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Como proteger pessoas mais velhas


contra o novo coronavírus
Além de lavar as mãos e evitar aglomerações, idosos devem dormir bem, comer de maneira
saudável e fazer exercícios; também é importante cuidar das doenças pré-existentes

Katie Hafner, The New York Times


16 de março de 2020 | 15h00

  SAIBA MAIS

LEIA TAMBÉM > Acompanhe notícias do coronavírus em tempo real

Em meio às incertezas em torno da pandemia do novo coronavírus, um fato é irrefutável: a taxa mais
alta de mortalidade está entre as pessoas mais idosas, particularmente aquelas que já têm problemas de
saúde.

Dos casos confirmados na China até agora, quase 15% dos pacientes com mais de 80 anos morreram.
Na faixa daqueles com menos de 50 anos essa taxa fica bem abaixo de 1%.

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Coronavírus tem casos registrados em diversos países Foto: STR/AFP

Não há evidências de que as pessoas mais idosas estão muito mais propensas a contrair o vírus do que
os jovens. Mas especialistas afirmam que, se as pessoas com mais de 60 anos forem infectadas, existe
mais probabilidade de elas adoecerem gravemente, com risco de vida, mesmo que o seu estado geral
seja bom. Pessoas mais velhas com problemas de saúde correm um risco ainda maior. E os especialistas
atribuem esse risco a um sistema imunológico que debilita com a idade.

O que deixa essas pessoas idosas e suas famílias se perguntando que precauções a mais eles deveriam
tomar. Várias práticas importantes têm sido recomendadas pelos Centros de Prevenção e Controle de
Doenças e a Organização Mundial da Saúde (OMS), como também por geriatras e especialistas
em doenças infecciosas.

Leia estas diretrizes e as siga

Os geriatras aconselham seus pacientes a respeitarem as atuais recomendações emitidas pelo Centro
para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e a Organização Mundial da Saúde
(OMS), uma série de conselhos que são bem conhecidos: lavar as mãos frequentemente com sabão e
água quente durante 20 segundos ou usar álcool gel; evitar apertos de mão; ficar longe de grandes
reuniões de pessoas; limpar e desinfetar objetos que são tocados com frequência e evitar o transporte
público e multidões. Fazer um estoque de alimentos e produtos de primeira necessidade.

Cruzeiros são proibidos, como também viagens desnecessárias. Visitas de netos são desaconselhadas.

“Falei sobre isto cem vezes na semana passada”, diz Elizabeth Eckstrom, chefe do departamento de
geriatria na Oregon Health & Science University, em Portland. A médica disse que a maioria dos
pacientes que atende em sua clínica tem mais de 80 anos de idade. Todos eles manifestaram suas
preocupações. E todos têm pelo menos um problema de saúde. “Muitos têm três, quatro, cinco ou mais
problemas”, afirmou ela.

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Coronavírus: veja o que já se sabe sobre a doença

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Doença está deixando vítimas na Ásia e já foi diagnosticada em outros continentes; Organização Mundial da
Saúde está em alerta para evitar epidemia

As pessoas estão erradas em pensar que, se um problema de saúde está sendo bem tratado, elas estão
fora de perigo. Mesmo aquelas em boas condições devem tomar precauções extras.

“Esses problemas de saúde limitam a reserva existente e levam a resultados piores quando idosos ficam
gravemente doentes, o que sobrecarrega todos os órgãos”, afirma Annie Luetkemeyer, especialista em
doenças infecciosas no Hospital Zuckerger, em São Francisco.

“Por exemplo, o diabetes dificulta o combate da infecção, e doenças pulmonares ou cardíacas também
tornam difícil para esses órgãos atenderem à demanda criada por uma infecção grave de COVID-19”,
disse ela.

Daniel Winetsky, especialista em doenças infecciosas na Universidade de Columbia, Nova York, disse
que seu conselho para seus próprios pais, que vivem em São Francisco, mudou totalmente. Há uma
semana ele os tranquilizava quanto à sua segurança, incentivando-os até a realizarem uma viagem que
estavam planejando para a Flórida com um pequeno grupo de turistas.

No final de semana, seus temores com a epidemia aumentaram e na terça-feira ele disse aos pais para
não viajarem e os aconselhou a reduzirem ao mínimo o contato com pessoas. E visitas de netos foram
proibidas.

Winetsky disse à sua mãe, Carol, de 73 anos, que sofre de asma, para não frequentar mais seu grupo de
tricô. E instruiu seu pai, Hank, que tem dois stents coronários implantados, a não participar das suas
duas reuniões do grupo de literatura.

Sua mãe continua a sair para o supermercado, mas evita lugares lotados de pessoas. Com permissão do
seu filho, ainda continua com fisioterapia para a coluna, mas toma cuidado no sentido da terapeuta
lavar as mãos e o equipamento ser limpo com desinfetante.

E quanto a consultas médicas não importantes?

Alguns especialistas recomendam que pessoas mais idosas cancelem consultas médicas que não sejam
essenciais.

Eckstrom concorda, mas faz advertências. Embora seja prudente cancelar as consultas que não são
urgentes, “muitos idosos têm problemas de saúde que exigem um acompanhamento regular, como
demência, Parkinson, problemas cardíacos”. A preocupação dela é que dispensar as consultas pode
permitir que o estado de saúde piore e fique fora de controle. Mas concorda que a telemedicina pode
ajudar.

Outra medida útil: falar com seu médico sobre manter um estoque de remédios cruciais por dois ou três
meses.

Cuidado com o isolamento social

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Os especialistas alertam que o distanciamento social, básico para o controle da epidemia, pode levar a
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isolamento social, que já é um problema na população mais idosa. Segundo estudo recente do Pew
Research Center em mais de 100 países, 16% das pessoas acima de 60 anos de idade vivem sós. A
solidão, segundo os especialistas, também gera riscos à saúde.

Winetsky está consciente do risco e sugeriu aos pais para realizarem encontros virtuais com amigos e
parentes. “Eu os aconselhei a não cancelar essas coisas, mas mudarem para o Skype ou o FaceTime”,
disse ele.

Conversar com assistentes de saúde que vão à casa

A National Association for Home Care & Hospice estima que 12 milhões de "pessoas vulneráveis de
todas as idades” nos Estados Unidos recebem tratamento em casa, fornecido por cuidadores que são
uma força de aproximadamente 2,2 milhões de pessoas. Para muitos idosos, isso significa um desfile de
cuidadores entrando pela porta da sua casa, alguns mais preocupados com a higiene do que outros.

As pessoas devem conversar com esses cuidadores sobre higiene, sugere David Nace, presidente da
Society for Post-Acute and Long-Term Care Medicine, que representa os médicos que trabalham em
entidades de tratamento de longo prazo.

E verificar duas vezes se esses cuidadores lavaram as mãos ou usaram gel. Quaisquer equipamentos que
trouxerem consigo devem ser limpos com desinfetante. E se certificar de que estão em boas condições
de saúde.

O problema dos asilos

Cerca de 1,7 milhão de pessoas, a maior parte idosos, estão em asilos nos Estados Unidos, uma fração
dos 50 milhões de americanos com mais de 65 anos de idade.

Diante do número de mortos num asilo em Kirkland, Washington, os asilos estão em máximo alerta.
Muitos simplesmente fecharam as portas a título de emergência, não permitindo visitas.

Curtis Wong, de 66 anos, pesquisador aposentado que vive na área de Seattle, visitava os pais com
frequência. Ambos estão com quase 90 anos e vivem numa casa de repouso em Sierra Madre,
Califórnia. Na quinta-feira, a casa proibiu visitas que não sejam médicas e informou estar mudando os
códigos de entrada do prédio. No e-mail em que anunciou as medidas, a direção da casa de repouso
propôs que os moradores contatassem os membros da família pelo FaceTime.

Há três dias, Wong conversou por vídeo com seu pai. “Fiquei preocupado de que não o veria de novo.
Tudo isso nos deixa muito emotivos”.

Continue ativo numa pandemia

Os geriatras temem que o distanciamento social afete de tal forma a rotina das pessoas que possa
comprometer a vitalidade dos mais idosos. E enfatizam a importância de manter bons hábitos, como
dormir um número suficiente de horas, comer de maneira saudável e fazer exercícios.

O exercício é benéfico na luta contra os efeitos do novo coronavírus. Ajuda a aumentar as funções
imunológicas do corpo, reduzir inflamação e tem benefícios mentais e emocionais. Um paciente que
pratica exercícios diários numa academia, mas não quer agora se arriscar, deve fazer caminhadas.

Na quarta-feira, Hank Winetsky, de 80 anos, retornou de um jogo de golfe com um pequeno grupo de
quatro amigos com idade entre 70 e 81 anos. “O golfe é bastante seguro em termos de contato humano”,
disse ele.

Mas até o golfe pode não ser um esporte que dispensa o contato físico. “Havia uma garrafa de água no
carrinho e todos pensavam que era sua. E nós quatro bebemos da garrafa. Agora estamos todos
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histéricos”, disse ele. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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Grupos antivacina mudam foco para


coronavírus e divulgam informações
falsas, revela análise da USP
Dois grupos, que em geral produzem 30 publicações por dia, aumentam ritmo de postagens no
período analisado

Giovana Girardi, O Estado de S.Paulo


31 de março de 2020 | 13h40

  SAIBA MAIS

Dois grupos antivacina no Facebook mudaram o foco de suas publicações para a epidemia de
coronavírus e têm divulgado informações falsas sobre a doença e seus tratamentos. É o que revela
uma análise produzida pela União Pró-Vacina, um grupo de pesquisadores da USP de Ribeirão Preto
criado em outubro do ano passado para combater a desinformação sobre vacinas.
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Eles avaliaram 213 postagens feitas entre 15 e 21 de março nos dois maiores grupos públicos brasileiros
de conteúdo antivacina no Facebook, “O Lado Obscuro das Vacinas” e “Vacinas: O Maior Crime da
História”, que atuam há 5 e 2 anos.

“Os métodos da desinformação continuam os mesmos: distorcer conteúdo científico e jornalístico,


espalhar teorias da conspiração e até oferecer falsas curas usando produtos conhecidamente tóxicos
para a saúde humana”, apontam os pesquisadores.

“Entre as publicações, há insinuações de que o vírus seria uma ferramenta para instituir uma nova
ordem mundial ou mesmo uma arma produzida pela China. Outras afirmam que a vacina da gripe seria
a responsável pela disseminação da covid-19 e que a doença seria facilmente curada por meio da
frequência do cobre ou de zappers, supostos antibióticos eletrônicos”, continuam.

Os dois grupos, que em geral produzem 30 publicações por dia, aumentaram o ritmo de postagens no
período analisado – no dia 21, chegou a 43. Durante a semana analisada, 65,3% dos posts (139) foram
sobre coronavírus. O período, dizem os pesquisadores, coincide com o aumento de buscas no Google de
informações sobre a doença.

Segundo eles, 78,4% das postagens “apresentam sérios problemas, como a disseminação de teorias da
conspiração, utilização de informações falsas e de afirmações sem evidências, a distorção de
informações confiáveis, a sugestão de uso e até a comercialização de produtos e tratamentos que não
possuem comprovação científica ou aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.

Eles observaram que mesmo quando o conteúdo da postagem era verídico, os comentários distorciam
ou desacreditam as fontes e os dados, “gerando uma nova interpretação deturpada para o conteúdo
original”. As interações nessas publicações também foram o dobro do que a média observada nos posts
tradicionais dos grupos.

Segundo a análise, a postagem com maior envolvimento (204 interações) abordou o uso do chamado
“MMS na cura da covid-19”, ou solução mineral milagrosa, na sigla em inglês. “O produto é composto
por dióxido de cloro e é semelhante à água sanitária usada como alvejante. Sua ingestão ou
administração pelo reto pode causar lesões no intestino, vômito, diarréia, desidratação, insuficiência
renal, anemia, entre outros problemas de saúde graves”, escreve o grupo.

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