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Anestésicos Gerais e

Anestésicos Locais
NOÇÕES DE
FARMACOLOGIA
PROFA: MA. CRISTIANNE
TEIXEIRA CARNEIRO.
ANESTESIA GERAL
 Esse tipo de anestesia é administrado em cirurgias de grande
porte.
Cabeça
Pescoço
Gastroplastia
ANESTÉSICOS GERAIS
O que são?
 Medicamentos que causam perda da sensibilidade em todo o
corpo através da interrupção de todos os impulsos sensoriais
para o encéfalo, causando assim inconsciência.
ANESTÉSICOS GERAIS
São administrados mais comumente por inalação, embora alguns,
como o pentotal sódico, sejam administrados por via IV.
 Os estágios da anestesia fornecem orientações acerca do nível ou
da profundidade da anestesia.
ESTÁGIOS DA ANESTESIA
I. Analgesia
II. Delírio
III. Anestesia Cirúrgica
IV. Depressão Bulbar
ESTÁGIOS DA ANESTESIA
I. Analgesia
Começa quando o anestésico é administrado e dura até a perda da
consciência.
É caracterizado por analgesia, euforia, distorções da percepção e
amnésia.
ESTÁGIOS DA ANESTESIA
II. Delírio
Começa com a perda da consciência e estende-se até o início da
anestesia cirúrgica.
Pode haver excitação e atividade muscular involuntária. Há aumento do
tônus da musculatura esquelética, a respiração é irregular e pode haver
hipertensão e taquircardia.
ESTÁGIOS DA ANESTESIA
III. Anestesia Cirúrgica
Dura até cessar a respiração espontânea.
É dividido ainda em quatro planos com base na respiração, no
tamanho das pupilas, nas características dos reflexos e nos
movimentos oculares.
ESTÁGIOS DA ANESTESIA
IV. Depressão Bulbar
Começa com a cessação da respiração e termina com colapso
circulatório. As pupilas estão fixas e dilatadas, e não há reflexos
palpebrais ou corneanos.
ANESTÉSICOS GERAIS
Anestésicos Voláteis

Éter vinílico (Vinethene)


Indicações: grandes procedimentos.

Metoxiflurano (Penthrane)
Indicações: obstetrícia, pequenos procedimentos.

Óxido nitroso
 Indicações: Pequenos procedimentos.
ANESTÉSICOS GERAIS
Administrados por via IV

Cloridrato de midazolam (Versed)


Indicações: sedação anestésica para pequenos procedimentos.

Cloridrato de quetamina (Ketalar)


Indicações: obstetrícia, pequenos procedimentos.

Diazepam (Valium)
 Indicações: anticonvulsivante, auxiliar da indução, medicação pré-operatória

Tiopental sódico (Pentothal)


Indicações: pequenos procedimentos, ou para facilitar a indução com anestésicos voláteis.
ANESTESIA LOCAL
 Empregada em procedimentos menores nos quais o local cirúrgico é
infiltrado com um anestésico local, como lidocaína ou bupivacaína.
 Esse tipo de anestesia não envolve perda da consciência e depressão
das funções vitais, produzindo perda da sensibilidade temporária,
causada pela inibição da condução nervosa.
ANESTÉSICOS LOCAIS
 Não são depressores centrais.
 Na verdade, os anestésicos locais interferem na condução nervosa
de uma área do corpo para o SNC. Dessa forma, interferem na
percepção da dor pelo SNC.
ANESTÉSICOS LOCAIS
Cloridrato de Lidocaína (Xylocaine)
Indicações: bloqueio nervoso local.

Cloridrato de cloroprocaína (Nesacaine)


Indicações: bloqueio nervoso peridural, caudal, local.
BLOQUEIO DE NERVOS
PERIFÉRICOS
 Através da administração de medicamentos obtemos anestesia de
algumas áreas do corpo.

O anestesiologista administra o anestésico apenas ao redor dos nervos que


irão para o local da cirurgia a ser realizada.
Por exemplo, cirurgias sobre a mão podem ser realizadas com bloqueios
dos nervos que inervam a mão, através da administração de anestésicos
próximos a estes, na altura da axila ou do pescoço.
Não esqueça que o cloridrato de
lidocaína pode ser usado para:
ANESTESIA PERIDURAL/RAQUIATESIA
 Na epidural o anestésico é administrado no espaço peridural. Neste caso não há
perfuração da duramater e nem perda liquorica.
 O bloqueio é produzido nas fibras sensoriais, espinhais e também nas fibras
nervosas, podendo ser parcialmente bloqueadas.
ANESTESIA
PERIDURAL/RAQUIATESIA
 Na raquianestesia, o medicamento é geralmente administrado ao nível da coluna lombar, obtida pelo
bloqueio dos nervos espinhais do espaço subaracnóide.
 O anestésico é depositado junto ao líquor, ocorrendo perfuração da duramater.
 As diferenças entre raqui e peridural, são as quantidades totais de anestésicos, o local onde cada
anestésico é administrado e o tipo de agulha utilizada.
MEDICAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIO
 O objetivo da medicação é sedar o paciente para diminuir a ansiedade.

 Pode ser:
 Hipnótico: midazolan
 Ansiolíticos: alprazolan, olcadil, clonazepan, diazepam.
Morfina (analgésico entorpecente),tramadol (analgésico entorpecente), propofol
(anestésico geral).
 Antieméticos: Dramim, bromoprida.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Drogas que atuam no sistema circulatório

DROGAS INOTRÓPICAS,
INIBIDORES DA ECA,
ANTAGONISTAS DO RECEPTOR DA ANGIOTENSINA II,
Vocês lembram do sistema
circulatório?
 Inclui o coração e todos os vasos sanguíneos.
Medicamentos cardiovasculares podem afetar:

1. Frequência cardíaca
2. Ritmo cardíaco
3. A quantidade de sangue ejetado
4. A força de contração
Quando uma pessoa está saudável, como o coração faz o
sangue circular?

 O sangue circula sem dificuldades.


 Não permite o acúmulo de uma quantidade anormal de sangue
nas veias do corpo, nas câmaras cardíacas ou nos pulmões.
 A velocidade do fluxo é suficiente para produzir uma pressão
normal nas artérias sistêmicas e nas veias do leito vascular
pulmonar.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
 Significa que o coração, por qualquer razão, não está fazendo o sangue circular em
um fluxo satisfatório.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
 Um coração doente pode ter essa deficiência a tal ponto que é
incapaz de deslocar o sangue satisfatoriamente.
 Se este defeito for moderado, pode ocorrer apenas durante o
exercício físico.
Se, por uma deficiência mecânica (como insuficiência ou estenose
valvar), o coração não puder aumentar seu débito para atender às
demandas dos músculos, o corpo sofrerá pela inadequação.
Alterações que podem ocorrer durante o período de
insuficiência cardíaca:
 Os capilares e todas as veias contêm quantidade de sangue acima
do normal.
 A pressão hidrostática é acima do normal nestas áreas, forçando
a passagem de líquidos para os pulmões e os tecidos corporais.
 O sangue na periferia retém mais dióxido de carbono e resíduos.
 O sangue tem menos oxigênio combinado à hemoglobina.
 A respiração nos pulmões pode ser tão reduzida que o sangue
bombeado para a aorta pode conter mais dióxido de carbono e
menos oxigênio que deveria.
 Cianose.
 Edema.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
 Várias classes de fármacos são usadas no tratamento
da insuficiência cardíaca, frequentemente em
associação.
 Um fármaco inotrópico como a digoxina pode ser
associado a um inibidor da ECA, a um beta-bloqueador
e/ou a um diurético.
Drogas Inotrópicas
(aumentam a contratilidade cardíaca)
 O digital foi o primeiro fármaco inotrópico identificado e usado. Sua
folha bruta não é mais usada devido a problemas com sua
padronização.
 Atualmente, é usada exclusivamente sua forma sintética, a digoxina.
Drogas Inotrópicas
Digoxina (Lanoxin)
 A ação mais importante do digital no coração é o fortalecimento da
musculatura cardíaca. As fibras digitalizadas contraem-se com mais
vigor e permitem um esvaziamento mais completo do coração. O
resultado é o aumento da quantidade de sangue propelido a cada
contração ventricular.
 A eficiência do coração também melhora com a diminuição da
frequência de contração. Este é um efeito desejado, mas na
superdosagem a redução excessiva da frequência cardíaca torna-se
indesejada.
Drogas Inotrópicas
Digoxina (Lanoxin)
 A dose de digoxina deve ser ajustada de forma que o pulso
permaneça na faixa normal de 60 a 80 batimentos por minuto.
 Doses excessivas de digitálicos diminuem ainda mais a frequência
cardíaca; portanto o pulso sempre deve ser verificado antes da
administração de uma dose.
Drogas Inotrópicas
Digoxina (Lanoxin)
 Efeitos colaterais que alertam para o início de uma superdosagem de
digoxina:

 Náuseas, vômitos e distúrbios visuais (os objetos parecem ser mais brilhantes
do que realmente são; objetos verdes podem parecer quase brancos).
 Neste ponto, geralmente a dose de digital é reduzida ou sua utilização é suspensa
por alguns dias.
 Uma dose letal de digital causa morte por parada cardíaca.
 O antídoto para intoxicação por digoxina é a digoxina imune Fab (fragmentos de
ligação a antígeno).
Drogas Inotrópicas
Cloridrato de dopamina (Intropin)
Cardiotônico não-digitálico
 A dopamina exerce um efeito inotrópico sobre o miocárdio, acompanhado
por aumento do fluxo sanguíneo renal e da excreção de sódio.
 Os efeitos adversos incluem angina, hipotensão, arritmias, taquicardia,
cefaleia, vasoconstricção, bradicardia e hipertensão.
Principais classes de medicamentos
utilizadas no tratamento da hipertensão:
1) Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA):
– Captopril (Capoten®, Capotril®, Catoprol®, Capril®, Hipotensil®)
– Cilazapril (Vascase®, Cardiopril®, Inibace®)
– Enalapril (Renitec®, Eupressin®, Pressotec®, Vasopril®, Atens®, Enaprotec®,
Angiopril®)
– Lisinopril (Zestril®, Prinivil®, Ecapril®, Lipril®)
– Perindopril (Coversyl®)
– Ramipril (Triatec®, Verzatec®)
– Trandolapril (Gopten®, Odrik®)
Principais classes de medicamentos
utilizadas no tratamento da hipertensão:
2) Antagonistas do receptor da angiotensina II (ARA II):
– Candesartana (Atacand®, Blopress®)
– Irbesartana (Ávapro®, Aprovel®)
– Losartana (Aradois®, Cozaar®, Losartec®, Losatal®, Redupress®, Zartens®)
– Olmesartana (Olsar®, Olmetec®)
– Telmisartana (Micardis®, Pritor®)
– Valsartana (Diovan®, Tareg®)
IECA e ARA II
Objetivo
Impedir a ação de um hormônio chamado angiotensina II.
O enalapril impede a sua formação, enquanto que o losartan impede o
seu funcionamento.
E qual é a ação da angiotensina II?
 Está no controle da pressão arterial.
 Este hormônio quando presente, liga-se as paredes dos vasos e faz
com que estes se contraiam, provocando assim um aumento da pressão
arterial.
A angiotensina II também age nos rins, estimulando uma maior
absorção de sódio (sal), o que também acaba por colaborar para o
aumento da pressão arterial.

Portanto, se a angiotensina II é um hormônio que causa aumento da pressão,


impedir a sua produção, ou impedir que ela se ligue nos vasos, é uma boa
estratégia para impedir a hipertensão.
O problema...
 Nem todos os pacientes com pressão alta têm angiotensina II
elevada.
Nestes casos, se a angiotensina II já encontra-se em níveis baixos,
baixá-la ainda mais causa pouca melhora na pressão arterial.
Esta informação é importante porque sabe-se que os negros
costumam ter uma hipertensão com níveis baixos de angiotensina II.
Ou seja, neste grupo, os IECA e ARA II não são a classe mais efetiva.
Outras indicações do enalapril e
losartan além da hipertensão arterial:
 Outras patologias, principalmente doenças cardíacas e renais.

Doenças renais –
• Os IECA e ARA II diminuem a incidência de lesão renal causada pela
hipertensão.
• Quando comparadas com outras classes de drogas que também reduzem a
pressão de modo equivalente, os pacientes que usavam ARA II ou IECA
apresentavam menos lesões renais, o que mostra que seu efeito de proteção dos
rins não está relacionado somente com sua ação anti-hipertensiva.
• Este achado tornou estas duas classes as mais indicadas para doentes com
hipertensão e insuficiência renal.
 O enalapril e o losartan também apresentam a capacidade de
reduzir a proteinúria. A redução da proteinúria retarda a perda de
função renal, principalmente em pacientes com diabetes.

 Portanto, na hora de se escolher o anti-hipertensivo ideal, se o


paciente apresentar diabetes, proteinúria, insuficiência renal,
insuficiência cardíaca, hipertrofia do ventrículo esquerdo, angina
ou passado de infarto, o IECA ou o ARA II devem ser a primeira
opção.

 Para uma melhor eficácia do enalapril e do losartan, o paciente


precisa reduzir o consumo de sal, uma vez que esta substância é
capaz de cortar o efeitos destas drogas.
Efeitos colaterais do enalapril e
do losartan:
a) Hipotensão
 Os IECA e ARA II costumam causar a chamada hipotensão da primeira
dose, que surge logo após a primeira vez que o paciente toma a droga.
Este efeito é particularmente comum em idosos e pode ser contornado
iniciando-se o tratamento com uma dosagem bem baixa, elevando-a
progressivamente ao longo dos dias.
Efeitos colaterais do enalapril e
do losartan:
b) Piora da função renal

Apesar do enalapril e do losartan serem drogas benéficas para os rins, nos


primeiros dias de uso é possível haver uma piora da função renal, caracterizada pela
elevação da creatinina. Esta piora é transitória em 99% dos casos, não sendo motivo
para suspensão do tratamento, mesmo nos pacientes com insuficiência renal crônica.

 Não se deve usar IECA ou ARA II em doentes com insuficiência renal AGUDA,
porém, à princípio, na insuficiência renal CRÔNICA eles não só podem, como devem
ser usados sempre que possível.
Efeitos colaterais do enalapril e
do losartan:
c) Aumento do potássio

 Um dos efeitos da angiotensina II é aumentar a excreção de potássio pelos rins. Quando


este hormônio é bloqueado pelo enalapril ou losartan, uma das consequências possíveis é a
hipercalemia.
 Este efeito colateral ocorre em menos de 3% dos casos, porém, são mais comuns em
pacientes com insuficiência renal e insuficiência cardíaca, duas indicações para o uso desta
classe de anti-hipertensivos.

 Níveis de potássio elevados são perigosos pois podem levar a arritmias cardíacas graves.
Todo paciente que usa IECA ou ARA II deve ter seu potássio monitorizado com alguma
frequência. O uso concomitante de anti-inflamatórios aumenta o risco de hipercalemia.
Efeitos colaterais do enalapril e
do losartan:
d) Tosse

A tosse é um dos efeitos colaterais que ocorrem com frequência com o enalapril e outros
IECA, mas não com os ARA II. A tosse do enalapril (ou de qualquer outro IECA) apresenta
algumas características:

– Tosse seca, com sensação de algo incomodando na garganta.


– Costuma começar após 1 semana de uso e melhora após 4 dias da sua interrupção. Lembrem-
se que isso são médias. Existem casos de tosse iniciada somente após 6 meses de uso, ou que
demoram mais de 1 mês para desaparecer após suspensão da droga
– Não adianta trocar um IECA por outro (enalapril por captopril, por exemplo), mas a troca
por um ARA II costuma funcionar.
Efeitos colaterais do enalapril e
do losartan:
e) Angioedema e anafilaxia
 Angioedema e o choque anafilático são complicações graves do uso de IECA, porém, são
raros, acontecendo em aproximadamente 0,3% dos pacientes.
 O angioedema também pode ocorrer com ARA II, mas é ainda mais incomum do que com os
IECA, ocorrendo em 0,1% dos casos.
Efeitos colaterais do enalapril e
do losartan:
f) Gravidez

Tanto os IECA como os ARA II são contra-indicados na gravidez por estarem associados a
má-formação fetal

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