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ÁREA DE

RECEPÇÃO E
EXPURGO
MS. CLARICE MAYREMI TOSHIMITU HOYASHI
Recebimento de Materiais

É a área destinada a receber o material utilizado das diferentes


unidades do hospital e a conferí-lo. Nessa conferência são tomadas as
seguintes atitudes em relação ao material recebido:
 Recebe-se material completo e em perfeitas condições;
 Não estando completo, o material é devolvido;
 Estando danificado, o material é separado e posteriormente enviado
para conserto.
EXPURGO

É a área que se destina à recepção, descontaminação, lavagem e


separação de artigos pelas unidades consumidoras.

 Considerada insalubre, concentra grande quantidade de artigos com


sangue e secreções.

A LIMPEZA o primeiro passo que antecede as técnicas de


desinfecção e esterilização.
Objetivos da Limpeza

A remoção de todas as sujidades presentes nas superfícies,


reentrâncias, articulações, lúmens e outros espaços internos,
visando remover resíduos orgânicos e inorgânicos, como proteínas,
sangue, biofilmes ou endotoxinas dos produtos para a saúde;
Carga Microbiana nos Artigos
 Quanto mais cedo iniciar a limpeza, mais rápida e eficiente , terá
menor custo.
 Bioburden (carga microbiana), varia de acordo com o uso dos
dispositivos médicos cirúrgicos. Ex.: Instrumentos endoscópicos em
especial os colonoscópios carga microbiana 108 a 109, demais
procedimentos cirúrgicos em média 103 sem material fecal.
O bioburden é variável em decorrência da conformação e do sítio
corporal onde o material foi utilizado.
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biof
 A limpeza eficiente pode diminuir a carga de microrganismos em 99,99%, ou seja,
redução de quatro logaritmos de bioburden presente no material, justificada pelo arraste
de microrganismos ao remover o substrato onde se apoiam para sobreviverem.

 A medida internacional aceita para valores de biorburden é de 106, e o artigo a ser


esterilizado deve ter níveis baixos de carga microbiana, como 102, garantindo segurança
para o processo de esterilização.

O biofilme é a formação de multicamadas de células bacterianas ou fungos, agrupadas e envoltas por


um material extra celular amorfo, composto de exopolissacarídeos de origem bacteriana. Esses
exopolissacarídeos têm função de unir as superfícies do biomaterial.
Biofilmes:
Os microrganismos que frequentemente formam biofilmes são:
 Enterococcus faecalis
 Staphylococcus aureus
 Staphylococcus epidermidis
 Streptococcus viridans
 Escherichia coli
 Klebisiella pneumoniae
 Proteus mirabilis
 Pseudomonas aeruginosas
 micobactérias
Crescimento e Morte Microbiana

 Fase Exponencial - A população de microrganismos inicia-


se a partir da inoculação de uma suspensão de bactérias em
um volume fixo de um meio de cultura apropriado(sangue,
pus, outras secreções), o crescimento populacional
bacteriano nesse sistema processa-se de forma logarítimica
e é medido por unidade de tempo.
Fase Estacionária
 Após a fase exponencial, o número de microrganismos
permanece constante. Essa fase se instala porque, o meio
de cultura passa a apresentar condições inadequadas ao
crescimento populacional. Há um equilíbrio entre a morte
e a reprodução de bactérias. As células em fase
estacionária são mais resistentes do que as de fase anterior.
 Aquelas que possuem capacidade de formar esporos
podem perpetuar-se indefinidamente.
Fase de Declínio ou Morte microbiana

A morte microbiana somente pode ser identificada pelo


número de sobreviventes após contato com um agente
destrutivo. Por isso, somente podemos considerar como
morte microbiana quando inoculamos um microrganismos
em um meio de cultura conveniente e ótimo para o
crescimento e desenvolvimento, e ele é incapaz de se
reproduzir. Portanto, morte microbiana é um conceito
estatístico.
A eficácia de qualquer processo de esterilização depende
da redução e limitação da carga microbiana dos artigos,
prévia a esterilização, por meio de limpeza, do uso de um
ciclo eficaz de esterilização e prevenção de
recontaminação de itens esterilizados para serem
colocados em uso.
 Segundo FDA (Food and Drug Administration) a
esterilização de artigos deve requer nível de segurança
como SAL (Sterillity Assurance Level) de 10-6, ou seja
probabilidade de um ítem não estéril em 1.000.000, ou
seja, 0,000001 (-6) de sobrevivência.
Adequação de Qualidade da água

 Filtros de sedimentos
 Abrandadores
 Deionização
 Osmose reversa
 Destilação
Filtros de sedimentos:
 Consiste
em camadas de fibras com vasta distribuição de poros, que
promovem alta retenção de partículas grosseiras, ferro e manganês.

Abrandadores:
 Consiste em processo que utiliza resinas que substituem os íons
cálcio e magnésio da água pelos íons de sódio, os quais são mais
solúveis, tornando a água dura em água mole. Remove também
ferro e magnésio. Não reduz a carga microbiana, nem resíduos
orgânicos. É considerado pré tratamento da água.
Filtros de sedimentos
Abrandadores
Deionização:
A deionização (ou desmineralização) é um processo de remoção de íons
(cátions/ânions) através de um sistema de resinas trocadoras de íons. Ela
pode ser parcial ou total de acordo com os métodos de eliminação
escolhidos e o grau de remoção necessário. Requer monitoramento de água
produzida e, periodicamente, regeneração ou troca das resinas.  Não remove
bactérias ou endotoxinas.
Deonização
 Uma forma comum de produzir água deionizada é utilizar resinas de
troca iônica. Se passarmos a água bruta por uma coluna de resina
catiônica e depois por uma coluna de resina aniônica, teremos
removidos tanto os íons positivos quanto os negativos e teremos uma
água completamente livre de íons. Por isso o nome água deionizada.
 Então, se a mesma água bruta apenas numa coluna de resina catiônica,
como por exemplo num abrandador, teremos removidos apenas os íons
positivos, deixando os íons negativos na água. Consequentemente não
podemos chamar essa água de água deionizada, já que ela ainda contém
íons.
Osmose Reversa:

 Sistema formado por membranas semipermeáveis em forma de espiral


ou rolo, por onde passa a água por pressão controlada por mecanismo
de bomba. A água transpassa a membrana que remove sais inorgânicos,
bactérias e endotoxinas, produzindo água de alto grau de pureza. No
entanto, um volume significativo não transpassa a membrana e é
desprezada pelo sistema, podendo ser reaproveitadas para o uso em
lavanderia, caldeira, descarga e limpeza de áreas externas.
Osmose reversa
Destilação:
 Requer o aquecimento da água até o ponto de ebulição, transformando-
a em vapor que resfriado, retorna à fase líquida e, então, é coletada em
conservatório. Nesse processo são removidos os sais inorgânicos, as
bactérias, os vírus e as endotoxinas.
destilação
Tabela: Qualidade da Água indicada para cada etapa de limpeza. A
classificação do Produto para Saúde
Classificação do Água potável Água mole Água deionizada Água de osmose
produto reversa ou destilada
Crítico Pré-limpeza Pré-limpeza Pré-limpeza Enxague
Limpeza Limpeza Limpeza
Enxague
Semicrítico Pré-limpeza Pré-limpeza Pré-limpeza Enxague
Limpeza Limpeza Limpeza
Enxague Enxague Enxague
Não Crítico Pré-limpeza Pré-limpeza Pré-limpeza -
Limpeza Limpeza Limpeza
Enxague Enxague Enxague
Observação:
 Materiais críticos utilizados na corrente sanguínea e/ou em
tecido ósseo, ocular ou neurológico devem ter o último
enxague, obrigatoriamente em água de osmose reversa ou
destilada.
Limpeza Manual
 Utiliza-seágua corrente fria ou morna por peça com escova de cerdas
de náilon resistentes e detergentes preferencialmente neutros ou
produtos enzimáticos;
O movimento de escovação das partes serrilhadas dos instrumentos
deve seguir a linha das serrilhas;
A associação de enzima com detergente promove rapidamente uma
limpeza química em locais de difícil acesso, com lumes longos e
estreitos, como os endoscópios, que requerem escovas próprias,
maleáveis e adaptáveis a diferentes diâmetros.
Detergentes para artigos hospitalares
Escovas de limpeza
 Considera-se como desvantagem à limpeza manual os riscos
ocupacionais, pois facilitam a disseminação de microrganismos, as
variações de técnicas que podem ocorrer entre os profissionais, a
ocorrência de ferimentos, o contato constante com a umidade,
produtos químicos e aerossóis gerados durante a escovação e com o
contraste térmico, além de maior consumo de tempo.
Referências

 POSSARI, João Fracisco. Centro de Material e Esterilização.:


Planejamento, Organização e Gestão. 4ª ed. rev. e amp. São Paulo:
Iátria, 2011.
 GRAZIANO, Kazuko Uchikawa; PSALTIKIDIS, Eliane Molina .
Enfermagem em Centro de Material e Esterilização. Barueri, SP:
Manole, 2011.
 Diretrizes de Práticas em Enfermagem Cirúrgica e Processamento de
Produtos de Saúde para a Saúde. SOBECC Nacional (Associação
Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica
e Centro de Material e Esterilização. 7 ed. rev. e atual. Barueri: Manole
São Paulo, SOBECC, 2017.

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