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PACIENTES CRÍTICOS E UTI

Rotinas, materiais, aspiração e


oxigenoterapia
OBJETIVOS DA AULA

• Conhecer as principais rotinas realizadas em uma UTI;


• Conhecer os principais materiais utilizados em UTI;
• Entender como funciona o processo de aspiração endotraqueal;
• Conhecer as atribuições do T.E em uma UTI;
• Entender no que consiste uma oxigenoterapia.
INTRODUÇÃO

Ainda mais do que em outros setores, o processo de montagem de uma


UTI precisa ser bastante rigoroso. Os equipamentos, portanto, devem ser de alta
qualidade. Assim que os equipamentos para UTI chegam até o espaço
hospitalar, é essencial que os responsáveis passem por treinamentos completos
para entenderem como a operação é realizada. O T.E é essencial no processo
do conhecimento dos materiais e das rotinas realizadas nesse setor.
MATERIAIS INDISPENSÁVEIS
EM UMA UTI
DESFIBRILADOR
ELETROCARDIÓGRAFO
VENTILADOR MECÂNICO
MONITOR
MULTIPARÂMETROS
BOMBA INFUSORA
A BOMBA INFUSORA

Esse equipamento tem como objetivo fornecer medicamentos e


nutrientes no corpo do paciente em quantidade controlada, como drogas
vasoativas, analgésicas, insulina, quimioterápicos, sedações contínuas, nutrição
parental, entre outros fluidos.
A BOMBA INFUSORA

As bombas de infusão trazem benefícios ao ambiente hospitalar, pois


possibilitam a administração automatizada de fluidos, como medicamentos e
nutrição, em volumes muito pequenos, de maneira precisa e programada. Assim,
elas têm papel crucial em determinados casos clínicos em que o paciente precisa
de medicamentos em um ritmo controlado.
A BOMBA INFUSORA

BOMBA DE INFUSÃO ENTERAL

Bomba eletrônica que fornece dieta enteral e medicamentos


diretamente no trato digestivo do paciente. O tubo para receber esses fluidos
pode ser inserido no nariz, estômago ou intestino delgado, dependendo das
condições e necessidades do paciente.
A BOMBA INFUSORA

BOMBA ANALGESIA CONTROLADA POR PACIENTE (PCA)

Indicada para casos em que o paciente sente muita dor. O equipamento,


como o nome diz, é controlado pelo próprio paciente.
Seu diferencial é possibilitar a administração de maneira rápida. Apesar
desse controle do paciente, o médico programa o equipamento para evitar
uma superdosagem da droga.
A BOMBA INFUSORA

INFUSÃO MULTICANAIS

Equipamento muito utilizado em UTIs, tem a vantagem de ocupar pouco


espaço e permitir a realização de infusões simultâneas utilizando uma única
bomba. A Bomba de Infusão Multicanais facilita, assim, o trabalho da equipe de
saúde, que consegue monitorar, de um jeito prático, a administração dos
medicamentos e dos nutrientes aos pacientes.
COMO MONTAR
UM BOX DE UTI
ADMISSÃO

Após a devida higienização e arrumação do leito devemos preparar o box com os


seguintes equipamentos para admissão do paciente:
○ Fluxômetro de O² e Vacuo
○ Ambu
○ Humidificador
○ Prolongamento de Silicone (2)
○ Frasco de aspiração
○ Cobertor
ADMISSÃO

Após a devida higienização e arrumação do leito devemos preparar o box com os


seguintes equipamentos para admissão do paciente:
○ Seringa (2)
○ Agulha (2)
○ Oclusor
○ Gazes
○ SF 0,9% - 10ml (2)
○ Eletrodos
ADMISSÃO

Lembrando que devemos organizar os cabos dos monitores para facilitar a


monitorização hemodinâmica.

E realizar procedimentos de admissão conforme protocolo da instituição como:


● Verificar Glicemia Capilar
● Preparar e realizar (se treinado) Eletrocardiograma
● Trocar dispositivos vindos de outras unidades
● entre outros….
PROCEDIMENTOS
REALIZADOS
TRAQUEOSTOMIA
ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL

RESOLUÇÃO COFEN Nº 557/17

Art. 2 – Os pacientes graves, submetidos a intubação orotraqueal ou


traqueostomia, em unidades de emergência, de internação intensiva, semi-
intensivas ou intermediárias, ou demais unidades de assistência, deverão ter
suas vias aéreas privativamente aspiradas por um profissional Enfermeiro.
ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL

RESOLUÇÃO COFEN Nº 557/17

Art. 3 – Os pacientes atendidos em Unidades de Emergência, Salas de


Estabilização de Emergência, ou demais unidades da assistência, considerados
graves, mesmo não estando em respiração artificial, deverão ser aspirados pelo
profissional enfermeiro, exceto em situações de emergência.
ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL

RESOLUÇÃO COFEN Nº 557/17

Art. 4 – Os pacientes das unidades de repouso/observação, unidades de


internação e em atendimento domiciliar, considerados não graves, poderão ter
esse procedimento realizado pelo Técnico de Enfermagem, desde de que
avaliado e prescrito pelo Enfermeiro.
OXIGENOTERAPIA
O QUE É?

• Consiste na administração de oxigênio, de forma terapêutica, em uma


concentração maior que a que se encontra no ar ambiente (21%);
• O critério básico para utilização de oxigênio é uma PaO2 menos que 55
mmHg ou uma SaO2 inferior a 88%;
• Utilizada em DPOC, bronquiectasia, fibrose cística e fibrose pulmonar;
• Analisar se o paciente apresenta esforço respiratório.
CONCEITOS BÁSICOS

VENTILAÇÃO: Entrada e saída de ar dos pulmões e alvéolos entre o


meio externo.
SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO: Basicamente o quanto de oxigênio tem
disponível em absorção para o corpo. Porcentagem de hemoglobinas que
estão ligadas a oxigênio.
FRAÇÃO INSPIRADA DE O2: Porcentagem de oxigênio no ar
inspirado. Em ar ambiente é encontrada em 21%.
TIPOS DE DISPOSITIVOS

CATETER NASAL: Os tamanhos podem


se alterar, devendo ser medido da ponta
do nariz até o lóbulo da orelha.
Geralmente utilizado para dispor de 2L
por minuto. FiO2 em torno de 24%
TIPOS DE DISPOSITIVOS

CATETER TIPO ÓCULOS: Utilizada


quando se necessita de valores até 8L.
Menos invasivo que o cateter nasal. FiO2
em torno de 45%.
TIPOS DE DISPOSITIVOS

MÁSCARA SIMPLES: Utilizada quando


se necessita de valores acima de 5L até
10L. Utilizada para pacientes que
respiram muito pela boca. FiO2 de até
60%.
TIPOS DE DISPOSITIVOS

MÁSCARA DE REINALAÇÃO
PARCIAL: Utilizada quando se necessita
de valores acima de 5L até 10L. FiO2 de
até 90%.
TIPOS DE DISPOSITIVOS

MÁSCARA NÃO REINALANTE: Impede


a reinalação através de válvulas
unidirecionais. O reservatório apenas
oferece oxigênio, não gases expirados.
Até 15L. FiO2 em torno de 90%.
TIPOS DE DISPOSITIVOS

MÁSCARA DE TRAQUEOSTOMIA:
Utilizada para pessoas que possuem
tubo traqueal. Aceita até 15L. FiO2 de
90%.
TIPOS DE DISPOSITIVOS

MÁSCARA DE VENTURI: Utilizada para


casos mais graves pelo maior fluxo de
oxigênio. Oferece níveis diferentes de
acordo com a necessidade do paciente.
TIPOS DE DISPOSITIVOS
PARECENTESES
O QUE É?

• Retirada de líquido de alguma cavidade corporal por meio de uma


agulha. Procedimento médico;
• Indicada para pacientes que não respondem aos diuréticos
convencionais;
• Pode ser utilizada para caráter diagnóstico.
CATETER VENOSO CENTRAL
CUIDADOS ESPECIAIS

• Realizar flush com soro fisiológico, visando evitar coágulos sanguíneos e


possíveis obstruções;
• Trocar o curativo constantemente, sempre que necessário, com técnica
estéril, pelo alto risco de infecções.
PRESSÃO ARTERIAL
INVASIVA
CUIDADOS ESPECIAIS

• Trocar o curativo constantemente, sempre que necessário, com técnica


estéril, pelo alto risco de infecções;
• Cuidar com a mobilidade do pacientes, por ser um local de inserção
dolorosa;
• Deve ser trocado a cada 72h;
• A solução salina heparinizada deve ser trocada a cada 24h.
DRENOS
DRENOS

Os drenos são tubos ou lâminas de tecido mole, maleáveis, de


lúmen único ou múltiplos, de calibre e tamanho variáveis, que se
destinam à retirada de secreções de uma cavidade, associados ou
não à irrigação combinada, podendo ser usados de forma
terapêutica ou profilática.
O QUE SÃO?

• Os drenos são usados em diversos contextos, possibilitando então o


escape de líquido de uma cavidade corporal específica;
• Consistem em tubos que são colocados no interior de uma ferida ou
cavidade, visando a saída de fluidos e/ou ar.
• Os drenos evitam infecções profundas nas incisões.
LOCALIZAÇÃO

• Interior de feridas operatórias;


• Interior de feridas infectadas;
• Interior de abcessos;
• Interior de órgãos ocos.
CONSIDERAÇÕES

• Os drenos atuam como corpo estranho, por esse motivo, criam um


tecido de granulação que impede a saída precoce;
• Eles devem permanecer de 7 a 10 dias;
• Deve-se observar a quantia de drenagem, pois a diminuição pode indicar
obstrução do lumem.
DRENO DE KEHR
O dreno de Kehr é introduzido nas vias biliares extra-hepáticas,
recomendado para a drenagem externa, descompressão ou após
anastomose biliar, como prótese modeladora, devendo ser fixado
por meio de pontos na parede duodenal lateral ao dreno, tanto
quanto na pele, impedindo sua saída espontânea.

A Principal finalidade é determinar ou criar um percurso artificial,


com menor resistência, entre uma cavidade/ferida e o meio
externo, pelo qual as secreções possam ser exteriorizadas,
percorrendo uma trajetória mais curta.
DRENO DE KEHR
DRENO DE PENROSE
O Dreno de Penrose é classificado como dreno tubular
gravitacional, ou seja, quando a aplicação de um vácuo baixo é
contra-indicada.

Após um procedimento cirúrgico, este tipo de dreno impede que a


área acumule o líquido, tal como o sangue, que poderia servir como
o meio para que a bactéria cresça dentro.

Normalmente usado para promover a drenagem em uma ferida


cirúrgica aberta
DRENO DE PENROSE
DRENO DE JACKSON-PRATT
Os drenos Jackson-Pratt (IP) são utilizados após vários tipos de
cirurgia, incluindo as torácicas, pulmonares e mais frequentemente,
em intervenções abdominais e pélvicas.

Os drenos JP realizam uma lenta sucção dos fluidos no local


operado; isso é feito através de um coletor fechado, que cria a
sucção quando o ar é expulso do coletor e a tampa é selada.

Apesar de promover a cicatrização e a remoção de fluidos, eles não


devem ser deixados por grandes períodos de tempo, pois poderão
surgir complicações.
DRENO DE JACKSON-PRATT
DRENO DE PORTOVAC
O Dreno de Sucção de Sistema Fechado, ou conhecido
popularmente como Dreno de Portovac, é um sistema de
drenagem fechado que utiliza de uma leve sucção (vácuo),
apresentando um aspecto de sanfona.

Consiste em manter a pressão dentro para facilitar a drenagem, é


usada em cirurgias que se espera sangramento no pôs-operatório,
ou seja, secreção sanguinolenta.

Pode ser usado em cirurgias ortopédicas, neurológicas e


oncologicas.
DRENO DE PORTOVAC
DRENO SELO DÁGUA
A drenagem torácica é o procedimento médico que visa manter ou
restabelecer a pressão negativa normal do espaço pleural.

Por meio desta técnica, é possível remover líquido, ar e sólidos


(fibrina) no espaço abaixo da pleura e mediastino, que podem ser
consequentes de traumas, procedimentos cirúrgicos, infecções,
dentre outros.

O procedimento é feito por meio da inserção de um dreno na


cavidade pleural, após anestesia local, vedado na extremidade
oposta, abaixo do nível do tórax.
DRENO DE TÓRAX
Essa drenagem é feita por meio do Dreno Selo d'água, que consiste
em um dreno que possui uma barreira de retorno de substâncias,
do qual o único caminho para a secreção e para fora do paciente.

Dentro do frasco de coleta possui uma mangueira onde a secreção


é liberada sendo a que a ponta da mangueira deve estar submersa
a um líquido causando pressão negativa para retorno.

Geralmente é utilizado 500ml de água destilado ou soro fisiológico


0,9% para exercer essa função.
DRENO DE TÓRAX
ASPECTOS
DA
DRENAGEM
CONCLUSÃO

Nesta aula pudemos conhecer os principais materiais utilizados em uma


Unidade de Terapia Intensiva e entender o seu funcionamento. Além disso, foi
possível observar as principais rotinas realizadas pelo T.E e sua importância
durante as atividades desenvolvidas na UTI. Conhecemos também os principais
procedimentos realizados e como eles impactam a melhora do paciente durante
a assistência.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN 159/1993. Disponível em:
http://www.portalcofen.gov.br/. Acesso em 10 dez. 2020.

BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN 7.498/1986. Disponível em:


http://www.portalcofen.gov.br/. Acesso em 10 dez. 2020.

Marsden C. An ethical assessment of intensive care. J Technol Assessment Healt Care 1992;
8(3):408-18. 11. Horta WA. Processo de enfermagem. São Paulo (SP): EPU; 1979.

Souza LNA. A interface da comunicação entre a enfermagem e os clientes em uma unidade de


terapia intensiva. [dissertação]. Florianópolis (SC): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem/UFSC; 2000.

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