Você está na página 1de 13

SAÚDE DA FAMÍLIA VIII

PR2

V A N E S S A L U D W I G

Demência sem comprometimento estrutural do SNC


Demência com lesão estrutural do SNC

DEMÊNCIA SEM COMPROMETIMENTO ESTRUTURAL DO SNC

Decorrentes de transtornos de origem tóxica ou metabólica


Ocorrem secundariamente a doenças sistêmicas (doenças endócrinas, hepáticas ou re-
nais) ou pela ação de dorgas no SNC (anticolinérgicas, antipsicóticas, antiepilépticas ou
hipnóticas)

*diagnóstico depende de exames laboratoriais (muitas vezes reversíveis) e da história clí-


nica.

Exames laboratoriais (inclui exames de demências secundárias):


 Hemograma
 Ureia e creatinina
 Proteína totais e frações
 Enzimas hepáticas
 T4 L e TSH
 Vitamina B12
 Ácido fólico
 Cálcio sérico
 Sorologia para sífilis
 Sorologia para HIV
 Líquor (< 65 anos, suspeita de infecção, apresentação atípica e hidrocefalia comuni-
cante ou de pressão nromal) TRÍADE? Cefaleia, rigidez de nuca, febre

DEMÊNCIA SECUNDÁRIAS (COM LESÃO ESTRUTURAL DO SNC)

Decorrem de uma variada gama de condições clínicas: doença cerebrovascular, hidrocefa-


lia, infecções, tumores

*diagnóstico costuma depender de exames de neuroimagem

TC: custo e rapidez


RNM: avaliação substância branca e padrões de atrofia—demência vascular secundária a
doença dos pequenos vasos, DA, FT e afasia progressiva.
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

DEMÊNCIAS PRIMÁRIAS

Demências com sinais motores/extrapiramidais


 Parkinson (bradicinesia, rigidez, tremor, intabilidade postural e alteração de marcha)
 Paralisia supranuclear progressiva (alteração da motricidade ocular)
 Doença de Huntington (movimentos coreicos)
 Ataxias espinocerebelares (síndrome cerebelar)

Demências primárias com a demência como principal característica


 Doença de Alzheimer
 Frontotemporal
 Inclusão de corpos de Lewy

*DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL é auxiliado pelo perfil de comprometimento cognitivo com-


portamental
Síndrome amnésica progressiva—DA
Disfunção visual espacial progressiva-Lewy ou DA
Alteração progressiva de linguagem—Afasia progressiva primária ou DA
Transtorno progressivo de comportamento—Frontotemporal
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

Característica Delirium Demência


Início Agudo Insidioso
Duração Dias a semanas Crônica
Curso ao longo do dia Flutuante Normal
Desorientação Muito intensa, precoce Tardia
Atenção Muito alterada Pouco alterada
Alucinações Frequentes Mais raras
Adaptação ao déficit Pobre, pouca Relativamente boa

Demência Depressão
Instalação gradual Instalação mais rápida

Humor variável Humor deprimido

Sem ideias de desvalia Com sintomas de desvalia

Dificuldades são minimizadas Dificuldades são hipervalorizadas

Engaja-se nas tarefas propostas na Sem engajamento nas tarefas propostas


avaliação

TRANSTORNO COGNITIVO LEVE


Idosos com queixas de memórias que não preenchem os critérios para demência

1. Queixa confirmada preferencialmente por informante


2. Déficit de memoria indicado por testes
3. Funções cognitivas gerais normais
4. Atividades funcionais intactas
5. Ausência de demência

DEMÊNCIAS REVERSÍVEIS

Hidrocefalia de pressão intermitente do adulto


Tríade clássica: demência, ataxia e incontinência urinaria
Etiologia: idiopática ou secundaria a condições na produção ou absorção liquórica
- Acetazolamida e shunts
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

Deficiência vitamina B12


Disfunção cognitiva global, lentificação mental, perda de memória e dificuldade de con-
centração
Sem déficits corticais focais
Manifestações psiquiátricas exuberantes

Hipotireoidismo
Lentificação mental, perda de memoria e irritabilidade

Pelagra
Deficiência de ácido nicotínico (niacina).
Pode produzir demência, psicose, confusão mental, sinais cerebelares, polineuropatias e
neuropatia óptica.
Diarreia, glossite, anemia lesões eritematosas

Hematoma Subdural
Apresentação crônica pode levar a sintomas de demência.
Reverte gradualmente após tratamento cirúrgico

Traumatismo craniano
Grau e prejuízos cognitivos dependem da localização e extensão.
Amnésia pós traumática geralmente está presente.
Com ou sem déficits motores e sensoriais.

DEMÊNCIAS DEGENERATIVAS

Corpúsculo de Lewy
20% das demências > 65 anos.
Demência de pelo menos 6 meses, declínio cognitivo flutuante, alucinações (visual), que-
das, sintomas extrapiramidais.
Quetiapina/Olanzapina, Donezepila e Rivastigmina.

Demência vascular
Segunda maior causa de demências.
Início súbito, curso flutuante e gradativo, rápidas alterações no funcionamento.
Diferenças entre dça de pequenos e grandes vasos.
(subcortical, cortical ou misto)
Resposta extensora plantar e hiperreflexia tendões profundos.

Frontotemporal
Afasia grave e distúrbios comportamentais.
Proteína tau anormal e mutação no 17.
10 anos antes das demais demências em média.
Conduta social, desinibição, comportamento estereotipado, impulsividade, perda da críti-
ca.
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

Demência por HIV


Destruição difusa e multifocal da substância branca.
Liquor com linfocitose.
Lentificação, fraca concentração, apatia e retraimento social.
Tremor ataxia, hiperreflexia generalizada.
Pode ser associado a linfoma primário do SNC e infecções oportunistas.

Doença de Huntington
Heredodegenerativa autossômica dominante.
Movimento coreiformes, sintomas psiquiátricos e demência.
Memória é afetada em todos aspectos.
Afasia, apraxia, agnosia e disfunção cognitiva mais tradiamente.

Depressão maior
Anteriormente descrita como pseudodemência.
Melhora significativa do desempenho cognitivo com tratamento após 6 meses.
Apesar de poder ser reversível, devido à alta prevalência, costuma ser apresentada junto
as demências degenerativas.
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

INSÔNIA: dificuldade em inciar e manter o sono. (inicial, intermediária e final)


Sono normal, variações do sono no idoso, distúrbios do sono, tratamento das insônias

Sono normal
Dormir é perder o controle do que se passa em volta
Abrir mão do controle sobre o outro
Abrir uma porta ao inconsciente
Oportunidade de formular, como sonho, aquilo que o psicótico realiza como delirio

REM—20% do total, sonhos e variações de SV (confronta experiencias com acontecimento


passados)

NREM—sistema autônomo parassimpático, estágios 1 a 4

Variações do sono no idoso


Mudança de papéis, de padrões familiares, amizades, relações sociais, no corpo, no com-
portamento e na mente.

Individuo 8 horas, despertares de 5%: 30% sonhando; 20% sono profundo; 50% sono
leve
Idoso 6 horas, estágio 3 e 4 são menores, mais despertares.
Idosos saudável, diminuem as horas noturnas porem com períodos de sono diurno.
90% dos idosos apresentam queixas de problemas com sono

 Diminuição da capacidade de dormir


 Aumento de patologias de respiração
 Aumento da atividade mioclônica noturna
 Aumento de fase do sono
 Distúrbios neuropsiquiátricos, depressão e demência
 Dor e limitação de mobilidade
 Hábitos de sono errôneos
 DRGE
 Causas iatrogênicas
 Causas ambientais diversas

Outros conceitos:
Parassonias: sonambulismo, mioclonias, fala noturna, pesadelos e confusão mental
noturna
Hipersonia: dormir demais, secundária à insônia noturna
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

Apnéia do sono: roncos mais intermitentes na fase 1 e 2.


Fatores de risco: homem, obesidade.
Fisiologia: hipotonia de orofaringe, deslocamento do genioglosso, alterações anatômicas,
retrognatia, macroglossia, hipertrofia amigdaliana, adenoide, processos expansivos.

Tratamento da insônia:
 tratamento não farmacológico
Higiene do sono
Redução ou retirada de nicotina, alcool, líquidos e cafeína
Reduzir tempo na cama
Atividade física 6 horas antes de dormir
Ambiente adequado

 tratamento farmacológico
Identificar a forma clinica
Iniciar doses pequenas e manter o menor possível
Medicamentos que podem ser usados se necessário
Insônia rebote pela interrupção abrupta
Antidepressivos, antipsicóticos, relaxantes musculares e melatonina.

TRANSTORNOS DE HUMOR E PSICOFÁRMACOS


Todos antidepressivos tem eficácia comprovada.

Escolha baseada no perfil de efeitos colaterais


Iniciar em doses baixas, aumentando até a dose terapêutica
Latência de 4 a 8 semanas

SEROTONINA NORADRENALINA DOPAMINA


Ansiedade Ansiedade Atenção
Pânico Fadiga Motivação
Fobia Apatia Prazer
Obsessões Retardo psicomotor Recompensa
Compulsões Déficit de atenção Sexualidade
Bulimia Redução da concentração
Lentidão cognitiva
Antidepressivo Anticolinérgico Sedação Insônia Hipo- Arritmia SGI Ganho ponderal
ISRS ortostatica
Citalopram 0 0 1 0 0 3 0
Escitalopram 0 0 1 0 0 3 0
Fluoxetina 0 0 2 0 0 3 0
Fluvoxamina 0 1 1 0 0 3 0
Paroxetina 1 1 1 0 0 3 0
Paroxetina XR 1 1 1 0 0 1 0
Sertralina 0 0 2 0 0 3 0
Duoloxetina 0 0 2 0 0 3 0
Venlafaxina 0 0 2 0 0 3 0
Venlafaxina XR 0 0 2 0 0 1 0
Bupropiona 0 0 2 0 1 1 0
Bupropiona SR 0 0 1 0 1 1 0
Outros
Mirtazapina 1 4 0 0 0 0 3
Nefazodona 1 2 0 1 0 2 0
Trazadona 0 4 0 1 1 1 1
IMAO 1 1 2 2 0 1 0
Tricíclicos 1 1 0 2 2 0 1
Nortriptilina

 Tricíclicos: visão turva, xerostomia, obstipação, retenção urinária


 ISRS: fluoxetina, fluvoxamina e paroxetina maior interação (p450 e inibição citocromo 1A2, 3A4 e 2D6)
 IRSN: duoloxetina inicio mais lento em idosos, bem tolerada, náuseas, xerostomia, fadiga, insônia e obstipação
 IRND: bupropiona útil em pacientes que não toleram aumentos de ISRS e portadores de Parkinson, sem interação no DS.
 Mirtazapina ~ IRSN, efeitos: xerostomia, insônia e ganho de peso, escolha pelos benefícios dos efeitos colaterais. Sem náusea
ou disfunção sexual.
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

Conceitos:
• Acolhimento – admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito, agasalhar, receber, atender,
admitir.
• Clínica Ampliada – compromisso ético e intenso com o sujeito doente.
• Apoio Matricial – NASF E PAD-AD-EMAD/EMAP, sempre com ER. AD1, AD2 e AD3
• Projeto Terapêutico Singular – complexidades que demandam conjunto de recursos
disponíveis na Rede de Atenção à Saúde ou fora dela, nos Centros de Referência em
Assistência Social (Cras), conselho do idoso, rede secundária/terciária.

Tipos de famílias:
família nuclear de duas gerações, unidas pelo matrimônio e com seus filhos biológicos;
famílias extensas, incluindo três ou quatro gerações;
famílias adotivas temporárias;
famílias adotivas birraciais ou multiculturais;
casais que podem morar separadamente;
famílias monoparentais, chefiadas por pai ou mãe;
casais homossexuais com ou sem crianças;
famílias resultantes de divórcios anteriores com ou sem filhos do casamento anterior e vá-
rias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mútuo.

• Ciclo Vital
• Genograma - O genograma permite identificar, de maneira mais rápida, a dinâmica fa-
miliar e suas possíveis implicações, com criação de vínculo entre o profissional e a fa-
mília/indivíduo.
• Ecomapa – Diagramação das relações com outros atores sociais (outras famílias, pes-
soas ou instituições), fundamentais para se atingir e preservar o equilíbrio biopsicoes-
piritossocial

Escopo de atuação
Síndrome da Imobilidade (SI)
Disfunções Cognitivas e Alterações Comportamentais
Déficits Sensoriais
Doenças Respiratórias Crônicas
Doenças Respiratórias Agudas
Doenças Cardiovasculares
Infecções de Trato Urinário (ITUs)
Feridas e Outras Afecções de Partes Moles
Reabilitação Neuro funcional e Motora Reabilitação Nutricional
Constipação
Transtornos de Saúde Mental
Iatrogenias
Neoplasias
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

Doenças Infectocontagiosas Crônicas


Síndrome da Fragilidade
Síndromes Neurológicas
Doenças Osteomusculares: Osteoartrite, Osteoporose, Dor Muscular

Estratégias

CLASSIFICAÇÃO DA COMPLEXIDADE DE ATENÇÃO:


 Admissão no SAD, aliada aos critérios de inclusão nas modalidades de Atenção Domici-
liar;
 Migração da modalidade assistencial, conforme evolução clínica do usuário;
 Apoio na elaboração do plano terapêutico, sugerindo periodicidade de visitas dos pro-
fissionais das equipes de Saúde, insumos, logística de transporte e agendamentos ne-
cessários

FATOR ENVOLVIDOS NA COMPLEXIDADE:


Utilização dos serviços de saúde;
Quadro clínico;
Suporte terapêutico;
Reabilitação;
Uso de drenos Cateteres e ostomias
Cuidados de enfermagem
Exames complementares
Cuidados paliativos

PROCEDIMENTOS/AÇÕES EM SAÚDE QUE PODEM SER REALIZADOS PELOS FAMILIARES/


CUIDADORES
– Higienização/Troca de bolsas coletoras;
– Banho no leito;
– Administração de medicamentos por via oral (VO);
– Registro dos horários de sono, frequência da diurese e evacuações;
– Aferição da temperatura/Aviso de sinais de alerta;
– Mudança de cúbito;
– Administração de dietas enterais e cuidados com as sondas;
– Cateterismo vesical intermitente
– Técnica limpa;
- Hidratação da pele.

Procedimentos mais comuns


Relação de exemplos e sugestões de atuação das equipes conforme complexidade das
ações
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

Conceitos:

EUTANÁSIA:
DISTANÁSIA:
ORTOTANÁSIA:

Tanatologia e biotanatologia: ciência da morte e ciência da vida pela óptica da morte


 filosófico
 Antropológico
 Sociológico
 Médico
 Religioso
 Psicológico

BIOTANATOLOGIA

Se todos vamos morrer, o que pode ser feito?


O que fazer para que a morte seja menos penosa?
Conflito entre a “missão” da medicina ocidental x morte?

“Curar às vezes, aliviar frequentemente, confortar sempre.”

Alivio da dor e sintomas;


Evitar o prolongamento do morrer;
Ter um senso de controle (autonomia);
Não ser um peso para os outros (dependência);
Fortalecer as relações com os entes queridos.

Assistência no domicílio
Requisitos
Vontade da pessoa de ficar em casa;
Família ser capaz de assumir os cuidados;
Ausência de problemas econômicos importantes;
Competência técnica da equipe;
SAÚDE DA FAMÍLIA VIII
PR2

V A N E S S A L U D W I G

Suporte psicológico para pessoa e família;


Acompanhamento integrado com serviço especializado em cuidados paliativos
Limites de atuação da equipe de SF.

Objetivos
Tratar a dor e sintomas físicos;
Informar e comunicar assegurando que paciente seja escutado;
Assegurar a continuidade dos cuidados ao longo da evolução da doença;
Resposta integral, respeitar autonomia e valores de cada pessoa;
Atenção integral, acessível e equitativa;
Discutir fluxo se piora do quadro;
Trabalhar com a família a preparação para morte;
Atestado de óbito e cuidados com enlutados.

Você também pode gostar