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ENFERMAGEM EM

NEUROLOGIA

Enfermeira: Gilian Faria

Aula III
DEMÊNCIA

Síndrome de distúrbio intelectual adquirido que


ocasiona comprometimento da capacidade mental
em suas múltiplas esferas:

 Memória
 Linguagem
 Habilidade
 Aspectos visuoespaciais
 Emoção
 Personalidade
 Cognição
DEMÊNCIA
Nas formas mais graves o individuo pode
apresentar afasia e apraxia por afetar o lobo
frontal (responsável pela coordenação motora)

A demência pode ocorrer em qualquer idade, porém


com mais frequência em idosos.
DEMÊNCIA
 Pode ser percebido a partir de gestos simples como:
 Falha de memória ao esquecer números de telefone ;
 Repetição da mesma pergunta;
 Esquecimento de compromissos marcados;

 Com a evolução o idoso passa a:


 Esquecer como voltar pra casa;

 Como dirigir o próprio carro;

 Isola-se pois não consegue mais acompanhar


raciocínios em conversas, dificuldade de expressar as
próprias emoções.
DEMÊNCIA
O tempo continua passar ...
 Ele torna-se:
 Progressivamente passivo;
 Desconfiado;
 Irritável;
 Agressivo;
 Interpreta mal os estímulos do mundo que o cerca: vê
uma cadeira e pensa que é uma mesa, escuta um latido e
jura que foi brecada de automóvel.

A doença chega à fase terminal depois de um


período de dois a dez anos de evolução.
DEMÊNCIA
 Ao final os estágios caracteriza pela:

Perda
motora

Incontinência
Infecções
Urinária e
Múltiplas
Fecal

Perda de
Apetite
DEMÊNCIA

Diagnóstico Diferenciado

 Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária e a


Escala de Atividades Básicas de Vida Diária

Auxilia transformando as queixas do paciente em



números a serem comparados com o que é ou não comum
para a idade
DEMÊNCIA
Tratamento Paliativo

 Adotar medidas para reduzir o estresse psicológico


antes de inserir o tratamento medicamentoso

 Musicoterapia afim de diminuir a agitação, ansiedade e


intensidade de ataques agressivos

 Exercício físico: revitaliza as funções intelectuais e


auxilia na sensação de bem-estar e ajuda a normalizar
os ciclos de sono e vigília.
DEMÊNCIA
 O tratamento depende da doença que esteja causando a
demência.

 Objetivo: controlar os sintomas da demência.


DEMÊNCIA
Tratamento
Indicam-se antidepressivos ou algum fármaco, a fim de
harmonizar e estabilizar o comportamento do
individuo.
1- ALZHEIMER

 Doença degenerativa que produz atrofia


progressiva e causa declínio das atividades
cerebrais, como: raciocinar, memorizar, afeta as
áreas da linguagem e produz alterações no
comportamento.

 Cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos e


25% com mais de 85 anos podem apresentar
algum sintoma dessa enfermidade e são inúmeros
os casos que evoluem para demência. Feito o
diagnóstico, o tempo médio de sobrevida varia de
8 a 10 anos.
1- ALZHEIMER

 Sintomas de inicio lento e progressivo

 É o tipo mais comum de demência sendo


responsável por 50% dos casos!!!
1- ALZHEIMER

Histórico

Diagnosticada pela primeira


vez e descrita em 1909 pelo
médico alemão Alois
Alzheimer, onde encontrou
no cérebro de um paciente as
alterações conhecidas
atualmente como placas
senis e degeneração
neurofibrilar, a qual associa-
se a perda de neurônios.
1- ALZHEIMER
Fisiopatologia

Caracteriza-se clinicamente pela perda progressiva da


memória. O cérebro de um paciente com a doença de
Alzheimer, quando visto em necrópsia, apresenta
uma atrofia generalizada, com perda neuronal
específica em certas áreas do hipocampo, mas também
em regiões parieto-occipitais e frontais. O quadro de
sinais e sintomas dessa doença está associado à
redução de neurotransmissores cerebrais,
como acetilcolina, noradrenalina e serotonina. O
tratamento para o mal de Alzheimer é sintomático e
consiste justamente na tentativa de restauração da
função colinérgica, noradrenérgica e serotoninérgica
1- ALZHEIMER - ESTÁGIOS

 Estágio Inicial

 Segundo Estagio

 Estágio Final
1- ALZHEIMER

 Inicial:

 Dura de 2 a 4 anos!!

 Diagnostico normalmente por causa de confusão


de nomes e lugares, lapsos de memória,
dificuldade na tomada de decisões e para lidar
com dinheiro no cotidiano.
1- ALZHEIMER

 Segundo estágio:

 Pode durar de 2 a 10 anos após a suspeita


diagnostica.

 Sintomas: falhas de memória mais acentuadas e


maior confusão, inquietação, dificuldade para
reconhecer familiares e amigos, problemas com
linguagem, com o pensamento lógico, com
percepção e alterações nos relacionamentos
sociais.
1- ALZHEIMER
 Estágio Final:

 Pode durar de 1 a 3 anos!!!

 Apresenta na maioria das vezes dificuldade para


saber quem é ele mesmo.

 Há defeitos na linguagem e comunicação, oscilações


de humor, apatia, irritabilidade, dificuldade de
deglutição , tônus muscular aumentado.

 Podem ocorrer convulsões (raramente) ; restrição ao


leito; mutismo; infecções intercorrentes.
1- ALZHEIMER

 Ao avançar da demência os lapsos de memória ficam mais


evidentes ocorrendo também alterações na capacidade de
julgamento do individuo e em seu sentido crítico.

 A pessoa parece agir de modo irresponsável, sem adequação


ao ambiente ao qual pertence, não demonstra qualquer
preocupação a respeito de como suas decisões podem afetar o
ambiente ao qual esta inserida.

 Podem ocasionar casos em que utilizem inúmeras roupas por


cima uma das outras ou roupas sujas, sem que isso as
proporcione qualquer embaraço perante a sociedade.
1- ALZHEIMER
 Nem todos os pacientes apresentam essa
sequencia de estágios!!!

 Em cada um deles a velocidade de progressão da


enfermidade é variada.

 Ao avanço dos sintomas fica mais clara a


diferenciação entre as falhas do funcionamento
mental de uma portadora de demência dos sinais
naturais do envelhecimento.
1- ALZHEIMER
Tratamento

Geralmente utilizam-se substancias que aumentam


a quantidade de um mensageiro químico, a
ACETILCOLINA, como:

 Tacrina;
 Rivastigmina;

 Glutiramato

Ainda não existe cura!!!


1- ALZHEIMER
Papel da Enfermagem

São responsáveis pela


manutenção da segurança
física, redução da ansiedade e
agitação, melhoria da
comunicação, promoção da
independência nas atividades
de autocuidado, atendimento
das necessidades de
socialização e privacidade,
manutenção da nutrição
adequada e controle dos
distúrbios do padrão de sono.
1- ALZHEIMER
2- WERNICKE

Doença degenerativa associada à déficits nutricionais


de Tiamina, caracterizada por distúrbios da marcha,
confusão mental e paralisia dos nervos cranianos.

Tiamina (Vitamina B12): essencial para o metabolismo


neural, se ocorrer alteração, não há a produção de
energia e as atividades neurais vitais cessam.

Ocorrência mais frequente em alcoólicos crônicos,


devido a ingestão nutricional deficiente e em,
indivíduos com má absorção de vitaminas e
nutrientes.
2- WERNICKE

 Cerca de 2 em 10 portadores da doença morre 5 dias


após o diagnóstico.

 Doença mais comum em pessoas com mais de 45 anos


e do sexo masculino.

 A genética não é um fator


dominante!!!
2- WERNICKE
Sintomatologia

Podem começar de formal gradual e repentina e facilmente confundidos com


embriaguez.
Consiste em alterações:

 De consciência;
 Disfunção oculomotora (nistagmo, oftalmoplegia e paralisia ocular, diplopia);
 Ataxia
 Amnésia anterógrada e retrograda
 Confusão e inquietação
 Falta de equilíbrio ao andar

OBS: A amnésia retrógrada é a incapacidade de se lembrar do passado.


A amnésia anterógrada é a perda da habilidade de criar novas memórias e
absorver novas informações.
2- WERNICKE
Tratamento

Pode ser controlada ou reduzida com a melhora da ingestão


nutricional associada ao aporto vitamínico complementar
A degeneração dos neurônios pode ser controlada com a
ingestão de fármacos específicos como:
GABAPENTINA

Sem tratamento pode ocorrer


coma e até a morte!!
3- PARKINSON
Histórico
 Doença primária de causa obscura onde ocorre a
degeneração e morte celular dos neurônios produtores de
dopamina.
 início geralmente após os 50 anos de idade.

Fisiopatologia

É causada por alterações nos neurônios que constituem a


"substância negra" e o corpo
estriado, dois importantes centros motores do cérebro.
Ocorre a perda de células nervosas localizadas na substancia negra
e a diminuição da atividade da dopamina, ocasionando
movimentos musculares involuntários, lentidão e rigidez.
3- PARKINSON
 Doença Neurológica progressiva caracterizada
por bradicinesia (lentidão), diminuição da
amplitude de movimentos (hipocinésia), tremor
de repouso, rigidez e instabilidade postural.

 A pessoa afetada passa a apresentar movimentos


lentos, rigidez corporal, tremor incontrolável,
além de acentuada redução na quantidade de
dopamina, substância neurotransmissora
fabricada pelos neurônios do corpo estriado.

 Caracteriza-se pelo tremor das extremidades


superiores.
3- PARKINSON
 Com a evolução da doença, complicações secundarias
decorrentes de sinais e sintomas físicos determinam o
comprometimento mental/ emocional, social e
econômico, revelando-se extremamente incapacitante
para o individuo, além de contribuir para a piora da
qualidade de vida do paciente.
3- PARKINSON
Tratamento

Dopamina Exógena (LEVODOPA):


permite que o paciente normalize
parte da sua ação motora, pois
alivia alguns dos sintomas
(tremores involuntários, rigidez
muscular, acinesia, bradicinesia,
hipocinesia e alterações
posturais).

Então, melhora o desempenho


motor da marcha, enquanto os
outros sintomas podem não ser
aliviados.
3- PARKINSON
5- HUNTINGTON
 Distúrbio hereditário que causa a degeneração de uma parte
do encéfalo e é caracterizada pela presença de transtornos
do movimento, distúrbios psiquiátricos e demência.

 Seus sintomas desenvolvem-se entre os 30 e 50 anos de


idade.

 A pessoa perde progressivamente a coordenação dos


movimentos voluntários, a capacidade intelectual e a
memória.

 Pode ser causada pela morte dos neurônios do corpo estriado ou de


modo hereditário, causada por uma mutação genética.
5- HUNTINGTON

 Inicia-se com distúrbios de comportamento,


principalmente com irritabilidade, insônia ou
sintomas depressivos.

 Pode ter uma evolução de ate 30 anos em alguns


casos, porém o óbito ocorre em decorrência da
imobilidade e infecções.
5- HUNTINGTON

Tratamento

 Até o presente momento não há tratamento curativo


ou preventivo!!!

 Há apenas tratamento para os sintomas


comportamentais e depressivos com medicação
Antidepressiva!!!
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM LIGADA AOS
CASOS DE DEMÊNCIA

 Reforçar a memória com lembrete e cartazes de


orientações;
 Auxiliar o paciente na realização de suas atividades
diárias;
 Estimular o autocuidado, fazendo apenas aquilo que é
dificil para o paciente realizar;
 Falar atentamente, utilizando frases firmes e curtas;

 Manter o ambiente calmo e seguro;

 Estimular a participação em atividades recreacionais


e terapêuticas;
 Oferecer-lhe atividades que seja capaz de realizar;
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM LIGADA AOS
CASOS DE DEMÊNCIA

 Estimular a socialização;
 Controlar diariamente os sinais vitais;

 Não reforçar e concordar com alucinações e delírios;

 Manter o paciente informado quanto ao tempo, espaço


e pessoas;
 Tirar do alcance objetos perfuro cortantes;

 Observar eliminações;

 Observar padrão de sono;

 Supervisionar atividades de risco como banho.


“Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha,
porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a
outra.

Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha


e não nos deixa só porque deixa um pouco de si
e leva um pouco de nós.

Essa é a mais bela responsabilidade da vida


e a prova de que as pessoas não se encontram por
acaso.”

Charles Chaplin
Obrigada!!!

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