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Assistência de Enfermagem no

Pós Operatório Imediato

Tânia Regina Zeni Diniz


Enfermeira do Centro Cirúrgico
Especialista em CC RA e CME
Recuperaç
Recuperação Anesté
Anestésica

1992- American Society of Anesthesiologists


(ASA)

Aprova Protocolo para Cuidados Pós-anestésicos


MORTALIDADE ASSOCIADA A ANESTESIA
(CICARELLI et al 1998)

Causas mais comuns:

• Falência circulatória hipovolemia + sobredose

• Hipóxia

• Hipoventilação intubação

• Reações anafiláticas

• Negligência humana
MORTALIDADE ASSOCIADA A ANESTESIA
(CICARELLI et al 1998)

• Cuidados pós-operatório insatisfatórios

• Reanimação intra-operatória ineficiente

• Observação inadequada do paciente

• Inexperiência e controle inadequado do


paciente
Sala de Recuperação Anestésica
(RA)

“Local onde o paciente permanece após o ato


anestésico cirúrgico até que haja retorno da
consciência, normalização dos reflexos e dos sinais
vitais sob observação e cuidados constantes da
equipe de enfermagem com a finalidade de prevenir
as intercorrências do período pós-anestésico”.
Sala de Recuperação Anestésica
(RA)
• A fase dos cuidados pós-operatórios
começa tão logo o procedimento cirúrgico
seja concluído e o paciente transferido
para a Unidade de Recuperação
Anestésica, que deve ser adjacente ao
Centro Cirúrgico, oferecendo facilidade de
acesso.

(FERRAZ, 1980)
Drogas Comumente Usadas em Anestesia

Benzodiazepnicos;

Barbitúricos;

Relaxantes Muscular;

Anestésicos Locais;

Anestésicos Inalatórios.
Benzodiazepí
Benzodiazepínicos

• São usados como medicação pré-anestésica.

• São depressores do SNC.

• Drogas – Diazepam, Midazolan

• Metabolismo – fígado e rim

• Meia vida de eliminação – 1 a 16h


Efeitos Colaterais

• Hipnóticos;

• Midazolan causa amnésia temporária;

• Podem causar depressão respiratória severas


se associadas ao álcool ou opióides;

• Diminuição da PA.
Barbitúricos

• São usados na indução da anestesia, produzem efeitos


detectáveis durante várias horas, mesmo após a
administração de drogas de “ação curta”.

• São particularmente capazes de deprimir o sistema


reticular de ativação, que supostamente é importante na
manutenção do estado de vigília.
Efeitos Colaterais

• Hemodinâmicos – diminuição da PA
(vasodilatação periférica) e aumento da FC.

• Ventilação – produzem depressão respiratória,


laringoespasmo (devido a estimulação das vias aéreas
superiores).
Relaxantes Musculares

• São usados para facilitar a intubação e oferecer


condições cirúrgicas ideais;

• Afetam primariamente o músculo esquelético,


tendo pouco efeito sobre o músculo cardíaco ou
liso;
Efeitos Colaterais

• Podem causar bloqueio neuromuscular residual


ou recurarização.

• Droga: Rocurônio, Cis Atracúrio, Pancurônio


Anesté
Anestésicos Locais

• São drogas que produzem bloqueio reversível da condução


de impulsos (autonômicos, sensitivos, motores somáticos) ao
longo das vias nervosas centrais e periféricas.
São utilizados na Raqui e Peridural mais comumente;

• Podem ou não conter vasoconstritores locais – que


influenciará na potência e duração da ação anestésica;

• A absorção de um anestésico local é influenciada pelo

 Local da injeção e dosagem;


 Uso de vasoconstritores e
 Características farmacológicas da droga.
Efeitos Colaterais

• Reações Alérgicas;

• Superdosagem ou injeção intravascular


pode causar colapso cardíaco,convulsões;

• Injeção inadvertida de anestésico local da


Peridural na Raqui, pode causar Bloqueio
Motor alto ( região cervical).
Anestésicos Inalatórios

• Usados geralmente para manutenção da


anestesia;

• Ocasionalmente para indução;

• Produzem indução e recuperação rápidas.


Efeitos Colaterais

• Diminuição da PA e aumento da FC;

• Diminuição do limiar convulsivo;

• Os Halogenados podem causar hipertermia


maligna.
RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA
Avaliação Inicial na RA
• Sinais vitais (Temp., Pulso, • Quantidade e aspecto da
Resp., SO2, PNI, PI, Dor) drenagem
• Nível de consciência • Resposta muscular e força
• Posição do paciente • Resposta pupilar quando
• Condição e coloração da pele indicada
• Necessidade de segurança do • Localização, condição e fixação
paciente dos acessos IV e quantidade da
• Neurovascular solução infundida
• Condições da incisão cirúrgica • Nível de suporte físico e
(curativo) emocional
• Tipo, perviedade e fixação dos • Escore de dor, com tabelas
tubos de drenagem, sondas, apropriadas
cateteres e recipientes
Índice de Aldrete Kroulik
1.capaz de mover 4 membros 2
Atividade 2.capaz de mover 2 membros 1
3.incapaz de mover os 0
membros
1.capaz de respirar ou tossir 2
Respiração 2.dispnéia ou limitação da resp. 1
3.apnéia 0
1.PA 20% do nível pré-anest. 2
Circulação 2.PA 20-49% do nível pré-anest. 1
3.PA 50% do nível pré anest. 0
1.lúcido, orientado 2
Consciência 2.desperta se solicitado 1
3.não responde 0
1.saturação > 92% ar ambiente 2
Saturação de O2 2.necessita de O2 sat. > 90% 1
3.saturação < 90% com O2. 0
Índice Pediátrico
1.saturação > 92% ar ambiente 2
Saturação de 2.necessita de O2 sat. > 90% 1
O2 3.saturação < 90% com O2. 0

1.capaz de respirar ou tossir 2


Vias Aéreas 2.dispnéia ou limitação da resp. 1
3.apnéia 0
Nível de 1.lúcido, orientado 2
Consciência 2.desperta se solicitado 1
3.não responde 0
1.capaz de mover 4 membros 2
Movimentação 2.capaz de mover 2 membros 1
3.incapaz de mover os membros 0
Classificaç
Classificação das Condiç
Condições dos Pacientes Admitidos na RA
Segundo a escala de padrões (P) relacionada abaixo (Mirancos)

Condições Definição Descrição Destino

P1 Paciente saudável normal ou com Nenhum distúrbio fisiológico, psicológico,bioquímico ou RA


discreta doença sistêmica orgânico ou que apresente doença cardiovascular com
restrição mínima de atividade. (pós alta)

Unidade de
Internação

P2 Paciente com doença sistêmica Doença cardiovascular ou pulmonar que limita a RA


que limita a atividade, mas não é atividade, diabetes severo com complicações
incapacitante. sistêmicas. História de infarto do miocárdio, angina do (pós alta)
peito ou hipertensão mal controlada.
UI, SEMI ou
UCO

P3 Paciente com doença sistêmica Grave disfunção cardíaca, pulmonar, renal, hepática ou
severa que seja uma constante endócrina, submetidos a cirurgia de endarterectomia RA
ameaça à vida. de carótida, aneurisma de aorta toraco-abdominal,
(pós alta)
transplante renal, hepatectomia, cirurgias pulmonares

SEMI ou UCO

P4 Paciente moribundo sem A cirurgia é realizada como último recurso ou para


expectativa de sobrevida nas 24h esforço de ressuscitação. Grande traumatismo
com ou sem cirurgia multissistêmico ou cerebral, aneurisma roto, ou grande UTI
embolia pulmonar.
Complicações Pós-operatórias

Respiratória

•A prioridade é estabelecer a perviedade das vias aéreas.


Uma causa muito comum de obstrução de vias aéreas é a
língua, que se relaxa devido ao agente anestésico e aos
relaxantes musculares usados durante a cirurgia.
O Paciente pode Apresentar:

√ roncos;
√ retração dos músculos intercostais;
√ movimentos assincrônicos do tórax e abdome;
√ redução do nível de saturação de oxigênio;
√ apnéia.

• Laringoespasmo os músculos da laringe se contraem e obstruem a


via aérea parcialmente ou completamente, geralmente se deve a
uma via aérea irritada.

• Broncoespasmo é uma obstrução da via aérea baixa causada pelos


espasmos dos tubos bronquiais
Assistência de Enfermagem
• Estimular o paciente a respirar profundamente;

• Se o mesmo não estiver responsivo, pode ser


necessário abrir a via aérea pela inclinação do
queixo ou pela abertura da boca;

• Se estas ações não abrem via aérea, uma via aérea


artificial pode precisar ser inserida;
• No laringoespasmo deve-se remover os estímulos
irritantes, hiperextender a cabeça do paciente, oxigená-
lo, em muitos casos, a ventilação por pressão positiva
deve ser administrada por máscara e bolsa. Se os
sintomas permanecerem por mais de um minuto e não
forem aliviados, pode ser necessário a administração de
um relaxante muscular;

• No broncoespasmo, a terapia de primeira escolha são os


broncodilatadores inalatórios seguidos pela aminofilina.
Complicações Pós-operatórias

Cardiovasculares

Hipotensão – tem sido definida como uma pressão


arterial menor que 20% do nível basal. Os sinais clínicos
podem incluir pulso rápido e filiforme, desorientação,
sonolência, oligúria, pele fria e pálida.

Hipertensão – é definida como uma pressão arterial maior que


20% do nível basal. Pode ser devida ao volume pré carga ou
edema pulmonar, que causa um aumento do débito cardíaco;
ansiedade e dor; hipotermia; hipoxemia; hipercabia e
distensão vesical, todos os quais causam aumento na
resistência vascular;
Complicações Pós-operatórias
Cardiovasculares

Arritmia –

Taquicardia ( > 100bpm) causas comuns: dor, hipoxemia,


hipovolemia, aumento da temperatura e ansiedade

Bradicardia (< 60bpm) causas comuns: hipoxemia,


hipotermia, anestesia espinhal alta, estimulação vagal e
algumas medicações que são dadas durante a cirurgia.
Assistência de Enfermagem
Nestes caso o mais importante é tratar causa

• Hipotensão – geralmente administra-se líquidos,


vasopressores e elevação das pernas do paciente;

• Hipertensão – no caso de um aumento do débito


cardíaco, geralmente é receitado diurético, faz-se restrição
de líquidos e o paciente é monitorizado
hemodinamicamente.Os pacientes com dor são
medicados, os hipotérmicos aquecidos, e também
oxigenados e ventilados para melhorar a hipoxemia ou
hipercabia, são também estimulados a urinar ou são
cateterizados para esvaziar toda a bexiga.
Complicações Pós-operatórias

Temperatura Anormal

• Hipotermia – definida como uma temperatura


menor que 36°°C . Acredita-se que mais de 60%
dos pacientes na RA apresentam hipotermia.

• Hipertermia – pode ser uma indicação de um


processo infeccioso ou sepse, ou pode indicar um
processo hipermetabólico (hipertermia maligna).
Assistência de Enfermagem

• A prevenção de perda de calor começa na SO. O paciente sob


anestesia geral não produz calor e é dependente da temperatura
ambiental.

• Controlar a T da SO e em cirurgias extensas, sob recomendações


médicas, o uso da manta térmica.

• Na RA o paciente pode apresentar calafrios o que aumenta a


necessidade de O2 de 300 a 400%.
Assistência de Enfermagem

• Os pacientes hipotérmicos devem permanecer com oxigenoterapia após a


admissão.

• O reaquecimento é uma prioridade nos cuidados imediatos do paciente no


pós-operatório, porque a normotermia reverte todos os efeitos da hipotermia.

• Observar se há roupas e lençóis úmidos, os mesmos devem ser retirados e


colocados secos no lugar.

• Na RA deve ter sempre disponível mantas térmicas.

• A hipertermia maligna deve ser reconhecida e tratada imediatamente, pois pode


levar o paciente a morte.
Manta Térmica
Complicações Pós-operatórias

Alterações do Estado Mental

• O paciente pode apresentar-se desorientado, sonolento,


confuso ou delirante.

• A causa pode variar de efeito residual da anestesia, dor,


ansiedade, déficit de O2, hemorragia e distensão vesical.
Assistência de Enfermagem

• Identificar e tratar a causa.

• Mudanças persistentes do estado pré-operatório requerem


avaliação completa e possível intervenção médica.
Complicações Pós-operatórias

Náuseas e Vômitos

• É mais comum em mulheres, pessoas obesas,


indivíduos susceptíveis a doença do movimento e
pacientes submetidos a longos procedimentos
cirúrgicos.
Assistência de Enfermagem

• O controle da náusea e do vômito atualmente


começa no pré-operatório e continua em todo
intra-operatório.

• Ao menor sinal indicativo de náusea, o paciente


deve ser mudado de posição completamente para
um lado,e se não houver contra indicação
elevação do decúbito, para facilitar a drenagem
pela boca
Assistência de Enfermagem

• O mais importante quando o vômito acontece é prevenir


a aspiração, o que pode causar asfixia e morte.

• Terapia antiemética é planejada para reduzir os


sintomas gastrintestinais sem sedar demais o paciente.
Complicações Pós-operatórias

Dor

• É uma experiência subjetiva e pode ou não


ser verbalizada pelo paciente.
PCA
Analgesia controlada pelo
Paciente Analgesia Peridural

• Analgesia Venosa
Analgesia

• A associação de antiinflamatório e analgésico visa


reduzir o consumo de opióides e, subseqüentemente,
efeitos adversos, como náuseas, vômitos, pruridos,
retenção urinária e depressão respiratória.

• Devemos salientar para o cuidado com pacientes em uso


de opióides, a oximetria o controle da pressão arterial e
da freqüência cardíaca os mesmos devem estar em
vigilância constante.
DOR
• Taquicardia
• Pressão arterial sistólica
• Taquipnéia

• Amplitude Respiratória

• Sudorese
subjetividade • Agitação
• Palidez
• Midríase
• Tensão muscular
• Náusea
Complicações Pós-operatórias

TRABALHO CARDÍ
CARDÍACO INFARTO E
E ISQUEMIA DO
CONSUMO DE O2 MIOCÁ
MIOCÁRDIO

TROMBOSE DE DA ATIVIDADE
VEIAS PROFUNDAS FÍSICA
DOR

HIPOXIA
ACÚ
ACÚMULO DE AMPLITUDE
SECREÇ
SECREÇÕES RESPIRATÓRIA
ATELECTASIAS
PNEUMONIAS
Alta da RA

• O paciente deve permanecer na RA, até que o


mesmo retorne a consciência, esteja com seus
reflexos protetores e com sinais vitais estáveis;

• A alta será efetivada após a avaliação do


Anstesiologista.
Obrigada

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