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ESCOLA BRASILEIRA DE OSTEOPATIA E


DE TERAPIA MANUAL – EBOM

COLUNA TORÁCICA
COLUNA CERVICAL INFERIOR

Etapa Dois

Rua Palmira, 26 – Serra


Belo Horizonte – MG
Cep: 30.220.110

Tel. (0xx31) 3227-1662


Fax. (0xx31)3227-1172 e-
mail: info@osteopatia.com.br

ESCOLA BRASILEIRA DE OSTEOPATIA


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E DE TERAPIA MANUAL – EBOM

COLUNA TORÁCICA
COLUNA CERVICAL INFERIOR

Laís Cristina Almeida – D.O.– Brasil


Philippe Manuard – D.O. – França e Brasil Marc
Dupont DO MSBO – Bélgica

Índice:
A Coluna Cervical
− Generalidades
− Elementos ósseos −
Plano ligamentar
Articulações corpóreas
Articulações dos arcos posteriores
Articulações costovertebrais
Articulações costotransversas
3

− Plano muscular
− Biomecânica
− Anatomia palpatória
− Leis de Freyette
− Diferentes tipos de disfunções vertebrais
− Diagnóstico
− Técnicas de correção das disfunções torácicas −
Patologias

A Coluna Cervical
− Elementos ósseos
∙ Coluna anterior
∙ Coluna lateral
∙ Coluna posterior
∙ Canal vertebral
− Elementos ligamentares
− Elementos musculares
− Fisiologia articular ∙
Flexão extensão
∙ Inclinação, rotação ∙
Articulação unco vertebral
− Mecanismo lesional osteopático
− Localização morfológica −
Biomecânica osteopática

− Diagnóstico osteopático
∙ Anamneses
∙ Inspecção estática
∙ Teste de Jackson
∙ Quick Scaning
∙ Teste de palpação
∙ Teste de Klein
∙ Inspecção dinâmica
∙ Teste globais ∙
Testes analíticos
− Técnicas de preparação
− Técnicas de manipulação
− Resumo das técnicas miotensivas
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− Patologias cervicais
− Exame clínico do ponto de vista neurológico

A Coluna Torácica
Formada por 12 vértebras, é o mais extenso dos segmentos da coluna, sua principal
característica é a articulação com as costelas. Como um conjunto, a coluna torácica apresenta
uma curva sagital de concavidade anterior, cujo ápice é a vértebra T6: o corpo de T6 apresenta
um aspecto cuneiforme. Essa curva é primitiva , as curvas cervicais e lombares são
segundárias.

I – Generalidades

As vértebras torácicas são caracterizadas pela presença de:


a) Nos corpos vertebrais: duas facetas articulares costais de cada lado, sendo que cada uma
delas constitui a metade da superfície articular que corresponde a cabeça de uma costela.
A 1°, a 10°, a 11° e a 12° vértebra torácica possuem características diferentes
- A 1° vértebra torácica, na borda superior do corpo vertebral tem uma faceta
articular completa e na borda inferior uma semi faceta.
- A 10° vértebra torácica possui unicamente uma semi faceta na borda superior.
- A 11° vértebra possui uma faceta articular completa na borda superior do corpo.
- A 12° vértebra torácica possui uma faceta articular costal no meio da face lateral
do corpo vertebral.

b) Nas 10 primeiras vértebras torácicas, ao nível dos processos transversos, encontra-se uma
faceta costal articulada com a tuberosidade costal.

II – Elementos Ósseos

1o ) O corpo apresenta 4 facetas costais situadas na parte lateral:


- 2 superiores, orientadas para cima e para fora, perto da borda superior
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- 2 inferiores, orientadas para baixo e para fora, perto da borda inferior 2°)
Essas facetas articulares são inclinadas à 45° em relação a horizontal:
- As superiores, situadas para frente e acima dos processos transversos são
orientados para cima, e para trás e um pouco para fora e elas tem uma
forma ligeiramente convexa.
- As inferiores são menores, tem uma orientação oposta e são ligeiramente
côncavas.
3°) Os processos transversos são oblíquos para trás e para fora, apresentam, na parte anterior
da sua extremidade, uma faceta articular costal.
4°) As lâminas tem uma forma quadrada.
5°) Os processos espinhosos, longos e muito oblíquos para baixo e para trás, possuem na sua
extremidade um volumoso tubérculo.
Algumas vértebras apresentam características específicas:
1°) T1: Vértebra de transição. Seu corpo assemelha-se ao corpo das cervicais e possui
unicamente uma faceta costal destinada à 1° costela. Seu processo espinhoso é
geralmente mais proeminente.
2°) T10: Não possui faceta costal inferior, nem faceta ao nível dos processos
transversos.
3°) T12: Vértebra de transição, que parece como as vértebras lombares. Corpo mais
volumoso, espesso. Não possui facetas costais inferiores e transversas.
Os processos articulares inferiores de T12 são orientados para frente e para fora como as
vértebras lombares.

III. Plano Ligamentar


III.1. Articulações costocorpóreas:
Os meios de união são:
• Ligamento Interósseo
• Ligamento longitudinal Anterior
• Ligamento longitudinal Posterior

Segundo Blandine
– ligamento longitudinal posterior III.2. Articulações dos arcos
posteriores: Além da cápsula articular encontra-se também: a) Os ligamentos amarelos,
entre as lâminas;
6

Segundo Blandine – ligamentos amarelos ou flavos

b) O ligamento supraespinhal

Segundo Blandine – ligamento supraespinhal

c) Os ligamentos interespinhosos;
d) Os ligamentos intertransversários, deT2 à T10

Segundo Blandine – ligamentos intertransversários

III.3. Articulações costovertebrais ou costocorpórea a)


Superfície articular:
- Lado Costal: 2 facetas articulares planas, separadas por uma crista que
corresponde ao ligamento interósseo. O conjunto forma uma verdadeira
cunha costal.
- Lado Vertebral: As 2 facetas das vértebras supra e infra-jacentes,
separadas pelo disco intervertebral.
b) Meio de União:
- Ligamento interósseo ou intra articular: liga a crista costal ao disco,
separando a articulação em 2 compartimentos distintos.
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- Ligamento costovertebral anterior ou ligamento radiado: estirado em


forma de leque , ele possui 3 feixes que vão da cabeça da costela para:
• Feixe superior : a vértebra suprajacente,
• Feixe médio : o disco
• Feixe inferior : a vértebra infrajacente.
III.4. Articulações costotransversas

a) Superfícies articulares:
- Lado Costal: faceta ovalar, situada inferior e medialmente à tuberosidade
costal.
- Lado da vértebra: faceta correspondente na face anterior da parte
superior do processo transverso.
b) Meios de União: 5 ligamentos:
- ligamento costotransversal posterior:
Que vai do processo transverso até a tuberosidade costal.
- ligamento costotransversal interósseo
Curto, espesso e resistente, vai da face posterior do colo da costela até o
processo transverso.
- ligamento costotransverso superior:
(ligamento suspensor da costela), situado ao nível da articulação, ele vai
do colo da costela até a transversa da vértebra suprajacente. Ele é formado
de 3 feixes:
- Feixe Principal, Feixe Ântero-Interno, e Feixe Póstero-Interno

Articulações costocorpórea e costotransversa, segundo Kapandji

IV. Plano muscular


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Os músculos são repartidos em 3 grupos:


IV.1. Grupo profundo, contra a coluna costovertebral,
IV.2. Grupo médio, ligando a escápula ao esqueleto torácico,
IV.3. Grupo superficial, encobre a face posterior da escápula.

IV.1. Grupo profundo:


Formado por 3 grupos de músculos:
1°) Os músculos supracostais ou elevadores das costelas
2°) Os músculos espinhais
3°) Os músculos pequenos serrátil posteriores, superiores e inferiores.

1°) Músculos supracostais:


São ao número de 12, de cada lado de C7 à D1. Pequenos triângulos, situados atrás do músculo
inter-costal externo, eles ligam os processos transversos a costela infrajacente. Eles são
inspiradores e inervados pelos nervos intercostais.

1o ) Os Supracostais
Esses músculos vão do processo transverso de uma vértebra
dorsal ate a costela situada um nível mais baixo ou 2 níveis
abaixo.
Ação:
Eles participam da rotação vertebral ou da
elevação da costela segundo que o ponto
fixo seja a costela ou a coluna vertebral.
Segundo Blandine – músculos supracostais

2°) Músculos Espinhais


Descreveremos apenas o
transversário espinhoso e o
intertransversário que fixam as
lesões.
– Transversário espinhoso
– Semi-espinhoso
– Intertransversário
– Interespinhoso
– Esplênio da cabeça e do pescoço
– Rombóide
– Serrátil Anterior
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característica atrás da coluna. As


fibras dos músculos são oblíquos: de
cima para baixo, e se elas trabalham
dos dois lados ao mesmo tempo, vão
criar extensão das vértebras.

- de dentro para fora, cria


inclinação lateral.

O transversário espinhoso,
segundo
Blandine

a) Transversários Espinhosos A de frente para trás (visível de perfil),


disposição do transversário espinhoso, de eles vão criar a rotação vertebral da
cada lado das espinhosas, forma uma coluna, oposta à contração.
o
3 Os Pequenos Serrátil Posteriores, Superiores e Inferiores

IV. 2 – Grupo Médio


Rombóide
Serrato Anterior

IV.3 – Grupo Superficial


Grande Dorsal
Trapézio
10

V. Biomecânica

A Coluna torácica é a região menos móvel da coluna vertebral.

V.1.Flexão -extensão:
A amplitude global de 40°
Na flexão, o espaço intervertebral é pinçado anteriormente e boceja na parte posterior, o
núcleo desloca-se para trás. Os processos articulares inferiores da vértebra suprajacente
deslizam para frente.
O movimento está limitado pela tensão:
– dos ligamentos interespinhosos
– dos ligamentos amarelos
– das cápsulas interapofisárias
– do ligamento longitudinal posterior.

Movimento de flexão, segundo Kapandji

No movimento de extensão o disco intervertebral é pinçado posteriormente, boceja


anteriormente e empurra para frente o núcleo. O movimento está limitado pelo encontro dos
processos articulares e pelo encontro dos processos espinhosos. O ligamento longitudinal
anterior encontra-se estirado.

Movimento de extensão, segundo Kapandji


V.2. Inclinação Lateral
A amplitude total do movimento é de 20°.
Nesse movimento, os processos articulares, do lado da convexidade divergem como no
movimento de flexão e do lado da concavidade, convergem. A orientação das facetas associa
à lateroflexão um movimento de rotação automática.
O movimento é limitado pelo encontro dos processos articulares do lado da concavidade e
pela tensão dos ligamentos amarelos e inter-transversários do lado da convexidade . Do lado
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da convexidade, os espaços intercostais se abrem, o ângulo condro-costal até a costela de no


10, também tem tendência a se abrir.
Do lado da concavidade, o fenômeno inverso se produz.
Assim se tem uma certa interdependência da coluna torácica em relação às costelas.

Movimento de lateroflexão, segundo Kapandji

V.3. Movimento de rotação


Ao contrário da coluna lombar, o eixo da rotação é situado no centro dos corpos vertebrais.
Assim, durante uma rotação, o deslizamento dos processos articulares é acompanhado de uma
rotação de um corpo vertebral em relação ao outro, criando uma rotação torção do disco
intervertebral, e não mais um cisalhamento como se produz ao nível lombar. Esse fato explica
que a rotação elementar entre a vértebra ao nível torácico, é no mínimo 3 vezes superior a
amplitude da rotação elementar ao nível da coluna lombar.
Esta amplitude é limitada pelas costelas.
Do lado da rotação:
• Aumento da concavidade costal
• Diminuição da concavidade condrocostal.

Do lado oposto à rotação:


• Diminuição da concavidade costal
• Aumento da concavidade condro-costal A amplitude na faixa de 40°.

Movimento de rotação, segundo Kapandji

V.4. Movimento das costelas:


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A elevação e o abaixamento das costelas produz-se ao nível das articulações costocorpórea e


costotransversa.
O eixo do movimento passa pelo centro dessas 2 articulações. Isso determina um movimento de rotação
associado a um deslizamento.
Esse eixo, não tem a mesma orientação ao longo da coluna torácica:
- na parte inferior, ele é quase sagital
- na parte superior, ele é quase no plano frontal.
Essa variação de orientação determina o movimento costal:
- Ao nível das costelas baixas
Como o eixo da rotação é quase sagital, o movimento da costela durante a elevação será um
arco de círculo com convexidade externa. Isso terá por efeito a diminuição da sua obliqüidade,
tornando-se mais horizontal, seu ponto mais externo será projetado para fora, aumentando
assim o semi diâmetro transversal da base do tórax.
– Ao nível das costelas superiores:
Como o eixo da rotação é quase no plano frontal, o movimento de rotação vai projetar-se para
frente essencialmente na extremidade anterior da costela, aumentando assim o diâmetro
antero-posterior do tórax.
– Na parte média do tórax:
O eixo da rotação sendo oblíquo, o aumento do diâmetro é igual no sentido transversal e no sentido
anterior posterior.

Movimentos das Costelas, segundo Kapandji

Os movimentos de uma costela são comparados ao movimento de uma alça de balde. Eles modificam
o diâmetro do tórax.
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Na frente, a costela está ligada ao esterno pela cartilagem


costal (n° 1 até 10) cuja elasticidade permite uma certa
amplitude de movimento.

A disposição dessa cartilagens é diferente de acordo


com os níveis. Sua elasticidade diminui com a idade

Segundo Blandine - Os movimentos das costelas

VI. Anatomia de superfície

VI.1. Referências morfológicas da coluna torácica.


– espinha da escápula ao nível de T3
– manúbrio esternal correspondente a T4
– ângulo inferior da escápula correspondente à T7/T8
– processo xifóide ao nível de T10

VI.2. Localização dos processos espinhosos


Como diferenciar C7 – T1:
Paciente sentado na mesa.
Pede-se ao paciente para fazer uma flexão total da coluna cervical então vai aparecer 2 ou 3 espinhosas
mais proeminentes, sobre o qual você vai colocar 3 dedos.
Depois faz-se uma extensão passiva do pescoço, e durante esse movimento de extensão, sente-se C6
e C7 que deslizam para a frente, enquanto T1 permanece fixa.
2 dificuldades:
- Esse teste é valido, se a mobilidade de C6 for normal. C6 pode realizar menos
rapidamente o movimento de extensão, o que significa que algumas vezes deve-se aumentar
bastante a extensão para poder sentir C6.
- Ao colocar o dedo em C6 e realizar uma extensão um pouco forçada, o primeiro dedo
pode empurrar o segundo dedo e dar assim a impressão que a vértebra infrajacente desliza
também.
É mais fácil localizar o processo espinhoso fazendo dois traços horizontais ao nível dos espaços
interespinhosos.

Espinhosa de T2 a T12:
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É possível palpar as espinhosas de T1 a T12. Elas são fáceis de palpar sem movimento, mas precisa-se
fazer algum movimento para afinar a palpação.
Até ao nível de T4-T5 utiliza-se a alavanca da cabeça para evidenciar as vértebras torácicas.
Abaixo de T4-T5 utiliza-se a flexão do tronco, para palpar as vértebras inferiores em relação
às superiores.
Não deve-se buscar sistematicamente uma espinhosa estritamente no plano sagital da
suprajacente, porque a coluna não é absolutamente reta. Ao nível T3-T5, zona que tem
espinhosas mais curtas, as espinhosas são mais afastadas, mas quando chega-se ao nível do
ápice da curva torácica, as espinhosas mais longas, encaixam-se sobre as outras como as
telhas de um teto.

A relação processo transverso-espinhoso

A relação do nível relativo das espinhosas e dos processos transversos:

T1, T2, T3 O processo transverso fica ao mesmo nível que a espinhosa


T4, T5, T6 O processo transverso fica um nível acima da espinhosa
T7, T8, T9 O processo transverso fica a dois níveis acima da espinhosa
D10 O processo transverso fica a dois níveis acima da espinhosa
D11 O processo transverso fica a um acima da espinhosa
D12 O processo transverso fica ao mesmo nível da espinhosa

VII. Lei do movimento vertebral torácico

Leis de Freyette

Elas são determinadas pelos movimentos fisiológicos, e guiados pelos elementos que ligam as
vértebras.
(Disco, cápsula, ligamentos, tendões, presença das costelas e músculos monoarticulares)

Primeira Lei :
1) A partir de uma posição neutra
- É a posição de referência e de descanso
- O apoio intervertebral é essencialmente feito sobre o disco -
As superfícies articulares posteriores estão livres das
tensões.
→ Durante a lateroflexão a rotação dos corpos vertebrais torácicos se faz automaticamente
para o lado oposto. A coluna encontra-se em situação fisiológica, esse movimento será
definido como sendo N.S.R.
→ Esse movimento de 1a lei assegura a instalação das curvas adaptativas.
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2) A partir de uma posição de flexão


A presença dos arcos costais não permite que as facetas articulares posteriores guiem muito
os movimentos, apesar de existir um movimento de deslizamento em divergência. → O apoio
continua essencialmente sobre o disco
→ Nesse caso é a 1a lei do movimento que é válida, e a inclinação provoca automaticamente
a rotação dos corpos vertebrais para o lado oposto ( convexidade). → Esse movimento será
definido como F.S.R., e vai assegurar as capacidades de adaptação da coluna.

Segunda Lei:
Patologicamente, quando a proprioceptividade está perturbada devido a um movimento
brusco, forçado, haverá um ponto de apoio nas facetas articulares posteriores e inferiores. →
Então o corpo da vértebra vai girar para a concavidade
→ Isto representa a entorse vertebral monosegmentar de acordo com a 2a Lei de Freyette: Rotação do
mesmo lado que a inclinação lateral.
A partir de uma posição de extensão
A extensão da coluna torácica produz movimentos de inclinação lateral e de rotação homóloga.
→ A inclinação lateral será possível unicamente com uma rotação do mesmo lado movimento
ligado com a 2a lei de Freyette, definido como FRS e ERS, vai ocasionar a lesão primária,
monosegmentar traumática.

∆ ∆ !!! ERS
- Esse movimento vai assegurar os fenômenos adaptativos quando a restrição de mobilidade for
plurisegmentar.
- Ele vai também ocasiona a lesão primária traumática monosegmentar.
Conclusão:
Posição neutra : N.S.R. plurisegmentar, assegura a instalação das curvas adaptativas, lateroflexão
oposta a rotação
Flexão: F.S.R. plurisegmentar, adaptação, lateroflexão oposta a rotação
F.R.S. monosegmentar, lesão traumática, primária, lateroflexão mesmo sentido
que a rotação
Extensão: E.R.S. plurisegmentar, adaptativa, lateroflexão no sentido oposto a rotação
E.R.S. monosegmentar, lesão traumática, primária, lateroflexão no mesmo
sentido que a rotação.

VIII – Diferentes tipos de disfunções vertebrais torácicas

VIII.1. Lesão bilateral


a) De flexão é a mesma coisa que uma lesão de expiração
- espaço interespinhoso aberto
- facetas articulares posteriores em divergência

b) De extensão é a mesma coisa que uma lesão de inspiração


- espaço interespinhoso fechado
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- facetas articulares em convergência

VIII.2. Disfunções em posterioridade do processo transverso ou disfunções de lateralidade


do processo espinhoso ( rotação).

Devido a obliqüidade das facetas articulares das vértebras torácicas, o movimento de lateroflexão é
associado a rotação.
Quando na palpação encontra-se o processo espinhoso desviado lateralmente, é provável que
você encontrou uma vértebra em lesão. (Cuidado tem processos espinhosos que são
anatomicamente desviados) Essa disfunção pode estar associada a uma flexão ou extensão
da mesma vértebra, e uma rotação do corpo para o lado oposto a espinhosa desviada. Pode-se
encontrar do lado da rotação do corpo uma transversa em posterioridade. O teste de Mitchell
permite definir se a lesão é de Flexão, de Extensão ou Neutra.

VIII.3. N.S.R. Lesões de grupo encontradas nas escolioses

Em resumo, pode-se encontrar as seguintes disfunções:


- disfunções adaptativas plurisegmentares
- disfunções traumáticas monosegmentares
- disfunções bilaterais em flexão ou extensão
- disfunções de rotação em
• N.S.R. rotação oposta a lateroflexão
• E.R.S. rotação do mesmo lado que a lateroflexão.
• FRS rotação do mesmo lado que lateroflexão
As lesões da coluna torácica são geralmente lesões de grupo, portanto mais lesões adaptativas
que traumáticas. É essencialmente a rotação que vai induzir o fenômeno da entorse.
Um problema de uma costela pode provocar um problema vertebral (traumatismo direto da
costela).
Pode-se encontrar também fenômenos adaptativos pela ação do diafragma (inserido nas 6
ultimas costelas) capaz de criar problemas nas torácicas baixas até T6, mas também capaz de
induzir uma disfunção vertebral até L3.
Uma disfunção da coluna torácica média mais alta, pode criar um problema no ombro por
intermédio do músculo serrátil ou dos músculos da escápula, pela mal posição da escápula
sobre a costela, e gerar assim uma disfunção glenoumeral ou clavicular.
Toda função da coluna torácica pode ser perturbada a partir das regiões escapular, cervical
e lombar
A dobradiça cervico-dorsal pode ser responsável por NCB (C7, T1, T2) Portanto
é necessário uma análise completa dessa região.

Dor Clássica: A dorsalgia


– Impossibilidade de se inclinar para frente ou endireitar-se
– Dor à respiração
– Dores intercostais
– Herpes: pode-se ajudar os pacientes com herpes, liberando as zonas em disfunção a fim de melhorar a
circulação.
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IX. Diagnóstico
1 – Anamnese
2 – Inspecção estática
3 – Inspecção dinâmica
4 – Quick scanning
5 – Teste de posicionamento
6 – Teste de mobilidade
7 – Teste específico para as vértebras
8 – Teste de acumulação dos parâmetros livres

IX.5 – Teste de Posicionamento


IX.5 .1 – Alinhamento das espinhosas
Paciente em decúbito ventral
Osteopata examina o alinhamento das espinhosas de T1 a T12.
Nesta posição o terapeuta examina o espaço intespinhoso.
Nota: Muitos pacientes tem os processos espinhosos desviados fisiologicamente
Processos transversos: Colocar os polegares em contato com os transversos, e avaliar a posição
relativamente posterior.

IX.6.Teste de Mobilidade:

IX. 6. 1. Flexão
Paciente sentado, braços em V
Osteopata lateralmente
Palpa com os indicadores os espaços interespinhosos, infrajacentes da vértebra a testar.
Mobiliza a coluna torácica em flexão para avaliar a capacidade de mobilidade em flexão.

IX.6.2. Extensão
Paciente sentado, braços em V
O osteopata apalpa com os indicadores os espaços intrespinhoso e infrajacentes da vértebra a
testar.
Mobiliza a coluna torácica em extensão, para avaliar a capacidade de mobilidade em extensão.

IX.6.3. Lateroflexão
Paciente sentado, pés no chão
O osteopata palpa com seus indicadores as faces laterais das espinhosas da vértebra a testar.
Mobiliza a coluna torácica em lateroflexão esquerda e direita, para avaliar a lateroflexão mais
fácil

IX.6.4 - Rotação
Paciente sentado, pés no chão
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O osteopata palpa as faces laterais das espinhosas da vértebra a testar.


Mobiliza a coluna torácica em rotação esquerda e direita, para avaliar qual é a rotação mais fácil

IX.7. Teste específico para as vértebras

IX. 7.1. T1 e T4
Paciente sentado
Osteopata com os polegares em contato com os processos transversos das vértebras, busca
uma posterioridade. Se existe uma posterioridade em um nível, ou em alguns níveis faz-se uma
flexão, uma extensão da cabeça até sentir a tensão chegar ao nível lesionado. Ele pode assim
perceber se a posterioridade aumenta em flexão.
Nota: No caso de posterioridades em alguns níveis em posição neutra o teste pode ser feito
nestes diferentes níveis, ou simplesmente localizar o processo transverso que é o mais
posterior e que corresponde a vértebra do ápice da curva, então fazer o teste em flexão
extensão e tratá-la.

IX.7.2. T4 – T7
Paciente sentado em posição neutra
Osteopata com os dedos médios nos processos transversos, verifica se existe uma posterioridade unilateral
ou bilateral.
Diagnostico em flexão: feito de maneira passiva empurrando o tórax do paciente para trás
Diagnóstico em extensão: faz-se utilizando os dedos médios apoiados diretamente sobre os processos
transversos e com um deslizamento para frente

IX.7.3. D7-D12: Teste de Mitchell: este teste já foi estudado com a região lombar

IX.8. Teste de acumulação dos parâmetros livres:


Também já foi estudado; procura-se acumular os parâmetros mais livres; por exemplo, flexão-
extensão: parâmetro mais livre flexão; a partir dessa posição mais livre de flexão, procura-se
o parâmetro mais livre de lateroflexão, por exemplo flexão e lateroflexão esquerda; e a partir
dessa posição de flexão e lateroflexão esquerda procura-se o parâmetro de rotação mais livre,
por exemplo rotação esquerda. Nesse caso, você acumulou três parâmetros livres: flexão,
rotação esquerda e lateroflexão esquerda: diagnóstico de FRSe.

X. Técnica de correção das disfunções torácicas


É importante preparar seu paciente antes de toda manipulação ao nível torácico, para evitar reações
neurovegetativas.

Stretching e articulação com alavancas combinadas em extensão


Indicação:
– Alongar os ligamentos, as cápsulas ao nível das facetas e os músculos monoarticulares
– Trabalhar as cifoses
Paciente assentado na borda da mesa, pés no chão, de frente para o osteopata
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Osteopata em finta anterior de frente para o paciente, Mi anterior frente ao paciente e posterior mais
lateralmente
Paciente cruza os seus braços e os coloca sobre o ombro do osteopata, do mesmo lado da perna
posterior do mesmo.
O stretching pode ser feito deslocando o peso da perna anterior para posterior
Pode-se utilizar parâmetros de extensão
Pode-se utilizar os parâmetros de lateroflexão e rotação homolateral (pouca tensão).
Pode-se fazer lateroflexão de um lado e rotação para o lado contrário (muita tensão)

Stretching em extensão e rotação em decúbito ventral


Indicação:
– Estirar ligamentos, cápsulas e músculos monoarticulares
Paciente em decúbito ventral, braços pendentes
Osteopata do lado oposto a ser tratado em finta anterior, ao nível da pelve do paciente MI
posterior do lado da mão que fará o maior esforço, mão manipuladora, a outra mão é a
mão estabilizadora.
Para trabalhar o lado esquerdo do paciente, MI posterior é a esquerda e a mão manipuladora também
esquerda.
Fazer tríplice contato com a mão estabilizadora para evitar incômodos.
Extensão do punho, inclinação radial, flexão das metacarpofalângicas e extensão das
interfalângicas. O tríplice contato inclui: contato pisiforme, contato do polegar em
flexão/adução e ponta dos dedos (2o a 5o dedo) Mão estabilizadora, caudal, empalma a crista
ilíaca
Bloquear um nível com a mão estabilizadora, e fazer extensão e rotação com a mão manipuladora.
Obs:
Pode-se também desta forma trabalhar em stretching ao nível das costelas, colocando o apoio no
ângulo posterior das costelas, técnica que será aprendida no 2o ano.
Pode-se trabalhar sobre o quadradp lombar estabilizando com a mão cefálica as costelas 10, 11
e 12.

Técnica Direta com Pisiformes Cruzados


Para torácicas Médias e Baixas
O paciente em decúbito ventral, os braços pendurados para fora da mesa.
O osteopata coloca seus pisiformes sobre as articulações posteriores, antebraço tangencial ao
nível a manipular.
No final da expiração do paciente, as mãos do osteopata vão introduzir uma pressão dirigida para a
mesa, associada com movimentos de torção do punho em sentidos opostos.

Técnica de duplo contato ou Dog técnica para disfunções bilaterais


Indicação: disfunções sem rotação, permite corrigir as lesões de flexão e as lesões de extensão
bilaterais
Posição do paciente: decúbito dorsal, antebraços cruzados no tórax ,cotovelos superpostos
Posição do osteopata: finta anterior a direita ou a esquerda do paciente, ao nível do tórax, o
osteopata gira o troco do paciente contra ele, a fim de localizar com a mão livre.
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A vértebra em disfunção.
O contato da mão corretora se faz através do duplo contato da eminência tenar e dos dedos dobrados.
O contato é feito nas vértebras infrajacentes para uma disfunção em flexão, e esse contato é
feito na vértebra suprajacente para uma disfunção em extensão.
Alavanca superior em flexão ou extensão.
Contato do tórax do osteopata com os braços do paciente.
Normalização:
O osteopata exerce uma pressão nos cotovelos do paciente, até a barreira articular;
Ao final da expiração o drive é dado na direção da cabeça do paciente para uma disfunção em
flexão, e na direção dos pés do paciente para uma disfunção em extensão.
O paciente pode também ficar nessa posição com as mãos cruzadas na nuca, para manipular as torácicas
superiores.

Dog Técnica com contato unilateral

Indicação: Restrição de mobilidade de uma vértebra torácica, em extensão ou em flexão, rotação e


lateroflexão.
Posição do paciente: decúbito dorsal, antebraços cruzados sobre o tórax, cotovelos superpostos.
Posição do osteopata: finta anterior, na direção da cabeça do paciente. gira o tronco do paciente contra
ele, a fim de localizar com a mão livre a vértebra em disfunção
Contato com a mão aberta através da eminência tenar, contra o processo transverso da vértebra em
disfunção.
Parâmetro da alavanca superior com extensão ou flexão.
Normalização:
Slack e Drive em vírgula na direção do plano da mesa e do ombro oposto do paciente . O
paciente pode também cruzar a mão atrás da cabeça, para torácicas superiores

Técnica de pisiformes cruzados para as disfunções FSR d

Indicação: Corrige as lesões póstero-superiores em FSR


21

Paciente em decúbito ventral, a cabeça girada lateralmente, braços pendentes de cada lado da
mesa.
Osteopata em finta anterior do lado oposto a lesão,
O osteopata toma contato pisiforme no processo transverso direito com seu pisiforme esquerdo.
Contato com a transversa oposta da vertebra infrajacente com seus pisiforme direito.
O osteopata acompanha a expiração e a descida das costelas e termina esse movimento com um
thrust seco e curto com pisiforme esquerdo.
O pisiforme somente estabiliza.
Drive na direção do chão e dos pés do paciente.

Técnica com pisiformes cruzados para uma disfunção em FRS e ERS

Indicação: Déficit da mobilidade em extensão ou flexão, associada a uma rotação. Posição


do paciente: decúbito ventral, braços pendentes, a cabeça girada para o lado da posterioridade,
Osteopata em finta anterior ao nível da pelve, do lado oposto a posterioridade.
Toma contato pisiforme com a posterioridade, o pisiforme oposto toma contato com o processo
transverso da mesma vértebra para criar um contra apoio.
Normalização:
Redução do slack sobre o processo transverso o corpo do osteopata colocado acima da lesão.
Thrust dado ao final da expiração com um drive oblíquo na direção da cabeça do paciente e
do chão. no plano das facetas articulares para as lesões ERS Nota:
A mesma técnica permite normalizar uma disfunção em FRS, nesse caso é suficiente dirigir
o thrust graças ao pisiforme no eixo oblíquo na direção do chão e dos pés do paciente, do
lado da desembricação.

Técnica com pisiformes diretos para disfunção em FRS e ERS

Essas técnicas corrigem as lesões que apresentam uma transversa posterior e inferior.
Posição do paciente: decúbito ventral, braços pendentes a cabeça girada do lado da posterioridade.
Posição do osteopata: finta anterior, ao nível da pelve do lado oposta à posterioridade.
22

Contato das mãos : pisiforme em contato com a posterioridade, contato reforçado pelo pisiforme oposto
apoiado ao nível da tabaqueira anatômica da mão que manipula.
Normalização:
Redução do slack sobre o processo transverso, colocando o corpo acima da disfunção. Thrust
dado ao final da expiração: drive na direção do chão e da cabeça, no plano das facetas
articulares.

Técnica de lift off para torácicas altas

Indicação Déficit de mobilidade de uma ou algumas vértebras torácicas.


Posição do paciente: sentado a cavalo na extremidade da mesa, dedos cruzados atrás da nuca.
Posição do osteopata: finta anterior, atrás do paciente, o terapeuta entra em contato com a
extremidade distal e posterior dos antebraços, passando por baixo da região axilar do paciente.
Contato do esterno diretamente com as vértebras em disfunção
Pedir ao paciente para inclinar a cabeça para frente até sentir a tensão chegar ao nível a corrigir.
O osteopata, exerce uma tração no eixo da coluna, para reduzir o Slack.
O thrust é dado ao final da expiração em vírgula, associado com um movimento para frente do
esterno.

Técnica de Lift Off para torácicas médias

Técnica de Lift Off para torácicas baixas


23

Técnica de Lift Off em posição ereta


Indicação: Tratar restrições de mobilidade de uma ou algumas vértebras de T9 a T12 Posição
do paciente: em pé, membros inferiores ligeiramente afastados, MSs em duplo V.
Posição do osteopata: em finta anterior atrás do paciente de tal maneira que a perna anterior esteja
entre as pernas do paciente.
Contato: contato com o duplo V do esterno contra as vértebras a tratar
Alavancas: pedir uma anteflexão do tronco até sentir a tensão chegar até ao nível a manipular.
Manipulação: redução do slack no eixo vertebral, thrust dado em vírgula com uma tração para
cima e um empurro do esterno para frente.

Variante na parede

Técnica combinada com thrust em rotação


24

Paciente assentado
Osteopata do lado oposto à posterioridade em finta anterior (posterioridade D)
Contato do tórax com o ombro do paciente
A mão cefálica passa pela frente do corpo do paciente e segura a sua escápula oposta A
mão caudal através de um contato pisiforme com a posterioridade realiza um torque.
Antebraço caudal junto ao tórax do osteopata

Coloca-se parâmetros
– Flexão/extensão neutra
– Lateroflexão E
– Rotação E
– Faz-se discreta inclinação D, para dar um pouco de jogo articular
– Troca-se a finta
– Pede-se ao paciente que deixe cair a cabeça para trás, e realiza-se o thrust para cima, quando a tensão
chegar ao pisiforme.

Músculo Energia para Torácicas Altas T1 a T6


FRSd
Para as torácicas altas utiliza-se a alavanca da cabeça.
Restrição de mobilidade de uma vértebra torácica em extensão, rotação E e lateroflexão E.
Paciente sentado
Osteopata em finta anterior, atrás e à D do paciente A
mão D do osteopata empalma a testa do paciente.
Com o indicador da mão E toma contato com o espaço interespinhosos infrajacente à vértebra em
disfunção
Busca-se a barreira motora, utilizando a alavanca da cabeça, colocando os parâmetros de
extensão, lateroflexão e rotação E da coluna cervical, até perceber o movimento da vértebra
em disfunção.
Normalização:
Faz-se 3 ciclos de 3 contrações isométricas de 3 a 5 segundos.
1o Ciclo: flexão
25

Contato com a parte anterior da cabeça Paciente


empurra a cabeça, osteopata resiste.
2o Ciclo: lateroflexão
Paciente tenta aproximar a orelha E do ombro E.
Ao final de cada ciclo, aumenta-se todos os parâmetros.
Se necessário, faz-se mais um ciclo.

Músculo Energia para Torácicas Altas


ERSd
Restrição de mobilidade de uma vértebra em flexão rotação E e lateroflexão E
Paciente sentado
Osteopata em finta anterior atrás e um pouco a E do paciente. Contato da cabeça do paciente no seu
braço E, a mão empalma o occipital
Contato do indicador da mão oposta no espaço infrajacente à vértebra em disfunção Busca-
se a barreira motora através da alavanca da cabeça em flexão, lateroflexão e rotação Faz-se
3 ciclos de 3 contrações isométricas de 3 a 5 segundos. 1o Ciclo: extensão
Contato occipital
Paciente empurra para trás, osteopata resiste
2o Ciclo: rotação
Contato parte lateral da face
Paciente tenta olhar para a E, osteopata resiste Ao final
de cada ciclo, aumenta-se todos os parâmetros.
Se necessário faz-se mais um ciclo.

Músculo Energia para Torácicas Altas


NSRd
Restrição de mobilidade de uma vértebra em rotação E e lateroflexão D
Paciente sentado
Osteopata em finta anterior atrás do paciente e à E dele.
Empalma com a mão E a testa do paciente. Contat com o indicador da mão D o espaço interespinhosos
infrajacente da vértebra do ápice da curva.
Busca-se a barreira motora em lateroflexão D (uma translação para a e do tronco) e rotação
E, até perceber a rotação da vértebra em disfunção, muda o contato da mão E, colocando-a
na face lateral da cabeça.
Faz-se 3 ciclos de 3 contrações isométricas de 3 a 5 segundos, em lateroflexão E. Ao
final de cada ciclo busca-se uma nova barreira em lateroflexão D e rotação E

Músculo Energia para Torácicas Baixas - T6 a T12


ERSd
Restrição de mobilidade de uma vértebra torácica em flexão, rotação E e lateroflexão E.
Paciente sentado, dedos cruzados atrás da nuca, cotovelos dirigidos para frente.
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Osteopata em finta anterior atrás do paciente e a E do mesmo.


Coloca-se o MSE acima do braço E do paciente e abaixo do ombro D, de tal maneira que possa
segurar a escápula do mesmo lado.
Toma contato com o indicador D, com o espaço interespinhoso infrajacente à vértebra em disfunção.
Faz-se flexão, lateroflexão E, através de uma translação para a D, de tal maneira que a vértebra
em disfunção fique no ápice da curva, rotação E até sentir a tensão chegar na vértebra em
disfunção.
Faz-se 3 ciclos de 3 contrações isométricas de 3 a 5 segundos.
1o Ciclo: extensão
2o Ciclo: rotação D
Pode-se utilizar os 2 ou 3 ciclos em rotação
Após cada ciclo busca-se uma nova barreira motora em flexão, lateroflexão E, rotação E.
Se necessário faz-se mais um ciclo

Músculo Energia para Torácicas Baixas – T6 a T12


FRSd
Restrição de mobilidade de uma vértebra torácica em extensão, rotação E e lateroflexão E
Paciente sentado, pés apoiados no chão, mão D no ombro E Osteopata sentado atrás do
paciente e ligeiramente a E dele.
Osteopata empalma com sua mão E o ombro E do paciente, e coloca o indicador da mão D em
contato com o espaço interespinhoso infrajacente da vértebra em disfunção.
Pede-se ao paciente uma lateroflexão esquerda, utilizando uma elevação da nádega E, através do
apoio mais forte do pé E no chão, e do abaixamento do ombro E.
Faz-se translação D do tronco de tal maneira que a vértebra em disfunção esteja situada no
ápice da curva. Traciona na sua direção o ombro do paciente até sentir a tensão chegar na
vértebra em disfunção.
Pede-se uma extensão do tronco projetando o umbigo para frente
Faz-se 3 ciclos de 3 contrações isométricas de 3 a 5 Seg. 1o Ciclo:
flexão
O osteopata coloca sua mão E em contato com o esterno do paciente, mantém com a mão costal a
vértebra em extesnão.
Pede-se o paciente para empurrar o esterno para frente e resiste.
2o Ciclo:
Pede-se contrações isométricas em lateroflexão D
Ao final de cada ciclo, busca-se nova barreira motora em todos os parâmetros. Se
necessário faz-se mais um ciclo.

Músculo Energia para Torácicas Baixas – T6 a T12


NSRd
Indicação: restrição de mobilidade em rotação E e lateroflexão D
Paciente sentado, pés apoiados no chão, a mão D em contato com o ombro E
27

Osteopata sentado atrás e ligeiramente a E do paciente. Empalma com sua mão esquerda o
deltóide D do paciente, contato do indicador D no espaço interespinhoso da vértebra do ápice
da curva
Faz-se uma lateroflexão D. através da elevação da nádega D, apoiando o pé mais forte no
chão, e um abaixamento do ombro D. Faz-se uma translação para a E do tronco ao nível da
vértebra do ápice da curva
Tração na direção do osteopata do ombro D do paciente até perceber a rotação ao nível em disfunção
1o Tempo: pede contrações isométricas em rotação direita. Faz-se 3 ciclos de 3 contrações 2o
Tempo: o terapeuta coloca sua mão esquerda em contato com o esterno do paciente, mantém
com a mão costal, a vértebra em extensão, enquanto o paciente volta a posição neutra. Pede
ao paciente para empurrar o esterno para frente com a força liberada e resiste.
Pede para relaxar e procura uma nova barreira motora em direção da extensão. Geralmente
uma manobra é suficiente para testar e recomeçar.

Músculo Energia para Torácicas Superiores:

Lesão ERSD FRSD


Restaurar FRSE FRSE
R Pedir RD Pede RD
Gira cabeça para D

F/E Pede E Pede F Ganhar


Ganhar F E

S Pede SD Pede SD
Mão sensitiva Posterioridade D Desimbricação E
Mão ativa Faz a volta da cabeça Faz a volta da cabeça

XI. As Patologias

XI. 1 - A Artrose dos pacientes de 50 anos


A dosartrose acontece ao mesmo tempo que a cervicatrose e lombartrose . É de uma grande freqüência.
Clínica:
Ela pode se manifestar por uma cifose torácica regular e moderada Radiologia:
Sinais clássicos da artrose:
Pinçamento ou achatamento do disco, osteófitos anterolaterais. As bordas mais densas dos
platôs vertebrais nas incidências de perfil, o pinçamento é mais importante na frente, o que
explica a cifose. Osteófitos anteriores: classificação discal
A dor
Note bem que as pessoas que tem dorsatrose não sofrem, elas simplesmente tem uma cifose
um pouco mais pronunciada, mas alguns pacientes tem dores na posição ereta prolongada,
quando carregam objetos pesados. Essas dores não são sempre diminuídas com o repouso ao
28

contrario das dores intermitentes da cervircatrose ou da lombartrose, elas são muitas vezes
contínuas, de grande tenacidade e rebeldes a terapêutica. Elas se acompanham de dores
irradiadas tipo nevralgia intercostal ao contrário do diagnostico freqüente que é
deduzidamente feito.
No caso de uma nevralgia intercostal, tenaz que se mantém, será importante pensar em uma
afecção mais grave da vértebra: espondilite tuberculosa, doença de Pott, câncer, mieloma,
espondilite anquilosante, tumor intraraquidiano ou intratorácico, aneurisma da aorta,
problemas pleuropulmonares, etc.
O tratamento anti-reumático , ortopédico clássico não é muito eficaz. Para os osteopatas o mais
importante é descobrir precocemente as lesões osteopáticas torácicas.

XI.2. A dorsatrose secundária é uma doença de Scheuermann A


doença de Scheuerman
Epifisite dolorosa do adolescente.
Definição: é uma afecção vertebral da adolescência de etiologia desconhecida,
essencialmente caracterizada por lesões degenerativas das zonas de crescimento osteocondral
dos corpos vertebrais. Essas lesões provocam hérnias nucleares intrasomáticas ou
retromarginais anteriores, criando fissuras na placa cartilaginosa. É uma doença de
osteocondrose de crescimento do mesmo tipo que a doença de Osgood-Schlatter, significa
que é constituída por lesões de osteonecrose asséptica .
A doença de Scheuerman não é uma artrose, mas ela é fator secundário de artrose.
Condições de aparecimento:
A doença da adolescência é mais freqüente para os meninos. Ela apresenta muitas vezes uma
transmissão hereditária e familiar.
Dois fatores etiológicos:
Adiposidade e perturbação do crescimento em relação a uma disfunção hipofisária
Esforços físicos excessivos e precoces, carregar objetos pesados nas costais e nos ombros Patogenias
Normalmente durante todo o período de crescimento das vértebras a resistências das placas
cartilaginosas vertebrais é suficiente para resistir as pressões que são transmitidas aos corpos
vertebrais.
A doença de Scheuermann é caracterizada anatomicamente pela penetração do disco ao nível
da placa cartilaginosa, em conseqüência de um esforço de peso, cargas pesadas ou por um
defeito de resistência das placas, de origem genética.
Anatomia patológica
Os estudos patológicos mostram que as lesões dizem respeito essencialmente a zona de
crescimento osteocartinaginosa e as epifises. Elas parecem se constituídas por zonas de
necrose. A conseqüência é dupla:
No lugar das necroses, elas alteram o crescimento da vértebra em altura, o que explica a irregularidade dos
platôs e deformação das vértebras.
Essas zonas de necrose criam na placa cartilaginosa, locais de menor resistência pelos quais o
disco pode se infiltrar no corpo vertebral. Essas hérnias intra-somáticas podem chegar até o
tamanho de uma semente de cereja ou de amêndoa. Elas tendem a cerca-se de uma camada
de osteosclerose reacional. Uma variante das hérnias intra-somáticas é a hérnia retro marginal
anterior que se insinua por baixo do listel marginal, e separa totalmente algumas vértebras do
corpo vertebral.
29

As hérnias discais intra-somáticas, modifica totalmente a anatomia do disco, sua resistência


às cargas e todas as condições de funcionamento, o que explica a evolução clássica na direção
da artrose discal.
Sintomas:
Sinais clínicos:
No adolescência, a doença de Scheuermann se traduz pelo aparecimento de uma cifose
torácica dolorosa de grande raio, acompanhada de dores torácicas, que se manifesta durante
o cansaço, após posição em pé prolongada, e carregar objetos pesados. Essas dores não são
especialmente no segmento afetado, pode aparecer na região lombar intacta.
20% dos pacientes sofrem de Scheuermann. Geralmente nota-se uma certa rigidez torácica.
Muitos pacientes descobrem a doença de Scheuermann anos após a adolescência e começa a
sofrer, diretamente ao nível torácico, mas também podem sofrer ao nível da cervical, das
dobradiças ou da lombar.
Radiologia:
Platôs vertebrais irregulares, rompidos. De perfil, nota-se uma aparência folhetada, opaca, e os
contornos dos platôs não são nítidos.
Os corpos vertebrais apresentam uma deformação cuneiforme na base posterior. Essa deformação engloba
de 2 a 4 corpos vertebrais acompanhando a cifose torácica.
Nesses platôs vertebrais encontra-se hérnias bem marcadas, semicirculares, paramedianas nas
incidências em AP e nas junções do terço medial e terço posterior. São hérnias intra esponjosas
ou nódulos de Schmorl.
As imagens das hérnias retro marginais anteriores e a persistência na idade adulta de imagens
de epífise livres, separadas dos corpos, traduz a perturbação da formação do lístel marginal.
Sinais Biológicos:
Velocidade de segmentação normal durante toda a evolução, podendo ser um pouco acelerada durante
a constituição das lesões.
Evolução:
Começa entre 14 e 17 anos e termina entre 20 e 22 anos.
Em ausência de tratamento, a cifose evolui durante 1 a 2 anos e se fixa. As dores podem persistir,
durante alguns meses e desaparecer.
Infelizmente a doença de Scheuermann cria uma discartorse com os sinais clássicos de
achatamento discal, osteófitos anteriores e dores. Tratamento
Tratamento clássico para discartrose secundária.
Em relação a doença de scheuermann em evolução: evitar os esforços, carregar objetos
pesados, posição em pé prolongada. É importante o repouso durante a noite num cochão duro
e plano.

XI. 3 - Dorsartrose secundária ao desequilíbrio estático da coluna torácica


Uma cifose torácica ou uma escoliose torácica favorece o aparecimento de uma lesão artrósica
ao nível torácico. Muitas vezes os pacientes que apresentam uma acentuada cifose torácica
não apresentam dores apesar da importância da discartrose torácica. Eles geralmente
apresentam dores lombares devido a uma da hiperlordose compensatória.
Os pacientes apresentando uma acentuada escoliose dorso-lombar sente geralmente dor na região
lombar, mesmo quando tem uma acentuada artrose torácica.

XI. 4 - Insuficiência torácica dolorosa


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Aparecimento: é uma síndrome dorsálgica , freqüentemente encontrada.


Observa-se em mulheres entre 18 e 40 anos, sobretudo na faixa de 30 anos. Algumas
profissõessão mais propnesas: costureiras, secretárias, pessoas que trabalham com
computador, pisicoastenia clássica: cansaço matinal, ansiedade, emotividade, insônia nas
primeiras horas da noite. Não é fácil decidir se esse estado e a conseqüência da dorsalgia ou
o contrário.
Muitas vezes esses sintomas são encontrados após a gravides ou aparecem durante a fase de amamentação,
e talvez seja devido a uma perda de cálcio

Dores
Região média das costas entre as escápulas. Muitas vezes são laterais no espaço inter escápulo
vertebral. Aparecem essencialmente ao final da tarde, após o trabalho, são aumentadas pela
posição ereta prolongada, e carregar objetos pesados , diminuídas pelo descanso. Podem ser
permanentes, o que obriga o paciente a interromper seu trabalho Exame clinico:
Ele pode mostrar um pequeno desequilíbrio estático da coluna torácica tipo uma ligeira
escoliose torácica ou uma cifose, o que é geralmente desconhecido pelo paciente, em outros
casos não tem desequilíbrio estático, mas pode ser verificado que a paciente e um pouco
musculosa. Exame radiológico
A radiologia pode confirmar ou eliminar escoliose ou cifose, ou mostrar lesões mínimas que
podem ser consideradas conseqüência inicial da doença de Sheuermann: irregularidades dos
platôs vertebrais, presença de hérnias intra esponjosas. Pode também apresentar pequenas
lesões de artrose torácica, como achatamento discreto dos discos, dores, pequenas espinhas
osteofiticas no bordo do platô, ou pequena calcificação do anel fibroso discal
Interpretação patogênica
Elas são muito difíceis: os mecanismos invocados são os seguintes:
• Trabalho torácico excessivo
• Fator estático escoliose e cifose
• Fator muscular : Insuficiência músculo ligamentar
• Fator psíquico: Astenia física e psíquica
• Fator artrósico
Tratamento
Adaptação das condições de trabalho
Evitar o esforço exagerado
Praticar uma educação ativa
Analgesia contra a dor
Lutar contra a distonia nervosa, com sedativos usual e psicoterapia

XI. 5. Osteoporose
A dorsalgia ligada com a osteoporose rarefiante comum deve ser tratada no início. Uma imobilização de
duas a três semanas como em caso de fratura.
Um tratamento para reconstituir a massa óssea é conveniente e pode-se notar o caráter
prolongado dessas dorsalgias pela sua repetição freqüente e aparecimento de novos
achatamentos vertebrais.
O tamanho da paciente diminui progressivamente, isso é um teste clínico característico da evolução.

XI. 6. Dorsalgias de origem visceral:


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Origem cardiovascular, pode-se acompanhar de dores torácias, e essa dorsalgia pode até ser
revelado durante a crise, ela aparece no esforço como a crise de angina mais diminui depois
do final do esforço, e com o efeito de alguns medicamentos como a trinitrina. Ela pode se
acompanhada de modificações eletrocardiográficas espontaneamente ou durante o esforço.

Aneurisma dissecante aortico:


Pode criar uma dorsalgia constante, violenta, rapidamente subfebril, o aspecto radiológico tomográfico
pode confirmar esse diagnóstico.

Pericardite:
A pericardite pode acompanhar-se de dorsalgias, a oscultação cardíaca controla e o
eletrocardiograma e ecografia permite diagnosticar essa dorsalgia em função do problema
de pericardite.

Origem pleuropulmonar
A dorsalgia pode ser reveladora de um derrame pleural, de um tumor, de uma neoplasia pleuro
pulmonar. E sempre importante controlar o tórax para distinguir a causa, através de exame
radiográfico standart em caso de dorsalgia.

Origem visceral:
Essas dorsalgias são encontradas no decorrer de úlceras gastroduodenais, especialmente de localizações
posteriores, as dores tem um horário rítmico ligado com as refeições.
As neoplasias gástricas, esofagias, pancreáticas são sempre acompanhadas de dores vivas constantes,
persistentes, sem esse ritmo das refeições.
A radiografia permite fazer o diagnóstico com produto de contraste, fibrocospia, tumodensitometria, etc,.
Algumas dorsalgias são portanto ligadas com patologias fora da coluna, de etiologias viscerais,
cardiovasculares, digestivas e pleuropulmonas.
É importante pensar-se nessas etiologias, antes de considerar-se a dorsalgia uma patologia mecânica
ou degenerativa.

Coluna Cervical Inferior

Anatomicamente a coluna cervical é descrita em duas partes:


A coluna inferior de C3 a C7 e OAA, mas do ponto de vista osteopático é possível descrever
três regiões em função do mecanismo lesional. O conjunto apresenta uma curvatura cujo ápice
está situado em C5. OAA situa-se numa posição mais anterior do que as articulações da coluna
cervical inferior

Elementos anatômicos ósseos.


É possível subdividir a coluna cervical em três pilares em torno do canal vertebral.
O Pilar anterior: formado pela superposição dos corpos e dos discos.
O corpo largo transversalmente, cúbico e de altura limitada, apresenta 04 faces: •
superior prolongada lateralmente pelos processos unciformes
• Inferior convexo transversalmente e anteriormente.
32

• posterior plana sendo o limite anterior do canal vertebral


O pilar lateral é constituído pelos pedículos, processos transverso e processos articulares.
Os pedículos são oblíquos para trás e para fora. A face lateral está cavada na frente de um
sulco vertical formando a parede interna do forame transversal. O bordo superior com uma
grande incisura forma o limite inferior do forame intervertebral. O bordo inferior é
ligeiramente côncavo e constitui o limite superior do forame intervertebral.
Os processos transversos são formados por duas raízes, a raiz anterior está inserida no corpo,
a raiz posterior está inserida na face lateral do pedículo, esses processos transversos são
curtos. Essas raízes formam um sulco na concavidade superior, inclinado para baixo e para
fora destinado ao nervo na saída do forame intervertebral. Essas duas raízes formam um
orifício ou forame transversal de 5 a 8 mm de diâmetro, que forma por superposição o canal
transversal, no qual passa a artéria vertebral
Os processos transversos terminam-se por dois tubérculos: o tubérculo anterior e o posterior mais
saliente onde estão inseridos os músculos pré-vertebrais e os escalenos.
Os processos articulares situados nas extremidades do pilar ósseo, semi cilíndrico, entre o
pedículo e a lâmina. As facetas articulares, a superior orientada para trás e para cima, a
inferior orientada para frente e para baixo
O pilar posterior é formado pelas lâminas, processos espinhosos, lâminas, mais longas do
que altas, e muito oblíquas para trás e para baixo. Une processos articulares e processos
espinhosos. Os processos espinhosos oblíquos para baixo e para trás, são triangulares e
prismáticos, tem uma face inferior escavada, na qual vai se encaixar durante a extensão o
bordo superior do processo espinhoso da vértebra infrajacente.
A ponta do processo espinhoso é geralmente bífida, exceto da sétima vértebra que apresenta
geralmente um processo muito proeminente.
O canal vertebral é triangular com base anterior ligeiramente obliquo para fora e para baixo.

Segundo Kapandji– vértebra cervical inferior

Segundo Blandine – vértebra cervical inferior

O plano ligamentar
Os mesmos ligamentos que no restante da coluna.
Ligamento longitudinal anterior, ligamento longitudinal posterior.
33

Existe uma cápsula para cada articulação intervertebral , uma cápsula própria para cada
articulação unciforme, ligamentos interespinhosos finos e retangulares , ligamentos
supraespinhosos, formando uma longa corda fibrosa tensionada da protuberância occipital
externa até a espinhosa de C7. Esse conjunto é chamado ligamento cervical posterior ou
ligamento nucal. Os ligamentos intertransversais são substituídos pelos músculos
intretransversários anteriores e posteriores

Segundo Kapandji – plano ligamentar


Planos Musculares
Região posterior:
Essa região é formada por 4 planos.
1. Plano Profundo: músculos transversários espinhosos, interespinhosos, intertransversários
2. Planos dos Complexos
3. Plano dos Esplênios e do Elevador da Escápula
4. Plano Superficial: Trapézio

Região Anterior:
03 músculos pré-vertebrais
O longo do pescoço, o pequeno reto anterior, o grande reto anterior.

Região Ântero-Lateral:
Músculos situados lateralmente aos pré-vertebrais
Os Escalenos
O Esternocleido mastóideo
Pode-se citar os grupos infra e suprahióideos.

IV. Fisiologia articular


Flexão extensão
34

Durante a flexão, o corpo da vértebra suprajacente se inclina e desliza para frente. Esse
movimento é possível pelo achatamento do platô superior da vértebra infrajacente, deixando
o bico da vértebra superior livre
As facetas articulares são planas, criando um bocejo inferior entre as facetas.
Esse movimento não é limitado por um encontro ósseo, mas pela tensão dos ligamentos.

Durante a extensão, o movimento produzido é o oposto, o corpo da vértebra supra jacente se


inclina e desliza para trás.
Encontra-se um bocejo superior ao nível das facetas articulares.
A extensão é limitada pela tensão do ligamento longitudinal anterior, mas principalmente pelo
encontro das peças ósseas, os processos articulares, transversos, espinhosas.
A amplitude global dos movimentos de flexão e extensão, ao nível da coluna inferior, corresponde a um
ângulo de 100 a 110o

Lateroflexão e rotação
Esses movimentos são determinados, pela orientação das superfícies articulares. Nenhum dos 2
movimentos isolados é possível.
As facetas articulares são planas, os superiores orientadas para cima e para trás, e as inferiores
para baixo e para frente. O eixo do movimento é situado no centro de um plano oblíquo unindo
essas duas facetas. Esse eixo perpendicular a este plano, é oblíquo para frente e passa pela
parte posterior e mediana dos corpos vertebrais.
Ele representa o eixo misto de inclinação-rotação.
A lateroflexão total da coluna cervical é de 45o, a lateroflexão da coluna cervical inferior é de
25o
35

É muito difícil evoluir a rotação ao nível da coluna cervical inferior. A rotação total da
cabeça é de 80 a 100 o, podendo estimar entre 60 a 65 o
a participação da coluna cervical
inferior.

Articulações unco-vertebrais
Durante os movimentos de lateroflexão, essas articulações servem de guia.
Nos movimentos de lateroflexão, produzem-se um bocejo do lado da convexidade, e uma
imbricação do lado da lateroflexão, mas uma rotação sendo associada encontra-se também
um bocejo anteriormente com deslizamento para trás.
36
37

V. Mecanismo Lesional osteopático

Nível C2 – C7
A mobilidade é preponderante em de C2 a C4
O papel de sustentação preponderante principal em C5 – C7

Morfologia das articulações posteriores:


Côncavas posteriormente de C2 a C4 Convexas
posteriormente de C5 a C7
C4 a C5 são relativamente planas
Numa coluna cervical, observa-se que a lordose é mais importante de C5 –C7 do que de C2
– C4
Se a lordose está aumentada, teremos uma imagem esquemática de retificação de C 5 – C7, uma
quebra de linha entre C4 e C5, e uma lordose de C2 a C4.
Se a lordose é globalmente aumentada, será interessante avaliar prioritariamente o nível de C 4 –
C5 .
Se a lordose é globalmente retificada, o nível OAA, é o nível que cria a lesão e modifica o apoio
cervical inferior, de acordo com as leis de economia, e conforto da não dor.

Leis mecânicas de um movimento cervical inferior


Qualquer que seja o movimento criado no plano frontal, ou horizontal a rotação e inclinação lateral
serão feitos do mesmo lado na coluna cervical inferior (C3 – C7)

Estudo dos movimentos do plano frontal:


A inclinação das facetas articulares posteriores se verticaliza de baixo para cima de 10 a 45o, em
relação a horizontal.
Essa disposição favorece:
A rotação de C5 – C7, a lateroflexão de C2 – C4
A presença dos processos unciformes autoriza o movimento de translação particular à coluna
cervical, do lado oposto a lateroflexão.

Segundo Blandine – lateroflexão em rotação

Estudo dos movimentos do plano sagital:


38

Anteflexão
A coluna se estende verticalmente para frente e a interlinha inferior da articular posterior se
abre ligeiramente em flexão. O deslizamento divergente das facetas articulares vai criar um
movimento dominante de inclinação lateral no plano frontal

FSR
Movimento de Extensão
A coluna se estende para trás a interlinha superior da articular posterior se abre ligeiramente.
Nesta posição de extensão o deslizamento convergente das facetas articulares cria um
movimento dominante em rotação no plano frontal ERS
A lesão osteopática cervical se cria e se organiza em três dimensões, mais um componente de
translação
FSR ou ERS
A translação é sempre oposta a lateroflexão e a rotação.

FSR: É geralmente de tipo primário: a divergência das articulações posteriores cria um ponto
de apoio do lado oposto a posterioridade, e a convergência relativa das articulações
posteriores do mesmo lado.

ERS: É classicamente do tipo secundário, a convergência dos processos articulares


posteriores cria um ponto de apoio do mesmo lado que a rotação e lateroflexão, com uma
translação oposta.

As Artérias Cervicais
A coluna óssea cervical protege a artéria vertebral, graças a estabilidade dos pilares anterior
e posterior e do processo unciforme. Outro sistema de proteção é formado pelo forame
transverso.
A vascularização cerebral depende das artérias cervicais.

Vascularização Cerebral

Sistema Vertebrobasilar Carótida interna

Anastomose inferior do cérebro

Vascularização do tronco Vascularização do cérebro


cerebral anterior

Centro do automatismo vital Maior parte do córtex


- cardíaco cerebral
- respiratório
39

Sistema incompressível Sistema compressível

Nível do pescoço
As artérias vertebrais tem influência sobre os plexos coróideos.
- artéria vertebral

- artéria basilar

- artéria cerebral posterior

- plexos coróideos (L.C.R)

Se C1 - C2 - C3 estão lesados, haverá tensões que repercutirão sobre o temporal e o forame jugular
(cefaléias e vertigens)
40

VI. Anatomia palpatória

VII. Biomecânica osteopática (já visto)

VIII – Diagnóstico Osteopático


As Lesões Cervicais
1 - As lesões de posterioridade
Correspondem a 80% das lesões cervicais.
Concernem às articulações posteriores, que são fixadas por um espasmo dos músculos monoarticulares ao
mesmo nível, ou seja, os músculos transversoespinhais.
O problema desse tipo de lesão é que existe um menisco sinovial que se interpõe entre as duas
facetas articulares fazendo protrusão no forame intervertebral. Muitas vezes provoca edema,
e pode assim, irritar a raiz no forame.
41

2 - As lesões de lateralidade
Representam 15% das lesões cervicais.
São encontradas de C3 a C6. O local da restrição se situa ao nível das articulações
uncovertebrais ditas de “ Luschka”. Essa lesão concerne ao disco intervertebral, provocando
uma protrusão discal, que pode ser uma fonte de nevralgias.
As lesões de lateralidade associam flexão, lateroflexão +++ e rotação homólogas. Ela representa a
desembricação máxima da articulação posterior e da articulação uncovertebral.

3 - As lesões de anterioridade
Essas lesões afetam as vértebras C4 a C6, sobretudo C5 +++. Representam 5% das lesões cervicais.
Elas resultam de um traumatismo em hiperflexão ou hiperextensão (Whiplash).
Elas causam sintomas muito dolorosos, pois concerne à articulação de luschka e coloca em stress o
disco intervertebral.

− Occipital - base das fossas nasais


− Atlas - polo superior do glânglio cervical superior simpático
− Atlas - Áxis - véu palatino, amígdalas palatinas
− Áxis - fenda labial
− C3 - polo inferior do gânglio simpático superior
− C4 - osso hióideo, glândula submaxilar
− C4 - C5 - cartilagem epiglótea
− C5 - borda superior da cartilagem tireóidea
− C6 - ventrículo laríngeo, gânglio cervical simpático médio
− C7 - cartilagem cricóide, princípio da traquéia e do esôfago
− C7 - T1 - gânglio estelar
− C7 - T2 - tireóide

VIII. 1 - Anamnese:
A fim de saber quais são os tecidos comprometidos, é importante fazer um diagnóstico diferencial entre
a lesão cervical, cervicobraquaialgia e síndrome do desfiladeiro torácico.

VIII. 2 - Inspecção estática:


No início, observação e palpação global da coluna cervical, depois diagnóstico palpatório, investigação
mais precisa.
Observação: Paciente em pé, de frente e de perfil, observa-se o aspecto geral até T6 (base
inferior dessa unidade funcional superior) Ex:
Elevação dos ombros e enrolamento dos ombros
Posição da cabeça: diferença de lateroflexão geral e lateroflexão occipital Posição
relativa da escápula e do tórax, posição da clavícula da 1a a 2a costela. Posição
antálgica, projeção anterior e posterior, etc.
Os membros superiores, podem ser comprometidos, em um problema cervical.
42

VIII. 3 - Teste de Jackson


• Com compressão axial
Para diagnosticar afecção discal:
Coloca-se as duas mão sobre a cabeça do paciente, e empurra-se em direção ao solo.
Se a compressão provocar dor, é sinal que existe um problema no disco.
• Com compressão lateral
Para diferenciar uma hérnia discal de uma protrusão.
Se a compressão axial provocar dor, por exemplo à D, deve-se então fazer o teste com compressão lateral,
a fim de diagnosticar a verdadeira causa da dor.
Faz-se então uma compressão lateral D ( homolateral). Se o paciente apresentar dor sinaliza a
favor de uma hérnia discal D, ou seja, uma compressão da raiz pela hérnia. A compressão
aumenta o fechamento do forame. Necessita-se abrir o forame. O thrust será da E para D. Se
o paciente apresentar dor a compressão lateral E ( contra-lateral), sinaliza uma protrusão.
A lateroflexão E provoca um aumento do bocejo lateral e coloca em tensão a raiz nervosa.
A manipulação deve ser feita em lateralidade, da D para a E, com a finalidade de fechar o espaço
disco somático.
Pode-se também fazer o teste de compressão com extensão e rotação para as facetas articulares
posteriores.

VIII. 4 - Quick scanning


Utiliza-se na pelve e em toda coluna.
Para realizar esse teste de elasticidade, coloca-se uma mão na fronte do paciente para estabilizar.
A outra mão faz contato com as lâminas, utilizando o polegar e o indicador.
Cada nível deve ser testado, empurrando-se anteriormente para produzir um deslizamento
eletivo. Se existe elasticidade, não existe lesão. Se não existe elasticidade sabe-se que
apresenta uma lesão, mas não o tipo de lesão . Esse teste indica o nível. O tipo de lesão é
diagnosticado precisamente com o teste de Mitchell.
Como a sensibilidade é diferente entre o indicador e o polegar, fazer o teste com os dedos de
uma mão, depois com os dedos da outra.

VIII. 5 - Teste de palpação


• Dermátomo
• Esclerótomo
• Miótomo

VIII. 6 -Teste de Klein


Teste para diagnosticar a insuficiência vértebro-basilar. Deve ser feito antes de realizar-se a manipulação
cervical.
A artéria vertebral passa através do canal vertebral de C6 até atlas. Ela emerge na parte
superior da transversa, e passa ao redor da parte posterior do processo articular de atlas, antes
de reunir-se com a artéria vertebral do lado oposto e formar o tronco basilar.
O teste consiste em colocar a cabeça do paciente para fora da mesa, em extensão e rotação, durante
30 segundos, para a D e para a E.
Para verificar a presença de nistágmo, pede-se ao paciente para olhar o osteopata.
43

Uma rotação importante vai estirar a artéria e a extensão vai comprimir diminuindo o fluxo sanguíneo.
Se ao teste o paciente manifestar náuseas, vertigens, nístagmo, ele apresenta uma patologia tipo
insuficiência vértebro basilar. Será então contra-indicado a manipulação.

A manipulação será também contra-indicada se a colocação da barreira articular provocar dor

VIII. 7 - Inspecção dinâmica

VIII. 8 – Teste de Adson


Destinado a verificar se existe um conflito entre os escalenos e artéria subclávia. PP:
sentato
PT: em pé, atrás do paciente Contato:
Artéria radial (pulso)
1o Testar o pulso na posição neurta
2o Pedir uma S da cabeça e rotação do lado a testar, resistido pelo osteopata
3o Inspiração forçada
Teste +: desaparecimento ou diminuição do pulso radial.

PS: para iniciantes, em caso de Klein, Adson, Jackson positivos os pacientes não devem ser manipulados
com thrust.

VIII. 8. 1. - Testes Globais


1. Sentados
Contato das mãos, hipotenar, auricular, uma mãotoma contato com o frontal, e a outra mão
coaptar o conjunto da coluna cervical como uma pinça. Teste
A lateroflexão se mede com a distância ombro –orelha.
A anteflexão e a extensão mede-se através da distância entre o queixo e o manúbrio. A
rotação mede-se através da distância entre o queixo e a ponta do acrômio

NOTA: Não é importante unicamente medir os ângulos, mas ter a sensação da qualidade do movimento
na sua palpação.
Estes testes dão informação da qualidade da resposta dos tecidos. É um
elemento importante, porque a coluna cervical é extremamente sensível às
reações vasomotoras que são muito presentes a esse nível

2 - Decúbito dorsal
– Distância queixo – acrômio em flexão
Paciente em decúbito dorsal, bem relaxado
Osteopat sentado, uma mão no vértex e a outra recebe a coluna cervical.
Teste: durante uma flexão, girar a cabeça para direita e para esquerda, na direção do acrômio.
Avaliar a distância queixo – acrômio
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Interpretação: Ex: Se a distância queixo acrômio esquerda, é superior a queixo acrômio direita,
isso significa restrição de mobilidade a esquerda.

– Distância queixo – acrômio em extensão


Paciente em decúbito dorsal bem relaxado
Osteopata: sentado, uma mão no vértex e a outra recebe a coluna cervical.
Teste: numa extensão, girar a cabeça para esquerda e para direita, em direção ao acrômio.
Interpretação: por exemplo: se a distância queixo – acrômio a esquerda, é superior a distância
queixo – acrômio a direita, significa uma restrição de mobilidade a esquerda.

– Distância queixo – manúbrio


Paciente em decúbito dorsal
Osteopata sentado referência: cabeça do paciente
Teste: avaliar a distância entre o queixo e o manúbrio, para verificar se a cervical é móvel em
flexão.

Lateroflexão global
Paciente em decúbito dorsal, bem relaxado
Osteopata sentado a altura da cabeça do paciente, uma mão sob o occipital, a outra receber a
coluna cervical.
Teste: em anteflexão: fazer uma lateroflexão global a esquerda e depois a direita.
Em extensão a mesma coisa. Avaliar
a maior restrição Interpretação:
Maior mobilidade do lado da lateroflexão lesional

VIII. 7.2 - Testes analíticos:


1. Sentado:
Contato das mãos, uma mão na testa, a outra segura de cada lado a coluna cervical nos processos
articulares, isso permite testar:
Lateroflexão, rotação, flexão, extensão

Teste analítico de C2 a C7
Busca-se graças ao occipital, testar as diferentes estruturas, para mobilizar a estrutura suprajacente em
relação aquela que você mobiliza por cima.
Ex: Tomada de mão em C4 para testar C3

NOTA: Os processos articulares estão situados atrás dos processos transversos.


Posiciona-se externamente e um pouco lateral a massa muscular posterior

Para localizar:
O paciente faz flexão cervical, e pede-se para endireitar a cabeça contra resistência, a fim de
evidenciar a massa muscular posterior e sentí-la sob os dedos. Quando ele chega na posição
neutra, os dedos situam-se na tangente do bordo desses músculos, nos processos articulares.
45

Se afasta-se um pouco os dedos lateralmente para a parte média, atrás do músculo esternocleido, contacta-
se os processos transversos.

2 - Teste de Dejarnette - Teste da Escada.


É um teste muito sensível, que indica qual espaço deve se manipulado. Derjanette
descreve quatro degraus:

1º degrau C7-T1 C1-C2

2º degrau C5-C6 C3-C4


º
3 degrau C3-C4
C5-C6
º
4 degrau C1-C2
C7-T1

O paciente está em decúbito dorsal e o osteopata, na cabeceria da mesa. Toma-se contato com
a cabeça do paciente, indicadores na frente da orelha, dedo médio atrás e os demais dedos no
occipital.
Realiza-se um compressão, que será mantida com o abdome do terapeuta.
Em cada nível, em situação de normalidade, as vértebras anteriorizam-se.
O teste produz um deslizamento póstero-anterior das vértebras. Quando há liberdade de
movimento, sente-se passar progressivamente de um nível a outro, como uma roda denteada.
Se existe uma fixação, acontece um “salto”.

Pode-se realizar uma técnica articulatória em cada nível dessa “escada” realizando movimentos em ∞.
Outra técnica pode ser realizada através da compressão, lateroflexão e rotação para o mesmo lado,
mantendo-se a posição por alguns segundos.

3 - Teste Muscular
∙ Miótomo;
∙ Deltóide Anterior - C5;
∙ Deltóide Médio - C6;
∙ Deltóide Posterior - C7;
∙ Trapézio Superior ou Esternocleidomastóideo - Cervicais Superiores. Utiliza-se
principalmente o Teste do Esternocleidomastóideo.

4 - Teste do Polegar Ascendente


C4 direita:
Coloca-se os polegares sobre os processos articulares de C4 (D e E).
Pede-se ao paciente uma flexão da cabeça.
Do lado lesado o polegar ascende.
Contato com o processo articular inferior - Teste negativo.
46

Contato com o processo articular superior - Teste positivo. Deve-se


então manipular C4 em relação a C3.

5 - Teste de Mitchell
Paciente: em decúbito dorsal.
Colocar a polpa dos dedos nos processos transversos, no tubérculo anterior e posterior do nível a
ser testado.
Cervical em posição neutra.
Fazer um deslizamento da D para E, e da E para D, buscando uma restrição de mobilidade.
Caso encontre-se uma restrição de mobilidade, necessita-se saber se a lesão é uma ERS ou
FRS:
− Colocar a coluna cervical em flexão e comparar o deslizamento da D para E e da E para D.
− Colocar a coluna cervical em extensão e comparar o deslizamento da D para E e da E para D.
Caso se encontre uma restrição quando se faz o deslizamento da D para a E:
− Se a restrição aumenta quando se coloca a coluna cervical em flexão, a lesão é ERS. A vértebra
não aceita a flexão, pois está fixada em extensão.
− A faceta E recusa-se a abrir → lesão de imbricação E, posterioridade E.
− Se a restrição aumenta quando se coloca a coluna cervical em extensão, a lesão é FRS . A
vértebra não aceita a extensão, pois está fixada em flexão.
− A posterioridade está à E, o problema mecânico é a desimbricação D, o núcleo está deslocado
póstero-lateralmente e impede a faceta de se fechar.
Quando se faz o deslizamento da D para E e da E para D:
− Resistência elástica sem rebote - não tem espasmo muscular.
− Sem dor no final da amplitude - não existe problema ligamentar.
− Se o movimento pode realizar-se não é problema da faceta.
FRS:
− Da D para E → restrição.
− E para D → não há restrição.
− Faceta E que recusa a abrir ou faceta D que recusa fechar.
− Maior liberdade em flexão + restrição em extensão.
− Disco fixado póstero-lateralmente.
ERS: maior liberdade em extensão + restrição em flexão.

V. Técnicas de preparação
1. Stretching em extensão e inibição dos músculos do pescoço
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Para Espasmo dos Espinhais.


Objetivo - Relaxamento ou inibição através do rítmo e alongamento dos espinhais cervicais.
• Paciente em decúbito dorsal.
• Osteopata em finta anterior na cabeceira da mesa, do lado oposto a ser tratado.
• Mão cefálica - sobre a fronte do paciente.
• Mão caudal - Empalma os espinhais nucais, da linha curva occipital até o trapézio superior.
Cuidado para não exagerar o parâmetro de extensão, então fazer extensão e retornar
à flexão.
• Realização da Técnica
Faz-se pressão e tração no sentido transversal das fibras.
A mão cefálica - frontal, faz a rotação e lateroflexão cervical.
A mão caudal - Faz extensão cervical.
Pode-se passar da Técnica de Stretching para a Técnica de Inibição Cervical e vice-versa.
Os movimentos são os mesmos que os da técnica de stretching, porém lentos e utiliza-se mais o
parâmetro de extensão.
Pode-se também passar das Técnicas de Stretching e Inibição Cervical para uma Técnica de Articulação.
Nesse caso, os contatos são mais específicos.
O contato é feito com o dedo médio reforçado pelo indicador, em cada nível cervical ( C 7 na
raiz do pescoço até a nuca).

2 – Pompage do Esternocleidomastóideo

Stretching do Esternocleidomastóideo •
Lesão: Espasmo do Esternocleidomastóideo.
48

• Objetivo: Inibição do espasmo com rítmo.


• Paciente em decúbito dorsal.
• Osteopata em finta anterior na cabeceira do paciente, do lado oposto a ser tratado.
• Realização da Técnica
A mão cefálica frontal faz rotação e lateroflexão cervical.
A mão caudal - crocheta com a polpa dos dedos o músculo e traciona no sentido transversal das fibras.
No stretching do esternocleido utiliza-se principalmente o tracionar. Deve-se ter cuidado para
não pressionar muito, devido a sensibilidade da região.
No stretching dos Espinhais, utiliza-se tanto a pressão como a tração igualmente.

3 - Stretching em Flexão Cervical


Rocking em Flexão
• Lesão - ligamentos.
• Objetivo - Alongamento dos ligamentos interespinhosos.
• Paciente em decúbito dorsal.
• Osteopata em finta lateral na cabeceira da mesa.
• Mão E - Coloca-se sob a nuca do paciente, o indicador, pode localizar-se em um nível, no espaço
interespinhoso.
• Mão D - A palma da mão deve ser colocada sobre a fronte do paciente.
O nariz do paciente no espaço aberto entre o dedo anular e médio. A ponta dos
dedos repousando sobre o osso malar.

• Realização da Técnica
Faz-se flexão com a mão frontal e alongamento com a mão cervical ao mesmo tempo.
Para alongar cervicais altas utiliza-se pouca flexão. Quanto mais baixa for a cervical
a ser atingida, maior deverá ser a flexão.

4 - Stretching para Trapézio Superior

• Lesão - Espasmo do trapézio superior.


49

• Objetivo - Inibição do espasmo do trapézio superior.


• Paciente em decúbito dorsal.
• Osteopata em finta lateral na cabeceira da mesa, as coxas contra a mesa.
O topo da cabeça do paciente deve apoiar-se contra o abdome do osteopata.
Uma mão é colocada comodamente sob a nuca do paciente, de tal forma que possa mover a
cabeça do mesmo em qualquer sentido.
A outra mão fica livre para tomar contatos em vários níveis do músculo trapézio.
• Realização da Técnica
Para estirar o trapézio globalmente, coloca-se a mão no ombro do paciente e faz-se flexão lateral
da cabeça para o lado oposto.
Para alongar seletivamente um segmento do músculo pressiona-se sobre um ponto do
músculo. O alongamento será até o ponto pressionado. Pressionar do ombro até a raiz do
pescoço, alongando diferentes níveis. Para aumentar a alavanca acrescentar os parâmetros
de flexão e rotação oposta à lateroflexão.

5 - Pompage do elevador da escápula

Paciente em decúbito dorsal


Terapeuta sentado à cabeceira do paciente. A mão interna apóia a região interna da espinha da
escápula (ângulo superior). A mão externa apóia a base do crânio.
Ação: a tensão é obtida por uma pressão para baixo do ângulo da escápula, aumentando progressivamente
a lateroflexão e a rotação.

6 - Stretching do Elevador da Escápula


• Contato com o dedo médio, reforçado pelo indicador, em cada nível cervical;

• De C7 (na raiz do pescoço) até a nuca.


• Lesão - Espasmo do elevador da escápula.
• Objetivo - Inibição do espasmo do elevador .
• Paciente em decúbito dorsal, braço do lado a tratar em abdução rotação externa e a mão abaixo
da cabeça, bloqueando assim a escápula contra a mesa.
• Osteopata em finta lateral na cabeceira da mesa, coxas contra a mesa
Coloca-se a cabeça do paciente, contra o abdome do osteopata
Uma mão sob a nuca, e a outra segura e bloqueia o cotovelo do paciente contra a mesa
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• Realização da Técnica
Faz-se flexão cervical e pressiona-se o cotovelo contra a mesa. Coloca-se
rotação cervical para o lado oposto.

7 - Pompage cervical

Paciente me decúbito dorsal, com os membros inferiores estendidos. Posicionar os membros superiores
ao longo do corpo.
Terapeuta assentado à cabeceira do paciente, com os antebraços apoiados sobre a mesa. As
mãos recebem a cabeça e a protuberância occipital repousa em suas palmas. Os indicadores
apóiam os processos mastóideos.
O tensionamente lento e progressivo vai até o limite da elasticidade, sem ultrapassa-lo. O
retorno é efetuado o mais lentamente possível.
51

X. Técnicas de manipulação

1. Disfunção de uma vértebra cervical de C2 a C6 em ERSd


Indicação: restaurar a flexão, rotação esquerda e lateroflexão esquerda.
Paciente em decúbito dorsal
Osteopata em finta lateral atrás da cabeça do paciente.
Contato das mãos:
A mão esquerda segura o queixo do paciente, e gira ligeiramente a cabeça do mesmo para a esquerda.
Contato com o processo articular direito com a borda radial da MCP do indicador direito O
osteopata efetua uma mudança de finta para a direita do paciente.
Parâmetros
O osteopata aumentar a rotação do pescoço, faz um pouco de extensão. O antebraço da mão
manipuladora no plano das facetas articulares. O cotovelo em contato com o tórax Redução
do slack:
O osteopata exerce uma pressão do indicador no processo articular nos três planos do espaço:
lateroflexão direita, rotação esquerda, e um pouco deslizamento esquerdo, até sentir a barreira
articular.
Thrust em rotação no plano das facetas articulares ao final

2 - Técnica para ERS de C3 em rotacão com parâmetros maiores

• Tipo de lesão:
ERSe (Extensão/ Lateroflexão E/ Rotação E).
• Posterioridade E, problema mecânico é a imbricação da faceta E.
• Objetivo - Desembricar a faceta E através da inibição do espasmo do transverso espinhoso.
• Paciente em decúbito dorsal.
• Osteopata em finta lateral na cabeceira da mesa, coxas contra a mesa, coluna reta, centro de gravidade
acima da lesão.
Faz-se rotação da cabeça do paciente para apresentar o processo articular, e toda lateral cervical.
Palpa-se o processo articular de C3 com o indicador.
C3 se encontra ao nível do ângulo da mandíbula, horizontalmente para trás.
52

Faz-se um tissu pull


Coloca-se, com a mão manipuladora, do mesmo lado da lesão, a articulação
metacarpofalângica ou a primeira falange posteriormente ao processo articular, gira-se a
cabeça para a posição neutra, coloca-se o polegar na mandíbula e os outros dedos no
occipital. A outra mão empalma a orelha, os dedos na parte ântero-lateral do pescoço e
nuca.
Os antebraços do osteopata contra seu tórax.
• Barreira motora
− Flexão/extensão neutra;
− Lateroflexão E; −
Rotação D.
Nessa técnica, usa-se somente parâmetros maiores.
Conservar o parâmetro de lateroflexão quando for acrescentar o parâmetro de rotação. É fundamental
fixar cada parâmetro.
• Redução do Slack:
Os parâmetros acima são colocados até sentir a tensão chegar ao processo articular de C3.
• O thrust é realizado aumentando-se um pouco a rotação com um movimento rápido e de pequena
amplitude.

3 - Técnicas de Thrust FRS em lateralidade


• Tipo de lesão: FRSe
Posterioridade E, o problema mecânico é a desembricação da faceta D;
Protrusão discal D, é a protrusão que fixa a lesão. Fixação da articulação uncovertebral.
• Objetivo - Imbricar a faceta D.
• Paciente em decúbito dorsal.
• Osteopata em finta lateral na cabeceira da mesa, coxas contra a mesa.
Faz-se o tissu pull
Palpa-se o processo transverso da vértebra lesada.
Mão D: faz-se inclinação ulnar do punho, e coloca-se a metacarpofalangeana do indicador entre
o tubérculo anterior e posterior do processo transverso da vértebra lesada.
Mão E: sobre a orelha E do paciente;
Cotovelos contra o tronco.
• Barreira motora:
− Deslocar a finta para a D, a fim de colocar o antebraço e cotovelo no eixo da lesão;
− Extensão;
− Deslizamento lateral da D para a E (lateroflexão D);
− Lateroflexão D até o contato;
− Rotação oposta (E) até a colocação em tensão.
• Thrust:
Em lateralidade da D para a E. Deve ser ligeiramente oblíquo, na direção do
ombro oposto do paciente.
53

4 - Técnica de Ashmore

• Tipo de lesão: ERSd


• Posterioridade D, o problema mecânico é a imbricação da faceta D.
• Objetivo: - Desembricar a faceta D.
• Paciente assentado na borda da mesa.
• Osteopata em finta anterior do lado oposto à lesão, MI posterior do lado da mão manipuladora.
O tronco (peito) em contato com o ombro E do paciente.
Gira-se em 45º a cabeça do paciente;
Faz-se tissu pull
Coloca-se a terceira falange do dedo médio reforçado pelo indicador sobre a faceta articular e
lâmina da vértebra a ser manipulada.
Mão E: terceira falange do dedo médio reforçado pelo indicador sobre a faceta articular e
lâmina da vértebra a ser manipulada, o indicador sobre o maxilar inferior.
Mão D: a palma da mão sobre a orelha, dedos apontados para cima. O polegar D colocado sobre o
osso malar.
O antebraço D do Osteopata na parte posterior do tronco do paciente, antebraço E na parte
anterior do tronco.
• Barreira motora:
− Flexão e extensão neutra;
54

− Deslocamento do peso para a perna posterior do Osteopata, fazendo um


deslizamento ântero-lateral da D para a E (lateroflexão D); − Lateroflexão D;
• Realização da técnica: pedir ao paciente para deixar cair a cabeça. O thrust é realizado, fazendo-se ligeira
rotação com a mão E.

∆!! As manipulações estruturais devem ser efetuados no plano da orientação das facetas de
90o a 45o de baixo para cima, devido a orientação das facetas e dos processos
unciformes, a coluna cervical inferior fará sempre a rotação e lateroflexão do mesmo
lado.
Quando a disfunção está associado com extensão (convergindo as facetas, o problema
mecânico será do lado da posterioridade. Quando a disfunção está associado com
flexão, divergência das facetas o problema mecânico será do lado oposto a
posterioridade significa do lado que se foi efetuada uma translação.
A divergência facetária associada com a flexão favorece a lateroflexão e a convergência das facetas
em extensão favorece a rotação.

5 - Músculo Energia para ERSd


ERSd: Extensão, lateroflexão D, rotação D, posterioridade D, imbricação da faceta D.
Necessita-se: Flexão, lateroflexão E, rotação E
Paciente em posição de Sims, braços pendentes, MIs em tríplice flexão.
Coloca-se flexão do quadril até L4 - L 5
Rotação do tronco até L3 - L4
Osteopata em finta anterior, apoia os joelhos do paciente sobre sua coxa
Abaixa-se os MIs do paciente a fim de abrir a faceta imbricada O
paciente empurra os pés para cima e o osteopata resiste.
Faz-se e ciclos de 3 contrações isométricas, aumentado todos os parâmetros em cada ciclo. NOTA:
Pode-se utilizar a posição de lumbar roll, colocando-se flexão lombar.

6 - Músculo Energia para FRSd


FRSd: Flexão, lateoflexão D, rotação D, posterioridade D, desembricação E.
Necessita-se: extensão, lateroflexão E, rotação E.
Osteopata em finta anterior, direção caudal
Paciente em posição de lumbar roll com o dorso sobre a mesa, os MIs em tríplice flexão apoiados sobre
a mesa.
Coloca-se extensão através do MIs até L4 - L5
Coloca-se rotação do tronco até L3 - L4
MIs elevados para fechar a faceta desembricada
Paciente empurra os pés para baixo e o osteopata resiste
Faz-se 3 ciclos de 3 contrações isométricas, aumentando os parâmetros em cada ciclo.

NOTA: Pode-se utilizar a posição de Sims, colocando-se extensão lombar.


55

7 – Músculo Energia para FRSd


Variante
Objetivo: Restaurar a mobilidade de uma vértebra cervical em extensão, rotação esquerda e lateroflexão
esquerda .
Posição do paciente: sentado
Posição do osteopata: em finta atrás do paciente, ligeiramente à direita dele.
Contato das mãos
O osteopata empalma e sustenta com a mão direita a testa do paciente
A mão oposta entra em contato com a espinhosa infrajacente da vértebra em disfunção ou em
contato com os processos articulares Parâmetros:
Coloca um pouco de extensão a partir da articulação occipito lateral medial e das outras vértebras
cervicais até o nível em disfunção.
Coloca a coluna cervical em lateroflexão esquerda e rotação esquerda até a barreira motora.
O osteopata pede ao paciente contrações isométricas em flexão e lateroflexão direita.
Nova barreira motora em translação direita, rotação esquerda e extensão. Faz-se
3 ciclos de 3 contrações.

Resumo das Técnicas de Músculo Energia Cervical

Lesão ERSD FRSD


Movimento fácil ERSD FRSD
Movimento restrito FRSE ERSE
Restaurar FRSE ERSE
Ordem (F/E) Pedir E Pedir E
Olhar para cima Olhar para os pés

Ordem (R) Pedir RD Olhar Pedir RD


para D Olhar para D

Ordem (S) Pede SD Pede SD


Aproximar orelha D do Aproxima orelha D do
ombro ombro
Contato do dedo sensitivo Posterioridade D Mão sensitiva do lado da
Mão esquerda, sensitica (por desimbricação (E)
baixo do pescoço)

XIII. Patologias cervicais


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A Artrose Cervical

A artrose cervical acomete 90% dos indivíduos.


A coluna cervical superior (C1, C2), local dos movimentos de rotação, é raramente afetada pela
artrose.
A coluna cervical inferior (C3 a C7) possui maiores mobilidades, sobretudo em C5,C6 e C6, C6 -
C7. Portanto, região de maior freqüência de artrose devido a sobrecarga dinâmica.
Existe três sistemas articulares na região cervical:
1. As articulações zigapofisiais ou interapofisárias. São ricamente inervadas.
2. As articulações disco intervertebrais, responsáveis pelas hérnias discais
3. As articulações uncovertebrais que possuem uma relação muito estreita com a raiz nervosa e a artéria
vertebral, é responsável principalmente pelas protrusões discais.
A artrose discosomática provoca degeneração estrutural ao nível do disco, esta degeneração é
predominante nos três últimos discos.
As articulações uncovertebrais não são significativamente suportadoras de peso, nem de
fricção. Com os desequilíbrios posturais, as articulações uncovertebrais são expostas a
compressão e fricção, desenvolvendo exostose.
À medida que as articulações uncovertebrais se hipertrofiam elas fazem protrusão posterior e
podem comprimir as raízes nervosas nos foramens intervertebrais e /ou a medula no canal
vertebral. Esses osteófitos podem ser acompanhados por herniação do disco, e devido a
proximidade das facetas articulares, podem ser acompanhados por doença articular
degenerativa, osteoartrite, dessas articulações. A osteofitose com compressão radicular pode
provocar dores e parestesia, no território da raiz nervosa comprimida.
A compressão sobre as artérias vertebrais pode causar isquemia vertebrobasilar, provocando vertigem ou
ataxia.
A causa da osteoartrose (osteoartrite) cervical não está estabelecida. Foi postulado o conceito
da protrusão progressiva do anel fibroso, dando origem à formação de osteófito. Parece mais
provável que o estreitamento gradual do disco intervertebral, em virtude da desidratação,
perturbe as articulações interapofisárias, ocasionando a abertura da interlinha articular esta
distorção juntamente com compressão das articulações uncovertebrais, seja ao final de algum
tempo provocadora de artrose. Com o afrouxamento resultante dos ligamentos longitudinais,
o material do disco em protrusão gradualmente, forma o osteófito.
Pode haver uma hiperpressão nas articulações posteriores com degeneração das superfícies articulares
e o aparecimento de osteofitose.
Com o achatamento do disco, devido a sua desidratação, pode aparecer fissuras e migração do
núcleo pulposo, comprimindo como conseqüência os elementos encontrados no forame
intervertebral.
Poderá então aparecer dois tipos de patologia discal. A patologia do tipo estiramento da raiz nervosa
por protrusão discal, ou o pinçamento em uma neuropatia por compressão.

Teoria do Nódulo disco-osteofítico


57

A articulação uncovertebral possui uma superfície articular e uma sinovial. Esta superfície
articular pode tornar-se artrósica, como já foi dito, com a degeneração discal, o núcleo pode
herniar-se nessa articulação, o que é chamado nódulo disco osteofítico.

Associação da Artrose com Canal Estreito ou uma Hérnia Discal


De forma excepcional, a artrose pode estar associada a um canal estreito ou a uma hérnia
discal, que pode ser responsável por uma mielopatia cervical. Este fenômeno lesional pode
estar associado a uma estenose óssea, um espessamento do ligamento amarelo ou da dura
máter espinhal, a um traumatismo dinâmico da medula espinhal, ou a alterações vásculo
nervosas.
O quadro clínico se associa a uma Síndrome do S. Nervoso Piramidal, dos quatro membros,
com fadigabilidade, espasticidade, hiperreflexia com babinski. Haverá uma Síndrome dos
Cordões Posteriores com parestesia e sinal de hermita, essa síndrome consiste na manifestação
de dores torácias e cervicais ao flexionar-se a cabeça. (O que poderia indicar uma hérnia ou
fratura). As dores manifestam-se como uma descarga elétrica. É contraindicado
manipulações estruturais. Utiliza-se para tratamento técnicas funcionais, com a coluna em
flexão, para evitar problemas vasculares, já que ao manipular-se em extensão pode-se
provocar problemas na artéria vertebral.

Síndrome de Fiessinger Leroy Reiter


ou
Síndrome Óculo Uretro Sinovial

É um reumatismo monoarticular ou poliarticular, que se acompanha de 4 sintomas:


− Sinusite
− Conjuntivite
− Uretrite
− Síndrome cutâneo-mucosa É
seguramente uma afecção viral.
Sinais clínicos: diarréias inconstantes, conjuntivite secundária e incostante que pode ser simples, ou
grave.
Pode haver uretrite que aparece três semanas após o contágio.
A síndrome mais freqüente é a síndrome cutâneo-mucosa que se manifesta na cavidade bucal,
nas faces palmares. Haverá sinais articulares que são constantes, e ocorrem no final e
sobretudo nas grandes articulações em particular nos joelhos. Com a continuação, o estado do
paciente se agrava, ele apresenta fadiga, dificuldades respiratórias, aumento da temperatura.
A síndrome cura-se em alguns dias, mas em alguns casos pode evoluir para uma
pelviespondilite reumática. Ao nível biológico haverá um aumento da velocidade de
segmentação. O tratamento será sintomático.

O Whiplash ou Golpe de Chicote

O Whiplash acontece por acidente de carro, e pode manifestar-se de duas formas:


58

Lesões por Hiperextensão


O indivíduo está parado e o choque acontece atrás, provocando um movimento brutal de
hiperextensão. O corpo vai para frente e a cabeça para trás. É o mecanismo de aceleração.
Este mecanismo pode causar um rompimento do ligamento longitudinal anterior, hérnia discal
anterior, fratura do corpo da vértebra, uma subluxação das facetas, e a raiz nervosa pode ser
afetada.
O movimento de chicote posterior da coluna, provoca uma lesão de anterioridade cervical.
Os indivíduos acometidos apresentam-se com retificação da coluna cervical e da cabeça, e
pode assim permanecer por muito tempo, devido as lesões de anterioridade, fixada por
espasmo muscular permanente. A manipulação, suprimindo o arco reflexo patológico,
permite recuperar a lordose cervical.

Lesões por Hiperflexão


O corpo do paciente para bruscamente devido a proteção do cinto de segurança, e o pescoço
continua o movimento fazendo uma hiperflexão. A hiperflexão é seguida de uma
hiperextensão. O rebote é reproduzido por uma contração reflexa dos músculos extensores, e
um relaxamento dos flexores. É o mecanismo de desaceleração.
Este mecanismo pode provocar uma subluxação das facetas, rompimento da cápsula articular,
hérnia discal posterior, rompimento do ligamento interespinhoso e do ligamento longitudinal
posterior.
Se no momento do choque a cabeça está rodada, o deslizamento da vértebra, provoca um
estreitamento do forame de conjugação do lado da rotação. O forame fica fisiologicamente
estreitado, e causa a desembricação da faceta póstero-superior, um pouco além dos limites
fisiológicos, e provoca uma lesão de FRS. Ela leva ao estiramento excessivo da cápsula e dos
ligamentos. Esse mecanismo unilateral é mais freqüente que o bilateral e provoca lesões de
lateralidade.

Repercussões do Whiplash
Variam segundo o mecanismo de hiperflexão ou hiperextensão, com a coluna com ou sem rotação.
Pode provocar fratura, subluxação ou luxação.
Pode-se encontrar fraturas de C3 a C7, que afetam as articulações posteriores, o corpo vertebral. Pode
haver fraturas simples ou múltiplas, ou fraturas luxações.
Ao nível cervical alto a fratura mais freqüente é a do processo odontóide, e a conseqüência
mais freqüente é a tetraplegia completa ou incompleta, ou a compressão de uma ou várias
raízes. As fraturas dos processos espinhosos são freqüentes, mas geralmente indolores.
Em caso de fratura unilateral do processo articular, se observa uma imagem de rotação
vertebral, e em caso de fratura do processo espinhoso, a palpação é dolorosa. A incidência
radiográfica de perfil dará o diagnóstico. Se não for grave, é suficiente colocar um colar
cervical por 3 a 4 semanas.
Luxação
O mecanismo mais freqüente é o da hiperflexão da coluna cervical, que repercute sobretudo
sobre o ligamento longitudinal posterior, mas também sobre os ligamentos longitudinal
anterior, e o disco intervertebral.
59

Provoca um deslizamento, estreitamento do forame de conjugação e compressão da raiz


nervosa. Haverá um cisalhamento entre a articulação uncovertebral e a faceta articular
superior, que sofrerá uma luxação com o traumatismo.
Estará lesado o ligamento amarelo, interespinhoso, músculos. Quase sempre a hiperflexão e a
hiperextensão estão associados.

Subluxação e Torcicolos
O mais freqüente é o torcicolo causado por uma lesão articular tipo subluxação, sobretudo ao
nível C0 - C1 ou C2 - C3, que se encontra associada a uma importante lesão torácica do tipo
anterioridade.
Ocorre então o espasmo do esternodeidomastóideo, em conseqüência da compressão do nervo
espinhal entre C0 - C1 ou C2 - C3. O que provoca uma hipotonia do trapézio, uma diminuição
da força de rotação da cabeça ao teste muscular, e também o espasmo protetor dos escalenos
predominantemente do escaleno anterior .
Pode haver alterações do IX par craniano, o n. glossofaringeo, do pneumogástrico, perturbações digestivas.

Torcicolos Traumáticos
Protocolo de tratamento do torcicolo traumático com subluxação
− Manipulação das torácicas altas e médias
− Manipulação C0 - C1
− Imobilização cervical com colar durante 3 semanas.
Protocolo de tratamento do torcicolo Traumático sem Subluxação
− Manipulação torácicas altas e médias
− Manipulação da dobradiça cervicotorácica −
Manipulação occipital, atlas e áxis.
(o movimento de rotação é mais importante ao nível das cervicais superiores. Portanto nos casos
de torcicolos encontra-se lesões nesse nível)

Torcicolos não Traumáticos


O torcicolo não traumático possui sinal clínico não específico.
Pode ser revelador de uma mal formação congênita, de uma desordem mecânica, de uma infecção a
distância.

1 - Torcicolo congênito

Encontra-se na proporção de 4 / 1000 nos recém-nascidos. De 8 a 10 dias após o nascimento


aparece uma massa tumoral ao nível do músculo esternocleidomastóideo, que persiste durante
2 a 3 meses, e desaparece progressivamente. Na idade de 3 a 4 anos, o torcicolo manifesta-se
do lado onde estava a massa tumoral.
60

A origem desse torcicolo não é conhecida. Existe a teoria da mal formação intrauterina,
traumatismo durante o parto responsável por um hematoma ao nível do ECM, de uma miosite
infecciosa, de uma necrose isquêmica muscular.
Do ponto de vista osteopático encontra-se uma lesão do forame jugular, conseqüência de uma
disfunção da base do crânio ou da dobradiça craniocervical.
O tratamento do torcicolo não traumático é estrutural e cranial, mas os resultados osteopáticos não são
satisfatórios.
A cirurgia ou correção ortopédica são mais eficientes para o tratamento do torcicolo congênito.
Existem torcicolos posturais, que se manifestam ao nascimento, podendo ser a conseqüência
de uma inadequada posição intrauterina. Nesse caso não se encontra massa tumoral no ECM
e não apresenta dor. A lesão será transitória e desaparecerá com o tempo.
O tratamento osteopático nesse caso dará bons resultados.
O torcicolo pode ser a conseqüência de uma disfunção somática entre atlas e áxis. essa
disfunção é secundária a uma anomalia óssea do tipo fusão vertebral, hemi-vertebra ou
síndrome de Kippel-Feil.
A síndrome de Kippel-Feil é o que se chama de homem sem pescoço, ou seja, o pescoço que
apresenta 4,5 ou 6 vértebras. Não é necessariamente patológico, pois o plexo braquial se
dispõe de uma maneira anárquica, não existe paralisia.
Pode haver a ausência do ligamento transverso, e será acompanhado por uma subluxação, que
será anterior e espontânea, com uma grande instabilidade.

2 - Torcicolos adquiridos

A. Torcicolos Espasmódicos
Possui uma etiologia desconhecida. Aparece em mulheres na faixa de 40 anos. É geralmente
doloroso, e se caracteriza por contrações intermitentes, rítmicas e assimétricas dos músculos
do pescoço, em uma direção particular.
Do ponto de vista osteopático as técnicas somato-emocionais são muito eficazes.

B. Torcicolos Oculares
Todo estrabismo, toda paresia dos músculos do olho pode provocar torcicolos. Uma lesão do
trigêmio onde o paciente tentará corrigir a diplopia é uma das causas. O torcicolo desaparecerá
na fase aguda, após colocação de um tampão ocular sobre o olho lesado. Existem técnicas nas
quais se utiliza o reflexo óculomotor para relaxamento muscular

C. Torcicolos Neoplásicos
Toda neoplasia pode afetar as estruturas ósseas, musculares, linfáticas, vasculares, nervosas,
ao nível da cabeça ou do pescoço, e provocar um torcicolo. Nesse caso, o tratamento não será
osteopático.

D. Torcicolos Infecciosos
As infecções do tipo faringite, otite, sinusite, pode provocar uma inflamação dos gânglios linfáticos e
uma contração dolorosa do ECM.
Certos casos de inflamação unilateral pode provocar uma disfunção osteopática:
− As otites com disfunção labiríntica
61

− A úlcera da faringe com conseqüente erosão dos ligamentos transversos


− O abcesso faríngeo provocando um edema dos ligamentos ao nível de atlas e áxis.
Pode-se encontrar etiologias que afetam os tecidos aponeuróticos: - Os
abcessos cervicais e as meninges no caso de meningites.

E. Torcicolos Neurológicos
Pode-se encontrar um desequilíbrio dos esternocleidomastóideos, em conseqüência de uma hérnia
discal, uma seringomielia, ou uma síndrome distônica.

F. Torcicolos Funcionais
Os torcicolos funcionais é a conseqüência de um estado de facilitação medular crônico, de
uma disfunção somática, devido a exposição a uma corrente de ar, vento, frio ou calor. Pode
haver em caso de lesão de C3,(inervação aferente do diafragma) torcicolos relacionados a
transtornos gastrointestinais, como hérnia de hiato e espasmo do piloro.
Nos torcicolos gastrointestinais o movimento mais doloroso será o de extensão. A elevação do
estômago aumenta a possibilidade de extensão e diminui a dor cervical.

Nota: Em caso de torcicolos não traumáticos, o tratamento varia segundo a etiologia do torcicolo. Em
todos os casos existe uma disfunção somática cervical.

Lesões Cápsulo-Ligamentares
Causas: podem ser por traumas diretos e indiretos
Conseqüências: Facilitação medular e uma hipo ou hipertonia, que vai preparar o terreno para o
espasmo muscular.
Neuropatia de compressão
Estase vascular por constrição arteriovenosa de origem simpática Simpaticotonia
local
Sintomas: Final abrupto do movimento, finaliza-se muito rápido
Movimentos dolorosos ou uma impossibilidade de movimento devido a restrição
mecânica.
Dor aguda nas lesões cápsulo-articulares.
Tratamento: Com a finalidade de diminuir a facilitação medular e criar um arco reflexo, realiza-se um
thrust.

Patologias Ligamentares

Causa: A mais freqüente é um traumatismo direto.


Consequência: Espasmo muscular de defesa
Reflexos simpáticos neurovasculares
Estase sanguínea
62

Restrição do movimento
Dores ligamentares referidas
Sintomas: As dores aparecerão ao final da amplitude do movimento
Dor ao movimento passivo
Reação vascular com uma inflamação Tratamento:
Técnicas de pompages, de articulação.

Disfunções Musculares
Após um traumatismo que provoca uma lesão vertebral, ao nível muscular duas possibilidades poderão
acontecer:

1 - Uma Hipotonia, devido a inibição muscular pelo Sistema Golgi.

2 - Uma Hipertonia, um espasmo muscular devido a uma hiperatividade gama ao nível dos fusos
neuromusculares.

Uma hipotonia provocará desequilíbrios posturais e articulares. Fraqueza ao teste muscular. A


técnica mais eficaz para o tratamento será a de músculo energia.
A hipertonia provocará uma restrição do jogo articular, com conseqüente dor ao movimento.
Haverá dor ao estiramento devido ao espasmo muscular, dor isquêmica e uma neuropatia de
compressão pode estar presente. Encontra-se dores referidas musculares e estase vascular.
Ao nível diagnóstico existe um rebote ao teste de mobilidade, sensação de cordão à palpação,
movimentos dolorosos.
Para o tratamento utiliza-se técnicas de inibição, técnicas de Jones, stretching, técnicas neuromusculares.

Síndrome de Barré-Liou
Síndrome Simpático Cervical
A irritação do sistema periarterial é devido classicamente a uma unco-discoartrose, sobre um
terreno de insuficiência vértebro basilar.
Quadro Clínico
− Cefaléia geralmente bilateral, que situa-se na região frontal orbital, temporal, cervicooccipital.
− Os movimentos da cabeça aumentam a dor e provocam vertigem com sensações de
instabilidade, e vertigens rotatórias verdadeiras com zumbidos nos ouvidos, sensação de
ouvidos tampados, transtornos visuais como escotomas visuais.
− Transtornos da laringe
− Dores importantes cervicais na lateroflexão e possibilidades de cervicobraquialgias.
− Manifestação psicossomáticas de ansiedade, angústia, insônia, etc. Nessa
síndrome as manipulações com thrust não são utilizadas.
63

Radiologia
Em caso de fratura no S.M.E é necessário observar se são normais ou patológicas. Fraturas
patológicas são aquelas que acontecem em locais do osso que não estão normais, sadios.
É necessário observar se as fraturas são simples ou cominutivas. Quanto mais fragmentos houver
mais difícil será reduzi-las.
Quanto mais jovem o paciente, e quanto mais transversal for uma fratura, melhor será sua capacidade de
consolidar-se.

Complicações das Fraturas

− Pseudoartrose
Quando uma fratura não se consolida e permanece com fragmentos ósseos separados.
Também é chamada de retardo de consolidação ou união deficiente. As
zonas mais acometidas são a tíbia e o escafóide.
− Necrose Avascular
O osso fica sem irrigação e percebe-se um aumento de densidade. Freqüente no escafóide e
no fêmur. Observa-se também o sinal de casca de ovo, a cortical se desprega do osso. É típico
nos submarinistas, devido as moléculas de nitrogênio.
− Calo de Fratura Exuberante
Pode não ser a conseqüência de uma fratura, porém de um traumatismo forte.
− Calcificação Periarticulares Acontecem
por traumatismos
− Osteosporose por desuso
− Infecção do Foco da Fratura
Causadas por fraturas abertas ou infeccionadas ao serem abertas para reduzi-las. Podem não consolidarem-
se.
− Atrofia de Sudeck
A cortical tem a aparência de giz. Abaixo da zona radiotransparente, apresenta-se uma osteopenia. O
paciente apresenta dores intensas, com pele tensa e brilhante.
− Encurtamento do Osso
− Osteocondroma
É um tumor benigno ósseo que aparece ao nível da metáfise óssea, sempre distanciando-se da
zona muscular.

A definição radiológica da artrose cervical acontece geralmente antes das manifestações da sintomatologia
clínica.
A uncoartrose é responsável pelas lesões de lateralidade cervical. Uma borda apresenta-se mais
elevada e com um bocejo articular.
Para examinar-se a coluna cervical pede-se radiografias ântero-posteriores, de perfil e
oblíquas direita e esquerda. A incidência oblíqua permite observar os foramens invertebrais.
64

Pode-se pedir radiografias dinâmicas com lateroflexão direita e esquerda, flexão e extensão,
o que permite observar as linhas de stress cervical, e as vértebras que devem ser manipuladas.
A artrose se manifesta por uma uncoartrose, sempre unida a degenerações discal, que pode
chamar-se unco-discoartrose, pois freqüentemente observa-se a infiltração da substância
discal na articulação uncovertebral.
A artrose interapofisária posterior que é a conseqüência da diminuição da altura do disco,
pode estar associada a um relaxamento ligamentar da cápsula ou a um deslizamento anterior
da vértebra.

A linha de Stress
Traça-se uma linha que passa pelo nível inferior da coluna vertebral seguindo a borda
posterior dos corpos vertebrais, e outra que passa pelo nível superior. No local onde essas
duas linhas se cruzam é o local da linha de stress, da hipermobilidade. A linha de stress pode
ser traçada a nível cervical, dorsal, lombar.

A Enfermidade de Forrestier
É uma hiperostose, aumento do espaço interdiscal, hipermobilidade ao nível de C2 - C3, fusão de
C1 - C2 e C3 - C4, presença de osteófitos importantes.

A Enfermidade de Kodkin
Todas as articulações uncovertebrais estão afetadas, e a 5.ª vértebra cervical está achatada.

Lesões de Lateralidade
As articulações uncovertebrais estão pinçadas de um lado, e boceja do outro lado.
Nas radiografias normalmente não se observa a artéria vertebral, mas pode-se vê-la algumas
vezes. O movimento que cisalha a artéria é a extensão, portanto manipula-se em flexão;
utiliza-se o teste de Klein como diagnóstico.
As radiografias oblíquas permitem observar os foramens invertebrais.
Contra-indicações que pode-se diagnosticar ao RX:
− Calcificação da artéria vertebral
− Fratura
− Câncer
Pode-se observar o deslizamento da parede anterior em relação a posterior, lateralidades ao
nível das articulações uncovertebrais, na incidência oblíqua observa-se a diminuição ou
abertura do forame intevertebral, pode-se traçar a linha de stress que indica o local da
hipermobilidade, portanto deve-se manipular acima e abaixo.

Exame clínico do ponto de vista neurológico da coluna cervical


65

Nesse capítulo vamos insistir no exame neurológico, porque a patologia da coluna cervical
se manifesta nos membros superiores por uma paralisia, modificações dos reflexos ou da
sensibilidade
Essas perturbações são consequências da interferência com os nervos periféricos situados
entre os níveis C5 e T1 ( plexos braquial) a) Palpação óssea
A face anterior do osso hioideo situa-se acima do corpo vertebral de C3, justo a cima da
cartilagem tireóide. Segura-se entre polegar e indicador os dois cornos, e pede-se ao paciente
para engolir a saliva.
A cartilagem tireóide está situada ao nível do corpo vertebral de C4 e C5, o tubérculo
carotidiano está situado ao nível do tubérculo anterior do processo transverso de C6 A . 2)
Protuberância occipital externa apofíseo mastóideo – Os processos espinhosos.
O primeiro processo espinhoso palpável é C2.
Os processos articulares C5 e C6, são os mais frequentementes envolvidos nos processos de artrose.

b) Palpação dos tecidos moles Face


anterior:
Músculo externocleidomastóideo, pede-se ao paciente para girar a cabeça do lado oposto ao
músculo. Nesta posição o músculo vai se tornar saliente. A cadeia dos gânglios linfáticos está
situado ao longo do bordo interno do externocleido. Eles são palpáveis e de volumes
aumentados. A glande tireoide na frente das vértebras C4 e C5, parece mole e indistintas. Se
ela apresenta uma patologia, ela pode se tornar hipertrófica. O pulso carotidiano está situado
perto do tubérculo carotidiano de C6. A glândula parótida não é palpável quando normal.

Face Posterior:
– Músculo trapézio
– Nervo grande occipital
– Inserção do trapézio na base do crânio, ao nível da protuberância occipital externa. A irritação deste
nervo cria geralmente cefaléias.
– Ligamento nucal superior

C - Exame neurológico
O exame neurológico da coluna cervical é feito em dois tempos.
1o Tempo: exame da força muscular:
Teste muscular que evidencia toda a paralisia motora que pode afetar os movimentos do pescoço.
Exame neurológico: essa fase do exame tem como base o fato que a patologia da coluna
cervical, como uma hérnia discal, geralmente manifesta-se por problemas ao nível do membro
superior, intermediário do plexo braquial ( C5 a T1) que constitui a inervação de todo o
membro. Esses testes diagnósticos vão ajudar a determinar a existência de uma relação entre
as perturbações neurológicas do membro superior, e sua origem ao nível do pescoço. Do ponto
de vista da anatomia neurológica, existe 8 nervos originados na coluna cervical. Os 7
primeiros nervos emergem sob a vértebra cervical, possuindo o mesmo número, enquanto o
8o nervo emerge sob a sétima cervical. O primeiro nervo torácico emerge sob a 1 a vértebra
torácica.
O Plexo braquial é composto de nervos oriundos do primeiro nervo torácico e dos quatro nervos
cervicais inferiores (C5 a T1)
66
67

Estudo neurológico:
Nível neurológico C5:
- Exame da força muscular
- Deltóide: nervo circunflexo C5
- Bíceps: nervo músculo-cultâneo C5 – C6
- Reflexos: reflexo bicipital
- Exame da sensibilidade
- Exame da sensibilidade da face lateral do braço.

Nível neurológico C6:


- Força muscular: os músculos extensores do punho, nervo radial, o músculo bíceps, nervo
músculocultâneo.
- Exame dos reflexos estiloradial e reflexo bicipital.
- Exame da sensibilidade faz-se estendendo o antebraço, polegar e indicador (nervo
músculocutâneo)

Nível neurológico C7
- Exame da força muscular
- Músculo tríceps (nervo radial C7)
- Músculos flexores do punho (nervo mediano e ulnar)
- Músculo extensores dos dedos ( nervo radial)
- Exame dos reflexos: reflexo tricipital
- Exame da sensibilidade: sensibilidade do dedo médio.
68

Nível neurológico C8
- Exame da força muscular
- Músculos fletores dos dedos
- Exames da sensibilidade: sensibilidade anular, auricular e da metade distal da face
medial do antebraço

Nível neurológico T1
- Exame da força muscular: abdutores dos dedos
69

- Exames da sensibilidade: face lateral do braço, face medial da metade superior do


antebraço e do braço

Quadro mostrando a aplicação clínica do exame dos diferentes níveis neurológicos

A patologia das hérnias discais cervicais


Níveis motores
Níveis motores Reflexos Níveis sensitivos:
Abdução do ombro C5 Bicipital Face medial do braço C5
Extensão do punho C6 Estilo radial Face lateral do antebraço C6
Flexão do punho C7 Tricipital Dedo maior C7
Extensão C7 Face medial do antebraço C8
Flexão dos dedos C8 Face medial do braço D1
Abdução dos dedos D1

Exame neurológico do membro superior


Disco Raiz Reflexo Músculos Sensibilidade

C4-C5 C5 Reflexo bicipital Deltóide Face lateral do braço :


Bíceps nervo circunflexo

C5 C6 C6 Reflexo estiloradial (reflexo Extensores dos Face lateral do antebraço:


bicipital) punho Bíceps nervo músculo cutâneo
C6 C7 C8 Reflexo tricipital Flexores do punho Dedo médio
Extensores dos
dedos Tríceps
70

C7 D1 C8 ----------------------- Flexores do dedos face medial do antebraço


Intrísecos da mão nervo braquial cutâneo
interno

Nervos Exame da força muscular


Radial Extensão do punho Extensão do polegar
Ulnar Abdução do auricular

Mediano Pinça do polegar Oposição do polegar


Abdução do polegar

Circonflexo Deltóide
Músculocutâneo Bíceps

Testes específicos
– Teste de compressão: teste de Jackson
– Teste de Valsava: este teste aumenta a pressão intraraquidiana – Teste da saliva:
– Teste de Adson: permite avaliar a artéria subclávia que pode ser comprimida por um estreitamento do
desfiladeiro dos escalenos.
Este teste se faz assim: avalia-se o pulso radial, coloca-se o braço do paciente em abdução,
extensão e rotação externa, pede uma inspiração profunda e rotação da cabeça do lado do
braço a estudar;
O teste é positivo se você perceber uma diminuição importante ou uma ausença do pulso radial
durante a inspiração e a rotação da cabeça.

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