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PACIENTES CRÍTICOS E UTI

PRIORIDADES E DIAGNÓSTICO
OBJETIVOS DA AULA

• Identificar a classificação de risco de Manchester e o paciente de UTI;


• Conhecer as prioridades de atendimento do paciente na UTI;
• Entender o que é o serviço de apoio diagnóstico;
• Conhecer os principais exames laboratoriais disponíveis para UTI;
• Entender no que consiste o Balanço Hídrico na UTI;
• Conhecer os critérios de admissão e alta em UTI;
• Compreender as principais atribuições do T.E em UTI.
INTRODUÇÃO

Os pacientes admitidos em UTI podem ter sua origem em todos os níveis de


atenção à saúde, cada um dentro da especificidade que possui: clínico
descompensado, cirúrgico, faixa etária ou que haja risco iminente de morte.
As UTIs podem ter assistência específica, por exemplo, UTI
cardiovascular, UTI geral e UTI cirúrgica ou até mesmo mista e ainda
UTI neonatal/pediátrica. O foco do estudo será o público adulto, que
pela literatura admite pacientes de 18 anos completos para mais.
INTRODUÇÃO
A UTI deve funcionar como ambiente fechado, diminuindo a circulação de
pessoas estranhas ao serviço, exige roupa privada (pijama cirúrgico); a vivência
nesse setor hospitalar possibilita-nos afirmar que essas unidades possuem
determinadas características próprias, como: a convivência diária dos múltiplos
profissionais e dos indivíduos doentes nas diversas situações de risco; a ênfase
no conhecimento científico e na tecnologia para o atendimento biológico, além
da dinâmica da própria unidade.
Nesta aula conheceremos os principais aspectos acerca da classificação de
risco, de apoio diagnóstico, critérios de admissão e alta e do trabalho exercido
pelo T.E nesses processos.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
RESOLUÇÃO COFEN No 423/2012

No âmbito da equipe de Enfermagem, a classificação de risco e priorização da


assistência em Serviços de Urgência é privativa do Enfermeiro, observadas as
disposições legais da profissão.

Através do processo de enfermagem, levantará o histórico do paciente,


realizando a triagem e classificando em que grau de risco ele se encaixa. Se o
paciente encontrar-se na classificação laranja ou vermelha o próximo setor de
internação desse paciente será provavelmente a UTI.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Dados imprescindíveis na triagem:
● Queixa principal;
● Início – Evolução – Tempo da doença;
● Estado físico do paciente;
● Escala de dor e de Glasgow;
● Aferição de Sinais Vitais.
● Medicações em uso, doenças preexistentes, alergias e vícios;
● Classificação de gravidade;

Se o paciente por algum motivo estiver impossibilitado de fornecer os dados, a


entrevista pode ser direcionada a acompanhantes, familiares e até mesmo
transeuntes.
APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO
Chamado de Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT) é a prestação
de serviços de recursos físicos, humanos e exames de imagem e de
laboratório, como por exemplo: Raio-X, tomografia, hemograma, bioquímica,
gasometria arterial e outros.
Devido a complexidade do paciente em UTI determinados exames são
realizados dentro da unidade com o auxílio do TE, ou até mesmo ele realiza a
coleta de material e encaminha ao SADT.

Obs: Em relação a punção e coleta de sangue arterial, o COFEN normatiza


que punção arterial é função privativa do enfermeiro. (Resolução COFEN
N° 703/2022).
APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO

RAIO X EM UTI
O Raio-X é uma tecnologia para obtenção de imagem, que utiliza-se de
radiações e feixes de luz para produzir essas imagens. Por diversas vezes,
pacientes em UTIs não conseguem se deslocar à sala de raio-x, por esse
motivo, a tecnologia se adequou de forma portátil para poder ser feita
diretamente no leito. Outros exames de imagem como o ecocardio e ultrassom
abdominal podem ser realizados à beira do leito também.
O médico intensivista e o enfermeiro devem discutir a relação de riscos e
benefícios do transporte, a prioridade é a vida do paciente.
APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO

RAIO X EM UTI
APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO

EXAMES LABORATORIAIS
São exames e testes realizados em laboratórios de análises clínicas, que visa
um diagnóstico, confirmação de diagnóstico ou somente para uma avaliação
periódica dos índices corporais.
Hemograma: é um exame laboratorial que avalia a contagem das células
sanguíneas.
Bioquímica: marcadores enzimáticos (troponina), eletrólitos (sódio e potássio);
Coagulograma e tempo de coagulação: marcadores da cascata de
coagulação e tempo de sangramento de um paciente.
Gasometria arterial ou venosa: mostra dados como frações de oxigênio, gás
carbônico. NaHCO3 (bicarbonato de sódio), pH sanguíneo e lactato.
APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO

EXAMES LABORATORIAIS
APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO
ANÁLISE DE BALANÇO HÍDRICO
Pode ser denominado de controle hídrico ou balanço hidroeletrolítico, é o
resultado da soma de todas as soluções fluidas, sendo subtraído as perdas
(eliminações espontâneas ou não); auxilia tanto no diagnóstico como no
tratamento. Tem como função monitorar o equilíbrio hídrico do paciente,
avaliando a capacidade do seu organismo em regular o volume que entra e sai
do seu corpo; é registrado em impresso próprio, é responsabilidade e dever da
equipe de Enfermagem preencher com muita atenção.

Ex.: A cada 2h infundiu 42 ml e o paciente eliminou 200 ml de urina. Logo: +42 -


200 = - 158 ml, balanço negativo.
APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO
Com esse controle podemos visualizar sinais de anúria, oligúria e poliúria, relacionado a dados
do prontuário do paciente é de grande valia, por exemplo identificar uma possível falha renal.
CRITÉRIOS DE ADMISSÃO E ALTA NA UTI

CRITÉRIOS DE PRIORIZAÇÃO
PRIORIDADE 1
Criticamente enfermos, em coma ou não, instáveis e com necessidade
de monitorização que não pode ser feita fora da UTI. Geralmente em uso
de suporte ventilatório, drogas vasoativas contínuas.

PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA, PACIENTES


CHOCADOS, PACIENTES COM INSTABILIDADE HEMODINÂMICA,
PREMATUROS DE BAIXO PESO, PÓS PCR, ENTRE OUTROS.
CRITÉRIOS DE ADMISSÃO E ALTA NA UTI

CRITÉRIOS DE PRIORIZAÇÃO
PRIORIDADE 2
Necessitam de monitorização intensiva e que podem ou não necessitar
de intervenções imediatas.

PACIENTES CRÔNICOS DESCOMPENSADOS, COM DOENÇAS


AGUDAS GRAVES, PREMATUROS ACIMA DE 30 SEMANAS,
PNEUMOTÓRAX NÃO HIPERTENSIVO, IDOSOS SUBMETIDOS A
CIRURGIAS, ENTRE OUTROS.
CRITÉRIOS DE ADMISSÃO E ALTA NA UTI

CRITÉRIOS DE PRIORIZAÇÃO
PRIORIDADE 3
Probabilidade reduzida de sobrevida. Necessitam de tratamento intensivo
apenas para alívio da doença aguda, mas há limites de intervenção, como não
intubação e não reanimação.

PACIENTES COM NEOPLASIAS METASTÁTICAS GRAVES, PREMATUROS


INVIÁVEIS, MALFORMAÇÕES INCOMPATÍVEIS COM A VIDA, POI DE
OSTOMIAS.
CRITÉRIOS DE ALTA
● Estado fisiológico estável e condições de permanecer em uma enfermaria;
● Sem necessidade de monitorização intensiva (MCC);
● Exames complementares mais próximos do ideal;
● Sem necessidade de ventilação mecânica;
● Sem benefício quanto aos cuidados intensivos (cuidados paliativos);

Atenção: mesmo que o paciente esteja em condições de deambular, em hipótese


alguma ele se encaminha deambulando para o setor de destino, o transporte
deve ser feito por cadeira de rodas.
CONCLUSÃO

Conhecemos acerca das principais características da classificação de risco, de


apoio diagnóstico, critérios de admissão e alta e do trabalho do T.E nesses
processos, e entender como funcionam algumas rotinas nesta unidade, para
que ela possa funcionar corretamente e oferecer ao paciente uma assistência
de qualidade. Antes de tudo devo salientar que todo o paciente que dá entrada
em uma UTI ele não está fora de riscos e pode ser um sério candidato a
cuidados paliativos ou entrar em futilidade terapêutica.
REFERÊNCIAS
Galiza MC. Estudo das necessidades dos clientes internados em UTI. Enfoque 1985 dezembro; 13(2):29-32.

Vila VSC, Rossi LA. O significado cultural do cuidado humanizado em unidade de terapia intensiva: muito falado e pouco vivido.
Rev Latino-am Enfermagem 2002 março-abril; 10(2):137-44.

Marsden C. An ethical assessment of intensive care. J Technol Assessment Healt Care 1992; 8(3):408-18.

Horta WA. Processo de enfermagem. São Paulo (SP): EPU; 1979.

Souza LNA. A interface da comunicação entre a enfermagem e os clientes em uma unidade de terapia intensiva. [dissertação].
Florianópolis (SC): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem/UFSC; 2000.

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