capacidade de tolerar bem um veneno, já outras, a mesma


quantidade de veneno pode ser fatal. As crianças são as que freqüentemente
apresentam intoxicações ou envenenamentos.

Intoxicação e envenenamento

Uma substância tóxica pode entrar no organismo por quatro diferentes formas:
 Ingestão;
 Inalação;
 Absorção através da pele; e
 Injeção.

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O Emergencista deve levar sempre consigo o telefone do Centro de Informações
Toxicológicas: 08007802000 – CIATOX.

Os sistemas de emergência médica podem ter diferentes protocolos específicos para


diferentes casos de intoxicações. Os protocolos, mesmo quando diferentes, devem ser
seguidos com prioridade.

Intoxicações por ingestão

Nos casos onde é possível a ingestão de venenos, o Emergencista deve tentar obter o
máximo de informações e o mais rápido possível. Logo após a avaliação inicial, deve-
se verificar se no local existem recipientes, líquidos derramados, cápsulas,
comprimidos, substâncias venenosas ou qualquer indício que permita identificar a
substância ingerida.

Sinais e Sintomas
 Queimaduras ou manchas ao redor da boca;
 Odor inusitado no ambiente, no corpo ou nas vestes do paciente;
 Respiração anormal;
 Pulso anormal;
 Sudorese;
 Alteração do diâmetro das pupilas;
 Formação excessiva de saliva ou espuma na boca;
 Dor abdominal;
 Náuseas;
 Vômito;
 Diarréia;
 Convulsões;
 Alteração do estado de consciência, incluindo a inconsciência.

Casos específicos:

Abuso de álcool
O álcool é uma droga, socialmente aceita quando ingerida com moderação, mas
ainda assim uma droga. O abuso de álcool como qualquer outra droga, pode conduzir
a enfermidades, envenenar o corpo, determinar comportamento anti-social e morte. O
paciente pode ter um problema clínico ou um trauma que requerem cuidados, pode
estar ferido ou pode ferir outras pessoas enquanto estiver alcoolizado.

Como Emergencista tente oferecer cuidados ao paciente sob influência de álcool,


como você faria a qualquer outro paciente. Determine se o problema foi causado pelo
álcool e que este abuso é o único problema. Lembre-se que diabetes, epilepsia,

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ferimentos na cabeça, febres altas e outros problemas clínicos podem fazer o paciente
parecer alcoolizado. Se o paciente permitir, faça a entrevista. Em alguns casos, você
terá que depender das pessoas presentes no local para obter uma informação
significativa.

Crises suicidas
Sempre que cuidar de um paciente que tentou suicídio ou esteja a ponto de tentá-lo, a
primeira preocupação do Emergencista será com a sua segurança. Tenha certeza de
que o local esteja seguro e de que o paciente não tenha uma arma. Informe o
problema à polícia. Se estiver seguro estabeleça contato visual e verbal com o
paciente.

Abuso de Álcool

Sinais de abuso de álcool em um paciente intoxicado


 Odor de álcool no hálito do paciente ou em suas vestimentas. Isto é bastante
significativo. Certifique-se de que não é hálito cetônico, apresentado pelo
diabético;
 Falta de equilíbrio e com movimentos instáveis, sem coordenação;
 Fala desarticulada e com inabilidade para manter a conversação. Não pense
que a situação é séria apenas pelas piadas feitas pelo paciente e presentes no
local;
 Rubor, suor e queixa de calor;
 Vômito ou desejo de vomitar.

Os efeitos do álcool podem mascarar os sinais típicos e sintomas, esteja alerta para
outros sinais, como sinais vitais alterados devido ao álcool e drogas. Nunca pergunte
se o paciente tomou qualquer droga, pois ele pode pensar que você está reunindo
evidências de um crime. Evite a palavra “droga”. Pergunte se algum medicamento foi
ingerido enquanto bebia.

Cuidados básicos

Obtenha a história e faça o exame físico para descobrir qualquer emergência clínica ou
outras lesões. Lembre-se de que o álcool pode mascarar a dor;

Procure cuidadosamente sinais de traumas e de enfermidade;

Monitore os sinais vitais, ficando alerta para problemas respiratórios;

Peça ao paciente que faça um esforço para manter-se acordado;

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Ajude-o quando estiver vomitando para impedir que aspire o vômito;

Alerte a polícia, conforme julgue necessário;

Transporte-o ao hospital referência.

Abuso de Álcool

Crises e Problemas de Abstinência

Um alcoolista que subitamente é impedido de ingerir álcool poderá sofrer sérios


problemas de abstinência e, como resultado, poderemos ter um paciente em
síndrome de abstinência.

Sinais e Sintomas
 Inquietação e confusão;
 Conduta atípica (loucura);
 Alucinações (visão de bichos e animais);
 Tremor nas mãos.

Tratamento Pré-Hospitalar

Proteja o paciente de si mesmo, pois poderá auto lesar-se.

Crises suicidas

Apesar de não haver regras rígidas para o tratamento bem sucedido do suicida,
existem vários princípios gerais que devem ser conhecidos:
 Chegue no local da ocorrência de forma discreta, com sirenes desligadas e sem
criar tumultos;
 Estude inicialmente o local, verificando riscos potenciais para a equipe de
resgate e para o paciente, neutralizando-os ou minimizando-os;
 Isole o local impedindo aproximação de curiosos;
 Verifique a necessidade de apoio material e/ou pessoal e comunique ao CIAD;

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 O contato com o paciente deve ser efetuado por apenas um integrante da
equipe, a fim de estabelecer uma relação de confiança. Os outros permanecem
à distância sem interferir no diálogo;
 Mantenha imediatamente diálogo com o paciente, mostrando-se calmo e
seguro, procurando conquistar sua confiança;
 Não faça nenhuma ameaça e nem restrição física;
 Não discuta ou critique o paciente;
 Nunca brinque sobre a situação;
 Pergunte se você pode ajudar;
 Converse com o paciente de forma pausada, firme, clara, e num tom de voz
adequado à situação;
 Jamais assuma qualquer atitude hostil para com o paciente;
 Descubra se o paciente está ferido;
 Mantenha observação constante do paciente e não deixe-o sozinho por
nenhum instante até o término do atendimento;
 Escute o paciente e deixe-o saber que você está prestando atenção;
 Procure descobrir qual o principal motivo de sua atitude;
 Procure obter informações sobre seus antecedentes;
 Após ter conquistado sua confiança, inicie o trabalho no sentido de dissuadi-lo,
sempre oferecendo segurança e proteção;
 Não fique em locais onde possa se expor ao perigo;
 Se o paciente der qualquer indicação de que pode machucar os outros, tenha
certeza de sua própria segurança; e
 Após ter conseguido dominar o paciente, continue tratando-o com respeito e
consideração conduzindo-o ao hospital.

Crises suicidas

Algumas pessoas cometem gestos suicidas, onde a intenção não era acabar com a
vida, mas sim chamar a atenção. Mas, mesmo assim, não se deve tratá-las com
menosprezo, pois é um distúrbio de comportamento.

Durante todas as fases de intervenção, devem-se tomar todas as medidas de


precaução contra uma nova tentativa de suicídio. Armas de fogo, medicamentos, além
de outros objetos potencialmente letais, devem ser retirados de perto do paciente. Ele
não deve ser deixado sozinho em qualquer lugar, mesmo por alguns instantes, seja em
casa ou na viatura.

Intoxicações por ingestão

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Tratamento Pré-Hospitalar

1. Mantenha as VA permeáveis;

2. Peça orientação do Centro de Informações Toxicológicas, se existir;

3. Caso tenha disponível, ofereça carvão ativado;

4. Induza vômito (contra indicado em intoxicações por ingestão de substâncias


corrosivas ou irritantes, derivados de petróleo, pacientes inconscientes ou em
convulsão);

5. Guarde em saco plástico toda a substância eliminada através de vômito pelo


paciente; e

6. Transporte com monitoramento constante.

Frente aos venenos, em geral, o Emergencista fica muito limitado e necessita de


antídotos específicos, portanto o transporte deve ser rápido.

Intoxicações por inalação

São aquelas provocadas por gases ou vapores tóxicos (Ex: gases produzidos por
motores a gasolina, solventes, gases industriais, aerosóis, etc.).

Auxilie o paciente somente após certificar-se que a cena está segura. Acione socorro
especializado e utilize os EPIs necessários.

Uma ação importante a tomar é obter informações do próprio paciente e de


testemunhas, tentando identificar o tipo de gás venenoso inalado.

Tratamento Pré-Hospitalar

1. Remova o paciente para um local seguro. Se necessário, remova as roupas do


paciente;

2. Mantenha as VA permeáveis;

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3. Avalie e, se necessário, realize manobras de reanimação (não faça boca a boca,
utilize o reanimador manual ou máscara de proteção); e

4. Administre oxigênio suplementar.

Sinais e Sintomas
 Respirações superficiais e rápidas;
 Pulso rápido ou lento;
 Dificuldade visual;
 Tosse;
 Secreção nas VA.

A absorção da substância tóxica por inalação pode também produzir os sinais e


sintomas descritos nas intoxicações por ingestão.

Intoxicações por contato

São causadas por substâncias tóxicas que penetram através da pele e das mucosas,
por meio de absorção. Algumas vezes estas intoxicações provocam lesões importantes
na superfície da pele, outras, o veneno é absorvido sem dano algum.

A maioria dos tóxicos absorvidos são substâncias químicas de uso comum e plantas.

É de grande importância, qualquer informação que se possa obter do paciente e/ou


testemunhas.

Tratamento Pré-Hospitalar

Para atender estes pacientes, o Emergencista deve usar, além dos EPI´s básicos,
proteção para a sua roupa.

1. Remova o paciente para local seguro. Se houver condições de segurança para tal;

2. Remova as roupas e os calçados contaminados e lave a área de contato com muita


água corrente (mínimo de 15 minutos);

3. Guarde os materiais e roupas em sacos plásticos próprios; e

4. Transporte com monitoramento constante.

Sinais e Sintomas

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 Reações na pele, que podem variar de irritação leve até o enrijecimento e
queimaduras químicas;
 Inflamação;
 Coceiras (pruridos) e ardência na pele;
 Aumento da temperatura da pele.

A absorção dos tóxicos por contato, pode produzir os sinais e sintomas descritos
anteriormente na intoxicação por ingestão.

Intoxicações por injeções

As picadas de aranhas, de serpentes e por ferrões de insetos são as maneiras como o


veneno de origem animal é injetado em nosso corpo. Outras formas: agulhas
hipodérmicas com medicamentos, drogas contaminadas com substâncias tóxicas ou
overdose de drogas.

Tratamento Pré-Hospitalar

1. Prevena o choque;

2. Nas picadas de inseto (com ferrão preso na pele), raspe no sentido


contrário para evitar a injeção do mesmo no corpo;

3. Monitore constantemente o paciente e esteja preparado para uma parada


respiratória e/ou cardíaca; e

4. Transporte imediato para o hospital.

Sinais e Sintomas
 Picadas ou mordidas visíveis na pele.
 Podem apresentar dor e inflamação no local;
 Ardor na pele e prurido (coceira);
 Choque alérgico;
 Hemorragias;
 Parada respiratória e/ou cardíaca.

A absorção dos tóxicos por injeção pode também produzir os sinais e sintomas
descritos anteriormente na intoxicação por ingestão.

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Intoxicações por injeções

Acidentes ofídicos
Ocorrência bastante comum, principalmente na zona rural, tem sinais e sintomas que
variam bastante de acordo com o gênero do animal (serpente).

Sinais e Sintomas
 Marca dos dentes na pele;
 Dor local e inflamação;
 Pulso acelerado e respiração dificultosa;
 Debilidade física;
 Problemas de visão;
 Náuseas e vômito;
 Hemorragias.

Tratamento Pré-Hospitalar

1. Mantenha o paciente calmo e deitado, removendo-o do local do acidente;

2. Lave com água e sabão o local da picada;

3. Retire anéis, braceletes e outros materiais que restrinjam a circulação na


extremidade afetada;

4. Mantenha o membro afetado elevado ou no mesmo nível do coração;

5. Previna o choque;

6. Transporte com monitoramento constante, e caso necessário, realize manobras de


reanimação.

Somente o soro cura intoxicação provocada por picada de cobra, quando aplicada de
acordo com as seguintes normas:
 Soro específico;
 Dentro do menor tempo possível;
 Em quantidade suficiente.

O Emergencista deve considerar todas as picadas como venenosas até que se prove o
contrário.

Se for treinado para tal e houver tempo e condições, conduza o espécime que
provocou a lesão para avaliação e identificação da espécie.

Restrições

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- Não faça curativo ou qualquer tratamento caseiro;
- Não corte nem fure o local da picada;
- Não ofereça bebidas alcoólicas; e
- Não faça torniquete.

Intoxicações por injeções

Abuso de Drogas
Um Emergencista deve reconhecer os sinais e sintomas característicos para poder
identificar um possível caso de abuso ou overdose de drogas.

As drogas de uso mais freqüentes são de cinco diferentes tipos:

1.Estimulantes – Estimulam o SNC, excitando quem as usa. Incluem as anfetaminas, a


cafeína, a cocaína, drogas antiasmáticas, drogas vasoconstrictoras etc;

2.Depressores – Deprimem o SNC. Incluem os sedativos (diazepam, lorax,


fenobarbital), os barbitúricos e os anticonvulsionantes. Diminuem o pulso e a
respiração, provocam sonolência e reflexos lentos;

3.Analgésicos Narcóticos (derivados do ópio) – O abuso dessas drogas produz intenso


estado de relaxamento. Pertencem ao grupo morfina, heroína, demerol. Podem
diminuir a temperatura, o pulso e a respiração, relaxar músculos, provocar miose,
adormecimento etc;

4.Alucinógenos – Alteram a personalidade e causam distorção da percepção. Incluem


o LSD. A maconha também tem algumas propriedades alucinógenas. As vítimas
imaginam ouvir sons e ver cores;

5.Químicos Voláteis – Os vapores de certas substâncias causam excitação, euforia e


sensação de estar voando. Em geral são solventes, substâncias de limpeza, colas de
sapateiro e gasolina. Seus efeitos são a perda do tempo e da realidade, perda do
olfato, pulso e respiração acelerados e podem chegar ao coma.

Tratamento Pré-Hospitalar:

1. Tenha muito cuidado e tato para lidar com estes pacientes;

2. Se necessário, realize manobras de reanimação;

3. Induza o vômito se a droga foi ministrada por via oral e nos últimos 30 minutos;

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4. Proteja os pacientes hiperativos;

5. Converse para ganhar a confiança do paciente e mantê-lo consciente;

6. Transporte com monitoramento constante; e

7. Previna o choque.

Aula 3 – Emergências clínicas

Os objetivos desta aula são:

 Definir emergência clínica;


 Conceituar convulsão e descrever o atendimento e o tratamento pré-hospitalar
de um paciente convulsivo;
 Descrever o atendimento pré-hospitalar durante uma crise de epilepsia;
 Definir diabetes;
 Enumerar os sinais e os sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar em
pacientes com hiperglicemia e com choque insulínico; e
 Enumerar os sinais e os sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar do
abdome agudo.

Emergência clínica

Estado crítico provocado por uma ampla variedade de doenças cuja causa não inclui
violência sobre a vítima.

Se uma vítima sente-se mal ou apresenta sinais vitais atípicos, assuma que esta tem
uma emergência clínica.

Um trauma poderá produzir uma emergência clínica.

O estresse de um acidente automobilístico poderá produzir um IAM ou AVC.

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Uma freqüência de pulso superior a 120 bpm ou menor que 60 bpm indica uma
possível emergência clínica em uma vítima adulta.

Uma freqüência respiratória maior que 24 vpm ou menor que 08 vpm indica uma
possível emergência clínica em uma vítima adulta.

Convulsão

São movimentos musculares involuntários que podem ser acompanhados por


contrações tônicas – clônicas generalizadas ou focais.

Em algumas crises é comum o paciente morder a língua, e apresentar dificuldade


respiratória, chegando, algumas vezes, a cianose.

Após a crise, o paciente apresenta-se confuso durante 1 minuto ou mais, ficando


muito fatigado e adormecido horas depois.

Manifestações
Tônica – São prolongadas e imobilizam os membros atingidos.
Clônica – Resultam de uma série de contrações rápidas e rítmicas.
Tônico-clônica – A imobilização da parte atingida é interrompida por contrações
clônicas.

CAUSAS:
 Intoxicações;
 Doenças neurológicas;
 Traumatismo Crânio-encefálico;
 Febre;
 Doenças infecciosas (meningite, tétano).

Epilepsia

É uma condição neurológica que de tempo em tempo produz breves distúrbios nas
funções elétricas cerebrais normais. A função cerebral normal é garantida por milhões
de pequenas cargas elétricas passando entre células nervosas no cérebro e em todas
as partes do corpo. Quando alguém tem epilepsia, este padrão normal pode ser
interrompido por surtos intermitentes de energia elétrica muito mais intensa do que o
habitual. Isto pode afetar a consciência da pessoa e provocar movimentos corporais

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ou sensações por curtos períodos de tempo. Estas mudanças fisiológicas são
chamadas de crises epilépticas.

Por isso a epilepsia é por vezes chamada de desordem convulsiva. Os surtos não
habituais de energia podem ocorrer em apenas uma área do cérebro (crises parciais),
ou podem afetar células nervosas através de todo cérebro (crises generalizadas). A
função cerebral normal não pode retornar até que o surto elétrico desapareça.

Condições cerebrais que produzem estes episódios podem estar presentes desde o
nascimento ou podem se desenvolver mais tarde devido a traumatismos, infecções,
anormalidades estruturais, exposição a agentes tóxicos ou, até mesmo, por razões que
ainda não são bem entendidas. Algumas doenças ou traumatismos severos podem
afetar o cérebro ao ponto de produzir uma crise isolada. Quando as crises continuam
a ocorrer por razões desconhecidas ou por um problema subjacente que não pode ser
resolvido a condição é denominada epilepsia. A epilepsia afeta pessoas de todas as
idades, todas nacionalidades e todas as raças, podendo também ocorrer em animais,
incluindo cães, gatos, coelhos e camundongos.

Epilepsia

Tipos de crise

As crises epilépticas ocorrem com grande variedade e sua freqüência e forma variam
bastante, de pessoa para pessoa. Mesmo assim, com os modernos métodos de
tratamento a maioria dos casos pode ser completamente controlada.

Em virtude da existência de tantas nuances na epilepsia e de tão diferentes tipos de


crises, um sistema especifico de classificação foi promovido pela Liga Internacional
Contra a Epilepsia (ILAE). A classificação internacional de crises epilépticas foi adotada
pela comunidade médica e está gradualmente substituindo termos ultrapassados
como “grande mal” e “pequeno mal”. A nova classificação descreve dois grupos
principais de crises: “parciais” e “generalizadas”. Ela divide cada uma destas categorias
em subcategorias, incluindo crises: parcial simples, parcial complexa, ausência, tônico-
clônica e outros tipos.

Crises Parciais e Generalizadas

A distinção entre crises parciais e crises generalizadas é o elemento mais importante


da nova classificação. Se a descarga elétrica excessiva no cérebro está limitada a uma
área, a crise é parcial. Se todo o cérebro está envolvido, a crise é generalizada. Ao todo
existem mais de 30 diferentes tipos de crises.

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Saiba mais sobre:
 As crises parciais
 A crise tônico-clônica
 Crises generalizadas de ausência

Epilepsia

É muito importante uma boa entrevista para averiguar antecedentes de traumas na


cabeça ou quedas.

O que o paciente sente ao ter uma crise

Epilepsia é uma classificação geral para uma grande variedade de crises. Assim,
diferentes epilepsias têm crises bastante diferentes. Sensações comuns associadas
com crises incluem insegurança, medo, exaustão física e mental, confusão e perda da
memória. Alguns tipos de crises podem produzir fenômenos auditivos ou visuais
enquanto outros podem envolver uma sensação de vazio. Se o paciente fica
inconsciente durante a crise pode não haver sensação alguma. Muitas pessoas
experimentam uma aura antes da crise propriamente dita.

Duração das crises

As crises podem durar de poucos segundos a alguns minutos. Em casos raros podem
durar algumas horas. Exemplificando, uma crise tônico-clônica típica dura de 1 a 7
minutos. Crises de ausência podem durar apenas poucos segundos e crises parciais
complexas duram de 30 segundos até 2 ou 3 minutos. Estado de mal epiléptico refere-
se a crises prolongadas que podem durar algumas horas e isto é uma condição médica
séria. Contudo, na maioria das epilepsias as crises são muito curtas e, apenas
pequenos cuidados primários, são necessários.

Causas e fatores desencadeantes

Não existe uma causa única para a epilepsia. Muitos fatores podem lesar células
nervosas no cérebro ou suas vias de comunicação. Em aproximadamente 65% de
todos casos não existe causa conhecida. As causas mais freqüentes identificadas são:
 Intoxicações (substâncias tóxicas em doses altas);
 Doenças neurológicas (aneurisma, tumores);
 Traumatismo crânio encefálico;
 Febre alta;
 Doenças infecciosas (meningite, tétano);
 Problemas cardiovasculares (AVC).

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-

Epilepsia

Sinais e Sintomas de uma Crise Convulsiva

1) Perda da consciência. A vítima poderá cair e machucar-se;

2) Rigidez do corpo, especialmente do pescoço e extremidades.;


Outras vezes, desenvolve um quadro de tremores de diversas amplitudes;

3) Pode ocorrer cianose ou até parada respiratória;


Em algumas ocasiões, há perda do controle dos esfíncteres urinário e anal;

4) Depois das convulsões, o paciente recupera seu estado de consciência lentamente;


Ele pode ficar confuso por um certo tempo e ter amnésia do episódio.

Tratamento Pré-Hospitalar das convulsões

1) Posicione o paciente no piso ou em uma maca. Evite que se machuque com golpes
em objetos dispostos ao seu redor;

2) Afrouxe bem as roupas apertadas;

3) Proteja a cabeça do paciente;

4) Monitore a respiração e administre oxigênio suplementar;

5) Depois da crise, proteja a privacidade do paciente e explique-o que deve receber


auxílio médico;

6) Coloque na posição lateral de segurança (paciente inconsciente) e/ou de lado


(paciente consciente) caso venha a vomitar; e

7) Transporte o paciente para o hospital.

Não introduza nada na boca do paciente.

Diabetes

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A Diabetes é uma doença crônica degenerativa que surge como uma disfunção
metabólica originada pelo comprometimento na produção e/ou utilização da insulina
que tem como principal função a regulação do metabolismo da glicose em todos os
tecidos, com exceção do cérebro.

Efeitos da deficiência ou excesso de insulina:

Quando a produção de insulina é insuficiente


Acumula-se no sangue um excesso de glicose, que pode gradualmente ocasionar o
coma diabético (hiperglicemia).

Quando a quantidade de insulina é excessiva


Rapidamente esgota-se a glicose do sangue, ocorrendo o comprometimento do
sistema nervoso central, que utiliza como fonte de energia, quase que,
exclusivamente, a glicose, podendo conduzir ao choque insulínico (hipoglicemia).

Diabetes

Sinais e Sintomas da hiperglicemia


 Sede;
 Dificuldade respiratória;
 Pulso rápido e fraco;
 Hálito cetônico;
 Pele quente e seca (desidratada);
 Astenia;
 Alteração do nível de consciência. (pode levar ao coma não pela elevação no
nível de glicose no sangue, mas pela acidez).

O Emergencista deve fazer uma boa entrevista, para averiguar se o paciente é


diabético, se está em tratamento, se recebeu insulina ou se alimentou.

Tratamento Pré-Hospitalar

1. Mantenha o paciente repouso; e

2. Transporte o paciente.

Diabetes

Sinais e Sintomas da hipoglicemia

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 Respiração normal ou superficial;
 Pele pálida e úmida, freqüentemente sudorese fria;
 Pulso rápido e forte;
 Hálito sem odor característico;
 Cefaléia e náuseas;
 Desmaio, convulsões, desorientação ou coma.

Tratamento Pré-Hospitalar

1. Mantenha o paciente em repouso;

2. Mantenha as vias aéreas abertas e fique prevenido para ocorrências de vômito;

3. Se o paciente estiver consciente, dê açúcar ou líquido açucarado, mas se não estiver


totalmente consciente, não dê nada por via oral;

4. Previna o choque; e

5. Transporte o paciente.

Abdome agudo

Causas
 Apendicite;
 Úlceras;
 Doença hepática;
 Obstrução intestinal;
 Inflamação da vesícula;
 Problemas ginecológicos.

Sinais e sintomas do abdome agudo


 Dor abdominal;
 Dor retro-abdominal (nas costas);
 Náuseas e vômitos;
 Ansiedade;
 Pulso rápido.

Dor abdominal súbita e intensa, desconforto abdominal relacionado a várias


condições clínicas ou problemas específicos do abdome.

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Tratamento Pré-Hospitalar

1. Não dê nada por via oral;

2. Mantenha as vias aéreas abertas e previna-se para ocorrência de vômito;

3. Previna o estado de choque;

4. Mantenha o paciente em repouso na posição em que melhor se adapte;

5. Promova suporte emocional; e

6. Transporte o paciente.

Aula 4 – Parto

Os objetivos desta aula são:


 Descrever o atendimento pré-hospitalar da mãe e do bebê, durante o parto; e
 Descrever 3 complicações típicas durante o parto e o tratamento pré-hospitalar
de cada uma delas.

Anatomia da mulher grávida

Antes de descrever um parto, serão mostrados termos, conceitos e definições


relacionados à anatomia de uma mulher grávida e ao parto.

Feto
Ser vivo que está se desenvolvendo e crescendo dentro do útero, após a 8ª semana de
gestação.

Útero
Órgão muscular que se contrai durante o trabalho de parto, expulsando o feto.

Colo uterino
Extremidade inferior do útero, que se dilata permitindo que o feto entre na vagina.

Vagina
Canal por onde o feto é conduzido para o nascimento.

Saco amniótico

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Membrana que se forma no interior do útero e envolve o feto e o líquido amniótico.

Líquido amniótico
Líquido presente no saco amniótico, com a função de manter a temperatura do feto e
protegê-lo de impactos. Sua cor normal é clara, quando está ocorrendo o sofrimento
fetal este líquido torna-se esverdeado, pela presença do mecônio, que é a primeira
matéria fecal do bebê.

Placenta
Órgão formado durante a gravidez constituída por tecido materno e do concepto,
permitindo a troca de nutrientes entre a mãe e o feto.
Normalmente expelida ao final do trabalho de parto. Pesa aproximadamente 500g, na
gravidez a termo.

Cordão umbilical
Estrutura constituída por vasos sangüíneos através da qual o feto se une à placenta;
seu comprimento é em média 55cm.

Parto
Expulsão do feto viável através das vias genitais ou a extração do feto por meios
cirúrgicos

Aborto
Feto com menos de 500g ou com menos
de 20 semanas de gestação

Pré-maturo
Bebê com menos de 37 semanas
completas de gestação ou pesando menos
de 2.500g, independentemente da idade
gestacional.

A termo
De 37 semanas completas de gestação até
menos de 42 semanas completas de
gestação.

Pós-maturo
A partir de 42 semanas completas de
gestação.

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Fases do trabalho de parto

Primeira Fase - Dilatação


A dilatação do colo uterino tem início com as contrações e termina no momento em
que o feto entra no canal de parto.

Segunda Fase - Expulsão


A partir do momento em que o feto está no canal de parto até o nascimento do bebê.

Terceira Fase - Dequitação


Após o nascimento do bebê até a completa expulsão da placenta (10 a 20 minutos).

Sinais e sintomas indicativos de expulsão próxima

1. Sangramento ou presença de secreções pelo rompimento do saco amniótico;

2. Freqüência das contrações, abaixo de 5 minutos com duração de 30 segundos a 50


segundos;

3. Abaulamento da vulva;

4. Apresentação da cabeça do feto;

5. Necessidade freqüente de urinar e/ou defecar.

Evolução do trabalho de parto

ENTREVISTA:
 Pergunte o nome e idade da mãe;

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 Pergunte se realizou o exame pré-natal;
 Pergunte se é o primeiro filho (se for primípara, o trabalho de parto demorará
cerca de 16 horas. O tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto
subseqüente);
 Pergunte se há indicação de parto gemelar (múltiplo);
 Pergunte a que horas iniciaram-se as contrações (checar e anotar);
 Pergunte se já houve a ruptura do saco amniótico;
 Pergunte se sente vontade de defecar e/ou urinar.

Antes de efetuar qualquer procedimento, o Emergencista deve realizar uma entrevista


com a parturiente, extraindo o maior número de dados possíveis.

Se após a entrevista o Emergencista avaliar que o parto não é iminente, deve proceder
o transporte da parturiente e controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis
os traumas abertos, monitore os sinais vitais e esteja preparado para o choque.

Condutas do emergencista para o parto de emergência

1. Assegure a privacidade da parturiente, escolha um local apropriado;

2. Explique à mãe o que fará e como irá fazê-lo. Procure tranqüilizá-la informando que
o que está acontecendo é normal. Peça para que após cada contração relaxe, pois isto
facilitará o nascimento;

3. Posicione a parturiente para o parto


emergencial, peça-lhe para que retire a
roupa íntima, deite-a em posição
ginecológica (joelhos flexionados e
bem separados, e os pés apoiados
sobre a superfície que está deitada);

4. Coloque uma almofada debaixo da


cabeça da mãe para observar os seus
movimentos respiratórios;

5. Prepare o kit obstétrico e seu EPI, mantenha todo material necessário à mão;

6. Disponha adequadamente os campos, lençóis ou toalhas limpas abaixo das


nádegas, abaixo da abertura vaginal, sobre ambos os joelhos e sobre o abdômen;

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Condutas do emergencista para o parto de emergência (continuação)

7. Sinta as contrações colocando a palma da mão sobre o abdome da paciente, acima


do umbigo;

8. Posicione-se de forma a poder observar o canal vaginal constantemente. Oriente a


parturiente a relaxar entre as contrações, respirando profunda e lentamente e a fazer
força durante as mesmas;

9. Tente visualizar a parte superior da cabeça do bebê (coroamento). Se o saco


amniótico não estiver rompido, corte-o com técnica e material apropriado;

10. Comprima a região do períneo, com uma das mãos, posicionada sob campo que se
encontra abaixo da abertura vaginal, a fim de evitar lacerações nesta região;

11. Apóie a cabeça do bebê, colocando a mão logo abaixo da mesma com os dedos
bem separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão, não
tente puxá-lo;

12. Verifique se há circular de cordão, caso tenha, desfaça com cuidado no sentido
face-crânio do bebê;

13. Geralmente a cabeça do


bebê apresenta-se com a face
voltada para baixo e logo gira
para a direita ou esquerda.

Guie, cuidadosamente, a
cabeça para baixo e para cima,

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sem forçá-la, facilitando assim a liberação dos ombros e posteriormente de todo o
corpo;

Condutas do emergencista para o parto de emergência

14. Deslize a mão que está sobre a face no sentido crânio-caudal, segurando
firmemente os tornozelos do bebê;

15. Apóie o bebê lateralmente com a cabeça ligeiramente baixa. Isto se faz para
permitir que o sangue, o líquido amniótico e o muco que estão na boca e nariz
possam escorrer para o exterior;

16. Peça para o auxiliar anotar a data, hora, lugar do nascimento, nome da mãe e sexo
do bebê;

17. Observe se o bebê chorou. Retire o campo


que se encontra abaixo da abertura da vagina,
coloque-o deitado lateralmente no mesmo
nível do canal de parto.

Atendimento pré-hospitalar do
recém-nascido

1. Limpe as vias aéreas usando gaze e aspirador


de secreções;

2. Avalie a respiração do bebê (VOS), estimule


se necessário, massageando com movimentos

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circulares a região das costas e/ou estimulando a planta dos pés;

3. Aqueça o recém-nascido envolvendo-o em toalha, lençol ou similar;

4. Avalie a presença de pulso no cordão umbilical, se ausente, pince-o utilizando


pinças, fita umbilical ou similar;

5. O primeiro ponto a ser pinçado deve estar a, aproximadamente, 25 cm (um palmo) a


partir do abdome do bebê;

6. O segundo ponto a ser pinçado deve estar a cerca de 5 a 8 cm (quatro dedos) do


primeiro em direção ao bebê; e

7. Seccione o cordão umbilical com bisturi ou tesoura de ponta romba, este corte deve
ser realizado entre os dois pontos pinçados.

O cordão umbilical não deve ser pinçado imediatamente após o desprendimento fetal.
Aguardam-se de 40 a 60 segundos, a não ser na parturiente Rh negativo, quando se
fará o pinçamento e secção de imediato, pois quando a parturiente tem fator Rh
negativo e o pai por ventura tenha o Rh positivo, ocorrerá a chamada doença
hemolítica do recém nascido ou eritroblastose fetal, ou seja, se a criança for Rh
positivo, o organismo da mãe vai identificar o fator Rh do bebê como sendo nocivo,
despreendendo anticorpos para eliminar este agente estranho através da circulação
feto-placentária, o que ocasiona a morte das hemácias do recém nascido. Esta situação
é comum a partir do segundo parto, embora, hoje já exista uma vacina para ser
aplicada na gestante com a finalidade de prevenir tal situação, chamada de
“GAMAGLOBULINA ANTI-Rh”. Portanto, todas as vezes que a parturiente for fator
Rh negativo, o corte deve ser feito de imediato.
-

Atendimento pré-hospitalar da mãe

Inclui os cuidados com a expulsão da placenta,


controle do sangramento vaginal e a tentativa
de fazer a mãe se sentir o mais confortável
possível.

1. Normalmente entre 10 e 20 minutos há a


expulsão da placenta. Guarde-a em um saco
plástico apropriado e identifique-a para
posterior avaliação médica. O cordão desce
progressiva e espontaneamente. Não o
tracione;

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2. Após a expulsão da placenta, observe presença de sangramento vaginal, se houver,
controle-o:
 Com gaze ou material similar, retire os excessos de sangue ou secreções;
 Use um absorvente higiênico ou material similar estéril;
 Coloque-o sobre a vagina. Não introduza nada na vagina;
 Oriente para que a parturiente
una e estenda as pernas,
mantendo-as juntas sem
apertá-las;

Apalpe o abdome da mãe, no intuito


de localizar o útero. Faça movimentos
circulares com o objetivo de
estimular a involução uterina e,
conseqüentemente, a diminuição da
hemorragia;

3. Tranqüilize a mãe fazendo-a sentir-se o melhor possível e registre todos os dados da


ocorrência. Transporte a mãe, o bebê e a placenta para o hospital.

Durante todos os procedimentos, monitore constantemente a mãe e o bebê.

Complicações no parto e seu tratamento

Tratamento Pré-hospitalar

1. Espere que as nádegas e o tronco do feto sejam expulsos espontaneamente;

2. Segure os membros inferiores e o tronco à medida que são expulsos;

3. A cabeça então é geralmente liberada por si


própria, entretanto, algumas vezes ela poderá
não sair de imediato. Nos casos em que a
criança não nascer em até 3 minutos após a
saída da cintura e tronco, não a puxe, apenas
crie uma via aérea;

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4. Informe a mãe sobre o procedimento que será realizado e introduza os dedos
indicador e médio em forma de “V” entre a face do feto e a parede da vagina, criando
assim um espaço para que ele possa vir a respirar. Se você não conseguir realizar este
processo, então tente colocar uma extremidade digital sobre a boca do bebê e com
outro dedo empurre a parede vaginal;

5. Criada uma via aérea para o feto, deve-se mantê-la. Permita que o nascimento
prossiga mantendo a sustentação do corpo do bebê; e

6. O transporte deverá ser realizado imediatamente. Mantenha as VAs permeáveis


durante todo o transporte.

Apresentação Pélvica
Quando as nádegas ou os pés do feto são os primeiros a se apresentar.

Se durante o trabalho de parto,


apresentar apenas uma mão ou
um pé, não é considerado parto
pélvico, esta é uma apresentação
de membro, que requer cuidados.

1. Não puxe a extremidade, nem


tente introduzí-la novamente na
vagina.;

2. Deixe-na posição ginecológica


ou a coloque na posição genopeitoral, o que ajuda a reduzir a pressão no feto e no
cordão umbilical;

3. Oriente para que respire profunda e lentamente;

4. Se necessário oferte oxigênio; e

5. Transporte a parturiente.

Complicações no parto e seu tratamento

Prolapso de Cordão Umbilical

Ocorre quando durante o trabalho de parto, o cordão umbilical é o primeiro a se


apresentar.

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Tratamento Pré-hospitalar

1. Retire a parturiente da posição ginecológica, colocando-a em posição genopeitoral;

2. Não tente empurrar o cordão para dentro;

3. Não coloque a mão dentro da vagina;

4. Envolva o cordão umbilical com gaze estéril úmida e embrulhe-o com compressas
cirúrgicas estéreis, para aquecê-lo;

5. Administre o oxigênio; e

6. Monitore e transporte a parturiente para o hospital. Ela deve ser instruída para que
respire profunda e lentamente.

Complicações no parto e seu tratamento

Parto Múltiplo
Em caso de nascimentos múltiplos, as contrações uterinas reiniciam após o primeiro
nascimento.

O procedimento será o mesmo utilizado para com parto simples.

É recomendado que o Emergencista amarre o cordão umbilical da primeira criança


antes do nascimento da próxima.

Parto Pré-Maturo
Considera-se parto pré-maturo, qualquer nascimento em que o bebê tenha menos de
37 semanas completas de gestação, ou que pese menos de 2500g,
independentemente da idade gestacional, e requer os seguintes cuidados:

Somados os cuidados dispensados a um parto a termo, o Emergencista deve dar uma


atenção maior ao aquecimento do recém-nascido. Embrulhe-o em mantas, lençóis
toalhas ou papel aluminizado, mantenha a face do bebê descoberta.

As crianças pré-maturas, freqüentemente, requerem reanimação pulmonar, proceda


de acordo com as condutas para o caso.

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Complicações no parto e seu tratamento

Hemorragia Excessiva
Se durante a gravidez, a parturiente começar a ter um sangramento excessivo pela
vagina, é muito provável que terá um aborto. Porém, se a hemorragia ocorrer durante
o trabalho de parto ou na etapa final da gravidez, provavelmente estará ocorrendo um
problema relacionado à placenta.

Tratamento Pré-hospitalar

1. Posicione a parturiente em decúbito lateral esquerdo;

2. Coloque absorvente higiênico, campos ou lençóis limpos na abertura da vagina;

3. Não introduza nada na vagina;

4. Troque os tampões quando estiverem embebidos;

5. Guarde e conduza ao hospital todos os tampões ensangüentados, bem como todo e


qualquer material expulso;

6. Previna o estado de choque; e

7. Monitore os sinais vitais.

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Referências Bibliográficas do Curso Emergencista Pré-hospitalar

• American Heart Association.


• American Heart Association Suporte Avançado de Vida em Cardiologia 1997.
• American Heart Association Suporte Avançado de Vida em Pediatria 1997.
• American Heart Association Suporte Básico de Vida Rio de Janeiro RJ, 2002.
• Atendimento préhospitalar ao traumatizado : básico e avançado/comitê do
PHTLS da National Association of Emergency Medical Technicians Rio de Janeiro,
editora Elsevier, 2004.
• Bergeron, J.D., Bizjak. G Primeiros Socorros, 1ª Ed., São Paulo SP, Editora
Atheneu, 1999.
• Currents in Emergency Cardiovascular Care. American Heart association, 2006.
• CURRENTS IN EMERGENCY CARDIVASCULAR CARE. Revista, Edição especial, 2005.
• Dangelo, J.G, Fatini C.A Anatomia básica dos Sistemas Orgânicos, 2ª Ed., Rio de
Janeiro RJ., Editora Atheneu, 1995.
• Guyton e Hall Tratado de Fisiologia Médica 10ª Ed. Rio de Janeiro RJ Editora
Guanabara Koogan, 2002.
• Manual para instrutores do Curso de Atendimento Pré-hospitalar Básico 2002.
• Mário Dias Corrêa. Noções práticas de obstetrícia 13ª edição. Minas Gerais 2004.
• Portaria nº 2048, de 5 de novembro de 2002, Ministério da Saúde.
• Rey Luis Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde Editora Guanabara
Koogan, 2ª Ed. 2003.
• Rezende, Jorge de. Obstetrícia Fundamental. 10ª ed. Editora Guanabara, 2006.
• Silva, de Plácido e. Vocabulário Jurídico , ed.Forense 16ª edição. Rio de Janeiro.
1999
• Stephen N. Rosenberg, M.D. Livro de Primeiros Socorros. Johnson & Johnson. .2ª
ed. Rio de Janeiro.
• The Committee on Allied Healt. AAOS, Socorros Médicos de Emergência, 2ª Ed.,
Rio de Janeiro RJ, Editora Guanabara Koogan S.A, 1998.

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