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Necessidade Humana Básica

psicobiológica de oxigenação

Prof. MS. Marcelo Alves


Oxigenoterapia: Conceito

 Consiste na administração de oxigênio numa concentração


de pressão superior à encontrada na atmosfera ambiental
(21%), para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou
hipóxia, aplicada tanto em situações clínicas agudas,
quanto crônicas.
 O oxigênio é um gás medicinal e requer PRESCRIÇÃO.

 Administrar com cuidado e observar o paciente cuidadosamente para detectar


reações adversas.

 Avaliar a necessidade de oxigênio do paciente e reconhecer os sinais e sintomas


de hipoxemia.

 Desmame assim que possível.


Sistema Respiratório

 A troca dos gases respiratórios acontece entre o ar


ambiente e o sangue (Hematose).

 Existem três etapas no processo de oxigenação:


 Ventilação

 Perfusão

 Difusão
PARÂMETROS DA RESPIRAÇÃO:

 Ventilação: Entrada e saída de ar entre as unidades funcionais dos


pulmões, alvéolos, e o meio externo.

 Oxigenação: Participação do oxigênio molecular no processo de


obtenção de oxigênio. Este conceito se relaciona, dentre outros
fatores, com a saturação de oxigênio.

 Saturação de Oxigênio (SatO2): Porcentagem de hemoglobina que está


ligada a moléculas de oxigênio.

 Fração inspirada de O2 (FiO2): Porcentagem de oxigênio no ar


inspirado. Em ar ambiente, ao nível do mar, temos uma FiO2 de 21%.
 SatO2 ‹92% em ar ambiente e repouso.
 SatO2 <88% durante exercícios ou sono,
em cardiopatas ou pneumopatia.
O2 Ar comprimido
Fluxômetro

Válvula reguladora
com fluxômetro

Umidificador Válvula Reguladora

Cilindro de O2 Cateter nasal


MÉTODOS NÃO INVASIVOS
A - Baixo Fluxo:

 Utilizado em situação de baixo risco, pois, o paciente irá inspirar


parcialmente o gás, o que não fornece concentração exata do oxigênio
respirado.

Quais são os dispositivos?


1. Cateter nasal.
2. Cânula nasofaringea.
3. Cânula orofaringea.
4. Máscara facial simples.
5. Máscara de reinalação parcial.
6. Máscara de NÃO reinalação.
Cateter Nasal
 Material plástico maleável e descartável; sua
introdução deve ser respeitada através da
mensuração entre o lóbulo da orelha e ápice do nariz.
CATETER NASAL (TIPO ÓCULOS)
 Dispositivo de polietileno ou silicone, em formato de
óculos, instalado através das narinas.
https://youtu.be/uYD3drWdvBo
Cânula Orofaríngea - (Guedel)
 Dispositivo de polietileno mais rígido, instalado através da
cavidade oral, até a faringe.
 Utilizado para o manejo das vias aéreas.
 Evita que a base da língua de pacientes com depressão do
sensório obstrua a orofaringe e, consequentemente, permite
uma melhor oxigenação.
https://youtu.be/NidlMwn6eOA
CATETER E CÂNULAS

Vantagens Desvantagens

 Segura, simples, facilmente  Concentração de FiO² é variável.


tolerada pelo paciente.
 Não pode ser utilizada em caso de
 Baixo custo, devido a uma oferta obstrução de vias aéreas.
menor de gás.
 Causa cefaléia e ressecamento de
 Permite conversação e ingestão de mucosas, se oferta de fluxo >6l/min.
alimentos.  Desloca-se facilmente, por isso está
contra indicado em paciente agitados
 Facilita a mobilização do paciente e confusos.
no leito.

 Descartável.
INDICAÇÃO DE BAIXO FLUXO

 Dispneia leve.

 Queda de saturação sustentável >85% <90%.

 Baixo risco de hipoxemia.


FACIAL SIMPLES
 O oxigênio flui através de um portal/prolongamento no
fundo da mascara, e o CO² é exalado através dos
portais de expiração.
MÁSCARA DE REINALAÇÃO PARCIAL

 O oxigênio ofertado, é inspirado através de uma bolsa


reservatória juntamente com ar atmosférico.
 A máscara de reinalação parcial não contém válvulas. Durante a
inspiração, o oxigênio flui para o interior da máscara e passa
diretamente ao paciente e durante a expiração, parte do ar é
armazenado na bolsa.
MÁSCARA DE NÃO-REINALAÇÃO
 Neste método, durante a inspiração, a válvula inspiratória se abre,
direcionando o oxigênio de dentro da bolsa, para máscara, quando
ocorre a expiração, o gás deixa a máscara através das válvulas.
INDICAÇÕES MÁSCARA

 Pacientes com queda moderada da saturação.

 Alteração no padrão respiratório (FR >50% do seu valor normal).

 Esforço respiratório moderado (batimento de asa de nariz, esforço


intercostal com retração de fúrcula).

 Perfusão periférica reduzida.

 https://fb.watch/8j1vNbNq9-/

 https://youtu.be/p3HdZR8P4Kg
MÁSCARAS

Vantagens Desvantagens

 Quantidade de litros de oxigênio  Adaptação incômoda.


mínimo 06l/min. á 08l/min.
 Em situação de vômitos, o paciente pode
 Pode ser administrado de 40% á bronco aspirar.
90% FiO².
 FiO² variável.
 Baixo custo.
 Deve ser removida para se alimentar.
 Não invasiva.
SISTEMA DE ALTO FLUXO - NÃO INVASIVO

 Máscara de Venturi.

 Máscara laríngea.

 Capacete.

 Máscara CPAP.

 Tenda de Oxigênio.

 Ventilação manual (VPP), ventilação por pressão positiva.


MÁSCARA DE VENTURI
 Indicado para pacientes que fazem oxigenoterapia controlada, pois, ela fornece uma
concentração exata de oxigênio.

 O método é empregado a quem precisa de uma concentração moderada ou alta de O2.

 A Máscara de Venturi segue uma tabela de cores padrão:

• Válvula Azul: 2 litros de oxigênio por minuto a uma concentração de O2 de 24%.

• Válvula Branca: 4 litros por minuto a uma concentração de 28%.

• Válvula Amarela: 6 litros por minuto a uma concentração de 35%.

• Válvula Vermelha: 8 litros por minuto a uma concentração de 40%.

• Válvula Laranja: 10 litros por minuto a uma concentração de 50%.

• Válvula Verde: 12 litros por minuto a uma concentração de 60%.


MÁSCARA DE VENTURI

VANTAGENS:

 Precisão na concentração de oxigênio,


independente do padrão respiratório.

 A FiO² pode ser alterada a qualquer momento, DESVANTAGENS:


simplesmente regulando o botão da válvula ou
trocando a mesma.  Deve ser removida para alimentação.

 Não resseca mucosas.  Desconforto (pressão facial).

 Pode ser acrescentados fluídos e/ou aerossóis.

 Fornece baixos níveis de oxigênio.


https://www.youtube.com/watch?v=gYKTJu3BOoA
CAPACETE/CAMPÂNULA

 Dispositivo de oxigenoterapia de acrílico transparente,


podendo ser usado dentro da incubadora.

 RN recebe concentração ideal de oxigênio, podendo ser


usado ainda em lactentes, crianças e jovens.

 Tamanho varia de acordo com estatura e peso da criança,


sendo dimensionado seu tamanho por litros.
CAPACETE/CAMPÂNULA

Vantagens Desvantagens

 Melhor visibilidade do RN.  Restringir mobilidade do RN e/ou


lactente.
 Concentração fornecida é ideal.

 Saturação de FiO² pode variar de  Risco de bronco aspiração em caso


30% a 100%. de vômitos.

 Custo acessível.

 Facilidade de instalação.
TENDA DE OXIGÊNIO
 Necessita de grandes fluxos de gases, acima de 15l/min.

 Apresenta grandes variações na FiO² durante manipulação da criança, pode


aumentar a concentração de dióxido de carbono.

 Proporciona uma baixa concentração de oxigênio, máximo de 30%.

 Alto custo ocasionado pelo desperdício do oxigênio.


Máscara Laríngea
A Máscara Laríngea (ML) é um dispositivo desenvolvido para o manuseio
supraglótico das vias aéreas, podendo ser considerado (método intermediário),
entre a máscara facial e o tubo traqueal, dispensando o uso de laringoscópio,
ou instrumentos especiais para sua inserção.

http://www.tecno4.com.br/wp-
content/uploads/2019/06/LMA-%C2%AE-Protector-
%E2%84%A2-Airway-Product-Quick-Reference-1.mp4?_=1
PARECER Nº 01/2015/Cofen/Comitê Excelência, Renovação, Inovação e
Segurança do Cuidar.

Trata-se de encaminhamento a este Comitê, pela presidência do COFEN, do PAD


COFEN No 351/2013 sobre Utilização e manuseio de dispositivos supraglóticos e
infraglóticos de vias aéreas avançadas, traqueostomia e cricotireoideostomia por
enfermeiro.

Concluímos que:

1) A utilização e manuseio de dispositivos supraglóticos vias aéreas avançadas e


cricotireoideostomia são procedimento que requerem conhecimentos da técnica e treinamento,
e que o enfermeiro que se encontra qualificado para realizar tais procedimentos emergencial ou
rotineira tem amparo legal.

2) A traqueostomia e a intubação endotraqueal são procedimentos de competência médica, por


força da Lei do Exercício da Medicina (Lei 12.842/2013), salvo nos casos de urgência e
emergência, conforme previsto no Código de Ética da Enfermagem (Resolução N. 3112007) e
desde que possua capacitação técnica.
CPAP

 Neste método o paciente pode respirar espontaneamente,


mantendo pressão positiva nas vias respiratórias, com ou
sem a ventilação mecânica.
Desvantagens:
CPAP
 Ajuste firme, o que causa
Vantagens: Desconforto.

 Interfere na ingestão de
- Melhora de maneira não invasiva a Alimentos.
oxigenação arterial.
 Maior risco de bronco
- Aumenta a capacidade residual. Aspiração.
- Diminui o risco de ventilação mecânica.  Risco para pneumotórax.
- O paciente pode falar e tossir sem diminuir a
 Distensão gástrica.
pressão positiva alveolar.
 Risco de lesão em rima nasal.
COMPLICAÇÕES DO CPAP
 Pneumotoráx.

 Obstrução nasal.

 Distensão gástrica.

 Necrose nasal.

 Necrose de septo nasal.


PROCEDIMENTO DE INSTALAÇÃO

 Ajuste o gorro na cabeça.

 Fix ar o gorro c o m velco d e fo r ma a evitar q ue


esco rregue: a ltura temporal.

 Insira o a da pta do r na abertura d o umi di fi ca do r e n o


tu b o i nspirató rio (se necessário, conecte o sistema num
umdificador apropriado).
OR IENTAÇÕES GE RAI S

 Utilizar apenas com geradores de pressão inspiratória


e expiratória.

 Monitorização contínua.

 Contra indicada e m hipotensão arterial secundária e


hipovolemia.

 Certifique continuamente que as conexões estejam


seguras.
VENTILAÇÃO POR PRESSÃO POSITIVA - VPP - AMBÚ

 Método de curta duração, utilizado para oxigenar paciente


através de um sistema de ventilação por pressão positiva.

 Composto:

 Fluxômetros.
 Extensão de oxigênio (borracha de silicone).
 Ambú.
 Máscara facial.
 Válvula expiratória.
 Bolsa reservatória.
 Normalmente aplicada em paciente com risco iminente de morte.
VENTILAÇÃO POR PRESSÃO
POSITIVA - VPP

 Vantagens:  Desvantagens:

 Necessitade treinamento e
 Fornece 100% de
habilidade técnica na execução.
Oxigênio.
 Método indicado para situações
 Fácil aplicabilidade. exclusivas de urgência e
emergencia.
 Baixo custo;
INDICAÇÃO VPP

 Na recepção do recém nascido após o


nascimento, como apoio ao período de
transição intra-extra uterino.

 Durante a aspiração traqueo-naso-oral


com paciente em ventilação mecânica.

 Apnéias transitórias até intubação.

 RCP
 Procedimento que visa estabelecer o controle definitivo da via
aérea. Comumente realizado em pacientes nas unidades de
emergências, unidades de terapia intensiva e nas salas de
cirurgia.

Indicações

• Parada respiratória e/ou cardíaca.


• Insuficiência respiratória grave.
• Obstruções das vias aéreas.
• Presença de secreções abundantes da árvore pulmonar.
• Cirurgias eletivas.
• Falência respiratória.
Referências

 POTTER, P.A.; PERRY, A.G. Fundamentos da Enfermagem, 9ªed, Rio de


Janeiro:Elsevier, 2017
 POTTER, P.A.; PERRY, A.G.; ELKIN, M.K. Procedimentos e intervenções
deenfermagem, 5ªed, Rio de Janeiro: Elsevier, 2013

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