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Introdução
Existem outras doenças como sejam as Demências em que o cerne da doença é a perda
progressiva de funções cognitivas, principalmente da memória. Estas doenças
tipicamente ocorrem associadas à idade.
A doença mais estudada deste grupo é a Doença de Alzheimer. A incidência destas
doenças tem aumentado dado o aumento da esperança média de vida e do
envelhecimento da população. As Demências são doenças marcadamente incapacitantes
cujo prognóstico é ainda pouco favorável.
A Doença de Alzheimer em regra ocorre depois de 65 anos de idade e tem um inicio
insidioso, isto é, lento. Nas fases iniciais a doença ainda não está claramente evidente
pois as perdas cognitivas são ligeiras e nestas fases o diagnóstico é difícil e pouco
preciso. Muitas vezes o paciente não reconhece estes deficits e nega a sua presença, o
que vem a trasar ainda mais o diagnóstico.
O tratamento actualmente disponível atrasa substancialmente a evolução das Demências
e permite a autonomia do paciente durante mais tempo, mas quanto mais tarde for
introduzido menor a probabilidade de sucesso. É assim fundamental detectar
precocemente dos sintomas desta doença no sentido de intervir logo no seu inicio.
Cognição
Memória
Linguagem
Orientação (no espaço e no tempo)
Juízo crítico
Relacionamento interpessoal
Comportamentos (praxias)
Funções Executivas (resolução de problemas)
Esta entidade clínica é relativamente frequente mas o diagnóstico não é fácil. Com o
envelhecimento da população este quadro clínico está a tornar-se cada vez mais
frequente. Sabe-se ainda que o reconhecimento e intervenção precoce pode atrasar a
sua progressão.
O termo Défice Cognitivo Ligeiro foi utilizado pela primeira vez em 1988 por Reisberg e
cols. Posteriormente em 1995 Petersen et al reconheceram o DCL como uma entidade
clínica independente.
Este quadro clínico é caracterizado pela perda recente e pouco intensa de funções
cognitivas, principalmente da memória. Pode corresponder ao declínio cognitivo do
envelhecimento normal ou ao início de um processo demencial. Nesta perturbação a
deterioração cognitiva não é suficientemente intensa para alterar as actividades
quotidianas mas causa preocupação e é observável pela família. Há ainda pontuação
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EGOCLINIC - Clínica em Neurociências - Artigos 3/10/12 12:58 AM
abaixo do normal nas avaliações psicométricas como o MMSE (Mini Mental State
Examination).
A principal queixa apresentada pelos doentes é o esquecimento que traduz, em regra,
uma perturbação na memória recente. Alguns doentes referem no início apenas
dificuldades na resolução de problemas complexos, sendo esta situação mais evidente
nos doentes que trabalham e que têm cargos com maior exigência intelectual.
A prevalência mundial de DCL estima-se em cerca de 17 a 34 % na população idosa
acima dos 65 anos. Estes pacientes representam um grupo de risco de evolução para
uma Demência pelo que devem ser acompanhados ao longo do tempo.
O diagnóstico passa por uma entrevista clinica e pela realização de testes psicométricos
simples como o MMSE (Mini Mental State Examination) e o Teste do Relógio. É ainda
necessário realizar análises ao sangue e urina no sentido de despistar doenças orgânicas
que possam explicar a perda de memória. Uma anemia, um hipotiroidismo, uma infecção
urinária, uma alteração metabólica, uma neurosífilis ou deficiências em Vitamina B12 ou
Ácido fólico, são tudo patologias que podem num idoso causar perturbação cognitiva. Em
regra exames de neuroimagem como TAC ou RMN não são necessários a não ser que
apareçam sintomas do foro neurológico ou quando há um traumatismo craniano. Estes
exames podem ainda estar indicados quando a apresentação do quadro clinico é
demasiado súbita ou atípica. Uma avaliação neuropsicológica é mais sensível na
detecção precoce de uma Demência. Este exame analisa de forma profunda as
capacidades cognitivas e quantifica os deficits tornando a decisão diagnóstica mais
precisa.
Os sintomas depressivos como tristeza e perda de prazer nas actividades quotidianas são
frequentes nesta perturbação e agravam ainda mais os défices cognitivos. A Depressão
pode constituir um pródromo do Défice Cognitivo Ligeiro e também da Demência. A
presença de sintomas depressivos dificulta um diagnóstico que já por sí é difícil. A
Depressão, quando presente, também deve ser tratada.
AVC
Traumatismo Craniano
Hipóxia (falta de oxigénio)
Exposição a tóxicos como o Álcool ou drogas de abuso
Má nutrição
Alterações metabólicas ou hidro-electrolíticas (desidratação, diabetes
descompensada, insuficiência renal ou hepática)
Efeitos secundários de alguns fármacos (ex: BZD´s)
Tumor Cerebral (raro)
Ainda não foi determinado um tratamento para o DCL, contudo sabe-se que a
estimulação cognitiva, o exercício físico, uma alimentação correcta e a utilização de
alguns suplementos alimentares pode melhorar de forma significativa muitos parâmetros
da cognição incluindo a memória.
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