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Anestesia

Geral
• A anestesia geral é a depressão
do sistema nervoso central
através da administração de
fármacos ou de agentes inalantes.

• Efeitos da anestesia:
- não reagem a estímulos
- as funções cardiovasculares e
respiratórias ficam comprometidas
• Como consequência da anestesia
geral, muitas vezes é necessário
assistência ventilatória positiva
devido à pressão da função
neurológica, ou diminuição ou até
mesmo ausência de ventilação
espontânea induzida por
terapêuticas
Profundidade da Anestesia
• Para que a anestesia seja segura é necessário que o
anestesiologista monitorize a profundidade ou nível. Para
isso, este baseia-se em alterações fisiológicas.

• A profundidade da anestesia e a sedação podem ser


monitorizadas com um monitor de índice bipectral. É um
sistema de monitorização simples que utiliza ondas de
encefalograma para fornecer um número que represente a
profundidade da anestesia.

100 – totalmente consciente


0 – ausência de actividade cerebral
40 – coma profundo
• É também usada para diminuir a
consciência do doente durante a
anestesia geral, titular doses de
fármacos, diminuir o tempo de
recuperação e a incidência de
náuseas e vómitos.
FASES DA ANESTESIA
A anestesia geral é composta
por três fases:
Indução, Manutenção e
Recuperação
• A indução inicia-se pela
administração de agentes por via
i.v ou com inalação de uma
combinação de gases
anestésicos e oxigénio, sendo a
entubação endotraqueal realizada
nesta fase.

• O concluir desta etapa, permite


que o doente esteja pronto para o
posicionamento, preparação da
pele e incisão.
Durante a fase de
manutenção…

O anestesiologista mantém os
níveis de anestesia adequados
com agentes inalantes e fármacos
i.v e presta maior atenção ao
campo cirúrgico.
Por último, a fase de
recuperação, consiste na diminuição
dos agentes anestésicos e
consequentemente o acordar do
doente.

No entanto, pode surgir algumas


complicações, tais como:
 Laringospasmo;
 Vómito;
 Respirações espontâneas e lentas;
 Movimento reflexo descontrolado;

É nesta fase que se realiza a


extubaçao.
Fases da Anestesia Geral
TIPOS DE ANESTESIA
Anestesia Balanceada

É o método mais comum de


administração de anestesia
geral, visto que combina vários
agentes para provocar:
• Hipnose;
• Analgesia;
• Relaxamento muscular com o
mínimo de perturbações
fisiológicas.
Cada agente é administrado para um
objectivo específico, por exemplo:
 os barbitúricos por via i.v são
usados para indução;
 os anestésicos regionais para o
relaxamento muscular e
analgesia;
 os agentes inalantes para a
manutenção.
Conforme o estado físico do doente
e os requisitos do procedimento
cirúrgico, são usadas variações
desta técnica.
ANESTESIA POR INALAÇÃO
• A anestesia por inalação envolve a
administração de uma mistura de
gases anestésicos e de oxigénio
directamente para os pulmões.

• Os agentes são administrados ao


doente por máscara facial ou
directamente para os pulmões
através de um tudo
endotraqueal, que causa irritação
da traqueia e edema.
• A percentagem de oxigénio no
sangue é medida pela oximetria
de pulso, ou em alguns casos
também pela monitorização
arterial.

• Para promover a segurança do


doente e dos trabalhadores de
cuidados de saúde, deve ser
usado um método de expulsão
de gases tóxicos do anestésico.
Agentes anestésicos inalantes mais comuns
Agente Indicação Vantagens Desvantagens
Óxido Nitroso Manutenção; por vezes Indução e recuperação Relaxamento muscular;
(N2O) para indução. rápidas; Pode deprimir o
Efeitos aditivos face miocárdio;
aos outros anestésicos. Risco de hipoxia com a
administração de doses
elevadas ou com
equipamento de
anestesia avariado.
Desflurano Indução; Indução e recuperação Com a indução pode
(Suprane) Usado na cirurgia de rápidas; causar tosse;
ambulatório e em Baixa solubilidade Aumento da frequência
procedimentos mais lipídica, boa opção para cardíaca e diminuição
pequenos. doentes obesos. da pressão arterial.

Enflurano Manutenção; por vezes Bom relaxamento; Aumenta a frequência


(Ethane) para indução. Permite utilização de cardíaca e diminui a
maiores quantidades de pressão arterial;
epinefrina do que o Risco de toxicidade
halotano. renal;
Odor ligeiramente
irritante.
Halotano Manutenção; por Indução e Sensibiliza o
(Fluorthane) vezes para indução. recuperação rápidas; miocárdio à
Odor agradável, não epinefrina;
irritante. Diminui a frequência
cardíaca e a pressão
arterial;
Risco de disrritmias;
Risco de toxicidade
hepática;
Recuperação lenta
em doentes obesos.
Isoflurano Manutenção; por Bom relaxamento; Aumento da
(Forane) vezes para indução. Indução e frequência cardíaca;
recuperação rápidas; Odor ligeiramente
Pouca depressão irritante.
miocárdica;
Seguro para doentes
com doença hepática
e renal.
Sevoflurano Indução (muitas Indução e Possível risco de
(Ultane) vezes com máscara); recuperação rápidas; toxicidade renal;
manutenção. Odor agradável. Dispendioso.
AGENTES ANESTÉSICOS POR
VIA INTRAVENOSA
• Indução rápida e geralmente
agradável

• Prática comum: indução de


anestesia geral com agentes i.v.

• Modo de uso de anestésicos i.v.:


- Isoladamente
- Suplementos agentes inalantes
• Maior utilização:
Procedimentos cirúrgicos recorrendo
a imagiologia da ressonância
magnética ou em cirurgia a laser

• Proporcionam
hipnose, sedação, amnésia/
analgeisa

Anestésicos i.v.

 Injectados numa veia periférica


 Devem ser metabolizados e
excretados pelos rins.
ANESTÉSICOS OPIÁCEOS
• Proporcionam analgesia
• Usados em doses elevadas como
anestésicos (procedimentos
cirúrgicos curtos)
• Administração: Bólus ou perfusão
i.v.

• Anestesia com opiáceo de elevada


dose po causar:
- Hipoventilação
- Hipoxia

Monitorização atenta de s.v. no pós-


operatório
Agentes de Bloqueio
Neuromuscular

 Usados como adjuvantes dos


agentes anestésicos;

PRINCIPAL ACÇÃO
Relaxamento dos músculos
voluntários.
Usados para…
• Facilitar a passagem dos tubos
endotraqueais;
• Prevenir o laringospasmo;
• Controlar o tónus muscular
durante a cirurgia;
• Diminuir a quantidade de
anestesia utilizada.
Dividem-se em…

Despolarizantes Não-Despolarizantes
• Provocam a paralisia dos músculos
Reagem com os receptores na região voluntários;
da placa terminal do musculo e iniciam • Acção mais lenta, embora duração a
a despolarização da membrana sua duração seja superior;
muscular  Contracção do músculo • Podem interagir com outros
fármacos, como os antibióticos;
 É descoordenada;
 Descrita como fasciculação  Relaxamento muscular prolongado;
muscular;
Agente Indicação Vantagens Desvantagens
Despolarizante
Succinilcolina Entubação: procedimentos Inicio rápido; Bradicardia; depressão
curtos; Duração breve; respiratória; aumento da pressão
intracraniana;
Não-Despolarizante
Atracurium Entubação, Efeitos cardiovasculares mínimos; boa Depressão respiratória;
manutenção; opção para doentes renais/hepáticos; ATENÇÃO: doentes com
doença cardiovascular e asma
 histamina
D-tubocurarina, Manutenção, pode Não afecta as funções intelectuais ou a Diminuição da TA, colapso
cloreto ser adm antes do consciência; circulatório; apneia;
agente broncoespasmo; sem
despolarizante; propriedades análgesicas ou
anestésicas;
Pancurónio Manutenção; Acção rápida; 5x mais potente do que Depressão respiratória; pode
a Tubocurarina; menos libertação de aumentar a FC e a TA.
histamina;
Rocurónio Entubação, Inicio rápido; Efeitos prolongados nos
manutenção; doentes com disfunção renal ou
hepática;
Aumenta a FC;
Vecurónio Entubação, Efeitos cardiovasculares mínimos; Efeitos prolongados nos
manutenção; pouca libertação de histamina; doentes com disfunção renal ou
hepática;
Mivacurónio Entubação, Acção rápido; metabolismo rápido; Dispendioso
manutenção; efeitos cardiovasculares mínimos; sem
necessidade de agentes de reversão;
Bibliografia

• BRUNNER & SUDDARTH.


Tratado de Enfermagem Médico-
Cirúrgica; 9ª Edição, Editora
Guanabara, Koogan, 2002.
• PHIPS. Enfermagem Médico-
Cirúrgica; 8ª Edição, Editora
Lusodidacta, Loures, 2010.

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