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DEMÊNCIA
Frente a uma paciente como acima descrita, quais escalas e testes presentes na avaliação
geriátrica ampla que você aplicaria e quais resultados esperaria?
Aplicaria escalas de avaliação de depressão (Yesavage), de funcionalidade (AVD por Barthel e AIVD por
Lawton), da cognição (Minimental, teste do relógio ou fluência verbal), avaliação de distúrbios de
comportamento.
Esperaria encontrar dependência funcional importante. Poderia encontrar resultado positivo para depressão
ou demência.
Definição: As síndromes demenciais são caracterizadas pela presença de déficit progressivo no domínio
cognitivo, com maior ênfase na perda de memória, e interferência nas atividades sociais e ocupacionais
(funcionais). De acordo com a Sílvia, o diagnóstico das demências é feito através da avaliação da tríade:
A – AVD/AIVD
B – Behavior (comportamento)
C – Cognition
Tipos de demência:
Primária x Secundária
Primária – é o grupo das chamadas doenças neurodegenerativas, de etiologia ainda não conhecida. Inclui:
Diagnóstico: É essencialmente clínico, através da análise da tríade (ABC) pelos testes da Avaliação
Geriátrica Ampla, assistido por neuroimagem e exames laboratoriais, com a finalidade de afastar causas
reversíveis, como depressão, efeitos colaterais de medicamentos e deficiência de B12.
Reversível x Irreversível
Reversível - são causas raras de demência. Entretanto, são importantes do ponto de vista diagnóstico, pois o
tratamento adequado pode reverter o declínio cognitivo.
1. Doença de Alzheimer
Diagnóstico - Os eventos patológicos marcantes são os corpúsculos de Lewy, que são inclusões
intracitoplasmáticas eosinofílicas hialinas, encontrados geralmente no córtex cerebral e no tronco encefálico.
As catacterísticas
Apresentação Clínica - A DFT tem início seletivo nos lobos frontais e temporais anteriores e os
pacientes nos estágios iniciais da doença mostram discreto comprometimento da memória episódica, mas
exibem importantes alterações comportamentais (Rosen et al., 2002). Tais alterações incluem mudanças
precoces na conduta social, desinibição, rigidez e inflexibilidade mentais, hiperoralidade, comportamento
estereotipado e perseverante, exploração incontida de objetos no ambiente, distraibilidade, impulsividade,
falta de persistência e perda precoce da crítica. Na DFT os prejuízos cognitivos começam tipicamente nas
funções executivas. Os déficits mais característicos da DA envolvem a memória episódica, refletindo o
prejuízo funcional nas áreas cerebrais mais susceptíveis à patologia da DA (lobo temporal médio).
Diagnóstico – Os critérios diagnósticos para demência frontotemporal, propostos pelos grupos de Lund e
Manchester.
Demências secundárias
1. Hidrocefalia de pressão normal - caracteriza-se pela tríade clássica: demência, ataxia e incontinência
urinária. Pode ser idiopática ou secundária a condições que interfiram na absorção liquórica, como
meningite ou hemorragia subaracnóide. A demência é freqüentemente leve e de início insidioso, e é
tipicamente precedida por distúrbio de marcha e incontinência urinária. A deterioração da memória é
comum, mas o aparecimento de apraxia e agnosia é incomum.
2. Deficiência de B12 - A demência é caracterizada por disfunção cognitiva global, lentificação mental,
perda de memória e dificuldade de concentração.
3. Pelagra - Manifesta-se por diarréia, glossite, anemia e lesões cutâneas eritematosas. Pode produzir
demência, psicose, estados confusionais, sinais cerebelares e extrapiramidais, polineuropatia e neuropatia
óptica.
4. Demência vascular – Constituem a segunda maior causa de demência. Três elementos são
fundamentais: síndrome demencial, doença cerebrovascular e relação temporal razoável entre ambas: início
da demência dentro de três meses após um AVC reconhecido; deterioração abrupta das funções cognitivas;
ou flutuações, progressão em “degraus” dos déficits cognitivos. O início é súbito, seguido por um curso
flutuante e gradativo caracterizado por rápidas alterações no funcionamento, em vez de progressão lenta.
Tomografia computadorizada de crânio e imagem por RM geralmente evidenciam múltiplas lesões
vasculares do córtex cerebral e estruturas subcorticais.
Tratamento Principal
Nos pacientes com demência em consequência de depressão, evitar o uso dos antidepressivos tricíclicos
devido ao efeito anticolinérgico dos mesmos.
Transtorno em que o idoso apresenta queixas de perda de memória, mas não preenche os requisitos para
demência. Nenhum dos sintomas tem gravidade suficiente para demência ou delirium.
Critérios diagnósticos:
Não há terapia medicamentosa para TCL. A reabilitação é essencialmente cognitiva. 20% dos TCL não
tratados evoluem para demência durante 1 ano. Não há tratamento farmacológico que evite a evolução de
TCL para demência.
Tipos:
Testes diagnósticos:
• MEEM
• Teste do relógio
• Subteste da escala Weschler
• Teste de aprendizagem áudio-verbal de Rey
• Stroop
• Trail Making Test e fluência verbal
Como diagnosticar o transtorno depressivo em idosos e como ele se manifesta nesse grupo
etário? Quais as principais classes de antidepressivos?
Fisiopatologia: existem dados sugestivos de que alterações no sistema de neurotransmissores podem ocorrer
como consequência de mudanças no número, assim como na sensibilidade dos neuroceptores pré e pós-
sinápticos no SNC, sem que haja alteração na quantidade do neurotransmissor.
Diagnóstico: é essencialmente clínico, devendo ser dada ênfase à história clínica atual e pregressa,
incluindo a história psiquiátrica do próprio paciente e de seus familiares e ideação suicida, uso de
medicamentos, funcionalidade, avaliação psicológica (eventos estressores), cognitiva e social, inserções
laborativas, de lazer, suporte social/familiar, rede de relacionamentos e estrutura econômica.
Subtipos:
• Síndrome da depressão – disfunção executiva, retardo psicomotor, redução no interesse, dano nas
AIVD, insight limitado e sinais vegetativos. Requer acompanhamento muito intenso.
• Depressão psicótica – mais frequente em idosos, associa-se a alucinações e/ou delírios (culpa,
hipocondria, niilismo, persecutório e de ciúmes), com risco de auto-lesão.
• Depressão melancólica – incapacidade de reagir a estímulos positivos, piora do humor pela manhã,
sentimento de culpa excessivo, despertar precoce, perda de apetite ou peso.
Tratamento da depressão: a escolha do fármaco para o tratamento deve estar baseada no perfil dos efeitos
colaterais, na interação com outras substâncias, concomitantemente avalia-se a qualidade dos sintomas e a
presença de comorbidades.
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS): é a classe de fármacos mais utilizada para o
tratamento de depressão em idosos, devido a menor possibilidade de efeitos colaterais.
Efeitos colaterais – quando surgem, estão relacionados ao efeito da serotonina em outros locais que
não as vias relacionadas ao processo de desenvolvimento da depressão, no qual agem terapeuticamente.
Ocorre hiponatremia por secreção inapropriada de ADH, tremor e diarreia. Instabilidade postural por
depleção da reserva de sódio.
Exemplos – citalopram, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina.
Fatores de risco: sexo masculino, idade avançada, incapacidade cognitiva prévia, história prévia de
delirium, doença grave associada ou não a comorbidades, desnutrição, desidratação, baixa acuidade visual
e auditiva e polifarmácia, em especial anticolinérgicos, sedativos, anti-histamínicos e narcóticos.
Diagnóstico: envolve duas etapas essenciais: estabelecer o diagnóstico sindrômico e determinar a sua
etiologia.
• Sindrômico - realizado com base na história, exame físico e pela aplicação dos critérios diagnósticos
específicos, que podem ser realizados por instrumentos de avaliação, como, por exemplo, o CAM
(Confusion Assessment Method).
• Etiológico - feito a partir de uma investigação clínica e laboratorial. São solicitados, habitualmente,
hemograma, exames bioquímicos, análise de urina, culturas e raios X de tórax, na investigação de
condições comuns que podem desencadear o delirium, que são os distúrbios metabólicos,
hidreletrolíticos e os processos infecciosos. Todos os fármacos, especialmente os que têm ação
anticolinérgica, devem ser considerados como fatores etiológicos potenciais
• Suporte: visa corrigir condições frequentes encontradas em pacientes idosos com delirium, como
desidratação, desequilíbrio hidreletrolítico, desnutrição, úlceras de pressão, aspiração, entre outras
complicações da imobilidade. Esta terapêutica envolve a participação de diversos profissionais e
deve ser iniciada precocemente.