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PARADA

CARDIORESPIRATÓRIA
Prof. Esp. Amanda de Castro Miranda
A única chance que uma vítima em
PCR possui para sobreviver, consiste
em ter alguém ao lado capaz de:
1. Reconhecer a PCR,
2. Pedir ajuda, iniciar a RCP, e
usar o DEA sempre que
disponível.
O PÂNICO E O MEDO
IMPEDEM AS PESSOAS DE
FAZER RCP QUANDO
NECESSÁRIO.
MENOS DE 30% DAS VÍTIMAS
DE PCR RECEBEM RCP FORA
DO HOSPITAL.
QUALQUER UM PODE AJUDAR?

Sim! Porém seu sucesso dependerá de


CONHECIMENTO, HABILIDADE E ATITUDE.
NO ANTIGO EGITO, A PRIMEIRA RCP DESCRITA COM
SUCESSO ENCONTRA-SE NA BÍBLIA, QUANDO O PROFETA
ELIAS REANIMOU O FILHO DA VIÚVA DE SAREPTA.

Figura 1 - Pintura retratando o profeta Elias, a viúva de Sarepta e seu filho.


EM 1958, SAFAR, ELAM, GORDON E
REDDING PUBLICARAM ESTUDOS SOBRE O
CONTROLE DAS VIAS AÉREAS E VENTILAÇÃO
BOCA-A-BOCA, JUNTAMENTE COM O
TRABALHO DE KOUWENHOVEN, JUDE E
KNICKERBOCKER (MASSAGEM CARDÍACA
EXTERNA)

Figura 4 - Guy Kinickerbock (como paciente), WB Kouvenhoven


(ventilação) e JR Jude (massagem) em 1964.
PRINCIPAIS  CAUSAS DE MORTE NO  MUNDO:
1º LUGAR: DOENÇAS CARDIOVASCULARES
2º LUGAR: NEOPLASIAS
3º LUGAR: TRAUMA
4º LUGAR: DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
HISTÓRICO DE MORTE SÚBITA CARDÍACA NO BRASIL

200 MIL MORTES SÚBITAS / ANO


44% DAS MORTES ANTES DOS 65 ANOS
38% DAS MORTES ANTES DOS 55 ANOS
25% SÃO IAM SILENCIOSOS
CASO BUSSUNDA - HUMORISTA
CASO SERGINHO – JOGADOR DE FUTEBOL
R CP – Atitude que Salva
Vida

Diretrizes e Recomendações se
g u n d o a AH A
AMERICAN HEART ASSOCIATION (AHA)
É responsável pela publicação científica
Diretrizes para Ressuscitação Cardiopulmonar
(RCP) e Atendimento Cardiovascular de
Emergência (ACE), que é a base dos protocolos
de salvamento utilizados por profissionais de
saúde, empresas e hospitais nos Estados Unidos
e em todo o mundo.
AMERICAN HEART ASSOCIATION (AHA)
Os métodos de atendimento aceitos internacionalmente estão de acordo
com as Diretrizes da American Heart Association (AHA):

 Suporte Básico de Vida (BLS);


 Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS);
 Suporte Avançado de Vida em Pediatria (PALS).

A atenção à vítima de trauma é delineada nas orientações do Advanced


Trauma Life Support (ATLS) da National Association of Emergency
Medical Technicians (NAEMT) em cooperação com o Comitê de Trauma
do Colégio Americano de Cirurgiões.
CONCEITO DE PARADA CÁRDIORESPIRATÓRIA:

A parada cardiorrespiratória é definida como


a cessação da atividade mecânica do
coração, confirmada pela ausência de sinais
de circulação.

REVERSÍVEL COM TRATAMENTO RÁPIDO E CORRETO!


CONCEITO DE PARADA RESPIRATÓRIA:

A parada respiratória é a presença de apnéia ou respiração agônica.

REVERSÍVEL COM TRATAMENTO RÁPIDO E CORRETO!


ENCONTRA-SE 1/3 LOCALIZADO


À DIREITA DO PLANO MEDIANO
E 2/3 LOCALIZADOS À ESQUEDA.
FiO2 – Fração Inspirada de Oxigênio

21% de O2
na Inspiração

RETÉM 4%
17% de O 2
na Expiraçã
o
IMPORTÂNCIA DO TEMPO

PARA CADA MINUTO DE PARADA


CARDÍACA, AS CHANCES DE
SOBREVIVÊNCIA DIMINUI CERCA
DE 10%.

DEPOIS DE 10 MINUTOS A SOBREVIVÊNCIA


É IMPROVÁVEL.
0
5

10

TEMPO EM MINUTOS TAXA DE SOBREVIDA


BENEFÍCIOS
A RCP IMEDIATA DE ALTA QUALIDADE E DESFIBRILAÇÃO PRECOCE
COM O DEA PODEM DOBRAR OU MESMO TRIPLICAR A
PROBABILIDADE DE SOBREVIVÊNCIA.
O QUE PODE PROVOCAR UMA PCR?
SITUAÇÕES COM MAIOR RISCO DE EVOLUIR PARA UMA PCR:
 Cardiopatias
 Diabetes
 Anóxia
 Afogamento
 Pneumotórax Hipertensivo
 Hemopericárdio
 Choque
 Obstrução das vias aéreas
 Bronco espasmo
 Reação anafilática
PARANDO PRA PENSAR...

5 H´S

5 T´S
5 H´S
1. HIPÓXIA
2. HIPOVOLEMIA
3. HIPO/HIPERTERMIA
4. HIPOGLICEMIA
5. HÍONS H+
5 T´S
1. TROMBOSE CORONÁRIA
2. TENSÃO NO TÓRAX (PNEUMOTÓRAX)
3. TROMBOSE PULMONAR
4. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
5. TAMPONAMENTO CARDÍACO
SINAIS CLÍNICOS DE UMA PCR:
Ausência de sinais de vida como:

 Inconsciência da vítima;
 Inexistência de movimentos;
 Ausência de respiração;
 Inexistência evidência da (perfusão);
 Ausência de pulso em uma grande artéria.
SINAIS CLÍNICOS DE UMA PCR EM PCT SOB ANESTESIA
 Movimentos respiratórios agônicos (gasping);
 Ausência de sinais vitais no monitor;
 Ausência de pulso na oximetria;
 Diminuição ou ausência de dióxido de carbono
exalado no capnógrafo;
 Modificações eletrocardiográficas sugestivas;
 Ausência de pulso em uma grande artéria.
RITIMO SINUSAL
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
CONCEITO DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR:

Reanimação Cardiopulmonar é o conjunto


de procedimentos destinados a manter a
circulação de sangue oxigenado para o
cérebro e outros órgãos vitais, após uma
parada cardíaca.
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA

A cadeia de sobrevivência é um conjunto de


procedimentos que visa salvar pessoas que
sofreram uma parada cardiorrespiratória (PCR). O
objetivo desse processo é aumentar a eficiência do
socorro prestado às vítimas desse problema.
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA ADULDO
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA PEDIÁTRICA
1º - RECONHECIMENTO
TESTAR RESPONSIVIDADE DA VÍTIMA

ESTÍMULO VERBAL
ESTÍMULO
DOLOROSO

INCONSCIENTE
2º – ACIONAR O SME

ACIONE O SERVIÇO MÉDICO DE


EMERGÊNCIA
IMPORTANTE!!!!!

AO CHAMAR O SME INFORME QUE É


UMA PCR E GARANTA O DEA!
2º – CHECAR PULSO
NÃO MENOS QUE 5 NÃO MAIS QUE 10
SEGUNDOS
3º – RCP DE ALTA QUALIDADE

INICIAR O SUPORTE
BÁSICO DE VIDA (BLS)

CABD
CABD
-C: corresponde a Checar responsividade,
-Chamar por ajuda,
-Checar o pulso e a respiração da vítima,
-INICIAR COMPRESSÕES (30 COMPRESSÕES);

100 A 120 COMPRESSÕES POR MIN


POSIÇÃO CORRETA
DO CORPO
UTILIZAR A REGIÃO HIPOTENAR DA MÃO
POSIÇÃO CORRETA
DO CORPO
QUAL A PROFUNDIDADE?
EM ADULTOS:
5 A 6 CM OU 2,4
POLEGADAS

EM CRIANÇAS:
SÍSTOLE DIÁSTOLE
O objetivo principal da RCP é prover um fluxo de
oxigênio e sangue para o coração e o cérebro. Ela
deve ser feita imediatamente, pois o cérebro não
tolera mais de 4 minutos de hipóxia e após 10 minutos
sem RCP tem-se morte cerebral estabelecida.
CABD
-A: abertura das vias aéreas;

-HIPEREXTENSÃO
CABD
-TRAÇÃO NA MANDÍBULA
CABD
-B: boa ventilação (2 ventilações);
CABD
-D: desfibrilação, neste caso, com o desfibrilador externo
automático (DEA).
DEA – Desfibrilador Externo Automático

O Desfibrilador Externo Automático (DEA) é


um aparelho fantástico, desenvolvido para
que qualquer pessoa, mesmo não sendo
profissional de saúde, pudesse administrar
uma desfibrilação em um paciente vítima de
PCR sempre que houver indicação.
RITMOS DE PARADA
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM PULSO

ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO

ASSISTOLIA
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
Este ritmo eletrocardiográfico é comumente encontrado em
pacientes que apresentam o infarto agudo do miocárdio, acidose,
distúrbios eletrolíticos e outros ritmos ventriculares deteriorantes.
Nesse ritmo os ventrículos estão disparados, chegando a promover
batimentos que ultrapassam 300 bpm e, portanto, não permitem a
condução efetiva do impulso. Ocorre em 85% das PCR súbitas. O
tratamento é a desfibrilação.
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM PULSO
A taquicardia ventricular é caracterizada como três ou mais
batimentos sucessivos de ordem ventricular, com freqüência
cardíaca elevada, maior do que 100 batimentos por minutos (TV).
Está comumente associado ao infarto do miocárdio, podendo
ainda estar relacionada a outras cardiopatias graves, aneurisma
ventricular e intoxicação digitálica. Caso haja repercussão
hemodinâmica com ausência do pulso é TV sem pulso. O
tratamento é a desfibrilação.
TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM PULSO
ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO
Refere-se à persistência da atividade elétrica na ausência de
contração e, conseqüentemente, ausência de pulso. Os principais
fatores desencadeantes são os 5 Hs e 5 Ts.
ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO
ASSISTOLIA
É caracterizada pela ausência total de atividade elétrica
ventricular, sendo que a despolarização não ocorre, havendo
assim uma ausência de contração ventricular. Isso pode ser
ocasionado por um evento primário na parada cardíaca ou pode
ser sucessivo a uma FV ou atividade elétrica sem pulso.
ASSISTOLIA
ASSITOLIA

AESP

TV sem Pulso

FV
POSICIONAMENTO DO DEA
COMO DESFIBRILAR?
 Passar gel para ECG nas pás e espalhar no tórax da vítima;
 Retirar roupas molhadas e emplastos adesivos (nitroglicerina,
nicotina, etc), enxugar o tórax caso esteja molhado, remover excesso
de pêlos se necessário;
 Afastar da vítima para monitorização;
 Selecionar a carga: 200j bifásico e 360j monofásico;
 Posicionar as pás corretamente e pressioná-las com peso de ± 13kg;
 Desconectar fontes de oxigênio;
 Confirmar se todos estão afastados;
 Deflagrar o choque;
 Iniciar RCP imediatamente.
ATENÇAÕ!!!!
 Utilizar somente em vítimas não responsivas, em apnéia e
sem pulso;
 A desfibrilação precoce é essencial para sobrevida;
 O ritmo mais frequente de parada cardíaca na Síndrome
Coronária Aguda é a FV e o seu tratamento é a desfibrilação
elétrica;
 A probabilidade de sucesso da desfibrilação diminui com o
tempo;
 A FV tende a se deteriorar para assistolia em poucos minutos.
COMPONENTES NA RCP

RELAÇÃO
COMPRESSÃO E ADULTOS 30 : 2 – 1 OU 2 SOCORRISTAS
VENTIAÇÃO ATÉ
COLOCAÇÃO DE
UMA VIA AÉREA CRIANÇAS 15 : 2 – 1 OU 2 SOCORRISTAS
AVANÇADA
COMPONENTES NA RCP

5 A 6 CM NÃO EXCEDER! (2,4


ADULTOS
POLEGADAS)
PROFUNDIDADE
DAS COMPRESSÕES
1/3 DO DIÂMETRO ANTERO
CRIANÇAS
POSTERIOR - 5 CM (2 POLEGADAS)
COMPONENTES DE UMA RCP DE ALTA QUALIDADE
RCP EM SITUAÇÕES
ESPECIAIS

MÃO ACIMA DO
DESLOQUE O
CENTRO
ÚTERO DO TÓRAX
PROTOCOLO DE
PARADA ADULTO
ALGORÍTIMO DE
CUIDADOS
PÓS PCR NO ADULTO
PROTOCOLO DE
PARADA PEDIÁTRICO
REFERÊNCIAS:
• AHA. American Heart Association. SBV para Profissionais de Saúde. Edição
em português. Prous Science, São Paulo – SP, 208.20 AHA. American Heart
Association. ACLS - Suporte Avançado de Vida em
Cardiologia, livro do professional de saúde. São Paulo: Margraf Editora e
Indústria Ltda, 2020.
• AEHLERT, Barbara. ACLS, Advanced Cardiac Life Suport. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007.
• CURRENTS. Aspectos mais Relevantes das diretrizes da American Heart
Association sobre Ressucitação Cardiopulmonar e Atendimento
Cardiovascular de Emergência. São Paulo: ACINDES, vol. 16, n° 04, 2006.
• MS. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Atenção as Urgências. 2
ed. Brasília: MS, 2004.

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