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DIÁRIO DE APRENDIZADO

Local: HOSPITAL REGIONAL - Albert Sabin


Data: 14/07/2020
Prof.ª: Lucielle Lírio Nonnenmacher
Aluna: Raquel Medeiros Teixeira Kuster

DEFINIÇÃO DA ATIVIDADE

Administração De Drogas Vasoativas

1. Definição

A utilização de drogas vasoativas no suporte farmacológico de pacientes críticos,


baseia-se na otimização do débito cardíaco e do tônus vascular da circulação sistêmica e
pulmonar, com o objetivo principal de restabelecimento do fluxo sanguíneo regional para
órgãos vitais durante o choque circulatório (DA FONSECA, 2001. p.49).

O conhecimento referente aos efeitos desejáveis e adversos das drogas vasoativas é


fundamental para a equipe de enfermagem que atua em setores nos quais esses
fármacos costumam ser utilizados. Salienta-se seu uso em casos de adequação do
equilíbrio hemodinâmico, de reposição volêmica e da correção de distúrbios
hidroeletrolíticos e acidobásicos. As rápidas e potentes ações destas drogas
determinam mudanças importantes em padrões hemodinâmicos e respiratórios,
tornando-se necessária a utilização de monitorização contínua para aferir essas
alterações. A equipe de enfermagem deverá, portanto, conhecer as principais drogas
utilizadas, de modo a contribuir com a equipe de saúde na busca das condições
ideais para cada paciente e ou na suspensão de seu uso. O termo drogas vasoativas é
empregado às substâncias que apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares
ou cardíacos, direto ou indiretamente, atuando em pequenas doses e com respostas
dose-dependentes de efeito rápido e curto, através de receptores situados no

endotélio vascular (Dopaminérgicos, Beta 1, Beta 2, Alfa 1 e Alfa 2 )

( FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES”, 2017,


p.16).
2. Principais Drogas Vasoativas

As catecolaminas (noradrenalina, dopamina e dobutamina) são os agentes


simpatomiméticos mais utilizados em situações de emergência. Os efeitos das catecolaminas
variam de acordo com a dose utilizada, podendo estimular receptores alfa, beta e dopa.
Portanto, essas drogas são classificadas em: alfa-adrenérgica, beta-adrenérgica e
dopaminérgica ou mista, de acordo com o predomínio de receptores sensibilizados
(FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES”, 2017, p.16).

DOPAMINA

Mecanismo de ação: é inativada no meio gástrico, portanto só pode ser utilizada por via
endovenosa em administração contínua. Apresenta início e cessação de seus efeitos
praticamente imediatos, sua meia-vida é de 2 minutos. Os metabólicos são eliminados por via
renal.
Indicações: para pacientes com disfunção miocárdica e baixo débito cardíaco. Também é
indicada em situações nos quais os parâmetros hemodinâmicos estejam estáveis, porém com
oligúria persistente (efeito dopaminérgico). É utilizada nos casos de bradicardia sintomática
(após o uso de atropina sem sucesso), no bloqueio atrioventricular de segundo grau tipo II ou
terceiro grau que não responde ao tratamento com marca-passo transvenoso, no tratamento de
choque (IAM, cirurgia cardíaca, ICC descompensada e insuficiência renal) persistente depois
de reposição volêmica e nos casos de hipotensão [pressão arterial sistólica (PAS) inferior ou
igual a 70 a 100 mmhg] com sinais e sintomas de choque.

Dose: a diluição padrão é de cinco ampolas de dopamina em 200 ml de solução (soro


glicosado, fisiológico a 0,9%, ringer simples ou lactato). A dopamina é disponível na forma
de cloridrato de dopamina em ampolas de 50 a 200 mg da droga. Deve ser usada sempre
diluída e a dose administrada de acordo com o efeito desejado e indicado para cada paciente.

Cuidados de Enfermagem

a) Conhecer a ação farmacológica relacionada com a dose;


b) Não deve ser diluída com solução alcalina (bicarbonato de sódio);
c) Deve ser utilizada somente para uso endovenoso, preferencialmente via central;
d) Caso seja instalada em via periférica, atentar para que não haja extravasamento
tissular, porque poderá provocar intensa vasoconstrição local com necrose tecidual;
e) Diminuir o gotejamento lentamente até a suspensão do fármaco;
f) Utilizar sempre a droga em bomba de infusão;
g) Pode ser usada em pacientes hipovolêmicos, porém somente após a reposição de
volume;
h) Controle rigoroso de parâmetros hemodinâmicos e circulatórios.

Efeitos Colaterais: náuseas, vômitos, arritmias supraventriculares e ventriculares, hipotensão


arterial sistêmica, cefaleia e dispneia.

DOBUTAMINA

Mecanismo de ação: atua sobre o débito cardíaco, com resposta hemodinâmica dose-
dependente. Tem pouca ação na pressão arterial, no fluxo renal e coronário. Esta droga está
associada ao aumento da incidência de arritmia ventricular e mortalidade. Age
predominantemente sobre os receptores beta-1, com pouco efeito nos receptores alfa, beta-2
ou dopaminérgicos. O início de ação endovenosa é de 1 a 10 minutos, o seu pico de ação
ocorre entre 10 e 20 minutos, com meia-vida de 2 minutos. A excreção é renal, e o
metabolismo, hepático.
Indicação: pode ser usada associada à dopamina ou isoladamente em baixo débito, sem
hipotensão. É a droga de escolha para aumentar a contratibilidade miocárdica, ou seja,
melhorar a função ventricular e o desempenho cardíaco nos pacientes com ICC ou choque
cardiogênico, por exemplo.

Dose: o medicamento é disponível na forma de hidrocloridrato de dobutamina, em ampola de


20 ml com 250 mg da droga. Dilui-se uma ampola em 230 ml de solução (exceto solução
alcalina). A concentração final será de 1 mg/ml. A dose pode variar de 2 a 4 mcg/kg/min.

Cuidados de Enfermagem

a) Não infundir na mesma via endovenosa quando estiver recebendo furosemida,


heparina e penicilina;
b) Não administrar com solução alcalina (bicarbonato de sódio);
c) Conhecer a ação farmacológica relacionada com a dose;
d) Deve ser utilizado em via periférica, atentar para que não haja extravasamento tissular,
porque poderá provocar intensa vasoconstrição local com necrose tecidual;
e) Diminuir o gotejamento lentamente até a suspensão do fármaco;
f) Utilizar a droga sempre em bomba de infusão;
g) Pode ser usada em pacientes hipovolêmicos, porém somente após reposição de
volume;
h) Controle rigoroso de parâmetros hemodinâmicos e circulatórios.

Efeitos colaterais: aumento da FC, elevação da PA, extras sístoles ventriculares, palpitação,
febre, cefaleia, parestesia, náuseas, sudorese, flebite e dispneia.

NORADRENALINA

Mecanismo de ação: é um potente vasoconstritor visceral e renal, tem ação vasoconstritora


sobre a rede vascular (sistêmica e pulmonar). Dependendo da dose utilizada provoca aumento
do volume sistólico, diminuição reflexa da frequência cardíaca e importante vasoconstrição
periférica (com elevação da PA). Sua degradação é hepática, e a excreção renal. A ação
endovenosa é rápida, com duração limitada.

Indicação: na elevação da PA de pacientes sépticos, hipotensos e que não respondem à


administração de volume e outras drogas vasoativas. É utilizada no pós operatório imediato de
cirurgia cardíaca quando existe síndrome vasoplégica.

Dose: habitualmente utiliza-se cinco ampolas (4 mg/ampola) diluídas em 250 ml de solução


(soro glicosado ou fisiológico). A concentração final será de 1 mg/ml (4 ml). Inicia-se com
dose de 0,5 mcg/kg/min, podendo atingir até 30 mcg/min. Deve ser administrada por via
endovenosa, central.
Cuidados de Enfermagem
a) Conhecer a ação farmacológica relacionada com a dose;
b) Não deve ser diluída com solução alcalina (bicarbonato de sódio);
c) Deve ser utilizada somente para uso endovenoso, preferencialmente via central;
d) Caso seja instalada em via periférica, atentar para que não haja extravasamento
tissular, porque poderá provocar intensa vasoconstrição local com necrose tecidual;
a) Diminuir o gotejamento lentamente até a suspensão do fármaco;
e) Utilizar sempre a droga em bomba de infusão;
f) Pode ser usada em paciente hipovolêmico, porém somente após a reposição de
volume;
g) Controle rigoroso de parâmetros hemodinâmicos e circulatórios;
h) Preferencialmente, não deve ser usada em veia periférica, devido ao risco elevado de
necrose tecidual;
i) A infusão deve ser efetuada em veia de grosso calibre e o sítio de inserção deve ser
avaliado constantemente, evitando-se extravasamento da droga;
j) Se ocorrer extravasamento, deve-se infiltrar a área com 5 a 10 mg de fentalamina em
10 a 15 ml de soro fisiológico;
k) Deve-se evitar a administração desta droga em grávidas, devido ao efeito contrátil
sobre o útero gravídico;
l) Utilizar sempre a infusão do medicamento em bomba de infusão;
m) Não deve ser usado em paciente com hipovolemia e arteriopatia periférica,
mesentérica ou cerebral.
Efeitos Colaterais: tremores, ansiedade, náuseas, hemorragias cerebral, aumento do consumo
de O2, insuficiência renal, isquemia de extremidades ou visceral, aumento da resistência
vascular pulmonar, bradicardia reflexa em doses elevadas, cefaleia, arritmia, necrose de pele
(quando houver extravasamento) e dispneia.

AMIODARONA

Mecanismo de Ação

A amiodarona é um antiarrítmico da classe III, que tem a capacidade de prolongar a


duração do potencial de ação ao nível do miocárdio ventricular e atrial.
Adicionalmente tem ainda uma fraca ação bloqueadora não competitiva a nível
adrenérgico simpático.
Os efeitos dos antiarrítmicos da classe III são provavelmente bastante heterogéneos
eles estão em geral associados com o prolongamento da duração do potencial de ação, e com
o correspondente prolongamento do período refratário ao nível dos tecidos do miocárdio.
No caso da amiodarona, o prolongamento da duração do potencial de ação é bastante
mais uniforme do que o observado nos outros antiarrítmicos da classe III.
Uma ação local ao nível dos tecidos, envolvendo as hormonas da tiroide e o teor em
iodo pode ser relevante, dado que outros compostos análogos não evidenciam as mesmas
propriedades antiarrítmicas.

Indicação
Taquicardia atrial, flutter atrial, fibrilação atrial, reentrada nodal AV e reentrada AV,
taquicardia e fibrilação ventricular.

Cuidados Da Enfermagem

a) Monitorar sinais de hipotensão constantemente;


b) Auxiliar na deambulação devido à tontura;
c) Sinais de flebite podem estar associados a infusão periférica, principalmente em
concentrações acima de 3 mg/mL (preferir acesso central). Podem ocorrer reações de
fotossensibilidade.
APRENDIZAGEM A PARTIR DA ATIVIDADE: (o que você enquanto acadêmico
aprendeu mediante a atividade solicitada. etc.. O que você quanto acadêmico aproveitou do
conteúdo solicitado no trabalho).

No setor da emergência, a maior parte dos pacientes que dão entrada necessita logo de
início medidas farmacológicas para aliviar, conter, diferentes sintomas clínicos ou até poderia
dizer evitar morte imediata resultante de falecimento dos órgãos, instabilidade acidobásico ou
choques circulatórios.
Assim sendo, mediante tais situações a conquista do sucesso terapêutico exige além
das competências técnicas e diagnósticas, a de desempenhar bem a terapêutica farmacológica,
pois sem duvida isto é e foi responsável pela a melhora de muitas vidas, mas pode ter sido
também pela morte de muitos pacientes principalmente quando o profissional não tem muito
conhecimento a respeito das reações adversas dos medicamentos, das interações
medicamentosas.
Desta forma, a administração de medicamentos é um dos procedimentos de trabalho
mais complexos e um dos mais importantes neste setor, pois interage com diversas fases e
compromete diferentes profissionais como (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, técnicos e
auxiliares de enfermagem).
Portanto no habitual a prática de manipular com segurança a terapia farmacológica
precisa ser compartilhada entre a equipe para que conhecimentos distintos possam ser capazes
de acrescentar informações atuando de maneira que venha completar ou complementar a ação
que viabiliza um atendimento rápido e eficiente ao paciente.
APROFUNDAMENTO DA APRENDIZAGEM: (Aqui deve ser colocado algo além da
pesquisa que o professor solicitou que faça parte do contexto do trabalho porem não foi
solicitado. EX: algum exame especifico, curiosidade , tecnologias relacionadas. Todo
conteúdo do trabalho deve conter citação com a referência)

Dobutamina

Dobutamina é uma catecolamina sintética, formulada como uma mistura racêmica


com isômeros (-) alfaagonistas e (+) beta-agonistas, que exerce efeito predominante em
receptores beta-adrenérgicos, promovendo aumento do débito cardíaco e redução nas pressões
de enchimento ventricular, no modelo dose-dependente (DA FONSECA, 2001. p.50).
Deve ser reservada para o tratamento de pacientes em choque cardiogênico, isolada ou
em associação a dopamina ou noradrenalina, sendo, estas duas últimas, drogas utilizadas na
vigência de hipotensão refratária. Em pacientes com choque cardiogênico e hipotensão,
quando não é possível utilizar outros agentes, o emprego de dobutamina, por não induzir á
hipotensão adicional, é opção inicial de escolha. Tão logo o paciente esteja estabilizado, o
desmame de dobutamina deve ser iniciado. As doses utilizadas de dobutamina são de 2 – 20
mcg/kg/min, em infusão contínua. Taquifilaxia é esperada após 48h de infusão. O principal
efeito colateral é taquicardia, mas cuidados devem ser tomados quanto ao desencadeamento
de arritmias ventriculares e/ou fibrilação atrial, dois efeitos adversos comuns (VILAS-BOAS,
2004, p.03).

REFERÊNCIAS

DA FONSECA, Júlio Cesar L. Drogas vasoativas - Uso Racional. Rev SOCERJ Vol. XIV Nº
2, 2001.
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES”. Farmacologia em Urgência e
Emergência. Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes” Curso de Habilitação Profissional de
Técnico em Enfermagem. MÓDULO III Tatuí-SP 2017.

VILAS-BOAS, Fábio. Emprego De Drogas Vasoativas No Manejo Da Insuficiência


Cardíaca Descompensada. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul - Ano
XIII nº 03 Set/Out/Nov/Dez 2004.

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