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Disciplina: Primeiros Socorros

Instrutora: Karla Lins

João Pessoa, 02/12/2019


“O destino dos feridos está
nas mãos de quem aplica o
primeiro curativo.”
Dr. Nicholas Senn (1844-1908)
Cirurgião Americano (Chicago – Illinois)
Fundador da Associação de Cirurgiões Militares dos Estados Unidos
APH – ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
CONTEXTO HISTÓRICO

O atendimento as Emergências/Urgências no local da ocorrência


vem desde o período das grandes guerras, mais precisamente no
século 18, período napoleónico, quando os soldados feridos em
campo de batalha eram transportados em carroças com tração
animal para serem atendidos por médicos em local distante dos
conflitos.
A iniciativa de atendimentos aos Soldados no campo de batalha
permaneceu no século 19 e levou a criação da Cruz Vermelha
internacional, em 1863, organização que ao longo do tempo
demonstrou a necessidade de rápido atendimento aos feridos,
tendo sua atuação destacada nas guerras mundiais do século 20
experiências adquiridas em guerra, neste tipo de atendimento
realizado no local da ocorrência, associadas a um transporte
rápido, diminuíram a morbimortalidade por causas externas;
entretanto, isso só ficaria evidenciado décadas depois.
APH NO BRASIL
O sistema de emergência pré-hospitalar no Brasil surgiu em 1986 com a
criação do Grupo de Socorros de Emergência do Corpo de Bombeiros do Rio
de janeiro. O Ministério da Saúde através da Portaria nº 814 GM de 01 de junho
de 2001 considerou como atendimento pré-hospitalar os procedimentos
prestados à vítima nos primeiros minutos após ter ocorrido o
agravo a sua saúde de natureza traumática ou não traumática ou ainda
psiquiátrica, que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte.
(BRASIL, 2001).
Portanto, APH são procedimentos de emergência para atender, ainda no local
do acidente, as vítimas de trauma, ou emergências clínicas, garantindo a
segurança do local, avaliando o estado da vítima, estabilizando os sinais vitais,
imobilizando e transportando para a unidade hospitalar mais adequada
CONCEITOS BÁSICOS E SIGNIFICADOS AOS
PRIMEIROS SOCORROS
INTRODUÇÃO
Os atendimentos de emergência representam um mecanismo de controle dos
acidentes e outros agravos à saúde que se tornam um problema de saúde pública, na
medida em que podem levar à morte ou causar sequelas permanentes no indivíduo.
Hoje, os acidentes e as violências constam como causas externas na Classificação
Internacional das Doenças (CID). Busca-se identificar meios para prevenção dessas
intercorrências e para a promoção e reabilitação da saúde, visando a ampla e
eficiente recuperação da vítima acidentada.
Para melhor compreensão do assunto a ser tratado é importante conhecer alguns
conceitos que envolvem o tema. Personagens, expressões especificas e conceitos
precisam ser definidos para que se tenha eficiência nos procedimentos a serem
aplicados.
PRIMEIROS SOCORROS

São cuidados imediatos que devem ser prestados a vítima de


acidentes ou de mal súbito (mal súbito, segundo a
contextualização pode ser entendido como vários episódios como
síncope, lipotimia, hipoglicemia etc.), cuja ocorrência coloca em
risco sua vida.
Um conceito mais abrangente seria: um conjunto de
procedimentos técnicos aplicados ao indivíduo em uma situação de
urgência e emergência, antes de ser atendido por uma equipe
especializada de saúde.
O socorrista leigo deve atuar no atendimento dos primeiros
socorros visando a uma primeira e correta abordagem a vítima,
devendo agir somente até o ponto de seu conhecimento e técnicas
de atendimento. O objetivo é atender e manter a vítima com vida
até a chegada do socorro especializado, pois os primeiros socorros
visam evitar o agravamento das lesões, manter as funções vitais e
realizar medidas e procedimentos até a chegada da assistência
especializada.
Qualquer pessoa que estiver realizando o Atendimento Pré-
Hospitalar - APH mais conhecido como procedimento de primeiros
socorros, antes de tudo deve avaliar as condições de sua própria
segurança. Agir pelo simples impulso de ajudar o próximo pode
acarretar atitudes inconsequentes que resultam em mais uma
vitima.
O respeito e a serenidade são fundamentais para se obter um bom
atendimento, deve-se sempre evitar uma maior exposição da
vitima e manter o devido sigilo sobre as informações pessoais
obtidas durante o atendimento.
Considerando os primeiros socorros como resposta rápida e inicial
a uma emergência médica, através de técnicas simples e eficazes
para reduzir a gravidade da situação, aumenta-se a possibilidade
de recuperação e conservação da qualidade de vida da vitima, pois
mesmo com todo o investimento nas prevenções e no
atendimento, sempre haverá um período temporal entre o
acidente e o atendimento profissional, nesses minutos muitas
situações podem acontecer e as únicas pessoas presentes serão as
que foram envolvidas nos acidentes ou as que estão passando no
local; por este motivo, é muito importante que todos saibam o que
deve ou não ser feito.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS AOS
PRIMEIROS SOCORROS
SOCORRISTA

Personagem fundamental denominado de socorrista é aquele


profissional em atendimento de emergência. Este possui
treinamento específico mais amplo e detalhado que uma pessoa
prestadora de serviços.
Aquele que possui apenas um curso básico de primeiros socorros
deve ser chamado de atendente de emergência ou prestador de
serviços.
Quem é o prestador de serviço?

Pessoa leiga e comum à sociedade, mas com o


mínimo de conhecimento capaz de prestar
atendimento à uma vitima até a chegada do socorro
especializado.
Causas externas: conjunto de agravos à saúde que provocam algum tipo de
lesão seja física, mental ou psicológica, podendo ou não levar a óbito.
Violência: uso da força contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou
tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico,
deficiência de desenvolvimento ou privação.
Manutenção à vida: Ações desenvolvidas com o objetivo de garantir a vida da
vítima, sobrepondo à "qualidade de vida".
Qualidade de Vida: Ações desenvolvidas para reduzir as sequelas que possam
surgir durante e após o atendimento.
Urgência: é a situação que requer assistência rápida. No entanto não há risco
iminente de morte, porém o quadro do paciente pode se agravar em
decorrência da lesão.
Emergência: É a situação em que há ameaça iminente à vida, com risco de
lesão permanente, necessitando de atendimento imediato.
Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam
de atendimento.
Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resultam pessoas mortas ou
feridas, mas que pode oferecer risco futuro.
Vítima Clínica: apresenta sinais e sintomas de disfunções com natureza
fisiológica, como doenças.
Vítima de Trauma: apresenta sinais e sintomas de natureza traumática, como
possíveis fraturas. Devemos nesses casos atentar para a imobilização e
estabilização da região suspeita de lesão.
Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima.
Sintoma: É informação a partir de uma relato da vítima.
Risco: é a probabilidade de um resultado adverso. O fator de risco é definido
como qualquer situação que realmente a possibilidade de doença ou agravo a
saúde. A alta incidência de risco é um resultado desfavorável, pois retrata a
maior probabilidade de ocorrência, em regra, de evento indesejável.
Plano de ação: o plano de ação para o atendimento eficaz está baseado no
desenvolvimento de três técnicas básicas: prevenir, alertar e socorrer. Na
prevenção, busca-se afastar o perigo da vítima ou retirar a vítima do perigo,
mantendo o local seguro. No alerta, a ação é contatar o serviço de emergência
para o resgate atendimento, informando o tipo de acidente, o local, o número
de vítimas em seu estado. Após Sensações, deve socorrer, avaliando as
situações e intervindo no que for possível.
Sinais vitais: os sinais vitais indicam a existência de vida. Refere-se a
temperatura, pulso, respiração, pressão arterial e dor.

Temperatura: a temperatura axilar média varia de 36 a 36,8 ºC. Uma vítima


com febre pode apresentar calafrios, mal-estar, pulso rápido, sudorese,
respiração rápida e hiperemia na pele. É possível aplicar compressas frias e
úmidas na testa, pescoço, cabeça, axilas e virilhas não se deve cobrir a vítima
para aumentar a sudorese.
Pulso: o pulso é a onda de distensão de uma artéria transmitida pela pressão
que o coração exerce sobre o sangue essa onda é perceptível pela palpação de
uma artéria e se repete com regularidade conforme as batidas do coração a
frequência varia de acordo com a idade na vítima de trauma o local indicado
para verificação do pulso é artéria carótida.
Variação do pulso conforme a idade
Respiração: é uma das funções vitais mais importantes para a manutenção da
vida por meio da respiração, o corpo recebe oxigênio para as células eliminam
gás carbônico.
A respiração deve ser avaliada conforme o tipo e a frequência. A frequência é
contada pela quantidade de vezes que uma pessoa realiza a combinação de
movimentos inspiratórios e expiratórios em um minuto ponto em regra, um
adulto apresenta de 14 a 22 respirações por minuto e uma criança nos
primeiros meses de vida apresenta a respiração de 40 a 50 movimentos por
minuto .
Tipos de movimentos respiratórios
TIPOS DE RESPIRAÇÃO CONCEITOS
Eupneia Movimentos regulares sem dificuldades
Apneia Ausência de movimentos caracterizado por perda
respiratória
Dispneia Dificuldade de exercer movimentos respiratórios
(falta de ar)
Bradipneia Frequência menor que o normal
Taquipneia Frequência maior que o normal

Ortopneia Quando o indivíduo só respira se estiver sentado


(decúbito elevado)
Hiperpneia Aumento da frequência e profundidade dos
movimentos respiratórios
Pressão arterial: é a pressão do sangue. Essa pressão sofre influência da
força de contração do coração, do grau de distensibilidade, da
quantidade de sangue e de sua viscosidade sobre o vaso arterial ponto
no adulto sadio, a pressão arterial varia, sendo a PA sistólica máxima
entre 100 e 140 mmHg e a PA diastólica mínima entre 60 e 90 mmHg.
Para verificar a pressão arterial são necessários esfigmomanômetro e
um estetoscópio.
Trauma: é um evento nocivo, muitas vezes inesperado, causado
pela colisão de energias contra o corpo humano. Essa energia pode
ser mecânica, química, térmica, por radiação ou elétrica. No
trauma ocorre lesão produzida por ação violenta. O A T L S -
Advanced Trauma Life Support sugere que o trauma deve ser
entendido como uma doença e não como um acidente, pois,
geralmente, as lesões causadas por trauma poderiam ter sido
evitadas.
A importância do atendimento

A repercussão econômica dos altos índices de morbimortalidade


relacionados aos acidentes e outras causas externas reflete
diretamente na sociedade. O número de indivíduos em idade
produtiva vítima de grandes traumas tem aumentado
significativamente a cada ano no Brasil e no mundo.
As dificuldades e a falência dos sistemas previdenciários do país
são reflexos dos números de casos de vítimas com sequelas
temporárias longas ou permanentes, além dos casos de óbitos de
pessoas em idade economicamente ativa. Essas causas externas
podem estar relacionadas com eventos não intencionais, como
acidentes automobilísticos atropelamentos, fratura por quedas,
parada cardiorrespiratória, infarto agudo do miocárdio, acidentes
vasculares encefálicos. Mas também podem estar relacionados
com eventos intencionais provocados por outrem ou pela própria
vítima como suicídio, homicídio, ferimentos por arma branca ou
por arma de fogo, entre outros pontos esses fatores estão
relacionados com a violência com a desigualdade social que
caracteriza o país.
Os dados epidemiológicos que retratam os índices de mortalidade e demonstram a
alta prevalência de casa de externas como se pode observar na tabela a seguir:
Fonte: Datasus, Ministério da Saúde, Brasil, 2013.

Mortalidade Incidência em %
Causas externas 42,3
Doenças circulatórias 4,9
Neoplasias 12,4
Doenças infectoparasitárias 6,0
Doenças respiratórias 6,1
Afecções neonatais 3,1
Outras causas 25,2
Total 100
Quantos às causas externas não intencionais, os maiores casos se encontra em
acidente de trânsito, afogamentos, queimaduras quedas, intoxicações e
envenenamentos, engasgos e sufocamento.
As causas externas de traumas aumentam os índices de mortalidade no país e
afetam ambos os sexos, atingindo todos os níveis socioeconômicos. Essas
lesões por causas externas são consideradas um dos principais problemas de
saúde pública no Brasil e no mundo.
A morte por traumas pode ocorrer imediatamente após o acidente ou até
tardiamente. Assim, é imprescindível prestar um atendimento rápido, correto
e resolutivo, pois isso influenciará nos índices de morte por trauma no país e
no mundo.
Mortes por Trauma

Tipo de morte Tempo de ocorrência Incidência


Imediata Ocorre até 1 hora após o acidente 50%
Precoce Ocorre nas primeiras 4 horas após o acidente 30%
Tardia Ocorrem em 2 a 5 semanas após o acidente 20%
Segundo a Organização Mundial da Saúde OMS , as lesões por causas externas
representam principal e mais preocupante motivo de morte e incapacidade
em todas as faixas etárias até os 60 anos
No Brasil, 10,9% do total de óbitos em decorrência de lesões por causas
externas ocorreu em crianças até 14 anos. Esse dado Demonstra o quanto o
problema deve ser discutido para que medidas de prevenção sejam realizadas
com sucesso, visando reduzir esses índices é importante ressaltar que os
índices de mortalidade sofrem influência quando se trata dos acidentes
ocorridos em área urbana e área rural, dois, nessas regiões, há diferenças
significativas em relação à acessibilidade e qualidade no atendimento
precoce. Por isso, as circunstâncias, o local, as diferenças culturais e os
costumes podem influenciar no quadro evolutivo e nas consequências dos
acidentes.
Em relação as causas externas das lesões, temos os seguintes dados epidemiológicos
da incidência de mortalidade dos acidentes. Fonte: Datasus, 2013.

Causas Mortalidade %
Acidentes com transporte 32,3
Acidentes com armas de fogo 22,0
Quedas 9,3
Envenenamento e intoxicações 8,1
Queimaduras 4,1
Afogamentos 4,0
Outras causas 20,2
Total 100
Percebe-se que embora o atendimento seja importante para a redução da
mortalidade, as medidas de prevenção tornam-se ainda mais importantes,
pois influenciam na redução dos custos, na diminuição do risco de sequelas em
capacidades para o trabalho em atividades cotidianas, além de contribuir para
a efetiva qualidade de vida do indivíduo.
Como medidas de prevenção, podem ser adotados programas de educação da
população, buscando a mudança de comportamentos. Esses problemas
podem ser realizados por meio de campanhas, leis e rígidas penalidades,
educação em escolas em ambientes de trabalho, fiscalização do
comportamento.
ASPECTOS LEGAIS – OMISSÃO AO
SOCORRO
De acordo com o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro
consiste em “Deixar de prestar assistência, quando possível faze-lo
sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa invalida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente
perigo; não pedir, nesses casos, o socorro
da autoridade pública”.
Pena: detenção de 1 a 6 meses, ou multa.
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicidade, se resulta
em morte.
Qualquer pessoa que deixe de prestar ou providenciar socorro
à vítima, podendo fazê-lo, estará cometendo o crime de
omissão de socorro, mesmo que não seja a causadora do
evento.
Deixar de prestar socorro significa não dar nenhuma
assistência à vítima. A pessoa que chama por socorro
especializado, por exemplo, já está prestando e
providenciando socorro e descaracteriza a ocorrência de
omissão de socorro.
DIREITOS DA PESSOA QUE ESTIVER
SENDO ATENDIDA – DIREITO DE RECUSA
O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o
direito de recusar o atendimento. No caso de adultos, esse direito
existe quando eles estiverem conscientes e com clareza de
pensamento. Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como:
crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de socorro
que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima não pode ser
forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-
se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar
monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança
através do diálogo.
Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente, como um trauma
na boca por exemplo, mas demonstre através de sinais que não aceita o atendimento,
fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do prestador de socorro,
deve-se proceder:
• Não discuta com a vítima;
• Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças
religiosas;
• Não toque na vítima, isso poderá ser considerado como violação dos seus direitos;
• Informe a ela que você possui treinamento em primeiros socorros, que irá respeitar
o direito dela de recusar o atendimento, mas que está pronto para auxiliá-la no que
for necessário;
É recomendável a busca de uma testemunha de que o atendimento foi recusado por
parte da vítima.
No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo responsável legal.
Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro
especializado, o prestador de socorro deverá se possível, ter testemunhas que
comprovem o fato.
O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser:
• Formal, quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o atendimento,
após a identificação do prestador de socorro;
• Implícito, quando a vítima está inconsciente, confusa ou gravemente ferida a ponto
de não poder verbalizar ou sinalizar consentindo com o atendimento.
Nesse caso, a legislação cita que a vítima daria o consentimento, caso tivesse
condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros.
Este consentimento também pode ser aplicado em casos de crianças
desacompanhadas.
Visando evitar maiores problemas em relação a responsabilidade
no atendimento, os profissionais devem exercer suas funções
baseados sempre nos princípios éticos e legais que norteiam os
atendimentos de emergência. Esses princípios incluem a
beneficência, a não maleficência, a justiça e a boa-fé.
A responsabilidade profissional está ancorada nas modalidades de
culpa, que são a NEGLIGÊNCIA, a IMPRUDÊNCIA e a IMPERÍCIA.
PRINCÍPIOS DOS PRIMEIROS SOCORROS
A ideia principal quando se trata de primeiros socorros é a prevenção. Essa é a
melhor solução para evitar problemas, sequelas e garantir maior segurança às
pessoas. Nas medidas preventivas, devem ser avaliados os fatores que
influenciaram o acidente.

Pré-acidente Eventos como uso abusivo de álcool, drogas, cansaço, doenças pré-existentes,
estado mental.
Durante o acidente Tipo do impacto, condição de proteção das vítimas.

Pós-acidente Tipos de traumas que se apresentam, atendimento inicial que receberam.


AVALIAÇÃO DA CENA DO ACIDENTE
Esse é o primeiro aspecto a ser analisado pela equipe de serviço
médico de emergência quando chega ao local do acidente,
juntamente com isolamento da área e solicitação de recurso
adicional. Entre as diversas responsabilidades da equipe pré-
hospitalar, encontra-se a preocupação com a integridade de todos
os indivíduos que a compõem, desde o aglomerado de curiosos que
logo se faz no local, até os envolvidos no evento, garantindo assim
o sucesso da abordagem da vítima.
Importante enfatizar que a aparência Geral do local do incidente
cria uma impressão que influencia os profissionais em toda a sua
avaliação atendimento do traumatismo multissistêmico, sendo
fundamental avaliar a cena adequadamente muitas vezes,
coletando informações, ou simplesmente olhando o, ouvindo e
catalogando o máximo de dados possível do ambiente. A cena
pode fornecer informações a respeito dos mecanismos do trauma,
da situação incidente e do grau geral de segurança.
PRIORIDADES NA CENA DO ACIDENTE

Segurança: o primeiro aspecto a ser avaliado em um acidente é a


segurança do local do trauma o profissional de atendimento pré-
hospitalar deve certificar-se de que aquele local não oferece
nenhum risco para ir para equipe mista não deve aproximar-se,
pois pode tornar-se mais uma vítima profissional que coloca em
risco a sua própria vida não ajuda a vítima, criando mais um
problema.
Uso dos equipamentos de proteção
individual (EPI) para atendimento a vítimas
Em todo atendimento realizado pela equipe de socorro, os equipamentos de
proteção individual não podem faltar, pois somente com o uso dos EPI’s é possível
evitar contato direto com sangue, saliva, fluidos corporais.
Deve-se utilizar luvas descartáveis, óculos de segurança, máscaras descartáveis e
avental longo descartável. O uso dos EPI’s reduz o risco de transmissão de doenças
através do contato com sangue da vítimas como a hepatite B, hepatite C e vírus do
HIV (vírus transmissor da Aids). É importante receber vacinação contra hepatite B que
consta de três doses (O, 30 e 180 dias) e contra tétano com três doses e reforço a cada
dez anos, mantendo o calendário de vacinação em dia.
EPI’S BÁSICOS
Cuidados com EPI’s - Colocação, retirada e guarda

Após o atendimento das vítimas o socorrista deve prevenir qualquer


contaminação com a retirada dos EPI’s utilizados que agora estão
contaminados com sangue ou outros fluidos da vítima. É preciso observar urna
sequência para retirada desses EPI’s , iniciando com a retirada das luvas,
depois os óculos, a máscara e por último o avental. Esses EPI’s devem ser
descartados em sacos brancos com identificação "resíduos contaminados",
exceto os óculos que devem passar por processo de desinfecção e guardados
para próximo uso.
Como retirar as luvas de procedimento sem contaminar as mãos

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