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O que devemos saber sobre a dislalia?

segunda-feira, 06 de outubro de 2014

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O que é dislalia?

Dislalia é uma dificuldade em articular corretamente algumas palavras, seja


pela omissão, troca, substituição, distorção ou acréscimo de fonemas, o que
faz com que a pessoa pronuncie incorretamente certos fonemas ou grupos de
fonemas. Assim, a criança portadora dessa alteração troca as palavras por
outras similares na pronúncia como, por exemplo: “omei” no lugar de tomei;
“balata” ao invés de barata; “Atelântico” em substituição a Atlântico; “biito”
para significar bonito; “tebisão” trocado por televisão; “tota-tola” em
substituição a coca-cola… etc. Em geral, a fala do indivíduo dislálico flui
normalmente, embora possa tornar-se ininteligível em casos muito graves.

Quais são os tipos de dislalia?

Há quatro tipos de dislalias:

1. Evolutiva: considerada como normal até por volta dos quatro anos de idade
e geralmente se corrige por si mesma.

2. Funcional: em que ocorre a substituição ou eliminação das letras durante a


fala.

3. Audiógena: ocorre em pessoas com deficiência auditiva.

4. Orgânica: decorrente de alterações físicas ou cerebrais.

Quais são as causas da dislalia?


As dislalias podem ser orgânicas ou funcionais. Deve-se fazer com o paciente
dislálico uma pesquisa física dos órgãos responsáveis pela emissão das
palavras e da audição para determinar se são ou não normais. As dislalias
orgânicas podem resultar de malformações(Malformações: 1. Defeito na forma ou
na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de

uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia.

Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é

incurável). Congênitas ( Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo


desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente;

inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos

jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o

indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito. , tais como o lábio leporino, (Lábio
leporino: Alteração congênita na qual existe uma solução de continuidade no
palato (céu da boca), que comunica a cavidade oral à nasal. Pode ser total
(quando o palato duro, que é ósseo, está envolvido) ou parcial (quando apenas
as partes moles, como lábios, gengiva, mucosas estão envolvidas). por
exemplo, de traumatismos dos órgãos fonadores, de alterações da inervação
desses órgãos, de línguas hipotônicas (flácidas), de alterações na arcada (
Arcada Dentária: A estrutura composta curva da dentição natural e as cristas residuais

ou resquícios destas depois da perda de alguns ou de todos os dentes naturais. (Dicionário

dentária ou de dificuldades respiratórias. Por outro lado, certas dislalias são


devidas a enfermidades do sistema nervoso central(Sistema Nervoso
Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso,

compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges). Quando não se constata


nenhuma alteração física, a dislalia é chamada funcional, que pode dever-se,
entre outras causas, à hereditariedade, à imitação ou a alterações emocionais.
Muitos fonoaudiólogos consideram que a dislalia nunca é um problema de
ordem neurológica, mas de ordem funcional.

Em crianças hipercinéticas é comum que se observe uma dislalia, assim como


nos deficientes mentais. Nesses últimos, a dislalia às vezes é tão grave a ponto
de a linguagem deles só ser compreensível pelo grupo familiar. Crianças que
chupam bico, o dedo ou usam mamadeira por muito tempo são mais
propensas a apresentar dislalia, provavelmente porque esses hábitos causam
maior flacidez muscular e posturas inadequadas da língua.

Quais são os principais sinais e sintomas da dislalia?

O sintoma capital da dislalia é a troca de determinados fonemas por outros


assemelhados. Até os quatro anos, mais ou menos, os erros não devem causar
maiores preocupações porque eles tendem a se autocorrigir, mas depois dessa
fase merecem atenção terapêutica. A situação foi popularizada entre nós de
uma maneira lúdica e com certo charme, pela personagem Cebolinha, da
revista infantil “Turma da Mônica”. A dislalia pode afetar também a escrita,
gerando uma disgrafia.

Como tratar a dislalia?

O tratamento da dislalia, conforme a natureza do caso, pode caber


ao otorrinolaringologista, ao fonoaudiólogo ou ao psicopedagogo ou mais
frequentemente a uma equipe multiprofissional. Idealmente, toda criança por
volta do quatro anos de idade deveria passar por um exame
oftalmológico e otorrinolaringológico que avalie e descarte problemas
de visão e audição.

Como prevenir a dislalia?

Os pais e demais adultos que convivem com a criança não devem achar graça
ou dizer que essa fala errada da criança é “bonitinha”, nem ridicularizá-la por
isso porque assim podem estar reforçando o problema ou criando sentimentos
de inferioridade na criança. Devem, também, evitar os diminutivos e uma
forma infantil de falar com a criança. O melhor é falar com ela numa
linguagem adequada à sua idade, mas de modo correto, articulando bem os
fonemas. Elogie-a quando ela falar certo, mas não a critique quando falar
errado.
Como evolui a dislalia?

A dislalia tem um prognóstico muito positivo e se resolve sempre, seja


espontaneamente, seja graças a um tratamento adequado. A maioria das
crianças corrige seu modo de falar e daí por diante desenvolvem normalmente
a linguagem, sem sequelas.

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Chefes da Equipe de Revisão:


Dr. Alonso Augusto Moreira Filho e Dra. Vandenise Krepker de
Oliveira
ABCMED, 2014. O que devemos saber sobre a dislalia?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-
crianca/574637/o+que+devemos+saber+sobre+a+dislalia.htm>. Acesso em: 21 dez. 2021.

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