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Sumário
1. Anestesia geral e Analgesia pós-operatória ............................................................................ 1
2. Monitorização, Oxigenoterapia e Equipamentos ................................................................. 11
3. Avaliação Pré-Anestésica ...................................................................................................... 25
4. Anestesia Regional ................................................................................................................ 32
3.Abordagem de Via Aérea ....................................................................................................... 42
1
1. Anestesia geral e analgesia pós-operatória
terça-feira, 14 de abril de 2020
09:05
História da Anestesiologia
• N2O = gás hilariante - adjuvante na anestesia
o Percepção do rebaixamento do nível de consciência fazia as pessoas rirem
o Pode ser usado em mistura de O2 e N2O
o Adjuvante: reduz as quantidades necessárias de fármacos inalatórios, como
cevoflurano, para alcançar as metas anestésicas (analgesia, relaxamento muscular,
bloqueio dos reflexos autonômicos e inconsciência)
• Guedel: cânulas orotraqueais = manutenção da via aérea
• Interface entre cirurgia e anestesia deu origem a: RCP, ventilação, UTI e dor
o Manejo de dor crônica é um subespecialidade gigantesca da anestesiologia
Equipamentos
Introdução
O que é anestesia
• Metas da anestesia geral
o Hipnose (inconsciência)
2
o
Analgesia
o
Bloqueio autonômico
o
Relaxamento muscular: não é necessário relaxamento muscular absoluto em todas
as cirurgias
• Requerem: cirurgia abdominal
• Não requerem: neurocirurgia
• Consequências da anestesia geral
o Hipnose → Perda da proteção
• Anestesia geral transfere do indivíduo para o anestesiologista o controle da
suas funções vitais
o Analgesia → Duração
• Analgesia e hipnose precisam durar o tempo que a cirurgia for acontecer
• Devemos estar preparados para o inesperado aumentos da duração da
cirurgia
o Reflexos → Alteração do ritmo
• Taqui ou bradicardia
• Taqui ou bradipneia
• Laringoespasmo: pode ocorrer quando a anestesia não está adequada
Fases da anestesia
Observações
• 3 fases: indução, manutenção e despertar
• O maior número de acidentes ocorre na indução e no despertar
• Durante todo o tempo o O2 está sendo administrado, com ar comprimido ou com óxido
nitroso
Indução
• Acesso venoso periférico deve ser transparente na sua inserção para observamos
possíveis alterações entre a introdução do cateter e a pele
• Treeways: torneirinhas que permitem a injeção dos fármacos de forma asséptica
• Fármaco de indução
o Propofol: fármaco leitoso sendo injetado
• Injeção de propofol arde
• Muitas vezes se utiliza injeção de lidocaína para evitar a dor
o Droga lipossolúvel
o Interessante para indução da anestesia pois tem meia vida curta, com duração de
10 minutos
• Realizar a intubação e ventilação
• Monitorização
3
o
• Capnografia
• Ventilador: permite modificar
▪ Proporção de gases inalados: O2, ar comprimido, N2O
▪ Fluxo total em litros
▪ Volume corrente
▪ Frequência respiratória
▪ Relação ins/exp: deve ser 1:2 ou 1:3
▪ PEEP: fisiológica (4 a 5 cmH20)
▪ Analisador de fármacos inalatórios
• Permite visualizar a fração inspirada de fármacos (cevoflurano)
• Continuará 0 em casos de anestesia venosa total
Manutenção da anestesia
• Pode ser mantida com fármacos venosos ou inalatórios
4
o Antes da monitorização da consciência: aumentos da PA poderiam indicar tanto
dor quanto consicência
Relaxantes musculares
• Geram paralisia muscular e portanto parada respiratória
o Diafragma é o útlimo músculo a ser paralisado
• Dois grupos
o Despolarizantes
• Se ligam aos receptores de aceticolina, promovendo despolarização até que
a musculatura entre em fadiga
• Músculos estriados fasciculam até que paralisam
• Succinilcolina
▪ Curta latência e curta duração: se aplica muito bem a emergência
▪ Alguns pacientes não devem usar, principalmente os que tem suspeita
de hiperpotassemia
• Fasciculação leva a liberação de K+ na circulação - se o paciente
já for hiperpotassêmico pode ocorrer uma arritmia fatal
• Não utilizar
• Vítima de queimadura
• Paciente com TRM ou paraplégico
• Suspeita de lesão ocular perfurante ou aberta:
fasciculação (contração da musculatura periorbitária)
aumenta a pressão intraocular e o possível dano ocular -
extrusão do corpo vítreo
o Adespolarizantes
• Competem com o receptor da acetilcolina
• Reversão
▪ Atropina
▪ Neostigmina: reversão é feita por competição
• Curares
▪ Atracúrio
• Duração de 30 min
• Liberação de histamina: não é indicado para pacientes com
reatividade de via aérea (asmáticos) - pode ocorrer
broncoespasmo
▪ Cisatracúrio
• Isômetro que não promove liberação de histamina
• Alto preço
▪ Pancurânio: relaxante de longa duração duração, atualmente pouco
usado
▪ Rocurônio
• Muito utilizado
• Média duração: até 80 min
• Antagonista específico: sugamadex - capaz de se ligar ao
bloqueador de forma irreversível, sendo posteriormente
excretado pelo rim
• Alto preço
• Mais utilizados são: succinilcolina e rocurônio (quando há sugamadex)
5
Fármacos mais utilizados
• Anestesia mista: mistura anestésico inalatório e venoso, reduzindo as doses de ambos
• Inalatória
o Órgão alvo é o pulmão
o Afastados da prática
• Halotano: dava cardiodepressão e tinha margem de segurança pequena
• enflurano
o Mais utilizados: cardioestáveis, seguros, uso difundido
• Sevoflurano
• Isoflurano
o N2O é usado como adjuvante
• Venosa
o Órgão alvo é circulação sistêmica, metabolização pelo fígado e excreção pelo rim
o Hipnóticos
• Propofol: ligeiramente cardiodepressor e vasodilatador, não pode ser usado
em paciente hipotenso
• Etomidato: droga mais estável do ponto de vista hemodinâmico, utilizado
em pacientes hipotensos
o Analgesia - Opioides
• Fentanil: fármaco 100x mais potente que a morfina
• Alfetanil
• Remifentanil: meia-vida bastante curta
Ficha anestésica
o Ficha detalhada sobre tudo que ocorreu com o paciente durante a sala de cirurgia
o Continuidade de leitura para gerenciamento pós-anestésico
o Como ler
• Mapa temporal
• Linhas horizontais: tempo - linhas estreita são 5 minutos e linhas mais
grossas são 15 minutos
• Parte superior
▪ Data
▪ Pré-medicação
6
▪ Qual fármaco, qual dose, que horas, qual efeito
▪ Idade, ASA
• Agentes utilizados
▪ O2: quantidade em litros e por quanto tempo
▪ Uso de fármacos inalatórios
▪ Uso de fármacos venosos
• Líquidos venosos: cristaloide, coloide, sangue, plasma
• Acessos
• Valores de monitorização
▪ Capmetria
▪ Temperatura
▪ Diurese horária
• Sinais vitais: FR, FC, PAS e PAD
• Anotações
• Drogas
• Doses
• Hora
• Condições de alta da SO
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• Respiração
▪ Respira fundo ou tosse - 2
▪ Respiração limitada ou dispneia - 1
▪ Apneia - 0
• Circulação
▪ PA em torno de 20% da pré anestésica - 2
▪ PA entre 20 e 50% da pré-anestésica (discretamente hipotenso) - 1
▪ PA em torno de 50% da pré-anestésica (chocado) - 0
• Consciência
▪ Consciente - 2
▪ Semiconsciente - 2
▪ Inconsciente -1
• Coloração
▪ Corado - 2
▪ Pálido - 1
▪ Cianótico - 0
o Paciente pontua de 8 a 10: em condição de ter alta da RPA
Fisiopatologia
• O que é dor?
o Fatores
• Lesão tecidual
▪ Nocicepção: resposta neural a um estímulo nocivo - fibras A delta e C
▪ Resposta fisiológica a um dano tecidual
o Outros fatores: culturais e motivacionais
• Ansiedade e medo
• Vias anatômicas
o Recepção do estímulo
• Potencializadores do estímulo: prostaglandinos, ácido láctico, íons (h+),
substâncias alogênicas
o Transmissão da dor
• Equilíbrio entre neurotransmissores excitatórios e inibitórios
• Geração do estímulo e percepção cortical pelos neurotransmissores
cerebrais
o Percepção
• Ocorre na região periaquedutal, formação reticular e núcleo magno da rafe
• Depende da interação de substâncias no sítio onde o estímulo é gerado e no
eixo medular (interação entre neurotransmissores inibitórios e excitatórios
o Podemos interferir
• Potencializadores
• NT excitatório e inibitório
• Percepção
• Objetivo: fazer o paciente acordar sem dor
• Respostas fisiológicas alteradas pela dor
o Alterações pulmonares
8
•
▪ Analgesia regular
▪ Começar com o primeiro degrau e aumentar o degrau quando o
paciente continua com dor mesmo com dose otimizada
▪ Me preocupo que o paciente sinta dor com uso regular de analgésicos
do primeiro degrau
• Prescrever diretamente opioide fraco regular
• Prescrever 1º degrau regular (dipirona ou AINEs) + opioide fraco
de resgate (SOS)
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▪ Resgate
• Estabelecer intervalo mínimo entre as doses de resgate
• Até 8h
▪ Ao prescrever tramadol deve prescrever de resgate ou regular uma
antiemético (gera muita náusea)
▪ Se não resolver ou se for cirurgia grande - opioide forte
• Importante adaptar o plano analgésico para o paciente
o Evolução na analgesia após a crise opioide = bloqueios segmentares, auxiliados por
US
• Dose full de opioides, mas ainda sente dor -> associar um bloqueio em dose
única ou em cateter
• Importante
o Não ter medo de medicar: cada paciente tem um limiar de dor
• Um paciente pode precisar de 2g e outro de 5g para atenuar a dor pelo
mesmo estímulo
• Enquanto o paciente tem dor ele não vai entrar em depressão respiratória
o Respeitar a queixa do paciente
o Dipirona não resolve todas as dores
• Analgesia pós-op deve ser elaborada por cirurgião e anestesista
• Dipirona é muito fraco
o Opiáceos no pós-operatório não causam dependência
• O que causa dependência é a prescrição ambulatorial de opioides fortes de
modo sistemático
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2. Monitorização, Oxigenoterapia e Equipamentos
segunda-feira, 13 de abril de 2020
08:57
Monitorização
Introdução
Visão geral - O que deve ser monitorado e como?
• Respiratória
o Oximetria de pulso
o Monitorização da ventilação: parâmetros ventilatórios setados de acordo com o
peso e características do paciente
• Frequência respiratória
• Capnometria
• Hemodinâminca básica (cardiocirculatório)
o Devem estar presentes em qualquer procedimento, independente da
complexidade
o Componentes
• PANI (pressão arterial não invasiva)
• Pressão invasiva da pressão arterial
• Medição da pressão venosa central - menos utilizada atualmente
• Hemodinâmica avançada (invasiva)
o Cateter da artéria pulmonar (Swan-Ganz)
o Ecocardiografia transesofágica: indispensável em cirurgias de grande porte, em
pacientes com muitas comorbidades
o Oximetria cerebral
• Nível de sedação ou estado cerebral
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• Uso de manguito - falsa aferição
o Manguito grande: subestima PA
o Manguito pequeno: superestima PA
o Manguito frouxo: superestima PA
o Abaixo do nível do coração
• Complicações
o Equimoses: em pacientes obesos devido ao manguito apertado
• Curva da pressão
• Valor da PAM
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• Complicações - PAI
o Desfechos
• Hematoma
• Trombose: acompanhada de necrose e infecção, quando não há circulação
colateral adequada pela ulnar
• Lesão nervosa: exteriormente a a. radial está o nervo radial
• Embolia
o Causas - complicações devido a técnica
• Material usado
• Calibre do gelco ou extracat muito grosso
• Sítio de punção: sem artéria muito ampla devido ao estado hipovolemico do
paciente
• Duração da monitorização
Outras monitorizações
Eletrocardiograma
• Sempre deve ser utilizado: obrigatório em qualquer procedimento, mesmo que local
o Exemplo: tentativa de bloqueio do plexo braquial, com acidental injeção do
fármaco diretamente no sangue pode levar a reação tóxica sistêmica e parada
cardiorespiratória
• Indicações para ser vigilante do monitor
o Disritimias
o Isquemia miocárdica: paciente com angina instável prévia
o Anormalidades da condução
o Distúrbios eletrolíticos
o Paciente com marca-passo
• Derivações com traçado contínuo no monitor: D2 e V5
o D2 - ondas P com amplitudes maior
• Estudo da onda P: detecta arritimias
• Derivação aponta para lateroinferior: detecta isquemia de parede lateral e
inferior
o V5 - 5º espaço intercostal
• Detecta: isquemia da parede anterior e lateral
o Uma terceira derivação (exemplo V4) promove probabilidade de 98% de detectar
isquemia no per-operatório
Oximetria de pulso
• Mostra diferença entre Hb saturada de O2 e Hb reduzida por um sensor contendo 2
fontes de luz (vermelha e infravermelho)
• Informações
o Saturação de O2 arterial
o Indicador da perfusão tecidual: dependente da amplitude da onda do pulso
o Frequência cardíaca: FC mais fidedigna do que do ECG
• Limitações
o Condições de baixo fluxo sanguíneo periférico
• Estado hipovolêmico
• Depressão da circulação periférica (anestesia muito profundo)
• Sala de cirurgia com temperatura muito baixa: aumento da RVP
o Deslocamento do aparelho por movimentação do paciente
o Ambiente iluminado
o Hemoglobina disfuncional
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• Oximetria de pulso permite diferenciar Hb saturada de O2 e Hb reduzida
através de um sensor que contém 2 fontes de luz (vermelha e infravermelha)
• Não consegue diferenciar Hb saturada de O2 da carboxiHb e metaHb
• Azul de metileno
o Relação alterada entre PaO2 e SaO2 (mudança na curva de dissociação da
oxihemoblogina)
Monitor multifuncional
•
Capnografia
Introdução
• Função
o Método de avaliação da ventilação e perfusão pulmonar durante anestesia geral
o Anestesia troncular ou de plexo: não é necessário realizar capnografia
o Realizada apenas com anestesia geral
o Determina a concentração expirada final de CO2 + troca gasosa adequada
• Medida contínua da concentração inalada e exalada de CO2
• As ondas são mais informativas do valor digital e devem ser analisadas pelo anestesista
• Indicações - Pode identificar
o Indicação principal: intubação esofágica - não existirá curva
o Avaliação da ventilação e perfusão pulmonar
o Intubação seletiva: geralmente do esquerdo devido a anatomia do brônquio fonte
o Desconexão do circuito de ventilação: não existirá curva
o Hipoventilação com >CO2 (hipercapnia) - valor digital ao lado da curva
o Hiperventilação com <CO2 (hipocapnia) - valor digital
Curva Normal
• Características gerais
o Formato: quadrada ou se assemelhar a uma caixa
o Volume de CO2: entre 35 e 45
o FR: entre 12 e 20
• Fases
14
o
o Pausa expiratória
o CO2 final: corresponde ao número ao lado da curva - limite de 40mmHg
o Fase 4
15
o
Curvas anormais
• Curva invertida no meio da curva normal = paciente respirando espontanemanete
16
o
Hemodinâmica Avançada
Cateter de Swan Ganz
• Atualmente pouco utilizado na anestesiologia, estando mais no campo de exames
invasivos da hemodinâmica
17
• Variação de pressão de acordo com a introdução do cateter
• Mede
o PVC
o Pressão da artéria pulmonar sistólica e diastólica e do ventriculo esquerdo total
o POAP: termodiluição
18
o
Monitorização Hemodinâmica
Ultrassonografia
• Doppler esofagiano
o Monitorização do fluxo da aorta ascendente
o Aferição do DC: útil na avaliação de resposta ao volume transfundido
• Ecocardiograma transesofágica
o Mais utilizada em cirurgia cardíaca ou procedimentos de grande porte
o Monitor mais avançado para acompanhar cirurgia cardíaca
o Avaliação
• Função cardíaca global
• Enchimento das quatro câmaras
• Anormalidades em estruturas valvulares
• Derrame pericárdico
o Outros aspectos importantes
• Contratilidade das válculas cardíacas
• Detectar se houve retirada de todo o ar após desconexão da circulação
extracorpórea
• Identificar subgrupos do choque: choque obstrutivo por tromboembolismo
pulmonar
• Quanto maior a necessidade de diagnóstico diferencial de um choque, mais
é indicado no per-operatório e pós-operatório imediato
• US simples
o Guia para
• Pressão venosa profunda: punção venosa profunda na veia subclávia ou na
carótida interna
• Bloqueio periféricos
• Pressão arterial invasiva (PAI - cateterização da radial)
Débito urinário
• Parâmetro muito antigo de monitorização do estado volêmico do paciente
• Uso em cirurgias de grande porte e alta complexidade
• Avalia
o Perfusão e função renal
o Hipo ou hipervolemia
o Detecção precoce de hemoglobinúria (reação hemolítica à transfusões)Primeiro
órgão a sentir a queda da volemia: rins
• Oligúria: DU < 0,5 ml/kg/hora
• Detecção precoce de hemoglobinúria: reação hemolítica a transfusão
Temperatura corporal
• Indicações
o Cirurgias longas com sala fria
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o Crianças e adolescente
o Lavagem de cavidade abdominal com líquido frio
o Circulação extracorpórea com líquido frio
o Infusão venosa com cristaloides frios
• Temperatura central entre 36,5 e 37,5
• Defesas
o Tremores e vasoconstrição na área não bloqueada - ocorrem apenas em pacientes
sem anestesia geral
o Sudorese - com anestesia geral
• Fatores que inibem a termorregulação
o Anestésicos inalatórios: reduzem limiar de vasoconstrição e tremor
o Raquianestesia e peridural: impede vasoconstrição e tremor na área bloqueada
• Regularização: aquecedor e mantas térmicas
Oxigenoterapia
Introdução
Indicações
• Corrigir hipoxemia ou hipóxia tissular
• Prevenir trabalho cardiopulmonar excessivo
Tipos
• Sistemas de baixo fluxo: cateter nasal, cateter nasofaríngeo, máscara sem reservatório
• Sistema de alto fluxo: máscara de venturi, máscara com reservatório
• Sistema de umidificação: umidificador de ambiente
o Procedimentos curtos: pode ser sem umidificar
• Sistema de nebulização: macro e micro nebulizador, ultrassônico
o Macro: atinge bronquíolos não terminais
o Micro: bronquíolos respiratórios
o Ultrassônico: atinge alvéolos
Baixo Fluxo
Cateter nasal
• Vantagens
o Recebe O2 mesmo com respiração nasal ou oral
o Quantidade de O2 é adequada
• Desvantagens
o Resseca mucosa oral e incomoda o nariz
• Principalmente após longo período de tempo
• Sensação de obstrução no nariz
o Não permite alto grau de umidificação - importante principalmente em pacientes
com asma
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o Não fornece concentração elevada de O2 (> 50%)
o Insuflar o estômago: caso mal posicionado ou com fluxo muito elevado, podendo
levar a regurgitação
• Técnica
o Cateter de aspiração traqueal
o Realizar marca com a distância entre a asa do nariz e o lobo da orelha
o Lubrificar com lidocaína gel
o Introduzir até a máscara e depois parar
• Concentração e fluxo de O2
o Concentração: 30 a 50%
o Fluxo de 1 a 8L/min
• Indicação
o IAM
o Suplemento em torno de 50%
• Pode acoplar umidificador
• Após dois dias trocar o cateter e a narina
• Vantagens e desvantagens
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• Face molhada devido a umidificação
• Pressão sobre partes ósseas
Máscara de Venturi
• Vantagens
o Leve e bem tolerada
o Evita dosagens excessivas de O2
• Desvantagens
o Deslocal facilmente
o Difculta fala
o Impede alimentação
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• Vantagens
o Alta concentração de O2
o Boa umidificação
• Desvantagem
o Retém água no reservatório em uso prolongado
o Face molhada
o Pode exercer pressão sobre partes ósseas
o Cuidados = alta concentração de O2 por muito tempo
Tubo T
Máscara Laríngea
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o Paciente com estômago cheio
o Fibrose pulmonar
o Hérnia de hiato
o Abertura limitada da boca
o Obesidade mórbida
o Discrasia sanguínea
o Obstrução intestinal
o Patologia faríngea
o Trauma torácico
o Complacência resp. diminuída
o Paciente desorientado
o Edema
• Colocação
Intubação orotraqueal
• Ver aula de manejo de via aérea
Equipamentos
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3. Avaliação Pré-Anestésica
sexta-feira, 26 de junho de 2020
17:45
Resolução do CFM
• Todo o anestesista deve ter uma avaliação detalhada do paciente com a devida
antecedência
• Não é obrigatório que o anestesista que avalia o paciente seja o mesmo que está na sala
ASA 2 Paciente com doença sistêmica Mulher com anemia leve ou HAS/DM
leve controladas
ASA 5 Paciente morimbundo que não é Ato heroico (cirurgia é a única chance de
esperado sobreviver a cirurgia sobrevida para o paciente). Ex:
aneurisma roto
Avaliação do paciente
Anamnese
• História clínica
• Comorbidades atuais e anteriores
• Anestesias precedentes
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o Paciente já fez cirurgia? Que tipo de cirurgia o paciente já fez
o Colecistectomia: anestesia geral, provavelmente sem dificuldade de intubação
(médico geralmente relata para o anestesistas)
o História ginecológica: cesariana (Raqui ou peridural)
• Uso de medicações e/ou terapias
o Ingestão de pílulas, comprimidos, chás, uso de cremes
o Pílula de alho ou ginseng - anticoagulantes
o Cremes de corticoide - insuficiência adrenal aguda (hipotensão durante a cirurgia)
o Colírios beta-bloqueadores - pode gerar beta-bloqueio no paciente
• Uso e abuso de substâncias lícitas ou ilícitas
• Importante
o História atual ou antiga de alergia
• Alergias alimentares ou tópicas
• Alergia ao látex tem aumentado (saúde, limpeza, camisinha, esteticistas,
balão)
o História pessoal e/ou familiar sugestiva de hipertermia maligna
• Geralmente o paciente sabe
• Parente que teve febre muito alta e morreu
• Medicamento que reverte: nantrolene - sempre deve estar presente no
centro cirúrgico
Exame físico
• Exame direcionado
o Geralmente: sinais vitais, exame cardiovascular e respiratório
o Exame neurológico: paciente neurológico. Ex: hemorragia subaracnoide com
cirurgia de clipagem de aneurisma (documentar se déficits neurológicos ocorreram
antes ou depois da anestesia)
Condição cardiorrespiratória
Exames complementares
• Pacientes jovem (até 40 anos) sem comorbidades com procedimentos de baixa
complexidade (geralmente extracavitários): não precisa realizar nenhum exame
• Exames complementares são pensados conforme a condição do paciente
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• Abertura da boca: distância interincisivos não deve ser inferior a 3cm (3
dedos)
o Pedir ao paciente para fazer protusão da mandíbula: indica boa mobilidade
da ATM e facilidade de intubação
o História de AR
• Dentes
o Dentes falhos prejudicam a intubação
o 1001 (sem incisivos, com caninos) dificulta a entubação
• Classificação de Mallampati
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• IMC > 26
• Idade > 55
• Mallampati III ou IV
• Protusão mandibular limitada
• Apneia do sono ou ronco: obstrução de via aérea quando há perda de consciência
• História de trauma cervical, colar cervical: videolaringoscópios podem ser usados para
intubação a 0°
Anestesia regional
• Histórico de patologia de coluna, hérnia de disco, cirurgia de coluna
• Observar região
• Tatuagem: pigmento pode gerar dano neuronal
o Pode ser realizado através da tatuagem com mais de 6 meses (pigmento fixo nos
mastócitos)
o Professora não realiza a anestesia regional através da tatuagem, pois se houver
dano neuronal não há defesa judicial
Condição emocional
• Sintomas psicológicos de ansiedade e depressão
• Drogas geralmente não são suspendidas, mas é preciso saber
Fármacos
• Quase todos os remédios são mantidos
o Manter medicamentos de ação do SNC: antidepressivos, antieplépticos,
antiparkisonianos, benzodiazepínicos
• Fazer medicamento inclusive durante a cirurgia via IV ou sonda nasogástrica
• Exceções
o Anticoagulantes e antiagregantes
• Suspender 4 a 7 dias (cada medicação tem seu tempo de meia-vida e tempo
para suspensão pré-determinado)
• Controle rigoroso do TAP e INR
• Pode gerar hematoma peridural e distútbios hemorrágicos
o AAS não é suspensa: exceto cirurgias oftalmológicas ou neurocirurgias
o Hipertensivos: iECA/BRA e diuréticos (evitar contração da volemia) - evitados no
dia da cirurgia
o Hipoglicemiantes orais são suspensos
• Depende da meia-vida do fármaco: suspender metformina entre 24 a 48
horas antes
• Controle glicêmico por insulina
28
• Fitoterápicos
o Sedativos naturais - substituir por benzodiazepínico (disponível no hospital)
o Efedra
• Pode ferar disritimias, IAM e AVC
• Suspensão de 1 dia
o Garlico, ginko biloba, ginseng
• Interferência em equilíbrio eletrolítico e coagulação
• Suspensão com 7 dias
o Kava-kava
• Efeito sedativo - interfere com medicação
• Suspensão de 1 dia
o Erva de são joão
• Indução enzimática grande
• Suspensão de 1 dia
• Vitamina E
o Suspensão 10 dias antes da cirurgia
o Aumenta incidência de sangramento
• Drogas e álcool
o População de risco: jovens
o Explicar interações e riscos
Exames complementares
• Responsável pelo diagnóstico de 5% de alterações, enquanto anamnese é responsável
por 56% e exame físico por 17%
• Objetivos
o Detectar patologias que possam alterar o prerparo anestésico
o Detectar patologias que se tratadas possam diminuir os riscos da cirurgia e alterar
a sobrevida
o Obter resultados basais para comparação no peri e pós-operatório
• 60 a 70% dos exames pedidos são desnecessários
• Solicitação de exames
o A partir da história e/ou exame físico
o Avaliação sequencial de exames
o População de risco: pesquisa de subluxação cervical em crianças com sindrome de
Down
o Tipo e grau de invasividade do procedimento
Indicações de exames
• ECG
o Doenças cardiovasculares e respiratórias
o Tipo e invasividade da cirurgia
• Rx de tórax
o Tabagismo
o Infecção respiratória recente
o DPOC e doença cardíaca
• Exames laboratoriais
o Hb e ht
• Doença hepática
• História de anemia
• Sangramentos: alterações menstruais, por exemplo
• Tipo e invasividade da cirurgia: comparar entrada com saída em cirurgias
com expectativa de muita perda de sangue
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• Extremos de idade
▪ Criança de 3 meses (anemia fisiológica por queda de HbF e aumento
da Hb adulta)
o Testes de coagulação
• Doena renal e hepática
• Alteração da coagulação tipo e invasividade da cirurgia
o Bioquímica sanguínea (U, Cr, eletrólitos)
• Doença endócrina: Cushing
• Doença renal e hepática: hemodiálise
• Certas medicações e terapias alternativas: diuréticos (K+)
o EAS ou Urina tipo I
• Procedimento urológicos específicos
• ITU com frequência
o Beta-HCG: mulheres em idade fértil que podem estar grávidas
Pré-operatório
Jejum pré-operatório
30
o Potencialização dos fármacos anestésicos
o Amnésia - midazolam logo antes da cirurgia
o Redução da no pré-operatório
o Analgesia per-operatória
• Importante
o Uso de MPA deve ser decidido conforme a avaliação pré-anestésica (APA)
• Não é utilizado durante a gestação - paciente acordade e interagindo o
tempo todo
o MPA não substitui APA em relação a ansiedade
A anestesia
Escolha da anestesia
• Levar em consideração
o Condições clínicas do paciente
o Anestesias precedentes
o Uso de medicações
o Alterações do exame físico e complementares
o Tipo de procedimento e profissional
o Local
Importante
• Comunicar ao paciente: avisar o que o médico achou da avaliação e o que deve ser
esperado
• Relatar detalhes da sequência de eventos
• Abertura ao diálogo
Planejar
• Possíveis técnicas anestésicas
• Cuidados especiais: decidir e informar a equipe
• Definir o risco benefício do ato anestésico cirúrgico
31
4. Anestesia Regional
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
08:10
Introdução
Definição: qualquer anestesia segmentar, desde as anestesias que envolvem a metade inferior
do corpo (raquidural e peridural), passando por membros específicos (bloqueios de plexos) ou
determinados segmentos (bloqueios segmentares)
• Dois principais procedimentos: raquianestesia e Peridural
o Princípios fisiológicos
o Principais complicações
Anestésicos Locais
• Lidocaína e xilocaína são derivadas da cocaína e possuem semelhança estrutural
• Estrutura
o Extremidade hidrofílica: amina
o Extremindade hidrofóbica: - anel quaternário
o Ambas as extremidades ligados por éster ou amida
• Cocaína foi abandona pelos efeitos colaterais: drogadição, crises hipertensivas
• Anestésicos aminoéster (éster) vs. Aminoamida (Amida): aminoéster foi abandonada
devido às reações locais e reações anafiláticas
• Protótipo atual é a lidocaína, referência para os outros anestésicos
32
• Analgesia residual: pode-se acrescentar opioides à anestesia regional ou
pode-se colocar um cateter para administração local de opioides - estender
a anestesia por até 72h
• Terapêutica dor crônica: instalação de cateteres de longa duração para
infusão de fármacos anestésicos locais diluídos
• Custo: mais barato do que a anestesia geral
Tipos de bloqueios
• Centrais: raquianestesia peridural
• Bloqueios periféricos: bloqueios de nervos periféricos
o Em torno de 33 vértebras
• 5 segmentos vertebrais: cervical (7), torácico (12), lombar (5), sacral (4-5
fundidas) e coccígeo (3-4 fundidas)
o 2 curvaturas lordóticas e 2 cifóticas
o Corpos vertebrais aumentam de volume, à medida que se progride inferiormente
• Região lombar é o local de maior convergência de força na posição
ortostática
o Processos espinhosos são a referência anatômica quando se inicia um bloqueio de
neuroexito
• Inferiormente: angulação de 90° com o corpo vertebral
• Angulação reduz a medida que se progride anteriormente
• Angulação entre T1 e T4 é tão pequena que é quase impossível realizar
raquidural nessa região
o Processos transversos
o Pedículos e lâminas ligam os processos espinhosos, transversos e o corpo vertebral
33
•
Fisiologia
• Anestésico banha fibras aferentes, eferentes e a medula
o Efeito clínico ocorre fundamentalmente pelo bloqueio das fibras aferentes e
eferentes
o Anestésico atravessa a membrana do neurônio e interage com a Na-K-ATPase pela
face interna, bloqueando de forma temporária a transmissão do estímulo
o Término do efeito: vasos promovem wash-out do anestésico da região pelo fluxo
contínuo e os anestésicos saem por diferença de concentração
o Anestésico local é metabolizado no fígado
• Peridural vs. Raquidural
o Latência: maior na peridural
34
• Raquidural: 5 a 7 min
• Peridural: 25 a 30 min
o Massa anestésica: maior na peridural (1/10 da massa anestésica chega as fibras
aferentes e eferentes)
o Injeção no plexo venoso vertebral: pode gerar intoxicação por anestésico local,
gerando até mesmo convulsão e morte cardiorrespiratória
• Raquitotal (anestesia total do neuroeixo)
• Ao colocar o paciente em decúbito doral: incosnciente, hipotenso,
bradicárdico, midriático e apneico
• Conduta: intubação, controle de parâmetros hemodinâmicos e ventilatórios
e aguarda a metabolização do anestésicos
• Dependendo do procedimento ele ainda pode ser realizado (partos)
ou pode ser adiado (cirurgias extremamente eletivas)
Procedimento
• Dose teste
o Ao invés de injetar a dose completa do anestésico (20 ml), injeta-se uma
quantidade reduzida (2 ml) com adrenalina diminuída
o Possíveis cenários
• Se estiver no espaço subaracnoideo: efeito semelhante a raquianestesia.
Paciente pode referir que a perna está começando a formigar
• Se estiver em um vaso: taquicardia
• Se estiver no espaço peridural: não haverá nenhum efeito, pois essa a
anestesia dessa região requer massa maior
o Após 5 minutos, se não houverem sintomas, pode-se injetar a dose total
• Teste de Dogliotti (teste da perda da resistência)
o Passo a passo
• Inserir a agulha, com 2 ml de ar ou soro fisiológico, promovendo pressão
positiva (apertando o êmbolo)
• Ao ultrapassar o ligamento amarelo, ocorre perda da resistência e o êmbolo
é empurrado com facilidade
• Nesse ponto, injeta-se o anestésico local para realizar o bloqueio peridural
• Teste de Gutierrez
35
o
Agulhas
• Raqui vs. Peridural
36
•
• Agulhas de Raquidural
•
o Cefaleia pós-punção (cefaleia pós-raqui):
• Orifício na dura-máter na raquidural gera uma fístula que drena líquor do
espaço subaracnoideo para o espaço subdural
• Redução da pressão liquórica leva a tração da meninges e vasodilatação
reflexa, resultando em cefaleia principalmente na posição ortostática
• Ocorre após punção (colheita de líquor, bloqueio raquidural, injeção de
quimioterapia)
o Como acaba a cefaleia pós-raqui?
• Fechamento fisiológico
• Cefaleia acaba com fechamento fisiológico do orifício da punção
• Quanto maior o orifício maior a duração da cefaleia (geralmente em
torno de 7 dias)
• Calibre
• Quanto mais fina a agulha, menor a incidência de cefaleia
• Agulhas de calibre 27 tem incidência de cefaleia em torno
de 0,3%
• Ponta: ponta cortante gera dano maior do que agulha ponta de
lápis
• Recomendar: repouso, hidratação (favorece produção do líquor),
analgésicos com vasoconstritores
• Blood-patch
▪ Indicações
• Quando a cefaleia tem duração ou intensidade muito grande
• Quando o paciente pretende viajar de avião, pois alterações de
pressão tendem a aumentar a cefaleia
▪ Passo a passo
• Um médico colhe de 10 a 15 mL de sangue periférico de forma
asséptica
• Outro médico injeta o sangue no espaço peridural, formando um
coágulo que fecha o orifício imediatamente, dando fim a cefaleia
▪ Realizado muito raramente, pois há riscos de infecção
• Agulhas de Peridural
37
o Cateteres
• Pode-se passar cateteres dentro da agulha de peridural
• Cateter tem fundo cego e vários orifícios laterais, favorecendo a dispersão
no espaço peridural
• Ponta colorida para se certificar de que não sobrou um fragmento de cateter
no paciente
Indicação do Procedimento
Avaliação do Paciente
• Condições clínicas impeditivas
o Infecção local: qualquer infecção local contraindica procedimento invasivo
o Anticoagulação
o Instabilidade hemodinâmica: suspeita de hipotensão ou hipovolemia contraindica
os bloqueios de neuroeixo
• Exemplo: gestante com suspeita de descolamento de placenta
▪ Paciente compensada devido a vasocosntrição periférica e desvio de
sangue para coração e cérebro
▪ Bloqueios de neuroeixo (bloqueio autonômico) pode gerar
vasodilatação, descompensação entre conteúdo e continente e morte
• Na dúvida, anestesia geral! Maior segurança e controle do paciente
• Situações restritivas
o Tempo cirúrgico: cirurgias muito longas podem se tornar desconfortáveis para o
paciente
o Alterações anatômicas
• Doença da coluna: evitar manejar coluna na presença de restrições, como
hérnia de disco e cirurgias anteriores
• Obesidade mórbida: obesidade pode restringir ventilação do paciente no
decúbito
Preparação do procedimento
Visita pré-operatória
• Consentimento: explicar ao paciente o que ocorrerá e obter consentimento
• Verificar se há contraindicações
• Medicação pré-anestésica: permite que os pacientes cheguem a sala mais tranquilos
38
o Não se prescreve sedação em gestantes, pois pode haver passagem
transplacentária e o bebê pode ter APGAR mais baixo
39
•
▪ Agulha peridural
▪ Filtro antibacteriano para cateter
Exemplo: Peridural
o Posicionamento do paciente
• Decúbito lateral
• Curvatura acentuada: mão nos joelhos e queixo no peito
o Teste de Dogliotti
o Cateter colocado
Exemplo: Raquidural
40
•
o Agulha em L3-L4
41
5. Abordando a Via Aérea (Extra)
quinta-feira, 9 de abril de 2020
09:03
Introdução
Objetivos da apresentação
1. Avaliação da via aérea
2. Importância da ventilação sob máscara técnica
3. Dispositivos extra-glóticos
4. Intubação orotraqueal
Anatomia
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• Indicações
▪ Trauma: fraturas ou edemas da cavidade oral
▪ Cirurgias da cavidade oral
• Anatomia
▪ No cavum existem cornetos que podem estar hipertrofiados ou
inflamados, favorecendo sangramentos
▪ Podem existir adenoides, que também podem estar inflamados e
hipertrofiados
• Procedimentos pré-cirurgia
▪ Perguntar por qual narina o paciente respira melhor: indica a narina
mais pérvia
• Narina menos pérvia pode ter alterações por rinite, hipertrofia
de cornetos, desvio de septo
• Manobra delicada e vagarosa, deslizar o tubo pelo cavum, passando atrás da
úvula para atingir a traqueia
Laringe
• Principal área de trabalho para abordagem da via aérea
• Descrição anatômica
o Corresponde às vértebras C4-C6
o Região formada de cartilagens, ligamentos e músculos
o Formado por 9 peças de cartilagens não contínuas
• 3 cartilagens únicas: epiglote, tireoide, cricoide
• 3 pares de cartilagens pequenas: ariteniodes, cuneiformes e corniculadas
• OBS: laringoespasmo - contração muscular pode gerar obstrução da luz
porque as peças cartialginosas não são contínuas (diferente da traqueia)
• Especificidades em relação à criança
o Atenção
• Anatomia muito diferente até os 3 anos de idade
• Quanto menor a criança, maior a diferente
o Coxim
• Não é necessário colocar coxim abaixo da cervical de neonato e lactente
• Cabeça grande favorece alinhamento dos eixos em 0 grau
o A língua é maior em relação a cavidade oral
o Lâmina reta é mais recomendada
• Epiglote é superficial e anteriorizada, mais longa, mais estreita e muito
flexível
• Lâmina reta vs. Curva: lâmina curva se encaixa na valécula, sem esconder a
epiglote; lâmina reta cobre a epiglote
• Epiglote pode cair no campo quando se usa a lâmina curva - se recomenda o
uso de lâmina reta
o Glote é mais superficial
• Cuidado com tubos mais grossos: tubo justo na glote gera lesão infraglótica
• Uso de tubos sem balonetes, que permitem pequenos vazamentos
• Intubação na criança deve ser mais delicada, pois pequeno grau de edema
pode aumentar muito a resistência da via aérea
• Importância da memebrana cricotireoideia
▪ Cricotireoidotomia: membrana cricotireoideia
• Via aérea invasiva provisória
• Resgate em emergência, como obstrução por corpo estranho
▪ Intubação de paciente acordado
• Indicação: paciente com risco de broncoaspiração
43
• Mecanismo
• Supraglótica: spray de xilocaína
• Infraglótica: injeção de anestésico na trauqeia, através da membrana
cricotireoidea. A tosse ira dispersar o anestésico por toda a área
infraglótica
• Vista externa
44
• Cartilagens pareadas pequenas são contínuas e compõem o campo inferior
da região visualizada
• Inervação
Procedimentos inicias
• Explicar o procedimento para o paciente
• Anestesia
o Spray: para anestesiar vias aéreas supraglóticas
o Transcrico: Injetar 3 a 4 ml de Lidocaína 1% dentro da traqueia
• Entrar na linha média pela membrana cricotireoideia: não há estruturas
nobres nessa região
• Aspirar: vem ar
• Injetar
• Paciente tosse, dispersando a solução na mucosa infraglótica
45
Avaliação da via aérea
(Avaliar preditores de dificuldade de intubação e de ventilação sobre máscara facial
Dificuldade de Intubação
História detalhada
• Cirurgias anteriores: intubação prévia sem dificuldades
o Em caso de patologia nova cervical ou mediastinal a anatomia pode estar alterada
ou distorcida
o Exemplo: massa mediastinal que deslocava superiormente a traqueia, distorcendo
a anatomia
• Comorbidades
o Artrite reumatoide: acometimendo da ATM
o Espondilite anquilosante: rigidez da cervical
o Esclerodermia: redução da abertura de boca
Exame físico
• Paciente sentado ou em pé - observar sua face
o Simetria de face: micrognatia, retrognatia, prognatia, malformação craniofacial,
alteração dentes
o Dentes 1001 (falta dos incisivos) ou incisivos muito longos desviam o caminho do
tubo. No caso dos dentes 1001 os caninos podem atrapalhar
• Pode ser necessário usar um guia para facilitar a intubação
• Pedir ao paciente para abrir a boca
o Cavidade oral: Mallampati
• Paciente sentado, faz extrusão da língua sem a fonação
• Buscar observar: úvula, pilares e palato cartilaginoso
• Classificação cresce de I a IV em dificuldade
▪ 0 - paciente abre a boca e se vê a epiglote
▪ I - visualização completa da úvula e pilares
▪ II - parte da úvula e pilares
▪ III - só vejo base da úvula
▪ IV - só vejo palato ósseo
o ATM
• Distância de 4 a 6cm entre incisivos
▪ Não deve ser menor do que 3 cm
• Protusão voluntária de ATM
• Avaliação da coluna cervical
46
o Movimentação ativa anteroposterior e laterolateralmente
o Extensão da cabeça: pescoço que não estende muito é fator de predição de
dificuldade
• Distância mento-hioide: nunca deve ser inferior a 6,5 cm (4 dedos) - nunca
inferior a 6 cm
• Distância mento-fúrcula: nunca deve ser inferior a 12 cm
o Pescoço largo também é fator de dificuldade
• Palpação do espaço mandibular para verificar sua complacência
o Massa ou edema pode dificultar o abaixamento da língua para visualização da
glote
Imagem - Rx
• Quando a patologia for cervical ou mediastinal
o Bócio mergulhante
o Patologias mediastinais
o Massa pulmonar
• Observar se a traqueia está na linha média
Doenças com comprometimento da via aérea
• Doenças congênitas
o Síndromes
• Pierre-Robin, treacher collins
• Treacher collins
• Fissura palatina: bilaterais e completas são mais difíceis
• Trauma
o Maxilofacial
o Fratura ou instabilidade da coluna cervical
47
o Lesão de laringe
o Queimaduras
• Vítimas de incêndio com inalação de gases quentes (permanência no local):
queimadura das vias aéreas pode levar a insuficiência respiratória em
poucas horas
▪ Deve ser intubado ao menor sinal de dificuldade respiratória
▪ Evolução do edema irá dificultar cada vez mais a intubação e requerer
tubos cada vez menores
• Afecções endócrinas
o Obesidade, acromegalia (prognatismo), síndrome de Cushing (giba pode gerar
dificuldade de posicionamento)
o DM
• Diabetes de longo prazo (20 anos) afeta as pequenas e as grandes
articulações
• Pedir ao paciente para encostar as palmas (movimento de oração)
▪ Observar se toda a superfície das palmas se encontram
▪ Dificuldade indica acometimento das pequenas aticulações
▪ Indica acometimento de coluna cervical, ATM e dificuldade de acesso
a laringe
48
•
49
• Preservação vs. Abolição da ventilação espontânea
o Abolição se dá pelo uso de curare que paralisa a musculatura respiratória
• Preservação ou abolição da ventilação espontânea: curare para paralisar a ventilação
espontânea
• Técnicas não invasivas ou invasivas na abordagem inicial?
• Intubação com laringoscópio convencional ou videolaringoscopia?
o Em pacientes com muitos preditores de via aérea difícil pode ser mais prudente
tentar a videolaringoscopia como abordagem inicial
Observações
Laringoscopia - Classificação de Cormarck e Lehane
• Procurar visualizar a epiglote, a fenda glótica e a fenda posterior
• Classe I a IV
50
• Desobstrução de via aérea em caso de queda de partes moles
• Muitas vezes apenas a posição olfativa pode desobstruir a via aérea
51
• Ferramentas de desobstrução de via aérea: devem ser usadas quando não se obtém boa
adaptação da máscara ou quando a via aérea está obstruída
• Equipamento
▪ A: naso
▪ B: oro - como estimar o tamanho correto de cânula? Cânula tem o
mesmo tamanho que a distância entre a rima bucal e a orelha
• Naso vs. Oro - quando usar
o Cânula nasofaríngea é preferível
• Nasofaríngea: mais flexível e confortável (através da narina e do cavum)
• Orofaríngea: toca a úvula, desencadeando reflexo do vômito e dificultando a
desobstrução se o paciente estivar apenas levemente sedado
Intubação
• Indicações
o Provisão de via aérea segura = garantir via aérea
o Necessidade de ventilação controlada
o Profilaxia da aspiração broncopulmonar
o Auxílio na remoção de secreções: DPOC - toalete brônquica
o Ventilação monopulmonar
o Administração de gases anestésicos: anestesia geral frequentemente depende de
intubação
• Cirurgia de grande complexidade ou com duração >40/50 min
• Laringoscópio
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o Lâminas
• Diferentes laringoscópios tem lâminas com diferentes conformações
• Lâmina curva vs. Reta
• Tubos descartáveis
53
• Marcados de 2 a 2 cm até a extremidade proximal
▪ Permite a estimar que a ponta distal do tubo está distante da carina,
sem causar intubação seletiva - deve ser confirmado com ausculta e Rx
▪ Qual número deve aparecer na rima bucal?
• Adultos: 20 a 22 crianças
• Crianças: CA x 3 (Criança com tubo 4 - deve estar número 12 na
rima bucal)
o Tamanhos
• CA - Classificação americana (tamanho em mm do diâmetro interno)
▪ Recém nascido
• Prematuro: 2,5 a 3
• Atermo (37 semanas, 3 kg): 3,5*
▪ Crianças
• 1 ano: 4
• Criança entre 2 e 10 anos
• Fórmula
• Tubo = 4 + idade/4 ou
• Tubo = (16+idade)/4
• Exemplo: 8 anos = tubo 6
• Conta deu 5,25: levar 5 e 5,5 para a sala e decidir no
momento da laringoscopia
▪ Adulto (a partir de 10 anos) - 7 a 10
• Mulher: 7,5 a 8
• Homem: 8 a 8,5
• CE - Classificação europeia (Francesa)
▪ Fórmula
• CAx4 + 2
• CA = (CE - 2)/4
• Exemplo: 7 = 30
▪ Criança entre 2 e 10 anos
• Idade par + 18
• Idade ímpar +19
o Sempre levar outros tubos
• Uma maior e outro menor
• Existem variações do calibre
• Avaliar se há vazamento de ar durante a intubação
o OBS: tubo monopulmonar
▪
▪ Indicação: acesso ou retirada de pulmão específico
54
• Guia metálico (stylet)
55
•
Dispositivos extraglóticos
• Dispositivos que não invadem a traqueia
o Supraglóticos: máscara laringéas
o Infraglóticos: tubos laringeos (entram no esôfago)
• Indicações
o Cirurgias não intracavitárias
• Não usar extraglóticos em cirurgias torácicas, intrabdominais ou
neurocirurgias
o Duração curta (40 a 50 minutos)
• Máscaras laríngeas
56
▪ Cirurgias videolaparoscópicas
▪ Fraturas e tumores que acometam a loja orofaringea
▪ Qualquer doença que alterar a anatomia da região
• Principais usos
▪ Videoesteroscopia
▪ Colonoscopia
▪ Exames de curta duração
▪ Cirurgias pequenas
o Colocação da máscara
• Passos
▪ Posicionar indicador no encontro entre balão e haste
▪ Inserir a máscara pressionando a máscara contra o palato
▪ Quando a máscara parar de avançar (máscara ficará ao redor da
glote), deve-se inflar o balonete
▪ Observar se há expansão torácica ruído de vazamento do ar
▪ Verificar se linha mediana da máscara está alinhada com a linha
interincisiva do paciente - significa que a máscara está na linha média
• Imagens
• Máscara i-gel
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▪ Máscara laríngea com material termoexpansível: ao colocar a máscara
na posição correta, o balão se infla, gerando perfeita adaptação, sem
fuga aérea
• Tubo laríngeo
Intubação difícil
o Intubação ótima vs. Difícil
o Tentativa Ótima de intubação
• Profissional experiente
• Paciente relaxado em jeum
• Tônus muscular insignificante
• Pressão laríngea externa ótima
▪ BURP: back, up, right, position - empurrar a cartilagem cricoide para
trás para cima e para direita para facilitar a visualização de quem faz a
laringoscopia
• Tamanho e tipo da lâmina
• Posição olfativa e coxim
o Definição de intubação difícil
• Paciente em posição ideal
• Profissional experiente
• Mais de 3 tentativas com laringoscopia convencional
• Tempo maior que 10 minutos
o Dispositivos auxiliares para intubação difícil
o Bougie
58
• Exemplo: Comarck-Lehane III (só se vê a epiglote): apontar o tubo para a
epiglote e deslizar tubo para realizar a entubação
o Máscara laríngea
o Videolaringoscópio
• Cenário de COVID
▪ Evitar tentativas repetidas de intubação
▪ Preferir profissional experiente usando videolaringoscopia
o Broncofibroscópio flexível
• Padrão outro
• Curva de aprendizado mais demorada
• Indicação
▪ Via aérea difícil antecipada
▪ Intubação do paciente acordado
Confirmação da intubação
o Exame físico: expansibilidade torácica
o Rx: condensação do tubo na área traqueal
o Capnografia
o Prova mais específica
o Tipo de monitor que quantifica o CO2
o Visualização
• Intubação traqueal
• Laranja = inspiração
• Azul = expiração (tempo onde há a subida do CO2 quantificado)
• Intubação esofágica
▪ Pode haver subida inicial de CO2 com a insuflação do balão, mas essa
subida não se mantém
Outras ferramentas
o Estilete óptico de Shikani: guia metálico com fibra óptica
o Ferramenta tubular, leve, pequena e fácil de transportar
o Indicado para bocas que abrem pouco
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o Muito grande: não pode ser usado em pacientes com pequena abertura de boca
(nesse caso priorizar Shikani ou broncofibroscópio
• Diferencial: saída de video analógica (pode jogar imagem pra outra tela),
tubo de aspiração laríngeo e glótico
o Videolaringoscópio
o Videolaringoscópios convencionais
• São muito grandes, contraindicando o uso em pacientes com pouca abertura
de boca
o King Video
• Videolaringoscópio com menor espessura, podendo ser usado em pacientes
com menor abertura de boca
• Associação com bougie
60
▪
o McGraft
• Videolaringoscópio superior ao King Video pois possui câmera articulada
o Storz C-mac
• Câmera de melhor resolução, mas ainda requer grande abertura de boca
o Lâmina de Macoy
61
•
Obs: videolaringoscópio e outras ferramentas com fibra óptica devem ser usadas a 0°
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