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Oxigenoterapia

Pedro Paulo Guerra


OXIGENOTERAPIA

 Oxigenoterapia consiste na administração de O2 em


concentrações superiores à existente no ar
atmosférico (21%).

 Objetivos: Tratar ou prevenir os sinais e sintomas


causados pela falta de oxigênio nos diversos órgãos.

 Hipoxia = baixa de oxigênio


Aparelho respiratório

2-Entrada e saída
de gases

3 -Troca
gasosa
1-Movimentos
Respiratórios
Oxigenoterapia - Objetivo

Melhora da
troca gasosa
através do
aumento da
quantidade
de oxigênio
disponível nos
alvéolos
OXIGÊNIO

 Gás incolor, sem odor e


sem sabor, existente na
ar atmosférico (21%),
no solo e em vários
compostos orgânicos.

 Descoberto em 1774
por Joseph Priestley na
Inglaterra.
OXIGÊNIO

Usina de Oxigênio

Aparelho de Priestley
OXIGÊNIO

COMPOSIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO

Nitrogênio 78%
Oxigênio 21%
Argônio 0.93%
CO2 0.03%
Vapor de Água 1%
OXIGENOTERAPIA

 Oxigenoterapia consiste na administração de O2 em


concentrações superiores à existente no ar
atmosférico (21%).

 Objetivos: Tratar ou prevenir os sinais e sintomas


causados pela falta de oxigênio nos diversos órgãos.

 Hipoxia = baixa de oxigênio


OXIGENOTERAPIA

CONCEITO DE FiO2
 Definição: FiO2 é a fração inspirada de Oxigênio
 Corresponde à concentração de Oxigênio na forma
decimal.
 Exemplos: 30% de O2 significa FiO2 de 0,3
40% de O2 significa Fio2 de 0,4
100% de O2 significa FiO2 de 1
ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA

FONTES DE OXIGÊNIO
TUBULAÇÃO DE COR VERDE
 Rede interna de OXIGÊNIO
 Balas de Oxigênio/ Tanque/ Usina de Oxigênio
 Características de cada sistema
 Pressões de cada sistema
 Vantagens/ Desvantagens
BALAS DE OXIGÊNIO
TANQUE DE OXIGÊNIO
REDE E FLUXÔMETRO DE OXIGÊNIO
SINAIS E SINTOMAS DA HIPÓXIA

 Aumento da freqüência respiratória.


 Dispnéia, uso da musculatura acessória.
 Taquicardia, arritmias cardíacas.
 Hipertensão arterial.
 Agitação, desorientação, sonolência.
 Cianose labial e de extremidades.
 Ausência de sintomas
Cianose dos dedos
Oxigenoterapia: Indicações

 Quando o PaO2 < 60 mmHg e/ou SaO2 < 90% .


 Em todos os casos em que haja suspeita de
hipóxia.
 Trauma severo.
 Infarto agudo do miocárdio.
 Pós operatório imediato de cirurgia de vulto.
PaO2 = pressão parcial de O2 no sangue
SaO2= saturação de O2 no sangue arterial
Oxigenoterapia:
Cuidados/ Contraindicações

 Nos pacientes portadores de DPOC, com hipoxemia e


retenção de CO2, a oxigênioterapia pode piorar o
quadro.
 O uso de concentrações de O2 superiores a 50% por
períodos maiores que 24 horas pode provocar lesões
pulmonares.
 Em crianças recém-natas o O2 pode provocar lesões
na retina.
 Use com cuidado nos pacientes recebendo
Bleomicina.
Oxigenioterapia:
Métodos de Administração

 “Sistemas de baixo fluxo (até 6l/min): administram


O2 em fluxos que são inferiores ao volume minuto
do paciente. O fornecimento de O2 enriquece a
mistura gasosa que o paciente inspira.

 Sistemas de alto fluxo(> 6l/min): fornecem O2 em


fluxos superiores ao volume minuto do paciente.
Todo o volume que o paciente inspira origina-se da
fonte de O2.
Oxigenoterapia: Administração

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
A eficácia da oxigenioterapia depende de:
 Vias aéreas permeáveis
 Escolha do sistema mais adequado
 Verificação da eficácia
 Minitorização constante

ETAPA INICIAL: VIAS AÉREAS PERMEÁVEIS


VIAS AÉREAS SUPERIORES

Vias aéreas sem obstrução


Oxigenoterapia: Administração

OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS


DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS

Tração

Extensão
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS
QUEDA DA LÍNGUA

Vais aéreas obstruídas

OBSTRUÇÃO
DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS
ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA

Tração

Desobstrução
DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS
ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA
Elevação da mandíbula
DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

CANULA DE GUEDEL E CÂNULA NASO FARÍNGEA


Métodos de Administração

 Cânula nasal
 Máscara facial simples
 Máscara com Venturi
 Máscara com reservatório
 Umidificadores
 Respiradores mecânicos
Cânulas nasais

Narina

Fonte de O2
Cânulas nasais
Cânulas nasais

 Podem fornecer O2 na concetração de 23% até


45%, usando fluxo máximo de 6l/min.

 A concentração final de O2 depende do padrão


respiratório do paciente (freqüência e volume)

 As fossas nasais e o nasofaringe são os “reserva-


tórios” (capacidade de 50 ml) de O2, que serão
ocupados pelo O2 durante a fase expiratória.
Cânulas nasais:

Relação entre fluxo de O2 e FiO2 obtido


Fluxo de O2 FiO2 aproximado

1 l/min 0,21 – 0,24

2 l/min 0,24 – 0,28

3 l/min 0,28 – 0,34

4 l/min 0,34 – 0,38

5 l/min 0,38 – 0,42

6 l/min 0,42 – 0,46


Cânulas nasais: continuação

VANTAGENS x DESVANTAGENS
 Uso fácil e bem tolerado pelos pacientes.
 Permite alimentação e ingesta líquida.
X
 FiO2 variávle em função do padrão respiratório do
paciente.
 Ressecamento da mucosa nasal.
 Incapacidade de atingir FiO2 elevado.
Máscara facial simples.

 São máscaras frouxamente adaptados ao rosto,


acrescentando criando reservatório de 100 a 200 ml
de O2.
O reservatório do oxigênio é o espaço compreen-dido
entre a face do paciente e a máscara.
 Os fluxos variam de 5 a 10 l/min.O fluxo mínimo é o
de 5 l/min
 Se possível usar um sistema de umidificação do gás
inspirado.
 FiO2 máximo alcançado é de 0,6.
Máscara facial
Máscara facial simples.

VANTAGENS X DESVANTAGENS
 Uso simples e bem tolerados pelo paciente.

 Impedem a alimentação e a higiene oral.


 Fornecem pouco mais O2 que as cânulas nasais.
 Podem produzir irritação cutânea.
Máscara facial com reservatório

 São máscaras faciais acrescidas de uma bolsa (de


600 a 1000 ml) destinada a ser o reservatório de O2.
 O reservatório mantido insuflado indica que o
paciente está respirando apenas o gás contido em
seu interior.
 Precisam de uma adaptação adequada ao rosto.
 Há máscaras dotadas de válvulas unidirecionais
capazes de impedir a entrada do gás expirado na
bolsa.
 Fornecem um FiO2 de 0,7 até 1
Máscara facial com reservatório

CO2 exalado

Bolsa com Válvula uni-


reinalação direcional

Oxigênio

Reinalação parcial
do gás expirado

Bolsa Reservatório
Máscara com reservatório

Reservatório
Máscara facial com reservatório
Máscara facial com reservatório

VANTAGENS:
 Capacidade de fornecer elevados valores de FiO2.

DESVANTAGENS:
 Impedem a alimentação
 Impedem o uso de sondas enterais
 Impedem o uso de aerossóis
Máscara de Hudson

 Máscara facial ou tenda facial ?

 Mais freqüentemente utilizada.

 Pode fornercer concentrações de O2 até de 80%,


dependendo do fluxo fde O2 fornecido e do padrão
respiratório do paciente.

 Deve sempre ser usada junto com um sistema de


umidificação
MÁSCARA DE HUDSON
MÁSCARA DE HUDSON
Máscara de alto fluxo:
Máscara com Venturi

 Consiste em uma máscara adaptada à face,que recebe


oxigênio de uma peça denominada Venturi.

 É o sistema Venturi que determina a concentração de O2.

 Podem fornecer de 24 a 50% de O2, na dependên-cia das


peças utilizadas.

 Necessitam uma boa adaptação à face do paciente.

 Permitem o uso de valores precisos de FiO2


Máscara de alto fluxo:
Máscara com Venturi

VANTAGENS
 São capazes de fornecer valores precisos e
constantes de FiO2, idependente do padõao
respiratório do paciente.
 Úteis nos pacientes com DPOC.

DESVANTAGENS:
 São incapazes de liberar elevadas concentrações de
O2.
Máscara com Venturi

Venturi
Máscara com Venturi

Sistema Venturi
Umidificadores

 São sistemas capazes de umidificar o gás inspirado.

 São capazes de umidificar fluxos altos ou baixos de


O2.

 Os umidificadores geralmente estão acoplados a um


sistema de administração de O2.
UMIDIFICADOR
Umidificador
Umidificadores: continuação.

Métodos de conexão com as vias aéreas:


 Peça em T
 Peça em T com reservatório
 Máscara facial
 Máscara de Hudson
 Máscara com reservatório
UMIDIFICADOR
MÁSCARA DE HUDSON
Controle da Oxigenoterapia

Parâmetros a serem avaliados:


 Melhora dos sintomas
 Melhora da cianose ?
 Melhora da hipertensão
 Melhora do PaO2 e da SaO2: mais fiéis

PaO2= Pressão parcial de O2 no sangue arterial


SaO2 = Saturação arterial de O2
Controle da Oxigenoterapia

Saturação arterial de O2
 Medida pela gasometria arterial (invasiva)
 Medida não invasiva : Oxímetros de pulso

OXÍMETROS DE PULSO
São aparelhos destinados a medir a saturação arterial
de oxigênio, de maneira não invasiva, baseados nas
diferenças de cor entre a hemoglobina ligada ao O2
a hemoglobina sem oxigênio que percorre a artéria.
APARELHO
GASOMETRIA
OXÍMETRO DE PULSO
Oxímetros

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO I
Em 1666, Isaac Newton explicou que a luz do Sol embora
pareça transparente ou branca, quando atravessa um
prisma de vidro se decompõe em sete cores: as cores do
espectro solar.
Oxímetros

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO II
Cada cor é caracterizada por um determinado comprimento de onda.
Cores do espectro visível
Comprimento
Cor Freqüência
de onda
vermelho ~ 625-740 nm ~ 480-405 THz
laranja ~ 590-625 nm ~ 510-480 THz
amarelo ~ 565-590 nm ~ 530-510 THz
verde ~ 500-565 nm ~ 600-530 THz
ciano ~ 485-500 nm ~ 620-600 THz
azul ~ 440-485 nm ~ 680-620 THz
violeta ~ 380-440 nm ~ 790-680 THz
Oxímetros

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO III


 A cor de cada objeto é função da cor da luz que
reflete.
 Hemoglobina oxigenada reflete a luz vermelha (660
nm).
 Hemoglobina reduzida reflete a luz infravermelha
(940 nm).
 O oxímetro de pulso mede a luz que é absorvida nos
2 comprimentos de onda, medindo portanto a pro-
porção entre hemoglobina oxigenada e hemoglobina
reduzida.
Oxímetros

TIPOS
 CO-Oxímetros: aparelhos destinados a medir a quantidade de
oxigênio em uma amostra de sangue.
 Oxímetro de lobo da orelha: introduzidos em 1960.
 Oxímetro de pulso: introduzidos em 1970.
 Oxímetro de sangue venoso misto: Oxímetros colocados na
ponta de um cateter de S.Ganz. Medem a SvO2 de uma forma
contínua
 Duplo Oxímetro: Mede a SvO2 e a SaO2, calculando a
diferença arterio-venosa de O2.
Oxímetros de pulso

Componentes:
 Sensor: diversos locais de medida
Sensor do oxímetro de pulso
OXÍMETRO DE PULSO
Oxímetro/ sensor

Oxímetro de dedo
Oxímetro/ sensor

Oxímetro de transporte
Oxímetros de pulso: características

Condição Acurácia

SaO2 > 70% 98% de correlação

Carboxihemoglobina Não confiável

Metahemoglobina Não confiável

Hipotensão Fiel até PA 30 mmHg

Anemia Fiel até Hg = 3g%

Cor da pele/ Icterícia Falsa redução

Esmaltes Azul/Negro Falsa redução


Oxímetros de pulso

Características:
 Precisos para valores entre 70 e 100% de
saturação: diferença menor 3%.
 Causas de falha na medida:
Extremidades frias Cor da pele
Hipotensão arterial Anemia
Esmalte nas unhas Luz ambiente
Bilirrubina elevada Movimentação
Oxímetros de pulso

Indicações de uso:
 Em todos os pacientes em ventilação mecânica
 Nos pacientes sob oxigenoterapia.
 Nos pacientes portadores de patologia respiratória.
 Nos pacientes com alterações neurológicas.
 Nos pacientes portadores de alterações cardiovas-
culares.
 Nos pacientes em pós operatório imediato.
 Nos pacientes internados na Terapia Intensiva.
Oxímetros de pulso

RESUMO:
 Aparelhos que medem a saturação arterial
de O2.
 Não invasivos, baixo custo, simples
 Monitorizam também a freqüência do pulso
 Valor normal da saturação de O2: Maior 90%
 Úteis no sistema de monitorização do CTI.
OXIGENIOTERAPIA

FIM

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