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Introdução

Alterações das habilidades mentais podem ocorrer no envelhecimento normal, tais como
prejuízos na atenção, memória e velocidade de processamento da informação; assim,
queixas de perda de memória e outras habilidades cognitivas são muito frequentes na po-
pulação geriátrica mas, na maioria das vezes, não representam uma doença estabelecida.1

Via de regra, quando se trata de modificações relacionadas à perda da reserva funcional


cerebral condicionada pela idade, essas queixas não comprometem a funcionalidade do
indivíduo e, em geral, não são percebidas pelos seus familiares e amigos.1

É muito importante a diferenciação de um processo de


perda cognitiva relacionada à idade daquela provocada por
alguma doença, tanto para não limitar a vida autônoma e
independente de um idoso normal que tem alguma perda
cognitiva irrelevante, quanto para de fazer um diagnósti-
co de demência porque se atribuem à idade as alterações
percebidas.1
Você sabia?
Apesar de mais frequente entre os idosos, a demência nunca é
considerada uma alteração normal da idade.

Definimos Demência ou Síndrome Demencial (SD) como um estado de deterioração das


funções intelectuais, provocado por diferentes doenças que afetam o Sistema Nervoso
Central (SNC).2

É caracterizada pelo declínio de diversas funções mentais,


declínio esse grave o suficiente para interferir e comprome-
ter o desempenho em atividades profissionais e sociais, e
que não seja causado por confusão mental aguda.2

No Quadro 1, você encontra as funções mentais que usualmente demonstram-se altera-


das. Leia-o com atenção.

Quadro 1. Funções mentais que são alteradas na Demência

Fonte: Organizada pelo autor.


Imagem esquemática das doenças que podem causar alterações no sistema nervoso central.
Fonte: Organizado pelo autor.

As principais doenças que causam a SD podem ser reversíveis, se tratadas a tempo.


No Quadro 2, listamos tais doenças:

Quadro 2. Principais doenças reversíveis, se tratadas a tempo.

Fonte: Organizada pelo autor.

Vamos testar o seu conhecimento sobre os conceitos discutidos


até o momento. Responda ao Quiz a seguir e, caso julgue necessá-
rio, estude novamente o conteúdo.
Assinale (V) Verdadeiro ou (F) Falso. Em relação às alterações cognitivas no envelhecimento podemos afirmar:

Verdadeiro Falso
A.
Todo idoso terá demência em alguma fase da vida.

Verdadeiro Falso
B.
Alterações muito leves de memória e atenção podem acompanhar o envelhecimento normal.

Verdadeiro Falso
C.
A demência é uma doença sem tratamento e não vale a pena procurar ajuda médica.

Verdadeiro Falso
D.
Há causas potencialmente reversíveis de demência e o médico deve ser sempre consultado.

Verdadeiro Falso
E.
Memória, atenção, organização mental e linguagem são algumas das habilidades mentais que podem
estar alteradas nas demências.

Resposta correta: F; V; F; V; V

Comentário:
A. Falso. Apesar de muito frequente na velhice, mais da metade das pessoas envelhecerá com as funções
cerebrais preservadas.

B. Verdadeiro. O envelhecimento cerebral diminui a reserva do órgão e algumas discretas alterações


podem ocorrer em seu funcionamento, sem afetar a vida e a realização autônoma e independente das
atividades diárias.

C. Falso. A demência tem várias causas, muitas delas curáveis e, mesmo diante de uma causa sem cura
ainda, sempre há como melhorar sua evolução e a qualidade de vida do doente e sua família e amigos.

D. Verdadeiro. Diversas são as causas de demência que podem ser curadas e o médico sempre deve ser
consultado.

E. Verdadeiro. Entre outras, essas são as mais comumente afetadas.


Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência no mundo ocidental.4
No infográfico abaixo, você encontra a estimativa mundial até 2020 de casos de DA. Anali-
se-o com atenção.

Infográfico da estimativa de DA no mundo até 2020.


Fonte: Organizado pelo autor.

Você sabe qual é o principal fator de risco para DA?


Há alguns fatores de risco associados ao desenvolvimento da DA,
mas, certamente, o fator idade é o mais importante.

Saiba mais
Com o envelhecimento populacional crescente no mundo todo,
inclusive e, especialmente veloz, nos países em desenvolvimento,
caso do Brasil, há maior frequência de casos da doença.5
A DA apresenta um início quase imperceptível e seu curso é lentamente progressivo, na
maioria das vezes.5 A fase inicial ou leve dura em média 3 anos e, os sintomas que mais
chamam a atenção são:

Quadro 3. Sintomas DA na fase inicial

Fonte: Organizada pelo autor.

É fundamental compreender que as alterações são pro-


gressivas, e o paciente pode estar muito esquecido para
determinadas informações, mas lembrar de outras que
interessam mais – isso na fase leve ainda acontece, e os
familiares, por vezes, ficam muito confusos com a existên-
cia ou não da doença. Além disso, podem ter a tendência a
atribuir os esquecimentos à manipulação ou teimosia, o que
gera irritabilidade no familiar e manejo / tratamento inade-
quado dos sintomas.5

Com o avanço do tempo, a doença piora e os sintomas anteriores se agravam, com mais
desorientação do tempo e espaço, tendência a confundir a cronologia dos eventos, a pos-
sibilidade de se perder em locais bem conhecidos e grande prejuízo da memória para os
fatos recentes. A memória para fatos antigos já pode estar comprometida discretamente.
Além disso, podem surgir:
Quadro 4. Sintomas DA na fase inicial

Fonte: Organizada pelo autor.

A fase moderada pode durar de 2 a 10 anos, e em média de 6 a 7


anos em um paciente tratado e bem cuidado. Destacamos ainda
que os sintomas comportamentais não são obrigatórios: há pa-
cientes que NÃO os apresentam, enquanto que A PIORA COGNITIVA
SEMPRE ACONTECE, ainda que o ritmo de perda seja variável entre
os diferentes pacientes.

Fase avançada: À medida da progressão, o paciente tem agravados os prejuízos cogni-


tivos, com memória de eventos remotos já comprometida, incluindo eventos biográficos
muito importantes como seu nome completo, data de nascimento, nomes dos filhos e etc.

Saiba mais
É nessa fase que o paciente vai gradativamente perdendo a inde-
pendência para as atividades básicas da vida diária, como vestir-
-se, tomar banho, realizar sua higiene íntima e controlar urina e
fezes. Piora importante da linguagem com mutismo, incapacidade
de deambular e mesmo de controlar o tronco e cabeça estão lista-
dos como sintomas da fase final da doença.6
Demências Vasculares
As demências vasculares (DV) são a segunda causa mais comum de demência em nosso
meio, e podem ser divididas, a princípio, em dois grandes grupos: DV de grandes vasos e
DV de pequenos vasos.7

Pode acontecer de um indivíduo ter um AVE e ficar com comprometimento motor – para-
lisação completa e parcial e membros superiores e/ou inferiores, comprometimento da
fala ou da deglutição SEM DEMÊNCIA, ou seja, com seu pensamento, memória, julgamento
e orientação normais.

Na interação abaixo, você encontra mais detalhes sobre estes dois tipos. Analise atenta-
mente.

DV de grandes vasos

Quando há comprometimento de grandes vasos, o quadro clínico será súbito, agudo, representando uma
grande mudança no estado cognitivo do indivíduo, relacionado a algum evento vascular cerebral, como um
Acidente Vascular Encefálico (AVE) de grandes proporções ou um AVE de menor extensão, porém, locali-
zado em uma área estratégica, muito importante para a cognição. Pode haver, ainda, múltiplas isquemias
cerebrais ao longo do tempo, e o paciente apresentará pioras e estabilidade posterior, como se estivesse
descendo uma escada, degrau por degrau.7

DV de pequenos vasos

Quando o comprometimento é de pequenos vasos, artérias muito finas são acometidas paulatinamente,
e o quadro clínico é parecido ao da DA – lentamente progressivo. Esta forma de DV é a mais frequente na
população idosa, respondendo por cerca de 50% dos casos.

Diferentemente do quadro clínico da DA, na DV nem sempre


a memória está afetada, mas sim o planejamento e orga-
nização, linguagem, atenção e apatia são os sintomas mais
frequentes.

As outras formas de demências irreversíveis apontadas anteriormente são menos fre-


quentes, e não serão abordadas nesse texto.

As demências apresentam grande repercussão na vida dos seus portadores, de sua famí-
lia e de toda a sociedade.5 A progressiva ou súbita perda da autonomia e independência,
a um só tempo diminui a qualidade de vida do indivíduo, e aumenta a sobrecarga de seus
familiares, amigos e de sua comunidade.
É preciso ter muito claro que sempre há o que fazer para manter
e melhorar as condições de saúde do paciente, sua qualidade de
vida e dignidade, bem como a de todos os envolvidos.6

Considerações Finais
(vídeo disponível somente na versão online do curso)

Exercícios de Fixação
Que tal testar o seu conhecimento sobre tudo que discutimos nessa seção? Responda os
exercícios a seguir.
1. Assinale (V) Verdadeiro ou (F) Falso. Em relação à Doença de Alzheimer é possível afirmar:

Verdadeiro Falso
A.
A doença é incurável, mas pode ser tratada.

Verdadeiro Falso
B.
O ritmo de perda cognitiva e funcional é, em geral, lento.

Verdadeiro Falso
C.
Quando há uma piora acelerada, deve-se pensar em alguma outra doença aguda piorando os sintomas.

Verdadeiro Falso
D.
Receber um diagnóstico de Doença de Alzheimer significa que a vida da pessoa acabou.

Verdadeiro Falso
E.
O paciente com Alzheimer fica totalmente alheio ao meio onde vive.

Sequência correta: V; V; V; F; F

Comentário:
A. Verdadeiro. A doença é incurável, mas os tratamentos melhoram sua evolução, bem como a qualidade
de vida dos doentes, familiares e amigos.

B. Verdadeiro. Normalmente a Doença de Alzheimer inicia e piora bem lentamente, durante anos. Há casos
de 20 anos de doença, com uma média de duração de 10 anos, entre o diagnóstico e o óbito.

C. Verdadeiro. Como é de evolução lenta, toda vez que há piora acelerada, deve ser por outra causa, que
deve ser investigada e tratada.

D. Falso. Os doentes podem levar uma vida quase normal na fase leve, e viver com qualidade e participa-
ção social até fases bem avançadas da doença.

E. Falso. Os pacientes percebem o ambiente em todas as fases da doença e reagem a ele sempre.
2. Assinale (V) Verdadeiro ou (F) Falso. Em relação à demência vascular:

Verdadeiro Falso
A.
O quadro de demência pode ser de instalação súbita.

Verdadeiro Falso
B.
Às vezes o paciente tem demência vascular e a memória está normal.

Verdadeiro Falso
C.
Pode acontecer de um mesmo paciente ter Doença de Alzheimer e Demência Vascular ao mesmo tempo.

Verdadeiro Falso
D.
Todo paciente que apresenta AVE fica com demência vascular.

Sequência correta: V; V; V; F

Comentário:
A. Verdadeiro. Caso o AVE tenha acometido alguma área da cognição, a demência pode ter instalação
abrupta.

B. Verdadeiro. Muitas vezes a área afetada pela alteração vascular não envolve a memória e sim a aten-
ção, planejamento, comportamento e julgamento crítico.

C. Verdadeiro. É a terceira condição mais comum – a demência mista – Doença de Alzheimer e Vascular –,
em geral, a evolução de ambas é pior quando estão associadas.

D. Falso. Por vezes o AVE extenso ( grande) compromete a funcionalidade por prejudicar a parte motora
do indivíduo, mas não a cognitiva. É muito importante diferenciar isso, pois esse paciente pode estar com
a independência comprometida, mas não a autonomia.
3. Assinale a alternativa correta. Nos pacientes com demência não é papel do cuidador:

A. Estimular as atividades possíveis para cada paciente.

B. Cuidar da medicação e alimentação.

C. Tomar decisões sobre finanças, equipe de saúde e agenda de atividades.

D. Estar sempre em contato com familiares e equipe de saúde.

E. Todas as alternativas anteriores.

Alternativa Correta: C

Comentário:
O cuidador deve estar presente na vida do paciente, estimulando-o na medida de suas possibilidades,
ministrando medicamentos conforme a receita e as orientações médicas, cuidando da alimentação e
mantendo contato constante com a família e equipe, sempre promovendo o melhor fluxo de informações.
Tomar decisões sobre onde alocar recursos, com quem ou quais atividades o paciente deve realizar e
outras decisões pessoais, são atributos dos familiares e não do cuidador.
Introdução
Você irá iniciar o estudo sobre alterações comportamentais: quais as principais e como
lidar. Para tanto, conheça a história do Sr. Aristides, 72 anos, casado, mora com a esposa,
tem dois filhos adultos, casados e com filhos.

Quando os primeiros sintomas de Doença de Alzheimer apareceram até os médicos duvi-


davam que ele poderia ter demência, pois ele brincava com as dificuldades, fazia graça e
piada e disfarçava muito bem.

Aos poucos os sintomas foram ficando mais evidentes: uma


batida ou raspada no carro, dificuldade para executar tare-
fas de trabalho, chegou a se perder na rua… se confundia
em conversas com os amigos

Diante desse cenário, foi necessário que a família tomasse algumas providências para
garantir a segurança, bem-estar e convívio social de Aristides. Dentre as medidas toma-
das, foi contratado um cuidador que participou ativamente das adaptações envolvendo
redução de autonomia para aumento de segurança com garantia de bem-estar. Todas as
medidas tomadas tiveram como foco a manutenção de hábitos com adaptações para que o
Sr. Aristides continuasse tendo vida social, satisfação no convívio, prática de hábitos com
segurança e assim tivesse sua identidade preservada e fontes de satisfação.

As alterações de comportamento que ocorrem nas demências envolvem um tema de ex-


trema relevância na orientação de cuidadores e cuidado de pacientes pois, ao contrário do
que se pensa, podem ser manejadas de forma a que intensidade e frequência sejam redu-
zidas e repercussões e sofrimentos minimizados.
Também chamados de sintomas comportamentais e psicológicos da demência (SCPD), mu-
danças comportamentais ou neuropsiquiátricas ou ainda psicose das demências e desor-
dens relacionadas1 (Caramelli e Bottino, 2007) essas alterações são muito frequentes e
podem aparecer ao longo de todo o percurso da doença.
Muitos são os sintomas comportamentais (que envolvem dados observáveis) descritos nas
demências. Os mais comuns são:

Saiba mais
Apesar de variações entre os estudos, a prevalência chega a ser
descrita entre 60 e 98% dos casos, havendo quem diga que as
pessoas com demência dificilmente não viverão alguma dessas
alterações em algum grau e em alguma etapa da evolução do
quadro (Pestana e Caldas, 2009; Forstmeier et. al, 2015; Bre-
menkamp et. al, 2014).2,3

Podem aparecer reações agressivas e de raiva, desinibição com impulsividade, agitação,


euforia, alterações do sono e alimentares, comportamento motor aberrante além de delí-
rios e alucinações (Alzheimer Association, Bremenkamp et. al, 2014; Caramelli e Bottino,
2007).4,5,1
É frequente a presença de sintomas concomitantes mas vale
ressaltar que há uma grande variação de manifestações
que, certamente, não ocorrerão em todos os pacientes.
Os sintomas que surgirem provavelmente não serão perma-
nentes; como um quadro evolutivo as demências apresen-
tam variações de sintomas ao longo do curso da doença.

Apesar de frequentes, os sintomas neuropsiquiátricos não devem ser vistos como condi-
ção inerente à doença, ao paciente ou à velhice. Trata-se de uma condição que pode ser
amenizada ou controlada e que requer que envolvidos no cuidados aprendam a lidar de
forma ativa e combatente com o objetivo de reduzir sofrimentos e favorecer qualidade de
vida e de convívio (Pestana e Caldas, 2009; Teri et. al, 2005).2,6

Saiba mais
Além disso, Caramelli e Bottino (2007) citaram estudos que mos-
traram associação de alterações comportamentais com mais rápi-
da evolução dos quadros demenciais, reforçando a importância de
tratamento adequado nestas circunstâncias.

Os sintomas comportamentais causam um importante desgaste emocional nos cuidado-


res, isto por que, lidar com pessoas apáticas, irritadas, com inadequação social, com insô-
nia e que podem não colaborar com o cuidado é um desafio muito grande. Essa situação
requer do cuidador, além de paciência, compreensão sobre os sintomas e as estratégias
que devem ser adotadas a fim de minimizar os desconfortos e garantir o cuidado adequa-
do ( com qualidade e segurança), ou seja, em um ambiente agradável, com bom padrão de
interação e relacionamento.
Alterações de comportamento são descritas como mais
impactantes nos cuidadores do que os distúrbios cognitivos
7, por isso o manejo adequado pode favorecer inclusive a
redução de estresse em quem provê cuidado. 5

Como garantir cuidado adequado de saúde, higiene, bom


relacionamento e estimulação diante de sintomas como
alterações de humor, irritabilidade e apatia?
O primeiro passo é você compreender esses sintomas.

Fatores Associados aos Sintomas Comporta-


mentais
Antes de abordar diretamente os fatores que contribuem para as alterações de comporta-
mento nas demências é importante esclarecer que algumas comorbidades, especialmente
em idosos, podem ser responsáveis pelos sintomas que se refletem em atitudes destoan-
tes das habituais.

É fundamental identificar mudanças abruptas e transitórias de comportamento que podem


ser secundárias a problemas de saúde tratáveis. Os mais comuns envolvem:

Imagem esquemática das mudanças abruptas e transitória da demências.


Fonte: Organizado pelo autor.
Identificar a presença dessas comorbidades é fundamental pois
problemas de comportamento podem não estar associados dire-
tamente às demências. Por isso, tratamentos e condutas serão
diferentes em cada caso.

Já nas demências, as principais causas das alterações de comportamento estão relaciona-


das a três fatores: alterações cognitivas, bases neurobiológicas e fatores ambientais. No
podcast a seguir, você encontra mais informações sobre tais causas.
(podcast disponível somente na versão online do curso)

Etapas de Plano de Intervenção para Redução


de Sintomas Comportamentais nas Demências
Caramelli e Bottino (2007) sugeriram três etapas para uma boa elaboração de plano de
intervenção: avaliação do contexto, intervenção não farmacológica e intervenção farma-
cológica.

Etapa 1 – Avaliação do Contexto

Imagem esquemática da etapa 1 do plano de intervenção.


Fonte: Organizado pelo autor.

A compreensão do contexto envolve a identificação de padrões nos fatores desencadean-


tes e na constatação e avaliação das consequências dos comportamentos-problema.

Para a escolha da forma de manejo é fundamental a compreensão


do contexto em que a alteração de comportamento aparece, ou
seja, o que o desencadeou e qual foi a consequência. Cuidadores
menos treinados podem ter dificuldade para identificar sintomas
que, segundo Bremenkamp, et al, (2014), podem estar relaciona-
dos a necessidades não atendidas.
Na imagem esquemática a seguir você encontra os fatores que devem ser considerados
nesta etapa. Analise-a com atenção.

Esta investigação de fatores desencadeantes de comportamentos-problema (que preci-


sam ser mudados) deve envolver ações, atitudes ou emoções que de alguma forma servi-
ram como gatilho para a eclosão da alteração de comportamento.

Assim, para manejar a situação é preciso compreender que os sintomas ocorrem devido:

Imagem esquemática das ocorrências dos sintomas.


Fonte: Organizado pelo autor.

Além disso, deve-se ressaltar que os pacientes com demên-


cia não terão habilidade para solucionar mal-estar geral-
mente associado às alterações de comportamento de forma
autônoma e precisarão de ajuda. A partir da identificação
dos fatores desencadeantes será possível evitá-los, inter-
rompê-los ou contorná-los com estratégias.

E como o cuidador pode avaliar as consequências?


A avaliação das consequências é um outro ponto fundamental
para a tomada de decisão do cuidador quanto ao manejo dos sin-
tomas comportamentais.
Quando existe um comportamento inadequado ou interpretação
destoante da realidade, ou ainda há manifestações emocionais
intensas, há que se avaliar como o paciente fica após a alteração
de comportamento.
Clique na interação a seguir e confira o que deve ser feito em cada um dos comportamen-
tos. Analise-as com atenção.

Reação negativa

Se a reação é muito negativa, com evidente sofrimento, precisa ser evitada.

Desfecho positivo

Caso haja desfecho positivo com boa resolução, pode-se observar com cautela e deixar que a ação siga
seu curso.

É interessante notar que nem sempre os comportamentos alterados precisam de inter-


venção imediata. A avaliação da relevância de abordagem para modificação de comporta-
mento deve estar focada na presença de efeitos negativos. Se o paciente tem uma reação
emocional com sofrimento do qual não consegue sair, expõe-se a riscos ou tem suas rela-
ções prejudicadas algo precisa ser feito, caso contrário, não.

Saiba mais
O critério de avaliação de riscos pode ser bastante amplo envol-
vendo riscos à saúde/ físicos, à segurança, financeiros e emocio-
nais. Quando houver risco envolvido, a intervenção será neces-
sária e deve ser feita o quanto antes. As reações dos pacientes
num mesmo contexto tendem a ser muito parecidas quando não
são surpreendentemente idênticas. Estas repetições permitem
ao cuidador antecipar reações e selecionar momento de interven-
ção que garanta o máximo de autonomia do paciente com atitude
protetiva capaz de identificar riscos e interromper reações emo-
cionais e inadequações comportamentais previsíveis.

Etapa 2 - Intervenção não Farmacológica


Na segunda etapa, após a identificação de desencadeadores e consequências, é realiza-
da a intervenção não farmacológica, que busca por de alternativas que promovam mu-
danças na forma de interação, no ambiente e na oferta de estímulos a fim de minimizar os
sintomas comportamentais.

Muitas podem ser as estratégias utilizadas e podem ser testadas para escolha mais ade-
quada para perfil do paciente e a partir dos resultados obtidos. De modo geral, estratégias
bem sucedidas tendem a funcionar por longos períodos, portanto devem ser mantidas,
sem variedades e novos testes.
Imagem esquemática da etapa 2 do plano de intervenção.
Fonte: Organizado pelo autor.

Saiba mais
Estudos mostram resultados positivos tanto do ponto de vista de
redução de sintomas comportamentais como de comportamento
desafiador bem como de estresse dos envolvidos (Nakanishi et.
al, 2018; Teri et. al, 2005; Caramelli e Bottino, 2007; Johnston e
Narayanasany, 2016).6,1

O uso de técnicas agradáveis e estruturadas associadas nas várias abordagens descritas


são intervenções estudadas e que colaboram para retardo de evolução da doença, quali-
dade de vida e relacionamento, sendo modalidade de intervenção considerada importan-
te para reduzir efeitos negativos das demências nos pacientes, cuidadores e sociedade
(Forstemeier, 2015).3

A abordagem não farmacológica pode ser considerada medi-


da prioritária ao uso de medicamentos no controle de sinto-
mas comportamentais devido à possibilidade de bons resul-
tados e para evitar uso desnecessário de substâncias. Há
uma grande variedade de técnicas relacionadas à melhora
do enfrentamento da experiência de demência para pacien-
tes e cuidadores.

E como o cuidador pode avaliar as consequências?


Em ampla revisão de literatura, McLaren et al (2013) constataram
evidências clínicas de melhora, manutenção e retardo de declínio
funcional (em áreas como cognição e habilidades motoras) asso-
ciado às demências em famílias submetidas a estas intervenções.
Apesar disso, a adesão ao tratamento ainda é baixa e requer
maior valorização de profissionais e cuidadores.
Além disso, as diversas intervenções, mesmo as não específicas para este fim, podem
favorecer o controle de sintomas comportamentais. Teri et al (2015) identificaram que
a atividade física podem reduzir sintomas de depressão, agitação, favorecer a interação
além de retardar escolha por institucionalização.

Melhor funcionamento cognitivo pode estar associado a maior bem-estar e também ser
responsável pela redução de sintomas comportamentais. O inverso também acontece;
intervenções voltadas para manejo de comportamento favorecem o ambiente e conse-
quentemente oferecem condições para um melhor funcionamento cognitivo dos pacientes
(Duan et. al, 2016).8 O investimento em diferentes áreas envolvendo prejuízos gerados
pelo quadro degenerativo favorece funcionamento global.

A escassez de recursos dificulta que pacientes sejam capazes de


reverter de forma autônoma o mal-estar desencadeado pela alte-
ração de comportamento e defeitos cognitivos.

Sentir-se apático, irritado, agitado ou mesmo temeroso


envolve grande desconforto e sofrimento. Ter atitude so-
cialmente inadequada estressa e sobrecarrega cuidadores
que lidam com a despersonalização e atitudes que não re-
conhecem. Diante desse contexto, intervenções não farma-
cológicas devem ser consideradas prioridade no controle de
sintomas.

Para tanto, o cuidador precisa ter uma postura ativa de enfrentamento da situação-pro-
blema e não de enfrentamento do paciente (que provavelmente apresentará resistências).
Ter clareza do objetivo de cuidado — por exemplo, garantir higiene, dar medicação —
pode ajudar a buscar estratégias que garantam bons resultados mesmo sem a concordân-
cia ou participação efetiva do paciente.

Assim, mais importantes do que os fatos em si na escolha de conduta são os sentimentos


associados na relação para amenizar comportamentos-problema e garantir cuidado ade-
quado.
Saiba mais
Para o controle das alterações comportamentais, existem progra-
mas que foram testados em pesquisas e que mostraram resulta-
dos com redução de sintomas e estresse de cuidadores e melhora
no humor e qualidade de vida das pessoas com demência.

Intervenções estruturadas oferecem situações para discussões


de comportamentos de difícil manejo com busca de soluções e uso
de técnicas adequadas que favoreçam colaboração, interação e
qualidade de cuidado oferecido à pessoa com demência.

Destacam-se:

Programas de treinamento estruturados como o STAR, idealizado para uso em treina-


mento de equipes de atendimento residencial para idosos, e o START, que visa ajudar
cuidadores a gerenciar demandas através de manejo comportamental e intervenções
baseadas em estratégias de enfrentamento, identificação de precursores e planeja-
mento de ações, considerando consequências de comportamentos alterados (Teri et al,
2005; Forstemeier, 2015; Livingston et al, 2014). 6,3,9

Etapa 3 – Intervenção Farmacológica


Caso os resultados das intervenções não farmacológicas não sejam suficientes, deve-se
fazer uso de medicamentos os quais podem auxiliar na redução e controle de sintomas.1

Na imagem esquemática a seguir, você confere informações sobre as intervenções por


medicamentos. Analise com atenção.

Diferentes substâncias podem ser utilizadas, desde que o acompanhamento médico seja
especializado, cuidadoso e atento às características do idoso com alterações cogniti-
vas. Resultados expressivos podem ser obtidos e em muitas situações será necessário
o apoio medicamentoso, especialmente os psicóticos, para o controle dos sintomas
comportamentais.

Por vezes, a família tem a expectativa de que os medicamentos (e outras intervenções)


reverterão por completo o quadro. Por isso, é frequente a solicitação de aumento de dose
ou troca de remédio, o que nem sempre é possível. Os médicos são cautelosos devido a
presença de efeitos colaterais desses medicamentos, que podem interferir no funciona-
mento global, nas habilidades cognitivas e nas funções motoras do idoso.
É totalmente contraindicado que medicamentos para regu-
lação de humor e comportamento sejam administrados de
forma destoante das prescrições médicas personalizadas
para aquele paciente com riscos importantes à saúde.

Orientações Práticas para Manejo dos Sinto-


mas Comportamentais nas Demências
Comunicação
O cuidador deve estar atento para não dar margem a interpretações distorcidas na trans-
missão de informações.
Clique na interação a seguir e analise com atenção, as formas de comunicação para trans-
missão de informações.

Comunicação verbal

Para tanto, a comunicação deve levar em consideração a presença de sintomas cognitivos que envolvem
desatenção, falta de registro de informações e dificuldades de compreensão. Para favorecer a recepção
adequada de informações é importante que a fala seja clara, direta, simples e objetiva. Frases curtas e
pontuais, evitando perguntas sequenciais e dando ênfase nas palavras mais importantes para transmis-
são de ideias centrais ajudarão na compreensão. Oferecer pausas entre assuntos podem evitar contami-
nações (mistura de conteúdos). Uma comunicação ineficiente poderá favorecer o mal-estar, a confusão e
desencadear o comportamento indesejado.

Comunicação não verbal

Outro aspecto a ser considerado é a comunicação não verbal. As pessoas com demência ficam especial-
mente susceptíveis à dicas não verbais que são usadas como pistas de comunicação diante das dificul-
dades citadas. O semblante, as expressões e movimentos corporais, o olhar e até o tom de voz devem
ser direcionados para proporcionar segurança. Além disso, há que se ter coerência entre o que é dito e
demonstrado, pois posturas dúbias podem potencializar eventual confusão e interpretações duvidosas
especialmente envolvendo ameaças.

Nas situações em que o cuidador precisa realizar o manejo do sintoma comportamental,


a sua postura deverá ser mais ativa, além disso, a interação verbal poderá ser mais pro-
dutiva por meio do direcionamento de perguntas objetivas que auxiliem na identificação
da situação-problema e na busca por uma estratégia eficiente. Quando o comportamento
está alterado parafrasear falas frequentes e repetitivas do idoso pode fazê-lo se sentir
mais seguro, com a concordância de ideias, o que pode favorecer a interação.
Contato
A forma com que a abordagem e o contato são realizados com as pessoas com demência
podem ser determinantes para controle dos sintomas. Quanto antes o comportamento
alterado for interrompido menor será o sofrimento de todos. A tendência numa situação
de cuidado é ter uma postura de autoridade na oferta de melhores maneiras de como os
procedimentos devem ser feitos.

Uma postura muito comum envolvendo o cuidado de pessoas com demência refere-se a
insistência para convencer ou garantir o cuidado, o que pode tornar o ambiente tenso e
potencializar resistência e sintomas. Argumentos coerentes e confrontos podem não sur-
tir o efeito desejado e gerar mal-estar e frustração aos envolvidos. Tende-se a querer que
o idoso concorde com o cuidador e queira executar a tarefa de determinada forma sem a
devida flexibilidade para administrar resistências e conviver com sintomas comportamen-
tais.11

Nas relações casuais o treino social é de que ideias e posiciona-


mentos sejam defendidos de forma veemente o que pode gerar
conflitos. No contato com pessoas com demência na vigência de
alterações de comportamento o confronto deve ser evitado6,1 pois
dificilmente pacientes são convencidos com argumentações, rea-
ções emocionais negativas ou durante conflitos. Nestas circuns-
tâncias tendem a se sentir ameaçados, inseguros o que potencia-
liza a resistência e discordância.

No quadro a seguir, você confere medidas simples que podem favorecer o contato e evitar
transtornos e sofrimentos.
Quadro 5. Medidas para comunicação com idosos com demência

É muito importante não infantilizar a pessoa com demência e manter um contato com
adulto que demanda ajuda, mas que precisa ter sua dignidade respeitada e não ser tratado
como criança (devem ser evitados diminutivos nas falas).

Imagem esquemática do contato visual do cuidador com paciente com demência.


Fonte: Organizado pelo autor.

Quadro 6. Programa STAR6 (4 etapas)

Fonte: Organizado pelo autor.

Não é porque a demência causa uma série de dificuldades que o paciente deve ficar inativo.
Promover o máximo de autonomia e participação segura vai fazer com que a pessoa tenha
sua identidade resgatada a partir de suas habilidades. Teri et al (2005) argumentam que
a consideração das habilidades e os talentos com valorização do que a pessoa é capaz de
realizar favorece a relação.
O confronto com as perdas e dificuldades favorece a inati-
vidade e gera frustração. Quando a relação está pautada na
funcionalidade sem explicitação de defeitos a sensação de
bem-estar é imediata e com ela há um resgate da identida-
de. Ao longo da vida as pessoas se apresentam a partir de
seus feitos e capacidades e a autoimagem caminha em con-
junto com a produtividade; nas demências não é diferente.

Ambiente
Alguns cuidados com o ambiente podem favorecer tranquilidade e evitar alterações de
comportamento. O ambiente deve ser iluminado e preferencialmente ventilado. Ruídos
excessivos devem ser evitados pois podem favorecer irritabilidade. Há que se ficar atento
também ao número excessivo e desnecessário de estímulos simultâneos. Um maior apro-
veitamento de estímulos acontecerá quando forem oferecidos um a um. Ambientes com
música, televisão ligados sem a devida atenção aos mesmo só favorecem confusão. Outro
aspecto a ser considerado é a temperatura; se o paciente está com frio ou calor também
pode ter alterações nas atitudes.

A familiaridade com o ambiente também precisa ser cuidada.


Ter recordações marcantes, fotos e objetos significativos ao re-
dor dá a sensação de pertencimento, e diante de agitação e deso-
rientação espacial poderão ser usados como referências.

Saiba mais
Para pacientes com dificuldades significativas de linguagem, espe-
cialmente envolvendo evocação de palavras, podem ser colocadas
plaquinhas que favoreçam a comunicação e reduzam confronto
com déficits que podem gerar frustração e potencializar altera-
ções comportamentais.

Rotina
O estabelecimento de rotinas é valorizado como uma forma de organizar a vida dos pa-
cientes e garantir estratégias funcionais para o dia a dia2 (Pestana e Caldas, 2009). Estra-
tégias bem sucedidas devem ser repetidas e não há a necessidade, nem é recomendado,
que novas estratégias sejam propostas na vigência de bons resultados no controle do
comportamento. Por vezes os cuidadores ficam desconfortáveis ao repetir as mesmas
histórias imaginando que isso é ruim para o idoso. Pelo contrário.
Você sabia?
A maior parte dos pacientes apresentam problemas de memória
e não registram estratégias e portanto não identificam repetição.
Na rotina repetida os cuidadores ficam mais seguros, pois ante-
cipam reações previsíveis e os pacientes são beneficiados pelas
interrupções de ações que gerariam estresses.

Ter uma rotina de cuidados envolvendo procedimentos diários


criam sistemáticas com as quais os pacientes também se acostu-
mam. Na medida do possível manter horários para alimentação,
hidratação, sono, medicação e cuidados com higiene garantirá
que necessidades básicas sejam atendidas evitando desconfortos
físicos geradores de mal-estar e possíveis desencadeadores de
alterações de comportamento.

Distração
A distração é uma técnica bastante utilizada pelos cuidadores no contato com os pacientes
com demência. Sua eficácia está relacionada especialmente às dificuldades cognitivas da
esfera da atenção que são muito frequentes e impedem que mais de uma situação receba
atenção simultaneamente. Interromper uma situação proporcionando uma interação em
momento prazeroso que desvie o foco do conflito, angústia ou sofrimento pode interrom-
per mal-estar.6

Você sabia?
Redirecionar conversa e utilizar-se de tema ou assunto de inte-
resse do paciente pode funcionar. Recomenda-se cautela para que
se evite distrações constantes que podem potencializar confusão
mental11 e estratégias de ofertas de alimentos que possam ser
prejudiciais à saúde se utilizadas com frequência ocasionando
ganho excessivo de peso.

Agora que você já estudou sobre as orientações práticas para o manejo dos sintomas com-
portamentais nas demências, confira no vídeo a seguir como vem sendo a rotina entre o
Sr. Aristides e sua cuidadora. Se tiver alguma dúvida, releia o conteúdo. (vídeo disponível
somente na versão online do curso)
Dicas para Situações-Problema Frequentes
Por vezes pode ser um desafio ter a colaboração da pessoa com demência para atividades
do dia a dia que antes eram corriqueiras e por ela valorizadas. Não querer tomar banho,
ou remédio, ficar agitado por vezes até perambulando sem parar, ficar irritado com ten-
dência à agressividade, ou ficar fazendo uma solicitação repetida como querer ir para
casa quando está no domicílio são situações comuns com as quais os cuidadores se depa-
ram.

Ilha et al (2016) estudaram dificuldades dos cuidadores familiares decorrentes das


alterações cognitivo comportamentais no processo de adoecimento por demência e
citaram em seus relatos situações frequentes como negar a doença, dificuldade para
aceitar tomar banho e reações agressivas.

Abaixo algumas situações corriqueiras e dicas para manejá-las. Não precisam ser realiza-
das todas as estratégias simultaneamente. É importante testar, adaptar e ter criatividade
para utilizá-las. Se for necessário reveja o vídeo do Sr. Aristides com sua cuidadora.

Quadro 7. Dicas em situações-problema frequentes

Fonte: Organizado pelo autor.


Considerações Finais
(vídeo disponível somente na versão online do curso)

Exercícios de Fixação
Você finalizou a leitura do conteúdo multimídia. Avalie sua aprendizagem realizando os
exercícios a seguir e, caso julgue necessário, releia o conteúdo.

1. Quais sintomas comportamentais da Doença de Alzheimer ficaram evidenciados na história do Sr. Aristides?

A. Apatia, ansiedade e agressividade.

B. Oscilação de humor, agitação e irritabilidade.

C. Irritabilidade, apatia e ansiedade.

D. Oscilação de humor, apatia e irritabilidade.

Alternativa Correta: B

Comentário:
Na história do Sr. Aristides encontramos os sintomas de oscilação de humor, agitação e irritabilidade.
2. Em relação à postura do cuidador ao manejar os sintomas do Sr. Aristides, assinale a alternativa incorreta:

A. Oscilação de humor, agitação e irritabilidade.

O cuidador acertou ao antecipar uma situação que era corriqueira e repetitiva. Identificou que o paciente
B.
estava agitado e ofereceu atividade que pudesse distraí-lo para interromper mal-estar.

C. O cuidador acertou ao cuidar do ambiente e do tom de voz para tentar manter o paciente mais calmo.

D. O cuidador acertou ao evitar o consumo de bebida alcoólica mesmo enganando o paciente.

Alternativa Correta: A

Comentário:
Muitas vezes cuidadores, especialmente os familiares, tendem a pensar que a maneira de não gerar
sofrimento para o paciente é que todas as atividades sejam mantidas como aconteciam antes do adoeci-
mento por demência. Diante das perdas e dificuldades impostas pelo processo de adoecimento, a pessoa
com demência tende a se expor a situações de risco, deixam de ser capazes de realizar tarefas de forma
autônoma e ficam com avaliação de consequências muito pouco eficiente.

Neste cenário é muito importante que sejam oferecidas alternativas que possam envolver mudança gradu-
al para que todos os envolvidos tenham a oportunidade de se adaptar. Se a segurança e bem-estar forem
a prioridade no estabelecimento de relação de qualidade é provável que as estratégias estejam sendo bem
escolhidas. Mudar não é fácil para ninguém. É importante lembrar que na maioria das vezes as pessoas
com demência serão resistentes às mudanças, especialmente porque não sabem, não identificam, não
aceitam ou não percebem os riscos.

Abaixo estão listadas situações de risco identificadas, decisões dos cuidadores e adaptações e efeitos
de mudanças.
Alterações da Deglutição no Processo de En-
velhecimento
Nessa seção, você irá estudar sobre alimentação oral: quais os principais problemas?
Para tanto, conheça a história da sra. Neusa, 80 anos, com diagnóstico de doença de
Alzheimer há 5 anos.

No mês passado, a sra. Neusa foi internada devido à um quadro de desidratação e pneu-
monia. Quando questionada sobre a alimentação, a filha referiu as dificuldades da mãe, e
lembrou-se que mesmo antes do diagnóstico da doença de Alzheimer, a idosa já apresen-
tava leve dificuldade para mastigar alimentos mais duros e às vezes engasgava com líqui-
dos quando estava mais distraída.

Saiba mais
As dificuldades de alimentação são frequentes nos idosos e re-
querem cuidados específicos. Os familiares e cuidadores desem-
penham um papel crítico no reconhecimento destas dificuldades,
assim como constituem um pilar fundamental para o gerencia-
mento da alimentação. Portanto, a atuação de toda a equipe e
família deve ser integrada e eficaz.1
Alimentação Oral: Conceitos de Deglutição e
Disfagia

O que é deglutição?
A deglutição refere-se ao transporte de alimentos, líquidos e sali-
va da boca até o estômago.2

Esse transporte é feito em quatro fases:

1. fase antecipatória (decisões sobre a escolha e organização do alimento);


2. fase oral (quando o conteúdo ainda está na boca);
3. fase faríngea (passagem do conteúdo pela faringe);
4. fase esofágica (passagem do conteúdo pelo esôfago).

Trata-se de um ato complexo, que envolve componentes voluntários e involuntários.2

Qual o nome da alteração da deglutição? E, considerando a


história da sra. Neusa, podemos concluir que ela apresenta
disfagia?
A alteração da deglutição é chamada disfagia. As dificuldades
podem ocorrer em qualquer etapa da deglutição, podendo afetar
mais de uma ao mesmo tempo, devido à influência de uma fase na
outra.

As consequências da disfagia incluem desnutrição, desidratação, pneumonias aspirativas e


até morte, devido aos episódios de broncoaspiração.3

Disfagia no Envelhecimento
Alterações da deglutição podem ocorrer no processo de envelhecimento normal e patoló-
gico, o que impacta a qualidade de vida destes indivíduos e aumenta o grau de dependên-
cia para se alimentar.4

A disfagia observada em idosos saudáveis é chamada de presbifagia e ocorre devido ao


processo fisiológico próprio do envelhecimento. Alguns destes processos incluem:
Quadro 8. Processo fisiológico do envelhecimento

Fonte: Organizado pelo autor.

Além disso, as perdas motoras (como a redução da mobilidade) e sensoriais (como a per-
da visual e auditiva), acabam aumentando ainda mais a dificuldade de alimentação e deglu-
tição.5

A disfagia pode ocorrer em várias doenças frequentes no


envelhecimento, como nas doenças neurológicas (demên-
cias, acidente vascular cerebral, traumatismo cranioence-
fálico, doença de Parkinson, entre outras). Outras doenças
que são comuns em idosos e também causam disfagia são o
câncer de cabeça e pescoço, refluxo gastroesofágico e pro-
blemas na coluna cervical.6

Estas doenças podem ocasionar alterações em qualquer fase da deglutição, pois afetam
o funcionamento motor e sensorial, impactando a força, mobilidade e sensibilidade dos
órgãos fonoarticulatórios envolvidos na alimentação. Os idosos podem apresentar:

Imagem esquemática do contato visual do cuidador com paciente com demência.


Fonte: Organizado pelo autor.
Cabe destacar que, principalmente nas doenças neurológicas, a
alteração cognitiva é frequente, afetando a memória, atenção,
linguagem, funções executivas, habilidades visuoespaciais e com-
portamento. O idoso pode não lembrar-se do ato de se alimentar,
distrair-se com facilidade, apresentar dificuldade de organização,
ter dificuldade para compreender e se expressar, apresentar
dificuldade para manusear os talheres, além de apresentar al-
terações comportamentais como apatia e agressividade. Estas
alterações cognitivas ocasionam ainda mais dependência do idoso
para a alimentação.8

Por isso, é muito importante a informação dada pela filha da sra. Neusa em relação à piora
da dificuldade para mastigar alimentos mais duros e, às vezes, os engasgos com líquidos,
quando a sra. Neusa estava mais distraída.

Identificação da Disfagia
Alterações da deglutição podem ocorrer no processo de envelhecimento normal e patoló-
gico, o que impacta a qualidade de vida destes indivíduos e aumenta o grau de dependên-
cia para se alimentar (Furkim e Santini, 1999).

Devido aos prejuízos na qualidade de vida e risco aumentado de óbito nos idosos com
disfagia, a identificação de sinais relacionados a este quadro é de extrema importância.9
Alguns destes sinais incluem:
Quadro 9. Sinais da Disfagia

Fonte: Organizado pelo autor.

Saiba mais
Se o idoso apresentar um ou mais sinais de disfagia, é neces-
sário entrar em contato com o médico e realizar uma avaliação
fonoaudiológica. A avaliação fonoaudiológica engloba a análise
das estruturas relacionadas à deglutição (dentes, língua, lábios,
bochechas, entre outras) e a análise da deglutição das diferentes
consistências alimentares (líquido, pastoso e sólido).

Durante o exame, são utilizadas algumas técnicas e instrumentos


para detectar sinais de broncoaspiração, como a medição de ruí-
dos da deglutição, nível de oxigenação e frequência cardíaca. Em
alguns casos, é necessário que o idoso faça exames como a naso-
fibroscopia da deglutição e o videodeglutograma.10,11
Manejo da Disfagia
Após a confirmação do quadro de disfagia, o idoso deve iniciar o tratamento sob a orien-
tação do fonoaudiólogo, com técnicas e exercícios específicos visando a melhora, manu-
tenção ou compensação da deglutição. Como dito anteriormente, o cuidador desempenha
um papel fundamental para o gerenciamento da alimentação, devendo conhecer os riscos
inerentes ao quadro de disfagia e atuando na oferta alimentar segura. O cuidador é, por-
tanto, um agente da manutenção de habilidades e de qualidade de vida do idoso.
Os objetivos do manejo da disfagia nos idosos são:

Imagem esquemática sobre os objetivos do manejo da disfagia


Fonte: Organizado pelo autor.

Algumas orientações sobre o manejo da disfagia serão discutidas a seguir, segundo as


recomendações da literatura.12,13,14

1.1 Manejo ambiental


O ambiente alimentar deve ser tranquilo, silencioso e sem distrações. Procure desligar a
televisão e evite colocar muitos objetos / alimentos na mesa para não confundir o idoso.
Utilize somente os utensílios necessários para a oferta.

1.2 Manejo postural


O ideal é colocar o idoso sentado, em posição ereta ou com a cabeça levemente inclinada
para frente, para evitar escape precoce posterior do alimento para a faringe e reduzir
episódios de refluxo gastroesofágico.
Se o idoso apresentar dificuldade para manter a posição
ereta, podem ser utilizados suportes para sustentar a ca-
beça. No caso de idosos acamados, a oferta alimentar deve
ser realizada com o idoso sentado o mais reto possível (em
decúbito elevado à 90a).

1.3 Manejo comportamental


Especialmente nos casos de doenças neurológicas, sobretudo nas demências, as altera-
ções comportamentais podem ocorrer e comprometer a oferta alimentar.8
No caso de idosos que apresentam redução da atenção ou apatia, orienta-se o forneci-
mento de alimentos somente nos momentos de alerta para evitar riscos de broncoaspi-
ração. Estes momentos de alerta podem ser curtos, sendo necessário dividir o alimento
em várias porções menores e realizar a oferta mais vezes ao dia. Pesquisas mostram que
ofertar o alimento em pratos coloridos (por exemplo, vermelho) também pode ajudar no
foco de atenção.

Para idosos que apresentam agitação, pode-se deixar o idoso se


movimentar até que o alimento esteja pronto. Ao levar o alimento
ao idoso, o cuidador deve dirigir a atenção e apontar para o ali-
mento, incentivando o idoso a comer. Caso o idoso se mantenha
agitado, podemos utilizar a estratégias de deixar “petiscos” em
alguns locais, como frutas cortadas, para que o idoso pegue com
as mãos e coma enquanto se move, desde que não haja riscos de
broncoaspiração.

1.4 Manejo na consistência alimentar

Estudos confirmam que algumas consistências alimentares apresentam maior risco de


broncoaspiração que outras. Por exemplo, a pesquisa de Rösler et al (2015) mostrou
que idosos hospitalizados apresentaram mais sinais de broncoaspiração com:

1º líquido fino (água): 35,6%;


2º alimento sólido (fatia de maçã): 5,1%;
3º consistência pastosa (purê de maçã): 6,3%.
Portanto, para idosos com risco, os líquidos finos devem ser administrados de forma
cuidadosa, com oferta de goles pequenos e intervalados. Se os riscos de broncoaspira-
ção se mantiverem mesmo com estes cuidados, uma alternativa é a oferta de líquidos
engrossados naturalmente (como sucos com adição de água e vitaminas) e a utilização de
espessantes alimentares. Os espessantes podem ser usados em todos os líquidos. Existem
espessantes industrializados, comprados em farmácias específicas, e espessantes casei-
ros, como amido de milho, fécula de batata e goma xantana.

A goma xantana é um tipo de açúcar produzido a partir da fermen-


tação de algumas bactérias provenientes do milho. É apresentada
na forma de um pó branco e pode ser utilizada como espessante.
É encontrada em mercados de alimentos naturais.

Para idosos que apresentam risco de broncoaspiração para


alimentos sólidos, a adaptação para consistência pastosa é
indicada, como a ingestão de purês, sopas e alimentos bati-
dos no liquidificador ou processador.15

Saiba mais
Alguns idosos também podem apresentar dificuldade para ingerir
as medicações. Alguns remédios podem ser macerados e mistura-
dos ao alimento ou ser ingeridos com a oferta de alimentos pasto-
sos. Deve-se sempre consultar o médico para saber quais medica-
ções podem ou não ser maceradas.

Você sabia?
A alteração da deglutição é chamada disfagia. As dificuldades
podem ocorrer em qualquer etapa da deglutição, podendo afetar
mais de uma ao mesmo tempo, devido à influência de uma fase na
outra.
1.5 Manejo na oferta alimentar
Além dos ajustes acima citados, é importante que o cuidador esteja treinado para a oferta
alimentar, como mostra a interação a seguir:

Primeiramente, o cuidador deve sentar na mesma altura do idoso e manter contato verbal e visual. A ofer-
ta deve ser realizada de forma calma, às vezes sendo necessário o uso de pistas para mastigar e engolir,
e toques para chamar a atenção do idoso para o alimento. O cuidador deve observar cada deglutição para
ofertar nova quantidade de alimento.

Para alguns idosos, a adaptação de utensílios é necessária, como a utilização de colheres pequenas,
materiais de silicone, copos de transição e canudos. Também podem ser usadas manobras posturais (por
exemplo, cabeça para baixo) e manobras facilitadoras (por exemplo, deglutição com força e deglutições
múltiplas), associadas à oferta alimentar.16

Finaliza-se a oferta com higiene oral adequada e completa indicada para cada caso, mesmo em idosos que
não possuam elementos dentários, assim como deve ser feita a higienização da prótese dentária. Estudos
mostram que a má higiene oral está associada a maiores índices de infecção pulmonar e ao aparecimento
de algumas doenças.

No vídeo a seguir apresentamos para você como ocorre, na prática, o manejo da oferta
alimentar. Assista-o atentamente. Caso julgue necessário, releia o conteúdo.
(vídeo disponível somente na versão online do curso)

Via Alternativa de Alimentação


As vias alternativas de alimentação, como a sonda nasoenteral e a gastrostomia, são
indicadas principalmente quando a oferta via oral apresenta alto risco de broncoaspiração
e quando o idoso apresenta baixa aceitação alimentar com risco de desidratação e desnu-
trição.17 Esta indicação deve ser cuidadosamente aplicada pela equipe multidisciplinar em
conjunto com a família.
Legenda: Figura sonda nasoenteral. Figura B gastrostomia.
Fonte: Disponível em: inacreapoioespecial.blogspot.com

A via alternativa de alimentação pode ser temporária (quando o idoso apresenta potencial
de melhora) ou permanente. Em alguns quadros, como na demência avançada, a indicação
de vias alternativas de alimentação deve ser cuidadosamente analisada, considerando-se
os riscos e benefícios para esta população (Rhodes et al, 2009; Cintra et al, 2014).

Considerações Finais
As dificuldades alimentares nos idosos podem ser manejadas por meio de técnicas e cui-
dados específicos, mesmo em condições adversas, sendo possível reduzir riscos e manter
a funcionalidade e qualidade de vida dos idosos. No vídeo a seguir, a autora da seção irá
apresentar as informações mais relevantes sobre esse tema. Assista-o com atenção.
(vídeo disponível somente na versão online do curso)

Exercícios de Fixação
Avalie sua aprendizagem realizando os exercícios a seguir e, caso julgue necessário, releia
o conteúdo. Para tanto, vamos retomar a história da Sra. Neusa, 80 anos, com diagnóstico
de doença de Alzheimer há 5 anos.
Durante a alimentação, apresenta dificuldade pra comer alimentos mais sólidos, principal-
mente carne e salada, às vezes sendo necessário retirar o alimento da boca. Apresenta
também engasgos para beber líquidos, especialmente água. A cuidadora oferece a água
no copo, em pequenos goles, mas mesmo assim a idosa tosse, principalmente quando está
mais deitada. No mês passado, a Sra. Neusa foi internada devido a um quadro de desidra-
tação e pneumonia. Quando questionada sobre a alimentação, a filha referiu as dificul-
dades da mãe, e lembrou-se que mesmo antes do diagnóstico da doença de Alzheimer, já
apresentava leve dificuldade para mastigar alimentos mais duros e, às vezes, engasgava
com líquidos quando estava mais distraída.
1. A dificuldade prévia de deglutição apresentada pela sra. Neusa (mastigação de alimentos mais duros e engas-
gos esporádicos com líquidos) já indicava um quadro de presbifagia. A presbifagia é definida como:

A. Alteração da deglutição que ocorre nas demências.

B. Alteração da deglutição que ocorre nos jovens.

C. Alteração da deglutição que ocorre nos indivíduos com acidente vascular cerebral.

D. Dificuldade de deglutição que decorre do processo fisiológico próprio do envelhecimento.

Alternativa Correta: C

Comentário:
Algumas mudanças próprias do envelhecimento, como a perda muscular e sensorial podem afetar a de-
glutição.

2. A sra. Neusa apresenta engasgos com líquidos, principalmente quando é alimentada em posição mais deitada.
Diante desta dificuldade, qual seria o posicionamento mais adequado a ser adotado durante a sua alimentação?

A. Deitada na cama.

B. Em decúbito lateral.

C. Sentada em cadeira ou com elevação de decúbito à 90º.

D. Em qualquer posição, pois o posicionamento não interfere na deglutição.

Alternativa Correta: C

Comentário:
A posição sentada e ereta favorece a fisiologia da deglutição e minimiza riscos de broncoaspiração por
escape precoce do alimento para a faringe, além de reduzir episódios de refluxo gastroesofágico.
3. A sra. Neusa apresenta dificuldade para comer alimentos mais sólidos, principalmente carne e salada, às ve-
zes sendo necessário retirar o alimento da boca. O que sua cuidadora deve fazer para reduzir os engasgos com
alimentos sólidos?

A. Continuar ofertando a comida.

B. Adaptar o alimento para a consistência pastosa.

C. Ofertar apenas líquidos.

D. Introduzir via alternativa de alimentação.

Alternativa Correta: B

Comentário:
Estudos mostram que os idosos apresentam menores índices de broncoaspiração com a consistência
pastosa.

4. Uma das maiores dificuldades da sra. Neusa durante a alimentação é a deglutição de líquidos, principalmente
de água. O que a cuidadora deve fazer para reduzir os engasgos com líquidos?

A. Ofertar pequenos goles e, se continuar engasgando, utilizar o espessante.

B. Ofertar mais líquidos para verificar se o idoso para de engasgar.

C. Ofertar goles grandes e contínuos.

D. Ofertar apenas alimentos sólidos.

Alternativa Correta: A

Comentário:
Estudos mostram que idosos apresentam maiores chances de broncoaspiração com líquidos finos, e a
utilização de líquidos engrossados ou espessados pode minimizar estes riscos.
5. A sra. Neusa foi internada com quadro de desidratação e pneumonia devido a um episódio de broncoaspira-
ção. Durante a internação, a dieta foi modificada para alimentos mais pastosos e os líquidos foram espessados.
Porém, após a alta hospitalar, a sra. Neusa voltou a apresentar engasgos, mesmo com a dieta adaptada. O que a
cuidadora deve fazer neste caso?

A. Continuar ofertando o alimento.

B. Deitar o idoso para descansar.

C. Ofertar um copo de água.

D. Entrar em contato com o médico / fonoaudiólogo.

Alternativa Correta: D

Comentário:
Se o idoso apresentar sinais de broncoaspiração como engasgos, tosse e asfixia, deve-se interromper a
oferta alimentar. Deitar o idoso não é indicado, devido ao risco de refluxo gastroesofágico. A oferta de
água não é indicada, pois a consistência líquida é mais propícia à broncoaspiração.

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