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Homem, 62 anos, bancário. Doente com manutenção do estado habitual de saúde até ontem,
por volta das 22h, altura em que, quando se levantou para ir à casa de banho à noite,
apresentou subitamente, perda de força muscular à direita, com queda subsequente. Sem
perda de consciência. O doente tentou levantar-se do chão, mas não conseguiu, tentou chamar
pela esposa, mas só conseguia dizer sílabas soltas e algumas palavras desajustadas. A esposa,
ouvindo um estrondo, encontrou o marido caído no chão. Acionaram o INEM, que depois
transportou o doente até ao hospital. A esposa conta que o doente terá queixado de dores de
cabeça naquela tarde, e sensação de visão turva.
Medicação habitual:
● Pravastatina – 40mg, 1cp/dia;
● Lisinopril – 20mg, 1cp/dia;
● Bisoprolol – 5mg, 1cp/dia;
● AAS – 100mg/dia;
● Lasix – 40mg, 1cp/dia;
● Spiriva – 1 inalação/dia.
Exame objetivo:
Doente vígil e consciente; pouco colaborante. Afásico (afasia motora). Com paresia facial
central direita. Sem outras alterações dos pares cranianos. Diminuição da sensibilidade na
hemiface direita. Hemiparesia grau II à direita. Parestesias ao nível do membro inferior direito.
Sinal de Babinski à direita. TA = 189/80 mmHg; FC = 80 bpm; FR = 14cpm; apirético. SatO2 =
90%; AC normal. AP normal. Abdómen sem alterações de relevo. Sem outras alterações.
Questões:
Sinais e sintomas:
● Perda de força muscular à direita;
● Visão turva;
● Dislipidemia mista;
● Insuficiência cardíaca congestiva classe II de NYHA (Leve – atividade física comum
provoca fadiga, dispneia palpitação ou angina);
● Doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) por enfisema pulmonar;
● Afásico (perda parcial ou total da fala);
● Paresia facial central à direita / Diminuição da sensibilidade na hemiface direita /
Hemiparesia grau II à direita;
● Parestesias (sensação de dormência e formigueiro) ao nível do membro inferior direito;
● Sinal de Babinski (reflexo plantar patológico que em adultos indica lesão neurológica) à
direita;
● Hipertensão grau III (grave) 189/80 mmHg;
● Saturação O2 90% baixo (normal 95-99%).
O sangue é fornecido para o cérebro por meio de dois pares de grandes artérias:
● As artérias carótidas internas, que levam o sangue do coração ao longo da frente do
pescoço;
● As artérias vertebrais, que levam o sangue do coração ao longo da parte de trás do
pescoço.
Um acidente vascular cerebral isquémico normalmente resulta de obstrução de uma
artéria que supre sangue para o cérebro, mais comumente um ramo de uma das artérias
carótidas internas. Consequentemente, as células do cérebro ficam privadas de sangue. A
maioria das células cerebrais morre se for privada de sangue por 4,5 horas. Normalmente, as
obstruções são coágulos sanguíneos (trombos) ou pedaços de depósitos de gordura (ateromas,
ou placas) devido à aterosclerose.
Acidentes isquémicos transitórios resultam numa alteração da função cerebral que,
normalmente, dura menos de uma hora e é causada por um bloqueio temporário do
fornecimento de sangue ao cérebro. Diferem de acidentes vasculares cerebrais isquémicos,
pois os sintomas geralmente se resolvem em uma hora e nenhuma lesão cerebral permanente
ocorre.
Caso 2
Homem, 82 anos, ex-agricultor, reformado. Doente com manutenção do estado habitual de
saúde até há cerca de 1 ano, altura em que o neto terá notado tremor exagerado da mão
direita, sobretudo quando estava parado ou quando tentava apontar o dedo numa dada
direção. Durante o sono o doente deixava de ter esse tremor. Entretanto, a marcha foi-se
tornando difícil, com decomposição de movimentos e dificuldade no início da mesma, dando
passos muito curtos e rápidos. Os reflexos foram-se tornando progressivamente mais lentos e a
voz foi ficando arrastada. Nas últimas semanas o doente terá tido várias quedas no domicílio
por tropeçar nos tapetes, na sequência da rigidez articular que entretanto se foi instalando. O
raciocínio do paciente também se foi tornando progressivamente mais lento, mantendo,
contudo, as funções cognitivas superiores preservadas. Pelo facto da clínica se tornar cada vez
mais debilitante, o neto levou o doente ao médico.
História familiar:
Sem história de doenças de padrão familiar ou carácter genético.
Exame objetivo:
● Doente vígil, consciente, colaborante, orientado; corado e hidratado; sem cianose;
anictérico. Sem sinais de dificuldade respiratória. Postura rígida, com inclinação do
tronco para a frente;
● Tremor da mão direita como se estivesse a “contar dinheiro”. Passos curtos e rápidos,
alternando com passos mais largos e difíceis de iniciar;
● Desequilíbrio postural, sem lado preferencial, apresentando instabilidade postural
quando do “teste do empurrar de ombros”;
● Mostrava movimentos lentos, mas coordenados. Peso corporal normal. Sinais vitais
normais. AC e AP normais. Sem outras alterações de relevo ao exame objetivo.
Questões:
Os tremores, a marcha dificultada, postura rígida, os reflexos cada vez mais lentos.
Questões:
1. O atual quadro clínico sugere uma disfunção de comportamento que apresenta um
período prodrómico. Identifique-a justificando a sua resposta.
O jovem tem psicoses com alterações da realidade
Caso 4
Mulher, 35 anos que refere episódio de alteração de humor aos 20 anos, com 3 meses
de evolução marcado por anedonia (perda da capacidade de sentir prazer) e ideação
suicida. Nesse episódio inicial também são referenciados sintomas de ansiedade que
caraterizava como episódios súbitos, inesperados, de predomínio noturno, em que
acordava com sensação de morte iminente e que afetavam o seu desempenho laboral,
social e pessoal. Pelo anterior foi medicada pelo seu médico de família com
medicação antidepressiva.
Após a introdução do fármaco refere ter sentido por um período de 3 meses, sintomas
caracterizados por diminuição da necessidade de dormir (a utente chegava a dormir
uma hora por noite e dizia que não sentia sono), pensamento acelerado, com perda de
associação entre os mesmos, pensamentos de conteúdo megalómano(apreço só por
coisas de grande porte) e, desinibição com envolvimento em atividades de risco.
Recorreu então a consulta de psiquiatria onde foi retirado o fármaco antidepressivo e
introduzido um fármaco estabilizador de humor.
Além de todo o anterior e após atingida a resolução do episódio maníaco, desenvolveu
nos últimos 6 meses pensamentos recorrentes, persistentes e intrusivos de que tudo
estava contaminado com germes, motivo pelo que desenvolveu uma compulsão de
limpeza que aliviava as obsessões de contaminação.
Questões:
1. Esta história parece revelar um percurso associado a alterações neuronais, de
circuitos ou estruturas cerebrais. Explique.
AO Transtorno Bipolar compromete, inicialmente, conexões nervosas e, ao longo da
doença, há perda de células e atrofia de regiões específicas do cérebro
Caso 5
Notas:
As convulsões generalizadas são um tipo comum de convulsão, caracterizado por perda
da consciência, manifestações motoras disseminadas de contrações tônicas seguidas
de movimentos involuntários clônicos e nível de alerta suprimido após o evento.
Sintomas específicos: Ter espasmos musculares graves e movimentos bruscos por todo
o corpo, pois os músculos se contraem e relaxam rápida e repetidamente, Queda,
Cerrar os dentes, Morder a língua (geralmente ocorre), Babar ou espumar pela boca,
Perder o controle da bexiga e/ou dos intestinos
Eles podem refletir uma epilepsia de início generalizado subjacente ou uma epilepsia
focal com generalização secundária
reflexos de Babinski bilaterais - Ao estimular a sola do pé, com uma caneta ou outro
objeto, indo de baixo para cima, o paciente pode flexionar seu dedo grande para trás e
seus outros dedos se abrem em forma de “leque”, também se curvando na direção do
peito do pé, com o dedo grande
Convulsão é o nome dado a uma crise epilética que tenha acometido o sistema motor.
A crise epilética, por sua vez, pode ser definida como um evento neurofisiológico no
qual se observa uma anormalidade na atividade elétrica cerebral.
Como é generalizado, a convulsão começa em ambos os lados do cérebro, e prejudica a
consciência, provocando perda de consciência