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UNIDADE 03

Drogas de utilização específica em U.T.I.

Drogas vasoativas
Esses medicamentos específicos possuem efeitos vasculares periféricos,
pulmonares e cardíacos, diretos ou indiretos e que atuam em pequenas doses com
resposta dose-dependente, de efeito rápido e curto.
São utilizadas principalmente com o objetivo de promover a homeostase
orgânica e tissular, evitando que o paciente evolua para uma disfunção múltipla de
órgãos. É necessário monitorização hemodinâmica.
Fármacos vasoativos: objetivo da circulação – oxigenação – perfusão
tecidual.
As drogas vasoativas atuam no DC e são as mais utilizadas dentro de uma
unidade de terapia intensiva.
Propriedades do músculo cardíaco:

• Noradrenalina: promove o aumento do volume sistólico diminuindo a reflexa


da frequência cardíaca, vasoconstrição periférica e aumento da pressão arterial. É
indicada nos vasosdilatatórios especialmente o choque séptico.
• Dopamina: É o precursor da noradrenalina.
Indicado para diminuição do débito com volemia controlada ou aumento.
Choque com RVP diminuição.

• Dobutamina: Aumenta a contração muscular, sem alterar a FC, não age na


RVP. Indicada no choque cardiogênico e ICC.
• Adrenalina: Estimula os receptores alfa e beta efeito vasopressor, aumenta
a contração, FC e vasoconstrição periférica mais eficaz. Além do relaxamento do
músculo liso e broncodilatação aumenta a glicose no sangue. Indicado choque
Cardiogênico, Broncoespasmos e PCR.

Sedação
A sedação envolve um amplo espectro de condições desde um simples estado
de cooperação, tranquilidade e vigília, com orientação preservada, até estados de
depressão das respostas aos comandos, podendo ou não incluir a hipnose.
Em níveis mais profundos de sedação, podem ocorrer depressão respiratórias
e instabilidade hemodinâmica.

As principais drogas sedativas utilizadas na UTI são:

• Midazolan/Dormonid – Agonista do Receptor GABA – Reversível com


flumazenil. Desvantagem: depressão ventilatória e hemodinâmica, agitação
paradoxal e delirium.
• Proporfol: Agonista do receptor GABA. Curta ação, adequado para indução e
manutenção de anestesia geral. Usado para a sedação de pacientes adultos
ventilados que estejam recebendo cuidados de terapia intensiva. Desvantagem:
Hipotensão e depressão ventilatória.

Fonte: Liga Acadêmica de Enfermagem em Emergência e Terapia Intensiva.


• Fentanil: é um analgésico opioide que se caracteriza pelas seguintes
propriedades: rápida ação, curta duração e elevada potência (100 vezes maior do
que a da morfina).

Utilizado para analgesia de curta duração durante o período anestésico (pré-


medicação, indução e manutenção) ou quando necessário no período pós-
operatório imediato (na sala de recuperação);
Também é utilizado para uso como componente analgésico da anestesia geral
e suplemento da anestesia regional, para administração conjunta com neuroléptico
na pré-medicação, e como componente de manutenção em anestesia geral e
regional.
Por último, ainda é utilizado como agente anestésico único com oxigênio em
determinados pacientes de alto risco
A duração da analgesia obtida com Fentanil, depende da intensidade do
estímulo doloroso. Assim, administrando-se 2 a 4 mL por via endovenosa, obtém-
se ação analgésica praticamente imediata. Seu efeito se instala dentro de 2 a 3
minutos.
Precauções: depressão respiratória.
Assim como com outros opioides potentes, a depressão respiratória está
relacionada à dose e pode ser revertida pelo uso de um antagonista opioide
específico; contudo, doses adicionais podem ser necessárias uma vez que a
depressão respiratória pode ser mais duradoura que a ação do antagonista opioide.
A analgesia profunda está acompanhada por depressão respiratória marcante, que
pode persistir ou recorrer durante o período pós-operatório. Portanto, como ocorre
com outros depressores do sistema nervoso central, os pacientes sob efeito de
Fentanil, devem receber vigilância médica adequada, devendo-se contar com
equipamento para ressuscitação e antagonista opioide à disposição. A
hiperventilação durante a anestesia pode alterar a resposta do paciente ao CO2,
afetando, então, a respiração no pós-operatório
Fentanil, pode também originar outros sinais e sintomas característicos dos
analgésicos opioides, incluindo euforia, miose, bradicardia e broncoconstrição.
É um medicamento que deve ser administrado com cautela, particularmente
em pacientes com maior risco de depressão respiratória como aqueles em estado
de coma por trauma craniano ou tumor cerebral. Nestes pacientes, a redução
transiente da pressão arterial média tem sido, ocasionalmente, acompanhada por
uma redução breve na pressão de perfusão cerebral.

• Etomidato: é um hipnótico intravenoso de ação curta, indicado para a


indução da anestesia geral. Esta pode ser mantida sem a associação com
anestésicos inalatórios (anestesia inteiramente intravenosa), ou com a participação
destes em proporções bastante limitadas. Ele pode ser utilizado para anestesia
geral, bem como um suplemento da anestesia regional.

Como agente de indução, etomidato é particularmente indicado para


intervenções de curta duração (menos de 10 minutos), procedimentos diagnósticos
e intervenções realizadas em ambulatório, quando se deseja recuperação rápida
com boas condições de orientação, deambulação e equilíbrio.
Como este medicamento tem poucos efeitos sobre os parâmetros
hemodinâmicos, desde que nas doses recomendadas, seu uso é particularmente
indicado em cirurgias cardíacas e em pacientes cardíacos.
Precauções: as injeções de etomidato só devem ser administradas por via
intravenosa. A indução com etomidato pode ser acompanhada de uma queda ligeira
e transitória da pressão sanguínea, devido à diminuição da resistência vascular
periférica, principalmente após administração prévia de outros agentes
hipotensores.
A anestesia com etomidato pode ser administrada a pacientes portadores de
epilepsia, glaucoma ou porfiria, ou com história de hipertermia maligna sem riscos
adicionais.
Interações medicamentosas de etomidato
Os sedativos podem potencializar o efeito hipnótico do etomidato. Pode ser
necessário adaptar a dose de etomidato se você ingerir bebidas alcoólicas ou
utilizar medicamentos regularmente, ou se você estiver tomando algum
medicamento que torna as reações mais lentas (por exemplo, medicamentos para
dormir, tranquilizantes, medicamentos para tratar doenças mentais).
Efeito dos outros medicamentos sobre etomidato
Tem sido relatada a redução da meia-vida terminal do etomidato para
aproximadamente 29 minutos após administração concomitante com alfentanila. O
uso concomitante de etomidato e alfentanila deve ser feito com cuidado, pois a
concentração de etomidato pode baixar a níveis inferiores ao limiar hipnótico.
A depuração plasmática total e o volume de distribuição do etomidato são
reduzidos por um fator de 2 a 3 sem alteração da meia-vida quando administrado
com a fentanila por via intravenosa (IV). Quando o etomidato é administrado
concomitantemente à fentanila IV, pode ser necessário reduzir a dose do etomidato.
A administração concomitante de etomidato e cetamina, aparentemente, não
tem efeitos significantes na concentração plasmática ou parâmetros
farmacocinéticos da cetamina e de seu principal metabólito, a norcetamina.

• Nitroprussiato de Sódio - Nipride: é um medicamento anti-hipertensivo que


tem como substância ativa o Nitroprusseto. Esse medicamento de uso injetável é
indicado para indivíduos que sofrem de pressão alta, uma vez que a ação do Nipride
tem efeito direto sobre o músculo liso das veias e artérias causando a
vasodilatação e diminuindo a pressão.
Nipride é utilizado para crises e emergências hipertensivas, PO (pós-
operatório) de cirurgia de grande porte, e ICC (insuficiência cardíaca congestiva).
Por outro lado, é contraindicado para hipertensão compensatória, quando há
coarctação da aorta, e não pode ser associado ao sildenafil, taladafil e vardenafil.
As reações adversas desse medicamento, é a hipotensão e intoxicação.
Solução Padrão → Soro glicosado 5% 248 ml + Nitroprussiato 50mg/2ml
(equivalente a 1 ampola).
Algumas medicações citadas acima nessa unidade são utilizadas no processo
de intubação do paciente, uma rotina muito comum dentro de uma Unidade de
Terapia Intensiva – UTI.
É importante para equipe de enfermagem ter o conhecimento deste processo,
pois é ela que vai atuar com o médico na hora de realizar a intubação.

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